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IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS

As dúvidas sobre a sistemática de apuração e recolhimentos de tributos federais, máxime no


que se refere ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, geram no contribuinte uma incerteza quanto
aos procedimentos contábeis que devem ser implementadas corretamente.

Com a complexidade do sistema tributário, a dinâmica da legislação, a eficiência maior da


fiscalização e o aumento da concorrência, os recolhimentos de tributos não podem mais ser vistos
como meros cumprimentos de obrigações principais e acessórias.

O assunto tem merecido por parte dos profissionais da área, dedicação e tempo para analisar
a tirar proveito daquilo que a legislação tributária oferece no particular, buscando sempre uma
melhor performance de caixa.

Portanto, a correta apuração e recolhimentos podem ser uma importante ferramenta de


administração financeira, haja vista que menor desencaixe tributário poderá significar margem de
lucro maior, mais competitividade empresarial e melhor fluxo de caixa.

O Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, consciente das suas atribuições e


responsabilidades, objetivando contemplar requisições e atender necessidades existenciais, lança o
projeto “Fiscalização Preventiva” para, consubstanciado em cursos e palestras específicas,
destinadas aos profissionais contabilistas, consignar análises e reflexões acerca das providências
impostas pelo legislador, assim como, quanto aos procedimentos que estão sendo implementados
na área de que se ocupa o presente evento, relativamente aos clientes contratantes, no sentido de
que os serviços contábeis restem prestados em conformidade com as exigências estabelecidas,
resultando assim em benefícios recíprocos.

Esperamos dessa forma estar contribuindo para o aprimoramento e crescimento dos


profissionais da contabilidade no Estado do Paraná, dotando esta respeitável categoria dos mais
importantes instrumentos de realização; quais sejam, conhecimentos e habilidades, principalmente a
partir das recentes modificações nos controles e instrumentos de fiscalização contra empresas.
1. IMPOSTO DE RENDA.................................................................................................................................... 4
1.1 NORMAS GERAIS...................................................................................................................................... 4
1.1.1 Tributação das Pessoas Jurídicas ........................................................................................................... 4
1.1.2 Conceito de tributo direto ...................................................................................................................... 4
2. NORMAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.......................................................................................................... 5
3. NORMAS DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ............................................................................................. 5
3.1 FATO GERADOR........................................................................................................................................ 6
3.2 BASE DE CÁLCULO E TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS ................................................... 7
3.2.1 Lucro Real ............................................................................................................................................. 8
3.2.2 Lucro Presumido.................................................................................................................................... 9
3.2.3 Lucro Arbitrado .................................................................................................................................. 10
3.3 CONTRIBUINTE....................................................................................................................................... 10
4. NORMAS DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA DO IR .............................................................................................. 10
4.1 PERÍODO DE APURAÇÃO E ANO-CALENDÁRIO ............................................................................. 10
4.2 PAGAMENTO TRIMESTRAL ................................................................................................................. 11
5. LUCRO REAL.................................................................................................................................................... 11
5.1 PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À APURAÇÃO DO IR PELO LUCRO REAL.......................... 12
5.1.2 Empresas que Exploram Atividades Imobiliárias................................................................................ 12
5.2 BASE DE CÁLCULO................................................................................................................................ 13
5.3 APURAÇÃO TRIMESTRAL .................................................................................................................... 13
5.3.1 Demonstração do Lucro Real Trimestral............................................................................................. 13
RESULTADO CONTÁBIL ANTES DO IRPJ ........................................................................................ 14
5.4 ADICÕES E EXCLUSÕES NA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ............................................................ 14
5.4.1 Adições da base de cálculo:................................................................................................................. 14
5.5 PAGAMENTO MENSAL POR ESTIMATIVA E APURAÇÃO ANUAL DO LUCRO REAL .............. 16
5.5.1 Opção pelo Pagamento Mensal ........................................................................................................... 16
5.5.2 Base de Cálculo do Imposto Mensal por Estimativa ........................................................................... 16
5.5.3 Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta ..................................................................................... 17
5.5.4 Acréscimo dos Ganhos de Capital e demais Receitas e Resultados.................................................... 18
5.5.5 Valores que não integram a Base de Cálculo ...................................................................................... 19
5.5.6 Cálculo do Imposto - Alíquotas........................................................................................................... 19
5.5.7 Dedução de Incentivos Fiscais............................................................................................................. 20
5.5.8 Compensação de IRRF ou Pago sobre Receitas Computadas na Base de Cálculo ............................. 20
5.5.9 Prazo .................................................................................................................................................... 21
5.5.10 Exemplo Prático De Cálculo Do IRPJ Mensal .................................................................................. 21
5.6 COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS .......................................................................................... 24
5.7 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS - LIMITAÇÕES ................................................................... 25
5.7.1 Custos .................................................................................................................................................. 26
5.7.2 Tributos e Multas................................................................................................................................. 27
5.7.3 Outras Limitações................................................................................................................................ 28
5.7.4 Estudo de Caso .................................................................................................................................... 31
5.8 PROVISÃO PARA O IR............................................................................................................................ 32
5.9 RESULTADOS OBTIDOS NO EXTERIOR ............................................................................................ 33
5.9.1 Cômputo no Lucro Real........................................................................................................................... 33
5.9.2 Compensação de Prejuízos Não Operacionais .................................................................................... 34
5.9.3 Disponibilização de Lucros Obtidos no Exterior - Fato Gerador ........................................................ 34
5.9.4 Normas Sobre as Demonstrações Financeiras e Documentos do Exterior,......................................... 34
5.9.5 Preços de Transferência – TRANSFER PRICING (Art. 18) .............................................................. 34
2
5.9.6 Importações - Métodos Determinativos do Preço de Transferência (Art. 18)..................................... 35
5.9.7 Exportações (arts. 19 a 21) .................................................................................................................. 36
5.9.8 Pessoas vinculadas - conceito.............................................................................................................. 37
5.10 LUCROS DISTRIBUÍDOS ....................................................................................................................... 38
5.10.1 Legislação Federal do IR ................................................................................................................... 38
5.10.2 Lei Federal sobre a Distribuição de Lucro ........................................................................................ 38
5.10.3 Normas Complementares do IR......................................................................................................... 39
5.11 DISTRIBUIÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE O LUCRO CONTÁBIL E O PRESUMIDO ................... 40
5.12 RENDIMENTOS DISTRIBUÍDOS PELO REGIME TRIBUTÁRIO DO SIMPLES ............................ 40
5.13 DISPOSIÇÕES ESPECIAIS .................................................................................................................... 40
5.13.1 Juros Remuneratórios do Capital Próprio.......................................................................................... 40
5.13.2 Perdas com Créditos Incobráveis....................................................................................................... 42
5.14 CRÉDITOS COM GARANTIA............................................................................................................... 42
5.14.1 Venda com Reserva de Domínio ....................................................................................................... 42
5.14.2 Alienação Fiduciária em Garantia ..................................................................................................... 42
5.14.3 Venda com Garantia Real .................................................................................................................. 43
5.14.4 Desistência da Cobrança Judicial ...................................................................................................... 43
5.14.5 Créditos Recuperados ........................................................................................................................ 43
5.15 PROCESSO ADMINISTRATIVO DE CONSULTA.............................................................................. 44
5.16 INCENTIVOS FISCAIS DEDUTÍVEIS DO IMPOSTO DE RENDA ................................................... 44
5.16.1 Introdução .......................................................................................................................................... 44
5.16.2 Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT ............................................................................. 45
5.16.3 Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial ou Agropecuário (PDTIIPDTA)............... 45
5.16.4 Dedução Cumulativa do PAT/PDTI/PDTA ...................................................................................... 46
5.16.5 Dedução Cumulativa dos Incentivos às Operações de Caráter Cultural ........................................... 46
5.16.6 Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente ....................................................... 47
5.17 EXTINÇÃO DE EMPRESAS .................................................................................................................. 47
5.17.1 Conceito............................................................................................................................................. 47
5.17.2 Por Dissolução da Sociedade............................................................................................................. 47
5.17.3 Liquidação por Partilha de Bens do Ativo......................................................................................... 48
5.17.4 Tratamento Tributário........................................................................................................................ 48
6. LUCRO PRESUMIDO E ESTIMADO......................................................................................................... 49
6.1 CONCEITO ................................................................................................................................................ 49
6.2 PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO OU ESTIMATIVA .......................................................................... 50
6.3 ADIÇÕES ................................................................................................................................................... 50
6.4 CASO BASE .............................................................................................................................................. 50
6.5 SUSPENSÃO DO IMPOSTO MENSAL ESTIMADO ............................................................................. 51
6.6 OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO ..................................................................................................... 51
7. LUCRO ARBITRADO ....................................................................................................................................... 52
7.1 CONCEITO E APLICAÇÃO..................................................................................................................... 52
7.2 ARBITRAMENTO PELA RECEITA BRUTA ......................................................................................... 52
7.3 RECEITA DESCONHECIDA ................................................................................................................... 52
7.4 ADIÇÕES AO LUCRO ARBITRADO ..................................................................................................... 53
7.5 OMISSÃO DE RECEITA .......................................................................................................................... 53
7.6 CÁLCULO DO IR ADICIONAL .............................................................................................................. 54
7.7 AUTO-ARBITRAMENTO ........................................................................................................................ 54
8. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSL) ............................................................................. 54
8.1 INSTITUIÇÃO ........................................................................................................................................... 54
8.2 BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA....................................................................................................... 54
3
8.3 CONTRIBUINTE....................................................................................................................................... 55
8.4 CASO BASE – APURAÇÃO PELO LUCRO REAL ............................................................................... 56

1. IMPOSTO DE RENDA

1.1 NORMAS GERAIS

1.1.1 Tributação das Pessoas Jurídicas

Conforme disposto no Código Tributário Nacional, o fato gerador do imposto de renda é a


aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica, de renda, assim entendida, o produto do capital,
do trabalho ou da combinação de ambos e, de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os
acréscimos patrimoniais não compreendidos no valor daquela.

1.1.2 Conceito de tributo direto

Tributos diretos são aqueles que recaem definitivamente sobre o contribuinte que está direta e
pessoalmente ligado ao fato gerador. Assim, a mesma pessoa é o único contribuinte, de fato e de
direito. Os tributos diretos são aqueles que incidem sobre o patrimônio e a renda; como por exemplo:
o IPTU, o IRPJ, o IRPF e a CSL.

Pela lei, essas obrigações não podem ser objeto de repercussão, ou seja, repassado para o
preço ou para outra pessoa. Contudo, é comum nos contratos de locação imobiliária, incluir uma
cláusula obrigando o locatário ao pagamento do IPTU, ou seja, repassando um imposto sobre a
propriedade para quem verdadeiramente não é o proprietário.

Essa cláusula, porém, só tem validade entre as partes e não pode ser oposta ao Fisco; como
ensina Rubens Gomes de Sousa, em sua obra “compêndio de legislação tributária”, 1975, página
98, abaixo transcrita:

"Os efeitos tributários dos atos, contratos ou negócios são os que decorrem da lei tributária e não
podem ser modificados ou alterados pela vontade das partes, ao contrário do que acontece no direito privado,
em que as partes, pelo menos em certos casos, podem alterar ou modificar os efeitos jurídicos dos atos,
contratos ou negócios, mudando-lhes a forma embora sem lhes alterar a substância”.

Por essa razão, se o inquilino não pagar o IPTU, a execução fiscal recairá sobre o imóvel e
seu proprietário, exatamente como determina a lei tributária, esta de direito público. Portanto, a
citada cláusula contratual que atribuiu o dever de pagar o IPTU ao locatário e por este descumprida
é de direito privado. Logo, sendo acordo os contratantes, eventuais questões no particular devem
ser resolvidas entre as partes, isto é, locador e locatário.

Em passado recente de alta inflação mensal, que não permitia uma comparação de preços
pelo consumidor, haja vista a rapidez com que aumentavam; muitos administradores empresariais
repassavam para o preço final também os encargos com o IRPJ e a CSLL. Neste caso, bastava um
simples cálculo matemático de previsão dos tributos para inserir suas repercussões no preço final.

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O advento da relativa estabilidade econômica, no presente, passou a permitir a comparação
de preços pelo consumidor, bem como a maior concorrência e competitividade em qualidade e
tecnologia pela abertura das importações ao mercado mundial.
O preço hoje é o que o mercado estiver disposto a pagar pelo produto ou seu similar. Logo, o
preço é ditado pela concorrência e pela lei da oferta e procura, e não mais pelo produtor ou
comerciante.

Por outro lado, o lucro esperado é ditado pelo investidor, seja ele administrador ou apenas
um sócio do empreendimento, visto que deseja boa remuneração para seu capital. Assim sendo, só
resta ao administrador empresarial, como um equilibrista, adequar seu desencaixe para atender a
essas novas variáveis.

A tentativa de repassar para o preço os tributos diretos inviabilizará o comércio do produto.


Logo, a tributação direta sobre o lucro tem que ser suportada por quem o auferiu e deve ser levada
em consideração por ocasião do investimento.

Ironicamente, a tributação direta da renda, face ao instituto jurídico, apesar da enorme


legislação vigente a ela vinculada, passa a ser cumprida em decorrência de uma nova ordem e
realidade econômica. Comporta ressaltar, novamente, que o Direito deve estar sempre atento ao
fato e ao valor que a sociedade lhe atribui, para traçar as normas que regerão a conduta diante da
ocorrência do fato.

Na particularidade do fato examinado, valor e norma, recomenda-se à leitura do livro Noções


Preliminares de Direito, do Prof. Miguel Reale, indicado nas referências bibliográficas.

2. NORMAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal dá competência à União para a cobrança do Imposto de Renda e


Proventos de Qualquer Natureza; dispondo no art. 153, III, como princípios básicos, em seu § 22:

§ 2 - O imposto previsto no inciso III


I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade.

Na verdade, o critério da generalidade é o de que toda e qualquer forma de renda ou provento


deve ser tributada nos limites e condições da lei. Por outro lado, o da universalidade é de que o
tributo deverá ser cobrado de todos que auferirem renda, nos exatos termos fixados na lei, sem
distinção de nacionalidade, sexo, cor, profissão, religião ou capacidade jurídica.

Finalmente, o critério da progressividade diz que o imposto deve ser graduado por faixas de
renda, de forma que as alíquotas mais altas recaiam sobre as faixas maiores de renda. Em resumo,
é a tentativa de aplicar o preceito de justiça tributária, que diz: "quem pode mais, paga mais, quem
pode menos, paga menos, e quem não pode, não paga nada".

3. NORMAS DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL

Definida a competência tributária para instituir o imposto, cabe à lei ordinária federal,
aprovada pelo Congresso Nacional, instituí-lo, atendidos os princípios constitucionais e as normas
gerais da legislação de regência, definidas na lei complementar, que, como já dito, é lei nacional e
se sobrepõe às leis ordinárias, sejam elas Federais, Estaduais ou Municipais.

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No plano do Imposto de Renda, a lei complementar que disciplina as normas e os conceitos
fundamentais do referido tributo é o CTN, Lei nº 5.172/66.

O Código Tributário Nacional define os três elementos fundamentais desse imposto, ou seja,
o fato gerador, a base de cálculo e o contribuinte. Comporta afirmar neste caso que, nenhuma
disposição de lei hierárquica inferior poderá contrariar ao comando do CTN.

3.1 FATO GERADOR

"Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer


natureza tem como fato gerador à aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica”:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não


compreendidos no inciso anterior. ““.

Por sua vez, a LC nº. 104/2001 acrescentou dois novos parágrafos a esse artigo:

§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da


localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.
§ 2o Na hipótese da receita ou do rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as
condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do
imposto referido neste artigo.

O art. 43 dispõe que o fato gerador é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da


renda ou do provento. Aquisição da disponibilidade econômica referida é o efetivo recebimento da
renda. Regime de caixa, portanto. Por outro lado, a aquisição da disponibilidade jurídica é a
constituição do direito de receber a renda. Neste caso, regime de competência.

A venda de mercadoria a prazo, no ato de sua entrega ao comprador, acompanhada do


respectivo documento fiscal, gera, para o vendedor, o direito de receber seu valor, no prazo
convencionado. Dessa forma, o vendedor adquiriu a disponibilidade jurídica. É o credor de uma
relação jurídica na qual o devedor é o comprador; o objeto é a prestação patrimonial representada
pelo pagamento do preço da venda e teve como causa a vontade das partes. Aqui o título de crédito
representativo desse direito é a duplicata mercantil.

Se vendida em março, para pagamento em abril, ela será considerada na receita de março,
ou seja, do primeiro trimestre, pela aquisição da disponibilidade jurídica, e não em abril, ou seja, no
segundo trimestre, quando seu valor será efetivamente recebido, ou seja, quando será adquirida a
disponibilidade econômica. Regime de competência, portanto.

Avançando, constatamos que a renda é definida no inciso I do art. 43 do CTN, como o


produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Produtos da aplicação de capital,
simplesmente falando, são, por exemplo, os lucros, juros, alugueres, dividendos, etc.
As remunerações do trabalho, com ou sem vínculo empregatício, são, por exemplo, salários
para empregados, honorários para profissionais liberais, vencimentos nos casos dos funcionários
públicos, soldos para militares e, finalmente, “pró-labore” para sócios e renda para o governo.

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A combinação de aplicação de capital - máquinas, instalações, mercadorias, matérias-primas,
etc e de trabalho, com ou sem vínculo empregatício, é a característica principal da atividade
empresarial que, se bem administrada, vai produzir um resultado econômico positivo, ou seja, o
lucro. Este é, portanto, o produto da aplicação do capital e do trabalho, combinados e com
providências gerenciais implementadas pela pessoa jurídica.

