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A NECESSIDADE DO RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE DO INDIViDUO COMO COROLARIO DA DIGNIDADE HUMANA Mariana Oliveira de Sa! Fernanda Carolina Lopes Cardoso? Resumo: Os fendmenos juridicos se tomam complexos & medida que as relagdes sociais evoluem. O surgimento dos direitos de personalidade em nosso ordenamento juridico vem acompanhar tal evolugdo, visando proteger o ser humano em sua completude. Entretanto, 0 rol dos direitos elencados em nosso Cédigo Civil é meramente exemplificativo, deixando assim de abranger diversos direitos que ainda precisam de uma maior regulamentagdo, como no caso do individuo transexual, que se vé diante da necessidade de adequagao de seu corpo a sua condig&o sexual psicolégica. No entanto, além, da possibilidade de realizag3o da cirurgia de transgenitalizagao, ¢ indiscutivel a necessidade de uma anélise das consequéncias da mesma, a dizer, 0 reconhecimento do direito do individuo transexual ter seu nome ¢ sexo alterados no registro de nascimento. Assim, torna-se imprescindivel encontrar a forma mais viavel para a consagragdo deste direito, levando em conta além do principio da dignidade da pessoa humana, a necessidade da seguranga das relagdes juridicas Palavras-chaye: Direitos de personalidade; Cirurgia de Transgenitalizagio; Alteragio do ‘Nome; Alteragdo do Sexo; Dignidade Humana; Seguranga das Relagdes Juridi Abstract: Legal phenomena became more complex as social relationships evolve. The emerging of personality rights in our legal order accompanies this evolution, in order to completely protect the human being. The purpose of the rights stated in our Civil Code is purely illustrative and doesn’t include a certain number of rights which still need a greater regulation, as in the case of a transsexual individual, who faces the need to conform his body to his psychological and sexual condition, However, besides the possibility of the realization of a sex reassignment surgery, analyzing the consequences of such a situation is more than necessary, that is to say, the recognition of the right of a transsexual individual to have his name and sex changed in the birth registration, Therefore, it is indispensable to find the most viable way to enshrine this right, taking into account, in addition to the principle of the dignity of the human person, the necessity of the certainty of legal relations. Keywords: Personality rights; Sex reassignment surgery; Change of name; Change of sex; Human dignity; Certainty of legal relations. ' Aluna da Graduagdo em Direito da Faculdade Arquidiocesana de Curvelo. E-mail marianaoliveiradesa@yahoo.com * Professora de Direito Civil da Faculdade Arquidiocesana de Curvelo, mestre em Direito Empresarial pela Universidade de Coimbra, E-mail: sepolfernanda@hotmail.com 1-Introdugio ‘A Constituigdo de 1988 reconhece em seu texto que toda pessoa é detentora de direitos inerentes 4 sua personalidade. Entretanto, o rol dos direitos de personalidade elencados no Cédigo Civil é meramente exemplificativo, deixando assim de abranger diversas situagdes que ainda precisam de uma maior regulamentago, como no caso do individuo transexual, que se V6 diante da necessidade de adequagao de seu corpo a sua condigio sexual-psicologica. O presente estudo propde uma abordagem acerca da possibilidade de alteragdo do nome e designativo sexual do transexual no registro de nascimento, como uma forma de garantit © reconhecimento da identidade do individu como parte de sua integridade e dignidade. O direito a0 nome é disciplinado em minicia pela Lei dos Registros Pablicos (Lei n° 6.015/1973), que consagra a regra de imutabilidade do prenome, mas, no entanto, admite a substituigdo do mesmo em algumas situagSes especificas. Ademais, nos dias atuais, 0 conceito de sexo d ido de uma forma plural, ser apré ou seja, a determinagio do sexo & decorrente da conjugago de diversos fatores fisicos psicolégicos e sociais. Impor a manutengo do nome de outro sexo A pessoa é cruel, sujeitando- a uma degradagdo que nao é consentanea com os prineipios de justiga social. © transexual, apés submeter-se A cirurgia de redesignago sexual, encontra-se em dificil situagdo, uma vez que passa a possuir