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CENTRO DE EDUCAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO EM AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E DA APRENDIZAGEM
RECIFE
2010
1
ALBERTO GUERRA DE LIMA
RECIFE
2010
2
ALBERTO GUERRA DE LIMA
Profª. Drª Targélia Ferreira Bezerra de Souza Albuquerque, Doutorado em Educação, Currículo e
Avaliação – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
RECIFE
2010
3
A todos que participaram e contribuíram direta e indiretamente
no árido caminho da pesquisa acadêmica: familiares, amigos,
gestores e professores.
4
AGRADECIMENTOS
5
“You tell me, I forget.
You teach me, I remember.
You involve me, I learn.”
Benjamin Franklin
6
RESUMO
Este estudo tem como objetivo investigar o ensino da Língua Inglesa, na perspectiva
interdisciplinar, em Escolas de Referência em Ensino Médio de Pernambuco.
Durante o processo de pesquisa, examinamos os PCNs (Parâmetros Curriculares
Nacionais), além de identificar a atual concepção de escola e o papel da Língua
Inglesa nela, no currículo escolar, no Projeto Político-Pedagógico e no
desenvolvimento de projetos interdisciplinares da escola. A abordagem qualitativa,
orientou o caminho da pesquisa, por levar em consideração a proximidade do
pesquisador com os participantes do processo. Foram utilizados inventários
pedagógicos, com professores de cinco Escolas de Referência da Região
Metropolitana do Recife, a fim de se obter a sua visão sobre os fundamentos e
práticas de uma ação interdisciplinar em andamento nestas escolas, as quais
esforçam-se em desenvolver seu currículo através de práticas integradoras entre as
várias áreas do conhecimento, por meio de uma proposta de educação
interdimensional, no sentido de garantir uma formação integral do aluno. A questão
central que nos conduziu a esta pesquisa foi o porquê de haver tantos entraves a
uma prática interdisciplinar nestas escolas, apesar de todo interesse em promover a
interdisciplinaridade. Será que as Escolas de Referência trabalham a Língua Inglesa
numa perspectiva interdisciplinar? Como isto poderia contribuir com o Novo ENEM?
Portanto, os professores foram indagados sobre que tipo de visão eles possuíam
sobre a interdisciplinaridade no ensino da Língua Inglesa, sua relação com o
currículo, o Projeto Político-Pedagógico e o ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio). Também investigamos que tipos de fatores, positivos e negativos, os
professores destacariam em seus projetos interdisciplinares, a participação do
educador de apoio na execução destes projetos e em atividades diárias e de que
forma esta abordagem interdisciplinar poderia ser útil no ENEM, que, em 2010,
incluirá a Língua Inglesa em suas provas. Ficou constatado que a
interdisciplinaridade ainda necessita ser mais aprofundada, a fim de que os
educadores tenham uma compreensão maior do que realmente vem a ser este tipo
de trabalho, ao mesmo tempo em que a escola deve fazer sua parte ao prover
condições adequadas para que os professores possam planejar e executar seus
projetos interdisciplinares. Esta afirmação encontra eco, tanto nos depoimentos
colhidos nos inventários, quanto no diálogo com os professores posteriormente.
Muitos projetos encontram-se inviabilizados por não haver oportunidades para os
docentes se reunirem com os alunos ou com os colegas de outras disciplinas. A
carga horária concentrada em atividades em sala de aula impede que se disponha
de tempo para pesquisa e planejamento. Este parece ser o panorama da
interdisciplinaridade nas Escolas de Referência, representadas pelas unidades
pesquisadas.
7
ABSTRACT
This study aims at looking into the teaching of the English Language, on the
interdisciplinary perspective, at Reference Secondary Schools in Pernambuco.