Já os proventos de qualquer natureza são os acréscimos patrimoniais que não sejam


resultantes da aplicação de capital; do trabalho ou da combinação de ambos; como podemos
exemplificar os ganhos em loterias, heranças e legados.

O fato gerador do Imposto de Renda é, por definição legal, um fato periódico, ou seja, não
resulta de um único ato, em determinada data. Ele é complexo e se materializa ao longo de todo o
período de apuração, que pode ser trimestral ou anual, segundo a tipicidade.

Assim, fica claro que o resultado econômico final só é conhecido no encerramento do período
de apuração, porquanto sujeito a uma série de fatores que a ele se incorpora.

Durante o transcorrer do período de apuração trimestral, por exemplo, poderá haver meses
de prejuízo, alternados com outros de lucros. O resultado final será a soma algébrica desses
resultados mensais, positivos ou negativos, que sintetizará no resultado econômico.

A partir da Lei 9.430/96, foi adotado o período de apuração trimestral. O imposto passou a ser
devido trimestralmente e, por conseqüência direta, a base de cálculo também deve ser apurada no
final de cada trimestre.

É importante destacar que o imposto é determinado pela aplicação da alíquota sobre a


respectiva base de cálculo em moeda nacional.

3.2 BASE DE CÁLCULO E TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS

O art. 44 do CTN define como base de cálculo do Imposto de Renda, o montante real,
arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Assim podemos representar:

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TRIBUTAÇÃO DOS
RESULTADOS DAS EMPRESAS
REGIME DE APURAÇÃO

TRIBUTA PELO TRIBUTA PELO


LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO

LUCRO REAL LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO


TRIMESTRAL ANUAL TRIMESTRAL
REGIME DE PAGAMENTO

DEFINITIVO COM PAGAMENTO COM PAGAMENTO


BASE NO BASE NA RECEITA DEFINITIVO
LUCRO REAL BRUTA MENSAL E COM BASE NA
APURADO NO AJUSTES PELO RECEITA BRUTA
TRIMESTRE LUCRO REAL
ACUMULADO NO
FINAL DO PERÍODO
CONSIDERADO

Verdadeiramente Comporta destacar que o montante real é o total da disponibilidade jurídica


ou econômica, constituída ou adquirida no período de apuração.

Para determinada pessoa física, que recebe rendimentos do trabalho, com ou sem vínculo
empregatício, a base de cálculo é o total auferido no ano-calendário, do qual são abatidas as
deduções permitidas pela lei - dependentes, despesas médicas, etc. O resultado é a renda líquida;
que, dependendo de seu valor, será tributada progressivamente.

O imposto retido mensalmente, na fonte é considerado como antecipação do imposto devido


por ocasião da declaração anual de ajuste. Já para as empresas, a base de cálculo é o montante do
lucro real, presumido ou arbitrado, nos termos do acima exposto.

3.2.1 Lucro Real

O lucro real é um conceito fiscal e não um conceito econômico. No conceito econômico, o


lucro é o resultado positivo da soma algébrica de receita bruta de vendas ou serviços; deduzida das
devoluções e dos tributos incidentes sobre a venda, dos custos das despesas operacionais.
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O resultado, quanto positivo, é o lucro operacional; e, se negativo, é o prejuízo. A esse
resultado deve ser adicionado ou deduzido do lucro operacional o resultado positivo ou negativo das
receitas e despesas não operacionais, determinando-se o resultado do exercício. Ou seja, o
resultado antes do IR e da CSLL.

A Lei do Imposto de Renda denomina esse resultado contábil, portanto, econômico, de lucro
líquido; fato que contraria as disposições da Lei das Sociedades por Ações, que é a lei básica para
fins das demonstrações emitidas pela contabilidade.

Logo, de acordo com a legislação comercial, cuja lei básica é a das Sociedades por Ações –
Lei 6.404/76, o lucro líquido é apurado deduzindo-se do resultado do exercício as provisões para
pagamento do IR e da CSL. Portanto, o lucro líquido é o saldo remanescente, que fica à disposição
da assembléia de sócios ou de acionistas para deliberarem sobre a sua destinação.

O lucro real, conforme determina o art. 247 do RIR, é o lucro líquido, lucro antes do IR e da
CSLL do período de apuração, ajustado pelas adições e exclusões prescritas em lei. Nos termos do
mesmo RIR, esse lucro ajustado será base de cálculo para a compensação de prejuízos fiscais de
períodos anteriores. Portanto, o lucro real só pode ser determinado mediante escrituração contábil.

A denominação de lucro real para uma apuração eminentemente fiscal é, na prática, para
dizer ao menos, inadequada. Com efeito, real dá a idéia de verdadeiro; que, no caso, é o resultado
econômico positivo - receitas maiores que despesas do período considerado.

Na prática, verifica-se que, às vezes, a empresa tem um resultado econômico negativo, ou


seja, prejuízo, mas, obedecendo à legislação do Imposto de Renda, que manda adicionar ou excluir
valores considerados não dedutíveis ou então já tributados em outra empresa para, assim, apurar o
denominado lucro real. Na verdade, nada mais irreal que referida regra.

3.2.2 Lucro Presumido

O Lucro Presumido e uma alternativa para pequenas e médias empresas, até o limite da
receita bruta total, estabelecida em lei. Essas, ao invés da apuração do lucro realmente auferido, ou
seja, através da escrituração contábil, podem presumir o valor do lucro sobre suas receitas. Assim,
dispensam a instituto da escrita mercantil, desprezam as despesas do período e, apenas com base
na receita bruta, elas presumem a efetividade de lucro com base na aplicação de determinado
percentual sobre a respectiva base de cálculo.

Por exemplo:
Receita bruta de 100.000,00 x 8% = lucro presumido de 8.000,00.
Imposto de Renda: devido 15% x 8.000,00 = 1.200,00

No particular da sistemática sob exame, o grande desafio consiste saber se realmente a


empresa operou com lucro de R$ 8.000,00 no período base, porquanto as despesas não foram
imputadas contra as receitas auferidas. Todavia, é bom que se reconheça, é uma regra da
legislação, editada com fundamentos a beneficiar os pequenos empreendedores. Sabe-se que do
ponto de vista de desencaixes fiscais, na maioria das vezes, é muito mais prejudicial que benéfica
aos empresários.

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3.2.3 Lucro Arbitrado

É uma faculdade do Fisco, prevista para os casos em que a pessoa jurídica não mantenha
escrituração revestida das formalidades requeridas; quando deixa de elaborar as respectivas
demonstrações financeiras; tenha a escrituração desclassificada pela fiscalização; optou
indevidamente pela tributação com base no lucro presumido, ou, ainda, se não mantém arquivo de
documentos. Em qualquer dessas hipóteses, o Fisco poderá arbitrar o lucro, cujas regras de
arbitramento estão-se tomando cada vez mais severas. O instituto do arbitramento implica em
pagamento de imposto maior que aquele apurado pelas regras tradicionais.

A legislação de regência estabelece que autoridade tributária poderá fixar o lucro arbitrado
por um percentual sobre a receita bruta, esta quando conhecida, ou com base no valor do ativo, do
capital social, do patrimônio líquido, da folha de pagamento de empregados, das compras, do
aluguel das instalações ou do lucro líquido auferido em períodos anteriores.

O arbitramento do lucro por parte da autoridade tributária é medida fiscal extrema e não exclui
a aplicação de penalidades cabíveis, sendo, portanto, cumulativas ao imposto.

3.3 CONTRIBUINTE

O art. 45 do CTN define o contribuinte como o titular da disponibilidade da renda ou provento,


ou seja, a pessoa física ou jurídica. A lei pode, ainda, atribuir essa condição ao possuidor, a
qualquer título, dos bens produtores da renda ou proventos tributáveis.

A lei também atribui, à fonte pagadora da renda ou provento tributável, a condição de


responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam nos termos fixados.

4. NORMAS DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA DO IR

4.1 PERÍODO DE APURAÇÃO E ANO-CALENDÁRIO

O fato gerador do Imposto de Renda é considerado pela doutrina um fato complexo, ou seja,
não se constitui de um único fato econômico ou administrativo; e sim, é um conjunto de fatos ou
ocorrências que conformam e dão origem à base imponível do tributo.

Por exemplo: a transmissão da propriedade de um imóvel pela venda é um fato gerador


simples, pois se concretiza em um único fato econômico. Lavrada a escritura e pago o preço, a
transmissão do imóvel se concretiza e gera a obrigação e pagar o Imposto de Transmissão de
Propriedade Imobiliária – ITBI, inter vivos, de competência municipal.

O fato gerador do IR é um fato complexo, pois se constitui de vários fatos econômicos dos
quais vai decorrer um resultado positivo ou negativo, que será à base de cálculo do tributo.
Considere-se, como exemplo, a atividade de produção de bens: o industrial compra insumos que
são transformados em um produto, com aplicação de tecnologia e mão-de-obra, gerando encargos
fiscais e sociais. Para a comercialização desse produto, é necessário realizar outras despesas,
consideradas como operacionais, como por exemplo, despesas com propaganda, comissões de
vendedores, fretes de entrega, cobrança bancária do valor de venda, despesas financeiras etc, que,
gerando novos encargos e outras obrigações fiscais.

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Diante dessas ocorrências, para a averiguação da existência ou não de resultado, é preciso
dimensioná-las em determinado período de tempo para, no confronto das despesas e receitas, saber
afinal de a empresa operou ou não com lucro.

A Lei das Sociedades por Ações considera o exercício social de um ano. Encerrado o
exercício social, devem ser elaboradas as demonstrações financeiras e prestadas as contas da
administração à assembléia geral de acionistas. O espaço de tempo em que se dimensiona o
resultado e se dá por concluído o fato gerador do Imposto de Renda denomina-se período de
apuração.

A lei 9.430/96, em seu artigo 1O, tornou o período de apuração trimestral, a partir de janeiro
de 1997, restando essa regra consolidada no art. 220 do RIR. Essa é a regra geral. Entretanto, a
pessoa jurídica obrigada à apuração pelo lucro real pode apurar pelo lucro estimado, na mesma
forma e percentuais do lucro presumido, devendo ao final do ano-calendário elaborar as
demonstrações financeiras e apresentar a declaração anual do IR.

Conforme disposto na Lei das Sociedades por Ações, o exercício social corresponde ao
período de um ano; de tal sorte que, ao final dele são elaboradas as demonstrações financeiras e
apurado seu resultado. Esse exercício social pode não coincidir com o ano civil. Por exemplo: início
em julho e término em junho. Esse fato foi usado como parte do planejamento tributário, no passado.
Foi um grande instrumento, mas já está coibido.

O legislador do Imposto de Renda, através do Decreto-lei 1.371/74, determinou que todas as


empresas, sem embargo de seu exercício-social, devem apresentar declaração anual
correspondente ao ano-calendário de 12 meses consecutivos contados de 1º de janeiro a 31 de
dezembro de cada ano.

4.2 PAGAMENTO TRIMESTRAL

A regra geral vigente, estabelecida no art. 220 do RIR, aplicável a todas as pessoas jurídicas
sujeita ao Imposto de Renda, é o pagamento trimestral apurado com base no lucro real, presumido
ou arbitrado.

A pessoa jurídica obrigada à tributação pelo lucro real poderá optar pelo pagamento mensal
do imposto, determinado sobre base de cálculo estimada, ou seja, pelos mesmos índices do lucro
presumido, conforme preceitua o art. 223 do Regulamento do Imposto, ficando, entretanto, obrigada
à apresentação da declaração de ajuste anual pelo lucro real.

5. LUCRO REAL

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão determinar o lucro com base no
balanço anual levantado no dia 31 de dezembro ou mediante levantamento de balanços ou
balancetes trimestrais na forma da Lei 9.430/96. A pessoa jurídica que se enquadrar em qualquer
dos incisos do artigo 14 da Lei 9.718/98 terá que, obrigatoriamente, ser tributada com base no lucro
real. Para as demais pessoas jurídicas, a tributação pelo lucro real é uma opção a ser exercida
conforme melhor conveniência em cada ano-calendário.

11
5.1 PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À APURAÇÃO DO IR PELO LUCRO REAL

Conforme preceituado nos artigos 221 e 246 do RIR, estão obrigadas à apuração do imposto
pelas regras do Lucro Real, as pessoas jurídicas:

a) Cuja receita, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$48.000.000,00 ou ao


limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses do período, este quando
inferior a doze meses. Para efeito do limite acima mencionado, considera-se receita total o somatório
dos seguintes valores - art. 22, § 10, da IN SRF no 93/97:

I - Receita bruta de venda de mercadorias e ou prestação de serviços;


II - Demais receitas e ganhos de capital;
III - Rendimentos de aplicações financeiras em papeis de renda fixa e ganhos líquidos de
operações realizadas nos mercados de renda variável.
IV - Parcela das receitas auferidas nas exportações a pessoas vinculadas ou aos países com
tributação favorecida, determinada segundo as normas de preços de transferência, que exceder ao
valor contabilizado.

b) Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de


desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

c) Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior;

d) Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção
ou redução do imposto;

e) Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria


creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e
receber; compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring);

f) Que optarem pelo pagamento mensal do imposto por estimativa.

5.1.2 Empresas que Exploram Atividades Imobiliárias

As pessoas jurídicas que exploram atividades de compra e venda; loteamento; incorporação e


construção de imóveis, a partir do ano-calendário de 1999, foram autorizadas a optar pelo lucro
presumido. Artigos 14, 17, 11, e 18, III, da Lei no 9.718/98.

Cumpre destacar, no entanto, de acordo com a IN SRF no 25/99, se essas empresas,


enquanto submetidas à tributação pelo lucro real, houverem computado custo orçado no custo de
imóveis vendidos antes do término das obras, não poderão optar pela tributação pelo lucro
presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais houver registro de
custo orçado.

12
5.2 BASE DE CÁLCULO

O lucro real é apurado a partir do resultado contábil do período-base, que pode ser positivo -
lucro ou negativo - prejuízo. Logo, pressupõe escrituração contábil regular e mensal.

O art. 247 do RIR expressa o conceito fiscal de lucro real:

Art. 247 Lucro real é o lucro líquido do período de apuração, ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto.
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de
apuração com observância das disposições das leis comerciais ““.

Notamos que o RIR usa a expressão "lucro líquido" de forma equivocada. Na verdade está se
referindo ao resultado contábil, aquele, antes da dedução IR e da CSLL. Os preceitos da lei
comercial a que se refere esse artigo estão contemplados pela Lei 6.404/76 - Lei das Sociedades
por Ações que, em relação à apuração do lucro líquido, estão recepcionados no art. 187, relativo à
demonstração do resultado do exercício.

5.3 APURAÇÃO TRIMESTRAL


Nesse caso, as pessoas jurídicas apuram o imposto de renda devido trimestralmente com
base no lucro real, por períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de
setembro e 31 de dezembro, ressalvados os casos de cisão, fusão e incorporação de empresas ou
encerramento de atividades, nos quais a apuração da base de cálculo e do imposto devido deve ser
efetuada na data do evento. Artigo 220 do RIR/99.
É oportuno observar que o imposto devido trimestralmente deverá ser pago em quota única,
até o último dia útil do mês subseqüente ao encerramento do trimestre da apuração ou,
opcionalmente, em até 3 (três) quotas mensais, iguais e sucessivas, respeitado o valor mínimo de
R$ 1.000,00 para cada uma, tudo conforme art. 856 do RIR/99.

