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Breves reflexões, à luz da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, acerca da devolução do prazo de contagem de

contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei no 8.666/93), por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio
judicial (Hidemberg Alves da Frota)
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Breves reflexões, à luz da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, acerca

da devolução do prazo de contagem de contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei

no 8.666/93), por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio

judicial1

Hidemberg Alves da Frota

http://tematicasjuridicas.wordpress.com

Questão jurídica suscitada com frequência no âmbito da Administração

Pública brasileira diz respeito à possibilidade de devolução do prazo de contagem de

180 (cento e oitenta dias) de contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei no 8.666/93), em

função do atraso na conclusão de procedimento licitatório, ocasionado por litígio

judicial.

Colhe-se da jurisprudência do Tribunal de Contas da União a paradigmática

Decisão no 820/1996 — Plenário, de 12 de dezembro de 1996 (Relator, Ministro Bento

José Bugarin), cuja parte dispositiva se transcreve abaixo (ênfase ao item 2):

Decisão
O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE:
1. conhecer da consulta formulada pelo Exmo. Sr. Prefeito da Cidade do
Recife, ante a relevância do tema, e por se tratar de questionamento que
apresenta, em tese, utilidade para os diversos entes federados;
2. responder ao interessado que é possível, quando da dispensa de licitação nos casos
de emergência ou calamidade, consoante o disposto no inciso IV do art. 24 da Lei nº

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Versão original do artigo: Breves reflexões, à luz da jurisprudência do TCU, acerca da devolução do prazo de
contagem de contrato de emergência por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio judicial.
Revista Zênite de Licitações e Contratos: ILC, Curitiba, v. 15, nº 171, p. 456-458, mai. 2008.
Breves reflexões, à luz da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, acerca da devolução do prazo de contagem de
contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei no 8.666/93), por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio
judicial (Hidemberg Alves da Frota)
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8.666/93, o retardamento do início e da devolução da contagem do prazo de 180


(cento e oitenta) dias, desde que as ações tomadas pela Administração tenham sido
prejudicadas pela superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do
contrato, a teor do disposto no art. 57, § 1º, da mencionada Lei, devendo ser
adequadamente fundamentado, levando em conta, inclusive, as determinações
contidas na Decisão nº 347/94 - TCU - Plenário ("in" D.O.U. de 21/06/94);
3. enviar cópia desta Decisão, bem como do Relatório e Voto que a
fundamentam, e, ainda, da Decisão nº 347/94 - TCU - Plenário ao
interessado;
4. após a adoção das medidas supra, determinar o arquivamento do presente
processo.2 (grifo nosso)

A teor do acima reproduzido item 2 da parte dispositiva da Decisão no 820/1996

— Plenário, do Tribunal de Contas da União, afigura-se a “possibilidade do

retardamento do início e da devolução da contagem do prazo desde que as ações tomadas pela

Administração tenham sido prejudicadas pela superveniência de fato excepcional ou

imprevisível”3 (grifo nosso), sintetiza o voto do Ministro-Relator Marcos Bemquerer

(item 6), em sede do Acórdão TCU no 845/2004 — Plenário, de 30 de junho de 2004

(data da sessão).

Em passagem posterior daquele voto (item 13), o Ministro Bemquerer

reconhece a possibilidade do certame licitatório sofrer contratempos alheios à vontade

da Administração Pública:

13.Como cediço, a elaboração e conclusão do procedimento licitatório para a


execução de obras da espécie toma considerável tempo, que pode ser
estendido em face de diversas ocorrências que escapam ao controle do

2 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Inteiro teor da parte dispositiva da Decisão n o 820/1996 —
Plenário. Relator: Ministro Bento José Bugarin. Brasília, DF, 12 de dezembro de 1996 (data da sessão).
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 dez. 1996. Disponível em: <http://www.tcu.gov.br>. Acesso em:
16 mar. 2007.
3 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Trecho do item 6 do voto do Ministro-Relator, em sede do

Acórdão nº 845/2004 — Plenário. Relator: Ministro Marcos Bemquerer. Brasília, DF, 30 de junho de
2004 (data da sessão). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 jul. 2004. Disponível em:
<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2007.
Breves reflexões, à luz da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, acerca da devolução do prazo de contagem de
contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei no 8.666/93), por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio
judicial (Hidemberg Alves da Frota)
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Administrador, como a obtenção de medidas liminares junto ao Poder


Judiciário.4

Compulsando-se o Vade-Mécum de Licitações e Contratos de Jorge Ulisses Jacoby

Fernandes, percebe-se (em complemento aos aportes jurisprudenciais antes

elencados) esta relevante observação:

Emergência – atraso por recursos administrativos


Nota: o TCU considerou regular a contratação de emergência de empresa
para fornecer passagem aérea, até conclusão do procedimento licitatório,
retardado por inúmeros recursos administrativos.
Fonte: TCU. Processo no 007.852/96-7. Decisão no 137/1997 - Plenário.5 (grifo
do autor)

Com efeito, consultando-se o inteiro teor da Decisão no 137/1997 — Plenário, do

Tribunal de Contas da União (atrás referida pelo magistério de Jacoby Fernandes),

nota-se que aquele contrato de emergência fora celebrado em função “do atraso na

conclusão do procedimento licitatório em andamento”6 (grifo nosso) — item 4.2, do

Relatório do Ministro Lincoln Magalhães da Rocha.