os aspectos fisicos externos do sexo que tem conviegao de pertencer, mas encontra o ébice de conter em seus documentos de identificagao 0 prenome € 0 designativo sexual do género oposto, causando-Ihe enorme constrangimento nos atos da vida civil. Diante da complexidade do tema e da omissio do legislador em regulamentar a possibilidade de alteragdo do prenome e do designativo sexual, procedeu-se a uma andlise jurisprudencial das decisdes referentes ao tema, especialmente os Recurso Especial 737993/MG Recurso Especial 1008398/SP, ambos apreciados pelo Superior Tribunal de Justiga, reconhecendo tal direito, porém, de formas ¢ com consequéncias diferentes. E indubitavel que, nas raias de um Estado Democratico de Direito, é mister que seja concedido ao individuo o direito de reconhecimento de sua insita identidade, assegurando seus direitos de personalidade, corolarios da dignidade da pessoa humana 2- DESENVOLVIMENTO 2.1- A disposisio do préprio corpo: anilise da regra do artigo 13 do Cédigo Civil Os direitos personalissimos consagrados em nosso diploma civil visam garantir & pessoa humana o minimo necessirio para uma sobrevivéncia digna, protegendo-a em sua integridade fisica e moral. Desta forma, 0 artigo 13 do Codigo Civil de 2002, trata da integridade fisica do individuo, diseiplinando que: Salvo por exigéncia médica, ¢ defeso o ato de disposigio do préprio corpo, quando {mportar diminuigdo permanente da integridade fisica, ou contrariar os bons costumes (Cédigo Civil de 2002, art. 13), Dessa forma, ao consagrar o direito A integridade fisica o legislador procura proteger a incolumidade fisica da pessoa, resguardando-a de terceiros ¢ de si propria. O direito ao proprio corpo é indisponivel se conducente a diminuigo permanente da integridade fisica, a ndo ser que a extragdo de drgdos, tecidos ou membros seja necesséria, por exigéncia médica, para resguardar a vida ou a satide (DINIZ, 2009, p. 125). Nesse sentido, as cirurgias de mudanga de sexo em transexual, em principio, so proibidas, pois acarretam em diminuigdo permanente de membros do proprio corpo, esterilidade, perda da fungdo sexual orgdnica e mutilagdo. No entanto, sio licitas tais intervengGes cirirgicas, visando alteragdo do sexo no caso de Transexualidade. Merece destaque 0 Enunciado n. 276, aprovado na IV Jomada de Direito Civil, ‘O artigo 13 do Cédigo Civil, promovida pelo Conselho da Justica Federal, que assim dispoe: a0 permitir a disposigiio do proprio corpo por exigéneia médica, autoriza as cirurgias de transgenitalizagao, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteragdo do prenome e do sexo no Registro Civil”. Desse modo, a regra do artigo 13 do Cédigo Civil, sofre uma mitigagdo para permitir a0 individuo transexual a disposigao do proprio corpo importando em diminuigdo permanente do mesmo, porém com uma finalidade terapéutica resultante de recomendagio médica. Assim, © Conselho Federal de Medicina disciplina acerca da cirurgia de transgenitalizago, porém as consequéncias oriundas da mesma, como a necessidade da alterago do prenome ¢ do sexo, tendo em vista a omissio legislativa, ficam a cargo da jurisprudéncia, tépicos que serdo abordados posteriormente. 2.2- O direito ao nome: a identidade do sujeito como parte de sua integridade moral © Cédigo Civil de 2002, nos artigos 16 a 19, tutela o direito ao nome, tendo em vista que ele integra a personalidade, por ser o sinal exterior pelo qual se individualiza a pessoa, identificando-a na familia e na sociedade (DINIZ, 2009). © nome integra a construgdo da identidade do sujeito, e de acordo com Washington de Barros Monteiro, é um dos mais importantes atributos da personalidade, justamente por ser 0 elemento identificador por exceléncia das pessoas. O mesmo autor considera que, no capitulo dedicado aos direitos de personalidade, depois de abordar a proteso a integridade fisica, a dispensada a integridade moral inicia-se no art, 16 do Cédigo Civil, que dispSe: “Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome ¢ o sobrenome”. Entre nds adota-se © nome composto, de que se destaca o prenome como designagao do individuo, e 0 sobrenome, ou nome patronimico, caracteristico de sua familia, transmissivel hereditariamente, ou pela continuago nos