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CARTILHA DA REFORMA TRIBUTÁRIA

APRESENTAÇÃO.
A Urgência da Reforma Tributária Compreendendo o Atual Sistema
A Agenda da Reforma
Glossário
Referência Bibliográfica

Sumário.

A competitividade é um imperativo para a indústria brasileira. A globalização da


economia e o processo de inserção internacional do país impõem ao setor industrial um
cenário de acirrada concor-rência, tanto no mercado externo como no mercado doméstico,
pelo aumento significativo da presença de produtos importados na economia brasileira. A
reforma tributária é a principal prioridade para a construção de um ambiente marcado pela
igualdade nas condições para competir.
O sistema tributário é a maior fonte de distorção e de prejuízos à competitividade da
produção nacional. O sistema tributário brasileiro é complexo, consagra tributos de
natureza cumulativa – incidentes em cascata – e impõe custos administrativos elevados
para
empresas e para o próprio governo. Tributam-se com isso as exportações e os
investimentos e cria-se um viés a favor das importações, com impactos negativos sobre a
produção e o emprego no país.
Por tudo isso, a reforma abrangente do sistema tributário se impõe como premente. A
complexidade do sistema e todas as perversas características acentuadas anteriormente só
podem ser eliminadas com uma revisão geral do capítulo tributário da Constituição. A
reforma deve buscar a imprescindível harmonização entre os sistemas de tributação do
Brasil e dos países com os quais competimos e com os quais nos integramos
crescentemente. Seus objetivos devem ser:
completa desoneração das exportações, dos investimentos e da produção;
eliminação da cumulatividade dos impostos existente no atual sistema;
redução do número de tributos, simplificação e transparência do sistema;
ampliação da base de arrecadação com melhor distribuição da carga tributária.
Atingindo estes objetivos, a economia brasileira estará melhor preparada para gerar
empregos.

A URGÊNCIA DA REFORMA TRIBUTÁRIA.


Não se deve pensar em reformar o sistema por insuficiência de arrecadação.
O Brasil recolheu em 1997 cerca de R$ 253 bilhões em impostos e contribuições, valor
que equivale a pouco menos de 30% do PIB. Em 1998, dado o aumento de arrecadação
verificado no ano em meio a uma virtual estagnação da economia, este valor deve ter se
aproximado de 31% do PIB. O sistema tributário brasileiro é caracterizado por um número
elevado de tributos (algo em torno de 54, sendo 17 impostos). O imposto que mais
arrecada é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, com quase R$ 60
bilhões, ou 23,5% do total arrecadado, seguido das contribuições previdenciárias sobre
folha de salários (17,8% do total) e pelo Imposto de Renda (13%).

COMPREENDENDO O ATUAL SISTEMA


Principais Impostos e Contribuições por valor - 1997
Tributos / Governos R$ milhões % do % do
correntes PIB Total
Por Principais Tributos: 253.123 29,20 100,00
ICMS 59.572 6,87 23,50
Contr.Salários + Simples 45.122 5,21 17,80
IR 32.808 3,79 13,00
COFINS 18.401 2,12 7,30
IPI 16.344 1,89 6,50
FGTS 12.932 1,49 5,10
PIS/PASEP 7.275 0,84 2,90
CSLL 7.228 0,83 2,90
CPMF 6.908 0,80 2,70
I. Importação 5.103 0,59 2,00
PIB: R$ 866,7 bilhões Fonte: IPEA e BNDES.Cartilha da Reforma Tributária
A carga tributária no Brasil vem crescendo nos últimos anos, e já atinge mais de 30% do
PIB. Este é um valor elevado, comparável ao de economias com um nível de
desenvolvimento muito maior. Estados Unidos e Japão, por exemplo, têm a mesma carga
tributária, enquanto a renda per capita nesses países é 10 vezes superior à do Brasil. Os
países em desenvolvimento apresentam carga tributária inferior, um resultado esperado, já
que estes países querem atrair capitais e investimentos.
Trabalho elaborado pela CNI mostra que esta carga é bastante elevada para padrões
internacionais. Ainda que existam países com carga tributária tão ou mais alta que a
brasileira, a carga tributária no Brasil é excessiva para a sua renda per capita. Isto sem
levar em consideração a diferenciação entre os países, em termos de extensão e qualidade
dos bens e serviços públicos ofertados pelo Estado, o que tenderia a reduzir mais ainda a
carga tributária adequada.