During the research process, we explored the National Curricular Parameters
(PCNs), besides identifying the current conception of school and the role of the
English Language in it, in the Political Pedagogical Project and in interdisciplinary
projects of the school. The qualitative approach guided our research, given the
nearness of the researcher and the participants of the process. Pedagogical
inventories were used with teachers from five Reference Schools of the Metropolitan
Region of Recife, in order to get their vision on the fundaments and practices of an
interdisciplinary action going on these schools, which make an effort in developing
their curriculum through integrator practices among the many knowledge areas, by
means of an interdimensional education, in order to guarantee a whole education of
the student. The main question which brought us to this research was the reason
why there are so many drawbacks to an interdisciplinary practice in these schools,
despite all the interest in promoting interdisciplinary nature. Do the Reference
Schools employ the English Language on an interdisciplinary perspective? How
could this contribute to the New ENEM? Therefore, the teachers were asked about
the kind of vision they had concerning interdisciplinary nature on English Language
teaching, its relation with the curriculum, the Political-Pedagogical Project and the
Secondary School National Exam (ENEM). We also investigated positive and
negative factors which teachers would contrast in their interdisciplinary projects, the
role of the supporting coordinator on the making of these projects and on daily tasks
and in what way this interdisciplinary approach could be useful on ENEM exams,
which are going to make use of the English Language in 2010‟s tests. It was noticed
that interdisciplinary nature still lacks a deeper action, so that teachers have a
broader comprehension towards this kind of work, at the same time the school must
make its part by providing suitable conditions so that teachers can plan and execute
their interdisciplinary projects. This statement is grounded both on the testimonies
collected on the inventories and on later talks with the teachers. Many projects are
stuck due to the lack of opportunities for teachers to gather with students or with
mates form other subjects. The working load concentrated on classroom activities
hinders the time availability for research and planning. This seems to be the
panorama of interdisciplinary nature at Reference Schools, represented by the
researched unities.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………8
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46
REFERÊNCIAS..........................................................................................................48
9
FICHA CATALOGRÁFICA
10
INTRODUÇÃO
1
http://recantodasletras.uol.com.br/redacoes/882494, acesso em 03 de junho de 2010.
11
que o ensino da Língua Inglesa ainda encontre limitações na condução de projetos
interdisciplinares, principalmente porque, em 2010, o ENEM incluirá esta língua
estrangeira nos seus testes.
Para contribuir com o avanço metodológico, numa perspectiva interdisciplinar,
na área de Língua Inglesa, esta como componente curricular e ferramenta de
integração das demais áreas do conhecimento, investigamos um grupo de
professores de cinco Escolas de Referência na Região Metropolitana do Recife. Esta
amostra, embora pequena dentro do universo de 160 unidades espalhadas pelo
estado, nos permitiu obter dados relevantes que apontam algumas razões e motivos
para intervenção, a fim de equacionar os fatores limitantes da prática interdisciplinar
efetiva, tendo a Língua Inglesa como catalisador dessa integração das disciplinas.
Para abalizar os argumentos expostos nas considerações finais e propostas
de intervenção, tivemos cuidado em estudar fundamentos teóricos que subjazem ao
processo pedagógico. Neste sentido, examinamos a literatura a respeito da
concepção de escola no século XXI e as exigências da globalização e da busca de
padrões de qualidade total na indústria e sua repercussão na escola. Conhecemos o
perfil de aluno que se tem nessa escola, o qual se aproxima do perfil de empregado
que as empresas procuram. Os “mais capazes”, segundo Kuenzer (apud Ferreira,
1998), são os que possuem cognição e condutas ideais para desembaraçar
situações dinâmicas com criatividade.
Em seguida, procedemos a uma análise do que os PCNs preconizam em
relação à Língua Inglesa, corroborando a ideia de que esta língua estrangeira é
veículo de acesso ao conhecimento nas outras áreas do saber. Nas palavras de
Moraes (2002) é inconcebível o indivíduo não consiga fazer uso da LI na
universidade e no mercado de trabalho. Também procuramos investigar os espaços
educacionais para a Língua Inglesa na escola pública. Concluímos que a LI adquire
um perfil social, no momento em que confronta aspectos socioculturais dos países
onde se fala inglês e os do seu próprio país, ajudando o aluno a se identificar
enquanto cidadão.
13
1. A LÍNGUA INGLESA NO CENÁRIO EDUCACIONAL DO NÍVEL MÉDIO NO
BRASIL
Neste sentido, a área educacional tem oferecido desafios para aqueles que se
comunicam, tanto na língua portuguesa quanto em uma língua estrangeira, ou seja,
o desafio não é meramente de domínio linguístico. As novas tecnologias e suas
linguagens impõem de certa forma, uma atualização daqueles que irão lidar com ela.
Em áreas automatizadas, há uma demanda de domínio, por parte do trabalhador, de
línguas estrangeiras, informática outros conhecimentos práticos e teóricos.
