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Este documento resume o filme "Militares da Democracia: os militares que disseram não!" do diretor Silvio Tendler. O filme conta a história de oficiais militares brasileiros que se opuseram ao golpe militar de 1964 e apoiaram o presidente João Goulart. Muitos destes oficiais foram presos, torturados e mortos por sua resistência ao regime autoritário. O documento também discute a falta de arrependimento e reflexão das Forças Armadas brasileiras sobre seu papel na ditadura.
Descriere originală:
Resenha crítica sobre o trabalho historiográfico/cinematográfico de Silvio Tendler, sobre os militares que resistiram à ditadura militar.
Este documento resume o filme "Militares da Democracia: os militares que disseram não!" do diretor Silvio Tendler. O filme conta a história de oficiais militares brasileiros que se opuseram ao golpe militar de 1964 e apoiaram o presidente João Goulart. Muitos destes oficiais foram presos, torturados e mortos por sua resistência ao regime autoritário. O documento também discute a falta de arrependimento e reflexão das Forças Armadas brasileiras sobre seu papel na ditadura.
Este documento resume o filme "Militares da Democracia: os militares que disseram não!" do diretor Silvio Tendler. O filme conta a história de oficiais militares brasileiros que se opuseram ao golpe militar de 1964 e apoiaram o presidente João Goulart. Muitos destes oficiais foram presos, torturados e mortos por sua resistência ao regime autoritário. O documento também discute a falta de arrependimento e reflexão das Forças Armadas brasileiras sobre seu papel na ditadura.
Autoritarismo, censura e resistncias na ditadura militar brasileira (1964-1988) Professoras: Ana Marlia Carneiro e Carolina Dellamore Batista Scarpelli 24 de abril de 2017 Aluna: Gabriela Fischer Fernandes Corradi
Militares da Democracia: os militares que disseram no! (Silvio Tendler, Caliban
Produes Cinematogrficas, 2014)
Silvio Tendler, historiador e cineasta brasileiro, conhecido como o cineasta dos
vencidos, por dedicar grande parte de suas produes aos relatos dos derrotados pelo golpe de 1964, como faz no filme Jango Como e quando se derruba um presidente, de 1984, Marighella, retrato falado do guerrilheiro, de 2001, dentre muitos outros. O diretor foi, ele mesmo, testemunha dos horrores da ditadura e seus filmes no se pretendem imparciais. No incio do filme Militares da Democracia, Tendler dedica uma boa parte para relatos que so uma espcie de introduo questo dos militares resistentes, inclusive o relato dele prprio sobre o dia do golpe. Naquele momento, segundo suas prprias palavras, ele percebeu quem havia ganho e quem havia perdido com o golpe, pois os moradores da famosa Avenida Nossa Senhora de Copacabana comemoravam e os porteiros dos prdios, preocupados, procuravam escutar notcias de alguma resistncia restante, na Cadeia da Legalidade. Para fazer um relato aprofundado sobre a resistncia ao golpe de oficiais das Foras Armadas, Tendler teve duas motivaes, que ele expressa em momentos diferentes do filme. O primeiro mencionado foi o fato de Tendler, em uma viagem Braslia para tentar liberar seu filme Jango, preso pela censura, ele tem a oportunidade de conversar com o comandante da aeronave, que foi o mesmo que levou o presidente Joo Goulart para o sul, nas vsperas do golpe e relatou a lealdade dele e da diviso das FA qual ele pertencia ao presidente. Silvio, desde ento, guardou a vontade de contar essa histria. A segunda motivao, mencionada no encerramento do filme, parece a mais forte Tendler foi preso pela ditadura, pois um colega da produtora havia sequestrado um avio e levado para Cuba. A ditadura queria tirar informaes de Tendler que, segundo ele, no sabia de nada sobre o esquema, sobre os planos e no tinha nenhum envolvimento. Ele relata que acabaria sendo morto, no por no querer entregar seus colegas, mas por realmente no saber de nada a respeito. Mas, ele foi salvo por um Brigadeiro da Aeronutica, Afrnio Aguiar. comum nos referirmos ao perodo da ditadura usando termos generalizantes, culpando os militares, como um todo indissocivel. Mas as Foras Armadas Brasileiras so formadas por pessoas, por indivduos, que nem sempre compartilham das mesmas ideias, sobre vrias coisas, inclusive sobre poltica. Quando ouvimos algum relato, especialmente estudando o perodo no ensino bsico, os poucos casos de resistncia so sempre associados baixa oficialidade. Esse filme vem abordar justamente a histria de militares, nos diferentes nveis da hierarquia militar, que no concordaram com o golpe, apoiaram o presidente Joo Goulart, foram presos, torturados e mortos, que resistiram at participando de guerrilha armada, protegeram estudantes e sindicalistas, impediram atos terroristas do governo. Muitos deles j eram observados mesmo antes do golpe, e sofreram perseguies e prises quase que imediatamente depois do fatdico 1 de abril de 1964. Esses personagens da nossa histria acabaram sendo silenciados pela histria, tanto as da oposio ao regime, quanto, e talvez mais, na histria das instituies militares. Os relatos sobre as prises, os atos de resistncia, as prises, torturas e mortes so inmeros. Destaco dois casos. O primeiro foi a Execuo do Tenente-Coronel Alfeu Alcntara Monteiro, legalista declarado, que impediu o bombardeio do Palcio Piratini, em 1961, dos que queriam impedir a posso de Jango. Foi executado como vingana em 64, com tiros a queima roupa pelas costas. Prises e mortes de altos oficiais, vistos como heris da jovem oficialidade, levaram muitos militares a ingressarem em grupos de resistncia contra o regime. O segundo foi a portaria secreta, expedida pelo governo como complemento do AI-1 (que cassou as patentes de militares oposicionistas ou que apresentassem qualquer indcio de comportamento subversivo ou comunista), cassava tambm as licenas tcnicas dos militares desligados do exrcito, ou seja, alm de no serem mais oficias, eles no podiam exercer de forma civil a profisso que aprenderam nas Foras Armadas. As licenas de pilotagem, por exemplo, foram caadas, impedindo que um ex-oficial trabalhasse como piloto da aviao civil em qualquer lugar do mundo.
Apesar de serem conhecidos hoje todos os horrores da Ditadura Militar, de terem
sido reveladas as torturas, as mortes, os casos de corrupo, as Foras Armadas Brasileiras nunca se retratarem publicamente pelos 21 anos que, como instituio, estiveram no comando do pas de forma autoritria e violenta. Dentre os relatos dos oficiais que disseram no, agora com suas patentes restabelecidas, h muitas crticas a essa postura das instituies militares. No houve uma crtica, uma reflexo dos militares sobre suas aes no perodo do regime. Tambm no houve uma mudana na formao dos oficiais, que ainda apresentam a mesma obsesso pela pauta anticomunista, segundo o relato de um oficial que observa isso nas publicaes internas atuais do Exrcito, da Aeronutica e da Marinha. Nestas mesmas publicaes, os protagonistas deste filme, ainda aparecem como comunistas, como traidores ou, no melhor dos quadros, como inocentes teis. Talvez o Brasil no tenha superado ainda as marcas da Ditadura, pois no houve arrependimento, no houve retratao, no houve crtica (interna) e no houve punio.
COHN, Gabriel - Introdução - in WEBER - Max - Parlamento e Governo Na Alemanha Reordenada Crítica Política Do Funcionalismo e Da Natureza Dos Partidos - Petrópolis Vozes 1993