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Automação e Controle em
Sistemas de Ar Condicionado

Rafael Contino Sommer

Orientador: Prof. Eng. Paulo Otto Beyer

Área de Concentração: Projeto, Fabricação e Automação


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Resumo
O presente trabalho realiza um estudo nos equipamentos utilizados em um sistema de
condicionamento de ar. Novos projetos de automação estão sendo desenvolvidos para ambientes
climatizados. Controladores digitais e programas de computação são dispositivos modernos que
auxiliam no controle de sistemas de refrigeração e aquecimento.
Após receber os sinais dos sensores distribuídos nos ambientes, o computador pode tomar
decisões, executar cálculos e gerar relatórios. Computadores podem trocar grandes quantidades
de informações, utilizando redes de comunicação. Entretanto, o engenheiro responsável pelo
projeto precisa conhecer os protocolos de comunicação e, também, dominar por completo as
características operacionais de cada equipamento mecânico, a fim de garantir a
interoperabilidade segura entre os dispositivos.
O objetivo deste trabalho é instruir o leitor nesta nova área da engenharia, a automação
em sistemas de ar condicionado.

Abstract
“Control and automation in air conditioning systems”
This research study all kinds of equipments used in air conditioning system. New
automation projects are being developing for conditioned spaces. Digital controllers and
computer softwares are moderns devices used in control of heating and refrigeration systems.
After received information from the sensors, the computer can make decisions, calculus
and make reports. Computers can change information using networks. Meanwhile, the
responsible engineer of the project needs to know about communication protocols and, also,
overlook all the operation features of the mechanical equipments, toward to guarantee the safe
interoperability between the devices.
The objective of this research is to instruct the reader in this new engineering area, the air
conditioning system automation.

PALAVRAS CHAVES
Ar condicionado, Dispositivos de controle, Controladores digitais, “Softwares” de controle,
Redes de comunicação.
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Índice:
1. Introdução................................................................................................................................... 3
2. Termodinâmica e transferência de calor..................................................................................... 4
3. Componentes de um sistema central de climatização................................................................. 6
4. Sistemas de condicionamento de ar............................................................................................ 9
5. Fundamentos de controle.......................................................................................................... 11
6. Dispositivos de controle........................................................................................................... 12
7. Redes de comunicação para sistemas de automação predial.................................................... 15
8. Transmissão de mídia .............................................................................................................. 15
9. Protocolos de comunicação...................................................................................................... 16
10 Aplicação dos computadores................................................................................................... 17
11. Internet.................................................................................................................................... 17
12. Sensores ................................................................................................................................. 18
13. Edificação analisada............................................................................................................... 19
14. Análise do programa de controle............................................................................................ 20
15. Conclusões............................................................................................................................. 24
Referências Bibliográficas........................................................................................................... 27

1. Introdução
O setor da informática tem passado, nos últimos 10 anos, uma grande revolução. Os
equipamentos ganharam muito rapidamente em capacidade de processamento e armazenamento
de dados.
O controlador lógico programável (CLP) é um dispositivo de controle digital
desenvolvido há pouco mais do que 10 anos e muito utilizado nos dias de hoje em sistema de
condicionamento de ar para exercer tarefas lógicas e pré-programadas a fim de controlar
máquinas e processos. O CLP utiliza uma memória programável para armazenar instruções e
executar funções específicas que incluem energização / desenergização, temporização, contagem,
sequenciamento, operações matemáticas e manipulação de dados.
O desenvolvimento dos CLPs começou em 1968 em resposta a uma requisição da
Divisão Hidramática da General Motors. Naquela época a GM freqüentemente passava dias ou
semanas alterando sistemas de controle baseados em relés, sempre que mudava um modelo de
carro, introduzia modificações na linha de montagem. Para reduzir o alto custo de instalação
decorrente destas alterações, a especificação de controle da GM necessitava de um sistema de
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estado sólido, com a flexibilidade de um computador, mas que pudesse ser programado e
mantido pelos engenheiros e técnicos da fábrica.
Os primeiros CLPs foram instalados um ano depois, fazendo sucesso quase que imediato.
Funcionando como substitutos de relés, até mesmo estes primeiros CLPs eram mais confiáveis
do que os sistemas baseados em relés, principalmente devido à robustez de seus componentes de
estado sólido quando comparado às peças móveis dos relés eletromecânicos. A possibilidade de
serem reprogramados permitiu uma maior flexibilidade para trocar os esquemas de controle.
Muito se tem progredido nos modelos de controladores. Com cada vez mais capacidade
de processamento e armazenamento de dados e custos cada vez menores esses controladores
estão difundindo-se em muitas áreas da engenharia.
A partir dos anos 90, a automação tem cada vez mais adeptos. Na automação de
manufatura, no setor automobilístico, na siderurgia, no setor petroquímico, setor de energia até
mesmo na área de automação predial o controlador é utilizado em diversas situações,
proporcionando :
Ø segurança
Ø otimização e controle de recursos
Ø economia
Ø conforto
O que pode ser automatizado?
Energia, Ar Condicionado, Hidráulica, Facilidades, Segurança Humana, Segurança Patrimonial.
Com todo esse grande avanço tecnológico no processamento das informações, novos
modos de controles de sistemas de ar condicionado estão sendo projetados e pesquisados. Muito
tem sido investido na melhoria e inovação dos modelos já existentes. Essa é uma área em franca
expansão, principal razão para a escolha deste assunto no trabalho de diplomação.
Controles em sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado são projetados
para manter temperatura, umidade, pressão, potência e níveis seguros de contaminantes em
ambientes fechados para atingir os requerimentos de carga térmica e promover a operação segura
de todos os equipamentos.