15
É claro que este novo paradigma se instala, segundo Pereira (2007)2, sob a
égide do projeto político neoliberal, construído no Brasil dos últimos anos a partir de
1991,baseado em diretrizes que preconizam o chamado Desenvolvimentismo: Um
Projeto Nacional de Crescimento com Equidade Social. As demandas das agências
de financiamento têm ditado as regras nos processos avaliativos e exigido a garantia
de uma educação de qualidade, assegurando uma mão de obra especializada a fim
de suprir a demanda do mercado, tornando claro o grande interesse dos
empresários na educação (ALBUQUERQUE, 2006).
A Língua Inglesa, desde então, começou a resgatar seu papel, enquanto peça
curricular, a função de “ferramenta” das outras disciplinas, facilitadora da articulação
entre as áreas e suporte para várias atividades e projetos (MEC, 2002). Entretanto,
ainda parece haver limitações à plena utilização desta língua estrangeira,
2
www.bresserpereira.org.br/.../07.03.EmpresáriosEliDinizBresserPereira. acesso em 10 de março de
2010
3
http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol4/Num1/a04.pdf, acesso em 10 de maio de 2010
16
considerada, às vezes, pouco relevante (BRASIL, 1999), ela ratifica sua importância
na formação do indivíduo. Os alunos continuam sendo vistos, por alguns
educadores, na perspectiva da educação bancária, denunciada por Freire (1996),
presos a formas tradicionais de ensino, com aulas no formato expositivo, sem
possibilidade de vivenciar a riqueza, que é conhecer uma segunda língua.
No entanto, a nova forma de ver a Língua Inglesa (daqui em diante LI), que os
PCNs trazem, demonstra o quanto ela pode ser ressignificada no currículo. Sua
localização na área de Linguagens, Códigos e Tecnologias ratifica sua função de
veículo de acesso ao conhecimento nas outras áreas do saber. Não se pode mais
pensar a LI como disciplina isolada do currículo. Tampouco se pode conceber que
alguém, ao terminar o ensino médio, indo para a universidade ou no mercado do
trabalho, esteja impossibilitado de fazer uso da LI no dia a dia a dia, ao acessar
informações. (MEC/SEMTEC, 2002).
4
http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/oensle.pdf, acesso em 10 de maio de 2010
17
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi aplicado pela primeira vez em
1998 com o intuito de avaliar alunos concluintes do ensino médio, ou os que já
haviam concluído seus estudos. Seu principal objetivo é obter informações sobre as
competências fundamentais à cidadania, assim como orientar suas futuras escolhas
acerca do mercado de trabalho e como processo alternativo de seleção em diversos
setores. A prova tem por base uma matriz de competências e habilidades
associadas ao conteúdo, que busca combater o isolamento das disciplinas no ensino
médio e, consequentemente, alcançarem o que os PCNs (MEC, 1999) preconizam,
ou seja, ter os conteúdos das várias áreas do conhecimento integradas. 5
5
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/espaco.pdf, acesso em 11 de maio de 2010
18
relações sociais, num processo coletivo de aprendizagem de troca de experiências
entre o engenheiro, que agora gerencia processos, e o trabalhador.
6
WERNECK, H. Computador para os professores: Revolução, medos e alegrias – Jornal Virtual. Profissão
Mestre. Ano 6. No 68, 21 de maio de 2008
Disponível em veramenezes.com/techist.pdf Acesso em 07 de março de 2010
19
Para Vygotsky 7, o desenvolvimento humano se dá no cotidiano de sua vida,
no contexto social em que está inserido, daí a importância atribuída aos mediadores
do conhecimento, quer sejam adultos ou colegas de turma. Consequentemente, o
professor se torna peça chave na construção do conhecimento. A mediação, na
visão de Demerval Saviani 8, representante da pedagogia histórico-crítica no Brasil,
é marcada mais pelo aspecto social que pelo pedagógico. O professor é o mediador
que prepara o aluno para a luta pelas transformações sociais, assumindo
intencionalmente sua condição de transformador social.
É na escola pública que a LI pode adquirir um perfil mais social, pois seu
ensino não se deve direcionar unicamente à linguística, mas também à cultura e ao
entorno social de seus aprendizes. Quando nos referimos à questão cultural, é
importante frisar que o ensino da LI não deve trazer consigo uma relação
colonizador – colonizado, que esta língua estrangeira não é o instrumento ideológico
que muito críticos afirmam ser.
