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C ONFERÊNCIA

´Os Direitos de Autor e o Licenciamento dos Recursos


Educacionais na Sociedade em Redeµ

Nuno Miguel Oliveira


21-06-2010
21-6-2010

INDÍCE

c
1.c Agenda 2

2.c Contextualização 3

3.c A Sociedade em Rede e o Copyright ² Uma Realidade 7


ou uma Utopia?
4.c Os Direitos de Autor em Portugal e no Mundo. 11

5.c Do Copyright às Licenças Creative Commons. 16

6.c Os Recursos Educacionais Abertos e a Problemática da 22


Atribuição de Licenças.
7.c Conclusões. 25

8.c Bibliografia 27

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AGENDA

A agenda da Conferência ´Os Direitos de Autor e o Licenciamento dos


Recursos Educacionais na Sociedade em Rede é a seguinte:

1.c Contextualização
2.c A Sociedade em Rede e o Copyright ² Uma Realidade ou uma
Utopia?
3.c Os Direitos de Autor em Portugal e no Mundo;
4.c Do Copyright às Licenças Creative Commons;
5.c Os Recursos Educacionais Abertos e a Problemática da Atribuição
de Licenças;
6.c Conclusões;
 c Espaço para Debate;c

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CONTEXTUALIZAÇÃO

Partindo do conceito de ´Sociedade em Redeµ, de Manuel Castells, e


conjugando este com a aprendizagem efetuada na Unidade Curricular de
Comunicação Educacional, ao nível do Second Life e do Sloodle, decidiu -
se organizar uma Conferência, bem como todo um conjunto de
documentos de suporte à mesma, os quais irão servir de base à criação de
um Recurso Educacional Aberto, que visa abordar a problemática dos
direitos de autor e do licenciamento dos recursos educacionais abertos.
Já tive oportunidade de analisar as questões relacionadas com o
licenciamento dos recursos educacionais abertos, pretendendo -se agora
fazer uma análise aprofundada e entrosada com outras Unidades
Curriculares do Mestrado em Pedagogia do Elearning.
Assim, importa pois definir aquilo que se entende por um Open
Educational Resource (OER) ou por um Recurso Educacional Aberto
(REA).
Refira-se que se enquadram-se no âmbito dos Recursos Educacionais
Abertos os planos de aula, os questionários, as sínteses, as fichas de
leitura, as simulações, os módulos de conteúdos, entre outros objetos de
aprendizagem
Todavia estes só assumem o caráter de REA quando são disponibilizados
de forma gratuita, permitindo:

- Adaptação;

- Utilização;

- Partilha;

O conceito de Open Educational Resources (OER) foi introduzido pela


primeira vez em 2002, pela UNESCO, no Forum on the Impact of Open
Courseware for Higher Education in Developing Countries.

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A utilização dos Recursos Educacionais Abertos concede a possibilidade


aos atuais sistemas educativos de enfrentarem dois grandes desafios, que
são impostos pela própria sociedade, isto é, os mesmos devem:

- Alcançar um maior número de destinatários;

- Aumentar os padrões de qualidade;

Repare-se que no virar do Século XX para o Século XXI foram


desenvolvidas diversas análises das estruturas sociais dominantes, as
quais demonstram que as sociedades atuais têm vindo a ser cenário de
diversas transformações económicas, políticas, culturais, sociais e
tecnológicas.
A revolução tecnológica, ocorrida no final do século passado, originou
uma nova forma de relacionamento entre a Economia, o Estado e a
Sociedade.
Certamente que todos se recordam das alterações ocorridas ao nível da
geopolítica mundial, bem como aos nascimento de novas potências
emergentes, como é o caso da China e da Índia.
A evolução tecnológica, o desenvolvimento das tecnologias da informação
e da comunicação e, ainda, da globalização da sociedade conduzem -nos a
um paradigma em que o conhecimento é a fonte do poder.
Se o modelo taylorista, característico da sociedade industrial, foi sendo
progressivamente modelado e abandonado, a sociedade pós -industrial,
também designada por sociedade da informação e do conhecimento, ou
por sociedade em rede, consoante o autor, apresenta uma nova forma
social, que mais não é do que a sociedade globalizada.
Relativamente ao capitalismo, pode -se afirmar que existiu uma re-
estruturação do mesmo, caracterizada por uma gestão descentralizada,
pela ligação em rede dos agentes económicos entre si, pelo fortalecimento
do capital em relação ao trabalho, pelo declínio dos movimentos sindicais,
pela individualização e pela diversificaçã o das relações do trabalho, pela

