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Capítulo 2

FUNÇÕES DE VÁRIAS
VARIÁVEIS

2.1 Introdução
Como no Cálculo de uma variável, neste capítulo estudaremos uma das noções cen-
trais da Matemática, o conceito de função. Uma função de várias variáveis reais é
uma regra que descreve como uma quantidade é determinada por outras quantida-
des, de maneira única. Através das funções de várias variáveis poderemos modelar
uma grande quantidade de fenômenos dos mais diversos ramos da Ciência.

Definição 2.1. Seja A ⊂ Rn , n = 2 ou n = 3. Uma função f definida no subconjunto A


com valores em R é uma regra que associa a cada u ∈ A um único número real f (u).

u é chamada variável independente da função e a notação é:

f : A ⊂ Rn −→ R.

Se n = 3, denotamos a variável independente por u = (x, y, z) e a função por:

w = f (x, y, z).

Se n = 2, denotamos a variável independente por u = (x, y) e a função por:

z = f (x, y).

Exemplo 2.1.

[1] O número de indivíduos Q de uma certa colônia de fungos depende essenci-


almente da quantidade N de nutrientes (gr), da quantidade H de água (cm3 ), da
temperatura T (0 C) e da presença de uma certa proteina L (ml). Experimentalmente

47
48 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

foi obtida a seguinte tabela:


N H T L Q
10 1 10 0.1 15
20 3.5 14 0.4 20
30 5.6 16 0.8 22
22 8 21 0.1 21
25 5.1 12 0.8 15
10 1.4 30 1.6 12
50 7.3 35 0.9 17

Q possivelmente não tem uma formulação matemática explícita, mas é uma função
bem definida: Q = Q(N, H, T, L)
[2] O volume V de um cilindro é função do raio r de sua base e de sua altura h:
V (r, h) = π r 2 h.
Logo, um cilindro de altura h = 10 cm e raio r = 2 cm tem volume: V (2, 10) =
40 π cm3 , aproximadamente, 125.663 cm3
[3] Um tanque para estocagem de oxigênio líquido num hospital deve ter a forma
de um cilindro circular reto de raio r e de altura l m (m =metros), com um hemis-
fério em cada extremidade. O volume do tanque é descrito em função da altura l e
do raio r.

r
l

Figura 2.1: O tanque do exemplo [3].

4 π r3
O volume do cilindro é π l r 2 m3 e o dos dois hemisférios é 3 m3 ; logo, o volume
total é:  3 
4r
V (l, r) = π 2
+ l r m3 .
3
28 π
Por exemplo, se a altura for 8 m e o raio r = 1 m, o volume é V (8, 1) = 3 m3 .
[4] O índice de massa corporal humano (IMC) é expresso por:
P
IM C(P, A) = ,
A2
onde P é o peso em quilos e A a altura em m. O IMC indica se uma pessoa está
acima ou abaixo do peso ideal, segundo a seguinte tabela da OMS (Organização
Mundial da Saude):
Condição IM C
Abaixo do peso < 18.5
Peso normal 18.5 ≤ IM C ≤ 25
Acima do peso 25 ≤ IM C ≤ 30
Obeso > 30
2.1. INTRODUÇÃO 49

Por exemplo, uma pessoa que mede 1.65 m e pesa 98 quilos, tem IM C(98, 1.65) =
35.9; logo segundo a tabela está obeso. Agora uma pessoa que mede 1.80 m e pesa
75 kg, tem
IM C(98, 1.65) = 23.1;
logo, segundo a tabela tem peso normal.
[5] Da lei gravitacional universal de Newton segue que dada uma partícula de
massa m0 na origem de um sistema de coordenadas x y z, o módulo da força F
exercida sobre outra partícula de massa m situada no ponto (x, y, z) é dado por
uma função de 5 variáveis independentes:

Figura 2.2: Exemplo [5].