Carga tributária comparada


Carga Tributária e Renda *
Países Carga Tributária Renda Carga TributáriaExcesso
efetiva per Capita estimada Tributário
(%PIB) (US$) (% PIB) (%)
Hungria 49,5% 3176 23,0% 115,0%
Polônia 46,7% 1957 21,9% 112,8%
Brasil 29,8% 4776 24,4% 21,8%
África do Sul 27,9% 3077 22,9% 21,7%
Alemanha 44,2% 19948 37,9% 16,8%
França 45,3% 23084 40,6% 11,5%
Espanha 36,2% 14773 33,3% 8,8%
Chile 19,9% 3730 23,5% -15,4%
Índia 17,2% 306 20,5% -16,0%
EUA 29,7% 24325 41,7% -28,8%
Coréia do Sul 17,9% 8540 27,8% -35,5%
Argentina 15,3% 4343 24,1% -36,4%
Gana 12,7% 367 20,5% -38,2%
Japão 21,0% 22857 40,4% -48,1%
Fonte: CNI
* Dados para o Brasil e maioria dos países referem-se a 1996.
Nota: Carga tributária estimada: resulta da regressão linear simples entre carga
tributária
efetiva e renda per capita para 35 países. Excesso tributário: relação percentual entre a
carga tributária efetiva e a carga tributária estimada.
O teste de qualidade do novo sistema tributário deve passar pela sua capacidade de superar
os seguintes problemas que estão entre os mais graves do nosso atual sistema:
a tributação em cascata;
a inadequação dos ICMS e do IPI;
a complexidade do sistema que redunda em alíquotas elevadas, custos acessórios altos e
indução à sonegação;
desbalanceamento das fontes de tributação, com prevalência de impostos indiretos;
desigualdade na distribuição setorial da carga tributária, implicando em base de tributação
estreita.
Resultantes: ineficiência, prejuízos à competitividade,
menos empregos e produção, sonegação.

Principais problemas do sistema tributário brasileiro


Tributação em cascata
Uma característica extremamente perversa do nosso sistema tributário é o fato de ele
encerrar impostos em cascata, que incidem cumulativamente em todas as etapas da
atividade econômica, como é o caso do PIS e da COFINS e, mais recentemente, da CPMF.
Estas contribuições tributárias, entre outros defeitos, acabam por onerar as exportações e
os investimentos, gerando incentivos perversos sobre o sistema econômico.
O grave é que tributos desta natureza praticamente não encontram paralelo na legislação
tributária dos principais países competidores do Brasil, o que reduz a competitividade dos
produtos brasileiros no mercado internacional, prejudicando nossas exportações e criando
um viés a favor dos produtos importados. Embora o governo tenha promovido importante
iniciativa com o objetivo de eliminar a carga destes tributos indiretos sobre as exportações
brasileiras, esta desoneração é muito menor que a necessária nos setores que apresentam
uma longa cadeia produtiva.
Em suma, a incidência de impostos em cascata sobre a produção brasileira torna a
concorrência com os produtos importados desigual, na medida em que eles não carregam
impostos dentro do princípio mundialmente aceito de não se exportar tributos, um
problema
resolvido pela Constituição americana desde 1776. Este desafio da concorrência foi
intensificado com a promoção da abertura comercial.
Além disso, ao gravar mais fortemente produtos com longa cadeia produtiva, cria
incentivos arbitrários na alocação de recursos na economia. Por fim, ao taxar os
investimentos, desestimula a expansão de plantas industriais e a atualização tecnológica, o
que tem efeitos negativos para o crescimento da economia.
Efeitos da tributação em cascata
Por terem alíquotas baixas, os impostos em cascata parecem muitas vezes inofensivos.
Mas seu efeito cumulativo prejudica significativamente a competitividade.
Alguns exemplos:
um estudo preparado pela ABIQUIM mostra que os tributos em cascata (PIS, Cofins e
CPMF) subtraem pelo menos 6% da margem bruta de lucro do setor, inviabilizando
a competição em muitos mercados;
o novo paradigma produtivo está baseado na desverticalização e na especialização.
Na indústria automobilística isto significa que milhares de operações implicam em
compras de insumos. Todas estas compras são taxadas pela Cofins, pelo PIS e pela CPMF,
impondo uma carga tributária ao automóvel brasileiro superior àquela dos concorrentes
estrangeiros, na medida em que não é passível de desoneração.