O voto do Relator do indicado decisum considerou lícito o apontado contrato

emergencial, tendo em mente que “a interrupção de tais serviços” 7 — pertinentes ao

4 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Trecho do item 13 do voto do Ministro-Relator, em sede do


Acórdão nº 845/2004 — Plenário. Relator: Ministro Marcos Bemquerer. Brasília, DF, 30 de junho de
2004 (data da sessão). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 8 jul. 2004. Disponível em:
<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2007.
5 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. 3. ed. Vade-Mécum de Licitações e Contratos. Belo Horizonte:

Fórum, 2006, p. 414.


6 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Trecho do item 4.2, do Relatório, em sede da Decisão n o

137/1997 — Plenário. Relator: Ministro Lincoln Magalhães da Rocha. Brasília, DF, 2 de abril de 1997
(data da sessão). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 abr. 1997, p. 7.395. Disponível em:
<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2007.
7 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Trecho do Voto do Relator, em sede da Decisão n o 137/1997 —

Plenário. Relator: Ministro Lincoln Magalhães da Rocha. Brasília, DF, 2 de abril de 1997 (data da
sessão). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 abr. 1997, p. 7.395. Disponível em:
<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2007.
Breves reflexões, à luz da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, acerca da devolução do prazo de contagem de
contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei no 8.666/93), por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio
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fornecimento de passagens aéreas — “traria prejuízos significativos ao bom

andamento das atividades da pasta”8.

No entanto, do ponto de vista da advocacia pública preventiva (orientação

jurídica direcionada a precaver o administrador público quanto aos parâmetros do

controle de juridicidade e de legalidade adotados pelo Tribunal de Contas, Ministério

Público e Poder Judiciário, a fim de evitar a eventual posterior responsabilização e

sancionamento do gestor público), mostra-se de suma importância demonstrar (1)

não apenas a indispensabilidade da devolução do prazo do contrato de emergência

(ante a lentidão do certame licitatório, provocada pelo litígio judicial, e, diante disso,

a necessidade de manter a continuidade de serviço público essencial — ambas a

serem devidamente comprovadas no correspondente caderno processual), mas

também (2) atestar, nos respectivos autos, que o gestor público adotou as medidas

adequadas para evitar seja a celebração do termo primitivo do contrato de emergência,

seja o advento de seu aditivo, de modo que reste patente que a contratação

emergencial e sua prorrogação vieram à tona por motivos alheios à vontade do

administrador público e independentes de sua conduta, que deve ser,

comprovadamente, diligente.

Nesse compasso, mencione-se a paradigmática Decisão no 347/1994 — Plenário,

de 1o de junho de 1994, do Tribunal de Contas da União (Relator, Ministro Carlos

Átila Álvares da Silva), cuja parte dispositiva, em seu item 2 (subalíneas “a1” usque

“a4”), para que se caracterize a situação emergencial do art. 24, IV, da Lei n o 8.666/93,

reputa essencial a presença dos seguintes requisitos:

a.1) que a situação adversa, dada como de emergência ou de calamidade


pública, não se tenha originado, total ou parcialmente, da falta de
planejamento, da desídia administrativa ou da má gestão dos recursos

8 Ibid., loc. cit.


Breves reflexões, à luz da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, acerca da devolução do prazo de contagem de
contrato de emergência (art. 24, IV, da Lei no 8.666/93), por força de atraso no procedimento licitatório causado por litígio
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disponíveis, ou seja, que ela não possa, em alguma medida, ser atribuída à
culpa ou dolo do agente público que tinha o dever de agir para prevenir a
ocorrência de tal situação;
a.2) que exista urgência concreta e efetiva do atendimento a situação
decorrente do estado emergencial ou calamitoso, visando afastar risco de
danos a bens ou à saúde ou à vida de pessoas;
a.3) que o risco, além de concreto e efetivamente provável, se mostre
iminente e especialmente gravoso;
a.4) que a imediata efetivação, por meio de contratação com terceiro, de
determinadas obras, serviços ou compras, segundo as especificações e
quantitativos tecnicamente apurados, seja o meio adequado, efetivo e
eficiente de afastar o risco iminente detectado; 9

Considerando o disposto na mencionada jurisprudência do Tribunal de

Contas da União (Decisão no 820/1996 — Plenário, item 2 da parte dispositiva;

Acórdão no 845/2004 — Plenário, itens 6 e 13 do voto do Ministro-Relator Marcos

Bemquerer; Decisão no 137/1997 — Plenário, item 4.2 do Relatório do Ministro

Lincoln Magalhães da Rocha; Decisão no 347/1994 — Plenário, item 2, subalíneas “a1”

a “a4”, da parte dispositiva) e, ao mesmo tempo, tendo por inarredável a adoção de

medidas administrativas profiláticas, em face do controle de juridicidade e de

legalidade pelo Tribunal de Contas, Ministério Público e Poder Judiciário, infere-se,

sob o ângulo da advocacia pública preventiva, a possibilidade da devolução do prazo de

contagem de contrato de emergência, em decorrência da duração do certame licitatório ter se

protraído no tempo, em razão de litígio judicial, desde que a documentação acostada ao

respectivo álbum processual evidencie que a Administração Pública implementou as

providências disponíveis e adequadas para evitar a contratação emergencial e sua prorrogação,

tendo esta ocorrido por fatores independentes da conduta diligente e conscienciosa do Estado-

Administração.

9 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Item 2, subalíneas “a1” a “a4”, da parte dispositiva da
Decisão no 347/1994 — Plenário. Relator: Ministro Carlos Átila Álvares da Silva. Brasília, DF, 1 o de
junho de 1994 (data da sessão). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 jun. 1994. Disponível em:
<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2007.

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