Comporta ainda observar ainda o que segue:

a) As quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subseqüentes ao do
encerramento do trimestre de apuração;
b) O valor de cada quota, exceto a primeira, se paga no prazo, será acrescido de juros
equivalentes à taxa SELIC para títulos federais, acumulados mensalmente a partir do primeiro dia do
segundo mês subseqüente ao do encerramento do trimestre de apuração até o último dia do mês
anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

5.3.1 Demonstração do Lucro Real Trimestral

RESULTADO CONTÁBIL TRIMESTRAL ANTES DO IRPJ


(+) Adições (Ajustes na parte "A" do LALUR)
(-) Exclusões (Ajustes na parte "A" do LALUR)
(=) LUCRO REAL TRIMESTRAL = Subtotal
(-) COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS (limitada a 30% do Lucro Real do Trimestre)
(=) LUCRO REAL TRIBUTÁVEL DO TRIMESTRE
(x) Alíquota de 15% sobre o total do Lucro Real do Trimestre

13
(x) Alíquota de 10% sobre o Lucro Real que exceder a R$ 60.000,00 no trimestre (20.000,00 x 3)
(=) IRPJ DEVIDO NO TRIMESTRE
(-) INCENTIVOS (PAT, PDTI/PDTA, Projetos Culturais, Audiovisual, Fundo Criança e Adolescente).
(=) VALOR DO IRPJ A SER CONTABILIZADO
(-) DEDUÇÕES/COMPENSAÇÕES:
(-) IRFONTE NOTAS FISCAIS DE SERVIÇOS;
(-) IRFONTE APLICAÇÕES FINANCEIRAS;
(-) IRFONTE JUROS REMUNER. CAPITAL PROPRIO
(-) IRPJ RETIDO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS
(-) IR PAGO SOBRE GANHOS DE RENDA VARIAVEL
(-) SALDO NEGATIVO DE PERÍODOS ANTERIORES
(-) VALORES PAGOS A MAIOR INDEVIDAMENTE
(-) DEMAIS COMPENSAÇÕES SOLICITADAS Á SRF
= IRPJ A PAGAR (se positivo) ou
= IRPJ A COMPENSAR (se negativo)

EXEMPLO

RESULTADO CONTÁBIL ANTES DO IRPJ 125.000,00


(+) Adições 46.000,00
(-) Exclusões (15.000,00)
= LUCRO REAL -Subtotal 156.000,00
(-) Compensação Prejuízo Fiscal (30%) (46.800,00)
= LUCRO REAL FINAL TRIMESTRAL 109.200,00.
IRPJ = 109.200,00 x 15% = 16.380,00
.Adicional = 109.200,00 (-) 60.000,00 = 49.200,00
.Adicional = 49.200,00 x 10% = 4.920,00
TOTAL DO IRPJ = 16.380,00 (+) 4.920,00 = 21.300,00

5.4 ADICÕES E EXCLUSÕES NA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ

5.4.1 Adições da base de cálculo:

Os encargos de depreciação apropriados contabilmente, correspondentes à bem que


tenha sido objeto de depreciação acelerada a título de incentivo fiscal;
Comissões cuja liberação fique condicionada ao recebimento das vendas que lhe
deram causa;
Os pagamentos efetuados à sociedade civil de profissão legalmente regulamentada,
por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes ou controladores da pessoa jurídica
que pagar ou creditar os rendimentos, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro
grau das referidas pessoas;
Resultado negativo de equivalência patrimonial;
As Gratificações e as Participações no Lucro atribuídas a administradores e dirigentes;
Brindes;
Qualquer provisão que não seja expressamente admitida pela legislação do Imposto de
Renda;
As multas por infrações fiscais salvo as de natureza compensatória (multas de mora) e
as impostas por infrações, de que não resultem falta ou insuficiência de pagamento de
tributos ou contribuições;
14
O prejuízo na alienação ou baixa de investimentos adquiridos mediante incentivo fiscal
de dedução do imposto de renda;
Lucro da exploração negativo;
Amortização de ágio na aquisição de investimentos relevantes sujeitos à equivalência
patrimonial, cujo valor deverá ser adicionado ao lucro líquido, para determinação do
lucro real, e controlado na parte "8" do LALUR até a alienação ou baixa desta
participação, quando então, poderá ser computado para apuração do Lucro Real;
Todas as perdas mensais em operações de renda variável, que excederem os ganhos
mensais nas mesmas operações que somente serão dedutíveis na determinação do
lucro real até o limite dos ganhos auferidos em operações no próprio ano-calendário ou
em ano subseqüente;
Realização da Reserva de Reavaliação de bens do ativo permanente, que será
computada na determinação do lucro real;
Leasing, aluguel, depreciação, amortização, manutenção e outros gastos com bens
móveis e imóveis, com exceção daqueles ligados à atividade da empresa;
Remuneração de diretores de Sociedades Anônimas residentes fora do País;
Lucro inflacionário;
A parcela do lucro decorrente de contratos com Órgãos Públicos que haja sido excluído
do lucro líquido em período-base anterior, proporcional ao valor da receita recebida no
período-base;
Os tributos e contribuições que estejam sendo discutidos em qualquer instância;
As perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no dia (DAY TRADE);
Os juros sobre o capital próprio que excederem os limites dedutíveis;
O valor total da Variação Cambial Passiva, contabilizada pelo regime de competência,
ainda não paga, quando o regime de tributação escolhido tenha sido o de caixa;
O valor total da Variação Cambial Ativa, excluída em período anterior e que tenha sido
liquidada a operação correspondente no período de apuração, quando a opção for pelo
regime de caixa;

5.4.2 Exclusões da base de cálculo:

A parcela correspondente à depreciação acelerada incentivada;


O valor de provisões não dedutíveis que hajam sido adicionadas ao lucro líquido de
período-base anterior, baixadas no período-base e reversões de provisões que
transitem pelo resultado;
A parcela do saldo devedor d correção monetária do IPC/90; ainda não baixada;
O valor dos investimentos em incentivos às atividades audiovisuais;
Os rendimentos e ganhos de capital na transferência de imóveis desapropriados para
fins de reforma agrária;
As perdas em operações de Renda Variável que tenham sido adicionados ao lucro do
período anterior, até o montante do ganho líquido no período-base;
O resultado positivo de equivalência patrimonial;
A parcela do lucro correspondente à receita apropriada, mas ainda não recebido e
decorrente de contratos celebrados com pessoa jurídica de direito público ou empresa
sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária,
nos casos de empreitada ou fornecimento, a preço determinado, de bens e serviços a
serem produzidos;
Os tributos e contribuições, pagos no período-base, que tenham sido adicionados ao
lucro líquido nos períodos-base de 1993 a 1994;
15
Lucro da exploração positivo;
Os resultados positivos das Sociedades Cooperativas, relativos aos atos cooperados;
Lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição;
Ganho na venda, de longo prazo, de bens do ativo permanente;
O valor total da Variação Cambial Ativa, contabilizada pelo regime de competência,
ainda não recebida, quando o regime tributário escolhido for caixa;
O valor total da Variação Cambial Passiva, adicionada em período anterior e que tenha
sido liquidada a operação correspondente no período de apuração, quando o regime
tributário escolhido for o de caixa;

5.5 PAGAMENTO MENSAL POR ESTIMATIVA E APURAÇÃO ANUAL DO LUCRO REAL

No regime de tributação pelo Lucro Real, a empresa poderá optar pelo pagamento mensal do
imposto por estimativa, ficando, todavia:

a) Obrigada à apuração do lucro real anualmente, em 31 de dezembro, ou por ocasião de


incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, para fins de determinação do imposto
efetivamente devido no período e ajuste de diferenças - pagamento do saldo positivo apurado ou
restituição ou compensação de saldo negativo apurado - art. 221 do RIR/99; e,

b) Com a opção de apurar o lucro real no decorrer do ano, mediante levantamento de


balanços ou balancetes periódicos, com base nos quais poderá reduzir ou suspender os
pagamentos mensais do imposto.

5.5.1 Opção pelo Pagamento Mensal

A opção pelo pagamento mensal é considerada exercida com o pagamento do imposto


correspondente ao mês de janeiro ou do início de atividades, quando for o caso, vencível no último
dia útil do mês subseqüente, observado o seguinte:

a) O exercício dessa opção implica a obrigatoriedade de apuração anual do lucro real, em 31


de dezembro ou por ocasião de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, ficando a
empresa impedida de optar pela tributação no lucro presumido, mesmo que não esteja enquadrada
em nenhuma das outras situações que a obrigam à apuração do lucro real; exceção às empresas
que optarem pelo REFIS, enquanto estiver no programa;

b) A opção pelo pagamento mensal do Imposto de Renda impõe o pagamento mensal


também da Contribuição Social Sobre o Lucro, na forma prevista na legislação vigente.

5.5.2 Base de Cálculo do Imposto Mensal por Estimativa

No regime de pagamentos por estimativa, a base de cálculo do imposto de renda mensal é o


somatório dos seguintes valores:

a) Resultado da aplicação dos percentuais de presunção sobre a receita bruta mensal


proveniente das vendas de mercadorias ou produtos, da prestação de serviços e de outras
atividades compreendidas no objeto da empresa;
16
b) Ganhos de capital e outras receitas ou resultados auferidas no mês não compreendidos na
receita bruta proveniente das atividades próprias da empresa;

c) 1/120 do saldo do lucro inflacionário acumulado, existente em 31.12.95, salvo se tiver


havido opção pela sua realização acelerada, para gozo de redução da alíquota do IR.

5.5.3 Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta

Sobre a receita bruta mensal auferida na(s) atividade(s) que constitua(m) o objeto da
empresa, aplicam-se os seguintes percentuais:
Espécies de Atividades geradoras de receitas Percentuais aplicáveis
Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, 1,6%
álcool etílico carburante e gás natural (inclusive glp).
Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de 8%
combustíveis para consumo) Transporte de Cargas.
Serviços hospitalares.
Atividade rural.
Industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o
produto intermediário, ou o material de embalagem tenham
sido fornecidos por quem encomendou a industrialização.
Atividades imobiliárias (loteamento, venda).
Construção por empreitada, Quando houver emprego de
materiais próprios, em qualquer quantidade.
Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços), para
a qual não esteja previsto percentual específico.
Serviços de transporte (exceto o de carga). 16%
Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades
civis de profissões regulamentadas) prestados com
exclusividade por empresas com receita bruta anual não
superior a R$ 120.000,00.
Instituições financeiras e entidades a elas equiparadas.
Serviços em geral, para os Quais não esteja previsto 32%
percentual específico, inclusive os prestados por sociedades
civis de profissões regulamentadas.
Intermediação de negócios, inclusive representação comercial
e corretagem (de seguros, de imóveis etc.).
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza.
Factoring.
Construção por empreitada, quando houver emprego
unicamente de mão -de- obra, ou seja, sem o emprego de
materiais.

Notas:

1ª) No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de
cada atividade o respectivo percentual - art. 223, § 3°, do RIR/99.

17
2ª) A pessoa jurídica exclusivamente prestadora de serviços (exceto serviços hospitalares, de
transporte e os relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas) poderá utilizar o
percentual de 16% enquanto a sua receita bruta acumulada no ano em curso se comportar dentro do
limite de R$ 120.000,00.
Cabe observar que se a receita bruta acumulada até determinado mês ultrapassar o referido
limite, a pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% ficará sujeita ao percentual normal
de 32%, retroativamente ao mês de janeiro do ano em curso, impondo-se o pagamento das
diferenças de imposto apuradas em cada mês, até o último dia útil do mês subseqüente ao da
verificação do excesso. Dentro do prazo mencionado acima, as diferenças de imposto poderão ser
pagas sem acréscimos moratórios.

5.5.4 Acréscimo dos Ganhos de Capital e demais Receitas e Resultados

Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto mensal, aos valores resultantes
da aplicação dos percentuais sobre a receita bruta mensal proveniente das atividades
compreendidas no objeto da empresa deverão ser adicionados ganhos de capital e demais receitas
e resultados auferidos no mês - regime de competência, tais como (arts. 225 e 238 do RIR/99 e art.
4° da IN SRF no 93/97):

I - Os ganhos de capital auferidos na alienação de bem do ativo permanente, inclusive os


obtidos na alienação de participações societárias em sociedades coligadas e controladas e de
participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-
calendário seguinte ao de suas aquisições;

II - A receita de aluguel de bens, se a locação dos bens não estiver compreendida no objeto
da empresa, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;

III - Os juros equivalentes a SELIC, relativos aos impostos e contribuições a serem restituídos
ou compensados;

IV - As variações monetárias ativas, observando-se que, a partir de 01.01.2000, as receitas de


variações cambiais, decorrentes de atualização monetária de direitos de crédito e obrigações
expressos em moeda estrangeira, serão consideradas, para efeito da determinação da base de
cálculo do imposto mensal, à opção da pessoa jurídica:

a) No momento da liquidação da operação correspondente (regime de caixa); ou

b) Pelo regime de competência, aplicando-se a opção escolhida para todo o ano-calendário;

EXEMPLO:

Dados:
Exportação de Mercadorias em 02/01/2005: US$ 10.000
Dólar compra em 02/01/2005= R$ 2,30
Valor do crédito em Reais: R$ 23.000,00

Contabilização:
D - Clientes no Exterior (AC) 23.000,00
C - Receitas com Vendas para o Exterior (CR) 23.000,00
18
Em 31/01/2005:
Valor do Dólar Compra em 31.01.2005: R$ 2,50
Valor do crédito em Reais: 10.000 (x) 2,50 = 25.000,00
Variação cambial ativa (receita) = 25.000,00 -23.000,00 = R$ 2.000,00

Lançamento Contábil:
D - Clientes no Exterior (AC) 2.000,00
C - Variação Cambial Ativa (CR) 2.000,00

Em 28.02.2005:
Valor do Dólar Compra em 28.02.2005: R$ 2.40
Valor do Crédito em Reais: 10.000 (x) 2,40 = R$ 24.000,00
Variação Cambial Passiva (despesa) = R$ 1.000,00

Lançamento Contábil:
D - Variação Cambial Passiva (CR) 1.000,00
C - Clientes no Exterior (AC) 1.000,00

5.5.5 Valores que não integram a Base de Cálculo

Não compõem a base de cálculo do imposto mensal estimado (art.225, § 10, do RIR e art. 7°
da IN SRF no 93/97):

Os rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa submetidas a incidências


do Imposto de Renda na Fonte;

Os ganhos líquidos auferidos em operações financeiras de renda variável, se submetidos à


tributação mensal separadamente;

Os lucros e os dividendos recebidos de participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição;

O resultado positivo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial;

As recuperações de créditos que não representem ingresso de novas receitas;

A reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;

Os juros remuneratórios do capital próprio, apropriado em decorrência da participação em


outra sociedade.

5.5.6 Cálculo do Imposto - Alíquotas

O imposto mensal será calculado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo determinada
de acordo com os procedimentos previstos anteriormente (art. 228 do RIR/99):

a) Da alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo apurada;


b) Da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da BC que exceder o limite R$ 20.000,00.

19
5.5.7 Dedução de Incentivos Fiscais

Poderão ser deduzidos do imposto mensal de 15%, isto é, IRPJ sem considerar o adicional,
os incentivos fiscais a seguir relacionados:

NOME CÁLCULO LIMITE EXCESSO DESPESA


INDIVIDUAL
OPERAÇÕES 40% Doações 4% do IR devido Não aproveitável Dedutível
CULTURAIS 30% Patrocínio sem adicional
ARTÍSTICAS Lei Arts. 25 e 26
8.313/91 Lei 8.313/91
Dec. 1.494/95
OPERAÇÕES Total das doações 4% do IR devido Não aproveitável Não dedutível
CULTURAIS e Patrocínios sem adicional
ARTÍSTICAS Lei Lei 9.874/99
8.313/91
Dec. 1.494/95
ATIVIDADE Total dos 3% do IR devido Não aproveitável Excluída via
AUDIOVISUAL investimentos sem adicional LALUR
Lei 8.685/93
P.A.T. 15% dos gastos; 4% do IR devido Dois anos Dedutível
Decreto 05/91 ou R$ 0,30 por sem adicional
Decreto 2101/96 Refeição; ou
IN DRF 16/92 Limite de 4% do
Art. 369 RIR/99 IR devido sem
adicional.
“Usar o menor”
PDTI/PDTA 15 % dos gastos 4% do IR devido Dois anos Dedutível
Dec. 949/93 sem adicional
FUNDOS DA Total das 1% do IR devido Não Aproveitável Não dedutível
CRIANÇA E DO Doações sem adicional Art. 591 do
ADOLESCENTE. RIR/99
Dec. 794/93
Art. 526 RIR/99

Notas:
O limite conjunto do Incentivo Fiscal “Operações Culturais e Artísticas” e o Incentivo de “Atividade
Audiovisual” é de 4% do IR devido sem o adicional.
O limite conjunto do Incentivo Fiscal do “PAT” e do Incentivo Fiscal do “PDTI/PDTA” é de 4% do
IR devido sem o adicional.
Segmentos Culturais da Lei nº 9.874/99 em que a despesa não é dedutível: Artes Cênicas; Livros
de Valor Artístico, Literários, Humanísticos; Música Erudita ou Instrumental; Circulação de
Exposições de Artes Plásticas; Doações de Acervos para Bibliotecas Públicas e Museus.

5.5.8 Compensação de IRRF ou Pago sobre Receitas Computadas na Base de Cálculo

20
Poderá ser deduzido do imposto mensal o valor do Imposto de Renda pago ou retido na fonte
sobre receitas que integraram a base de cálculo do imposto mensal, que compreende (arts. 229, 647
a 651, 653 e 681 do RIR/99):

I - O imposto retido na fonte sobre rendimentos pagos ou creditados por outras pessoas
jurídicas, a título de:
a) Remuneração de serviços profissionais;
b) Comissões e corretagens ou qualquer outra remuneração pela intermediação de negócios;
c) Serviços de limpeza e conservação de imóveis, segurança, vigilância e locação de MDO;
d) Multas ou quaisquer outras vantagens, inclusive indenização, em virtude de rescisão;

II - O imposto retido na fonte sobre pagamentos, efetuados por órgãos públicos federais, pelo
fornecimento de bens ou serviços;

III - O imposto pago pela agência de propaganda, incidente sobre serviços de propaganda e
publicidade;

IV - O saldo do Imposto de Renda a restituir ou a compensar apurado em anos-calendário


anteriores, nos quais a empresa foi submetida à apuração anual do lucro real;

V - Os pagamentos indevidos ou a maior que o devido, relativos a impostos ou contribuições


administrados pela Secretaria da Receita Federal, mediante pedido de compensação, se for o caso.

Nota:
Do imposto mensal calculado por estimativa não poderá ser deduzido o imposto de renda
retido na fonte sobre rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa nem o imposto pago
separadamente sobre ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável, porque os
rendimentos e ganhos líquidos submetidos a essas formas de tributação não integram a base de
cálculo do imposto mensal.

5.5.9 Prazo

O valor do imposto devido em cada mês deverá ser pago até o último dia útil do mês
subseqüente ao mês de apuração (art.858 do RIR/99).

