Sunteți pe pagina 1din 12
Pras soo, poles pies sree humans ‘A Teoria da Interseccionalidade nos estudos de género e sexualidades: condigdes de producao de “novaspossibilidades” ‘no projeto de uma psicologia feminista critica CConcelgo Noguelra Universidade do Porto, Portugal Introdugdo: uma psicolopa feminist eta. Desde os primérdio, a pscologla rapidamenteestabeleceu o seu territrio como ode uma ciéncla objetiva, quatitativa,empricae livre de valores. Face a este panarama écompreensvelimaginar como a uta por uma psicologia feminist, aimentada no solo tantas vezs contradt6rlo, mas sempre desaiante, do campo tebtco-atsta feminist, eiscordante dos pressupostos da psicologia tradicional, péde sr fell de conceber @ ddesenvolver. Foram necessriaslutas das pledogasfeminitas'quer pela su visilidade quer pela transformacdo no selo da prépra elénca (No- ela, 2012; Saavedra & Nogueira, 2008) Enquanto no Inicio dos'anos 70, as pscblogasfoministas questo- rnavam essencaimente 0 envisamento androcdntrlce do conhecimento pseolégleo, © qual acreitavam refet um modelo masculin de realds- e (Amincio, 2001; Crawford & Marecek, 1985), nos anos subsequentes, cantribulam com abordagensinovadoras no desenvolvimento de tori, de medidas e de abordagens em diferentes dreas(Noguelre, 2012) Con- tudo, este dominio ndo est lento de conftos ideoldglcos, dsacordos Internosedivergncias S30 eas (2) escola da designacdo de pslcologla feminista versus psicologla de mulheres; (2) 0 assumir do essencialismo versus construclonismo sociale (c) assumiro género versus dversidade 7 nt pt atm mio ao Geet a ops, ©2010 AT deine os ete de eee eds na opressio das mulheres (Noguelr, 2001, Por isso, a Pscolgla fem nist fol tendo eiferentesposiionamentosteérico epstemolégcas rela ‘vos 20 sexo/género, que se refletiram em dforents posicionamentos © ‘teoras nas diferentes vagas co feminismo (Noguera, 2012)" [Raquela que é por muitos consideradaaterceira vaga do feminismo (ean, 2009), 2 atual, a maloria dos trabalhos da nova geracdo de psi blogasfos feminstas so em temas como corpo, sexaldades, estuéos ‘wansgéneroe itersoxe. Muitos destestrabalhos dervam de teoris no “tragcionalmente” familiares 2 Psicologia social ango-saxdniea e euro- pela, como &exemplo o trabalho de Michel Foucault (Stewart & Dato, 2006) mas que, em contrapartida, fol fundamental para 2 Teoria Queer * e consequentemente para os Feminismos Queer (Oliveira & Nogueira, 2008, 20088). Segundo Lgla Amancio (2998), pera dbs longa exitanci do concsit de gnar, acre soci tm {io efculade om consi wn modelo de sri tele © contents das relies entre os sevos que cartesponda a uma verdaeia descent ‘Be epremogis do sualmsttocado 90 sex Holo. (. 2) Na minha perspectva,s6 uma pscologia feminists construcionista soca rica que aspira &promogéo de uma discptina aberta 3 mudanga, Fea ir deters ne ‘eum pooner cuca ncn earn) ona Nd ‘ncaa 1+ Moca nto ete vtahe sane ds amp «tins ei ou des {eer ota mgr wai emo aoe acalnet ue 8 ‘Soest ptn stan oso tae fet ees ‘tha ue dan at nee can rn uno elane ‘Seach pons ee ur goyer scahsoun {Gotan wri co are eet one ees Nena eat {bhvcret tegon, ee, 2088 {re ura evo otun iem e eeer ur crste eek ‘Stroxtey cue pens sesso pectoris an, ‘ht orn oon rua toa ens en ro (ihn: pon ar snares pon, 006 204 pote 8 Sh, {on Osta eromatre ute a) fede a ogee een 200 ns Pras sc pole pete dt hora ‘que valrize promova a igualdade ea justiga socal entre grupos ein alos e que sea atva na nsstnca para o bemestar quer de homens ‘quer de mulheres de todos 0s gupes, © pode conseguir. Deste modo, 2 psicologia feminsta ao advogar causas stua como ativsmo centfica (Hankvaky eta, 2020), € possvel levar a cabo uma pesquisa “no neutra® que represen- te uma espécie de principio fundador das