g m0 m
F (m0 , m, x, y, z) = ,
x2 + y 2 + z 2
onde g é a constante de gravitação universal.
[6] A lei de um gás ideal confinado (lei de Gay - Lussac) é P V = k T , onde P é
a pressão em N/u3 (N =Newton, u=unidades de medida), V é o volume em u3 , T
é a temperatura em graus e k > 0 uma constante que depende do gás. Podemos
expressar o volume do gás em função da pressão e da temperatura; a pressão do
gás em função do volume e da temperatura ou a temperatura do gás em função da
pressão e do volume:
kT kT PV
V (P, T ) = , P (V, T ) = e T (P, V ) = .
P V k
[7] Quando um poluente é emitido por uma chaminé de h metros de altura, a con-
centração do poluente, a x quilômetros da origem da emissão e a y metros do chão
pode ser aproximada por:
a
P (x, y) = 2 eh(x,y) + ek(x,y) ,

x
b 2 b 2
onde h(x, y) = − 2 y − h e k(x, y) = − 2 y + h .
x x
O poluente P é medido em µg/m (µg=microgramas), onde a e b são constantes que
dependem das condições atmosféricas e da taxa de emissão do poluente. Sejam
50 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

a = 200 e b = −0.002. Por exemplo, para uma chaminé de 10 m, a contaminação a


1 km de distância e a uma altura de 2 m é P (1000, 2) = 0.004 µg/m.
[8] Lei do fluxo laminar de Poiseuille: Fluxo sanguíneo através de um vaso, como
artérias ou veias. Como as quantidades envolvidas são pequenas, podemos consi-
derar que vasos tem formato cilíndrico não elástico.

Figura 2.3: Fluxo laminar de Poiseuille.

Denotemos por R o raio e l o comprimento, medidos em cm. Devido a fricção nas


paredes do vaso, a velocidade v do sangue é maior ao longo do eixo central do vaso
e decresce se a distância d (cm) do eixo à parede cresce e é zero na parede. v é uma
função de quatro variáveis:

P (R2 − d2 )
v(P, R, l, d) = ,
4lη
onde η é a viscocidade do sangue e P a diferença entre a pressão da entrada e a da
saída do sangue no vaso, medida em dina/cm2 . Experimentalmente, para o sangue
humano numa veia: η = 0.0027. Por exemplo, se l = 1.675, R = 0.0075, P = 4 × 103
e d = 0.004, tem-se:

v(4 × 103 , 1.675, 0.004)) = 8.89994 cm/seg.

[9] Médicos dos desportos desenvolveram empiricamente a seguinte fórmula para


calcular a área da superfície de uma pessoa em função de seu peso e sua altura:

S(P, A) = 0.0072 P 0.425 A0.725 ,

onde P é o peso em quilogramas, A é a altura em cm e S é medido em m2 . Uma


pessoa que pesa 50 quilos e mede 160 cm deve ter uma área da superfície corporal:
S(50, 160) = 1.5044 m2 .
[10] Um circuito elétrico simples é constituído de 4 resistores como na figura:

R1 R2 R3

R4

Figura 2.4: Circuito elétrico.


2.2. DOMÍNIO E IMAGEM 51

A intensidade da corrente I neste circuito é função das resistências Ri (i = 1, 2, 3, 4)


e da tensão da fonte E; logo:

E
I(R1 , R2 , R3 , R4 , E) = .
R1 + R 2 + R 3 + R 4
[11] A produção P ( valor monetário dos bens produzido no ano) de uma fábrica
é determinada pela quantidade de trabalho (expressa em operários/horas traba-
lhadas no ano) e pelo capital investido (dinheiro, compra de maquinarias, matéria
prima, etc.). A função que modela a produção é chamada de Cobb-Douglas e é
dada por:
P (L, K) = A K α L1−α ,
onde L é a quantidade de trabalho, K é o capital investido, A e α são constan-
tes positivas (0 < α < 1). Por exemplo, se o capital investido é de R$ 600.000 e
são empregados 1000 operários/hora, a produção é dada pela seguinte função de
Cobb-Douglas:
3 1
P (L, K) = 1.01 L 4 K 4 ;
então, P (1000, 600.000) = 4998.72. A função de produção de Cobb-Douglas tem
a seguinte propriedade para todo n ∈ N, P (n L, n K) = A n K α L1−α , isto é, para
acréscimos iguais na quantidade de trabalho e de capital investido obtemos o mesmo
acréscimo na produção.

2.2 Domínio e Imagem


De forma análoga ao Cálculo de uma variável, os conjuntos Domínio e Imagem de
uma função são relevantes para o estudo das funções de várias variáveis.

