Ano I - Edição 001 - Março 2010

“E toda terra se encherá do

conhecimento do Senhor, assim como
as águas cobrem o mar”. (Isaías 11:9)

O decreto
não cumprido

O regente capital
Capital ou simplesmente
dinheiro. Assunto que
aborda as quatro esferas
fundamentais de
uma sociedade
O efeito 'Avatar'
O paradoxo entre a E mais...
mediocridade
humana e a • Apocalipse Now
abundância divina • O epicentro de todos os tremores
• A soberania da vida
 EDITORIAL Apresentação
Profecia. Algo de valor inestimável. Fator
determinante. Decreto absoluto. Crucial na
formação e no desenvolvimento da humanidade.
EXPEDIENTE Antes da existência do ser humano, houve a profecia
divina: “façamos o homem a nossa imagem,
EXPEDIENTE

Operações Estratégias: conforme a nossa semelhança”. (Gênesis 1:26). Fato

Jairo Salles - revistaprofecia@gmail.com que fundamentava a abundância e a plenitude
Editoria: vividas pelo homem e pela mulher, até o surgimento
Matheus Viana |editorial.revistaprofecia@gmail.com
de uma fatalidade chamada pecado.
Consultoria Comercial:
Flávio Alves | comercial.revistaprofecia@gmail.com
Ordem e Progresso. Muito mais do que expressões
Divulgação e Marketing: que estampam a bandeira de nossa “pátria amada
Carolina Alves, Cristiane Salles e Patrícia Toledo Viana Brasil”, são sentenças estabelecidas sobre um povo.
Projeto Gráfico: No entanto, por que não desfrutamos destes
Moysés Moraes | moyses_moraes@terra.com.br atributos tão importantes e desejados? Por que
Impressão: estamos tão distantes desta realidade?
Brussegraf - Gráfica e Editora Estas são algumas das indagações que esta edição
Tiragem: visa, ousadamente, confesso, responder.
1000 exemplares Analisaremos o papel da profecia no estabe-
lecimento da ordem e da linear manifestação do
A Revista Profecia é um veículo que visa oferecer
informações e reflexões. Ser uma voz do clamor por
progresso. Veremos os desdobramentos do ônus
uma cidadania digna. A Revista Profecia não tem causado pela fracassada tentativa humana em
responsabilidade nos anúncios e informes querer provar do progresso sem o exercício da
publicitários. ordem, cuja carência se dá por não se atentar ás
profecias já decretadas.
No princípio, a inobservância ás profecias divinas
culminaram em desordem. O ser humano banalizou a
ÍNDICE profecia que dizia que a desobediência traria sérias
consequências. Como efeito colateral, perdeu o direito
de viver a vida abundante que Deus lhe concedera. A
Terra foi amaldiçoada. O caos veio á tona.
Ordem e Progresso 4 Todavia, há um decreto divino sobre a humanidade:
O pseudo-desenvolvimento social 6 “De fato, o Elias virá e restaurará todas as coisas”.
Isto é Brasil 8 (Evangelho segundo Mateus 17:11). Que se
ÍNDICE

cumprirá na medida em que nos submetermos a ele.

Ditadura educacional 10 A revista PROFECIA fará a parte que lhe cabe. Ao ler
O regente capital 12 suas páginas e refletir sobre as análises
A última cartada 14 apresentadas, o leitor – um profeta em potencial -
Democracia paralela 15 será convencido do seu dever: observar as profecias
e disseminá-las. Uma delas diz: “Não vos conformeis
Apocalipse now! 16 com este século. Mas transformai-vos pela
O epicentro de todos os tremores 18 renovação de vossa mente para que experimenteis
Terremoto da alma 19 qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de
Ao vivo e a cores 20 Deus”. (Romanos 12:2). O cumprimento do decreto
chamado ‘Ordem e Progresso’ depende disso.
O direito fundamental do internauta 24
Um Jesus alternativo 26 Boa leitura
O efeito Avatar 28
A soberania da vida 30 Matheus Viana