descendentes do nome paterno ou pela combinagao do materno ¢ do paterno (PEREIRA, 2010, p. 207), Desta forma, Maria Helena Diniz dita que 0 nome ¢ inaliendvel, imprescritivel e protegido juridicamente, sendo que, 0 aspecto piblico do direito ao nome decorre do fato de estar ligado ao registro da pessoa natural, pelo qual o Estado traga principios disciplinares do seu exercicio, determinando a imutabilidade do prenome, salvo excegdes expressamente admitidas, ¢ desde que as suas modificagdes sejam precedidas de justificagao ¢ autorizagao de juiz togado. E 0 aspecto individual manifesta-se na autorizagdo que tem o individuo de usé-lo, fazendo-se chamar por el por terceiros (DINIZ, 2009, p. 209). de defendé-lo de quem o usurpar, reprimindo abusos cometidos ‘A disciplina legal do direito ao nome objeto em minficia da Lei dos Registros Pablicos (Lei n° 6.015/1973). Segundo seus dispositivos, deve lavrar-se assento de nascimento, inscrevendo-se nele o prenome e 0 sobrenome do registrado*. Além disso, disciplina em seu artigo 55, pargrafo tinico, que os oficiais do registro civil ndo registraram prenomes suscetiveis de expor ao ridiculo os seus portadores. © artigo 58 do diploma legal consagra a regra de imutabilidade do prenome, mas, no entanto admite a substituigo do mesmo por apelidos pablicos notérios. A Lei dos Registros Pablicos prevé ainda, outras possibilidades de alterago do nome, em casos especificos. A > fo que diseiplinao art, 54 da Lei de Registros Pablicos- Lei n° 6.015/1973. primeira possibilidade encontra-se respaldo no artigo 56 do citado diploma legal, onde, no primeiro ano aps completar a maioridade civil, o interessado poderd alterar seu nome, desde que nao prejudique os apelidos de familia. Ao passo que, as alteragdes posteriores s6 ocorrerio por excecdo e motivadamente, apés audiéncia com o Ministério Publico, sendo permitido por sentenga do juiz a que estiver sujeito o registro’. Além disso, artigo 58, em seu parigrafo nico, dita que sera permitida a substituigao do prenome em razdo de fundada coago ou ameaga decorrente da colaboragdo com a apuragao de crime, por determinagdo de sentenga de juiz competente, ouvido o Ministério Péablico, A retificagdio do registro civil no caso de mudanga de sexo, sé tem sido, em regra, admitida em caso de intersexual, nao havendo lei que acate a questo da adequagdo do prenome de transexual no registro civil (DINIZ, 2009, p. 216). No entendimento de VENOSA, a alteragdo do prenome em caso de cirurgia de transgenitalizagdo, deve atender a razbes psicol6gicas e sociais, sendo que a questio se desloca para o plano constitucional sob os aspectos da cidadania e a dignidade do ser humano. Comprovada a alterago do sexo, impor a manutengo do nome do outro sexo & pessoa é cruel, sujeitando-a a uma degradagdo que ndo é consenténea com os prineipios de justiga social. Como corolério dos prinefpios que protegem a personalidade, nessas situagdes o prenome deve ser alterado, Desse modo, a alteragdo do prenome para 0 sexo biolégico e psiquico reconhecido pela Medicina e pela Justiga harmoniza-se com o ordenamento nao s6 com a Constituigiio, mas também com a Lei dos Registros Pablicos, ndo conflitando com seu art. 58 (VENOSA, 2012, p. 205)°. Assim sendo, o direito ao nome consagra a formagao da identidade do sujeito, devendo estar em consonincia com seus aspectos fisicos, psicolégicos e sociais, sendo de suma importancia a tutela desse direito, bem com de todos os outros direitos de personalidade, para a protegdo do individuo, centro de toda a érbita juridica 3—A transexualidade ¢ possibilidade disposi (0 do préprio corpo através da cirurgia de transgenitalizagio #8 0 que determina o art $7 da Lei dos Registros Publicos. 