Em relação ao ICMS, são inúmeras as distorções causadas por este imposto, mais
apropriado a um estado unitário que a uma federação.
A começar pela sua forma de cálculo: a alíquota do ICMS incide sobre o preço do bem já
acrescido do imposto devido. Este cálculo "por dentro" disfarça o verdadeiro valor da
alíquota. Nas várias e extensas legislações estaduais há uma multiplicidade de isenções
e/ou reduções de base de cálculo, tornando impossível saber que alíquota efetivamente
incide sobre cada produto em circulação no país. Problemas adicionais como acúmulo de
créditos e "passeios" de notas fiscais como forma de reduzir a carga efetiva também
distorcem preços, enfraquecem a competitividade do produto brasileiro e criam situações
de concorrência desleal.
Em relação ao IPI, vale notar o enorme espectro de alíquotas que ele apresenta, sem causa
relevante para a diferenciação. Um exemplo conhecido é que as gravatas têm alíquota
zero, enquanto cintos de couro são gravados com 15%, sem que se saiba exatamente por
quê. Também digno de nota é o fato de, em muitos processos produtivos, a alíquota que
grava os insumos ser maior que a incidente sobre o produto final, fazendo o produtor final
acumular créditos de IPI desnecessariamente.

Os problemas do ICMS e do IPI


São diversas as obrigações acessórias e freqüentes os questionamentos judiciais no âmbito
tributário. Como já mencionado, o sistema tributário brasileiro é caracterizado por um
número elevado de tributos, diversas alíquotas, isenções, deduções e reduções de bases de
cálculo que acabam por se refletir em uma extensa e complexa legislação tributária. Esta
complexidade acaba requerendo a montagem de grandes estruturas voltadas ao
cumprimento dessas obrigações com o Fisco e até mesmo propiciando o planejamento
tributário. E é ela que dá margem – e mesmo estimula – à sonegação de tributos, criando,
para as empresas que pagam seus impostos, uma situação de concorrência desleal.

Complexidade e obrigações acessórias.


A tributação no Brasil incide mais fortemente sobre vendas, produção e consumo (47,3%
do total arrecadado em 1997), seguida dos salários (27,1% do total). Embora as
recomendações internacionais sejam no sentido de apoiar a tributação sobre consumo, a
verdade é que no Brasil tributam-se muito mais a produção e as vendas, com destaque para
a tributação cumulativa, em prejuízo da eficiência econômica.
Desbalanceamento da carga tributária
A tributação sobre a renda é relativamente baixa no Brasil, sendo fortemente concentrada
nas pessoas jurídicas e bastante inferior ao que é praticado nos países mais avançados.

Tributação sobre a Renda


Participação % no total
EUA 42,4
Japão 40,5
Reino Unido 31,5
Canadá 44,0
Alemanha 30,8
Suécia 41,3
Brasil 17,5
Fonte: IPEA e BNDES

Carga Tributária por Base de Cálculo -1997


Tributos/Governos R$ milhões % do % do correntes PIB Total
Por Principais Bases de Cálculo: 253123 29,20 100,00
Vendas, Produção e Consumo 119834 13,83 47,30
Salários e Mão-De-Obra 68625 7,92 27,10
Renda, Lucros e Ganhos 44305 5,11 17,50
Patrimoniais 9599 1,11 3,80
Comércio Exterior 5106 0,59 2,00
Outros 5655 0,66 2,20
PIB: R$ 866.723 Fonte: IPEA e BNDES.
A carga tributária é também mal distribuída, em vista da existência de um amplo setor
informal na nossa economia. Isto significa que há setores que pagam bem acima da média
de 30%. O setor industrial, por apresentar um grau de formalização maior, é relativamente
mais taxado. Na indústria de transformação, segundo o IBGE, 77% dos trabalhadores têm
carteira assinada, proporção maior que a média da economia. Estudo realizado pela CNI
em 1991 mostrou que no início dos anos 90 a indústria suportava uma carga tributária bem
maior que a economia como um todo. Isso cria problemas, pois o setor industrial é
justamente o que está mais exposto à competição internacional.