perspectivas construconstas ce discursivas, uma especie de relativismo “sem vergonha de ser politico’, através do qual as feministas porsam fazer das transformagdessociais a5 preocupacbes exlctas 6o seu trabalho (Noguera, 20013). Para isso seré necesséro reinventar um novo vocabultio de valores, tc (DeFrenel- 0 & Palczewsk, 2007; Ibshez & Iiguez, 1997; Neves & Noguera, 2004, 200, 2005; Prilleltensky & Nelson, 2002) com o qual se possam fazer intervengées plticas sem as quals 95/05 feminists feardo tedrcae po- Thicamente praisadasperante as desgualdades a inustiqa @opressf. Defend que para oestabelecimento de um posigo de princiio ‘ue represente um novo vocabulirio de valores, & necesério por um lado, uma artcuagdo entre as Ideas pés-estruturlsas e pés-moder nistas especialmente construcinistas socials na psicologla e um proje +o poco emancipatério, que envolva constuir uma posicle, negolat uma coligardo ou assumircategorias, mesmo que de forms proviséra, Pode-se afrmar que apesar da exsténcia de conflitosIntenos, e de de bates continuos a psicologi feminsta continua a crescere a mostrar ‘rutifera no levantar de problemas e solugBes alternativas construtvas ‘assim como abordagens inovadoras. Por isso cancordo com Leslie Me- ‘all (2008), quando diz que a teorla da interseccionaidade "s the most Important theoretical contribution that women’s studles, in conjunction with related fields, has made so for" (p. 1771) ‘Ateoria da intersecionaidade © conhecimento popular usa as metiforas de guerra dos sex0s, © ‘sexo opost para enfatzarobinarsmo da categoria social exo/género 6 hhédosseros-homens e mulheres, «eles 530 oposts, S6hé dls géneros, ng age (2059, A Ted tein or edo de aoe, {eminino e masculino, es homens sfo masculinos eas mulheres femini- nase quanto mais se é de um ine, menos sede outro. € completamente assoclada a este binarsmo sexo/género encontra-s aheteronormatvida- de. Todes se presumem serem heterosseruas: se alguém vila este pres suposto comesam as dividas sobre o seu género, se se vielam regras de ieénero comegam as dévidas quanto 8 orientaco sexual. Mas género ‘fo ¢ um componente Isolado da identidade pessoal. A Identade¢ In terseclonal, Como se fas" o género (Noguera, 2008) ests completamen- teassociado 8 rapa’, & classe 3 erentardo seual capacidade Fisica, 3 ‘acionaldade, ao estatuto migratéio, rlgio e a tantosingredientes Identitérios que constrowm quem as pessoas s8o (Cole, 2009; Diamond 4 Butterworth, 2008; Dottolo & Stewart, 2008; Gil, 2009; Ludvig, 2006; Mahaingam & Leu, 2005). Seré que ainda & postive falar 56, e apenas, de género? Serd que ¢ ainda lito, quando se fla de género, no refer, sempre, outraspertencasidenitéias? AA oposiio binéra, homem versus mulher debiou de ser 0 Unico ponte de interesse partidos anos 80 (Stewart & MeDermot, 2008) ea pesquisa volta-se da dcotomia de género para reconsideragdo das de Fengas e das desigualdades entre as préprias mulheres. Esta abordagem Sesignada por abordagem da “dversidade” (Ludvig, 2006) ou perspectva ‘tradicional de intersecclonaldade (Samuels & Ross Sherif, 2008) evitava or Isso a essencaiario e surgiu depos da abordagem da igualdage e a abordagem da diferenca jd que ambas se focalzavam na dualidage de iénero: a igualdade gngindo tratamento igual e direits iguals enquanto a abordagem da derenca ejeltava a ordem social mascuina dominante exila direitos especals para as mulheres (Mann & Huffman, 005) r- damando polticas de identidade [A teora da interseccionlidade tem sido a respostatedrica que tem surpido nos dltmos anos dentro dos feminismos como resposta 3 estas eran defor ano dts mesh per perma pa pobre tar tere somata ame seas in sino ev cole wane = eit oq S08 {08 beinduen tba um gece hates epee nets ton ev ess oS