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Ea de Queirs
Para escrever qualquer pgina, qualquer linha, tenho de fazer dois violentos
esforos: desprender-me inteiramente da impresso que me d a sociedade
que me cerca e evocar, por um retesamento da reminiscncia, a sociedade que
est longe. Isto faz com que os meus personagens sejam cada vez menos
portugueses sem por isso serem ingleses: comearam a ser convencionais,
vo-se tornando uma maneira. () De modo que estou nesta crise intelectual:
ou tenho de me reconhecer ao meio onde posso produzir, por processo
experimental isto , ir para Portugal -, ou tenho de me entregar literatura
puramente fantasista ou humorista. (Queirs, E. 1976:75)