7
http://www.caxias.rs.gov.br/_uploads/educacao/publicacao_182.pdf acesso em 11/05/2010
8
http://www.didateca.org/Tese%20de%20Cristina%20D'Avila.pdf acesso em 11/05/2010
20
2.UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO DA LÍNGUA
INGLESA
26
2.2 O QUE HÁ DE NOVO NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO MUNDO: UM
BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DO INGLÊS E SEU ATUAL RECORTE
INTERDISCIPLINAR NO BRASIL
27
It has been realised that there never was and probably never
will be a method for all, and the focus in the recent years has
been on the development of classroom tasks and activities
which are consonant with what we know about second
language acquisition, and which are also in keeping with the
dynamics of the classroom itself. (Nunan, 1991 apud
Richards & Renandya, 2002, p. 10).
28
No que se refere à avaliação, Brown comunga da mesma opinião dos
especialistas que defendem a avaliação formativa, dentro de um processo contínuo,
através de técnicas de autoavaliação, portfólios, técnicas de estudo cooperativo, que
possibilitam o acompanhamento do desempenho durante o curso. Para Brown, “a
noção de que a avaliação deve estar confinada a testes somativos, de fim de
unidade ou semestre apenas está desaparecendo” (idem, p.17).
O curso B, que ainda traz desde seu início uma metodologia áudio-lingual, a
qual é considerada: “exclusiva, com aulas cuidadosamente elaboradas que
proporcionam aprendizagem de forma simples, gradativa e natural, nas quais o
aluno é apresentado à forma oral do idioma antes de entrar em contato com a forma
escrita, exatamente da maneira que aprendemos a língua materna.” 11
9
Buscamos informações sobre a metodologia de cursos como ABA, Cultura Inglesa, Yázigi, CCAA,
entre outros, a fim de obtermos uma amostra do que é vivenciado, hoje em dia, em instituições deste
tipo. Por razões éticas nos referiremos a estes cursos como A, B, C e D.
10
http://www.estudenaaba.com/#missao, acesso em 05 de maio de 2010.
11
http://www.portalccaa.com.br/main.asp?View={F5EE7198-9AF6-428D-8D65-EE1CF813755C}),
acesso em 05 de maio de 2010.
29
recentes pesquisas sobre os mecanismos de aprendizagem de uma língua
estrangeira.” 12
12
http://www.culturainglesape.com.br/html/institucional_organizacao.asp, acesso em 05 de maio de 2010.
13
http://www.yazigi.com.br/Default.aspx?tabid=94&language=pt-BR#link02, acesso em 05 de maio de 2010.
30
3. AS ESCOLAS DE REFERÊNCIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
14
http://www.odebrechtonline.com.br/materias/00501-00600/565/, acesso em 22 de maio de 2010.
15
http://www.educacao.pe.gov.br/diretorio/integral/integral.html, acesso em 22 de maio de 2010.
31
“ A educação deve contribuir para o desenvolvimento total
da pessoa – espírito e corpo, inteligência, sensibilidade,
sentido estético, responsabilidade social, espiritualidade.
Todo ser humano deve ser preparado especialmente graças
à educação que recebe na juventude, para elaborar
pensamentos autônomos e críticos e para formular seus
próprios juízos de valor, de modo a poder decidir por si
mesmo nas diferentes circunstâncias da vida.” (DELORS,
1996, p.89).
Portanto, esta dimensionalidade se baseia numa visão de homem e de mundo,
voltada às exigências do novo tempo. 16 A filosofia do trabalho do Programa Integral
está baseada nos quatro pilares da educação preconizados por Jacques Delors
(1996). Estes pilares são as quatro grandes aprendizagens, e para estes pilares,
Costa (2001) destaca quatro competências a desenvolver:
16
Para o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, autor deste princípio teórico e consultor
pedagógico do Programa Integral, os quatro pilares da educação apresentados no relatório de
Jacques Delors para a UNESCO,na Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI,
intitulado: Educação, um Tesouro a descobrir (1996), serviram de base para que ele definisse
quatro competências básicas.
32
Além disso, a interdimensionalidade visa desenvolver não somente o logos
(racionalidade), mas também valorizar o eros (corporeidade), o pathos
(sentimentalidade), e o mytho (espiritualidade), conforme quadro abaixo.