ie att Ser ¢ cot poe peace dota harant quostbes da dversidade dentro do grupo das mulheres (e também de hhomens dependendo da perspectva mals eu menos abrangente que se tena da intersecconaldade), Leslie MeCall (2005) uma das principals tedreas da Itersecciona~ lidade refere que a Introduclo da teoria da interseccionalidade, ol vital para ascléncias socials em geal js que ants do seu desenvolvimento havia pouca pesquisa que colocase a questdo espectca das experlén- clas das pessoas que esto sujeltas a miltipls formas de subordinago dentro da socedade. sta conribulgdote6ricatornow-se na abordagem ‘ultscptinar mais importante da teorizaglofeminista e ant-aclta no ‘que diz respeito a questSes de Identdade © de opressdo (Nash, 2008; Shiels, 2008). Pretende examinar como as vias eateporas (social e calturalmente construldas) Interagem a maltipls nivels para se mani- festarem em termos de desigualdade soca. Acedita-se que os mode- los csticos de compreensio das fenémenos de opressio dentro da sociedade, como oF male comuns baseados no Sexo/eénero, na “ra/ etnicidade,na classe, na relgio, na nacionalidede, na orientaio sexual ‘ou na deficléncia (as designadas categoria master) no agem deforma Independente uns dos noutros; pelo contrétio,esss formas de opressio Inter relacionam-se criando um sistema de opressio que refiete a inter- nego de miltipls formas de dscriminagdo(Azzarito & Solomon, 2005; Browne & Misra, 2003; DeFrancico & Paleewsk, 2007; Mccall, 2005; Nash, 2008; Staunaes, 2005). Contudo para melhor sé compreender a teoria da interseccionaliée- de etentar responder a estas questbes, Implea comear por tragar uma breve histéela ‘As cticas das mulheres negras a essencalsmo do feminism con- vencional permit intalar a erficae enfatzar que as feministas que pre- tendem falar por todas as mulheres nfo tomar em atencio a classe, @ raga’, a orentardo sexual etc. (Collins, 1980; Hooks, 1984; Mahalingam, Balan, & Hartatos, 2008) 0 feminismo negro criticou assim a agenda do feminism liberal da énoca(protagoniaad por exemplo por Betty Fiee- man) porno se sentirem representadas. A agenda politica e certs lutas do feminiemo da ép0ca excliam por completo as experiéncias das mur Theres negras. 21 ogc, (2019, Aart trematodes ‘Alnterseccionalidade tem, assim, uma longs hstéria mas fol popu: larizada pelo trabalho de Crenshaw (1989, 1991) e & hoje reconhecida, ‘como um paradigma de pesquisa (Hancock, 2007] ue tem por base uma série de importantes premissas relacionadas com a simulaneldade das ltiplas categorias de pertencaa vrios nels (ankivsky e al, 2020), Kimberlé Crenshaw (1989, 1981), uma advogada e académica da rea do direito foi a primeira 2 usar © termo iterseccionalidade nos anos 80 (Berger & Guidroz, 2009; Bowleg, 2008; Brone & Misra, 2002; Cole, 2003; Purdie-Vaughns & Eibach, 2008; Samuels & Ross-Sherif, 2008; Stewart & MeDermat, 2004; Talo, 2008; Valentine, 2007; War: ner, 2008). Como elarefera, a experiénclainterseeconal é maior do que 4 soma do racisme e sexsmo e qualquer anise que nfo tome o inter- seccionalidade em conta no consegue de forme correta ter em cOn sieracdo as formas particulars de subordinagio de muitas mulheres, partcularmente as mulheres negras, que eram 0 alvo das suas preo: ‘upages, Enfatiza por iso a *multcimenslonalidade” das experiéncias vividas dos sujeitos merginaiados, referindo que quem acrelita que a dentdade existe em camadas removivese separadas acaba em gene- ralizagbes abusivas, Ateorla da interseccionalidade 6 também explicada pela académ- ca feminist critica da “raga” Adrien Wing, como sendo a nogo de que 2 Kdentidade é mulsplicativa © no aditva (DeFrancisea & Palezews4, 2007). Em ver de se perceber a identidade como aciimulo de perten. {25 “mulhervbrancatheterossenual”& necossério enalisar a identidade como send conceptualizada do tipo "mulher x branca xheterassexua", ‘or exemplo, Todas a facetas da identidade so partes integrals inter -Telacionadas de um todo complex, sinergética e infundido que torna tudo completamente diferente uando as partes so lgnaradas, esque cas ou ndo nomeadas. A metafora dos ingredientes parece ser con- siderada dil para expicar a intersecclonalidade, O resultado final de uma receitacontem todos os ingredientes mas nenhum é reconhecivel nas suas formas separadas. Os ingredentesfcam de tl forma fundidos ‘que no podem ser separadas outra vez. Uma abordagem interseccio- nal permite fugr @ generalizago abusiva do determina biolegico, do essenciaismo (a pressuposigSo de que todos os membros de um de rss sco peas pease deter humans terminada categorla so iguals porque possuem uma Unica qualidade fer comum) assim como aos esterestipos (DeFrancisco & Palezewsky, 2007) | teora da inteseccionalidade que agora surge como sendo dos ‘runfos mals importantes no feminismo conternpordneo (McCall, 2008) parece poder permitrexpandir a pensamento acerca do género e dos fe ‘minizmos ao reafimar a natureza “multiples interseccionat” e o m- pacto do contexto,chamando a atenclo para o entrecruzar de opressbes € priviégios (Bowieg, 2008; Brone & Misa, 2003; Cole, 2009; Stewart & ‘MeDermot, 2004; Tylor, 2008; Warner, 2008), Ha quem considere que a sua apiablidade & cada ver malor nfo 6 porque permite a teorzaczo sobre grupos com opressBes miltiplas & ‘simuiténeas ou mesmo para todas as pessoas (homens e mulheres, priv legiados ou oprimidos em diferentes dimensties)naprtica, fazendo parte Integrante de uma teoria d identidade (Staunees, 005) ‘Uma anise intersecelonal rsiste & essencalizacio de todas as categoras (tratando todos os membros de um dalco grupo social como ‘o mesmo e zupondo que compartham as mesmas experiéncias esté atenta 8s espectcidades da data, do local, das histériase das localiz- Bes. Como refere Yuval Davis (2006) “as divsbes sodils s4o constr das pela iterigagSo em condlgBes histéicasespectias (p. 200) No pretende apenas Somar categorias umas as outras(Bowleg, 2008). Pelo contro, aspra a compreender 0 que &criadoe experienciado na in ‘terseegd de dols ou mas eos de opressao, numa ligica de "matrz de ‘opressio” (Collins, 1990), que reconhece anatureza multidimensional e Felacional das localiagBies socials e dos lugares das experéncis vividas, das forgas socials e dos sbtemas de dzcriminagdoe subordinagfo que s¢ Por estas ranbes, uma andlceintrsectional captura diferentes ni- ‘eis de diferenca, revelando, por exemplo, como formas de dscriminacéo « opresso Interseclonas eriam oportunidades, beneticis sorials e ma- terlals para aqueles/as que gozam de estatutos normatvos ou do mare ralzados,sendo o exemplo tpi 0 de homens brancos,heterosseuals (ou de classe alta (Stenbugher, Press, & Dias, 2006). ops, (202). Tera ds nanetorliede ns sos degree seus [A recusa da essencaliaglo, a interrelacSo entce opressio © pri- vlégio ¢ 0 context so elementos fundamentals pora se compreender 2 teorla da interseccionaldade. € necessério estar atenta eteorzar pi- vilégios & opresses, no como estatutos fixos mas sim como estatutos Auidos e dindmico, permedvels 8 mudanca quer nas opressbes quer nos privlégios quer nos contestos.Deve-e também stender as fraturas que peesistom entre as mulheres (Browne & Misra, 2003; Samuels & Rose- Sherif, 2008), nopbes opressivas de feminlidade e de essencializagio que s80 intermalizadas e relcadas por aque que se idntiieam como mulheres. Mulheres oprimem mulheres, alguns grupos de mulheres cravizaramm mulheres algumas mulheres foram e $80 empregadas de im- peza de outros grupos de mulheres e outras mulheres