5.5.10 Exemplo Prático De Cálculo Do IRPJ Mensal

RECEITA BRUTA ( FATURAMENTO MENSAL)


(x) % POR ATIVIDADE SOBRE O FATURAMENTO
(=) LUCRO ESTIMADO
(+) DEMAIS RECEITAS:
Ganhos de capital na venda de bens do ativo permanente;
Variação Monetária Ativa;
Variação Cambial Ativa;
Juros Ativos;
Multas Contratuais Recebidas;
Descontos Recebidos;
21
Juros de taxa Selic relativos à compensação de valores;
(+) REALIZAÇÃO DO LUCRO INFLACIONÁRIO ( 1/120)
(=) BASE DE CÁLCULO ESTIMADA DO IMPOSTO DE RENDA
(x) Alíquota de 15% sobre o total da base de cálculo
(x) Adicional de 10% sobre a parcela que exceder a R$ 20.000,00
(=) IRPJ MENSAL ESTIMADO DEVIDO
(-) INCENTIVOS FISCAIS: PAT, Projetos Culturais, Audiovisual, Fundo da Criança.
(=) IRPJ A SER CONTABILIZADO
(-) DEDUÇÕES / COMPENSAÇÕES:
IRFONTE SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
IRPJ RETIDO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS
IRPJ RECOLHIDO A MAIOR INDEVIDAMENTE
SALDO NEGATIVO DE PERÍODOS ANTERIORES
DEMAIS COMPENSAÇÕES SOLICITADAS Á SRF
(=) IMPOSTO DE RENDA A PAGAR

Nota:
Nos recolhimentos do IRPJ por estimativa com base na receita bruta e acréscimos não
compõem sua base de cálculo como outras receitas os rendimentos relativos a Receitas de
Aplicações Financeiras, inclusive rendimentos dos contratos de mútuo, e Receitas de Juros
Remuneratórios do Capital Próprio.

Nesses casos, o IRRF não poderá nesse momento ser aproveitado; porquanto o seu
aproveitamento e a tributação dos rendimentos dar-se-ão por ocasião de balanço acumulado de
redução ou então no momento da apuração anual definitiva, ou seja, em 31 de dezembro.

EXEMPLO:

DADOS PARA CÁLCULO DO IRPJ ESTIMATIVA E NA RECEITA BRUTA E ACRÉSCIMOS.

Objeto Social da Empresa: Revenda de Mercadorias, Prestação de Serviços, Administração e


Locação de Imóveis Próprios e de Terceiros.

1) RECEITA COM VENDA DE MERCADORIAS 760.000,00

2) RECEITA COM INTERMEDIAÇÃO NEGÓCIOS 100.000,00

3) RECEITA COM ALUGUEL DE IMÓVEL 30.000,00


PERTENCENTE AO IMOBILIZADO.
4) GANHO NA VENDA DE UM BEM DO 850,00
IMOBILIZADO
5) JUROS ATIVOS E DESCONTOS OBTIDOS 2.200,00
6) JURO SOBRE CAPITAL PRÓPRIO AUFERIDO 4.000,00
7) VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA 1.300,00
8) RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES R. FIXA 22.000,00
22
9) A EMPRESA CONCEDEU 6.000 REFEIÇÕES
AOS EMPREGADOS NO VALOR TOTAL DE R$
18.000,00, ATRAVÉS DO PATI, DESCONTADO
DOS EMPREGADOS R$ 7.000,00
10) IRFONTE SOBRE PREST. DE SERVIÇOS 1.500,00
11) IRF SOBRE APLICAÇÕES RENDA FIXA 4.400,00

12) IRF SOBRE JUROS CAPITAL PRÓPRIO 600,00

APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

Formação da Base de Cálculo:


8% (x) 760.000,00 = 60.800,00
32% (x) 100.000,00 = 32.0000,00
60.800,00 (+) 32.000,00 = 92.800,00
(+) Outras receitas: 30.000,00 (+) 850,00 (+) 2.200,00 (+) 1.300,00 = 34.350,00
Base de Cálculo: 92.800,00 (+) 34.350,00 = 127.150,00
Cálculo do I.R.P.J = 15% (x) 127.150,00 = 19.072,50
Adicional = 127.650,00 (-) 20.000,00 = 107.650,00
10% (x) 107.650,00 = 10.765,00
TOTAL DO I. R. P.J. = 19.072,50 (+) 10.765,00 = 29.837,50

Deduções:
PAT - Programa de Alimentação ao Trabalhador;
Custo = 18.000,00 (-) 7000,00 = R$ 11.000,00
Custo por refeição: 11.000,00 : 6.000 = R$ 1,83
Incentivo: 15% de 1,83 = 0,27 por refeição. 0,27 (x) 6.000,00 = R$ 1.620,00
IRPJ devido sem adicional = R$ 19.072,50
Limite de dedução: 4% de 19.072,50 = R$ 762,90
Valor do incentivo utilizado: R$ 762,90
IRPJ A SER CONTABlLIZADO:
19.072,50 (-) 762,90 (+) 10.765,00 = 29.074,60
COMPENSAÇÕES:
IRFONTE SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 1.500,00
SALDO DO IRPJ APAGAR = 27.574,60

Nota:
Os valores relativos ao IRF sobre Aplicações Financeiras e os relativos ao IRF sobre Juros
Remuneratórios do Capital Próprio poderão ser aproveitados por ocasião de Balanço Acumulado de
Redução & Suspensão ou ainda no momento da apuração final.

23
VEJAMOS NA MESMA ORDEM DE COLOCAÇÃO O QUADRO SEGUINTE:

MÊS IRPJ RB IR BAL ACUM IR A COMP IR A RECOL


Janeiro 17.400,00 13.500,00 0 13.500,00 R
Fevereiro 11.700,00 23.000,00 13.500,00 9.500,00 R
Março 14.100,00 39.000,00 23.000,00 14.100,00 *
Abril 18.500,00 42.000,00 37.100,00 4.900,00 R
Maio 22.000,00 41.000,00 42.000,00 Suspensão
Junho 15.600,00 48.000,00 42.000,00 6.000,00 R
Julho 10.000,00 60.000,00 48.000,00 10.000,00 *
Agosto 13.700,00 62.000,00 58.000,00 4.000,00 R
Setembro 12.800,00 61.500,00 62.000,00 Suspensão
Outubro 19.600,00 65.000,00 62.000,00 3.000,00 R
Novembro 28.470,00 72.000,00 65.000,00 7.000,00 R
Dezembro 30.500,00 73.000,00 72.000,00 1.000,00 R
(*) Recolhimento com base na receita bruta e acréscimos. R = Redução

5.6 COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS

A lei 8.981/95, em seu art. 42, limitou a compensação dos prejuízos fiscais em 30% do lucro
real ajustado; ou seja, o resultado do exercício, ajustado com as adições e exclusões prescritas ou
autorizadas em lei.

As disposições desse artigo foram complementadas pelo art. 15 da Lei 9.065/95:

"Art. 15. O prejuízo fiscal apurado a partir do encerramento do ano-calendário de 1995 poderá ser
compensado cumulativamente com os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro de 1994; com o
lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação do Imposto de Renda,
observado o limite máximo, para a compensação, de 30%, do referido lucro líquido, ajustado”.

Parágrafo único. O disposto deste artigo somente se aplica às pessoas jurídicas que mantiverem os
livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante do prejuízo fiscal
utilizado para a compensação."

A limitação é bastante polêmica, pois o prejuízo é redução do patrimônio líquido que só se


recompõe após obter resultados positivos que superem o negativo; recompondo, dessa forma, o
patrimônio líquido. Somente após a recomposição do patrimônio líquido é que os resultados
positivos aumentam o patrimônio líquido e são considerados lucros.

Por exemplo:
1) 31-12-94 - Resultado Negativo (Prejuízo) de (80.000)
Patrimônio Líquido
Capital 200.000
- Prejuízo 94 (80.000) 120.000
2) 31-12-95 - Resultado Positivo 110.000
Patrimônio líquido
Capital 200.000
Prejuízo 94 (80.000)
+ Resultado 95 110.000 230.000

24
Logo, conclui-se que o resultado positivo de $ 110.000 em 1995, até a parcela dos $ 80.000
referentes ao resultado de 1994 (prejuízo), apenas se presta para repor o patrimônio líquido na
situação inicial; ou seja, capital de 200.000. Somente o excedente dessa reposição é renda, no
sentido de acréscimo de patrimônio líquido. Em resumo, compensando o prejuízo anterior, o lucro
residual é de 30.000.

Em verdade, pela legislação vigente até 31-12-94, o prejuízo podia ser compensado até o
limite do lucro. Todavia, pela legislação vigente a partir de 1995, do resultado de 1995, só serão
compensados 30% do prejuízo acumulado, ou seja:

Lucro líquido (IR) de 1995 110.000


+ Adições 8.000
(-) Exclusões (6.000)
= Lucro ajustado 112.000
(-) Compensação 30% LR (33.600)
Lucro Real Tributável 78.400

Vale observar que entre o lucro real apurado pela nova regra de compensação do prejuízo e o
resultado econômico "renda" (78.400 - 30.000), existe uma diferença a maior de 48.400; fato que se
caracteriza na tributação sobre o patrimônio e não sobre a renda.

A Constituição Federal conceitua tratar-se de um imposto sobre a renda e proventos (art. 153,
inciso III). Logo, não poderia incidir qualquer exação sobre parcela do patrimônio líquido, por
inconstitucional e indevido.

No exemplo, a diferença de tributação à alíquota de 15% é a seguinte:

I R 15% do Lucro real de 78.400 = 11.760


I R 15% s/ Lucro efetivo de 30.000 = 4.500
Diferença 7.260 Relação percentual:11.760:4.500-1 x100 = 161,33%

Significa dizer que a empresa está pagando a título de IRPJ 161,33% a mais o que o valor
efetivamente devido nos termos da norma supra legal. Enquanto não for realizada uma reforma
tributária eficaz, o contribuinte estará sujeito aos malabarismos que o Governo pratica no final de
cada ano, para atender ao déficit das contas públicas, que continua crescendo.

5.7 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS - LIMITAÇÕES

No lucro real, com base na escrituração contábil, todos os custos e despesas devem ser
deduzidos da receita líquida de vendas para de apuração do lucro operacional, desde que devida-
mente comprovados através de documentos revestidos das formalidades legais e que guardem
conformidade com as atividades usuais da empresa.

Mesmo assim, vale dizer que o IR estabelece critérios, limitações e parâmetros para aceitar
determinado custo ou despesa como dedutível para fins da apuração do lucro real.

Portanto, os custos e despesas apropriados na escrituração contábil segundo critérios


estabelecidos pela administração da empresa serão acolhidos nas demonstrações financeiras e o
resultado será aprovado ou não pela diretoria, sócios ou acionistas.

25
Entretanto, para o Imposto de Renda, os custos e despesas que excederem aos limites ou
parâmetros fixados, serão adicionados ao lucro contábil, por meio de registros, cálculos e
demonstrações no LALUR, logo, fora da contabilidade, para fins meramente tributários.

5.7.1 Custos

Para a correta apuração dos custos, um dos fatores fundamentais é o método de avaliação de
estoques. Ao final de cada período de apuração, a pessoa jurídica deverá promover o levantamento
e a avaliação de seus estoques, ou seja, trimestralmente, devendo ainda transcreve-los no livro
apropriado.

O contribuinte deve manter sistema de custo integrado e coordenado com o restante da


escrituração contábil, assim entendido aquele que:

a) Esteja apoiado em valores originados da escrituração contábil, como por exemplo, matéria-
prima; mão-de-obra direta e demais custos gerais de fabricação;

b) Permita a determinação contábil, ao fim de cada período, do valor dos estoques de matérias-
primas e outros materiais; produtos em elaboração e produtos acabados;

c) Esteja apoiado em livros auxiliares, fichas ou formulários contínuos, ou ainda, mapas das
apropriações ou rateios; tidos em boa guarda e com registros coincidentes com aqueles
constantes da escrituração principal;

d) Permita avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período-base de


apropriação de resultado, segundo os custos incorridos efetivamente.

Todavia, se o contribuinte não tiver esse sistema de custo integrado e coordenado com o
restante da escrituração contábil, a legislação do Imposto de Renda determina que os estoques
sejam avaliados da seguinte forma:

a) Matéria-prima, mercadorias e bens de almoxarifado, pelo custo de aquisição;

b) Os produtos semi-elaborados:
A) por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base;
B) em no mínimo 80% do valor dos produtos acabados, que neste caso é estimado em 70%
do maior preço de venda.

Portanto:
Preço de Venda 100
Produto acabado (70%) 70
Produtos semi-elaborados (80% de 70% = 56%)
Esse 56% é determinado na forma do item c abaixo;

Os produtos acabados: em 70% do maior preço de venda do período-base.

Esses estoques devem ser registrados no livro Registro de Inventário, no encerramento de


cada período de apuração com os detalhes e pormenores que lhes sejam próprios.

26
5.7.2 Tributos e Multas

No particular, vale observar que a partir do ano-calendário 1995, os tributos voltaram a ser
dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime de competência, ressalvado tributos
cujas exigibilidades estejam suspensas nos termos do art. 151 do CTN, quer pelo depósito judicial
ou pela concessão de medida liminar em mandado de segurança, com ou sem depósito judicial.

Assim, se a empresa está questionando na justiça determinado tributo, este não pode ser
deduzido como despesa, já que sua exigibilidade está suspensa nos termos do art. 151 do Código
Tributário Nacional.

Comporta destacar que os depósitos judiciais, quando feitos em garantia, devem ser
contabilizados em conta do Ativo Circulante, no grupo de Despesas Antecipadas, em conta de
Depósitos Judiciais, pois o resultado está pendente de uma decisão judicial.

Se a empresa perder, a Justiça determinará a conversão desse depósito em renda da


Fazenda Pública, na forma do art. 156, inciso VI, do CTN. Após essa determinação judicial, a
empresa poderá contabilizar esse valor, corrigido até essa data, como despesa efetiva.

Todavia, se a empresa lograr êxito na demanda, receberá autorização judicial para levantar
esses depósitos, que retomarão a Ativo Circulante como Disponibilidade, em caixa ou depósitos
bancários, restando claro que a despesa não se efetivou.

O Imposto de Renda, aqui como tributo direto, não é dedutível como despesa, tanto que a
provisão do IRPJ ocorre após a apuração do lucro contábil. Seu valor é levado a uma conta de Pro-
visão para IRPJ, no Passivo Circulante, registrado, portanto, como exigibilidade, obrigação, dívida
fiscal da empresa a ser resgatada oportunamente.

Se a empresa devia reter o IRRF sobre os rendimentos como fonte - responsável e não o fez,
arcará com esse imposto, que passa ser sua obrigação, onerado ainda mais, pelo fato de não poder
deduzir essa despesa na apuração do lucro real.

Ao adquirir bens para o ativo fixo, a empresa, a seu critério, pode ativar o total pago na
aquisição, para posterior depreciação, ou levar diretamente para despesa tributária os tributos
pagos, como por exemplo, II; IPI e ICMS, ativando somente o custo líquido do bem, deduzido,
portanto, desses tributos.

Avançando para o campo das multas, vejamos ainda, o art. 344, § 5O, do RIR:

"§ 5O Não são dedutíveis, como custo ou despesas operacionais, as multas por infrações fiscais, salvo
as de natureza compensatória e as impostas por infrações de que não resultem falta ou insuficiência
de pagamento de tributo."

Por essa determinação, o IR acrescenta mais um castigo a quem cometeu infração fiscal.
Além de pagar multa sobre o valor do débito, sofre uma segunda penalidade: não pode deduzir a
multa como despesa. Em outras palavras, vai adicionar ao resultado do exercício mais uma despesa
– a multa, sobre a qual incidirá o cálculo do IRPJ.

27
Ressalte-se, entretanto, que a lei sob exame estabelece que não são dedutíveis do IR os
valores de multas por infrações fiscais.

Assim, a empresa, ao realizar suas vendas, pode ter cumprido todas as obrigações
acessórias - emitiu nota fiscal, escriturou, no caso do ICMS, no Registro de Saídas e apurou o
imposto devido no encerramento de cada período; escriturou também o livro de Apuração do ICMS;
prestou todas as informações cabíveis pelo preenchimento da Guia de Informação e Apuração - GIA
- e a entregou no prazo legal. Entretanto, por dificuldades de caixa, não conseguiu recolher o ICMS
no prazo.

Ao recolher esse tributo atrasado, corrigido por qualquer indexador, pagará uma multa de
mora, ou seja, uma compensação em favor do Fisco pela demora. É claro que no caso não houve
infração fiscal, já que a legislação foi integralmente cumprida no que se refere às obrigações
acessórias. A multa de mora paga é de natureza compensatória, ressalvada no § 5, "salvo as de
natureza compensatória".

Da mesma forma, uma multa, de trânsito, por exemplo, o caminhão de entrega que
estacionou em local proibido, não é multa por infração fiscal. É multa por infração as normas que
regulam o trânsito; portanto, de Direito Administrativo e não de direito Tributário.

Assim, se os inspetores do trabalho multarem a empresa por infração a CLT, por exemplo,
infrações às disposições relativas à higiene e segurança do trabalho, essa infração não é de
natureza tributária, mas sim trabalhista. Não está na área Direito Tributário, mas na área do Direito
do Trabalho. Resumindo, as multas não dedutíveis são as impostas por infração fiscal devidamente
formalizada por auto de infração e da qual resultou falta ou insuficiência do pagamento do tributo.