2.Termodinâmica e transferência de calor

A Termodinâmica e a transferência de calor desenvolveram-se a partir de uma série de


conceitos, baseados em observações do mundo físico. A engenharia desenvolveu-se a partir de
dois conceitos básicos: massa e energia. Embora esses conceitos façam parte do nosso dia a dia
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e sejam essenciais na descrição do mundo físico em que vivemos, é difícil apresentar uma
definição concisa deles.
O mundo físico é muito complexo e, como tal, é muito difícil descrevê-lo precisamente.
Mesmo que tal descrição fosse possível, ela seria de pouca utilidade para aplicações de
engenharia, dada a sua complexidade. Uma das conquistas mais importantes na engenharia foi o
desenvolvimento de modelos dos fenômenos físicos que, embora com aproximações, fornecem
descrições suficientemente precisas e meios viáveis para obtenção soluções. O modelo de
Newton para a relação entre força e aceleração é um exemplo interessante. Embora não possa ser
universalmente utilizado, ele é extremamente preciso e útil na sua faixa de aplicação. As
equações matemáticas e leis da termodinâmica permitem explicar ou prever o comportamento de
fenômenos naturais, a primeira e segunda Leis da Termodinâmica e a Lei de Fourier são
exemplos pertinentes de equações que descrevem o comportamento energético. Neste trabalho
serão utilizados estes conceitos, modelos e leis na descrição e na análise do sistemas térmicos em
edifícios automatizados.

1ª Lei da Termodinâmica: (Lei da Conservação da Energia ou Lei do Balanço


Energético): Em um sistema em regime estacionário, o somatório de energias que entram é igual
ao somatório de energias que saem, conforme eq.1:

(1)

onde Qe é o calor que entra em watts, We o trabalho que entra em W e Qs o calor que sai, em W.

2ª Lei da Termodinâmica: (Em termos de Entropia): Em um sistema em regime


estacionário, a variação total de entropia do sistema é igual à soma das variações reversíveis
mais as irreversíveis, obtendo-se:
dSt = dSr + dSi
dQ (2)
dSr ≥
T
onde dSt é a variação total de entropia, dSr as variações reversíveis e dSi as irreversíveis. O
termo dQ representa os fluxos de calor e T a temperatura absoluta.
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2.1 Ciclos de refrigeração


Utilizam vapor, normalmente um refrigerante. A obtenção das temperaturas baixas na
absorção de calor (frio) e altas na dissipação de calor para um mesmo fluido é possível pela
variação da pressão do fluído refrigerante. Esta variação ocorre alternando-se um processo que
aumente a pressão e outro que a diminui. O processo de aumento de pressão ocorre num
compressor. A descarga do compressor ocorre no ponto 2, com a maior temperatura do ciclo, Td.
O fluído entra no condensador troca calor com o meio quente e depois deve perder pressão,
retornando à pressão de baixa Pb. Para tanto deve passar num dispositivo de perda de pressão, ou
expansão. O fluído pode então finalmente passar para a evaporação, processo 4-1’, absorvendo
calor, e chegar no superaquecimento, fechando o ciclo.
Em sistemas reais, os meios frio e quente normalmente não tem temperatura constante,
mas variáveis, normalmente em contra-corrente nos trocadores de calor, conforme pode ser visto
no gráfico Temperatura x Entropia da fig.2.1. Isto traz diferenciais de temperatura variáveis ao
longo dos trocadores de calor.

T[K]
Pa
Td
Tc 3’ 2’ 2
Tsr 3
meio quente

meio frio Pb
Tsa
Te 1
4 1’

S [kJ/kg K]

Fig.2.1 Ciclo TxS real de refrigeração - Meios frio e quente

3.Componentes de um sistema central de climatização

Após terem sido determinados os requerimentos básicos, tais como características físicas
do espaço condicionado, capacidade para volumes de ar, trocas de calor, o projetista pode
selecionar e arranjar os vários componentes do sistema.
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Figura 3.1: Os componentes de um completo sistema de climatização. (Fonte: McQuiston, Faye)

Equipamentos Mecânicos:
3.1 Equipamentos para aquecer a água são chamados de “Boilers” e são produzidos para altas
e baixas pressões, utilizando óleo, eletricidade ou gás como fonte de energia. Em alguns
casos, o aquecimento do ar é realizado por uma resistência elétrica ligada em frente a um
ventilador que insufla ar no ambiente.

3.2 Resfriadores, também chamados de “Chillers”, são usados para resfriar a água que se
destina ao ambiente condicionado. São máquinas compostas por compressores,
condensadores, evaporadores e dispositivos de expansão. O compressor é o coração do
equipamento, porque executa todo o trabalho no sistema. Os principais tipos de
compressores encontrados são: alternativos, centrífugos, caracol, de parafusos ou de
palhetas.

3.3 “Fan-coils” são equipamentos que refrigeram o ar insuflado no ambiente, possuem uma
serpentina que troca calor com a água do sistema. É um terminal versátil disposto nas
salas climatizadas, utilizados com sistemas ar – água. Os elementos básicos de um fan-
coil são a serpentina de tubos aletados com uma parede fina para melhorar a troca de
calor e o ventilador que faz circular o ar continuamente por entre a serpentina que está
com a água gelada. Nos “fan-coils” o sistema de automação predial monitora a
temperatura de retorno do ambiente. Comparando-a com o valor previamente
especificado para o local. Após esta comparação, o controle poderá atuar na válvula de
água para controlar a potência térmica do equipamento.
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A temperatura da água pode ser controlada por termostatos, em casos mais simples, ou
por sensores que enviam o sinal da temperatura ao computador central.