tomaram conta Je criangas de outras mulheres. Reclamar uma experéncia coletiva volt do ser mulher hoje cada vez mals fell epouco aeitvel do pontode vista terico (Samuels & Ross-Sherf, 2008). & geralmenteassumido que as tedricase ivesigadores que Se jun- tam na pesquisa interseccional ou polticas interseccionas estdo com- rometigos com a justia sociale procuram mudangas slgnficativas nat relacbes de poder (Harkisky et al, 2010), “Os models interseccionals assumem uma conexio entre a opressio ea resistincia, entre ganharco- ‘nhecimento dos sstemas opressivos e comprometer-se com 9 atvizmo socal para os desafar’ (Weber & Prra-Medina, 2003, p. 18). Penso que a teoria da Intersecclonalidade constitlrs © préximo esafio para quom, na psicoogia retenda continuar a estudar as ques ‘hes de sexo /género/feministas, que nunca poderdo a partir de agora eixar de ser pensadas em interseclonaidade. O desafo& imenso, srin- jSpalmente em termos de pesquisa, se pensarmos na multolicidade de problemas que se clacam quando se pretende ter varias configuagées Identitérias em ago, Como "capar" a complenidade da intersecconaldade? Como refere MacCall (2005) apesar da emergénda da intrsecciona- dade como um dos maiores paradigmas na teorzaggo feminist (eant- -racista) tem havide pouca discuss sobre como estuder a interseciona- Idade, isto 6, sobre metodologla, rites polar pre Sets hamons Para se expandiras andlises de modo a inculr maltiplas dimensbes da vida sociale categoria de andlise,Impliea aumentar 2 complexidade assoclada& pesquisa De forma a alargar essa possbldades Leslie Me- Callno seu texto The Complexity of Intersectonalty publiado na Signs cin 2005, apresenta uma perspectiva metodol6gica Inclusive assumin- do e propondo a existénca de trés abordagens, que sendo diferentes {6 duas delas até opostas), em conjunto, poder contribu para uma ‘melhor compreensio da complexidae da interseccionalidade, A sua In- tengBo €delinear um leque de abordagens metodolégicas para oestudo das relagbes socials miliplas e complexas, tentando discutir 0 compro- isso entre 2s liferentes abordagens. Essas tr perspecivas so defiidas primariamente pela manelra ‘como usam categoria anaitias para explorar a complexidade da vida Socal. A autora Interessam-the também as pressuposicbesflloséicas epistamolégicassubjacentes 8 adocdo de cada uma das abordogens, considerando que € possvel produzir conhecimento diferente, mas ‘sempre tl consoante 2 abordagem sdotad, As tds abordagens s8o apresentadas num continuo e podem de- signar-se como sendo a aberdagem ant-eategoral,aIntra-categorial e a lnter-categorial ‘A abordagem ant-categoral ests baseada na total desconstrugto ce deserenga das diisdes categorials.Nasceu das crticas pés-modernas € pés-estruturalistas por urp lado, assim como das teorlzagdes ant sradstas eticas dos anos 80. A desconstrugSo das grandes categorias “master” como 0 sto 0 sexo/género, a rapa’, a orlentacio sexual, a classe, @ compreendida como parte Integrante da desconstrugdo da propria desigualdade. ito, que a violEncia simbélic eas desigual- dades materials so enraizadas em relagbes que slo defnidas pela pertenca a essas categorias, 0 projeto de desconstrurso das assunges ota, 205) st tarot eu atti) pe as ogi 03).A hs ds banter eds dene sales, rormatvas categorials contribu para a possibidade de uma mudanga social, Qualquer pesquisa que se basela na categorizarao leva demar ‘agfo; esta condur exclusdo e por consequéncla & desigualdade. 