17
Era o ideal que os gregos cultivavam do mundo, para si e para sua juventude. Uma vez que o governo próprio
era muito valorizado pelos gregos, a Paidéia combinava ethos (hábitos) que o fizessem ser digno e bom tanto
como governado quanto como governante. ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Paideia, acessado em 22 de Maio de
2010.
33
A partir de 2007, com a entrada do governo, os centros experimentais
passaram a se chamar Escolas de Referência em Ensino Médio (EREM), e sofreram
mudanças profundas no estilo de gestão. Entretanto o objetivo de formar jovens
numa perspectiva interdimensional continua sua principal característica.
34
Os frutos deste trabalho podem ser colhidos enquanto os alunos ainda estão
na escola. Adolescentes que chegam sem perspectiva, sem um projeto de vida,
desenvolvem senso de liderança e autoconfiança, até mesmo nos projetos
desenvolvidos por eles mesmos, apenas orientados pelos professores. Eles se
encarregam de quase todas as atividades da escola. Das datas comemorativas à
formatura do 3º ano. Todos os anos, centenas de jovens protagonistas são
entregues à sociedade para cumprirem sua função de cidadão.
35
principais vestibulares pernambucanos e, assim, alcançar altos índices de
aprovação.
36
no contexto do aluno, desenvolvendo habilidades comunicativas através de
situações reais de comunicação em ambientes multiculturais.18
18
http://www.sk.com.br/sk-comm.html, acesso em 08 de maio de 2010
37
É necessário que se faça uma reflexão profunda quanto a
escolhas metodológicas para que o trabalho a partir da
mobilização de competências e habilidades possa ser
implementado de modo eficaz e significativo para o aluno, no
sentido do que já aprendeu e do que há para ser aprendido.
A prática tem mostrado que boas contribuições teóricas têm
deixado de causar impacto no ensino médio, mercê da forma
como são apropriadas pelo discurso e pela prática
didática.(BRASIL/SEMTEC, 2002, p. 112)
19
http://www.enem.inep.gov.br/pdf/Enem2009_matriz.pdf acessado em 22 de maio de 2010
38
4. A INTERDISCIPLINARIDADE NAS AULAS DE INGLÊS DAS ESCOLAS DE
REFERÊNCIA: UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE A PESQUISA DE CAMPO.
39
Nessa perspectiva, podemos, quando necessário, para melhor compreender o
fenômeno em estudo, trabalhar informações quantitativas, porém, evitando
sobrepujá-las às análises qualitativas. Através de estudos exploratórios, buscamos
levantar dados relevantes que nos possibilitassem estabelecer relações entre o
discurso da Língua Inglesa no currículo e a questão da interdisciplinaridade, para
interpretar como ela é trabalhada, qual a visão dos professores, e levantar
possibilidades de construção de uma proposta interdisciplinar.
40
4.1. Caracterização do lócus da pesquisa
Duas escolas têm jornada integral, com aulas de segunda a sexta, das 7h30
às 17h. Enquanto que as outras três funcionam em regime semi-integral, com dois
dias de meio expediente. Quanto ao número de alunos, três são de pequeno porte e
duas de grande porte. Em relação à estrutura física, as escolas dispõem de salas
amplas, laboratórios, biblioteca, embora tenha havido queixas em relação ao não
funcionamento de alguns destes setores. Quanto ao clima organizacional, a maioria
dos entrevistados teceu elogios à relação com a gestão e entre seus pares.
20
Optamos por omitir os nomes dos entrevistados, que serão identificados como P1, P2, P3, P4 e P5.
41
características da síndrome de burnout.21 Os professores foram contatados
inicialmente por telefone, concordando em agendar a entrevista prontamente,
entretanto, no momento da aplicação, alguns se mostraram incomodados e um
pouco resistentes. Possivelmente devido aos motivos elencados anteriormente.
21
http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=5750
22
O valor do salário mínimo em maio de 2010 correspondia a R$ 510,00
42
ele a escola é: “ um ambiente integrador e uma ferramenta para a construção e bom
desenvolvimento do cidadão holisticamente.”
Para P2, a Língua Inglesa é: “mais uma ferramenta para o crescimento social,
profissional e pessoal para quem quer obter seu conhecimento, digamos que seja
mais uma porta aberta à visão de mundo, povos e culturas.”