Figura 3.2: Detalhe de um equipamento “fan-coil” (Fonte: McQuiston, Faye)

1 – Serpentina 6 – Conexão da serpentina


2 – Posição do ventilador 7 – Abertura para sucção do ar
3 – Filtro 8 – Abertura para insuflamento do ar
4 – Motor do ventilador 9 – Válvula de controle d’água
5 – Conexão para remoção do
condensado

3.4 Torres de resfriamento são utilizadas para remover o calor da água que vem do
condensador do chiller, geralmente esta temperatura antes da troca está em 37°C e depois
retorna ao chiller com 30°C. Essas torres trocam calor com o ar atmosférico. Ventiladores
executam a circulação de ar atmosférico por sobre a água do condensador na torre de
resfriamento.

3.5 Bombas de água gelada são utilizadas para movimentar a água e dar pressão na tubulação
de água.

3.6 Ventiladores e exaustores são máquinas de fluxo destinadas a insuflar e remover o ar do


ambiente condicionado.
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3.7 Instrumentação: É essencial que na instalação todos equipamentos sejam providos com
adequados sensores de temperatura, medidores de vazão, medidores de pressão das
bombas, etc. Só assim a performance do sistema está propriamente estabelecida.

4. Sistemas de condicionamento de ar
Segundo Faye McQuiston, 1977, os diferentes sistemas são divididos desta forma:

Somente ar
Existem sistemas que utilizam somente ar como fluído de operação. Alguns deles são
mais simples e utilizam o mesmo duto para aquecimento e resfriamento. Em outros sistemas
chamados de dutos duplos, ocorrem escoamentos em paralelos para a tubulação quente e fria.
Pode ser adaptado a todo tipo de sistema de ar condicionado e requer controle individual das
condições, sendo utilizado em escritórios, escolas, universidades, laboratórios, lojas, hotéis e
utilizado também para aplicações que necessitam alto controle de temperatura e umidade, tais
como salas de computadores, hospitais, etc.

Sistemas com reaquecimento do ar


Utilizado em lugares de carregamentos térmicos não uniformes. A aplicação do
aquecimento pode ser por água quente, vapor ou eletricidade. O termostato de controle ativa a
unidade de aquecimento, quando a temperatura cai abaixo do limite estabelecido no instrumento
de controle.

Sistema com volume de ar variável


Os sistemas de ar constantes apresentam características de alto consumo de energia
durante períodos de cargas de aquecimento ou refrigeração baixas. Como resultado, os sistemas
com volume de ar variável (VAV) têm sido preferidos em projetos recentes.
É utilizado para carga térmica variável, regulando apenas o volume de ar insuflado
através de um duto simples. Um termostato atua sobre o registro ou variador de freqüência que
controla a vazão de ar de cada zona. Em meia estação, ar externo pode ser usado para economia
da refrigeração. Um dos problemas desenvolvidos por esse sistema ocorre durante períodos de
cargas muito reduzidas, quando o volume de ar fornecido ao recinto condicionado é muito
pequeno, resultando distribuição de ar e/ou ventilação deficientes.
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Sistema com ar e água:


Nesse caso tanto a água, quanto o ar são distribuídos para cada espaço climatizado, a fim
de exercer a função de resfriamento. Na maioria dos sistemas, tanto o aquecimento, quanto o
resfriamento são executados apenas mudando as temperaturas do ar e da água para permitir o
controle da temperatura em todas as estações do ano. Existem algumas razões básicas para esse
tipo de sistema:
Se comparado ao ar, as secções dos tubos podem ser reduzidas para atingirmos o mesmo
resfriamento, devido ao grande calor específico e densidade da água. A quantidade de ar
insuflado pode ser menor e menos espaço precisa-se para alocar o sistema todo de distribuição.
A potência da bomba necessária para circular água através do prédio é geralmente menor do que
a potência dos ventiladores para circular ar. O custo também é menor. São projetados tanto para
aquecimento, como para resfriamento e aplicados primariamente em muitos lugares, onde há
uma grande faixa de carregamento de calor sensível e onde o controle da umidade não é
necessário.
Aplicado em prédios, hospitais, hotéis, escolas, apartamentos, casas, laboratórios de
pesquisas, esse sistema é especialmente benéfico em grandes edifícios, como é o caso estudado
em particular nesse trabalho, um edifício com 10 pavimentos.
O ar é insuflado com vazão volumétrica constante e geralmente é chamado de ar primário
para distinguir do ar de recirculação.
O circuito de água consiste em um sistema de bombas e tubulações para levar a água a
trocar calor no espaço condicionado. A superfície de troca de calor na forma de uma serpentina é
colocada dentro do fan coil. O controle individual das temperaturas das salas é feito variando o
escoamento de água nas serpentinas.

Sistemas de ar e água são caracterizados como:


Sistemas de 2 tubos, 3 tubos ou 4 tubos. Eles são basicamente similares em suas funções
e todos incorporam aquecimento e resfriamento em todas as estações, entretanto arranjos do
circuito de água secundário e sistemas de controle variam entre eles.

5. Fundamentos de controle
A automação em aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC - Heating,
Ventilating and Air Conditioning) é projetada para manter níveis desejados de temperatura,
umidade, pressão e níveis seguros de contaminantes no ar interno nas edificações. Atua no
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controle de chillers, bombas de circulação e pode até mesmo atuar na tarifação individual do
consumo de energia.
Os controladores do sistema têm que regular os equipamentos, para que o conforto seja
mantido no espaço climatizado, permitir uma operação eficiente dos equipamentos e evitar danos
ao equipamento. Podem ser usados dispositivos de controle digitais, pneumáticos, mecânicos ou
elétricos, a intervençam humana é necessária para ligar e desligar todo o sistema e ajustar os “set
points” de controle. O “set point” é o valor desejado para a variável de controle, o controlador
funciona para manter esse valor que pode ser temperatura, pressão, etc.
Um sistema de controle atua no sentido de reduzir a capacidade, nunca aumentá-la.
Assim um sistema de ar condicionado desenvolve sua capacidade máxima, quando opera sem a
ação do sistema de controle.