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integração maciça das mulheres na força de trabalho remunerado, pelo


aumento da concorrência e pela destruição do Estado Providência.
A existência destas alterações, profundas ao nível económico, permitiu a
criação de novos sistemas de comunicação, bem como uma linguagem
universalmente aceite.
As redes de computadores cresceram de forma exponencial, o que
possibilitou o aparecimento de novos canais de comunicação.
Pode-se assim afirmar que as redes moldam a vida dos indivíduos, mas
ao mesmo tempo são moldadas por elas próprias, em virtude destas
interações ocorrerem fortes mudanças sociais.
Vivemos na sociedade do conhecimento, em que os sistemas tradicionais
de ensino não conseguem acompanhar a cadência das mutações
económicas e sociais.
Na atualidade, a informação muta a um ritmo vertiginoso e os média
assumem um poder fundamental, quer na sociedade no seu geral, quer
também nas áreas específicas da mesma, como é o caso da educação.
Contudo, a inclusão dos computadores nas salas de aula não é suficiente,
é necessário dar formação aos professores, formação essa que não se deve
limitar à apresentação das potencialidades das ferramentas, mas sim à
forma como as mesmas podem ser aplicadas em contextos educativos, isto
é fornecer-lhes técnicas pedagógicas.
Os REA poderão ser a solução para fazer chegar a educação a um maior
número de destinatários, possibilitando o acesso ao mundo do
conhecimento de forma igualitária.
Para tal, segundo a UNESCO, que tem vindo a acompanhar diversas
discussões sobre estas matérias (2005), é necessária a partilha gratuita
de materiais de alta qualidade, bem como a sua utilização, reutilização e
pesquisa.
Sobre este assunto a UNESCO, em 2009, publicou a obra Open
Educational Resources: Conversations in Cyberspace, a qual se encontra
disponível na Web.

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http://oerwiki.iiep-
unesco.org/index.php?title=Open_Educational_Resources:_Conv ersations
_in_Cyberspace

Considera-se que o conceito do OER, nos dias de hoje, ainda se encontra


pouco divulgado, pois, em minha opinião, a sua difusão poderá colocar em
causa os rendimentos derivados dos direitos de autor.
De igual forma, não nos podemos esquecer que a lista bibliográfica ,
recomendada por alguns docentes, em formato papel, representa um
encargo financeiro muito grande para as famílias, sendo que muitos
alunos nunca acedem a esses recursos.
Consequentemente, julgo que os REA, num prazo curt o, poderão
representar uma redução dos custos das famílias com a educação.
Sem dúvida que a Web 2.0, uma Web colaborativa, será a grande
impulsionadora dos recursos educativos abertos, mas existe a
necessidade de validar se a informação constante dos mesmo s é
fidedigna.
Contudo, a adaptação, a utilização e a partilha só são possíveis se forem
utilizadas licenças adequadas, isto é, que permitam desenvolver tais
operações de forma legal.
As licenças Copyright constituem um grande entrave ao desenvolvimento
dos Recursos Educativos Abertos.

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A SOCIEDADE EM REDE E O COPYRIGHT UMA REALIDADE OU


UMA UTOPIA?

