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DUMPING SOCIAL: EM BUSCA DE UMA PARAMETRIZACAO NA APLICACAO DO INSTITUTO PERANTE A JUSTICA DO TRABALHO O termo dumping ou undeselling, como pra- tica de comércio, caracteriza-se pela introducao de mercadorias em determinado mercado es- trangeiro a precos inferiores aqueles praticados no pais, visando a eliminacao da concorréncia local e conquistar fatia maior de mercado. Com feito, é pratica comercial ilicita, pois ere a livre concorréncia, por meio de competicao injusta. Na seara trabalhista, o termo dumping so- cial surgiu do paralelo com a pratica comercial desta pratica. Assim, mediante condenacoes de indenizacdes suplementares ex officio, buscou- -se corrigir condutas empresariais que reiterada- mente utilizam-se de ilicitos rabalhistas inescu- saveis para auferirem vantagem concorrencial. Isto porque a pratica viola a livre concorrencia e causa dano social. Verifica-se que o dumping social trabalhis- ta possui 0 condao de reprimenda @ vantagem concorrencial mediante a violagao das normas laborais minimas. Padrao que se manteve em se- gundo Projeto de Lei sobre o tema, que agora tramita sob 0 ntimero 1,615/2011, ambos ce att- toria do Deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT). Contudo, a doutrina especializada em mui- to diverge quanto a conduta que efetivamente leva a caracterizacao do dumping, assim como a jurisprudéncia nao apresenta posicionamento seguro, embora, até o momento, coincidam nos valores e magnitudes das indenizacoes. E, pois, nesse particular que se funda a re- levancia do tema e necessidade do debate, sob pena de, pela sua aplicabilidade, promover um desiquilibrio ainda maior A concorréncia que se pretende tutelar como violada 2 Thays Braga Assuncao Brasil Advogada (OAB/SC n. 41.418). Gradunda em Direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Graduada em Administracao Empresarial pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC — ESAG). Pos-graduanda em Direito material e processual do Trabalho pelo DAMASIO. Membro da Associacao Catarinense de Advogados Trabalhistas (ACAT). Esta figura de construcao jurisprudencial ganhou relevancia na 1* Jornada de Direito ma- terial e processtial na Justica do Trabalho, orga- nizada pela Anamatra, na qual restou editado 0 Enunciado n. 4: 4. “Dumping social”. Dano a sociedade. In- denizacao suplementar. As agress6es reincidentes ¢ inescusdveis aos direitos trabalhistas geram um dano a sociedade, pois com tal pratica desconsi- dera- se, propositalmente, a estrutura do Estado social e do proprio modelo capitalista com a ob- tengao de vantagem indevida perante a concor- rencia, A pratica, portanto, reflete o conhecido “dumping social”, motivando a necessaria reacao do Judiciario trabalhista para corrigi-la. O dano a sociedade configura ato ilicito, por exercicio abusivo do direito, ja que extrapola limites eco- nomicos e sociais, nos exatos termos dos arts. 186, 187 e 927 do Cédigo Civil. Encontra-se no art, 404, parigrafo tinico do Cédigo Civil, 0 fundamento de ordem positiva para impingir 20 agressor contumaz uma indenizacao suplemen- lar, como, alias, ja previam os artigos 652, d, e 832, § 1°, da CLT. Apos o estudo de 147 julgados de Tribu- nais Regionais ¢ Tribunal Superior do Trabalho, realizado por Afonso de Paula Pinheiro da Ro- cha, Procurador do Trabalho, em conjunto com Uinie Caminha, advogada, foi possivel compilar diretrizes da jurisprudencia na caracterizacao do instituto, quais sejam: a) idemtificacao de efetiva vantagem con- correncial com conduta deliberada, ou seja, a pratica de dumping social trabalhista deve exis- tir como modelo de negécio da empresa; LTr- Jornal do Congreso b) a violacto deve ser reiterada, cuja natu- reza € coletiva que nao leva ao deferimento de indenizacoes individuais; ©) € no ambito do TST as turmas vem fir- mando convencimento de que nao possivel o de- ferimento de oficio pelo Magistrado, sob pena de configurar-se como julgamento extra petita, Por seu turno, outras agdes direcionadas a0 TST, por Recurso de Revista, nao sao, sequer, co- nhecidas, sob o argumento de ausencia de pres- suposto de admissibilidade, 0 que impossibili- ta o delineamento concreto do instituto € seus pressupostas de aplicacao pela Corte Superior Trabalhista. Como resultado, atualmente, é mais aceito seu pleito nas Agdes Civis Publicas, no ambito da tutela coletiva, sob os argumentos mais recor- rentes que se pautam: na auséncia de previsto legal para casos individuais, descompasso com 0 principio da reparacao integral € eventual enri- quecimento ilicito em face de um dano coletivo. Tendo em vista que no ambito da tutela co- letiva ja se tem como reconhecido o dano moral coletivo, por analogia, a doutrina demonstra- -se tendente a tratar a sistematica do dumping social ¢ sua evolucao, como vem fazendo com outra figura de criagao jurisprudencial, o dano existencial, que se equivale em ambito indivi- dual. Assim, ha discussées quanto ao enqua- dramento do dumping social como subespécie do dano moral coletivo e, para os que enten- dem de modo diverso, quanto a possibilidade pedido cumulado. Isso posto, partindo da premissa de dum- ping social como espécie de dano moral coletivo, adere-se as sugestoes delineadas no artigo cien- tifico Intitwlado como “Consideragées sobre 0 