Figura 5.1: Os componentes principais de um sistema de controle. ( Fonte: Stoecker, Wilbert F.)

Se não houver estabelecido a coincidência dos valores o atuador aciona uma válvula,
registro ou dispositivo semelhante que tenha condições de alterar a temperatura controlada.

Figura 5.2: Exemplo da resposta de um controle de temperatura de ar. (Fonte: ASHRAE Handbook).
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Termostatos combinam sensores e funções de controle no mesmo dispositivo e são muito


utilizados em instalações sem muita complexidade.
Controladores digitais, tais como os CLPs (controladores lógicos programáveis), realizam
o controle utilizando microprocessadores e algoritmos de controle, por isso são tão versáteis.
Podem controlar apenas um ou mesmo múltiplos laços de controle. O algoritmo de controle é
armazenado em linhas de comando em sua própria memória. Sua característica permite processar
informações de vários sinais de entrada, tais como sinais eletrônicos de temperatura e também
fornece vários sinais de resposta, que podem ser convertidos de sinais digitais de computação
para sinais analógicos de voltagem, a fim de posicionar o atuador ou energizar um relé de ação
nos dispositivos de controle.
Rotinas de controle pré-programadas são armazenadas em memórias do tipo EEPROM
(erasable programmable read-only memory). O operador pode modificar parâmetros como set
point, limites, tempo mínimo das rotinas de controle, mas a programação lógica, somente poderá
ser modificada trocando o chip de memória. Um terminal de controle permite ao usuário
comunicar-se com o controlador que pode ser do tipo computadores de mão, hand-held, ou
computadores completos com monitor de vídeo e teclado. O terminal oferece a visualização dos
valores nos sensores e dos parâmetros estabelecidos e permite mudanças e reprogramações nas
estratégias de controle. Em alguns casos, um terminal pode comunicar-se remotamente com um
ou mais controladores, permitindo que um local seja monitorado a distância. Usualmente “hand
helds” são utilizados por técnicos para solucionar problemas e computadores fixos são utilizados
para monitorar todo o sistema de controle digital.
A constante de tempo é definida como, o tempo necessário para o sinal atingir 63,2% do
seu valor final, quando um incremento é adicionado ao seu sinal de entrada. Componentes com
baixa constante de tempo alteram seu sinal de saída rapidamente, ao passo que componentes com
alta constante de tempo são lentos em respostas a mudanças no sinal de entrada.

6.Dispositivos de controle - Válvulas para líquidos


Capacidade de controle
Dispositivos de controle regulam o escoamento de vapor, água ou ar em sistemas de
HVAC. Água e vapor são regulados por dispositivos conhecidos como válvulas que podem ser
de duas e três vias, sendo a última de dois tipos de mistura e de derivação.
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Figura 6.1: Válvulas de 3 vias de mistura e de derivação. (Fonte: ASHRAE Handbook).

Existem duas alternativas para o controle da capacidade em sistemas hidrônicos que são
do tipo controle liga-desliga ou uma capacidade de regulação variável. A opção liga-desliga está
geralmente associada a sistemas de pequeno porte. Em pequenos sistemas onde existem zonas
simples, o controle é realizado ligando ou desligando o termo fonte de energia (chiller ou boiler),
nesses casos o projeto da tubulação não requer considerações especiais para controle.
Quando existem múltiplas zonas de controle, os vários dispositivos de carga térmica de
cada ambiente são controlados primeiro, para depois a capacidade total do sistema ser
controlada, a partir dos dados anteriores. O controle das válvulas de água é utilizado para
controlar o carregamento térmico de cada fan-coil. Essas válvulas controlam a capacidade de
cada carregamento, variando a quantidade do fluxo de água através de cada equipamento.
As válvulas de duas vias custam menos. Quando válvulas de duas vias são usadas no
controle das serpentinas dos fan coils, a vazão do sistema diminui a medida que decresce a carga,
uma vez que o escoamento entre as linhas de alimentação e de retorno de água deve passar pelas
válvulas e serpentinas.
Analisando as válvulas de 3 (três) vias, obtemos:
A válvula de três vias de mistura na sua posição inicial está aberta de A para AB, com a
porta B fechada, neste caso ela está 100% aberta para a carga térmica. A partir do momento em
que a válvula move-se da posição A-AB para a posição B-AB, parte da água passa através da
linha de passagem, by pass, até o momento em que a passagem A está fechada e todo fluxo de
água passa de B-AB, sem escoamento através da carga térmica. O efeito do controle na válvula
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de três vias de derivação é similar. O escoamento é direto através do carga térmica ou através do
by pass, dependendo do carregamento.
Para controle estável da válvula, a perda de carga, quando a válvula estiver 100% aberta,
deverá ser maior do que a metade da perda de carga da linha. No caso das válvulas 3 vias, a
perda de carga gerada na válvula de balanceamento do by pass deve ser acertada para equalizar a
perda de carga da serpentina do carregamento térmico (load). Somente assim, a válvula poderá
executar um controle seguro do escoamento.

