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Prlogo

"O esprito da fortaleza a ponte levadia."


Ren Char

J disse o bastante sobre as dificuldades particulares da


escrita em sociologia, e os textos deste livro talvez falem sobre
isso em demasia. Mas elas justificam, creio, a publicao dessas
transcries - aliviadas das repeties e inabilidades mais gri-
tantes - de palestras, entrevistas, conferncias e comuni-
caes. O discurso escrito um produto estranho, que se
inventa, no confronto puro entre aquele que escreve e "o que
ele tem a dizer", margem de qualquer experincia direta de
uma relao social, margem tambm dos constrangimentos e
das solicitaes de uma demanda imediatamente percebida,
que se manifesta por todo tipo de signos de resistncia ou de
aprovao. No preciso mencionar as virtudes insubstituveis
desse fechamento sobre si: claro que, entre outros efeitos, ele
funda a autonomia de um texto do qual o autor se retirou tanto
quanto possvel, levando consigo os efeitos retricos apropria-
dos para manifestar sua interveno e seu comprometimento
com o discurso (nem que seja pelo simples uso da primeira
pessoa), como para deixar inteira a liberdade do leitor.
Mas nem todos os efeitos da presena de um ouvinte, e so-
bretudode um auditrio, so negativos, principalmente quan-
do se trata de comunicar ao mesmo tempo uma anlise e uma
experincia e de retirar obstculos comunicao que, muitas
vezes, situam-se menos na ordem do entendimento do que na
ordem da vontade: se a urgncia e a linearidade do discurso
memria de meu pai falado acarretam simplificaes e repeties (favorecidas tam-

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