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O documento discute as hierarquias sociais complexas e as distinções de classe no Antigo Regime português e suas colônias. Ele explica como o status social era determinado por fatores como posição, privilégios, deveres e como as pessoas expressavam publicamente sua posição social através de vestimenta e comportamento. A presença de escravos introduziu novas formas de distinção social e acentuou as desigualdades.
O documento discute as hierarquias sociais complexas e as distinções de classe no Antigo Regime português e suas colônias. Ele explica como o status social era determinado por fatores como posição, privilégios, deveres e como as pessoas expressavam publicamente sua posição social através de vestimenta e comportamento. A presença de escravos introduziu novas formas de distinção social e acentuou as desigualdades.
O documento discute as hierarquias sociais complexas e as distinções de classe no Antigo Regime português e suas colônias. Ele explica como o status social era determinado por fatores como posição, privilégios, deveres e como as pessoas expressavam publicamente sua posição social através de vestimenta e comportamento. A presença de escravos introduziu novas formas de distinção social e acentuou as desigualdades.
Silvia Lara est, sobretudo, preocupada em fugir da simples anlise
referente a nobreza e a vida cortes, empenhando-se em desvendar os
modos de dominao social e experincias de outros grupos sociais. Seu intuito passar de uma anlise puramente poltica para se pensar relaes de dominao. A autora pretende analisar Portugal e suas Colnias na Amrica contemplando as distines baseadas no nascimento e na distribuio dos privilgios, [pretendendo] discutir a diferena imposta pela presena da escravido em terras coloniais . No Antigo Regime, os grupos destitudos eram designados de peo, homem de p, sobretudo intencionando classific-los como homens sem ofcio militar e civil. A noo de cidadania, daqueles que fazem parte de um corpo social, estava diretamente ligado prtica do poder: os cidados eram aqueles que ocupavam os cargos de governana, os homens bons e suas famlias. Uma ideia de sociedade onde se comporta apenas esses citados no o suficiente para se destrinchar sua complexa teia de hierarquias sociais. At mesmo dentro dos grupos que faziam parte diretamente da corte: eclesisticos, nobres e populares (descries essas do padre Raphael Bluteau, que dividia esses participantes da corte portuguesa designando-os de trs estados) haviam distines, da mesma forma acontecia com grupos destitudos de cidadania. Dentre aqueles que faziam parte da corte, os homens bons, as hierarquias se davam a partir de diversos aspectos: devido a critrios jurdicos, comportamentos e valores que diziam respeito dominao e a privilgios econmicos. Dentro da sociedade do antigo regime imperava as diferenas, a arquitetura social previa para cada um o seu lugar, numa rede ordenada de hierarquizaes. Dessa forma, todos possuam seus direitos, privilgios, deveres e atribuies, distribudos de modo diverso conforme o lugar ocupado na rede hierrquica. Paralelamente a essas diferenciaes estavam as leis penais, na qual a natureza e a proporo da pena para cada crime ou infrao variavam conforme a qualidade, o estado e a condio do criminoso e da vtima. No era um relativismo completo, haviam definies jurdicas fixas, porm os privilgios variavam. Outro fator importante para se analisar a sociedade portuguesa no Antigo Regime o fato de que, dentro de uma populao em que a maioria era analfabeta, o poder e prestigio deviam saltar aos olhos. Era de suma
importncia
ostentar
sua
posio
publicamente,
pois
tinha
grande
significado poltico. A afirmao de sua posio social dava-se atravs do se
expor publicamente atravs de pequenos gestos, cerimnias, marcas fsicas e cerimoniais. Dessa maneira afirmando sua posio e permitindo tambm a fcil e rpida distino entre as diferentes classes.
Toda essa linguagem
simblica interessava a diferentes grupos sociais, j que, pequenas
variaes podiam indicar a condio social de algum. Devido a isso havia uma preocupao constante em se vigiar aqueles que no estavam se comportando concernentemente a sua posio social, acabavam ento delatando s autoridades aqueles que se comportavam dessa forma, alegando sempre que tal ao feria os bons costumes e causavam desordens pblicas. Boa parte da discusso em relao ao visual que Silvia Lara faz acompanha os diversos relatos sobre mulheres negras, o que inclui em alguns casos tambm escravas, que se vestiam de maneira luxuosa e acabavam
por
causar
revoltas.
Dentre
as
diversas
documentaes
promulgadas a fim de estabelecer limites a esses usos excessivos de
adornos, a autora destaca a pragmtica de 1749, que inclua um captulo dedicado a negros e mulatos, restringindo-os, sob penalizaes caso desobedecessem, o uso de certos tecidos e adornos. A pragmtica, j que generalizava todos os negros e mulatos, acabou por causar confuso pois abrangia negros escravos e livres, devido a isso aconteceu que em pouco tempo o capitulo foi anulado. Evidentemente, os negros, os pardos e os mulatos, livres ou forros, estavam bastante prximos da fronteira que separava a liberdade da escravido; por isso precisavam cuidar muito bem de suas roupas e adornos, para no serem identificados como cativos. Dessa forma era importante que atravs de trajes e gestos conseguissem diferenciar-se uns dos outros a fim de exprimir sua posio social. A presena numerosa de escravos introduziu novas formas de distino social, assim como acentuou tambm as desigualdades. A sociedade do antigo regime nas colnias portuguesas, sobretudo no Brasil, estava constantemente preocupada em demonstrar publicamente a sua posio social, no s isso, estava atenta tambm a exposio pblica dos outros cidados, o que por vezes causou indignao quando o outro no se vestia dentro dos padres sua posio hierrquica. Os negros, e
principalmente as mulheres negras foram os principias alvos de tais
retaliaes, o que fez com que o simples fato de serem negros se sobreporse por vezes a sua condio de livres, necessitando que os mesmos reafirmassem constantemente sua condio.