Definição 2.2. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função.

1. O conjunto de todas as variáveis independentes u ∈ Rn tais que f (u) existe é cha-


mado domínio de f e é denotado por Dom(f ).

2. O conjunto dos z ∈ R tais que f (u) = z e u ∈ Dom(f ) é chamado imagem de f e é


denotado por Im(f ).

Na prática o domínio de uma função é determinado pelo contexto do problema.

Exemplo 2.2.

[1] O volume V de um cilindro é função do raio r de sua base e de sua altura h.


Logo,
V (r, h) = π r 2 h.
Como o raio e a altura de um cilindro devem ser positivos, temos que:

Dom(f ) = {(r, h) ∈ R2 / r > 0, h > 0} = (0, +∞) × (0, +∞)

e Im(f ) = (0, +∞). No caso de não estar considerando a função como volume,
teríamos que Dom(f ) = Im(f ) = R2 .
52 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS
p
[2] Seja z = f (x, y) = 1 − x2 − y 2 . Note que f é definida se, e somente se:

1 − x2 − y 2 ≥ 0,

ou seja x2 + y 2 ≤ 1; logo:

Dom(f ) = {(x, y) ∈ R2 /x2 + y 2 ≤ 1}.

p
Por outro lado 0 ≤ z = 1 − x2 − y 2 ≤ 1; logo, Im(f ) = [0, 1].

Figura 2.5: Exemplo [2].

x
[3] Seja z = f (x, y) = . Note que f é definida se o denominador x − y 6= 0;
x−y
então, x 6= y e,

Dom(f ) = {(x, y) ∈ R2 /x 6= y} = R2 − {(x, x)/x ∈ R}.

Figura 2.6: Exemplo [3].

[4] Seja z = f (x, y) = arcsen(x + y). Note que arcsen(u) é definido se −1 ≤ u ≤ 1;


logo, −1 ≤ x + y ≤ 1 o que acontece, se, e somente se, y ≤ 1 − x e −1 − x ≤ y; então:

Dom(f ) = {(x, y) ∈ R2 / − 1 − x ≤ y ≤ 1 − x}.


2.2. DOMÍNIO E IMAGEM 53

Figura 2.7: Exemplo [4].

[5] z = f (x, y) = ln(y − x). Note que a função logarítmica ln(u) é definida se u > 0;
logo, y − x > 0 e f é definida em todo o semi-plano definido por {(x, y) ∈ R2 /y >
x}.

Figura 2.8: Exemplo [5].


y
[6] z = f (x, y) = p . Note que o quociente é definido se x2 + y 2 − 1 > 0;
x2 + y 2 − 1
logo, a função é definida em todo o plano menos a região determinada por x2 +y 2 ≤
1.

Figura 2.9: Exemplo [6].


p
[7] w = f (x, y, z) = y x2 + y 2 + z 2 − 1. Note que a raiz quadrada está definida
se, e somente se:
x2 + y 2 + z 2 − 1 ≥ 0;
54 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

logo, a função é definida em todo R3 menos a região determinada por x2 +y 2 +z 2 <


1. De outro modo, todo o espaço menos os vetores de R3 de norma menor que 1.

[8] Da mesma forma que no caso de uma variável, as funções polinomiais de grau
n, de várias variáveis tem Dom(f ) = Rn e a Im(f ) depende do grau do polinômio.
Por exemplo. Se f (x, y, z) = x5 +y 3 −3 x y z 2 −x2 +x2 y z +z 5 −1, então, Im(f ) = R.
Se g(x, y) = x2 + y 2 − 2 x y, então Im(f ) = [0, +∞).

2.3 Gráfico de Funções de Várias Variáveis

Definição 2.3. Seja f : A ⊂ Rn −→ R uma função. O gráfico de f é o seguinte subcon-


junto de Rn+1 :

G(f ) = {(x, f (x)) ∈ Rn+1 /x ∈ Dom(f )} ⊂ Rn × R

Se n = 2 e x = (x, y); então:

G(f ) = {(x, y, f (x, y))/(x, y) ∈ Dom(f )}.

G(f ) é, em geral, uma superfície em R3 . Por exemplo, o gráfico da função :

(
1 se x, y ∈ Q
f (x, y) =
0 se x, y ∈
/ Q,

não é uma superfície.

