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Professor da Faculdade 7 de Setembro e do Colégio 7 de Setembro, Mestre em lingüística aplicada pela
UECE, Doutorando em lingüística pela UFC, Pesquisador do Grupo de Pesquisa GEFORP – Gênero,
Ensino e Formação de Professores do PPGL-UFC. Sócio-fundador e presidente do CEDECA-Ce, Centro
de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará.
A atividade humana, sendo de caráter eminentemente coletivo, é o motor do
desenvolvimento das capacidades individuais. Dessa forma, a ação prática e/ou verbal
deve ser compreendida como uma unidade dinâmica que integra capacidades mentais e
comportamentais, incluindo de forma clara o sentir e o pensar, o linguagear e o
emocionar. A ação é ação no mundo sócio-histórico cuja dinâmica se processa sobre
três dimensões mutuamente relacionadas:
Em segundo lugar, estas redes estão presentes dentro de uma cultura que, a cada
geração, simultaneamente conserva determinados modos de convivência e cria outros,
de acordo com modificações no emocionar. A humanidade desenvolve-se então a partir
do surgimento de novos modos de convivência, conservados através de redes de
conversação, nascidos a partir da relação entre adultos/pares e as crianças em formação.
“É segundo o modo que vivemos nosso emocionar - e em particular nossos desejos – e,
não de acordo com o nosso raciocínio, que viverão nossos filhos no mundo que
geraremos – eles e nós – ao nos transformar” (MATURANA; VERDEN-ZÖLLER,
2004)
Ao promover essa mudança no olhar que educador e educando têm sobre suas
interações verbais, é possível perceber o caráter de novidade em cada enunciação. O
primeiro passo para a aceitação semiótica de si e do outro é reconhecer a necessidade de
interagir com o outro, pois sem esse outro o que digo não tem sentido. Sem o outro
entramos num estado de isolamento verbal.
Mais do que a brincadeira, é o olhar sobre o brinquedo e sobre os discursos que daí
surgem que farão a diferença entre a conservação de uma biologia da obediência, da
transmissão e conservação de modos de convivência instrumentalizadores do ser,
apagadores das vozes e o estabelecimento de uma biologia do amor, da escuta e
acolhimento de si e do outro.
Referências:
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
________. O freudismo. São Paulo: Perspectiva, 2007
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: Por um
interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1999.
________. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas:
Mercado de Letras, 2006.
HABERMAS, Jürgen. Teoria de la acción comunicativa: racionalidad de la acción y
racionalización social. Madrid: Taurus, 1987.
MATURANA, H. R., Ontologia del conversar. Revista Terapia Psicológica, Santiago
do Chile, v.7, nº 10, jul. / dez. 1988, p. 15-23.
MATURANA, H. R.;VERDEN-ZÖLLER, G.. Amar e brincar: fundamentos
esquecidos do humano do patriarcado à democracia. São Paulo: Palas Athenas,
2004.