0 potencal para experiéncas de subordinacdo e de poder, miliplas © confltuantes;Implica um terreno mais complexo de andlize,cuja as- sunglo das categorias-torna Inconsistente, Nesta perspectiva, as cate- {orl socials s80 uma construgdo da histriae da linguagem que sto arbitririas e que pouco contribuem para a compreenséo das formas nas epelasqueis as pessoas experienclam asocledade,além dss, esta _abordagem refere que, como as desigualdades estBoenralzadas nas re- lagbes que sto defnidas pela “raga, pela classe, pela sexualidade, pelo {nero a Unica maneira de eliminar 2 opressdo na sociedade seria rminar a5 categorias usadas para selecionar as pessoas em clferentes grupos. Nesta abordagem, os métodos mals usados sdo as blografias, histérias de vida, naratvas de um Unico sujelto ou estudo de-caso, io estas as abordagens protétipo, que permitem conhecer as experién- clas.de vide concretas de sujltos em contestos. Assim, pode-se deer {que a.abordagem-anti-categorialreleta em absolut a categorizacto € qualquer andise-ou metodologla que as assuma, erica a defnicdo de frontelras categoriaise o significado a elas associadoe centra-se na desconstrucio das dvsbes categorials. ‘A abordagem IntraSee he me a a tn amas pe Fw Seven sacl ters oenaansen 9 sae ac 240 reo soa poe pblease dts hanes histéricae culturas dstintas e mantém-se de certa manelra de forma auténoma (Yuwval-Davls, 2006). Bowles (2008), assim como Risman (2008) argumentam para a utizagdo de uma estratéga conjunta; isto 6 afo pesquisador/a reconhece as distintas categoras master 20 mes- ‘mo tempo que considera os efeitos emergentes que ocorrem quando lessas categorias se intersectam. A categoria master pode, em muitas Ciecunstincias representar uma multtude de experincias. Goff, Tho- ‘mas e Jackson (2008) mostraram como a categoria “Black’ reflete maio- ritarlamente as representagBes acerca das homens negros @ nao das ‘mulheres negras. fundamental trataraidentdade como um process stuado den- tro dos contextos soca estruturas. Representa asumirque ter uma vi +o construclonsta socal facta 0 processo de pesquisa nesta perspec- tiva do intersectionalidade, Mals do que ser uma colegio de tragos de personalidade ou de experincias individuals aidentdade éInformada/ ‘moldada/construida por estuturasinstucionals, polices e societal Por isso t8o importante compreender como as Identidades estuda- das se relacionam com os sistemas estruturals que as mantém (Collins, 1990, 1998; Stewart & MeDermott, 2004), Numa perepectva construcinistasciala “rage” ogénera.ea clas- se por exemplo, no so categorasestticas ou estivls; pelo contréro, So construgdes que se vio trarando de diferentes manelras nas inte- ragbes sociis (Valentine, 2907). Perceber a identidade como um “alvo fem mudanca, constantemente mutivel esendo negoclada através das experiéncas pessoas (Diamond & Butterworth, 2008) implica um cui- dado a forma de orientar a pesquisa em multasfaseseprincipalménte «quando se pretende fazer andlise de resutados ou interpretagdes de estudos de caso ou naratvas. Pot fim, é importante referr as decises relativas 20s tipos de me: todologlas a utilizar: essencialmente qualtativas ou quantitativas. Nem todas as metodologas se adequam de forma equivalent aos objetivos {ue se enuncaram relatvamente & teora da intersecclonalidade. Al- suns pesquisadores argumentam que os métodos quaitatvos em geral tendem a ser melhores para avaliar a interseccionalidade que os méto- 2a Noguera 03.8 ered nanan ns et dee renal, {os quantitativos, j que permitem aceder as complexidades da experl- €ncia matpla (Bowley 2008; Stewart & McDermott, 2004), Conclusto ‘Ano sr que tenharmesconsclénla de que nose pode evar tomar oso, tomamos peg vem datmoe conta (Spl, 1968) No contexto conceptual ede pesquisa metodolicaconstruionsta citicainterseccional na pscologia questionam-se os facts apresentados pela discplia como dados adqulrdos e evdentes, arsumindo-os como DeFrancsc,V &Palezews, CH. (2007). Communicating gender cversiy, ‘Aertiea proach. London: Sage