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Lisboa, 1 de Fevereiro de 2017

No momento em que na Assembleia da Repblica se discute a


eutansia, preocupa-nos que a lei possa vir a deixar de proteger
os cidados, em especial os membros mais fragilizados da
sociedade.

Compreendemos que quem defende a eutansia movido por uma


inteno de cuidado, alvio, compaixo. Mas este um daqueles
casos em que o mal pode ser feito sem que isso seja inteno de
ningum. O perigo da morte a pedido est no seu prprio conceito:
com a eutansia o Estado declara que h vidas que no contam.

Aniquilar aquele que sofre afirmar que ele j no tem valor.


Quando se julga o valor de uma vida, essa vida desvalorizada.
Mesmo que um doente terminal esteja disposto a encarar a sua vida
como indigna de ser vivida, no podemos simplesmente aceitar
como definitivo esse desnimo. A nossa responsabilidade afirmar
que, mesmo nos momentos de maior sofrimento, essa vida
sempre preciosa. Ao invs, matar por compaixo matar a
compaixo.
Achamos por isso estranho que comunidade poltica possa declarar
que aqueles que a elegem sero mais bem servidos pondo fim s
suas vidas. No se pode dizer s pessoas que elas tm um valor
inesgotvel trabalhando incansavelmente pelo seu bem e depois
dizer-lhes que afinal no valiam assim tanto.

No se elimina o sofrimento com a morte; com a morte elimina-


se a pessoa que sofre. A liberdade no pode incluir a eliminao
da vida em que reside. No podemos encarar a destruio da nossa
liberdade como um exerccio da mesma liberdade.

E porque nos importa tudo isto? Porque se o Estado admitir a


legalizao da eutansia, afirma que vivemos num pas em que
a dignidade das pessoas se mede pela sua aptido fsica,
capacidade ou utilidade. E ns gostvamos de viver numa
sociedade em que isso no tudo.

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