Manuel Castells introduziu um novo conceito, isto é, o conceito de


O cc, que sintetiza os aspetos morfológicos da sociedade em
que vivemos nos dias de hoje.
De entre as principais transformações sociais, que marcam a sociedade
em rede, destaca-se o uso da internet e das tecnologias da informação e
da comunicação, as quais permitem um a maior facilidade de acesso à
informação, bem como à troca entre os diversos sujeitos (individuais ou
coletivos).
Obviamente que, para uma melhor compreensão da sociedade atual,
importa identificar, os elementos que contribuíram para esta
transformação social, destacando-se a virtualidade, a globalização e a
busca do novo capitalismo racionalista, visando um desenvolvimento
tecnológico sustentável.
A virtualidade inaugura aqui um novo tempo, porque ela revoluciona a
forma de comunicar, a ciência, quebrando barreiras pré existentes e
criando uma sociedade tecnológica.
No que concerne aos projetos de globalização existentes, os mesmos, por
vezes, apresentam -se antagónicos, na medida em que uns defendem a
subordinação do poder privado ao poder público, enquant o que outros são
favoráveis à superação histórica das formas de Estado.
No seio deste meio complexo está a ser construída a O cc, a
qual permite que os indivíduos se conectem através de uma rede,
independentemente do lugar onde se encontrem, b astando para tal ter
acesso à rede mundial de computadores.
Esta rede mundial permite a troca de informação, a partilha e a criação
de conhecimento.

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Assim, as comunidades virtuais de aprendizagem, sobre as mais diversas


temáticas, vão emergindo, nessas com unidades podem ser discutidas
questões que afetam direta ou indiretamente toda a sociedade.
Todos os indivíduos podem ser atores sociais numa sociedade global, na
medida em que contribuem para a formação da sociedade em rede,
mesmo que não tenham acesso imediato à rede mundial de
computadores.
Deverá tentar-se reduzir as desigualdades sociais e, consequentemente,
os conflitos sociais, evitando-se assim a infoexclusão.
Mesmo um indivíduo que não tenha acesso à rede mundial de
computadores é influenciado pela sociedade em rede, na medida em que
tem conhecimento das diversas notícias através dos demais meios de
comunicação, devendo perceber que é urgente integrar -se nesta nova
realidade.
Segundo Manuel Castells, o desenvolvimento da Internet, como um novo
meio de comunicação, resultou do conflito de ideias sobre a ascensão de
novos padrões de interação, tendo também sido observado por este que as
redes são montadas pelas escolhas e pelas estratégias dos atores sociais.
Evidentemente que o acesso à rede mundia l de computadores pode
contribuir para proporcionar uma maior comunicação e troca de
informações entre os indivíduos, por exemplo a partir das comunidades
virtuais, em que existe pelo menos um interesse comum ou afinidades de
grupo.
Consequentemente, exist e uma desvinculação entre a localidade, a
temporalidade e a sociabilidade.
Castells descreve a sociedade contemporânea como uma sociedade
globalizada, a qual está centrada no uso e aplicação da informação e do
conhecimento, cuja base material é alterada de uma forma rápida pela
revolução tecnológica, tendo em consideração as alterações profundas que
se têm vindo a verificar.
Neste cenário, Castells enquadra a nova estrutura social, a qual está
associada a um novo modo de desenvolvimento ² o informacionalismo.

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O modo informacional de desenvolvimento, segundo Manuel Castells, não


é mais do que a ação do conhecimento sobre os próprios conhecimentos,
como principal fonte de produtividade.
Mas o desenvolvimento da sociedade em rede só é possível com o
progresso das novas tecnologias da informação, as quais encontram -se
agrupadas em torno de redes de empresas, organizações e instituições
para formar um novo paradigma sócio -técnico, cujos aspetos centrais
representam a base material da sociedade da informação.
Castells partiu de uma definição bastante simples de rede, entendendo -
se como tal um conjunto de nós interligados, mas que pela sua
maleabilidade e flexibilidade constitui uma ferramenta de grande
utilidade para dar conta da complexidade da configuração das soc iedades
contemporâneas sobre o paradigma informacional.
Sendo as redes estruturas abertas capazes de se expandirem de forma
ilimitada, integrando novos nós, desde que partilhem os mesmos códigos
de comunicação, a informação é cada vez mais difundida na rede
mundial, esta constitui-se como um canal de proliferação de livros,
filmes, música entre outros materiais sujeitos a copyright.
A divulgação desses materiais sem respeitar os direitos de autor, na
sociedade em rede é punida, em regra, pela legislação dos diversos
Estados.
Logicamente que a rede potencializa a violação dos direitos de autor, na
medida em que é muito fácil divulgar os materiais, os n.ºs de série, entre
outros elementos para se proceder à ativação dos produtos.
Existem mesmo indivíduos qu e se dedicam a comercializar chaves de
ativação de software informático a baixo custo e outros que se dedicam a
disponibilizar software para efetuar o ccdo software existente.
Existe assim uma apropriação através da rede, com a respectiva obtenção
de benefícios, por indivíduos que não são os autores originais nem estão
autorizados por eles.