Dumping Social Trabalhista”, o qual posiciona-se pela impossibilidade de deferimento da indeni- zacao por dumping social em demandas indivi- duais, como primeiro pressuposto a ser determi- nado, ainda que haja o pedido expresso da parte Em segundo lugar, é necessaria a demons- tracao da reiteracao sistematica da ofensa a nor- ma trabalhista, a qual deve estabelecer nexo de causalidade com efetiva vantagem concorrencial a empresa violadora que, por sua vez, nao deve decorrer de meras deducoes oriunda de um caso concreto. Ltr - Jornal do Congresso Outrossim, a legislacdo deve estabelecer ba- lizas seguras para a fixacdo do quantum indeniza- torio, a qual nao pode ficar sujeita a arbitrarieda- des do juizo, pautada no principio da razoabili- dade e proporcionalidade, haja vista que a funcao social da empresa (art. 170 da Constituicao Fede- ral) nao pode ser frustrada por consequéncia a0 cumprimento do dever legal de reparar. Enfim, por aplicacao analdgica do art. 13 da Lei n. 7.347/85, que disciplina as Acoes Civis Publicas, a destinacao de valor deve ser revertido. em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhado (FAT), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ¢ destinado ao custeio do se- guro desemprego, dentre outros programas de assisténcia ao trabalhador. A luz destas breves consideracoes, buscou- -se contribuir para o desenvolvimento do insti- tuto do dumping social, na busca de estabelecer maior seguranca juridica, indispensavel ao Es- tado Democratico de Direito em que vivemos, assim como contribuir pela nao sujeicao a bana- lizacao do instituto juridico. E, por fim, para que nao se redunde em situacao de utilizacao desco- nexa a impor penalidade excessiva aos agentes sociais € notadamente as empresas. Referencias ROCHA, Afonso de Paula; CAMINHA, Uinie, Te- mas Contemporaneos de Direito Empresarial do Trabalho: Consideragdes sobre o Dumping Social Trabalhista. Sao Paulo: LTr, 2015. LALOU, Henri,1949 apud BRASIL. Superior Tribunal de Justica. Recurso Especial no 1.201.247. Carlos Marcio da Costa Corta- zio Correa e outros. Relator: Min. Paulo de Tarso Sanseverino. Brasilia, DF, 19 de agos- to de 2014. Disponivel em: . Acesso em: maio de 2015 CARVAS, Luiz Gustavo Abrantes. Desmistifican- do o dumping social, Jus Navigandi, Teresi- na, ano 16, n. 3014, 2 out. 2011. Disponi- vel em: Acesso em: meio 2015 BRASIL. Ministério Publico do Trabalho, Peti Inicial de Agao Civil Publica, Procurado- 23 ria Regional do Trabalho da 128 Regiao Plansul Planejamento ¢ Consultoria Ltda. € outro, Proposta na Justia do Trabalho da comarca de Chapeco. Chapeco, SC, 20 de setembro de 2012 ASSOCIACAO NACIONAL DOS MAGISTRA- DOS DA JUSTICA DO TRABALHO. Enun- ciado, ANAMATRA, La Jornada de Direito Material e Processual na Justica do Tra- balho, Enunciado no 17. Disponivel em: A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NAS RELACOES TRABALHISTAS. Passadas quase tres décadas da promul- gacao da Constituicao Federal, resta ainda dis- cussao acerca da sua efetividade. Neste artigo, teremos como foco principal, a efetividade dos direitos fundamentais sociais em nosso pais, especificamente quanto a preservacao da digni- dade da pessoa humana no ambito das relacces trabalhistas A nova ordem juridica interna privilegiou, expressamente, a dignidade da pessoa humana, reforcado o rol de direitos fundamentais, positi- vando valores clo Estado Liberal e do Estado So- cial. Como se sabe, a intencao era das melhores, criar mecanismos que propiciassem ao mesmo tempo a liberdade ea igualdade Prestacdes materiais foram impostas aos poderes pitblicos, halizadas pelo mandamento constitucional, sem a devida preocupacao com as reais consequencias econdmicas e financeiras. 24 Alexandre Antonio Bruno da Silva Doutor em Direito pela Pontificia Universidade Catoliea de So Paulo (PUC-SP), Mestre em Diteito pela Universidade Federal do Ceara (UFC). Mestre em Informatica pela Pontificia Universidade Catolica do Rio de Janeiro (PUC- R)). Professor Titular da Faculdade Farias Brito. Professor Adjunto dla Universidade Estadual do Ceara UECE) Professor e Coordenador do Curso de Pos-Graduacao em Direito do Trabalho do Centro Universitario Unichristus Auditor-Fiseal do Trabalho, Acreditava-se que o Estado, como agente arre- cadador, teria a stia disposicao recursos a todo 0 momento, tornando-se necessaria, apenas, uma melhor alocacao desses recursos para a satisfa- ¢a0 de todos os direitos fundamentais. Nao passou muito tempo para que os fatos, sempre eles, destruissem os sonhos dos menos preparados pata a triste realidade, limitagoes afloraram por toda parte, Nao € necessario ser economista pata se observar que se os desejos so ilimitados, os recursos sao escassos.“ A me- (2) Lionel Charles Robbins, Barto Robbins (1898-1984) foi um economista britanico que propos uma das primeiras definicses contemporaneas de economia € por muitos a mais aceita: “A economia € a ciencia que estuda as formas cle comportamento humane resultantes da relagio existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos «que, embora eseassos, se prestam 2 usos alternativos”. Para osautores ligedos 20 pensamento econdmico neoclissico, a econiomia pode ser definidla como a cigncia das trocas ou das LIr- Jornal do Congreso

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