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O Direito do Consumo
(a partir do livro “Introdução ao Direito”, de Roberto Rodrigues e Luís Valério)
Os Consumidores e a Constituição
Artigo 60.º
(Direitos dos consumidores)
Noção de consumidor
Artigo 2.º
(Definição e âmbito)
1- Considera-se consumidor, todo aquele a quem sejam fornecidos bens,
prestados serviços ou transmitidos quaisquer direitos, destinados a uso não
profissional, por pessoa que exerça com carácter profissional uma actividade
económica que vise a obtenção de benefícios.
(…)
Direitos do consumidor
Artigo 3.º
(Direitos do consumidor)
O consumidor tem direito:
a) À qualidade dos bens e serviços;
b) À protecção da saúde e da segurança física;
c) À formação e à educação para o consumo;
d) À informação para o consumo;
e) À protecção dos interesses económicos;
f) À prevenção e à reparação dos danos patrimoniais ou não patrimoniais que
resultem da ofensa de interesses ou direitos individuais homogéneos,
colectivos ou difusos;
g) À protecção jurídica e a uma justiça acessível e pronta;
h) À participação, por via representativa, na definição legal ou administrativa
dos seus direitos e interesses.
Artigo 17.º
(Associações de consumidores)
1- As associações de consumidores são associações dotadas de
personalidade jurídica, sem fins lucrativos e com objectivo principal de
proteger os direitos e os interesses dos consumidores em geral ou dos
consumidores, seus associados.
Artigo 21.º
Instituto do Consumidor
1- O Instituto do Consumidor é o instituto público destinado a promover a
política de salvaguarda dos direitos dos consumidores, bem como a coordenar
e executar as medidas tendentes à sua protecção, informação e educação e
de apoio às organizações de consumidores.
A publicidade
A – Noção
Artigo 7º
(Princípio da licitude)
1 - É proibida a publicidade que, pela sua forma, objecto ou fim, ofenda os
valores, princípios e instituições fundamentais constitucionalmente
consagrados.
Artigo 10º
(Princípio da veracidade)
1 - A publicidade deve respeitar a verdade, não deformando os factos.
Artigo 12º
(Princípio do respeito pelos direitos do consumidor)
I. Razão da referência
A responsabilidade do produtor
Não existe responsabilidade do produtor se este provar (art. 5.º) alguma das
causas de exclusão de responsabilidade, designadamente se não pôs o
produto em circulação, que não fabricou o produto para venda ou que o defeito
é devido à conformidade do produto com normas imperativas estabelecidas
pelas autoridades públicas.
Artigo 10.º
(Inderrogabilidade)
Não pode ser excluída ou limitada a responsabilidade perante o lesado, tendo-
se por não escritas as estipulações em contrário.
Artigo 2.º
(Produtor)
1 - Produtor é o fabricante do produto acabado, de uma parte componente ou
de matéria-prima, e ainda quem se apresente como tal pela aposição no
produto do seu nome, marca ou outro sinal distintivo.
2 - Considera-se também produtor :
a) Aquele que, na Comunidade Económica Europeia e no exercício da sua
actividade comercial, importe do exterior da mesma produtos para venda,
aluguer, locação financeira ou outra qualquer forma de distribuição;
b) Qualquer fornecedor de produto cujo produtor comunitário ou importador
não esteja identificado, salvo se, por escrito, comunicar ao lesado no prazo de
três meses, igualmente por escrito, a identidade de um ou outro, ou a de
algum fornecedor precedente.
Noção de defeito
Artigo 4.º
(Defeito)
1 - Um produto é defeituoso quando não oferecer a segurança com que
legitimamente se pode contar, tendo em atenção todas as circunstâncias,
designadamente a sua apresentação, a utilização que dele razoavelmente
possa ser feita e o momento da sua entrada em circulação.
2 - Não se considera defeituoso um produto pelo simples facto de,
posteriormente, ter sido posto em circulação, outro mais aperfeiçoado.
Prescrição e caducidade
Os contratos pré-redigidos
Noção
Além das anteriormente referidas, dispõe a lei que, nas relações com os
consumidores, também existem cláusulas absoluta e relativamente
proibidas. Assim, dispõem os artigos 21.º e 22.º, respectivamente.
Artigo 934.º
(Falta de pagamento de uma prestação)
Vendida a coisa a prestações, com reserva de propriedade, e feita a sua
entrega ao comprador, a falta de pagamento de uma só prestação que não
exceda a oitava parte do preço não dá lugar à resolução do contrato, nem
sequer, haja ou não reserva de propriedade, importa a perda do benefício do
prazo relativamente às prestações seguintes, não obstante convenção em
contrário.
Este artigo visa de algum modo proteger o comprador contra certos abusos
dos vendedores que, na falta de pagamento de uma prestação, exigem a
restituição da coisa que foi objecto de venda, em consequência da resolução
do contrato, e a consequente perda por parte do comprador das prestações
entretanto pagas. Por outro lado, nada impede que entre as partes se celebre
um contrato que seja mais favorável ao comprador, não podendo, contudo,
acontecer o inverso.
Artigo 1.º
(Indicação de preços)
1 - Todos os bens destinados à venda a retalho devem exibir o respectivo
preço de venda ao consumidor.
2 - Os géneros alimentícios e os produtos não alimentares, postos à
disposição do consumidor, devem conter também o preço por unidade de
medida.
5 - O preço de venda e o preço por unidade de medida, seja qual for o suporte
utilizado para os indicar, referem-se ao preço total expresso em moeda com
curso legal em Portugal, devendo incluir todos os impostos, taxas e outros
encargos que nele sejam repercutidos, de modo que o consumidor possa
conhecer o montante exacto que tem a pagar.