Desigualdade setorial da carga tributária


Taxação da Economia e da Indústria
% do PIB
Fonte: CNI.
Uma estrutura tributária adequada é aquela onde a arrecadação é concentrada nos três fatos
geradores básicos – a renda, o consumo e a propriedade – e não há nenhuma incidência em
cascata distorcendo as decisões econômicas. A proposta da Ação Empresarial,
desenvolvida a partir de estudos da FIPE em 1993, teve o mérito de colocar o foco sobre a
questão da competitividade.
A estrutura básica contempla o imposto de renda, imposto típico da União, devidamente
reformulado e simplificado. Sobre o consumo, a competência deveria ser estadual e a
incidência se daria no varejo, substituindo o ICMS, o IPI e o ISS, eliminando assim os
problemas de fronteira e garantindo autonomia aos Estados. Com objetivo arrecadador,
poderiam existir ainda impostos seletivos federais sobre determinados bens. Os impostos
sobre a propriedade, ao tornarem-se de competência municipal em toda sua extensão,
poderiam ter sua funcionalidade aumentada.

A AGENDA DA REFORMA
O desenho de um novo sistema tributário (1)
O teste de qualidade de um novo sistema tributário passa pela capacidade de eliminar as
distorções (via desoneração das exportações e investimentos) e reduzir as complexidades
do atual sistema tributário.
O esboço da proposta apresentada pelo Ministério da Fazenda em fins de 1997 aponta para
esta direção. Uma avaliação definitiva deste projeto será desenvolvida após a apresentação
formal da proposta ao Congresso Nacional.
A competitividade é o ponto básico da reforma tributária. É sob este ângulo que deverá ser
avaliada a proposta do Governo, bem como as modificações e os aperfeiçoamentos a
serem implementados durante o processo de discussão da reforma no Congresso Nacional.

O desenho de um novo sistema tributário (2).

1 Quais são os objetivos da reforma tributária?


A reforma deve buscar a completa desoneração das exportações, investimentos e
produção, eliminação da cumulatividade dos impostos existente no atual sistema, redução
do número de tributos, simplificação e transparência do sistema e ampliação da base de
arrecadação, com melhor distribuição da carga tributária. Teremos, como conseqüência,
maiores exportações e investimentos, mais produção e empregos.

2 Por que fazer uma reforma abrangente? Não seria mais simples
aperfeiçoar o atual sistema?
Não. A complexidade, os problemas e vícios que foram se acumulando ao longo do tempo
tornam imprescindível uma reforma abrangente do sistema tributário. A base estreita de
tributação, as alíquotas muito elevadas e todas as perversas características acentuadas
anteriormente só podem ser eliminadas com uma revisão geral do capítulo tributário da
Constituição. Além disso, também como já visto, alguns tributos (o IPI, o ICMS, os
tributos em cascata) padecem de tantos defeitos que precisam ser eliminados e substituídos
por tributação mais moderna e competitiva.

3 A reforma tributária vai reduzir o déficit público? Ou vai reduzir a carga


tributária?
Nem um, nem outro. A reforma tributária deve ser neutra do ponto de vista da
arrecadação. Embora, como demonstrado anteriormente, a carga tributária no Brasil seja
bastante elevada para padrões internacionais, o setor empresarial admite que, a curto
prazo, a reforma do sistema tributário não deva alterar a carga tributária global, dado o
grave desequilíbrio fiscal brasileiro. Contudo, não faz sentido aumentar ainda mais os
tributos, até porque a maior arrecadação acaba se transformando em maiores gastos. De
fato, o nosso histórico recente mostra que o aumento da carga tributária não veio
acompanhado de redução do déficit público. Na verdade, o corte profundo de gastos é a
única providência crível para se reduzir o desequilíbrio fiscal.
Perguntas e respostas sobre a reforma tributária.

4 Como a reforma tributária pode gerar empregos?


As bases de uma reforma tributária ampla estão assentadas na necessidade de se remover
as distorções causadas pelo atual sistema, que reduzem significativamente a
competitividade do produto brasileiro.
Recuperar esta competitividade significa ser capaz de concorrer, aqui e lá fora, com
produtos estrangeiros, o que viabiliza aumentos de produção e a geração de empregos.
Empregos só são gerados quando indústrias, setores e empresas conseguem colocar
produtos no mercado a um preço competitivo. Nestas circunstâncias, a produção pode
aumentar, planos de investimentos podem ser implementados e empregos podem ser
gerados. No final das contas, o aumento da competitividade é o fator primordial que
sustenta a criação de empregos.

