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O documento discute o direito heráldico na era digital, como a internet tornou a heráldica mais acessível, e as diferentes regras sobre armas em Portugal, Espanha e Brasil na ausência de uma autoridade heráldica central. Também aborda a possibilidade de registrar armas pessoais de forma privada.
Descriere originală:
Produção para a edição cinquentenária da Revista do IPGH.
O documento discute o direito heráldico na era digital, como a internet tornou a heráldica mais acessível, e as diferentes regras sobre armas em Portugal, Espanha e Brasil na ausência de uma autoridade heráldica central. Também aborda a possibilidade de registrar armas pessoais de forma privada.
O documento discute o direito heráldico na era digital, como a internet tornou a heráldica mais acessível, e as diferentes regras sobre armas em Portugal, Espanha e Brasil na ausência de uma autoridade heráldica central. Também aborda a possibilidade de registrar armas pessoais de forma privada.
INFORMAO: SOBRE HERANA E ADOO DE ARMAS John Rafael Lcio de Farias
Vivemos uma nova era. O conhecimento herldico,
outrora centralizado em torno de poucas fontes, disseminou-se de forma assustadoramente rpida pela internet. Hoje, com um pequeno pendrive, possvel carregar uma biblioteca herldica. A minha tem mais de 150 arquivos digitais, entre livros, artigos e armoriais, em vrios idiomas. Com a era da informao, a herldica tornou-se acessvel como nunca antes. Com os cliques certos, pode- se conseguir com facilidade uma cpia do Archivo Heraldico-Genealogico do Visconde de Sanches de Baena ou do Tratado de Herldica y Blasn, do heraldista espanhol Francisco Piferrer. Passados os anos previstos na lei dos direitos de autor, todas estas obras passam a ser livremente disponibilizadas na web. Com a propagao da herldica atravs dos meios digitais, surgiram novos heraldistas, que, fazendo uso de 2
suas capacidades e dos materiais adquiridos em suas
pesquisas, criam e propagam a herldica criada por eles mesmos. Eu, publicando no meu Blog de Armoria e no grupo Herldica Brasil, me considero parte dessa nova gerao. Porm, mesmo com a enxurrada de informao a que temos acesso, alguns conceitos pr-formados continuam assustando e confundindo muitos estudiosos. Uma das questes mais discutidas nos grupos de internet que tenho acesso sobre o direito a armas pessoais. J ouvi bastante gente dizer que s tem direito a ostentar um braso quem herdou de um ancestral, ou que precisa ter alguma distino para ter um braso, ou que precisa pagar uma taxa. Nenhum deles est errado, mas h a alguma confuso geogrfica, porque, sob a efgie de suas leis, cada nao trata da herldica de uma forma. Em Portugal, Brases de nobres so considerados herdade. Considera-se o Instituto da Nobreza Portuguesa como estando sob recomendao do Duque de Bragana, para atuar em relao ao reconhecimento destas armas. Na Espanha, as armas pararam de ser concedidas pelo monarca. Porm elas ainda podem ser registradas ou 3
reconhecidas. O Marqus de Floresta, Dom Afonso
Ceballos-Escalera, foi certificado pela Comunidade de Castela e Leo como Cronista de Armas da Comunidade, e atua emitindo reconhecimentos de armas. Porm, a prtica questionada por muitos heraldistas espanhis. Que o consideram apto apenas a tratar de herldica de municpios. Ele cobra uma taxa por isso, o que parece causar ainda mais incmodo entre a comunidade. De toda forma, um reconhecimento expedido em nome Castela e Leo, e no da monarquia espanhola. Estas tentativas de guiar-se pelo que faz em Portugal, na Espanha, na Inglaterra e mesmo pelo que se fazia na poca do Imprio acaba por tornar uma parte dos heraldistas brasileiros num clube de esnobes, medindo egos e anseios de grandeza, por descenderem de membros da pequena aristocracia rural, titulados h mais de cento e cinquenta anos. E isso afasta as pessoas da herldica. louvvel ter orgulho de sua genealogia, porm lamentvel que algumas pessoas o faam visando apenas vaidade e futilidade. Mal sabem eles que a maior parte das regulaes herldicas posterior a 1400. Apesar de j neste sculo 4
haverem grandes arautos em terras portuguesas, a primeira