Se n = 3, x = (x, y, z) e G(f ) é uma "hipersuperfície"em R4 . Para n = 2, a projeção


do gráfico de f sobre o plano xy é exatamente Dom(f ).

Figura 2.10: Esboço do gráfico de uma função , ponto a ponto.


2.3. GRÁFICO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 55

Figura 2.11: Gráfico de uma função.

2.3.1 Conjuntos de nível


Definição 2.4. O conjunto de nível de f com valor c ∈ R é definido por:

{x ∈ Dom(f )/f (x) = c}

Em particular:
Se n = 2, o conjunto de nível c é dito curva de nível c de f :

Cc = {(x, y) ∈ Dom(f )/f (x, y) = c}

Se n = 3, o conjunto de nível c é dito superfície de nível c de f :

Sc = {(x, y, z) ∈ Dom(f )/f (x, y, z) = c}

As curvas de nível são obtidas pelas projeções no plano xy, das curvas obtidas pela
interseção do plano z = c com a superfície G(f ). No caso n = 3, G(f ) ⊂ R4 ;
portanto, somente poderemos exibir esboços de suas seções.

-1

-2
-2 -1 0 1 2

Figura 2.12: Curvas de nível e o gráfico, respectivamente.


56 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Se z = T (x, y) é a temperatura em cada ponto de uma região do plano, as curvas


de nível correspondem a pontos de igual temperatura. Neste caso, as curvas são
chamadas isotermas.

Figura 2.13: Curvas Isotermais.

Se z = P (x, y) é o potencial elétrico em cada ponto (x, y) de uma região do plano,


as curvas de nível correspondem a pontos de igual potencial elétrico. Neste caso,
as curvas são chamadas equipotenciais.

0 x

-2

-4

-4 -2 0 2 4

Figura 2.14: Curvas Equipotenciais.

Outra aplicação é o esboço de gráficos de função de duas variáveis:

A construção do esboço do G(f ) é feita assim:

Uma vez dado o valor da "altura"z = c obtemos uma curva plana; elevando cada
curva, sem esticá-la ou incliná-la obtemos o contorno aparente de G(f ); auxiliado
pelas seções (como no caso das quádricas), podemos esboçar G(f ) de forma bas-
tante fiel.

Note que curvas de nível muito espaçadas, significa que o gráfico cresce lenta-
mente; duas curvas de nível muito próximas significa que o gráfico cresce abrupta-
mente.
2.3. GRÁFICO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 57

0.5

-0.5

-1
-1 -0.5 0 0.5 1

Figura 2.15:

Figura 2.16:

Exemplo 2.3.
[1] Se T (x, y) = x + y 2 − 1 representa a temperatura em cada ponto de uma região
do plano, as curvas de nível ou isotermas são T (x, y) = c, isto é:

x + y 2 − 1 = c, c ∈ R.

Temos uma família de parábolas:

c x + y2 − 1 = c
0 x + y2 = 1
1 x + y2 = 2
-1 x + y2 = 0
2 x + y2 = 3
-2 x + y 2 = −1
58 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

-1

-2
-2 -1 0 1 2

Figura 2.17: Esboco das curvas de nível de T = T (x, y).

[2] Esboce o gráfico de z = f (x, y) = x2 − y 2 . Note que Dom(f ) = R2 .


Interseções de G(f ) com os eixos coordenados: somente a origem.
Simetrias: a equação:
z = x2 − y 2
não se altera se substituimos x e y por −x e −y; logo, tem simetria em relação aos
planos yz e xz.
Curvas de nível:
Fazendo z = c, temos: x2 − y 2 = c. Se c < 0, temos x2 − y 2 = c, que são hipérboles
que intersectam o eixo dos y; Se c = 0, temos y = ±x, que são duas retas passando
pela origem; Se c > 0, temos x2 − y 2 = c, que são hipérboles que intersectam o eixo
dos x.
Traços:
No plano xy: um par de retas que se intersectam na origem.
No plano yz: a parábola: y 2 + z = 0.
No plano xz: a parábola: x2 − z = 0. Logo z = f (x, y) = x2 − y 2 é um parabolóide
hiperbólico.