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Esta operação é ilícita, motivo pelo qual já assistimos, quer no nosso


país, quer noutros países ao encerramento de determinados servidores,
isto é de diversos nós.
Existem países que admitem pois vedar o acesso à Internet a
determinados aos indivíduos que violem as normas de direito de autor na
web.
Tal facto, segundo o meu ponto de vista, fundamenta -se apenas num
único aspeto, as chaves de encriptação ainda não são seguras.
Julgo que a proteção dos Direitos de Autor está prevista na rede contudo
os mesmos são facilmente violáveis e raramente punidos, motivo pelo
qual deixo aqui em aberto se a sua proteção não é uma verdadeira
utopia.
Não nos podemos esquecer do plág io que é uma outra realidade na Web,
apesar das ferramentas existentes no mercado para detetar o mesmo.

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OS DIREITOS DE AUTOR EM PORTUGAL E NO MUNDO

Quando refletimos sobre o Copyright, isto é, quando queremos contrapor


o discurso proibicionista da indústria cultural, que é determinantemente
contra a ética da partilha, temos que ter na nossa posse argumentos
credíveis e fundamentais para a eliminação do Copyright.

A propriedade intelectual impôs um regime de monopólio, que excluiu do


usufruto público as obras, com o fundamento de que estas apenas devem
ser possuídas pelo autor, na medida em que a criatividade resulta de um
esforço individual.

Refira-se que o termo de ´propriedade intelectualµ foi sendo arquitetado,


ao longo dos três últimos séculos, pela indústria cultural, pelos
advogados e até pelos políticos, com a pretensão de defenderem os
autores, sem que estes muitas vezes tivessem uma única palavra a dizer.

Foram estas as entidades que mais lucraram com o Copyright, uma vez
que o autor via -se obrigado a transmitir o seu trabalho a outrem.

Neste sentido, existem autores que consideram que a propriedade


intelectual é uma construção histórica e artificial que acompanhou a
ascensão do capitalismo.

No início, o Copyright era uma regulamentação para a reprodução de


material impresso, no entanto com o avanço da tecnologia de reprodução,
ao nível mundial, a legislação foi sendo alterada.

Em Portugal, à semelhança daquilo que se passa em outros países, os


direitos de autor e direitos conexos encontram-se regulados por normas
legais.

Em 2008, o Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos foi


republicado através da Lei N.º 16/2008, de 1 de Abril, a qual transpôs
para a ordem interna a Diretiva N.º 2004/48/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho.

A versão original do Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos foi


aprovada através do Decreto Lei N.º 65/85, de 14 de Março.

Contudo, face às alterações existentes nas últimas duas décadas, no que


se refere às tecnologias da informação e da comunicação, o legislador
nacional viu-se obrigado a adotar um novo documento normativo.

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Saliente-se ainda que essas alterações derivam também da


obrigatoriedade de efetuarmos a transposição de Diretivas Comun itárias.

A competência para assegurar o cumprimento da legislação sobre os


direitos de autor encontra-se atribuída ao IGAC (Inspeção Geral das
Atividades Culturais), entidade que se encontra inserida na Orgânica do
Ministério da Cultura.

De acordo com o Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, são


consideradas obras as criações intelectuais do domínio literário, científico
e artístico, exteriorizadas e protegidas por este diploma legal, incluindo-
se nessa proteção legal, os direitos dos respetivos a utores.

Os direitos de autor podem ser patrimoniais ou morais, uma vez que


quando falamos nestas temáticas não nos deveremos apenas preocupar
com as questões de natureza monetária.

Refira-se que os direitos de autor existem independentemente da obra ter


sido divulgada, publicada, utilizada ou explorada.

As criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico,


independentemente do género e formato, da forma de expressão, do
mérito, do modo de comunicação e dos objetivos compreendem (art. 2.º do
Código do Direito de Autor e Direitos Conexos):

- Livros, folhetos, revistas, jornais e outros escritos;

- Conferências, lições, alocuções e sermões;

- Obras dramáticas, dramático-musicais e a sua encenação;

- Obras coreográficas e pantomimas;

- Obras cinematográficas;

- Obras de arte;

- Desenhos ou modelos industriais;

- Obras de design;

- Pintura;

- Escultura;

- Obras de desenho, tapeçarias, cerâmica, azulejo, gravura, litografia e


arquitetura;

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- Projetos, esboços e obras plásticas respeitantes à arquitetura, ao


urbanismo e à geografia ou a outras ciências;

- Gravura;

- Fotografia.