lei portuguesa sobre a matria data apenas de 1476. O prprio Regulamento da Armaria parte das Ordenaes Manuelinas, do ano de 1520. Na primeira era urea da herldica, durante a baixa idade mdia, o uso de herldica foi se popularizando, primeiro entre a classe dos cavaleiros. Com sua posterior ascenso categoria nobreza, o uso da herldica se espalhou nas dcadas e sculos que se seguiram, para as mulheres, os clrigos, as corporaes, as cidades e vilas, e mesmo para pessoas comuns. At mesmo judeus, que sofriam certos impedimentos por conta de suas crenas, usaram armas. Tudo isso, enquanto as regras quanto ao direito herldico no eram mais que ensaios, sem nenhuma fora de lei. necessrio salientar, ainda, que em muitas naes, como a Sua, por exemplo, nunca houve uma autoridade herldica, e o vcuo de legislao no impediu que a Sua possua, at os dias atuais, um sistema herldico correto e respeitador das leis bsicas da herldica, ainda que totalmente baseado em armas assumidas. 5
Devido ao vcuo de autoridade ou legislao,
existente desde a proclamao da repblica no Brasil, recomendvel seguir as regras que se seguiam na poca e no local onde estas armas foram registradas. Para armas herdadas, reconhece-se usualmente as fontes genealgicas como sendo as bases necessrias para as eventuais diferenciaes previstas no regimento e ordenao da armaria, que trata das armas registradas pelos Reis de Armas Portugueses e por extenso, pelos Reis de Armas do Imprio, que usavam o mesmo sistema. Porm, com a repblica como forma de governo, muitas instituies foram abolidas, e assim os fidalgos de cota de armas e os nobres pararam de ser criados, e consequentemente pararam os brases (vale lembrar que mesmo entre os nobres, no eram muitos os que assumiam armas, por conta do custo extra). Quanto s armas no herdadas, criadas ex novo por amor arte, estas sim, esto livres do crivo governamental, mas por vcuo de legislao competente. Sempre h a possibilidade de registrar um desenho com o INPI, Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Porm, o INPI s registra marcas. Se voc registra um desenho 6
como sua marca, aquele o nico desenho passvel de
registro.
Porm, na contramo do que se reconhece como
governamental, h alguns registros de origem privada, tanto pagos quanto gratuitos. O "Armorial Register", possivelmente o mais famoso entre a comunidade Herldica, amplamente conhecido por divulgar e patrocinar a "International Heraldry Society", uma associao que rene Heraldistas de diversas nacionalidades. Para manter e prosseguir com a produo de seu armorial, que tem dois volumes e se encaminha para o terceiro, este registro cobra atualmente uma taxa de cento e dez libras esterlinas. H tambm o Registro Internacional de Armas Gentilicias, que atende desde a Espanha. Este registro cobra oitenta e cinco euros por uma certificao impressa e reconhecida por um notrio espanhol.
Por fim, mas no menos importante, e pelo
contrrio, diria at mais importante que os demais, considerando o valor dessa iniciativa. H, no Brasil, um 7
registro herldico privado e 100% gratuito. Organizado
pelo paulista Leonardo Piccioni de Albuquerque, registra brases de armas ex novo.
H um sem fim possibilidades quando se trata de
Herldica. Historicamente, visualmente e como campo de estudo. Estas linhas procuraram fornecer um ponto de incio para quem quiser garantir seu direito como armigerado. Encerro com o desejo de que os nobres leitores tenham bom proveito em faz-lo. 8
BIBLIOGRAFIA
ORDENAES MANUELINAS. Edio Fac-smile
digital. Instituto de Histria e Teoria das Ideias, Universidade de Coimbra. Disponvel em: http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/manuelinas/l2p197.htm ABRANTES, Marqus de. Introduo ao estudo da herldica. Lisboa: Instituto de Cultura e Lngua Portuguesa, 1992. Disponvel em: http://cvc.instituto- camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/historia- 1/118-118/file.html VELDE, Franois. Right to bear arms, 1995. Disponvel em: http://www.heraldica.org/topics/right.htm
Processos de Habilitação de Naturais de Pernambuco Na Ordem de Calatrava. Conexões Entre A América Açucareira Portuguesa e A Corte Filipina (1580-1640)