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O autor discute os conceitos de ação coletiva e participação pública, apontando desafios como altos custos e a tendência dos indivíduos buscarem seu próprio bem-estar em detrimento do bem público. Ele também analisa como fatores como frustração de desejos, dedicação excessiva de tempo, e limitações da imaginação podem desestimular a participação. Finalmente, o autor defende experimentar formas mais intensas de participação para evitar polarizações entre engajamento excessivo ou extremamente limitado.
O autor discute os conceitos de ação coletiva e participação pública, apontando desafios como altos custos e a tendência dos indivíduos buscarem seu próprio bem-estar em detrimento do bem público. Ele também analisa como fatores como frustração de desejos, dedicação excessiva de tempo, e limitações da imaginação podem desestimular a participação. Finalmente, o autor defende experimentar formas mais intensas de participação para evitar polarizações entre engajamento excessivo ou extremamente limitado.
O autor discute os conceitos de ação coletiva e participação pública, apontando desafios como altos custos e a tendência dos indivíduos buscarem seu próprio bem-estar em detrimento do bem público. Ele também analisa como fatores como frustração de desejos, dedicação excessiva de tempo, e limitações da imaginação podem desestimular a participação. Finalmente, o autor defende experimentar formas mais intensas de participação para evitar polarizações entre engajamento excessivo ou extremamente limitado.
De consumidor a cidado: atividades privadas e participao na
vida pblica. So Paulo: Brasiliense, 1993. p. 84-129 (caps. 5, 6 e 7).
O autor desenvolve os conceitos de ao coletiva e suas dificuldades de
efetivao, apontando os altos custos de participao como exemplo de obstculo ao engajamento social. Servindo-se de teorias econmicas, o autor atribui ao fato do desencorajamento ante ao social como resultado do descontentamento pessoal, visto que os indivduos naturalmente procurariam o seu bem estar pessoal, em detrimento do bem pblico, mesmo que se servindo deste, como resultado da ao de um grupo, ao que o autor chama de carona, ou seja, os indivduos se beneficiariam dos resultados ganhos pelo grupo social, no pela participao efetiva na ao, mas simplesmente por estarem envolvidos no grupo. Essas caronas ele reputa como desprezvel, uma vez que no representam o grupo e no favorecem mudanas em mbito coletivo. As ideias de se ter benefcio ou no por tal ato social, implicaria diretamente na participao coletiva, e essa estaria associada s questes subjetivas de prazer e felicidade, como numa transferncia da realidade pessoal para a realidade pblica. A ao coletiva seria resultado de um despertamento cognitivo numa percepo sbita da realidade e tambm fruto de uma experincia agradvel que atribuiria ao indivduo, mediante o trabalho uma sensao de prazer de foro ntimo, que apontasse para sua capacidade e seu desenvolvimento pessoal. A carona, estaria apenas relacionada ao conforto, resultado final, e desprezaria o prazer promovido pelo engajamento no processo social. O aprofundamento da questo da participao na vida pblica, passa a ser discutida no mbito das frustraes. O autor cita Bernard Shaw quando fala de duas tragdias da vida: a no realizao dos nossos desejos e a realizao dos mesmos. Desenvolve ento a ideia de que no ter seus anseios correspondidos cumularia numa insatisfao progressiva que desestimularia a participao da vida pblica. Por outro lado, a realizao dos desejos pblicos poria fim necessidade de continuao da atividade coletiva. Quando se trata da coisa pblica, da conquista de certas benfeitorias coletivas, o autor tambm considera o fator imaginao-realidade como desencadeador de aes e compreende a limitao da imaginao humana, usando at mesmo a expresso pobreza da imaginao que paradoxalmente, produz imagens exageradas, totais, ao invs de uma perspectiva mais moderada. Isso posto, entende-se o fcil descontentamento com os resultados alcanados. Outro aspecto preponderante quando da permanncia e estmulo/desestmulo na execuo da atividade pblica o quanto de tempo ser despendido face o tempo gasto em atividades particulares. Esse aspecto quando subestimado, ignorado, gerar uma insatisfao do participante das aes pblicas que est submetido uma dedicao excessiva ao coletiva. Alm do aspecto acima mencionado, os movimentos pblicos assumem uma fora prpria e tomam rumos inesperados que acabaro por exigir mais dedicao e tempo dos autores da ao; bem como, so imbudos de idealismo, que com o passar do tempo, vai-se contrapondo realidade que muitas vezes fora os elementos envolvidos na ao a assumirem posturas antiticas, relaes de poder no imaginadas quando nas aes de ordem particular. A participao pblica apresentada sob os olhares da dedicao excessiva e da dependncia. Dois momentos que guardam relao, mas que, tambm, se contrape. A primeira revela um erro de projeo que promove o excesso de tempo despendido e o comprometimento de outras atividades como resultados no intencionais. A segunda, por sua vez, implica tambm numa extrapolao do tempo e esforo despendidos, mas se fundamenta no sentimento de realizao que a atividade envolve, fazendo com que intencionalmente as demais atividades sejam diminudas. O autor prolonga a discusso, ao afirmar que, no apenas a participao excessiva tem reflexos na vida pblica, mas, tambm a limitao da atividade pblica, pode gerar decepes. Para exemplificar essa declarao, o autor cita o voto secreto, como fato limitador da atividade social, uma vez que, por exemplo, no permite ao eleitor expressar a intensidade de suas decises. O autor explicita a ideia do paradoxo do eleitor para responder pergunta: por que, apesar da tmida participao, que envolve gasto de tempo, dentre outros aspectos, as pessoas ainda participam dos processos eleitorais? Defende ainda a experimentao de outras formas mais intensas de participao nas decises de questes pblicas. Por fim, o autor rene as ideias anteriormente discutidas, e estabelece a polaridade na participao social, ora excessiva, ora extremamente limitada, cabendo s duas situaes o sentimento de decepo. A obra contribui para uma reflexo crtica a respeito da participao social como forma de transformao da realidade.