À luz do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos, importa referir a


existência da obra coletiva e da obra compósita.

Considera-se uma obra coletiva, aquela cujo di reito de autor é atribuído a


uma entidade singular ou coletiva , que tiver organizado e dirigido a
criação da mesma e em nome de quem tiver sido divulgada ou
publicitada.

Considera-se uma obra compósita, aquela em que se incorpora, no todo


ou em parte, uma obra preexistente, com a autorização do autor
originário, mas sem a sua colaboração.

Deve ser referido que aos programas de computador, com caráter


criativo, é atribuída uma proteção análoga à que é conferida às obras
literárias.

A proteção atribuída a um programa de computador incide sobre a sua


expressão ou sobre qualquer outra forma.

Importa referir que as bases de dados, que de igual forma constituam


criações originais, são protegidas pelos direitos de autor.

Saliente-se que a proteção, em termos de direitos de autor, atribuída a


estas bases de dados não é extensível às aplicações informáticas
utilizadas na sua construção ou acesso por meio eletrónico.

Em conformidade com o disposto do art. 9.º do Código do Direito de Autor


e Direitos Conexos, o ´direito de autorµ abrange direitos de natureza
patrimonial e direitos de natureza pessoal (direitos morais).

Quando falamos nestas temáticas, tal como foi referido anteriormente,


não nos podemos considerar apenas as questões de natureza monetária,
devemos prestar atenção também às questões de natureza pessoal.

Salvo disposição legal em sentido contrário, o direito de autor caduca,


inclusivamente para os programas de computador, setenta anos após a
morte do criador, independentemente da obra só ter sido divulgada
postumamente.

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Findo esse prazo as obras caiem no domínio público , ficarão também


neste domínio as obras que não tenham sido licitamente publicadas ou
divulgadas no prazo de setenta anos a contar da sua criação.

No entanto, o titular originário, bem como os seus sucessores ou


transmissários, podem:

- Autorizar a utilização da obra por terceiro;

- Transmitir ou onerar, no todo ou em parte, o conteúdo patrimonial do


direito de autor sobre essa obra.

No entanto, este regime de autorização, tal como é referido no artigo 41.º


do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos, pode limitar -se a uma
das seguintes autorizações:

- Divulgação;

- Utilização;

- Exploração que não implique a transmissão do direito de autor que


recai sobre ela;

O pedido de autorização deve sempre ser formalizado por escrito e


concedido por esta via, devendo constar nessa autorização escrita,
obrigatória e especificamente, a forma autorizada de divulgação,
publicação e utilização, bem como as resp etivas condições de tempo,
lugar e preço.

O Código do Direito de Autor e Direitos Conexos determina ainda no seu


artigo 59.º, que não são admitidas modificações da obra sem o
consentimento do seu autor.

Tratando-se de coletâneas destinadas ao ensino, e uma vez solicitado por


carta registada com aviso de receção o consentimento do autor, este, no
prazo de um mês a contar do prazo do registo, tem de se pronunciar sobre
as modificações propostas.

Cabe aos sucessores de um autor decidir sobre a utilização das o bras


deste ainda não divulgadas, nem publicadas.

Caso os sucessores não utilizem a obra dentro num prazo de vinte cinco
anos a contar da morte do autor, em regra, não podem opor -se à sua
publicitação.

Já no que se refere à gestão dos direitos de autor e de acordo com o art.


72.º do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos , esta pode ser

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exercida pelo seu titular ou por intermédio de um representante, desde


que devidamente habilitado.

Verifica-se assim que, no contexto do quadro legal dos direitos de autor


vigente em Portugal, o Copyright (©) limita o desenvolvimento dos
Recursos Educativos Abertos.

Com normas tão restritivas torna-se ilegal a adaptação, utilização e


partilha de materiais registados sobre a licença de Copyright.