5 Por que é importante a harmonização tributária?


A harmonização tributária e, mais geralmente, a coordenação das políticas
macroeconômicas se fazem cada vez mais importantes, em particular com maior grau de
mobilidade dos fatores de produção (capital e trabalho). No interior de blocos econômicos,
onde a mobilidade do capital e mesmo do trabalho é grande, a importância se transforma
em exigência. Bitributação e cargas tributárias muito distintas tendem a provocar migração
das atividades produtivas para o país, com o tratamento tributário mais favorecido, com
efeitos sobre a produção.

Evolução da Carga Tributária e Superávit Primário


% do PIB
Fonte: IBGE e Banco Central.
ção, o emprego e até mesmo sobre a arrecadação tributária. Importante ainda é destacar
que, quando as obrigações tributárias são muito díspares, o custo de transacionar com
agentes externos pode se mostrar significativo, podendo levar as empresas a adotarem a
estratégia de negociar exclusivamente no mercado doméstico, perdendo oportunidades de
gerar aumentos de produção e emprego.

6 Como fica o federalismo? Estados e Municípios vão perder com a reforma?


O exercício do poder de tributar por ente da federação, tal qual delineado pelo sistema
tributário brasileiro, leva a uma distribuição bastante desigual da arrecadação tributária. A
União arrecada 66% de toda a carga tributária, os Estados 28% e os municípios 5%. No
entanto, o que conta para o exercício do federalismo é a quantidade de recursos
disponíveis vis à vis os encargos atribuídos a cada ente da federação. Nesse aspecto, a
receita líquida se distribui menos heterogeneamente e, na distribuição de encargos definida
pela Constituição
Federal de 1988, o peso maior fica com a União. Como parâmetro, pode-se estabelecer
que, caso a reforma tributária não seja antecedida de uma redefinição de competências, o
novo sistema tributário deve garantir, pelo menos, a princípio, a mesma receita líquida a
cada ente da federação. Quem arrecada o quê é uma questão muito mais associada à
facilidade e vocação para arrecadar e fiscalizar do que do federalismo propriamente dito.

Distribuição da Carga e Receita Disponível - 1997


Tributos/Governos R$ milhões % do % do correntes PIB Total

Por Níveis de Governo 253313 29,20


União 168313 19,42 66,50
Estados 71080 8,20 28,10
Municípios 13730 1,58 5,40

Receita Disponível 253123 29,20


União 142577 6,45 56,30
Estados 68432 7,90 27,00
Municípios 42115 4,86 16,60
PIB: R$ 866.723 Fonte: IPEA e BNDES.

7 Imposto de vendas a varejo é viável no Brasil?


Um imposto sobre o consumo incidente nas vendas a varejo tem vantagens sobre aquele
com a sistemática de débitos e créditos. Primeiro, porque não gera os problemas de
fronteira; segundo, porque as exportações e os investimentos são automaticamente
desonerados; por fim, porque confere uma desejável transparência ao sistema. A sua
viabilidade, no entanto, depende fundamentalmente de um nível de alíquota razoável. Para
qualquer imposto, alíquotas excessivamente altas sempre representam um estímulo à
sonegação. Por isso, a alíquota não pode ser elevada e a máquina de fiscalização deve estar
preparada para este novo tributo, recorrendo, por exemplo, a mecanismos mais
informatizados de controle.
A substituição do ICMS por um imposto de vendas a varejo deve ensejar alguma
redistribuição da carga tributária entre os Estados. Isto não significa, no entanto, que a
distribuição da receita disponível deva ser alterada pela presença deste imposto, a menos
que assim se deseje.

8 Qual o papel do sistema tributário como instrumento de justiça social e distribuição


de renda?
O sistema tributário deve ser justo. A carga tributária imposta a cada agente deve estar de
acordo com a sua capacidade de contribuição.
Em outras palavras, o sistema deve conceder tratamento igual aos iguais e desigual aos
desiguais. A racionalidade econômica, no entanto, impõe algumas restrições à
diferenciação, no sentido de que um excesso de estratificação ou um tratamento muito
desigual pode ter efeitos perversos sobre o sistema econômico. Por exemplo, alíquotas
marginais muito altas para faixas de renda elevada podem levar à migração de preciosos
recursos humanos para além das fronteiras brasileiras. De toda forma, este princípio
deveria levar a uma diferenciação fundamentalmente no âmbito do imposto de renda.
Em relação aos produtos, a única discriminação recomendável seria em relação à cesta
básica. Qualquer outra leva à ineficiência alocativa sem benefícios visíveis à justiça social.
Tanto mais neutro é um sistema tributário, tanto melhor ele é. É, portanto, pelo lado do
gasto público que se deve buscar a justiça social..