50 antigo 58 da Lei ds Registros Pablicos confere amparo legal para que o transexual operado abtenha autorizagio judicial para aalteragdo de seu prenome, substtuind por apelido piblico e notério pelo qual & conhecide no meio fem que vive A palavra transexual foi usada pela primeira vez em 1949, por Cauldwell, em um artigo intitulado Psychopathia transsexualis, Sendo que, a transexualidade 6, segundo Beijamin, um anseio do individuo de um sexo pertencer ao sexo oposto, é o desejo intenso de mudar seu sexo, de fazer um ajuste, passando a viver como individuo do sexo oposto ao seu biolégico, adquirindo aparéncia conforme ele mesmo julga ser (LEMOS, 2008, p. 22). Mister clencar a diferenga entre homossexual ¢ transexual, O homossexual ¢ 0 individuo que se sente atraido por pessoa do mesmo género sexual que o seu, mas no sente rejeigdo a seu proprio corpo. Encontra-se ainda o bissexual, aquele que sente atrago tanto pelo sexo oposto, tanto pelo qual é pertencente. Ja o transexual, é 0 individuo que sente rejeigao ao seu corpo, ¢ tem verdadeira conviegdo de pertencer ao género oposto ao seu, sendo necesséria a adequagdo de sua identidade sexual psicoldgica com a fisica. Nos dias atuais, © conceito de sexo deve ser apreciado de uma forma plural, ou seja, a determinagdo do sexo € decorrente da conjugagao de diversos fatores fisicos, psicologicos ¢ sociais. Esse posicionamento & de profunda importincia para a compreensio da situagiio do transexual, o individuo que apesar de nascer com cromossomos, genitais e horménios de um Sexo, possui a conviegiio intima de pertencer ao género oposto, + importante destacar o entendimento de Maria Helena Diniz, que considera que: ‘A transexualidade ¢ a condigio sexual da pessoa que rejeita sua identidade genética a propria anatomia de seu género, identificando-se psicologicamente com 0 género foposto. Trata-se de um drama juridico-existencial por haver uma cisio entre a identidade sexual fisica e psiquica. E a inversio da identidade psicossocial, que leva ‘@ uma neurose racional obsessivo-compulsiva, manifestada pelo desejo de reversio sexual integral. Constitui, por fim, uma sindrome caracterizada pelo fato de uma pessoa que pertence, genotipica e fenotipicamente, a um determinado sexo ter consciéncia de pertencer ao oposto. O transexual é portador de desvio psicolégico permanente de identidade sexual, com rejeigdo do fendtipo © tendéncia a automutilago ou autoexterminio. Sente que nasceu com 0 corpo errado” (DINIZ, 2009, p. 280) Regulando tal matéria, 0 Conselho Federal de Medicina (CFM), em Resolugao n' 1.955/2010, que revogou a Resolugdo de n° 1652/2002, considera que, o individuo transexual € portador de um desvio psicoldgico permanente de identidade sexual, com rejeigao do fendtipo e tendéncia & automutilagdo e/ou autoexterminio. Desta forma, o CFM dita que a cirurgia de transgenitalizaco, configura-se como um tratamento terapéutico para a transexualidade, com propésito especifico de adequar a genitilia 0 sexo psiquico, ndo constituindo crime de mutilagdo previsto no artigo 129 do Cédigo Penal brasileiro, e desta forma, regulamenta tal procedimento, A primeira cirurgia de redesignagdo sexual realizada no mundo, ocorreu em 1952, nos Estados Unidos, onde o soldado norte-americano George Jorgensen, alterou fisicamente seu sexo (de masculino para feminino) passando a adotar © nome de Christine Jorgensen. No Brasil, o primeiro paciente a ser operado foi Waldir Nogueira em 1971, pelo cirurgido Roberto Farina ainda na vigencia do Cédigo Civil de 1916, o qual apés a publicidade do feito no XV Congresso Brasileiro de Urologia em 1975 foi processado ¢ julgado por lesdo corporal grave consoante 0 art. 129, § 2°, III do Cédigo Penal, tendo sido absolvido em grau recursal, pela 5° Camara do Tribunal de Algada Criminal do Estado de Sao Paulo (DIAS, 2001, p.124). Haja vista a inegavel necessidade de tal cirurgia como solugo para proporcionar a plena adequago do sexo psicolégico ao fisico, o CFM resolveu autorizar a realizagdo desse tipo de procedimento em hospitais universitérios ou piblicos adequados para pesquisa, nos termos da Resolugdo n° 1482 de 1997, a primeira a autorizar explicitamente a cirurgia de transgenitalizagio. No entanto, a Resolugdo n° 1482/97 foi revogada pela Resolugdo n°. 