-1

-2

-2 -1 0 1 2

Figura 2.18: Curvas de nível e gráfico, respectivamente.


2.3. GRÁFICO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 59

[3] Esboce o gráfico de z = f (x, y) = x + y 2 . Note que Dom(f ) = R2 .

Interseções de G(f ) com os eixos coordenados: somente a origem.

Simetrias: a equação:
z = x + y2

não se altera se substituimos y por −y; logo, tem simetria em relação ao plano xz.

Curvas de nível:

Fazendo z = c, temos y 2 = c − x, que é uma família de parábolas com foco no eixo


dos y, para todo c ∈ R.

Traços:

No plano yz é a parábola: y 2 − z = 0. No plano xz é a reta: x − z = 0. Logo z =


f (x, y) = x + y 2 é um cilindro parabólico.

-1

-2
-2 -1 0 1 2

Figura 2.19: Curvas de nível e gráfico, respectivamente.

[4] Esboce o gráfico de z = f (x, y) = ln(x2 + y 2 ). Note que Dom(f ) = R2 − {(0, 0)}.

Interseções com os eixos coordenados: (0, ±1, 0), (±1, 0, 0).

Simetrias: a equação:
z = ln(x2 + y 2 )

não se altera se substituimos x e y por −x e −y; logo, tem simetria em relação aos
planos yz e xz.

Curvas de nível.

Fazendo z = c, temos: x2 + y 2 = ec , para todo c ∈ R. As curvas de nível são círculos


centrados na origem de raios ec/2 ; se c → −∞, o raio tende para zero e se c → +∞,
o raio cresce. A superfície tem o aspecto de um funil.
60 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

-1

-2
-2 -1 0 1 2

Figura 2.20: Curvas de nível e gráfico, respectivamente.

[5] Esboce o gráfico de z = f (x, y) = sen(x).

Note que Dom(f ) = R2 . Como na equação falta a variável y, o gráfico de f é um


cilindro de diretriz z = sen(x) no plano xz e geratriz paralela ao eixo dos y.

-1

-2
-2 -1 0 1 2

Figura 2.21: Curvas de nível e gráfico, respectivamente.

[6] Esboce as superfícies de nível do gráfico de w = f (x, y, z) = x − y + z + 2. Note


que Dom(f ) = R3 .

Superfícies de nível:

Fazendo w = c, temos: x − y + z = c − 2, que representa uma família de planos


paralelos de normal (1, −1, 1), para qualquer c.
2.3. GRÁFICO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 61

Figura 2.22: Superfícies de nível.

[7] Esboce as superfícies de nível do gráfico de w = f (x, y, z) = z − x2 − y 2 .

Note que Dom(f ) = R3 .

Superfícies de nível:

Fazendo w = c, temos: z = x2 + y 2 + c, que para cada c é a equação de um parabo-


lóide circular com eixo no eixo dos z.

Figura 2.23: Superfícies de nível.

[8] Esboce as superfícies de nível do gráfico de w = f (x, y, z) = x2 − y 2 + z 2 .

Superfícies de nível: Fazendo w = c temos: x2 − y 2 + z 2 = c. Se c < 0, é um


hiperbolóide de duas folhas: x2 − y 2 + z 2 = c.
62 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Figura 2.24: Hiperbolóide de duas folhas.

Se c = 0, é um cone circular: x2 − y 2 + z 2 = 0.

Figura 2.25: Cone circular.

Se c > 0, é um hiperbolóide de uma folha: x2 − y 2 + z 2 = c; etc.

Figura 2.26: Hiperbolóide de uma folha.

Em alguns casos é mais conveniente esboçar as curvas nível do que o gráfico da


função.
2.3. GRÁFICO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS 63

[9] Considere a função de Cobb-Douglas:


3 1
P (L, K) = 1.01 L 4 K 4 .
As curvas de nível de P para diversas produções são esboçadas, indicando as pos-
sibilidades de L e K para cada produção.
200

150

100

50

0
0 50 100 150 200

Figura 2.27: Curvas de nível da função de Cobb-Douglas.

[10] Sabemos que o índice de massa corporal é dado por:


P
IM C(P, A) = .
A2
As curvas de nível de ICM indicam as possibilidades de:
10 ≤ P ≤ 200 e 0.5 ≤ A ≤ 2.5.