Visão de interdisciplinaridade
Os entrevistados apresentaram opiniões distintas sobre a interdisciplinaridade.
Alguns veem um caráter prescritivo para o tema e até o relacionam aos temas
transversais. O pesquisado P2 afirma, em nível de retórica, que tem uma
compreensão da importância da interdisciplinaridade, enfatizando a categoria
transdisciplinar como algo mais avançado. No entanto, foge ao questionamento, ao
eixo da questão, deixando de se colocar como sujeito do processo.
43
diferenciadas e principalmente num momento em que o ENEM assume uma posição
referencial de acesso à universidade. A visão que se tem é de um conjunto de
normas ou um manual prescritivo de alguma forma imposto pelo Ministério da
Educação, que, por vezes, se mostra inócuo, como se nota na fala de P5: “São
parâmetros curriculares nacionais que servem para estruturar e padronizar o
currículo.”
Dos cinco entrevistados, destacamos a fala de P2, por ser mais coerente e
demonstrar um aporte epistemológico maior e mais próximo ao perfil de educador de
uma escola de referência. “São norteadores instrumentos na construção e mediação
do conhecimento.”
O fator tempo veio à baila mais de uma vez, demonstrando que uma carga
horária repleta de aulas, sem tempo para planejamento e troca de experiências,
torna-se, segundo os pesquisados, uma das maiores dificuldades para a plena
integração entre as disciplinas.
45
O papel do educador de apoio e do coordenador de área
O educador de apoio tem uma função importantíssima na escola. Ele é
responsável em criar o elo entre os professores e a gestão. Ou seja, “integrar os
envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as relações interpessoais
de maneira saudável”.23 Além disso, deve manter integradas as dimensões política,
pedagógica e administrativo-financeira da escola. Ele é quem deve se apropriar e
comprometer-se com o Projeto Político-Pedagógico escolar e criar estratégias que
envolvam os docentes e a comunidade escolar neste processo.
23
http://www.educacao.pe.gov.br/diretorio/espacoprofessor/leis/arq/o_papel_do_educador_de_apoio.pdf
acesso em 30 de maio de 2010
46
estrangeira e qual sua habilidade em relacioná-las com os demais componentes
curriculares.
Dos cinco entrevistados, somente dois deles deixaram claro o que sabem acerca
do exame. Isto nos causou preocupação, já que a formação dos alunos, desde o
primeiro ano do ensino médio, deveria priorizar o desenvolvimento de competências
e habilidades necessárias à leitura e compreensão de textos de diversos gêneros,
em situações variadas.
Observemos a fala de P3: “Sei o que todo mundo sabe. Quanto à Língua Inglesa,
acho que não tem muito peso, haja vista a dificuldade de se trabalhar sem os
devidos instrumentos, digo, na rede pública.” Estas palavras mostram que é
necessário um trabalho mais intenso no sentido de conscientizar os educadores do
programa em relação às demandas do ENEM.
47
restrita. Seria, então, importante, procurar ter no quadro de educadores de inglês,
profissionais voltados à área e com certo grau de proficiência na língua.
48
da realidade da escola. A dinâmica da escola necessita de um instrumento que a
ajude a encontrar formas de se tornar essencialmente democrática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
49
Devemos destacar ainda o desconhecimento, por parte dos docentes, da
legislação que dá embasamento à prática do professor, e que os orienta em suas
ações. O desconhecimento do que prevê a LDB, os PCNs e outros instrumentos
legais, faz com que o professor trabalhe sem conhecer suas possibilidades de ação
e até mesmo suas atribuições, enquanto profissional da educação.
50
REFERÊNCIAS
Brown, H.D. Principles of language learning and teaching. 3rd ed. Englewood
Cliffs, NJ: Prentice Hall Regents. 1994
COSTA, Antonio Carlos Gomes da, Educação / Antonio Carlos Gomes da Costa –
São Paulo, SP: Editora Canção Nova, 2008, -- Coleção Valores
51
FERREIRA, Naura S. Carapeto. Gestão democrática da educação: atuais
tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998
FREIRE, Paulo Reglus. Política e Educação. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2000
52
VASCONCELLOS, Celso dos Santos, Planejamento: Projeto de Ensino-
Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico – elementos metodológicos para
a elaboração e realização, 15ª Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2006
53