1652 de 2002, ampliando as hipdteses em que 0 procedimento poderia ser realizado, considerando que as cirurgias para adequagao do fenétipo masculino para feminino poderiam ser praticadas em hospitais piiblicos ou privados, independente de atividade de pesquisa’, Nao obstante, o CFM publicou em 3 de setembro de 2010, a Resolugao n° 1.955, que atualmente dispde sobre a cirurgia de transgenitalizacdo, revogando a anterior. De acordo com a referida resolugo, a definigdo de transexualismo deverd obedecer, no minimo, os seguintes requisitos: 1) Desconforto com o sexo anatémico natural; 2) Desejo expresso de eliminar os genitais, perder as caracteristicas primariase secundérias do proprio sexo © ganher as ddo sexo oposto; 3) Permanéneia desses distirbios de forma continua ¢ consistent por, ‘no minimo, dois anos; 4) Auséneia de outros transtornos mentais (Resolugdo n° 1.955 do Consclho Federal de Medicina). ‘Além disso, o individuo que pretende realizar o procedimento de transgenitalizagiio deverd ser submetido avaliagdo por uma equipe multidisciplinar constituida por médico psiquiatra, cirurgido, endocrinologista, psicélogo ¢ assistente social, por no minimo, dois anos de acompanhamento conjunto. Devera ainda possuir diagnéstico médico de transgenitalismo, Fo que dispae o artigo 6° da Resolugao n° 1652/2002 do ser maior de vinte e um anos e apresentar auséncia de caracteristicas fisicas inapropriadas para a cirurgia’. Destaca-se também no ambito da regulamentago da cirurgia de transgenitali Portaria n° 1.707 de 18 de agosto de 2008, do Ministério da Saiide, que institui no ambito do Sistema Unico de Satide (SUS), 0 procedimento para a cirurgia de transgenitalizagdo, implantando-o nas unidades da federacdo. Tal portaria considera que, a orientagdo sexual e a identidade de género so fatores determinantes ¢ condicionantes da situagio de saiide do individuo, pois expde a populagio GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis € Transexuais) a agravos decorrentes do estigma, dos processos discriminatérios e de exclusdo que violam seus direitos humanos, dentre os quais estdo os direitos 4 saiide, 4 dignidade, 4 nfo discriminagdo, 4 autonomia e ao livre desenvolvimento da personalidade, Desta forma, dita que a situago do transexual deve ser abordada dentro da integralidade da atengdo & satide ¢ institui a redesignagao sexual como um dos procedimentos custeados pelo SUS. Desse modo, o direito do transexual realizar a cirurgia de transgenitalizagdo, surge como uma mitigagdo do artigo 13 do Cédigo Civil, que determina ser defeso 0 ato de disposigio do préprio corpo, quando importar diminuigdo permanente da integridade fisica, ou contrariar os bons costumes, exceto quando resultar de exigéncia médica A cirurgia de transgenitalizagdo é uma forma terapCutica para consagrar ao individuo transexual a identidade sexual que 0 mesmo tem a convicgdo de pertencer. F um direito de ter respeitado sua integridade fisica e psicol6gica, pois apesar de ter caracteres do sexo oposto, tem verdadeira certeza que é do outro género. Por se tratar de uma exigéncia médica, se torna um procedimento licito, um direito do individuo transexual de ter reconhecida sua personalidade. E negar-Ihe tal direito € negar-Ihe a sua dignidade, ndo contrariando de forma alguma os “bons costumes”, mas sim protegendo o ser humano em sua completude, englobando os aspectos 0s, psicolégicos e sociais. Contudo, a cirurgia de transgenitalizagdo, & apenas o inicio do processo de construgio da identidade sexual do transexual, pois apés passar por tal procedimento, o individuo se depara com as consequéncias da mesma: agora possui os aspectos fisicos extemos do sexo que tem 7 Requisitos regulamentados pelo artigo 4° da Resolugdo n° 1.955/2010 do CFM. convicgdo de pertencer, mas encontra o dbice de conter em seus documentos de identificagdo, © prenome ¢ o designativo sexual do sexo oposto, 0 que ndo condiz com sua nova realidade, causando-Ihe enorme constrangimento nos atos da vida ci Nio basta que o Estado oferega ao individuo o acesso a cirurgia de transgenitalizagio, & preciso que Ihe assegure os meios necessarios para Ihe dar com as consequéncias da mesma, de forma a usufiuir de maneira digna de todos os seus dircitos fundamentais © sociais, ¢ conceder a alterago do prenome e do designativo sexual no assento de seu nascimento, é uma forma de assegurar-Ihe esses direitos. transexual no quer muito, quer apenas o minimo essencial para uma sobrevivéncia digna, procurando o equilibrio entre os direitos fundamentais ¢ os sociais. 