6 - Os géneros alimentícios comercializados nos hotéis, estabelecimentos
similares e cantinas, desde que sejam consumidos no local da venda, são
objecto de disposições especiais.
O Crédito à Habitação
Noção
Além destes quatro regimes, existem dois regimes especiais que prevêem a
formação de poupanças prévias:
Noção
Artigo 1023.º
(Arrendamento e aluguer)
Artigo 1022.°
(Noção)
Artigo 1129.°
(Noção)
O comodato é o contrato gratuito pelo qual uma das partes entrega à outra
certa coisa, móvel ou imóvel, para que se sirva dela, com a obrigação de a
restituir.
Artigo 76.º
(Pessoas que podem residir no prédio)
1 - Nos arrendamentos para habitação podem residir no prédio, além do
arrendatário:
a) Todos os que vivam com ele em economia comum;
b) Um máximo de três hóspedes, salvo cláusula em contrário.
2 – (…).
3 - Apenas se consideram hóspedes as pessoas a quem o arrendatário
proporcione habitação e preste habitualmente serviços relacionados com esta,
ou forneça alimentos, mediante retribuição.
B. Transmissão do direito do arrendatário
Artigo 84.º
(Transmissão por divórcio)
1 - Obtido o divórcio ou a separação judicial de pessoas e bens, podem os
cônjuges acordar em que a posição de arrendatário fique pertencendo a
qualquer deles.
Nos termos dos números seguintes deste art.º 84.º, cabe ao tribunal decidir,
em caso de falta de acordo dos cônjuges, quem fica na posição de arrendatário
em caso de divórcio.
A. Causas
Artigo 64.º
(Casos de resolução pelo senhorio)
1 - O senhorio só pode resolver o contrato se o arrendatário:
a) Não pagar a renda no tempo e lugar próprios nem fizer depósito liberatório;
b) Usar ou consentir que outrem use o prédio arrendado para fim ou ramo de
negócio diverso daquele ou daqueles a que se destina;
c) Aplicar o prédio, reiterada ou habitualmente, a práticas ilícitas, imorais ou
desonestas;
d) Fizer no prédio, sem consentimento escrito do senhorio, obras que alterem
substancialmente a sua estrutura externa ou a disposição interna das suas
divisões, ou praticar actos que nele causem deteriorações consideráveis,
igualmente não consentidas e que não possam justificar-se nos termos dos
artigos 1043.º do Código Civil ou 4.º do presente diploma;
e) Dar hospedagem a mais de três pessoas das mencionadas no n.º 3 do
artigo 76.º, quando não seja esse o fim para que o prédio foi arrendado; ou
violar cláusula contratual, estabelecida nos termos da alínea b) do n.º 1 do
mesmo artigo;
f) Subarrendar ou emprestar, total ou parcialmente, o prédio arrendado, ou
ceder a sua posição contratual, nos casos em que estes actos são ilícitos,
inválidos por falta de forma ou ineficazes em relação ao senhorio, salvo o
disposto no artigo 1049.º do Código Civil;
g) Cobrar do subarrendatário renda superior à que é permitida nos termos do
artigo 1062.º do Código Civil;
h) Conservar encerrado, por mais de um ano, o prédio arrendado para
comércio, indústria ou exercício de profissão liberal, salvo caso de força maior
ou ausência forçada do arrendatário que não se prolongue por mais de dois
anos;
i) Conservar o prédio desabitado por mais de um ano ou, sendo o prédio
destinado a habitação, não tiver nele residência permanente, habite ou não
outra casa, própria ou alheia;
j) Deixar de prestar ao proprietário ou ao senhorio os serviços pessoais que
determinaram a ocupação do prédio.
2 - Não tem aplicação o disposto na alínea i) do número anterior:
a) Em caso de força maior ou de doença;
b) Se o arrendatário se ausentar por tempo não superior a dois anos, em
cumprimento de deveres militares, ou no exercício de outras funções públicas
ou de serviço particular por conta de outrem, e bem assim sem dependência
de prazo, se a ausência resultar de comissão de serviço publico, civil ou militar
por tempo determinado;
c) Se permanecerem no prédio o cônjuge ou parentes em linha recta do
arrendatário ou outros familiares dele, desde que, neste último caso, com ele
convivessem há mais de um ano.
Lei aplicável
Disposições gerais
Artigo 1.º
(Direito real de habitação periódica)
Sobre as unidades de alojamento integradas em hotéis-apartamentos,
aldeamentos turísticos e apartamentos turísticos podem constituir-se direitos
reais de habitação periódica limitados a um período certo de tempo de cada
ano.
Duração
Direito de resolução
Artigo 16.º
(Direito de resolução)
1 - O adquirente do direito real de habitação periódica pode resolver o
respectivo contrato de aquisição, sem indicar o motivo e sem quaisquer
encargos, no prazo de 10 dias úteis a contar da data em que lhe for entregue o
contrato de transmissão do direito real de habitação periódica.
2 - A declaração de resolução deve ser comunicada ao vendedor através de
carta registada, com aviso de recepção, enviada até ao termo do prazo
previsto no número anterior.
3 - O adquirente tem direito a resolver o contrato no prazo de três meses a
contar do momento da assinatura por ambas as partes do contrato, se o
mesmo não contiver os elementos referidos no documento complementar
previstos no n.º 2 do artigo 11.º
Contas Poupança-Habitação
Objectivos
Características
Ora, tais actos não devem ser tolerados pela colectividade dos cidadãos,
devendo ser aplicadas penas a quem os praticar.
Noção