2.5

1.5

0.5
25 50 75 100 125 150 175 200

Figura 2.28: Curvas de nível da função da massa corporal.

De forma análoga ao caso de uma variável, nem toda superfície em R3 é o gráfico


de uma função de duas variáveis. A condição necessária e suficiente para que uma
superfície em R3 seja o gráfico de uma função z = f (x, y) é que toda reta paralela
ao eixo dos z intersecte a superfície em um único ponto. A esfera x2 + y 2 + z 2 = 1
não pode ser gráfico de uma função de duas variáveis, mas os hemisférios da esfera
são gráficos das funções:
p p
z = f1 (x, y) = 1 − x2 − y 2 e z = f2 (x, y) = − 1 − x2 − y 2 .
64 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Em geral, toda equação de tres variáveis que represente uma superfície é uma su-
perfície de nível de alguma função de tres variáveis. As superfícies quádricas são
superfícies de algum nível de funções de três variáveis.

Exemplo 2.4.

[1] Seja x2 + y 2 + z 2 = 1; então: x2 + y 2 + z 2 = 1 é superfície de nível c = 0 para

f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 − 1,

x2 + y 2 + z 2 = 1 é superfície de nível c = 1 para

g(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2

e x2 + y 2 + z 2 = 1 é superfície de nível c = 30 para h(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 + 29.

[2] Seja z = f (x, y), considere h(x, y, z) = z − f (x, y); então, G(f ) é uma superfície
de nivel zero de h.

2.4 Exercícios
1. Determine o volume em função de h e r.

(a) Um depósito de grãos tem formato de um cilindro circular reto de altura


h e raio r, com teto cônico.

(b) Um depósito de gás tem formato de um cilindro circular reto de altura h e


raio r, com teto uma semi-esfera.

2. Se f (x, y) = x5 − y 5 − 4 x2 y 3 − 3 x3 y 2 + x y 2 + x2 − y 2 − x + y + 1, calcule:

(a) f (0, 0) (f) f (1, h)


(b) f (1, 1) (g) f (h, 0)
(c) f (x, x) f (x + h, y) − f (x, y)
(h)
(d) f (y, −y) h
√ f (x, y + h) − f (x, y)
(e) f (x2 , x y) (i)
h

3. Se f (x, y, z) = (x y z)2 , calcule:

(a) f (0, 0, 0) f (x, y + h, z) − f (x, y, z)


(g)
(b) f (1, 1, π) h
(c) f (x, x, x)
f (x, y, z + h) − f (x, y, z)
(d) f (y, z, z) (h)
√ h
(e) f (x2 , x y z, z 3 y)
f (x + h, y, z) − f (x, y, z) f (x + h, y + h, z + h) − f (x, y, z)
(f) (i)
h h
2.4. EXERCÍCIOS 65

4. Determine Dom(f ) se:

r
x−y
(a) f (x, y) =
x+y
x2 − y 2
(b) f (x, y) =
x−y
x+y
(c) f (x, y) =
xy
(d) f (x, y) = 16 − x2 − y 2
y
(e) f (x, y) = |x|e x
(f) f (x, y) = |x| − |y|
p

x−y
(g) f (x, y) =
sen(x) − sen(y)
√ √
(h) f (x, y) = y − x + 1 − y
(i) f (x, y, z) = x y z − x4 + x5 − z 7
(j) f (x, y, z) = sen(x2 − y 2 + z 2 )
y
(k) f (x, y, x) =
zx
(l) f (x, y, z) = x2 sec(y) + z
(m) f (x, y, z) = ln(x2 + y 2 + z 2 − 1)
p
(n) f (x, y, z) = 1 − x2 − y 2 − z 2
2 2 2
(o) f (x, y, z) = ex +y +z
p
(p) f (x, y, z) = 3 1 − x2 − y 2 − z 2 .