Consubstanciado no acima exposto, pode-se afirmar que as multas fiscais meramente


compensatórias, multa de mora, isto é, pelo atraso no pagamento; as multas de trânsito, trabalhistas,
e todas as que não se referem matéria tributária, são dedutíveis como despesa, pela ressalva
expressamente consignada no § 5 do art. 344 do RIR.

5.7.3 Outras Limitações

Perdas por desfalque, apropriação indébita ou furto

As perdas por desfalque, furto ou apropriações indébitas, praticadas por empregado ou por
terceiros, só são dedutíveis para fins do Imposto de Renda, se houver inquérito instaurado nos
termos da legislação trabalhista ou queixa à autoridade policial.

Pagamentos sem causa ou a beneficiário não identificado.

Não são dedutíveis as despesas referentes a pagamentos sem que se demonstre sua causa.
Exemplo: Comissões pagas a representantes sem especificar as notas fiscais das vendas a que elas
se referem.

Também não são dedutíveis as despesas pagas a beneficiário não identificado, ou seja,
quando no respectivo documento não constar o CPF ou CNPJ da parte beneficiária. Neste caso, são
considerados documentos de identificação fiscal do contribuinte, a inscrição no CPF para a pessoa
física e no CNPJ para a pessoa jurídica.
28
Provisões

Somente são dedutíveis as provisões para pagamento de férias e 13º salário a empregados e
as provisões técnicas das companhias de seguro; capitalização e entidades da previdência privada
cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicáveis.

Logo, não são dedutíveis outras provisões, como, por exemplo, ajuste de estoques a valor de
mercado; para perdas em investimentos. Estas últimas são provisões recomendáveis pela
convenção contábil do conservadorismo ou da prudência, portanto, é recomendável que a empresa
as contabilize e as deduza do resultado contábil, adicionando-as, porém, ao lucro líquido para fins de
apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL.

Arrendamento mercantil e aluguel

Não são dedutíveis, para efeito de determinação do lucro real e de base de cálculo da CSLL,
as contraprestações de arrendamento mercantil ou aluguel de bens imóveis que não estejam
relacionadas intrinsecamente com a produção ou comercialização.

Entretanto, o cálculo e a análise dos custos de produção são feitos pela administração, bem
como o controle das despesas de comercialização, sem falar em orçamento empresarial e outras
ferramentas de administração.

Custos e despesas gerais

Igualmente, também não serão dedutíveis as despesas de depreciação, amortização, ma-


nutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens
móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos
bens ou serviços que constituam objeto econômico da empresa.

Despesas com alimentação

A legislação vigente preceitua que não são dedutíveis as despesas com alimentação de
sócios, acionistas e administradores. Essa norma, de fato, procura coibir abusos que se verificam
em certas empresas, a título de representação.

Entretanto, é assente que fazem parte dos negócios, as participações em almoços ou jantares
com clientes, em que resolvem e consolidam negócios iniciados nos gabinetes. Vale observar que
essa norma não proíbe as despesas de representação feitas por vendedores, representantes
comerciais, gerentes de vendas etc.

Todavia, serão admitidas como dedutíveis as despesas com alimentação fornecida pela
pessoa jurídica, indistintamente, a todos os seus empregados.

A lei permite apenas a dedução de contribuições não compulsórias destinadas a custear


seguros e planos de saúde, bem como outros benefícios complementares aos da previdência social,
instituídos a favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica.

Contribuições não compulsórias


29
Comporta destacar que “dirigentes”, se refere às pessoas físicas em efetivo exercício na
administração da empresa. Não alcança os sócios ou acionistas que apenas participam dos lucros,
sem qualquer prestação efetiva de trabalho na gestão da empresa.

Doações

A dedução das despesas com doações foi limitada exclusivamente às seguintes:

a) Projetos de natureza cultural, aprovados pelo PRONAC;


b) Instituições de ensino e pesquisa sem finalidade lucrativa, cuja criação tenha sido autorizada
por lei federal, que preencham os requisitos dos incisos I e 11 do art. 213 da CF, respeitado o
limite de 1,5% (um e meio por cento) do lucro operacional, antes de computada sua dedução
e a que trata a letra c, a seguir;
c) Entidades civis sem fins lucrativos, legalmente constituídas no Brasil, que prestem serviços
gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos
dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, respeitado o limite de 2% (dois
por cento) do lucro operacional, antes de computada essa dedução, e observadas as se-
guintes regras:

• As doações em dinheiro serão feitas mediante crédito em conta corrente bancária


diretamente em nome da entidade beneficiária;
• A doadora manterá em arquivo declaração da beneficiária, em modelo aprovado pela
Secretaria da Receita Federal, em que essa se responsabiliza em aplicar integralmente
os recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais, com identificação da
pessoa física responsável por seu cumprimento, bem como declara que não distribui
lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, por
nenhuma forma ou pretexto;
• A entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidade pública por ato formal
de órgão competente da União.

Observe-se que essas normas são moralizadoras e impedirão práticas de sonegação e


desvio de recursos, ocorridos nos últimos anos e que são de conhecimento público.

Brindes

Não são mais dedutíveis, para efeito de apuração do lucro real, as despesas com brindes.
Portanto, se deduzidas na escrituração contábil como despesa operacional, devem ser adicionadas
ao lucro líquido para efeito de determinação do lucro real.

Previdência Privada e Fundo de Aposentadoria Programada Individual

A legislação do Imposto de Renda procura sempre aumentar sua arrecadação, impondo cada
vez mais limites à dedução de despesas para fins de determinação do lucro real na base de cálculo
da contribuição social sobre o lucro.

A lei limita o valor das despesas com contribuições para a previdência privada (art. 13, V, da
Lei 9249/95) e os Fundos de Aposentadoria Programada Individual (FAPI) (Lei 9477/97), cujo ônus

30
seja da pessoa jurídica, a 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos
dirigentes da empresa vinculados ao respectivo plano.

Exemplo:
Folha de salários 120.000
Remuneração de dirigentes 60.000
Total 180.000
Limite dedutível 20% 36.000
Despesas com o FAPI 41.000
Limite admitido 36.000
Excesso 5.000

O excesso de despesa deve ser adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do
lucro real. O mesmo excesso deve também ser adicionado ao lucro líquido para a determinação da
base de cálculo da CSL.

5.7.4 Estudo de Caso

Apresenta-se, a seguir, um caso base para estudo e aplicação das normas do IR. Como já se
expôs, a apuração pelo lucro real é a regra geral do IR. Seus cálculos são feitos a partir dos
elementos fornecidos pela escrituração contábil.

O caso trazido a exame apresenta apenas os valores da Demonstração do Resultado, que


são os parâmetros utilizados pela legislação do IR, para determinar o lucro real e apurar o valor do
IR a ser pago, adicional do IR e CSLL devidos.

Os valores sob questão se referem ao resultado contábil de um trimestre, que é o período de


apuração previsto no art. 220 do RIR, como regra geral.

São destacados da demonstração do resultado do período de apuração os seguintes valores:

Receita Bruta 1.000.000


Lucro operacional 250.000
Receita não operacional 10.000
Lucro antes do IR/CSL 260.000

Ajustes (art. 249 do RIR):


1) Nas despesas operacionais estão contidas as seguintes verbas:
Donativos 8.000
Brindes 3.000 Multa por infração fiscal - 10.160
Multa de trânsito 800
Multa trabalhista 1.200
Desfalque (sem inquérito policial) 4.000
Multa de mora 1.500

2) A receita não operacional refere-se a dividendos avaliados pelo custo de aquisição.


3) O prejuízo fiscal anterior é de 100.000

31
Resolução do caso base:

1) Verificar se os donativos excedem o limite legal. O donativo foi feito à entidade civil de
beneficência que atende a todos os requisitos exigidos pela lei. O art. 698 do RIR limita essa
doação até 2% do lucro operacional, antes dessa dedução.
Logo:
Lucro operacional 250.000
+ Donativo 8.000
Base de cálculo 258.000

Limite 2% de 258.000 = 5.160

Cálculo do excesso:
Donativo 8.000
- Limite 5.160
Excesso tributável 2.840

2) Adicionar valores não dedutíveis


Excesso de donativos 2.840
Brindes 3.000
Multa p/infração fiscal 10.160
Desfalque 3.000
Total das adições 20.000

Nota: foram adicionadas as multas de trânsito e de mora que, salvo melhor juízo, são dedutíveis.

3) Excluir valores permitidos:

Dividendos (2.000)

4) Determinar o lucro ajustado, que é base de cálculo para compensação de prejuízos:

Lucro antes do IR e CSL 260.000


+ adições 20.000
- exclusões (10.000)
Lucro ajustado 270.000
5) Compensação do prejuízo fiscal

30% de 270.000 (81.000)


Lucro Real 189.000
a) IR:15% 28.350
b) Adicional:
189.000 - 60.000 = 129.000 x 10% 12.900
c) CSLL 9% 17.010
Tributação total a + b + c = 58.260
Portanto 58.260: 260.000 x 100 = 22,41%

5.8 PROVISÃO PARA O IR

Conforme já estudado, lucro real é apurado dissociado da contabilidade, diretamente no Livro


de Apuração do Lucro Real (LALUR). Sobre o valor apurado aplica-se a alíquota de 15% do IR e,
quando for o caso, o adicional de 10% sobre o excesso.

32
O total do IR devido (IR + Adicional) e da CSL deve ser provisionado na contabilidade,
abatendo-se seu valor do lucro por meio de débito na conta de resultado, tendo como contrapartida
o crédito na conta de Provisão para IRPJ, que representa a obrigação de pagar esses tributos,
registrado em Passivo Circulante.

5.9 RESULTADOS OBTIDOS NO EXTERIOR

5.9.1 Cômputo no Lucro Real

A Lei nº 9.430/96, em seu art. 25, dispõe que lucros, rendimentos ou ganhos de capital
auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real da pessoa jurídica
correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano. No particular devem ser
observados os seguintes procedimentos:

a) os rendimentos e os ganhos de capital serão convertidos em reais de acordo com a taxa de


câmbio para venda, na data em que for contabilizados no Brasil;

b) caso a moeda em que for auferido o rendimento ou ganho não tenha cotação no Brasil,
será ela convertida em dólares norte-americanos e, em seguida, em reais.

Por outro lado, os prejuízos e as perdas decorrentes das operações no exterior não serão
compensados com lucros auferidos no Brasil. Note-se que pela redação do art. 25 da Lei nº 9.249/95
não é possível compensar o prejuízo no exterior com lucros no Brasil. Assim, pela redação do art. 25
conclui-se que é possível compensá-los com lucros do exterior.

A pessoa jurídica poderá, ainda, compensar o IR pago no exterior sobre os lucros,


rendimentos ou ganhos de capital, até o limite do Imposto de Renda incidente no Brasil sobre os
citados resultados positivos. Por exemplo: se o lucro obtido no exterior foi tributado lá à alíquota de
20%, só poderá ser compensado no Brasil até o limite da alíquota de 15%. Por outro lado, se a
alíquota do exterior for menor que a brasileira, por exemplo, 10%, o imposto somente poderá ser
compensado à alíquota de 10%, o que nos parece coerente.
Para fins de compensação, o documento relativo ao Imposto de Renda pago no exterior
deverá ser reconhecido pelo respectivo órgão arrecadador e pelo Consulado ou Embaixada
Brasileiro no país em que for devido o imposto.

c) quanto ao lucro obtido no exterior:


1. por filiais, sucursais, controladas ou coligadas, estas deverão demonstrar a apuração
do lucro obtido em cada exercício fiscal, segundo as normas da legislação brasileira;
2. esses lucros serão adicionados no lucro líquido da matriz ou controladora na
proporção da sua participação acionária;
3. se a pessoa jurídica se extinguir no curso do ano-calendário, deverá adicionar os
lucros obtidos no exterior até a data do balanço de encerramento;
4. os demonstrativos financeiros das filiais, sucursais ou controladas deverão ser
mantidos pelo prazo previsto no art. 173 do CTN, - decadência - cinco anos.

A tributação de lucros e resultados obtidos no exterior atinge em cheio os ganhos obtidos nos
chamados "paraísos fiscais", uma das estratégias freqüentes de planejamento tributário. Se no
paraíso fiscal não houver tributação, não haverá compensação do imposto; e se a tributação for
menor do que a brasileira, só poderá ser compensada pelo valor pago.
33
5.9.2 Compensação de Prejuízos Não Operacionais

Os prejuízos não operacionais, a partir de 1996, somente poderão ser compensados com
resultados da mesma espécie, ou seja, “lucros não operacionais”. Essa limitação também atinge em
cheio uma das estratégias de planejamento tributário, que era a de incorporar empresas com
prejuízos acumulados para compensá-las com os lucros da incorporadora.

Ora, incorporar empresas não é atividade operacional. Logo, os prejuízos acumulados da


incorporada só poderão ser compensados com resultados não operacionais, os quais, via de regra,
geralmente são pequenos. A compensação levará muitos anos para se completar, máxime por estar
limitada a 30% do lucro real apurado no período-base da compensação.

5.9.3 Disponibilização de Lucros Obtidos no Exterior - Fato Gerador

Os lucros obtidos no exterior serão adicionados aos lucros auferidos no Brasil quando forem
disponibilizados de acordo com os seguintes critérios:

a) Lucros creditados - disponibilidade jurídica:


Transferência do valor para conta do passivo exigível de empresa do exterior.

b) Lucros pagos - disponibilidade econômica:


. Crédito do valor em conta bancária;
. Entrega a representante da beneficiária;
. Remessa a favor da beneficiária;
. Empregado em favor da beneficiária, inclusive aumento de capital.

5.9.4 Normas Sobre as Demonstrações Financeiras e Documentos do Exterior,

As demonstrações financeiras, com relação aos lucros, devem ser elaboradas segundo as
normas do país de origem, se existirem, ou, em caso negativo, segundo normas brasileiras. Os
documentos de suporte do IR, para efeito de compensação, devem ter:
a) reconhecimento no país de origem - órgão arrecadador e consulado;
b) comprovação de existência de legislação e adequação dos documentos base.

5.9.5 Preços de Transferência – TRANSFER PRICING (Art. 18)

Situação até 31-12-1996

Até o advento da Lei nº 9.430/96, não havia na legislação tributária brasileira nenhuma norma
de controle de preço de transferência. Por essa razão, uma das estratégias de planejamento
tributário entre empresas sediadas no Brasil, com matriz ou filial no exterior, era a de superfaturar a
importação e subfaturar a exportação.

Por exemplo: empresa brasileira com filial no exterior:


A. Importação:
Valor registrado da importação 3.000.000
Valor de mercado 2.000.000
Superfaturamento 1.000.000

34
Assim sendo, a empresa brasileira podia remeter para o exterior US$ 2.000.000 em
pagamento da importação e US$ 1.000.000 como distribuição de lucro, diga-se, disfarçada.
B. Exportação:
Valor de mercado 5.000.000
Valor registrado da exportação 3.000.000
Subfaturamento 2.000.000

Exportando mercadoria com valor de mercado R$ 5.000.000 e registrando apenas R$


3.000.000, procedia ao subfaturamento. Logo, a empresa no exterior, ao vendê-la pelo valor de
mercado R$ 5.000.000, recuperava o preço real de mercadoria - R$ 3.000.000 e auferia um lucro de
R$ 2.000.000, não tributado no Brasil.

Com a nova lei, a Receita Federal poderá determinar preço de referência fiscal para controle
dos preços de transferências. As normas sobre preços de transferência só se aplicam às operações
de comércio exterior; praticadas entre pessoas vinculadas.

5.9.6 Importações - Métodos Determinativos do Preço de Transferência (Art. 18)

A parcela dos custos que exceder o valor determinado como referência fiscal deverá ser
adicionada ao lucro líquido, para determinação do lucro real. Nesse caso, a dedução dos encargos
de depreciação ou amortização dos bens e direitos fica limitada, em cada período de apuração, ao
montante calculado com base no preço determinado como referência fiscal.
Custos, despesas e encargos relativos a bens, serviços e direitos, constantes dos
documentos de importação ou de aquisição, nas operações efetuadas com pessoa vinculada,
somente serão dedutíveis na determinação do lucro real até o valor que não exceda o preço
determinado por um dos seguintes métodos:

a) PIC (Método dos Preços Independentes Comparados): verdadeiramente, média aritmética


dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado
brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda, em condições de
pagamento semelhantes.
b) PRL (Método do Preço de Revenda Menos Lucro):
a) igualmente, média aritmética dos preços de revenda dos bens ou direitos, dos quais são
deduzidos:
1. os descontos incondicionais concedidos;
2. os impostos e as contribuições incidentes sobre vendas;
3. as comissões e as corretagens pagas; e,
4. a margem de lucro de 20% calculada sobre o preço de revenda.
c) CPL (Método do Custo de Produção mais Lucro): custo médio de produção de bens,
serviços ou direitos, idênticos ou similares, no país onde tiverem sido originariamente
produzidos, acrescido dos impostos e taxas cobrados pelo referido país na exportação e
de margem de lucro de 20%, sobre o custo apurado.

Será considerado dedutível o maior valor apurado segundo um desses três métodos aceitos
pela SRF. Se o valor apurado, segundo os referidos métodos, for superior ao de aquisição,
constante dos documentos, a dedução fica limitada ao montante deste último.

35
As médias aritméticas de preços e custo médio de produção devem ser calculadas
considerando os preços cobrados e os custos incorridos durante todo o período de apuração da
base de cálculo do IR a que se referirem os custos, despesas ou encargos. Integram o custo, para
efeito de dedução, o valor do frete e do seguro, cujo ônus tenha sido do importador e os tributos
incidentes na importação, ou seja, o valor aduaneiro.

