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VISITA AO SEBRAE/CE
14 A 16 DE JULHO DE 2010
INTRODUÇÃO
A viagem à Fortaleza
para conhecer alguns dos
projetos do Sebrae/CE foi feita
junto com Ricardo Bortoli,
outro participante do Programa
de Formação de Trainees. Ao
longo da visita, conhecemos
Baturité, Redenção, Vazantes
(distrito de Aracoiaba) e Curral
Grande (distrito de São Gonçalo
do Amarante), além de
Fortaleza.
ATIVIDADE 1
VISITA À SEDE DO SEBRAE/CE
Na tarde do dia 14/07, conhecemos o projeto “Negócio a Negócio” que tem por
objetivo, basicamente, levar o Sebrae até as MPE. Empresas de até 4 funcionários e
empreendedores individuais são convidados a receber um atendimento individual e
gratuito de consultores do Sebrae, que tentarão solucionar dificuldades e propor
melhorias para a gestão de cada empresa. Para isso, estagiários voluntários do Sebrae
saem às ruas, passando de negócio em negócio, para cadastrar as empresas que
desejarem participar do programa.
Acompanhamos Gustavo Baião, o coordenador das visitas, e os estagiários à
Avenida Oliveira Paiva, onde há grande concentração de empresas que se enquadram no
projeto. Porém, grandes dificuldades são encontradas. Os funcionários, na maioria das
vezes, não estão autorizados a fornecer os dados para o cadastro, e os donos ou gerentes
raramente estão presentes.
O que mais notamos, no entanto, é o desconhecimento dos micro e pequenos
empresários sobre o Sebrae e sobre seus direitos e deveres. Alguns não sabem
exatamente o que é o Sebrae, e por isso a abordagem deve ser muito bem planejada para
não causar desconfiança.
Em muitas visitas descobrimos empresários informais que não sabiam que
poderiam se enquadrar na legislação como Empreendedores Individuais (EI), e por isso
não tinham a menor perspectiva de formalizar seu negócio. Por serem informais, não foi
possível incluí-los imediatamente no "Negócio a Negócio", mas foi possível instruí-los
sobre os benefícios de se formalizar e como proceder.
Talvez o mais importante em conhecer esse projeto foi ver de perto a realidade
dos micro e pequenos empresários. Alguns haviam perdido o emprego recentemente e
aberto o negócio para ter um meio de se sustentar, outros não tiveram sucesso em
negócios anteriores e tentavam agora em outro ramo. Nos dois casos, o planejamento e a
gestão do negócio ficam prejudicados, e esses fatores, somados à falta de informações
sobre onde podem buscar ajuda, podem ser grandes criadores de entraves ao
desenvolvimento do empreendimento.
ATIVIDADE 3
VISITA A GRUPOS DE ARTESANATO DA REGIÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ
No dia 15/07 conhecemos dois grupos de artesanato que estão sendo auxiliados
pelo Sebrae. Fomos acompanhados pela Vanderlene Vasconcelos,
que trabalha no posto de atendimento do Sebrae em Baturité, e
pelo José Armistrong Martins Cunha, da Unidade de Gestão de
Pessoas do Sebrae/CE.
A primeira visita foi ao Grupo Libertar, uma associação de
artesãos da cidade de Redenção, que trabalha com bordado,
patchwork e arte em madeira. O grupo recebe o apoio do Sebrae
desde 2005, e as parcerias e consultorias conquistadas com esse apoio possibilitaram a
participação em cursos, o desenvolvimento de coleções temáticas, e a conquista do
Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato e do Prêmio Mulher de Negócios em 2007 e
2008. No entanto, o comprometimento das artesãs com o grupo ainda é muito variável,
e há pouco interesse pela formação gerencial.
A segunda visita foi a um grupo de artesanato de Vazantes, distrito do município
de Aracoiaba. O grupo trabalha com bordado, crochê e patchwork, e recebe apoio do
Sebrae desde 2009. Algumas melhorias já podem ser notadas, como o conhecimento das
artesãs sobre planilhas, cálculos de custo e planejamento estratégico, e recentemente
finalizou-se o trabalho de identidade visual, que criou a logomarca do grupo. Os
maiores problemas da associação hoje são a falta de equipamentos próprios, pois as
poucas máquinas pertencem à ONG Fé e
Alegria, que trabalha na localidade há vários
anos, e a falta de liderança e de pensamento
empreendedor.
ATIVIDADE 4
VISITA AO GRUPO ARTFIO
CONCLUSÃO
As visitas às associações de artesanato, somadas à conversa do primeiro dia com
Régis Dias, deixou evidente a importância do Sebrae em facilitar o contato entre
governo e micro e pequenos empresários. O trabalho do Sebrae é essencial para que os
governantes, que muitas vezes desconhecem a realidade das MPE, saibam a melhor
forma de direcionar os recursos públicos para ajudar esse setor. O Sebrae trabalha de
forma muito próxima às prefeituras dos municípios onde estão os grupos visitados, e
grande parte dos recursos que financiam cursos, consultores e a participação em feiras
de artesanato vem do governo local. Em síntese, o Sebrae tem, como uma de suas
funções, buscar recursos públicos para atender às demandas das MPE.
Existe, contudo, o problema explicitado pelo projeto “Negócio a Negócio”.
Micro e pequenos empresários muitas vezes não sabem que o Sebrae é uma instituição
que pode ajudá-los com suas dificuldades. Além disso, conhecer esse projeto
possibilitou observar a realidade das MPE com clareza: dificuldades de planejamento e
gerenciamento que são consequência, em muitos casos, do empreendedorismo por
necessidade.
A viagem à Fortaleza, de modo geral, foi uma oportunidade excelente para
aprender sobre o modo como o Sebrae deve atuar. Não somente para entender melhor as
necessidades e dificuldades dos clientes da instituição e as formas de ajudá-los, mas
também onde buscar parceiros e recursos que possam colaborar com esse desafio.
FOTOS