0 direito 4 busca do equilibrio corpo-mente do transexual, ou seja, a adequagao do sexo e prenome, estd ancorado no direito ao proprio corpo, no direito a satide e, principalmente, no direito a identidade sexual, a qual integra um poderoso aspecto da identidade pessoal (VIEIRA, 1996, p. 118). No entanto, este direito ainda no foi reconhecido de forma especifica em nossa legislagdo patria, ficando a cargo da jurisprudéneia, conceder aos individuos que o pleiteiam, tendo como base o direito comparado ¢ os prineipios constitucionais que regem © nosso ordenamento juridico. Desta forma, nas raias de um Estado Democratico de Direito, que consagrou um direito civil constitucionalizado, é mister que seja reconhecido ao transexual o direito de ter alterado seu nome e sexo em seu registro puiblico, adequando sua situago juridica A sua situagao fatica, assegurando desta forma seus direitos de personalidade, coroldrios da dignidade da pessoa humana. No entanto, no podemos esquecer as possiveis consequéncias que podem surgir na 6rbita jurfdica ao realizar as referidas alteragdes dos documentos de identificagdo do individuo, necessitando realizar uma andlise das mesmas & luz da seguranga das relagdes juridicas, buscando uma melhor forma para a consagracdo deste direito. 2.4 - A possibilidade de alteragio do prenome e do designativo sexual em virtude da cirurgia de transgenitalizagao no Brasil Apesar da existéncia, no Congresso Nacional, do Projeto de Lei n.° 70, do ano de 1995, que prope acréscimo de dois pardigrafos ao art. 58 da Lei dos Registros Pablicos possibilitando amudanga do prenome e do sexo do transexual em seu assento de nascimento, nao ha em nosso ordenamento juridico norma especifica regulando tal maté Diante da complexidade do tema, ¢ da omissio do legislador em regulamentar a possibilidade de alteragao do prenome e do designativo sexual em decorréncia de cirurgia de transgenitalizagdo, fica & cargo de nossa jurisprudéncia solucionar as lides envolvendo tais questdes, Destaca-se a decisio da 7* Vara de Familia e Sucessées de Sao Paulo, em 1987, onde pela primeira ve7, foi determinado ao Cartério de Registro Civil a averbagao de retificagdo do nome de transexual submetido 4 cirurgia de transgenitalizagdo, consignando no campo destinado ao sexo, a palavra “transexual”, ndo admitindo o registro como mulher, apesar de ter sido feita a cirurgia de alterago de sexo. De acordo a sentenga, tal decisio foi necessaria para que no caso de habilitagdo para casamento, o transexual ndo induzisse terceiro & erro, pois em seu organismo no estdo presentes todos os caracteres do sexo feminino®. Um dos casos que mais repercutiram no Brasil, ¢ a da modelo Roberta Close, transexual registrado como Roberto Gambine Moreira, que realizou cirurgia de redesignagao sexual em 1989, na Inglaterra, ingressando com agdo para retificagdo de seu nome e designativo sexual em 1992, sendo que apenas em 2005 foi julgado procedente o pedido concedendo a inscrigao, 4 margem do registro civil, a condigao de troca de prenome e de sexo. ‘No entanto, os exemplos mais notérios em relag&o ao tema, so os Recursos Especiais a (STJ), n° 737993/MG, e n° 1008398/SP, que serdo trabalhados com o intuito de identificar como a alteragdo do prenome e designativo sexual, em analisados pelo Superior Tribunal de Ju virtude de cirurgia de transgenitalizagao, tém sido abordadas pelo judicidrio brasileiro, sob a relatoria A Quarta Turma do STJ, apreciando o Recurso Especial n° 737993/MG, do Ministro Jodo Otavio de Noronha, decidiu acerca da possibilidade de alteragdo do prenome bem como do designativo sexual, por consequéncia de cirurgia de transgenitalizagao, devendo ficar averbado & margem do registro de prenome € de sexo, que as modificagdes procedidas decorreram de devisio judicial. Para tanto, o “Tribunal da Cidadania” considera que, a interpretagdo conjugada dos artigos 55 e 58 da Lei 6.015/73, Lei de Registros Pablicos, confere amparo legal para que o transexual operado obtenha autorizagdo judicial para a alteragdo de seu prenome, substituindo- © por apelido pablico ¢ notério pelo qual & conhecido no meio em que vive. decisio contida no processo n, 621/87, da 7* Vara da Familia e Sucessbes de So Paulo, Visto que o artigo 55 do citado diploma legal, disciplina que os oficiais do registro civil nao registrario prenomes suscetiveis de expor ao ridiculo os seus portadores, a nao alteragdo do prenome do