Figura 6.2: Análise dos diferentes tipos de válvulas. (Fonte: ASHRAE Handbook)

Quando qualquer das válvulas de três vias é utilizada, a vazão permanece


aproximadamente constante e a temperatura da água de retorno se aproxima daquela da água de
alimentação, quando a água passa em by-pass. A vantagem ou não de manter a vazão constante
depende do sistema. Se a vazão de água diminuir exageradamente, a bomba pode se
superaquecer e pode haver má distribuição de velocidade no evaporador, resultando no
congelamento de água em determinados pontos, o que pode danificar os tubos e
conseqüentemente o “Chiller”. Sistemas com vazão constante, com válvulas de três vias, podem
ser desvantajosos economicamente em algumas instalações grandes, uma vez que todas as
bombas devem continuar a operar alimentando as serpentinas e manter a vazão elevada.
Controle por computação
Em grandes edifícios ou em complexo de diversos edifícios o controle por computador
torna-se interessante. Em sistemas controlados por computador a transmissão de informação se
faz na forma digital ou é caracterizada por freqüências de pulsos. O computador não é somente
programado para executar as operações básicas de controle, mas também pode tomar decisões e
executar cálculos muito mais sofisticados. Mesmo em sistemas controlados por computador a
operação final em um registro ou uma válvula pode ser pneumática.
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7. Redes de comunicação para sistemas de automação predial


O sistema de automação predial (Building Automation System – BAS) é centralizado e
monitorado, controlando muitas funções dentro de uma edificação, como já foi comentado. Uma
importante característica do controle digital é a sua grande capacidade de trocar informações
entre os controladores para coordenar suas ações, entre controladores e o operador em frente ao
monitor e entre os controladores e outros computadores para possíveis cálculos. Essa troca de
informação só é possível devido à rede de comunicações. Rede é por onde conectam-se os
controladores, roteadores e outros computadores capazes de trocar informações digitais.

8. Transmissão de mídia
A transmissão de vídeo e dados é a base de uma rede de comunicações. É usualmente
utilizada via cabos. Quando a conexão com cabos físicos não é possível, dispositivos podem
transmitir informações, utilizando tecnologia sem fio, entre elas destacam-se as ondas de rádio e
a transmissão por infravermelho. A comunicação eletrônica de informações requer apropriado
software e modem, que executa a transferência do sinal digital dos computadores, para sinais
analógicos, utilizados em linhas telefônicas. Abaixo, a descrição dos tipos de mídia via cabos.
Cabos par trançados de cobre:
O cabo par trançado consiste em múltiplos cabos cobertos por uma proteção contra
interferência.
Cabos de par trançados protegidos (STP): Cada par é protegido por uma cobertura para
minimizar problemas de interferência. Cabos STP operam melhor do que cabos desprotegidos
UTP em locais com grandes nível de radiações. Alta imunidade a ruídos e eliminações de ondas
de interferências.
Cabos desprotegidos UTP (Unshielded Twisted Pairs): São os mais utilizados com
conectarização RJ-45, típicas para cabos de rede conhecidos. Este cabo pode transmitir
informação em uma taxa de 1 gigabit por segundo a uma distância de 100 metros, podendo ir
mais distante a uma taxa de transmissão menor. Vídeo pode ser operado no mesmo cabo
coexistente com o telefone, computador, sinais de controle, energia elétrica e outros tipos de
sinais de vídeo.

Cabos de fibra ótica:


Cabos de fibra ótica utilizam fibras de vidro ou polímero para transmitir informações na
forma de pulsos de luz, que são geradas por luz laser ou LED. A luz na fibra ótica utiliza menos
energia do que sinais elétricos gastam para se movimentar através de cabos de cobre. Isso se
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traduz em transmissão a grandes distâncias a altas taxas de transmissão, geralmente acima de 10


gigabits por segundo a uma distância de 2000, 3000 metros. O rápido avanço desta tecnologia
levará as redes de automação predial a um avanço sem precedente na história da
telecomunicação. Fibra ótica também possui excepcional imunidade a ruídos. Entretanto, a
necessária conversão entre sinais de luz e informação elétrica para os computadores torna a fibra
ótica mais cara, o que dificulta sua disseminação.

9. Protocolos de comunicação
Protocolos são regras que definem o procedimento de comunicação de cada elemento
numa rede de dados. Existe um grande interesse em protocolos abertos para BACs a fim de
facilitar a comunicação entre dispositivos de diferentes fornecedores. Entretanto, não há
aceitação de todos com relação a abertura de protocolos. Segundo o Instituto de Engenheiros
Eletrônicos e Elétricos (IEEE Standart 802) é definido 3 classes de protocolos:

Ø Protocolo standard: Divulgado e controlado por usuários comuns. Exemplos podemos


incluir a BACnet (Building Automation and Control network protocol) da ASHRAE,
LonTalk da Eletronic Industries Alliance e a mais conhecida TCP/IP, protocolo de
comunicação da Internet / Ethernet, onde cada computador possui um endereço de
identificação próprio composto por 32 bits e nenhum outro computador tem o mesmo
endereçamento.
Ø Protocolo público: Divulgado, mas controlado apenas por uma organização privada.
Ø Protocolo privado: Não divulgado, usado e especificado por uma organização privada.
Exemplos podem incluir a comunicação proprietária, utilizada por muitos dispositivos de
automação predial.

O engenheiro deve selecionar o protocolo de comunicação e especificar a interoperação


entre os dispositivos. Interoperação é a capacidade de integrar dispositivos de diferentes
fornecedores em uma coerente automação e sistema de controle. BACnet é usualmente
empregado em instalações de médio e grande porte, esse protocolo foi desenvolvido pela
ASHRAE com a cooperação de praticamente todos os grande fabricantes de equipamentos para
automação. Para selecionar combinações de produtos que executem a operação desejada, pode-se
consultar diferentes vendedores da área.
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10. Aplicação dos computadores


O uso da computação em HVAC está se tornando cada vez maior, muitos programas
estão surgindo para diferentes tipos de análises em engenharia e para o uso no cotidiano das
empresas. Os computadores estão cada vez mais potentes e com custos menores. A operação e
manutenção de prédios também se beneficia com os computadores que podem monitorar,
controlar e em certos casos detectar problemas nos equipamentos de HVAC.

