RESPONSABILIDADE SOCIAL NA ATUALIDADE
Adriana de Jesus Reis
E
mbora não seja um tema novo no meio
empresarial, a responsabilidade social
nunca fora tão discutida dentro das
organizações. Tal discussão gira em torno do
atual contexto político-social que tem feito da
responsabilidade social empresarial uma
vantagem competitiva.
Existem várias definições conceituais do
termo Responsabilidade Social Empresarial
(RSE). Um dos mais abrangentes define como
sendo o compromisso da organização com a
sociedade, expresso por meio de atitudes que
a afetem positivamente, onde a organização
assume obrigações de caráter moral, além das
estabelecidas em leis, que possam contribuir
com o desenvolvimento sustentável da
sociedade. Isso significa
que a Responsabilidade
Social Empresarial é o
empenho permanente da
organização em adotar
conduta ética com todas as
partes envolvidas
(stakeholders),
desenvolvendo ações
sustentáveis que possam
verdadeiramente contribuir
com o bem-estar e da organização e garantindo
qualidade de vida da comunidade.
Na prática, a Responsabilidade Social
Empresarial deve começar no ambiente interno
da empresa. Iniciativas como investir educação
dos funcionários e de seus filhos, cursos
profissionalizantes, ginástica laboral,
ergonomia e segurança no trabalho são
exemplos de ações que podem parecer
simples, mas que são fundamentais para o
bem-estar dos colaboradores. Para o público
externo, as organizações podem adotar
princípios ambientalistas, como uso de
materiais recicláveis, conservação do meio-
ambiente,
promoção da diversidade no local de trabalho,
não discriminação dos gêneros, respeito aos
direitos dos cidadãos, apoio à cultura,
educação, esporte e saúde junto
comunidade. É importante, no entanto, que
estas ações reflitam os valores da organização
alinhados a sua missão, visão, políticas e
estratégias.
Alana Morais Ribeiro
Fransuily Chagas Barbosa
Hissami Ogawa Fiquene Bonfim
Isabele Lopes de Sousa
Gerisval Alves Pessoa (Orientador)
Diante da diversidade de ações que
podem ser adotadas, muitas empresas
cometem o equívoco de confundir
responsabilidade social com filantropia. É
importante distinguir a essência de cada
termo, pois seus objetivos são divergentes.
Enquanto a filantropia possui caráter
assistencialista, individual, tendo como
características o fomento da caridade,
contribuição imediatista e de curto prazo; a
responsabilidade social tem enfoque na ação
coletiva, fomento da cidadania, decisão
conjunta e gerenciamento das demandas,
devendo ser implantada de forma sistemática
por exigir planejamento, tempo,
monitoramento e freqüente avaliações.
Nas últimas décadas o
consumidor tem exigido muito
mais que preço acessível e
qualidade do produto, passando
a dar importância às ações
transparente e socialmente
responsáveis. Sob essa
perspectiva, a responsabilidade
social passa a ser uma
estratégia de diferenciação do
mercado fortalecendo a imagem
bons retornos. Visto as lacunas
deixadas pelo Estado por não conseguir suprir
as necessidades da sociedade em sua
plenitude, as empresas buscam amenizar tais
deficiências tendo em contrapartida o
reconhecimento por sua contribuição.
Outro aspecto bastante debatido sobre a
responsabilidade social é a questão do
marketing social. Ao invés de investir em
programas contínuos que tragam verdadeiras
melhorias para a sociedade, algumas
organizações fazem ações isoladas de efeito
não durador, porém extremamente divulgados
em revistas, jornais e outros meios de
comunicação. A empresa ganha, uma vez que
no momento da doação obtém alto nível de
promoção da sua imagem, mas, em
à contrapartida, a sociedade perde com ações
individuais e esporádicas. Mesmo considerando
que algumas empresas só tomam iniciativas de
investir em ações sociais para conquistar
novos consumidores, visando melhoria de sua
imagem, ainda assim não deixa de ser um
fator positivo para a sociedade. No entanto, é
imprescindível que a ética ande de mãos dadas
na atuação socialmente da empresa,
principalmente quando o marketing é utilizado
como ferramenta de divulgação das ações.
Responsabilidade Social Empresarial não é
simplesmente a realização de atividades
beneficentes, mas, sobretudo o compromisso
da organização com a sociedade e a
comunidade em que está inserida. Portanto, o
contexto responsabilidade social deve pautar o
princípio do desenvolvimento e qualidade das
relações humanas, em particular empresa e
sociedade.