transexual submetido a cirurgia de redesignagao sexual, violaria tal regra, pois 0 nome que consta em seu registro ndo se adéqua a sua condigao fi ae psiquica, 0 que além de expor-lhe ao ridiculo, causa-Ihe enorme constrangimento. ‘No mais, a propria legislagdo em scu artigo 58, prevé a possibilidade de relativizagao da regra de imutabilidade do nome civil, a dizer, a substituigao do prenome por apelido notoriamente conhecido, 0 que confere, no entendimento do STJ, 0 direito do individuo transexual de ter 0 seu prenome substituido por apelido piblico e notério pelo qual reconhecido no meio em que vive. ‘Ao passo que, em se tratando da retificagiio do sexo, 0 ministro relator considera que negar tal pedido, significa postergar o exercicio do direito 4 identidade pessoal e subtrair do individuo a prerrogativa de adequar o registro do sexo a sua nova condigdo fisica, impedindo, assim, a sua integragdo na sociedade. No entanto, 0 relator ressalta a importéncia de averbar no livro do cartério, & margem do registro das retificagdes de prenome e de sexo, que tais modificagdes procedidas decorreram de sentenga judicial em ago de retificagdo de registro civil, tendo como objetivo resguardar a seguranga nos registros piblicos De acordo com 0 relator Joio Otivio Noronha, tal providéncia decorre da necessidade de salvaguardar os atos juridicos ja praticados, além de manter a seguranga das relagdes juridicas, como eventuais questdes que sobrevierem no Ambito do direito de familia (casamento), no direito previdencidtio e até mesmo no ambito esportivo. Todavia, assevera 0 ministro, que tal averbag%io deve constar apenas no livro de registros, sendo que, nas certiddes do registro piblico competente, ndo deve constar nenhuma referéneia de que a aludida alteragdo é oriunda de decisdo judicial, tampouco que ocorren por motivo de cirurgia de mudanga de sexo, pois esse fato manteria a exposic&o do individuo a situagdes constrangedoras e diseriminatérias. Outra decisdo importante do STJ é a referente ao Recurso Especial n° 1008398/SP, sob a relatoria da ministra Nancy Andrighi, que também entendeu pela possibilidade da alteragio do prenome e do designativo sexual do individuo transexual submetido cirurgia de transgenitalizagio. No entanto, em tal decisio, 0 STJ entendeu que nas certiddes do registro piblico competente no devem constar que as citadas alteragdes so oriundas de decisio judicial, tampouco que ocorreram por motivo de redesignagao sexual de transexual. Para isso, a Ministra Relatora Nancy Andrighi, faz uma abordagem do tema levando em consideragdo os direitos de personalidade na era de um direito civil constitucionalizado, prezando, sobretudo, pelo respeito ao principio da dignidade da pessoa humana, Considerando que o Conselho Federal de Medicina reconhece o “transexualismo’ como um transtorno de identidade sexual e a cirurgia de redesignagdo sexual como uma solugao terapéutica, a ministra destacou que o procedimento de redesignagao se coaduna com 0 art.13 do Cédigo Civil de 2002, segundo 0 qual a disposigdo de parte do proprio corpo apenas é possivel nos casos de exigéneia médica Dita ainda, que o fato da transexualidade nio pode ficar sem solugio juridica, sendo que 0 Estado além de promover os meios para a realizagdo da cirurgia de transgenitalizagio deve prover os meios necessiios para que o individuo tenha uma vida digna e, por conseguinte, seja identificado juridica ¢ civilmente tal como se apresenta perante a sociedade, E importante destacar, o momento do voto da ministra em que ela considera que, sob a perspectiva dos principios da Bioética de beneficéneia, autonomia e justiga, a dignidade da pessoa humana deve ser resguardada, em um Ambito de tolerdncia, para que a mitigagio do softimento humano possa ser o sustentéculo de decisdes judiciais, no sentido de salvaguardar 0 bem supremo e foco principal do Direito: o ser humano em sua integridade fisica, psicoldgica, socioambiental e ético-espiritual. Desta forma, a dignidade da pessoa humana deve ser preservada em toda sua plenitude, jo conceder a alteragiio do prenome e do sexo no registro civil de individuos submetidos & redesignagdo sexual violaria tal principio. Em altima anilise, a relatora dita que, afirmar a dignidade