5. Esboce Dom(f ) no plano de cada função do exercício [4].

6. Seja x ∈ Rn . Uma função f (x) é dita homogênea de grau n ∈ Z se para todo


t > 0, f (tx) = tn f (x). Verifique que as seguintes funções são homogêneas e
determine o grau:

(a) f (x, y) = 3 x2 + 5 x y + y 2
2
(b) f (x, y) = 2
x + y2
p y
(c) f (x, y) = x2 + y 2 sen( ), x 6= 0
x
x y z
(d) f (x, y, z) = 3 + 3 + 3
y z x
1
(e) f (x, y, z) =
x+y+z
y
(f) f (x, y, z) = x2 e− z
66 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

7. Esboce as curvas de nível de f , para os seguintes c:

p
(a) f (x, y) = 100 − x2 − y 2 , c = 0, 8, 10.
p
(b) f (x, y) = x2 + y 2 , c = 0, 1, 2, 3, 4
(c) f (x, y) = 4 x2 + 9 y 2 , c = 0, 2, 4, 6
(d) f (x, y) = 3x − 7y, c = 0, ±1, ±2
(e) f (x, y) = x2 + xy, c = 0, ±1, ±2, ±3
x2
(f) f (x, y) = 2 , c = 0, ±1, ±2, ±3
y +1
(g) f (x, y) = (x − y)2 , c = 0, ±1, ±2, ±3
(h) f (x, y) = ln(x2 + y 2 − 1), c = 0, ±1
x
(i) f (x, y) = 2 , c = ±1, ±2
x + y2 + 1
2 +y 2
(j) f (x, y) = ex , c = 1, 2

8. Esboce as superfícies de nível de f , para os seguintes c:

(a) f (x, y, z) = −x2 − y 2 − z 2 , c = 0, ±1, ±2


(b) f (x, y, z) = 4x2 + y 2 + 9z 2 , c = 0, ± 12 , ±1
(c) f (x, y, z) = x2 + y 2 + z, c = 0, ±1, ±2
(d) f (x, y, z) = x − y 2 + z 2 , c = 0, ±1, ±2
(e) f (x, y, z) = x y z, c = 0, ±1, ±2
2 +y 2 +z 2 )
(f) f (x, y, z) = e−(x , c = 0, ±1, ±2

9. Esboce o gráfico das seguintes funções, utilizando as curvas de nível de f :


p
(a) f (x, y) = x − y − 2 (i) f (x, y) = 1 − x2 + y 2
(b) f (x, y) = x2 + 4 y 2 (j) z = 1 + y 2 − x2
(c) f (x, y) = x y
(k) z = x2
(d) f (x, y) = 2 x2 − 3 y 2 p
(l) z = 1 + x2 + y 2
(e) f (x, y) = |y|
p
(f) f (x, y) = 16 − x2 − y 2 (m) z = y 3
(n) z = sen(x)
p
(g) f (x, y) = 9 x2 + 4 y 2
2 +y 2 )
(h) f (x, y) = e−(x (o) z = ey

10. Função de DuBois-DuBois: Em Medicina, às vezes, se utiliza a seguinte fun-


ção para determinar a superfície corporal de uma pessoa:

S(P, h) = 0.0072 P 0.425 h0.725 ,

que estabelece uma relação entre a área da superfície S (m2 ) de uma pessoa,
o seu peso P (Kg) e sua altura h (cm).
2.4. EXERCÍCIOS 67

(a) Se uma criança pesa 15 kg e mede 87 cm, qual é sua superfície corporal?
(b) Esboce as curvas de nível da função S.
(c) Esboce o gráfico de S.

11. De forma análoga ao que ocorre no Cálculo de uma variável, dadas f e g


funções definidas em A ⊂ Rn , definimos:


f + g (u) = f (u) + g(u).

f g (u) = f (u) g(u);
em particular, λ f (u) = λ f (u), para todo λ ∈ R.


f f (u)
(u) = ,
g g(u)
se g(u) 6= 0.

f
(a) Calcule: f + g, f g, e , se:
g

i. f (x, y) = x3 − x y 2 − x2 y − y 3 + x2 + y 2 e g(x, y) = x2 y + x y 2 − x3 .
p
ii. f (x, y) = x y 2 − x4 y 3 e g(x, y) = x2 + y 2 + x y

f
(b) Calcule: f + g, f g, e , se
g
i. f (x, y, z) = x y z − x2 z 2 e g(x, y, z) = x y z − y 2 z 2 .
p
ii. f (x, y, z) = x y + z − x2 − y 2 e g(x, y, z) = x5 − y 2 z 2 .
68 CAPÍTULO 2. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

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