Ainda neste âmbito, a vi olação dos direitos de autor, além da


responsabilidade civil daí emergente, é suscetível de originar um
procedimento criminal.

Ao nível internacional, importa referir que existem países em que os


direitos de autor não se encontram protegidos, consequenteme nte não se
pode falar em cópia ilegal.

Nos países em que existem normas que regulamentam os direitos de


autor surgem algumas discrepâncias, nomeadamente no que se refere ao
n.º de anos para um bem cair no domínio público.

Ao nível da União Europeia, não n os podemos esquecer que as Diretivas


Comunitárias, que têm vindo a ser emanadas, cuja transposição é
obrigatória para o direito interno dos estados membros, têm tentado
uniformizar estas matérias.

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DO COPYRIGHT ÀS LICENÇAS CREATIVE COMMONS

No dia 13 de Novembro de 2006, a Agência para a Sociedade do


Conhecimento (UMIC), em parceria com a Faculdade de Ciências
Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa
(FCEE) e com a Inteli ² Inteligência em Inovação, depois de um período
de seis meses de trabalho com a iCommons, lançou as Licenças Creative
Commons em Portugal.

Não podemos ignorar que a adoção destas licenças, muitas vezes, fica
pendente por questões legais associadas a assuntos de natureza cultural
e social.

Este tipo de licenças, à semelhança daquilo que se passa ao nível


internacional, permite a partilha do conhecimento e das obras pelos
respetivo autores, de uma forma:

- Simples;

- Eficaz;

- Flexível;

Foi disponibilizado um conjunto de licenças tipo que garante, por um


lado a proteção e, por outro a liberdade, preservando alguns dos direitos
de autor, assim pode-se afirmar que as Licenças Creative Commons
situam-se entre dois domínios opostos.

As licenças Creative Commons encontram-se entre o Copyright e o


domínio público.

Estas licenças reservam alguns direitos sobre uma obra , sem torná-la
absolutamente livre.

Enquanto no Copyright podemos falar apenas numa licença, as licenças


Creative Commons neste momento são seis, existindo ainda outras duas
licenças em desenvolvimento.

Refira-se que cada uma das licenças Creative Commons permite diversos
tipos de liberdades.

Cabe ao próprio autor da obra efetuar a escolha da licença que melhor se


adequa ao recurso educativo produzido , não sendo para tal necessário
possuir quaisquer conhecimentos de natureza jurídica.

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-   : indica por quem o recurso foi produzido sendo que,
quando este for utilizado deve ser dado crédito ao autor.

Esta atribuição é dada ao recurso muitas vezes em tamanho de letra


inferior à utilizada no corpo do texto.

    
indica que o recurso em causa não tem uma natureza
comercial.

   
indica que o recurso em causa pode ser revisto,
utilizado, misturado, no entanto o resultado obtido deve ser partilhado
com a mesma licença.

  : indica que não são permitidas obras derivadas.

     

 !

Esta licença permite que os outros possam:

- Distribuir os recursos;

- Efetuar o remix dos recursos;

- Adaptar os recursos;

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- Construir novos recursos sobre um recurso existente;

- Usar os recursos para fins comerciais.

Todavia terá de ser dado crédito ao autor da obra, considerando-se que


esta licença é aquela que permite uma maior abertura a terceiros, pois
na prática pode-se fazer quase tudo a partir da obra.

 !

Esta licença permite que os outros possam:

- Efetuar o remix do recursos;

- Adaptar os recursos;

- Construir novos recursos sobre um recurso existente;

- Usar os recursos para fins comerciais.

À semelhança da licença anterior terá de ser dado crédito ao autor da


obra, acrescendo ainda que todas as novas obras, isto é as obras
derivadas, terão de ser licenciadas com a atribuição BY -SA.

 !

Esta licença permite que os outros possam:

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- Distribuir os recursos;

- Usar os recursos para fins comerciais.

Nesta licença, à semelhança das anteriores, terá de ser dado crédito ao


autor da obra, acrescendo ainda que nas licenças BY -ND não é permitida
a existência de obras derivadas.

  !

Esta licença permite que os outros possam:

- Efetuar o remix do recursos;

- Adaptar os recursos;

- Construir novos recursos, sobre um recurso existente, de natureza não


comercial;

Nesta licença e à semelhança das anteriores terá de ser dado crédito ao


autor da obra.