10.1. “Hardware”
A disponibilidade de computadores pessoais e “workstations” a baixos custos têm
transformado a computação em uma opção atrativa, mesmo para as pequenas empresas.
O PC, “personal computer”, opera em baixos custos e permite a interatividade e
armazenamento de tarefas que o usuário necessita. A compra de PCs inclui custos adicionais de
manutenção e de software, que pode ser comprado ou desenvolvido. Embora pareça ser caro para
comprar, é quase sempre mais caro para desenvolver programas, pois se necessita de mão-de-
obra altamente especializada.
Laptops são computadores portáteis que utilizam baterias próprias. São conhecidos,
também, como palmtops ou notebooks dependendo de seu tamanho.
Qualquer um dos hardwares descritos podem ser conectados através de uma rede local
(LAN) e ser utilizado como um servidor para armazenamento de arquivos. Qualquer computador
conectado a rede têm acesso a dados comuns e a programas. Esse método permite o
armazenamento de informações em um local central, a ser acessado por diferentes computadores,
sem a necessidade de gerar cópias de arquivos para cada máquina.
11. Internet
A Internet teve origem, no ano de 1969, em um experimento da Advanced Research
Project Agency (ARPA), quando foi chamada de ARPANET. Desde o princípio, a rede foi
projetada para ser descentralizada, independente e com habilidade de comunicação, mesmo se
uma ou mais ligações fossem danificadas. Esse modo de funcionamento foi projetado para
permitir comunicação e pesquisa em ambientes adversos, como por exemplo, em guerras.
Nenhuma entidade acadêmica, corporativa ou governamental administra a Internet. Ela
existe e funciona como resultado de centena de milhares de operadores que decidem usar
protocolos comuns para a transferência de informações entre computadores. Não existe local
centralizado de armazenamento, nenhuma entidade consegue controlar toda a informação que
navega através da Internet. Os métodos mais comuns de comunicação são:
Ø Mensagens comuns (e-mails)
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Ø Mensagens para grupos (listserv)


Ø Informações distribuídas através de mensagens (news groups)
Ø Comunicação em tempo real (Internet Relay Chat)
Ø Utilização de computadores remotos em tempo real.
Ø Busca de informações remotas (File Transfer Protocol)
A Internet está revolucionando o modo de trabalho dos profissionais de projeto. Desenhos
e informações são trocadas entre colaboradores em escala global. A grande rede mundial serve
como uma plataforma para a comunicação on-line e como um grande armazenador de
conhecimento.

12. Sensores
Sensores são dispositivos que respondem a mudanças na variável de controle. A resposta,
que é uma mudança na propriedade física ou elétrica do elemento sensitivo, fica disponível ou é
amplificada e é enviada ao controlador.

12.1 Sensores de temperatura


Sensores de temperatura são divididos em 3 categorias: (1) aqueles que variam seu
comprimento devido a expansão térmica, (2) aqueles que utilizam a mudança de estado de um
vapor ou líquido e (3) aqueles que usam diferenças em alguma propriedade elétrica. Em cada
categoria existe uma variedade enorme de elementos sensitivos para medir temperatura em salas,
dutos, água e superfícies.
Na primeira categoria, incluem-se sensores compostos por dois metais com coeficientes
de dilatação diferentes e sensores do tipo tubulares com uma haste que, com modificação no
comprimento do tubo, movimenta-se e conseqüentemente indica a variação da temperatura.
Termistores são semi-condutores e mudam a resistência elétrica com a temperatura, muito
utilizado com controladores digitais, possuem custos relativamente baixos e grande resolução de
temperatura.

12.2 Sensores de pressão


O sensor de pressão é instalado junto às bombas para verificar o status de funcionamento
das mesmas. Em componentes digitais, esse sinal de pressão deve ser transformado para sinal
eletrônico, utilizando potenciômetros ou “strain gages” para detectar a intensidade da força
aplicada no diafragma.
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13. Edificação analisada


O edifício das empresas RGE (Rio Grande Energia) e ADP, localizado na rua São Luiz
com a Av. Ipiranga, possui 46 fan coils, 2 unidades “split”, 1 chiller e 1 torre de resfriamento.
Todos equipamentos com sensores de temperatura, sensores nas válvulas, chaves de liga / desliga
e sensores de pressão das bombas com o objetivo de realizar a automação. Os sinais destes
sensores são dirigidos aos CLPs e depois ao concentrador de sinais para depois ser processados
pelo microcomputador.
Os sensores de temperaturas utilizados são do tipo RTD, Resistance Temperature Device.
São resistências elétricas que, conforme aumenta ou diminui a temperatura, variam a diferença
da resistência e fornecem o sinal elétrico para o controle. O aquecimento dos ambientes
condicionados também é feito por resistências elétricas. Quando a temperatura baixa de um valor
pré-determinado, as resistências são ligadas e o ambiente começa a ser aquecido.
Os sensores de pressão utilizados chamam-se pressostatos e são utilizados com atuação
mecânica de diafragmas, que dependendo da pressão, variam o sinal gerado. Como os bombas
revezam-se e continuamente ligam e desligam, esse sensores medem a pressão na tubulação e
informam ao computador sua posição. No edifício analisado são 4 bombas, duas para a água
gelada e duas para a água do condensador. Enquanto uma funciona, a outra fica em stand-by,
caso necessite ser utilizada. As duas bombas revezam-se de 15 em 15 dias com base em
programação executada no controle digital. Existem 4 compressores do tipo alternativo no
resfriador de água gelada, trabalhando em conjunto com 6 cilindros cada um.