Desde que o contribuinte comprove com base em pesquisas, publicações ou relatórios


idôneos e consistentes, poderão ser aceitas margens de lucro diversas das estabelecidas. Em
circunstâncias especiais, o Ministro da Fazenda poderá alterar os percentuais de margens de lucro
previstos nos métodos estabelecidos.

5.9.7 Exportações (arts. 19 a 21)

Arbitramento da receita omitida

As receitas auferidas nas operações efetuadas com pessoa vinculada são passíveis de
arbitramento quando o preço médio de venda dos bens, serviços ou direitos, nas exportações
efetuadas durante o respectivo período de apuração da base de cálculo do IR, for inferior a 90% do
preço médio praticado na venda dós mesmos bens, serviços ou direitos, no mercado brasileiro,
durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhantes.

A parcela da receita, apurada por um dos métodos fiscais para a determinação do preço de
referência, que exceder o valor já apropriado na escrituração da empresa, deverá ser adicionada ao
lucro líquido, para determinação do lucro real, bem como ser computada na determinação do lucro
presumido ou do lucro arbitrado. Caso a pessoa jurídica não efetue operações de venda no mercado
interno, a determinação dos preços médios será efetuada com dados de outras empresas que
pratiquem a venda de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares no mercado brasileiro.
Para efeito de comparação, o preço de venda:
a) no mercado brasileiro, deverá ser considerado líquido dos descontos incondicionais
concedidos, do ICMS, do ISS e das contribuições para a Cofins e para o PIS/Pasep;
b) nas exportações, será considerado o valor diminuído dos encargos de frete e seguro, cujo
ônus tenha sido da empresa exportadora.

Fontes para determinação do preço de referência

Os custos e preços médios, referidos nos métodos fiscais para a determinação do preço de
referência, deverão ser apurados com base em:
a) publicações ou relatórios oficiais do governo do país do comprador ou vendedor ou
declaração da autoridade fiscal desse mesmo país, se houver acordo para evitar a bi-
tributação ou para intercâmbio de informações;
b) pesquisas efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico ou
publicações técnicas, em que se especifiquem o setor, o período, as empresas
pesquisadas e a margem encontrada, bem como se identifiquem, por empresa, os dados
coletados e trabalhados.

As publicações, as pesquisas e os relatórios oficiais somente serão admitidos como prova se


houverem sido realizados com observância de métodos de avaliação internacionalmente adotados e
se referirem a período contemporâneo com o de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda
da empresa brasileira. As publicações técnicas; as pesquisas e relatórios apresentados pelo contri-

36
buinte poderão ser desqualificados mediante ato do Secretário da Receita Federal, quando
considerados inidôneos ou inconsistentes.

Métodos e base de cálculo (art. 240 do RIR)


Métodos Bases de cálculo
Preço de venda nas exportações Média aritmética dos preços de venda da empresa para outros
(PVEx) clientes ou sociedade exportadora, para produtos ou serviços
similares e condições de pagamento semelhantes.
Preço de venda por atacado (PVA) Preço médio de venda no mercado atacadista do país de
no país de destino diminuído o lucro destino, subtraídos os tributos incluídos no preço e a margem
de lucro de 15% sobre preço de venda no atacado.
Preço de venda a varejo (PVV) no Preço médio de venda no mercado varejista do país de destino,
país de destino diminuído do lucro subtraídos os tributos incluídos no preço e margem de lucro de
30% sobre o preço de venda..
Custo de produção/aquisição, mais Custo médio; somados impostos e contribuições incidentes nas
tributos e lucro (CAP) vendas e a margem de 15% sobre o valor apurado.
A escolha da melhor opção é feita pelo contribuinte.
Fonte: Trevisan Auditores.

5.9.8 Pessoas vinculadas - conceito

Para efeito das disposições da lei sobre preços de transferência e juros, consideram-se
pessoas vinculadas as que foram legalmente conceituadas no art. 244 do RIR:

a) a matriz desta, quando domiciliada no exterior;


b) sua filial ou sucursal; domiciliada no exterior;
c) pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, com participação societária
no capital de empresa nacional, em valor que a qualifique como sua controladora ou
coligada, com forma definida nos §§ 1º e 2º art. 243 da Lei 6404/76;
d) a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando ela e a empresa domiciliada no Brasil
estiverem sob controle societário ou administrativo comum, ou quando pelo menos 10% do
capital de cada uma pertencer a mesma pessoa física ou jurídica;
e) a pessoa física ou jurídica, residente e domiciliada no exterior, que, em conjunto com a
pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação societária no capital de uma terceira
pessoa jurídica, cuja soma de participações caracterize como controladora ou coligada na
forma definida nos §§ 1º e 2º do art. 243 da Lei 6404/76;
f) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que seja sua associada, na
forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação brasileira, em qualquer
empreendimento;
g) a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge ou
companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista controlador em
participação direta ou indireta;
h) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que goze de exclusividade,
como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e venda de bens, serviços
ou direitos;
i) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em relação à qual a pessoa
jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, como agente, distribuidora ou
concessionária, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos.

37
5.10 LUCROS DISTRIBUÍDOS

5.10.1 Legislação Federal do IR

A legislação ordinária federal vem sendo alterada, praticamente, todos os anos, desde o início
da década de 90. As alterações mais relevantes que permanecem em vigor foram efetuadas pelas
Leis 8981, 9.249 e 9250, todas de 1995; 9316, 9317, 9430, todas de 1996, e 9718/98. As
disposições dessas leis foram incorporadas no Decreto nº 3.000/99 - RIR.

A edição de um regulamento, que consolida a legislação de determinado tributo, dá certa


segurança jurídica. No caso do IR, o Decreto nº 3.000/99, consolidou a legislação, subtraindo as
normas então revogadas e redistribuindo as normas vigentes, em quatro livros:
I - Tributação das pessoas físicas; II - Tributação das pessoas jurídicas; III - Tributação na fonte e
sobre operações financeiras; e IV - Administração do imposto.

Não há dúvida que essa distribuição de assuntos facilita a consulta. Entretanto, essa
segurança jurídica durou muito pouco. Desde então, já foram editadas inúmeras leis que alteraram a
legislação tributária federal, destacando-se pela profundidade e complexidade de suas alterações,
as Leis 10.637/02; 10.684/03 e 10.833/03.

5.10.2 Lei Federal sobre a Distribuição de Lucro

A distribuição de lucros é regida, desde o mês de janeiro de 1996, pelo art. 10 da Lei nº
9.249/95, que assim dispõe:

"Art. 1O Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de
janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real,
presumido ou arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão
a BC do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no exterior"

Trata-se, portanto, de não-incidência, que é definitiva, e não de isenção, que é favor fiscal,
portanto, provisório. A norma do citado art. 10 é a única disposição de lei, no sentido jurídico do
termo, e não pode ser modificada por regulamentação infralegal. Logo, o lucro, seja qual for à forma
de sua apuração (real, presumido ou arbitrado), pode ser distribuído sem incidência do IR para o
beneficiário, quer na fonte quer em sua declaração de rendimentos.

O art. 39 Inciso XXIX do RIR/99, que define os rendimentos isentos ou não tributados
recebidos pela pessoa física, dispõe:

"Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto”:


XXIX - os lucros ou dividendo, calculados com base nos resultados apurados a partir de janeiro de
1996, pagos ou creditados pelas PJ tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado.

A Lei das Sociedades por Ações - Lei 6.404/76, cujas disposições são aplicáveis
subsidiariamente a todos os demais tipos de sociedade, dispõe em seu art. 189:

"Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos
acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda."

38
Posteriormente, foi instituída a Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), pela Lei nº 7.689/88.
Por essa razão, a partir do exercício de 1989, tornou-se obrigatório pela legislação societária deduzir
do resultado do exercício também a provisão, para a CSL.

Por essas razões jurídicas, pode-se concluir que o lucro apurado a partir de janeiro de 1996,
em conformidade com a Lei nº 9.249/95, deduzido do valor do IR e da CSL, pode ser distribuído sem
incidência do IR na fonte ou na declaração do beneficiário, pessoa física ou jurídica, residente no
país ou no exterior.
Por exemplo:

LUCRO APURADO 100.000


(-) IR e CSL (24.000)
LUCRO A SER DISTRIBUÍDO 76.000

Ao estabelecer a não-incidência do IR sobre o lucro líquido distribuído pelas pessoas


jurídicas, o legislador, via de conseqüência, estabeleceu também significativa renúncia fiscal sobre
os rendimentos recebidos pelo beneficiário, reduzindo parte da arrecadação do IR.

O governo procurou minimizar a renúncia fiscal, por meio de normas complementares,


visando diminuir o valor a ser distribuído sem incidência do IR, editando normativas ilegais.

5.10.3 Normas Complementares do IR

No particular, visando minimizar o efeito da renúncia fiscal supracitada, foi editada a Instrução
Normativa nº 11, de 21-2-1996, cujo § 2º do art. 51, estabelece:

§ 2º. No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, a parcela de
lucros ou dividendos que exceder o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os
impostos ou contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica, também poderá ser distribuída sem a
incidência do imposto, desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com
observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior do que o determinado segundo as normas de
apuração da BC do imposto pela qual houver optado, ou seja, o lucro presumido ou arbitrado

A amplitude da expressão diminuída de todos os impostos e contribuições é absurda.


Abrangeria, na esfera federal, os impostos de importação e exportação; IOF, IPI e todas as
contribuições sociais, inclusive a previdenciária em favor do INSS. Para corrigir esse absurdo, o
ADN 4/96, do Coordenador Geral do Sistema de Tributação, que declarou que:

"I - no caso de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro presumido ou
arbitrado, poderá ser distribuído, a título de lucros, sem incidência do Imposto, o valor correspondente
à diferença entre lucro presumido ou arbitrado e os valores correspondentes ao IRPJ, inclusive
adicional, quando devido, à CSL à COFINS e as contribuições sociais para o PIS/PASEP."

Referido ato declaratório procurou esclarecer quais os tributos que deveriam ser diminuídos
da base de cálculo presumida ou arbitrada, para que a base líquida pudesse ser distribuída sem
incidência do IR para o beneficiário. Não obstante isso, essa exigência é ilegal. Não foi feita por lei,
mas por normas da Receita Federal, ferindo, portanto, o princípio da estrita legalidade. Logo, a
exigência de deduzir, do lucro presumido ou arbitrado a ser distribuído, a COFINS e o PIS/PASEP é
nula. Mesmo porque essas contribuições incidem sobre o faturamento e não sobre o lucro. No
mesmo Ato Declaratório nº 4/96, foi disposto que:

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"lI - Na hipótese do § 2º do art. 51 da IN nº 11, de 1996, a parcela de lucros ou dividendos que exceder
o valor da base de cálculo da pessoa jurídica, a ser distribuída também sem a incidência do imposto,
será determinada deduzindo-se do lucro líquido do período, após o imposto de renda, o valor deter-
minado na forma do inciso anterior."

Essa exigência também se apresenta ilegal, pelas razões já expostas. Entretanto, a lei não
prevê a distribuição da diferença entre o valor a maior apurado pela contabilidade (cuja regra geral é
o lucro real) e o valor apurado com base no lucro presumido ou arbitrado, sem incidência do IR para
o beneficiário. Logo, quem quiser distribuir a diferença em questão, optando pelo lucro presumido,
deverá observar a IN nº 11/96 e o Ato Declaratório nº 4/96, visto que essa distribuição é considerada
mero favor fiscal.

Neste caso, referida pessoa jurídica deve, de início, deduzir do resultado contábil o valor do
Imposto de Renda. Apurado esse valor líquido, dele deve ser deduzido o valor do lucro presumido
líquido, isto é o saldo remanescente da base de cálculo presumida após a dedução do IR, CSL,
COFINS e PIS/PASEP.

As exigências do § 2º do art. 51 da IN nº 11/96 e do Ato Declaratório nº 4/96 são ilegais e


inconstitucionais, pois ferem ao princípio da legalidade previsto na Constituição. Entretanto, em
nenhuma lei do IR, nem no RIR/99, existe previsão legal para qualquer distribuição de diferença de
valor a maior do resultado contábil, comparado com o valor apurado pelo lucro presumido ou
arbitrado, sem incidência do IR para o beneficiário. Portanto, quem quiser distribuir a citada
diferença entre o valor contábil e o apurado pelo lucro presumido ou arbitrado deve submeter-se às
regras da Receita Federal.

5.11 DISTRIBUIÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE O LUCRO CONTÁBIL E O PRESUMIDO

A parcela dos lucros ou dividendos que exceder a base de cálculo do Imposto de Renda a ser
distribuída sem incidência do IR para os sócios, acionistas ou titular de firma individual será
determinada, deduzindo-se do lucro líquido do período, após o Imposto de Renda, o valor
presumido, já deduzido dos impostos e contribuições acima mencionados.

5.12 RENDIMENTOS DISTRIBUÍDOS PELO REGIME TRIBUTÁRIO DO SIMPLES

No caso das ME e EPP inscritas no SIMPLES, os valores distribuídos ao titular ou sócios,


regularmente escriturados no livro caixa, são isentos de tributação na fonte e na declaração de
rendimento do beneficiário, por expressa disposição do art. 206 do RIR:

"Art. 206. Estão isentos do imposto, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, os valores
pagos ao titular ou sócio de microempresa ou da empresa de pequeno porte, salvo os que
corresponderem a pró labore, aluguéis ou serviços prestados. "

5.13 DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

5.13.1 Juros Remuneratórios do Capital Próprio

O RIR, em seu art. 347, autoriza a pessoa jurídica deduzir, para efeito de apuração do lucro
real, os juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas, a título de
remuneração do capital próprio calculados sobre as contas do patrimônio líquido, limitados, porém, à
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variação pro rata dia da TJLP. Esse crédito ou pagamento está condicionado à existência de lucros,
antes da dedução daqueles juros, ou, então, de lucros acumulados, em montante igualou superior
ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.

Para fins de cálculo dos juros remuneratórios, não será considerada no patrimônio líquido a
reserva de reavaliação de bens e direitos, a não ser que seu valor seja adicionado ao lucro real e à
base de cálculo da CSL e tributado.

A dedução dos juros remuneratórios do capital tem por finalidade compensar a CMB, extinta a
partir da Lei 9.249/95. Com efeito, a correção monetária das demonstrações financeiras visava
recompor o patrimônio líquido contra a perda inflacionária e abater do lucro a parte referente à
inflação do período. Estabilizada a economia, a prática correta é realmente que o sócio, acionista ou
titular de firma individual tenha seu capital remunerado a juros de mercado, tal qual conseguiria em
uma aplicação financeira. Remunerado mediante juros, o capital empregado em atividades de
produção, comercialização e serviços tem algo a mais: o lucro decorrente das operações.

É evidente que tal política incentiva à aplicação de capital em atividades produtivas em


desfavor de meras aplicações especulativas, que não resolvem os problemas do governo quanto a
desenvolvimento e do emprego.

Vale destacar que os juros remuneratórios do capital estarão sujeitos ao IRRF a uma alíquota
de 15% na data do pagamento ou crédito ao beneficiário.

O IRRF recebe o seguinte tratamento, conforme o beneficiário:

a) Pessoa jurídica tributada pelo lucro real: antecipação do devido na declaração de


rendimentos e, portanto, compensável;
b) Pessoa jurídica não tributada com base no lucro real, inclusive as isentas e as pessoas
físicas: tributação definitiva;
c) No caso de pessoa jurídica, tributado com base no presumido ou arbitrado, os juros
recebidos devem ser adicionados à base de cálculo para incidência do adicional;
d) As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão compensar o IRRF sobre os
juros recebidos, com IRRF devido por ocasião do pagamento ou crédito dos juros
remuneratórios do capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas;
e) O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica a título de remuneração do
capital próprio poderá ser imputado ao valor dos dividendos mínimos de que trata o art. 200
da Lei 6.404/76, sem prejuízo da incidência do IRRF de 15%;
f) A pessoa jurídica poderá optar por incorporar o valor dos juros ao capital social ou mantê-lo
em conta de reserva destinada a aumento do citado capital, garantida sua dedução desde
que o IRRF de 15% seja pago no prazo de 15 dias contados a partir da data do
encerramento do período-base em que tenha ocorrido a dedução dos referidos juros. O
imposto pago não será dedutível para fins de apuração do lucro real nem da base de
cálculo da CSL;
g) O valor dos juros remuneratórios do capital próprio é dedutível para a apuração do IRPJ,
mas deve ser adicionado à base de cálculo de apuração da CSL.

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5.13.2 Perdas com Créditos Incobráveis

Regras para dedução (artigos 340 a 343 do RIR)

As perdas com créditos incobráveis poderão ser deduzidos como despesas normais,
observadas as seguintes regras:

1. Os créditos cujo devedor foi declarado insolvente por sentença judicial;


2. Os créditos sem garantia; independentemente de iniciados ou não procedimentos judiciais,
limitados aos seguintes valores:
a) até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses;
b) de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano;
3. Créditos com garantia, quando tenham sido iniciados e mantidos os procedimentos
judiciais para sua cobrança ou arresto de suas garantias:
a) com valor superior a R$ 31.000,00, vencidos há mais de um ano e
b) créditos com garantia; vencidos há mais de dois anos;
4. Devedor concordatário: a diferença entre o valor do crédito e a proposta do concordatário,
desde que o credor tenha-se habilitado na concordata.