  !

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Esta licença permite que os outros possam:

- Efetuar o remix dos recursos;

- Adaptar os recursos;

- Construir novos recursos de natureza não comercial;

- Redistribuir o recurso com uma licença BY-NC-SA.

À semelhança das licenças anteriores terá de ser dado crédito ao autor da


obra, acrescendo ainda que todas as novas obras derivadas terão de ser
licenciadas com a atribuição BY-NC-SA.

  !

Esta licença é a mais restritiva, de todas as referidas anteriormente,


uma vez que não permite a utilização do recurso para fins comerciais,
nem a criação de obras derivadas.

Tal facto não impede que seja dado crédito ao autor da obra.

"# 

Existem ainda duas outras combinações de cláusulas Creative Coomons ,


em desenvolvimento, as quais apenas irão ser referidas, mas não
exploradas.

Trata-se da Licença CC0 e da Licença CC+.

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 $ # %

Destaca-se que ao nível internacional, em alguns países, já é utilizada a


versão 3.0 enquanto que em Portugal a tradução vigente é a 2.5.

Embora já não caia no âmbito da s Licenças Creative Commons, a Licença


GNU de Documentação Livre é uma licença para os documentos e textos
divulgados pela Free Software Foundation.

Esta licença é inspirada na GNU General Public License, sendo gerida


pela mesma entidade e a mesma destina-se ao software.

A GFDL permite que os textos, apresentações e conteúdos constantes das


páginas da internet sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo -se no
entanto alguns dos direitos de autor.

A licença GFDL não permite que o texto seja transformado em


propriedade de outro autor.

Estas licenças têm o seu enquadramento legal nos Estados Unidos,


permitindo, após o licenciamento de um documento, que os utilizadores
possam copiá-lo integralmente e distribuir as respetivas cópias.

Esta licença, além de permitir a exibição pública do documento, autoriza


quem o distribui ou o partilha a receber compensações monetárias.

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OS RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS E A PROBLEMATICA


DA ATRIBUIÇÃO DE LICENÇAS

A escolha da licença adequada é uma questão que levanta mu itas


dúvidas aos autores de Recursos Educacionais Abertos.

Na escolha da licença para um dado REA devem -se considerar os fins que
pretendem dar ao mesmo.

Um dos problemas que se levanta com frequência é a possibilidade de


existir uma incompatibilidade entre as licenças ou mesmo a utilização
inadequada destas.

Devemos começar por ter atenção ao tipo de licença que se pretende


utilizar (fins não comerciais, obras não derivadas, Share Alike) e
verificar se existe alguma incompatibilidade entre essas e os recursos
que estamos a utilizar como suporte.

Caso existam dúvidas parece-nos que esses materiais de suporte deverão


ser abandonados existindo sempre a opção de contactar o proprietário do
recurso educativo aberto.

As licenças podem ser incompatíveis entre si, cabendo-nos a nós anular


essas incompatibilidades.

A título de exemplo um R ecurso Educacional Aberto licenciado com a


atribuição CC-BY-SA, depois de adaptado e compilado não pode ser
licenciado com a atribuição CC-BY-ND.

Impõe-se que o licenciamento da obra derivada seja feito da mesma


forma que a primeira.

Por vezes existem mesmo incompatibilidades entre as diversas licenças


das diversas organizações, embora muitas vezes os propósitos a que se
propõem sejam exatamente os mesmos.

Salienta-se ainda que existe a possibilidade de um determinado trabalho


derivado ter duas licenças, nomeadamente quando este tem duas secções
bem delimitadas, assim uma parte do recurso pode ser licenciado com
uma licença GDFL e a outra parte com uma Licença Creative Commons.

Uma das grandes novidades é que estão a ser desenvolvidos esforços para
que as licenças das diversas organizações se tornem compatíveis entre si,
nomeadamente:

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- Creative Commons;

- Wikimedia Foundation;

- Free Software Foundation;

A escolha da licença é uma mera opção do autor que procedeu à criação


do Recurso Educacional Aberto, sendo este passo determinante para o
futuro do mesmo.