Figura 13.1: Foto do edifício RGE/ ADP analisado neste trabalho.


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Figura 13.2: Esquema dos equipamentos instalados no edifício.

14.Análise do programa de controle


Umas das principais características dos sistemas automatizados é a possibilidade de poder
ajustar a temperatura desejada. Essa temperatura é importante para o sistema, pois com base em
todos as temperaturas pedidas nas salas, os equipamentos iram atuar de forma a alcançar as
exigências. No sistema de controle e supervisão estudado, a comunicação ocorre através dos
painéis de automação distribuídos pelo prédio que estão em constante comunicação para as
devidas trocas de informações.
O edifício possui sensores espalhados pelos diversos ambientes, os sinais desses sensores
são enviados para os concentradores de seu respectivo andar e posteriormente para o
concentrador principal de sinais na casa de máquinas, no subsolo do prédio junto ao chiller.
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Figura 14.1: Foto do concentrador de sinais no 3°


pavimento.

Figura 14.2: Foto do concentrador principal.


Esses sinais são direcionados ao computador e interpretados pelos diversos set points no
software de controle. Abaixo, a interface utilizada no programa de controle no prédio visitado.

Figura 14.3: Foto da interface, em modo DOS, utilizada na automação predial do prédio RGE/ ADP.

A tela do programa nos mostra em cada fan-coil o status de operação. No caso acima, o
fan-coils analisado é o 31 que se localiza no 8° pavimento.
Ele nos mostra:
Ø A temperatura do duto de retorno. (Temperatura do ambiente climatizado)
Ø Status do Fan coil. (Lig/Desl)
Ø Status do aquecimento, realizado por resistência elétrica. (Lig/Desl)
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Ø Set point de resfriamento, ou seja, quanto a temperatura ultrapassa esse valor o


resfriamento começa a funcionar.
Ø Status do insuflamento do Fan-coil. (Lig/Desl).
Ø Abertura da válvula na canalização de água gelada que vai a serpentina do fan-coil.
Ø Set point de aquecimento. Quando a temperatura abaixa deste valor, o aquecimento
começa a funcionar.
O quarto campo é a temperatura que está sendo pedida na sala pelos usuários e é
colocada como “set point” no software de controle. Segundo as normas Ashrae e ABNT esse
valor deve ser:
No verão, aproximadamente 24,5°C e uma umidade relativa de 45%.
No inverno, aproximadamente 22°C e umidade relativa de 50%.
Portanto, a temperatura de 20° C informada no 4° campo do programa de controle do 8°
pavimento está muito baixa. Somente sobrecarregará todos os equipamentos, pois será muito
difícil para o sistema atingir este set point. Nota-se que, no 1° campo a temperatura da água no
duto de retorno está em 24,7°C, muito mais próximo ao valor estabelecido pela norma.
O sétimo campo é o set point de aquecimento e está em 5°C. Este valor também não está
correto, pois no inverno somente quando a temperatura baixar de 5°C é que o aquecimento
entrará em operação. É relevante informar que a foto foi tirada em um dia quente de verão e o
aquecimento estava desligado. Na estação de inverno esse valor deve ficar próximo do valor
estabelecido pela norma, ou seja 22°C, para que quando a temperatura diminuir deste valor, o
aquecimento seja ligado. Para um edifício comercial como este, pode ser colocado até mesmo
um valor um pouco mais baixo, aproximadamente 21,5°C, pois as pessoas estão ativas nesse
ambiente e estarão mais confortáveis a uma temperatura um pouco mais baixa.
Com a revolução do setor de informática nos últimos anos, muito se tem progredido em
processamento e novos programas têm sido escritos para melhorar a performance e também para
melhorar a interface de comunicação com o usuário. Os sistemas mais antigos ainda trabalhavam
com a interface em modo DOS. Nos dias de hoje, a maioria dos novos projetos estão sendo
executados em interface Windows o que facilita muito a visualização, comandos e
conseqüentemente o controle.
Os grandes fabricantes de equipamento de refrigeração estão investindo grandes quantias
de recursos no desenvolvimento de programas para a automação. Entre eles, podemos citar a
Trane que desenvolveu o software Tracer Summit PC Workstation programa para controle de
edifícios climatizados. Esse programa mostra em uma primeira vista todas as áreas atendidas do
prédio, podendo assim mudar set points e atuar na operação dos equipamentos de climatização,
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além de tirar relatórios e tendências, agendar eventos, receber alarmes. Ele comunica-se
utilizando a rede Internet / Ethernet ou mesmo linhas telefônicas. Utilizar os gráficos deste
programa é tão fácil como navegar na internet, pois a Trane inseriu nesse programa o Microsoft
Internet Explorer 5.0 para visualização dos gráficos.

Figura 14.4: Visualização do programa Tracer Summit PC Workstation. (Fonte: www.trane.com)

O fabricante de equipamentos York também possui um programa de automação predial


chamado Yorknet, já rodando em interface Windows o que facilita a interação entre o operador e
os equipamentos controlados.
Em edifícios com centrais de ar condicionado, o sistema funciona bem quando o prédio
está ocupado e operando em condições normais em dias de semana. Para momentos em que o
prédio está desocupado, por exemplo à noite, os equipamentos são todos desligados, mas por
haver uma área do edifício que não para suas atividades nunca, seja dia de semana, fim de
semana ou mesmo a noite, o consumo elétrico de energia para manter toda a central ligada para
apenas algumas salas não é viável.
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Portanto, no projeto destes tipos de salas, que geralmente são as salas dos computadores
chamadas de CPDs, centro de processamento de dados, são colocadas unidades autônomas de ar
condicionados, para que sejam ligados apenas os equipamentos que resfriarão estes ambientes,
ao invés de ligar todo o sistema central. No edifício da RGE, o pavimento que contém estes
aparelhos é o 3° pavimento que possui unidades “splits”, onde a unidade condensadora é
montada separadamente da unidade evaporadora. Esse novo tipo de aparelho foi desenvolvido
visando um melhor conforto acústico aos ocupantes dos ambientes climatizados.