5.14 CRÉDITOS COM GARANTIA

5.14.1 Venda com Reserva de Domínio

O vendedor transfere a posse do bem, mas reserva-se o domínio (propriedade). Faz-se um


contrato de venda com reserva de domínio para pagamento parcelado. Paga a última parcela, o
contrato resolve-se por si mesmo, sem necessidade de qualquer outra providência, transferindo-se,
automaticamente, também o domínio para o comprador, que já tinha a posse.

Se, entretanto, o comprador torna-se inadimplente, o credor retomará o objeto vendido,


retomada essa que tem o nome jurídico de arresto. O contrato de venda com reserva de domínio; é
aplicável e eficaz para venda bens duráveis; como por exemplo, eletrodomésticos.

5.14.2 Alienação Fiduciária em Garantia

Alienar significa transferir. Fiduciária vem do latim fiducia (confiança, crédito).

Essa modalidade de garantia é muito usada no financiamento bancário para compra, por
exemplo, de automóveis. O banco abre um crédito em conta corrente para a pessoa que compra e
paga o automóvel e, portanto, adquire a propriedade e a posse. Em seguida, o cliente transfere
(aliena) a propriedade ao banco para garantir o crédito deste (fiduciária) até o pagamento da última
parcela do financiamento, mas fica coma posse do veículo. Paga a última parcela, o banco dará ao
financiado, carta de quitação, declarando extinta a alienação fiduciária. O financiado retoma, assim,
a propriedade daquilo que havia alienado em garantia.

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5.14.3 Venda com Garantia Real

Essa modalidade de venda é feita mediante garantia dada ao credor pelo devedor,
representada por bens econômicos. Se o bem dado em garantia for um imóvel (terreno, prédio etc.),
a garantia é denominada hipoteca; se for um bem móvel (máquinas, veículos, mercadoria etc.),
denomina-se penhor.

No caso de hipoteca, ela deve ser averbada do Registro de Imóveis, na respectiva matrícula.
No caso de penhor, basta registrar o contrato em Cartório de Registro de Títulos e Documentos.
Esses créditos, portanto, estão garantidos contra inadimplência do comprador.

A prudência e boa técnica contábil que esses créditos sejam contabilizados em conta própria
destacada dos demais créditos.

Assim, podem ser usadas sub contas, analíticas da conta sintética; Contas a Receber, por
exemplo:

Duplicatas a receber (comuns, sem garantia);


Duplicatas com garantia real (penhor; hipoteca e reserva do domínio).

Do registro contábil das perdas:

Débito: em conta de resultado;


Crédito: a) sem garantia contas a receber (clientes ou duplicatas a receber);
b) com garantia (duplicatas com garantia real);
c) conta redutora do crédito nas demais hipóteses - PDD.

5.14.4 Desistência da Cobrança Judicial

Se a desistência ocorrer antes de decorridos cinco anos do vencimento do crédito, a lei


determina que:

A perda deve ser estornada ou adicionada ao lucro líquido do período de apuração em que se
der a desistência;
Se a solução da cobrança se der por acordo homologado por sentença judicial, o valor total
do crédito deve ser adicionado ao lucro líquido.

5.14.5 Créditos Recuperados

Devem ser adicionados ao lucro líquido os créditos recuperados. Se a recuperação se der


pela entrega de bens, estes serão escriturados pelo valor do crédito ou avaliação determinada na
sentença judicial.

43
5.15 PROCESSO ADMINISTRATIVO DE CONSULTA

O contribuinte em dúvida sobre a aplicação de novas regras a seu caso concreto deve valer-
se do instituto da consulta, conforme permite o art. 48 da Lei 9.430/96. De acordo com o § 1º do
referido art. 48, a competência para solucionar a consulta será atribuída:

Ao órgão central da SRF, nos casos de consultas formuladas por órgão central da
administração pública federal ou por entidade representativa de categoria econômica ou
profissional de âmbito nacional;
Ao órgão regional da SRF, nos demais casos.

Na resposta ou solução da consulta, serão observados os atos normativos expedidos pelas


autoridades competentes.

Contra a solução da consulta não cabem recurso nem pedido de reconsideração ou de


despacho que declarar sua ineficácia, pois, como dispõe o art. 48, a solução da consulta será em
instância única. A solução da consulta será publicada pela imprensa oficial na forma disposta em
ato normativo emitido pela SRF.

Entretanto, se houver divergência de conclusões entre soluções de consulta relativas a uma


mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica, cabe recurso especial, sem efeito suspensivo,
para o órgão central da Secretaria da Receita Federal. A solução da divergência acarretará a edição
de ato específico, uniformizando o entendimento, com imediata ciência ao destinatário da solução
reformada, aplicando-se os efeitos a partir da data da ciência.

5.16 INCENTIVOS FISCAIS DEDUTÍVEIS DO IMPOSTO DE RENDA

5.16.1 Introdução

Os impostos são instituídos para serem arrecadados. Entretanto, para atingir outros fins de
interesse do Estado, este pode abrir mão de parte da arrecadação deles, a fim de incentivar
determinadas atividades, por exemplo, cultura; programas especiais, alimentação do trabalhador,
desenvolvimento tecnológico industrial ou agrícola, ainda desenvolvimento de determinadas regiões.
Essa renúncia tem o nome técnico de extrafiscalidade; o que significa, uso do imposto para fins
outros que não o de arrecadação.

É evidente que, para bancar cada perda de arrecadação representada pela renúncia fiscal, a
Receita Federal precisa cobrar mais de quem não goza desses benefícios. Por conta dessa
realidade, o governo federal vem reduzindo cada vez mais os incentivos; redução essa que tem
como contrapartida o conseqüente aumento de arrecadação.

A finalidade deste trabalho é expor normas básicas de contabilidade e dos cálculos para
aplicação da legislação tributária; e seu público alvo é, os advogados que atuam nas áreas do direito
empresarial e do direito tributário. Por essa razão, destina-se exclusivamente à contabilidade e
tributação das pessoas jurídicas. Assim, não são comentados os incentivos fiscais relativos ao
Imposto de Renda da pessoa física.

44
O Executivo de cada ente da federação pode, mediante lei ordinária, abrir mão de parte da
arrecadação de determinado imposto para incentivar certas atividades ou regiões. Neste caso, a
renúncia fiscal do Executivo constitui um benefício fiscal para o contribuinte, desde que este observe
com rigor os requisitos que a lei exige para o direito de usufruir.

5.16.2 Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT

Esse incentivo fiscal consiste na permissão legal de deduzir do valor do IR a pagar,


determinada importância apurada na lei. Portanto, sua base de cálculo é o valor do IR. Sobre essa
base de cálculo aplica-se o percentual fixado em lei. Por exemplo, 4% do IRPJ.

Do imposto apurado deve ser abatido o percentual relativo aos resultados obtidos no exterior,
sobre os quais não se aplicam os incentivos fiscais. O valor do adicional deve ser recolhido
integralmente, não sendo permitidas quaisquer de deduções (art. 543 do RIR).

Por outro lado, o art. 542 do RIR também determinou que os incentivos fiscais só podem ser
deduzidos desde que o imposto seja apurado pelo lucro real. Portanto, do imposto apurado pelos
regimes do lucro presumido ou arbitrado não podem ser deduzidos incentivos.

O método básico de cálculo dos incentivos fiscais é o seguinte: o valor líquido do custeio do
programa (despesas menos valor descontado dos trabalhadores) é dedutível como despesa
operacional. O incentivo consiste em aplicar a alíquota normal do IRPJ (15%) sobre essa despesa
líquida de custeio ou R$ 1,99 x o número de refeições fornecidas.

Exemplo:
Despesa Líquida 100.000
Alíquota do IRPJ 15%
Incentivo = 15% x 100.000,00 = 15.000

Todavia, como a dedução do IRPJ devido está limitada a 4% do valor do imposto, não se
pode reduzir o incentivo diretamente. No exemplo dado, considerando que o IRPJ totalize 160.000, o
limite será apurado pelo seguinte cálculo: 4% x 160.000 = 6.400.

O PAT foi criado pela Lei 6.321/76. O incentivo então concedido acha-se recepcionado pelos
artigos 581 e 582 do RIR. A empresa pode, também, inscrevendo-se no PAT, optar pelo
fornecimento de vale-refeição em vez de manter setor próprio de preparação e fornecimento de
refeições. O vale-refeição é a forma adotada pela maioria das empresas. Fundamentos, artigos 504,
I, 526, 540, 543 e 581 a 588 do RIR.

5.16.3 Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial ou Agropecuário (PDTIIPDTA)

Esses programas foram criados pela Lei 8.661/93. Entre outros benefícios fiscais, o incentivo
relativo ao IRPJ, concedido ao PDTI e ao PDTA (art. 4º, inc. 1), por dedução do IRPJ, obedece à
mesma sistemática, ou seja, dedução das importâncias despendidas como despesa operacional e
autorização legal para deduzir do IRPJ, como incentivo, o importe apurado pela aplicação da
alíquota normal (15%), sobre o total do custeio de cada programa.

45
A efetividade desse incentivo só poderá ser consignada pelas empresas que optarem pela
apuração pelo lucro real. Referida Lei 9.532/97 reduziu os incentivos para 4%.

5.16.4 Dedução Cumulativa do PAT/PDTI/PDTA

A Lei 9.532/97 reduziu o limite global desses incentivos, quando usados em conjunto, a 4%
do IRPJ devido. Essa drástica redução obriga o empresário à escolher apenas um deles, ou repartir
os valores antes aplicados em cada programa. A redução das verbas das empresas para o PAT traz
séria ameaça de recessão no setor de restaurantes, fast food e lanchonetes, que tem no vale-
refeição uma parte significativa de seu faturamento.

Por outro lado, deixar de aplicar no PDTI ou PDTA, que gozam de outros benefícios fiscais,
além da dedução do IRPJ (isenção do IPI na compra de máquinas e equipamentos; depreciação
acelerada; amortização acelerada; crédito do IR Fonte de 50% do valor retido nas remessas para o
exterior relativas a pagamentos de royalties; assistência técnica ou científica ou serviços
especializados etc.), significa perder a possibilidade de acesso à moderna tecnologia, e,
conseqüentemente, perder competitividade, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

Como cada caso é específico, as empresas devem decidir esse impasse por meio das
informações gerenciais de sua contabilidade e pelo planejamento tributário.

5.16.5 Dedução Cumulativa dos Incentivos às Operações de Caráter Cultural

A Lei 9.532/97 não reduziu os limites individuais desses incentivos, mas reduziu o limite
cumulativo no caso de seu uso conjunto para o máximo de 4% (art. 6º, inc. 11).

Programa nacional de apoio à cultura

Esse programa foi instituído pela Lei 8.313/91, Lei Rouanet. As despesas efetuadas no valor
correspondente até 30% com patrocínio e 40% para a doação a projetos culturais previamente
aprovados pelo órgão competente do Ministério da Cultura são dedutíveis como despesa
operacional. O incentivo (art. 26) obedece à mesma metodologia já exposta, ou seja, aplicar o
porcentual da alíquota do IRPJ (15%) sobre o valor da despesa com patrocínio ou doação e deduzir
o valor apurado diretamente no IRPJ, limitado a 4% do imposto devido.

Incentivo às atividades audiovisuais

Esse incentivo foi criado pela Lei 8.685/93. A pessoa jurídica pode deduzir os valores
efetivamente aplicados na compra de certificados de investimentos em projetos aprovados pelo
Ministério da Cultura. Entretanto, comporta destacar que o incentivo está limitado a 3% do imposto
devido, quando considerado individualmente.

Dedução cumulativa

A Lei nº 9.532/97, em seu art. 6Q, incis&IJ,'quando do uso cumulativo desses incentivos,
limita a dedução global em, no máximo, 4% do imposto devido.
É evidente que a empresa que utilizava esses incentivos de forma cumulativa - por exemplo:
Pronac, 4%, e Audiovisual3%, com a redução do limite global para 4% - deverá rever sua estratégia
de gestão de impostos, para adequá-la à nova sistemática legal dos incentivos fiscais.
46
5.16.6 Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

A Lei 8.069/90 instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em seu art. 260, criou o
incentivo para as doações aos Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente, nas áreas federal,
estadual e municipal. Os limites de dedução, como incentivos dos impostos federais e estaduais, são
fixados por lei do ente federado, competente para instituir e cobrar o imposto.

No caso da União, a dedução do IRPJ devido foi fixada em 1% do IRPJ normal, isto é, sem
computar o adicional. Note-se que essas doações não são dedutíveis do lucro real como despesa
operacional (art. 591 do RIR). Esse incentivo é considerado isoladamente, não sendo cumulado com
nenhum outro para efeito de limitação da dedução global.

5.17 EXTINÇÃO DE EMPRESAS

5.17.1 Conceito

Determinada a dissolução da empresa, por seus sócios, acionista, ou pelo titular de empresa
individual, ela entra em processo de liquidação. A liquidação consiste em realizar (transformar em
dinheiro) todos os bens e direitos do ativo e com o valor apurado pagar as obrigações. Se restar
saldo, ele será distribuído na proporção da participação de cada sócio ou acionista no capital social,
que se denomina juridicamente de devolução do capital.

É possível classificar a extinção de empresas em duas espécies:

Por dissolução da sociedade;


Por ter sido incorporada, fusionada ou por cisão total.

5.17.2 Por Dissolução da Sociedade

Dissolução

A sociedade pode ser dissolvida, na forma disposta no art. 206 da Lei 6.404/76, do qual se
ressalta, em breve resumo:

I) De pleno direito:
a) Pelo término do prazo de duração;
b) Nos casos previstos no estatuto;
c) Por deliberação da assembléia geral;
d) Pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar;
e) Se restar apenas um acionista.
II) Por decisão judicial.

Determinada a dissolução de uma sociedade, ela entra em processo de liquidação. Portanto,


mesmo dissolvida de pleno direito, ela ainda conserva sua personalidade jurídica, a fim de proceder
a sua liquidação.

47
Compete aos sócios ou a AGE nomear o liquidante. No caso de companhia, a AGE deve
indicar também o Conselho Fiscal para acompanhar as operações de liquidação. Compete ao
liquidante representar a companhia e praticar os atos necessários à liquidação.

Finda a liquidação, o liquidante convocará a AGE para prestação de contas. Aprovadas,


encerra-se a liquidação e extingue-se a companhia. No caso de liquidação judicial, compete ao juiz
nomear o liquidante, que tomará por termo suas atribuições.

Por incorporação, fusão ou cisão

Os demais casos de extinção de empresa, de qualquer tipo societário, previsto na lei


6.404/76, ocorrem sem a necessidade de se proceder a sua liquidação e são os seguintes:

Na incorporação: a sociedade incorporada é extinta e seu patrimônio é vertido para a


incorporadora. As ações representativas do capital da incorporada são também extintas e
os seus titulares recebem novas ações da incorporadora;
Na fusão: ambas as sociedades fusionadas são extintas e seus patrimônios são vertidos
para a nova sociedade resultante da fusão. As respectivas ações representativas do
capital das empresas fusionadas são extintas. Seus titulares recebem, em pagamento de
seus capitais, ações da nova sociedade;
Na cisão: o patrimônio da sociedade cindida é transferido para as novas empresas
constituídas para essa finalidade. As ações da cindida são extintas e seus titulares
recebem ações das novas empresas, já existentes ou constituídas para esse fim.

O tratamento jurídico às extinções aplica-se a quaisquer tipos de sociedades.

5.17.3 Liquidação por Partilha de Bens do Ativo

Dissolvida uma sociedade, a liquidação não precisa, necessariamente, realizar todo o ativo,
pagar o passivo, para, em seguida, distribuir o resultado aos sócios ou acionistas em pagamento de
seus capitais. Desde que pagos ou garantidos os credores, é facultado à AGE, pelo voto dos
acionistas que representem 90%, no mínimo, do capital social, aprovar as condições especiais para
a partilha do ativo remanescente, com a atribuição de bens aos sócios, pelo valor contábil ou outro
valor por ela fixado (§ 1º do art. 215 da Lei 6.404/76).

Entretanto, nesse caso, é preciso verificar as repercussões tributárias dessa partilha.

5.17.4 Tratamento Tributário

A legislação tributária, em especial a relativa ao IR, dispõe que a pessoa jurídica será
tributada, na forma da lei, até o final de sua liquidação (art. 237 - RIR). Encerrada a liquidação,
deverão ser entregues a declaração do ano-calendário anterior e a do ano em curso, com os
resultados apurados até a data da extinção (art. 811RlR).

Referidas declarações deverão ser entregues até o último dia útil do mês subseqüente ao da
extinção. No mesmo prazo deverão ser pagos os tributos devidos. Na partilha do ativo, com
atribuição de bens aos sócios, pode ocorrer a distribuição disfarçada de lucros.

48
O Fisco tem se pronunciado no sentido de considerar tributável a diferença entre o valor
contábil dos bens partilhados aos sócios e seu valor de mercado. O fundamento dessa tributação
seria o inciso I do art. 464 do RIR, que diz:

Art. 464 Presume-se distribuição disfarçada de lucros no negócio pela qual a pessoa jurídica:
I - aliena, por valor notoriamente inferior ao de mercado, bem do seu ativo a pessoa ligada.

Entre as pessoas ligadas, definidas no art. 465 do RIR, estão o sócio ou acionistas, mesmo
que eles sejam pessoas jurídicas. Não obstante tal regra, essa é uma posição fiscal, com qual a
doutrina não partilha.