Puan. Denia, NK. (199). ypmbal interactions. In JA. Sith R. Harré lL Van {angeahove (Eds), Rethinking #5)cheogy(pp- 43°58. London: Sa Diamond, LM, & Butterwerth, M. (2008). Questioning gender and sewal deny: Dynami link overtime. Sex Roles 59156), 365-376. Dottolo, A & Stewart, AJ (2008). "Dont Ever Forget Now, You're 2 Black Man in America: Intersections of rae, ass and gender in encounters With the police Sex Roles, $9156), 350-354 Gil, R 2005). Beyond the Sewalizaton of Culture’ Thess: An intrsectional “analysis of ‘Sopacks Midis! and “Hot Lesbians’ in Advertsing, Sexual ties, 12, 137-161, inthe labor as ‘Noguera ¢ 203)-AThr ds ener eos ener een Goff PA. Thomas, ML A, & Jackson, MC (2008) Ain’ | 2 Woman"; To- \wards an incersecionl apprach to person perception and group based harms Sex Roles, 8915), 392-403, Hancock, A-M. (2007). Intersetonalitya¢ 4 normative and empirical para igm. Polis and gender, 3,248:253. ankivky 0. 8 Christoffers, A, (2008). neersectinality andthe determinants ‘of health: a Canadian perspective. Cita Puble Heoth, 13), 271283 Hanivsy-0. Red, Corie R, Varco, C, Clark, N, Benet, Ce al (2010) Exploring the promises of intersectonalty for advancing women’s health research. mernational Jounal for Equi Heat, 5,5. Hoos 8.1988) Feminist bean om mar cente. etn: auth End Ise: & nique, (E65) (1997). Ctica Sociol Pychology. Landon: SAGE. Ludvig, A (2006). Differences between women? Inteeecing voces na fe male narrative, European Journal af Women’ Studies, 133), 245-258 Mehalingam, R, Balan, Sy & Haritatos, (2008) rgenderingmmlrant psy chology: Aa intersctonaty perspective. Sex Roles, §9(56), 226-336. ‘Mahalingr, Rc Le, (2005). Cultre essentials immigration and repre- ‘sentation’ of gender. Theary Psychology 15(6), 839-860. ‘Mann, 5. & Huffman, D. (2005). The decentering of second wave fem sm and the rise of the third wave. Science & Society, 63), $691 [Mecal, (2005). The complexity ofitersecionalty Signs: Joumalof Women ‘in Cture and Society 2013, 1771-1800. Nash, C2008) e-thinkng intrsectionaly. Feminist review, 89, 1-15, Neves, 5, & Nogueira, C. (2004). Metedologls feministas na Plclega Social ‘etc: a eidnca 99 seriga da mudang sci, Exoequa 1, 123-138 Neves, & Noguera, (2004). Traps feminists, interven plclégca «vilénciasnaintmidade: uma letura feminist cia, Pychologc, 36 1532, Neves, 5. & Nogueira. (2005). Metodolgis feminists: a reflenvdade 20 servi da investigaio nas Ciéclas Sodas. coogi: Reflexda e Crt, 19(3), 408-412 Noguera, C. (200%) Um nove ahar sobre as relogdes socials de gene, Us boa: FundsgSo Caouste Gulbenkian, Nogueira . (20016). Construcionsm soil, dscurso e género. Poli, 15(1), 43:65. Noguelr, C (200%e). Continues do consrucionisma socal @ ume nova Pricologa do género.Cademos de Pesquis, 112, 137-154, 246 ris sc pol bee ret humane Noguera, €, (20084). Feminisma e decurso do género na Piolgla Socal Piclopi & Sociedade, 13(), 107-128 Noguera, C. (200). Ter ou fazer 0 género. 0 clama das opgbes metodold- eae na Piclaga Social. In N. Guaeeschi (Ed), Estratepias de invencdo, tf presente-o Psicologia Socal no contempordneo (pp. 249-284). Porto ‘Alegre: EDIPUCRS, Nogueira, . (2011). Intersecionaliade: uma Itrodugo. In S. Neves (E4), ‘Géneroe Clncias Soca pp, 67-78), Casto da Maia: EdebesSMAL Nogueira, €. (2012). Ognara na psicologia social as teovas feminists: dos “aminosentreruzadoe. In A, M, J8c6 ila & F.. Portugal (Orgs, Clo- “payeht: enero, pscolopia, str (pp. 43-67), Porto: Nb Nogucr, & Si, | (2001. Ciadana.Construrdo de noves pétcas em contextoeducatvo. Porto: ElgBes ASA ‘Olivera. M.& Noguera, . (Ed). (2008). Fazer ogénero:peformatidade fe perspetivas queer Exequo, 2. (lv 1. M & Noguera, C. (2009). Um lugar feminsta queer e 0 prazer

S-ar putea să vă placă și