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O senso comum a respeito do conceito de memria nos leva noo mais orgnica e
naturalista do termo, aquela que remete meramente ao ato de lembrar-se de algo. Entretanto, a
perspectiva adotada por Krzysztof Pomian no verbete intitulado Memria da Enciclopdia
Einaudi busca problematizar e desnaturalizar esse conceito.
Em primeiro lugar, o autor faz distino entre a memria humana e a dos demais animais. A
memria animal restringe-se a lembrar de algo que aconteceu no passado e agir de acordo com
certos padres individuais ou da prpria espcie. No ser humano, por outro lado, esses fatos
passados so transmitidos entre as diferentes geraes tambm por meio da linguagem. Por
meio desse poderoso instrumento, transmitimos no apenas os mecanismos de imitao, mas
tambm impresses e sentimentos individuais, vestgios do passado reconstrudos por meio de
relatos e narrativas que perduram no presente.
Isso no significa, porm, que a memria seja intil ao historiador. Entre o momento passado
em que os fatos se deram e o tempo presente, uma srie de relatos do ocorrido surgiram e foram
ordenados e rearranjados em colees que serviro para descrever como esse fato foi
reinterpretado ao longo do tempo. Alm disso, outros fatos se sucederam e exerceram influncia
nos relatos posteriores, formando assim um mosaico de relatos, documentos, imagens e
quaisquer outros tipos de representaes que formaro um tipo de atlas que descreve, mesmo
que parcialmente, o trajeto entre o fato e a percepo que temos no presente dos seus vestgios.
A reevocao desses objetos em runas, recolhidos apenas em partes, segundo Pomian,
estabelece uma relao imediata entre passado e presente capaz de trazer de volta vida
vestgios antes apagados.
REFERNCIAS
Exerccio 1
POLLAK, Michael. Memria, esquecimento, silncio. In. Estudos Histricos. v.2 n.3, 1989,
p. 3-15.