Nilton Latorraca diz: "a doutrina estabelece, com propriedade, que a partilha, que se processa
na liquidação, é ato de natureza declaratória; dela não resulta acréscimo patrimonial, mas apenas
mudança na forma jurídica do patrimônio que passa do estado de comunhão ao de propriedade
individual"

Entende-se, portanto, que os bens entregues aos sócios, pelo valor contábil constante no
balanço da empresa, são simples devoluções de seu capital. Não resulta em acréscimo patrimonial,
pois apenas alterna valores em sua declaração de bens, ou seja, troca investimento em ações pelos
bens recebidos em devolução de seu capital.

Outro aspecto importante a ser considerado é verificar se a empresa aumentou seu capital
com lucros ou reservas, e, em conseqüência, distribuiu ações bonificadas a seus sócios. Essa
operação, como regra geral, não é tributada, com a condição de que o capital não seja reduzido, nos
cinco anos subseqüentes a esse aumento de capital, com restituição aos sócios da parcela
correspondente à redução do capital.

Entretanto, não será tributado o rateio do acervo líquido da pessoa jurídica dissolvida, se o
aumento de capital tiver sido realizado com a incorporação de reserva de capital formada com ágio
na emissão de ações, com o produto da alienação de partes beneficiárias ou bônus de subscrição,
ou por incorporação de ações ou quotas bonificadas por sociedade de que era sócio ou acionista
(art. 658 - RIR).

Todavia, a discussão sobre a distribuição disfarçada de lucros perdeu qualquer relevância,


em face da Lei 9249/95, em seu art. 10, que tornou a distribuição de lucro isenta da retenção do IRF
e na declaração do beneficiário, seja ele pessoa física ou jurídica.

6. LUCRO PRESUMIDO E ESTIMADO

6.1 CONCEITO

O lucro presumido ou estimado também é um conceito tributário. Tem a finalidade de facilitar


o pagamento do IR, sem, todavia, ter que recorrer à complexa apuração do lucro real, que
pressupõe contabilidade eficaz, ou seja, capaz de apurar o resultado antes do último dia útil do mês
subseqüente ao encerramento do trimestre. Essa modalidade de apuração consiste em presumir ou
estimar o lucro como um percentual sobre a receita bruta. Esse percentual, que é fixado em lei, varia
de acordo com o tipo de atividade.

49
6.2 PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO OU ESTIMATIVA

Os percentuais de presunção do lucro aplicáveis sobre a receita bruta estão previstos no art.
15, § 1º da Lei 9.249/95, e são os seguintes:

a) Regra geral: 8% sobre a receita bruta para empresas mercantis.

b) Atividades com percentuais específicos:


• 1,6% sobre a receita proveniente da revenda, para consumo, de combustível derivado de
petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
• 8% para os serviços hospitalares e de transporte de carga;
• 16% para as atividades de prestação de serviço de transporte, exceto o de carga, e para as
prestadoras de serviços com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00;
• 32% para as atividades de: prestação de serviços em geral; intermediação de negócios;
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.

Todavia, as pessoas jurídicas que prestam serviços de profissões regulamentadas,


relacionadas no art. 647 do RIR, por exemplo, advogados, contadores, engenheiros, mesmo com
receita bruta anual inferior a R$ 120.000,00, ficam sujeitas ao percentual de 32%.

6.3 ADIÇÕES

O lucro presumido ou estimado não permite qualquer dedução de despesa ou do prejuízo


fiscal anterior. Sobre o valor determinado pela aplicação do percentual de presunção, deve-se
adicionar ganhos de capital e quaisquer outras receitas auferidas, art. 518 a 526 RIR:

a) Na determinação da base de cálculo do imposto, após a estimativa do lucro, devem ser


somados a este os ganhos de capital e o resultado de outras receitas;
b) Os ganhos de capital serão apurados corrigindo-se o valor do custo de aquisição dos bens
adquiridos até o final de 1995, pela Ufir de janeiro de 1996, ou seja, 0,8287. De janeiro de
1996 em diante, não é permitida nenhuma correção nos custos de aquisição dos bens, para
efeito de determinação do ganho de capital;
c) Pode ser abatido do imposto devido trimestral ou mensalmente, por compensação, o imposto
retido na fonte ou o pago separadamente sobre receitas computadas na base de cálculo do
imposto mensal;
d) O prazo de pagamento do IR e da CSL é até o último dia útil do mês subseqüente ao
encerramento do período de apuração (art. 858 do RIR).

Nas atividades diversificadas, aplica-se o percentual correspondente a cada atividade.

6.4 CASO BASE

Para possibilitar a escolha da melhor alternativa legal, para o planejamento tributário, serão
adotados os mesmos valores do caso base da apuração pelo lucro real.
50
Período de apuração: trimestral
Receita Bruta 605.000
Vendas 400.000
Serviços 5.000
Venda de máquina 50.000
Custo corrigido (36.000) 14.000
Receita Financeira 10.000

Determinação do lucro presumido


Venda 605.000
(-) Devoluções (5.000)
Venda Líquida 600.000 x 8% = 48.000
Serviços 400.000 x 32% = 128.000
(+) Ganho de Capital 14.000
(+) Receita Financeira 10.000
Lucro Presumido 200.000

Sobre a base de cálculo será aplicada a alíquota de 15% do IRPJ; sobre o excesso, adicional de 10%.

IRPJ = 15% x 200.000 = 30.000 Adicional = 10%: 200.000 - 60.000 = 140.000 x 10% = 14.000 TOTAL IRPJ = 44.000

6.5 SUSPENSÃO DO IMPOSTO MENSAL ESTIMADO

A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento mensal do imposto calculado


com base na presunção dos lucros, conforme dispõe o art. 230 do RIR:

"Desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais


que o valor 'acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive
adicional, calculado com base no lucro real do período em curso."

Entretanto, se a pessoa jurídica tem prejuízo desde o início do trimestre, não é preciso pagar
o imposto para depois reduzi-lo. Nesse caso, ela está dispensada de recolher o IR estimado,
devendo, porém, apresentar escrituração contábil, balancetes de apuração do lucro real transcrita no
LALUR, que comprovem o prejuízo desde o início do ano-calendário.

Também é permitido pagar o imposto apurado pelo lucro real quando este for menor do que o
apurado por estimativa. Tal fato deve, também, ser demonstrado por escrituração contábil, balancete
de apuração do lucro real transcrito no LALUR.

6.6 OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO

As pessoas não enquadradas nas hipóteses em que é obrigatória a apuração do resultado


pelo lucro real, podem optar pela tributação pelo lucro presumido. A opção pela tributação com base
no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário, Lei 9.718/98, art. 13, § 1º, e
será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido, relativo ao
primeiro período de apuração de cada ano-calendário (Lei 9.430/96, art. 26, § 1º).

51
7. LUCRO ARBITRADO

7.1 CONCEITO E APLICAÇÃO

O lucro arbitrado é uma prerrogativa do Fisco. Este poderá arbitrar o lucro, na forma da lei,
nas hipóteses em que a escrituração contábil e fiscal do contribuinte for desclassificada.

O arbitramento do lucro ocorrerá com as seguintes hipóteses:

a) Se o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração
na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras
exigi das pela legislação fiscal;
b) Se a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude
ou vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para identificar a efetiva
movimentação financeira, inclusive a bancária; determinar o lucro real;
c) Se o contribuinte deixar de apresentar ao Fisco os livros e os documentos da escrituração
comercial e fiscal; e livro Caixa, no caso de opção pelo presumido;
d) Se o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
e) Se o comissário ou representante de pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e
apurar o lucro de sua atividade separadamente do lucro do comitente, residente ou
domiciliado no exterior;
f) Se o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis
recomendadas, livro Razão ou fichas utilizadas para resumo e totalizar, por conta ou
subconta, os lançamentos efetuados no Diário.

7.2 ARBITRAMENTO PELA RECEITA BRUTA

Quando a receita bruta for conhecida, o lucro arbitrado será determinado pela aplicação dos
percentuais de presunção do lucro, acrescido de 20% (art. 532 RIR). Exemplo:

% de % de
Art. 15
presunção arbitramento
Caput 8% 9,60%
Inciso I 1,6% 1,92%
Inciso 11 16% 19,2%
Inciso III 32% 38,40%

No caso das instituições financeiras, o percentual para determinação do lucro arbitrado é de


45%, conforme previsto no artigo 533 do Regulamento do Imposto de Renda.

7.3 RECEITA DESCONHECIDA

Caso não seja possível à fiscalização apurar, por meio dos documentos da empresa, a receita
bruta deverá, então, optar por um dos seguintes índices:

52
a) 1,5 do lucro real relativo ao último período em que a pessoa jurídica manteve escrituração,
atualizado monetariamente. Se o lucro real for decorrente do período-base anual, o valor
que será a base para o arbitramento será proporcional ao número de meses do período-
base considerado;
b) 0,04 da soma dos valores do ativo circulante; realizável a longo prazo e permanente,
existentes no último balanço patrimonial conhecido, atualizado monetariamente;
c) 0,07 do capital social, inclusive, sua CMB, lançada em reserva de capital, constante do
último balanço patrimonial conhecido ou registrado nos atos de constituição ou de
alteração da sociedade, atualizado monetariamente;
d) 0,05 do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial conhecido,
atualizado monetariamente;
e) 0,4 do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês;
f) 0,4 da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos empregados e de
compras de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem;
g) 0,8 da soma dos valores devidos no mês aos empregados;
h) 0,9 do valor mensal do aluguel devido.

Nota:

Esses índices de arbitramento, a partir de 12-1-1997, devem ser multiplicados pelo número de
meses do período de apuração (art. 535, § 22 – RIR). A Receita não operacional, se possível sua
comprovação, deverá ser acrescida a esses cálculos (art. 536 - RIR).

7.4 ADIÇÕES AO LUCRO ARBITRADO

Devem ser acrescidas ao lucro arbitrado as seguintes receitas não operacionais:

a) Ganhos de Capital (se não for possível comprovar o custo de aquisição do bem sobre o
qual recai o ganho de capital) o valor total da receita deve ser somado;
b) Receitas e resultados positivos;
c) Saldo do lucro inflacionário a tributar;
d) Parcelas controladas no LALUR que devem ser adicionadas ao lucro real.

7.5 OMISSÃO DE RECEITA

Se a fiscalização constatar omissão de receita por parte da pessoa jurídica, isto é, entrada
não declarada; de numerário, 50% do valor apurado serão considerados lucro e integralmente
tributados.

A omissão de receita não se confunde com o desconhecimento dela. A receita é


desconhecida quando a escrituração da pessoa jurídica está prejudicada de tal forma que não é
possível ao Fisco apurar os recursos que foram captados pela empresa. Considera-se receita
omitida a não declarada, ou apurada separadamente; exemplo, caixa dois.

53
7.6 CÁLCULO DO IR ADICIONAL

Sobre a base de cálculo apurada por um dos índices de arbitramento e as adições, aplica-se
a alíquota de 15% do IR, mais o adicional, se devido; bem como a alíquota de (9%) para a CSL.

EXEMPLO:
Receita desconhecida - art. 535, I, do RIR: 1,5% do lucro real do último período em que a
pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais.
Lucro real do último período 100.000
1,5 x 100.000 = Lucro arbitrado = 150.000
IR 15% = 22.500
ADICIONAL (Trimestral)
150.000 - 60.000 x 10% = (9.000)
TOTAL DO IR 31.500

7.7 AUTO-ARBITRAMENTO

A pessoa jurídica poderá, em ocasiões excepcionais, apresentar sua declaração de


rendimentos com base no lucro arbitrado. Na ocorrência de caso fortuito ou força maior que acarrete
a perda ou inutilização de livros e documentos fiscais e demais dados, de forma a tornar impossível
a apuração do IR devido, a legislação permite que a pessoa jurídica calcule o imposto a pagar com
base no lucro arbitrado.

O RIR, em seu art. 531, estabelece que a pessoa jurídica poderá calcular o lucro arbitrado
nos casos fortuitos ou força maior, como definido na lei civil. A legislação civil por sua vez estabelece
que "o caso fortuito ou de força maior, verifica-se no fato necessário cujos efeitos não era possível
evitar ou impedir" (art. 393 do novo Código Civil). Tal fato ocorre independentemente da vontade da
pessoa e sua efetividade torna impossível o cumprimento de uma obrigação assumida por ela.

Assim, por exemplo, para efeito do IR, se ocorrer inundação ou incêndio no local onde estão
guardados os livros e documentos fiscais da empresa, o cumprimento da obrigação tributária,
entrega de declaração e pagamento de Imposto de Renda, estará prejudicado involuntariamente.
Nesses casos, poderão ser utilizadas pela própria pessoa jurídica as normas do lucro arbitrado (que
constituem prerrogativa do Fisco) para pagar o IR devido.

O art. 531 do RIR estabelece que a ocorrência de caso fortuito deve estar comprovada. Essa
comprovação pode ser feita de forma documental. Por exemplo, nos casos de incêndio ou
inundação, é necessário um laudo do Corpo de Bombeiros que ateste a ocorrência.

8. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSL)

8.1 INSTITUIÇÃO

A CSSL das pessoas jurídicas foi instituída pela Lei 7.689/1988 (DOU de 16-12-1988).

8.2 BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA

Desde 1o Janeiro 1995, a apuração da base de cálculo da CSL ficou idêntica à do lucro real,
conforme dispõe o art. 57 da Lei 8.981/95:

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Art. 57 Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro, Lei n Q 7.689, de 1988, as mesmas normas de
apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto de Renda das pessoas jurídicas, mantidas a
BC e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei.

Entretanto, essa simplificação durou pouco, pois pelo art. 14 da Lei nº 9.779/99 foram
determinadas novas adições à base de cálculo da CSL:

Art. 14 As despesas financeiras relativas a empréstimos ou financiamentos e os juros remuneratórios


do capital próprio a que se refere o art. 9º da Lei nº 9.249, de 1995, não são dedutíveis para efeito da
determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.

Este foi mais um casuísmo fiscal que contraria a lógica contábil e jurídica; porquanto, o lucro é
o resultado positivo da sorna algébrica das receitas menos as despesas.

A proibição da dedução de diversas despesas, como tem sido feita, de forma rotineira, a cada
ano, desnatura o conceito de lucro, tomando-o maior do que a realidade do resultado econômico,
ferindo, por conseqüência, o princípio da capacidade contributiva do contribuinte (§ 12 art. 145 CF).

Portanto, a base de cálculo da CSL é determinada a partir do resultado do exercício antes da


provisão do IR, da mesma forma do IR apurado pelo lucro real. A base de cálculo da CSL é apurada
mediante as adições e exclusões prescritas em lei. A partir da Lei 9.430/96, a apuração da base de
cálculo e da contribuição devida passou a ser trimestral, com o prazo para pagamento até o último
dia útil do mês subseqüente.

A pessoa jurídica poderá deduzir da base de cálculo de cada período de apuração, a base de
cálculo negativa; de períodos anteriores. Essa compensação da base de cálculo negativa foi limitada
a 30% (trinta por cento) pela Lei nº 8.981/95, em seu art. 58, da mesma forma que os prejuízos fis-
cais anteriores.

Para efeito de pagamento mensal por estimativa, a base de cálculo da CSL será a receita
bruta mensal.
A base de cálculo presumida da CSL é determinada pela aplicação do percentual de 12%
sobre a receita bruta como regra geral, exceto para as prestadoras de serviços sujeitas à apuração
pelo lucro real, por disposição expressa do art. 15, III da Lei nº 9.249/95, para as quais o percentual
é de 32% (art. 22 da Lei nº 10.684/03). A alíquota da CSL é de 9% sobre a base de cálculo.

8.3 CONTRIBUINTE
O art. 4º da Lei nº 7.689/88 dispõe que são contribuintes da CSL as pessoas jurídicas
domiciliadas no país e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária.

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8.4 CASO BASE – APURAÇÃO PELO LUCRO REAL

Suponha que a empresa do caso base do IR apresente no período de apuração os seguintes valores:
Lucro ajustado do período de apuração antes do IR 270.000
Juros sobre o capital próprio 30.000
Base de cálculo negativa da CSL
(BCN- Base de cálculo negativa)
de períodos de apuração anteriores 100.000

RESOLUÇÃO
Lucro ajustado 270.000
+ Juros sobre capital próprio 30.000
= Lucro reajustado para a CSL 300.000
(-) Compensação da BCN x 30% (90.000)
Base de cálculo do período 210.000
CSL = 9% x 210.000 18.900

Apuração pelo lucro presumido trimestral


Vendas 605.000
Serviços 100.000
Receita bruta 700.000
Ganho de capital 4.000
Receita financeira 10.000
Devolução de vendas 5.000
RESOLUÇÃO:
Determinação da base de cálculo presumida:
Vendas 605.000
(-) Devoluções (5.000)
Vendas Líquidas 600.000
Serviços 100.000
1 - Base para presunção 700.000
2 - Cálculo
a) Vendas líquidas = 12% x 600.000 = 72.000
b) Serviços = 32% x 100.000 = 32.000
3 - Base presumida 104.000
+ Ganho de capital 4.000
+ Receitas financeiras 10.000
4 - Base de cálculo da CSL 118.000
CSL = 9% x 118.000 = 10.620

Veja-se que o percentual de 12% para apuração da base presumida é aplicado sobre a
receita de vendas total; para os serviços, o percentual é de 32%. À base presumida adicionam-se os
ganhos de capital e demais receitas financeiras. O resultado dessa soma é a base de cálculo para a
determinação da CSL devida.

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