Figura 14.5: O projeto dos dois aparelhos condicionadores de ar modelo “split”.

15. Conclusões

A automação em equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado está em


grande expansão. As possibilidades de trabalho no ramo são grandes para aqueles que possuem
conhecimento destes componentes. Sistema digital de controle é o que existe de mais moderno
hoje. O monitoramento com “softwares” de controle fornece grande confiabilidade e respostas
imediatas.
A edificação analisada teria um grande avanço, caso trocasse seu sistema de controle. O
sistema detalhado é apropriado, mas pode ser atualizado com sistemas operacionais mais
modernos do tipo Linux, que é gratuito, ou mesmo o Windows, para uma melhor performance.
Neste caso, a interface de trabalho seria melhor e a operação diária do programa ficaria mais
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fácil. Para fazer o ajuste dos valores seria necessário apenas clicar em cima de cada válvula, set
point e liga / desliga, ao invés de saber a numeração de todos equipamentos. Estes ficam
dispostos na tela do microcomputador em seus verdadeiros locais, o que facilita a localização de
cada item. Este novo sistema também possibilitaria a geração de diferentes tipos de gráficos e
relatórios para análise do comportamento de cada variável de controle. Assim, ficaria mais fácil
tirar conclusões sobre o comportamento dos ambientes condicionados e de seus equipamentos.
Notaria-se que a fachada de vidro da edificação é inapropriada para regiões de climas tropicais,
pois pela manhã salas com orientação leste recebem muita radiação através das janelas e
sobrecarregam o sistema, ao passo que na parte da tarde a carga térmica aumenta no lado oeste.
A geração de relatórios periódicos do sistema diferencia e qualifica o controle. O
engenheiro responsável pelo sistema de condicionamento de ar pode conectar-se remotamente
aos equipamentos, utilizando um laptop com ligação a rede. Tecnologias de transmissão sem fio
e telefones celulares estão se disseminando e ajudam na conexão à rede de muitos locais.
Os computadores também auxiliam em cálculos e projetos de engenharia para sistemas
térmicos. Cálculos para cargas térmicas em ambientes, ventilação, projetos de dutos de ar,
projeto de tubulações de água, cálculos acústicos e propriedades de refrigerantes são realizados
em computadores. Além destes relevantes auxílios, desenvolve-se uma nova área, a simulação,
capaz de prever fenômenos em escalas macro e microscópicas. A cada dia, as técnicas de
simulação são aperfeiçoadas e há uma maior disponibilidade de recursos computacionais capazes
de executar cálculos detalhados. Estes cálculos possuem uma alta potencialidade na predição da
performance de novos projetos, antes mesmo de sua montagem ou implementação. A simulação
pode prever escoamentos de fluídos e transferência de calor e massa em projetos de espaços
condicionados.
No campo da computação, novas tecnologias surgem a todo momento e produtos tornam-
se obsoletos em curtos espaços de tempo. Para novos trabalhos nesta área, sugiro o
aprofundamento no estudo dos CLPs que utilizam a lógica fuzzy, uma nova alternativa aos
tradicionais algoritmos de controle. Ações de controle desse tipo utilizam regras conhecidas do
tipo “se - então” que podem ser combinadas para determinar a ação de controle apropriada.
A) Se a temperatura do ambiente está alta e a taxa de variação está decrescendo, então
aumente um pouco o resfriamento.
B) Se a temperatura do ambiente está alta e a taxa de variação está crescendo, então
aumente muito o resfriamento.
O projetista da linguagem Fuzzy deve definir regras e termos do tipo alta, baixa,
crescendo, decrescendo, um pouco, muito. A temperatura do ambiente pode ser mapeada como
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muito baixa, baixa, correta, alta e muito alta. Neste caso, muita regras são combinadas para
determinar a apropriada ação de controle.
A necessidade de atualização é constante para profissionais em todas as áreas do
conhecimento científico. Portanto, é mister que cada aluno ao sair de sua Faculdade Engenharia
compreenda todas estas mudanças e se atualize periodicamente, para não perder competitividade
no disputado mercado de trabalho.
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Referências Bibliográficas

ASHRAE Applications Handbook. 2001. “Computer applications”.

ASHRAE Systems and Equipment Handbook. 2001. “Condenser water systems”.

ASHRAE Systems and Equipment Handbook. 2001. “Hydronic heating and cooling system
design”.

ASHRAE Fundamentals Handbook. 2001. “Fundamentals of control”.

Beyer, Paulo O., 2002. “Ciclos de refrigeração”, Porto Alegre – RS.

McQuiston, Faye & Parker, Jerald., 1977. “Heating, Ventilating and Air Conditioning”.
Oklahoma State University, New York.

Groover, Mikell P., 1980. “Automation, production systems and computer aided manufacturing.”
Department of Industrial Engineering. Lehigh University, New Jersey.

Sparks, Norman & Dillio, Charles, 1959. “Mechanical Refrigeration.”. Department of


Mechanical Engineering, The Pennsylvania State University.

Stoecker, Wilbert F. & Jones, Jerold W., 1985. “Refrigeração e ar condicionado”, McGraw Hill
do Brasil, São Paulo.

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