Existe um vasto leque de licenças, mas a nossa escolha deve sempre ter
em consideração:

- Os destinatários do REA;

- A intenção de partilha do REA;

- A abertura do autor ao melhoramento do recurso por terceiros;

- A intenção de receber contributos colaborativos para melhorar o


recurso;

- Os interesses de natureza comercial subjacentes ao mesmo;

- A intenção de permitir a criação de obras derivadas;

A análise dos considerandos apresentados e a sua resposta conduz-nos à


escolha da licença que consideramos adequada.

Para obter o código html da sua licença , aceda ao seguinte sítio:

http://creativecommons.org/choose/

Tal como já foi referido, a utilização de OER licenciados na construção de


novos Recursos Educacionais Abertos deve estar dependente de uma
autorização do respetivo autor, quando a licença assim o imponha.

Importa destacar outras irregularidades, passíveis de procedimento


judicial:

- Fazer uso comercial da utilização de um REA, cuja licença inclua uma


cláusula não comercial;

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- A partir de um REA que contém uma cláusula de obra não derivada


seja criada uma obra derivada;

O autor, ao aperceber-se de uma apropriação ou de um a utilização


indevida da licença, certamente não irá processar de imediato, solicita-
lhe que corrija a(s) anomalia(s) verificada(s).

Caso não proceda em conformidade, o autor, dentro do quadro legal do


seu país, tem a legitimidade para o processar.

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CONCLUSÕES

Depois de ter analisado as diversas licenças, considero que aquela que


melhor se adequa aos pressupostos subjacentes a um Recurso
Educacional Aberto é a licença com a atribuição CC-BY-NC-SA.

Este tipo de licença permite a adaptação, utilização e a partilha de forma


gratuita de um REA, através de uma licença com as mesmas atribuições
devendo ser reconhecido crédito ao autor.

Acresce referir, que a licença CC-BY-NC-SA permite uma grande


abertura concedendo a possibilidade de se criarem obras derivadas.

As obras derivadas são importantes na construção de recursos educativos


abertos, na medida em que recebem os inputs de cada educador.

Não menos importante, será de referir que esta licença não permite o uso
comercial do recurso educacional.

Atendendo ao conceito de sociedade em rede apresentado por Manuel


Castells na sua obra, podemos afirmar que a rede, que nos liga à aldeia
global, tem um papel fundamental ao nível da educação, permitindo que
os Recursos Educacionais Abertos fiquem acessíveis à Sociedade no seu
todo de forma rápida e prática.

Mais ainda, o controlo do Copyright, independentemente das técnicas


utilizadas, torna-se muito complicado neste tipo de sociedade.

E dado que estamos a utilizar o Second Life permitam -me a seguinte


consideração, isto é, não existe ambiente na Web em que os direitos de
autor sejam tão respeitados como neste universo.

Reparem em cada objeto, que têm no vosso inve ntário, e verifiquem nas
propriedades desse objeto, se não consta a identificação do criador e o
dono do objeto nesse momento.

O criador do objeto mantém-se inalterável ao longo da sua existência,


dado que no Second Life o plágio não existe, enquanto que o dono do
objeto vai-se alterando, consoante o mesmo esteja na posse dos diversos
avatares.

Mesmo nos notecards, como em qualquer objeto, o criador pode inib ir a


cópia, a modificação, a venda e a revenda.

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Termino com uma pequena questão que espero sirva para todos
refletirem um pouco.

´No Second Life se se aplicassem as Licenças Creative Commons que


licenças seriam atribuídas?µ

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BIBLIOGRAFIA

Castells, Manuel. (2007). A Era da Informação: Economia, Sociedade e


Cultura. 3.ª Ed., Fundaçao Calouste Gulbenkian, Lisboa.

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Levy, Pierre. (2000).  . 1.ª Ed. Institut Piaget. Lisboa.

Wiley, David ed. (2008). OER Handbook for Educators 1.0. Disponível em
http://wikieducator.org/OER_Handbook/educator_version_one ,
consultado em Junho de 2010.

Wiley, David [2007]. On the sustainability of open educational resource


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Centre for Educational Research and Innovation (CERI) for the project
on Open Educational Resources. Disponível em
http://www.oecd.org/dataoecd/33/9/38645447.pdf , consultado em Abril de
2010.

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