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, incidente sobre o


faturamento das empresas, a uma alíquota de 2%.
Contribuição sobre salários – Contribuição social sobre os salários, destinado ao
financiamento da Seguridade Social. Os empregadores contribuem para a previdência de
seus empregados à alíquota de 20% sobre o salário de contribuição, adicionalmente à
contribuição dos próprios segurados, inclusive do segurado empregado.

CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, de competência


federal, incidente sobre débitos em conta corrente, a uma alíquota de 0,2% sobre o valor
do lançamento.

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que se destina ao financiamento da


Seguridade Social, incidente sobre o lucro das empresas à alíquota de 8%. No caso das
instituições financeiras, a alíquota é de 18%.

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, composto por recursos aportados pelos
empregadores, a uma alíquota de 8% sobre os salários pagos.

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, de competência estadual,


incidente na circulação de mercadoria, nos serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, nos serviços de comunicação e na importação de mercadorias e serviços,
sobre o valor adicionado, com uma sistemática de débitos e créditos, com alíquotas
variando por Estado e pela essencialidade do bem.

II – Imposto sobre Importação, incidente sobre o valor da mercadoria importada, a


diferentes alíquotas de acordo com o bem ou serviço importado

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, de competência federal, incidente sobre o


valor adicionado ao longo da cadeia produtiva de produtos industrializados e sobre a
importação desses produtos, sobre uma base consumo, com alíquotas variando de acordo
com a essencialidade do bem.

Glossário.
IR – Imposto de Renda, englobando o imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ), da
pessoa física (IRPF) e o imposto de renda retido na fonte (IRRF). A alíquota do IRPJ é de
15% e a parcela acima de R$ 240 mil sujeita-se à incidência de adicional à alíquota de
10%. O IRPF incide sobre a renda pessoal com alíquotas progresssivas em três faixas
distintas.
O IRRF apresenta diversas alíquotas em função do rendimento e da operação. No caso das
empresas tributadas com base no lucro real, o IRRF é mera antecipação do IR devido, e
nos demais casos a tributação é definitiva, inclusive sobre operações de remessa de
recursos ao exte-rior.

ISS – Imposto sobre Serviços, de competência municipal, incidente sobre a prestação de


serviços em diferentes alíquotas.

PIS/PASEP – Contribuições para o Programa de Integração Social e Programa de


Formação de Patrimônio do Servidor Público à alíquota de 0,65% sobre a receita
operacional bruta das empresas e à alíquota de 1% sobre a folha de salários das entidades
sem fins lucrativos.

Simples – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das


Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, pelo qual se aplicam percentuais fixos sobre
a receita bruta mensal em substituição ao IRPJ, a CSLL, a COFINS, o IPI, o PIS e a
Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, no caso de terceirização
de serviços.

AFONSO, José Roberto Rodrigues. Estrutura tributária brasileira e


federalismo fiscal. Rio de Janeiro : BNDES, [1998?]. 49p.
–––––––––––––––
Carga tributária bruta global estimada para 1997. Rio de Janeiro : BNDES, [1997?].
A CARGA tributária e a competitividade da indústria brasileira. Rio de Janeiro : CNI,
DEC, 1991. 23f. (Estudos Econômicos, Confederação Nacional da Indústria,
Departamento Econômico, 1991).
ECONOMIA brasileira: desempenho e perspectivas. Rio de Janeiro:
CNI, PEC, jun.1998. 44p. Edição especial do Informe Conjuntural, jun.1998.
ESTUDO da competitividade. São Paulo : ABIQUIM, dez.1997.
PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS : PNAD/96.
Rio de Janeiro: IBGE, 1996.
VARSANO, Ricardo, AFONSO, José Roberto Rodrigues, ARAUJO, Erika Amorim et al.
Uma análise da carga tributáriado Brasil : evolução recente e comparações
internacionais.
Rio de Janeiro : IPEA; BNDES, [1998?].

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