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Enquanto que em países como África do Sul, Burundi, Gana, Maurícias, Namíbia,
Nigéria , Quénia, Ruanda, Uganda, etc., o processo está extremamente avançado, no
nosso país ainda nem se quer temos legislação para digitalização do sinal, e “se não
acertarmos o passo”, poderemos estar numa situação melindrosa chegue 2015.
Independentemente do facto dos milhares de juristas que temos neste país terem
reunido ou não, para se criar um quadro legal para a digitalização do sinal, a verdade
é que em termos práticos e simples, no dia em que o botão analógico for desligado e
no seu lugar se ligar o digital, mais de 70% de televisores (actualmente existentes)
não poderão nem se quer apanhar o sinal da televisão pública, pois estes televisores
não estão preparados para o sinal digital.
Fig 2: Mapa da Adopção dos Sistemas de Padrão Digital no Mundo até 2010.
Fonte: Autor, adaptado da UIT
Legenda:
DVB
(azul)
ATSC (laranja)
ISBD (verde)
DMB (vermelho)
Testes de padrões múltiplos (violeta)
Indecisos (cinzento)
O Caso Moçambicano
Pela morosidade do processo no nosso país, prevemos que o sistema a ser usado em
Moçambique só poderá ser decidido via um decreto Presidencial, como fez Inácio
Lula em Brasil, de modo que em última estância gente que entende sobre a matéria e
as repercussões de um possível erro de escolha possa trazer, seja chamada a dar
opinião.
Porque, e ao que tudo indica, ninguém quer dar cara sobre esta questão, apresentamos
aquilo que poderá ser a proposta para Moçambique num sistema DVB-T, segundo
argumentos acima descritos.
Proposta Técnica para Moçambique
Importa frisar que embora que em países como Inglaterra, Austrália e França, o DVB-
T2 seja um sucesso, é preciso olhar que nestes países a digitalização é uma realidade
há já alguns anos.
Conclusão
Moçambique ainda está tímido em relação a televisão digital, muito embora que a
União Internacional de Telecomunicações espera que o sinal analógico esteja
desligado em 2015 para libertar o espectro para outras funções. Mesmo com 3
importantes padrões mais o da China, Moçambique ainda não se posicionou em
relação ao padrão a usar quando se legislar sobre a televisão digital, mesmo com a
UIT ter reservado o DVB ( o maior e sistema usado em mais de 30 países no mundo)
para a zona Austral, ainda não se sabe que sistema a usar e, nem se quer o debate da
digitalização ainda começou com os grupos de interesse.
A digitalização pode trazer problemas graves para o próprio Governo se não for
levada a sério, pois a larga maioria dos televisores em Moçambique não está
preparada para o sinal digital, se em algo momento o botão analógico for desligado e
no seu lugar for implementado o digital, a larga maioria dos Moçambicanos nem se
quer poderá ver a televisão pública. Num país como Moçambique, a digitalização do
sinal vai consumir só em infra-estruturas algo como 100 milhões de dólares, para
além de subsídios que devem ser canalizados para os conversores de modo a
acomodar a população.
Experiência mostra que mais importante do que a “simples” escolha do padrão a ser
usado, é uma cuidadosa planificação do processo de implementação e, um pacote que
seja atractivo aos telespectadores.
Referências
5- ITWeb (2010b). Tech costs slow Brazil's digital migration. Acessed 15 June 2010
at
http://www.itweb.co.za/index.php?option=com_content&view=article&id=34037:tec
h-costs-slow-brazils-digital-migration&catid=118&Itemid=66
6- Lau, T.Y; Feng, Guangchao (2004). Digital Television in China: Opportunities and
Challenges. 6th World Media Economics Conference. Centre d’Etudes sur les media
and Journal of Media Economics. HEC Montréal.
7- Lin, Koong, Lin, Chad and Kuo, Wen-Liang (2008) The adoption and management
of interactive digital TV commerce in Taiwan. International Journal of Management.
25 (2): pp. 287-299.
8- RNW (2010). Brazil aims to set South American digital TV standard. Accesssed on
10 June 2010, http://blogs.rnw.nl/medianetwork/brazil-aims-to-set-south-american-
digital-tv-standard