humana significa para cada um manifestar sua verdadeira identidade, 0 que inclui o reconhecimento da real identidade sexual, em respeito 4 pessoa humana como valor absoluto, Desse modo, conservar 0 “sexo masculino” no assento de nascimento do individuo transexual submetido ao procedimento de mudanga de sexo, equivaleria a manté-lo em estado de anomalia, deixando de reconhecer seu direito de viver dignamente Para concluir tal decisdo, estabelece a ministra que as alteragdes do prenome ¢ do designativo sexual devem ser realizadas no assento de nascimento sem constar nas certiddes de registro piblico que tais alteragdes sdo oriundas de decisdo judicial, tampouco que ocorreram por motivo de cirurgia de transgenitalizagao. Desta forma, percebe-se que tais decises demonstram a importincia do direito acompanhar a realidade da sociedade, adequando 0 fato juridico ao fato social. Assim, a alteragdo do registro do individuo que passa pela cirurgia de transgenitalizagao é uma forma de assegurar 0s direitos de personalidade consagrados pelo Cédigo Civil de 2002, tendo como base principios constitucionais como a dignidade da pessoa humana, 3- Conclusio A cirurgia de transgenitalizagao e a alteragdo do nome e do designativo sexual tornou- se um meio necessério para garantir a insergo do transexual no meio social, diminuindo as barreiras ¢ preconceitos por ele enfrentados. Sendo que, o procedimento de transgenitalizagao surge como uma forma terapéutica, a fim de permitir a disposigao do corpo do individuo, para que assim, consiga adequar sua identidade fisica com a aquela que tem a conviegdo psiquica de pertencer. ‘A pessoa é um ser complexo, em constante construgdo ¢ evolugdo, Assim, é necessétio que 0 ordenamento juridico consiga acompanhar as mudangas advindas deste constante vir a ser, garantindo aos individuos, direitos capazes de assegurar 0 bem estar ¢ a seguranga nas relagGes sociais e juridicas No caso do transexual, ndo basta que o Estado garanta ao individuo o direito de realizar a cirurgia de transgenitalizagao, & necessério que promova mecanismos para a insergio do individuo no meio social, sendo imprescindivel, a alteragdo do seu nome e género, de modo a adequar a situaco juridica, A situagdo fatica que 0 sujeito se encontra. Visto ndo haver legislagao regulamentando o procedimento para a alterago do prenome ¢ do designativo sexual do individuo submetido a cirurgia de transgenitalizagdo, a jurisprudéncia patria tem optado por defender os direitos de personalidade, resguardando a possibilidade de mudanga na condigdo de nome e género da pessoa, 0 que vai ao encontro com © direito de paises que j4 possuem legislagio especifica sobre o tema, bem como, em conformidade com 0 estigio de nosso direito privado, que com o advento da Constituigao da Repiiblica de 1988, privilegia a figura da pessoa, em detrimento da figura dos bens. Desta forma, tais alteragdes tém sido deferidas de dois modos, com e sem a ressalva no registro civil, A primeira posigdo do Superior Tribunal de Justiga apresenta a possibilidade da realizagao das modificagdes de nome e sexo, sem constar que as mesmas so advindas de de io judicial, tampouco resultante de redesignagao sexual. Ja a segunda posi¢ao do Tribunal, garante ao transexual a possibilidade de obter a modificagdo de seus documentos de identificagdo, contudo, fazendo uma ressalva, no livro do registro do cartério, e somente nele, que a mesma é resultante de decisio judicial, mas sem mencionar que foram advindas de procedimento de transgenitalizacao. Em conformidade com o explanado, a posigdo que melhor resguarda os direitos do transexual ¢ de terceiros é a que opta pela alteragdo do prenome e do designativo sexual fazendo aressalva somente no livro do registro de cartério, que as referidas modificagdes ocorreram em virtude de decisdo judicial. Este posicionamento resguarda ao transexual sua integridade fisica € psiquica, protegendo seus direitos de personalidade, e garantindo sua insergo na sociedade, ‘© que coaduna com o principio basilar de nossa Carta Magna: a dignidade da pessoa humana. Nao obstante, resguarda e protege o direito de terceiros, ¢ assim consagra a seguranga das relagdes juridicas. 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