3
 Matheus Viana
CAPA
Ordem e Progresso
O clamor de um povo, o decreto de uma nação,
a esperança da sociedade
Ordem e Progresso. Expressões
estampadas no centro da bandeira da
República Federativa do Brasil. Elementos
fundamentais para a existência e o
exercício de uma sociedade em seu pleno
estado de excelência. Em todas as
esferas, não há progresso sem ordem.
Uma verdade inquestionável, mas que tem
sido severamente relativizada.
Tal princípio é vigente desde a eterni-
dade. As Sagradas Escrituras descortinam
a origem do mundo e da humanidade com
a seguinte narrativa: “No princípio, criou
Deus os céus e a terra”. (Gênesis 1:1).
Contudo, com a trágica rebelião do “filho
da alva”. (Isaías 14:12) e sua consequente
queda, surgiu o caos e o estabelecimento em colapso, dando origem a uma devasta-
da realidade narrada no versículo posterior dora desordem. O caráter do ser humano
“Era a terra sem forma e vazia; trevas sofreu um intenso processo de degradação
CAPA

cobriam a face do abismo, e o Espírito de (Jeremias 17:9) e a terra foi amaldiçoada

Deus se movia sobre a face das águas”.
(Gênesis 1:2).
Esta é uma sucinta, porém profunda
descrição da desolação que acometia a
terra. No entanto, no mesmo livro bíblico
em que nos deparamos com o caos total
descrito no capítulo um, nos deslumbra-
mos com as delícias do paraíso criado por
Deus para que a humanidade nele habitas-
se elucidada no capítulo dois. Duas
realidades completamente distintas. Um
progresso mais que notável. Contudo,
vemos que o elo entre estes dois adventos
foi a ordem divina que Deus estabeleceu
sobre a terra. (Gênesis 1:3-27).
Entretanto, a rebelião encontrou
espaço no coração do ser humano e sua
trágica queda foi inevitável. Com isso, a
inefável e gloriosa ordem de outrora entrou
(Gênesis 3:17). O primogênito de Adão,
Caim, assassinou seu irmão Abel como
consequência de não honrar a Deus,
segundo a honra que lhe era (e é) devida, e
sentir-se rejeitado. O efeito colateral da
vileza perpetrada no âmago da humanidade
em virtude da rebeldia do homem para com
seu Criador.
Após milhares de anos, mas já predes-
tinado desde a eternidade (Apocalipse
13:8), Jesus veio á terra como homem para
colocar ordem na essência humana e
propiciar seu progresso “até que todos
alcancemos a unidade da fé e do conheci-
mento do filho de Deus, e cheguemos á
maturidade, atingindo a medida da plenitu-
de de Cristo”. (Efésios 4:13).
O homem antes da queda resplandecia
em seu corpo a essência e a vida do

4

Criador, pois fora formado á Sua imagem
e conforme a Sua semelhança (Gênesis
1:26-27). Imagine comigo se você, sem a
mínima noção de vida e de existência do
cosmo ou de qualquer outra coisa, fosse
gerado, já na fase adulta, com um
desenvolvido e maduro corpo de homem.
Ao abrir seus olhos, depara-se revestido
com artifícios e atributos ao qual nunca
vira ou conhecera antes, pois, simples-
mente não existia até então. Além de tal
impacto e surpresa, vê esse corpo
revestido de carne humana proveniente
do pó da terra e transbordado pela
transcendental, metafísica e resplande-
cente Glória a qual também nunca vira ou
conhecera, como você se sentiria?
Completamente atordoado, com certeza!
Tal descrição visa te aproximar o máximo
possível (ainda que tal tentativa, apesar
de ousada, seja mui ínfima) do verdadeiro
sentimento que acometeu o homem
neste momento sublime (Gênesis 2:7).
Ele não tinha a mínima noção de nada.
Apenas passou a existir de forma repenti-
na ao receber a essência do próprio
Criador. No entanto, o que o fez ter a plena
certeza e convicção de que era 'o
homem', a coroa suprema de toda a
criação?
Ele não era Deus, mas rompeu o
horizonte da existência humana manifes-
tando a plenitude da semelhança divina e
vivendo conforme á Sua imagem. Viu
neste súbito e primário momento o
próprio Deus e, como a Bíblia descreve
seus atributos divinos, ele pôde compará-
los com o Supremo Criador, ou seja, com
a teofania do próprio Jesus. O homem viu
a Jesus, o comparou consigo e então viu
que era a exata imagem do Criador.
Este é o progresso que Deus deseja
que o ser humano viva. No entanto,
precisamos nos submeter á Seu processo
de ordem que começa com nossa reconci-
liação para com Ele (II Coríntios 5:17).
5
CAPA
O contexto atual
Ao meditarmos na narrativa de
Gênesis sobre o caos que acometia a
terra, vemos que ele é completamente
atual. Como temos feito ao longo deste
três anos do blog PROFECIA, analisare-
mos e refletiremos sobre os fatos oriundos
da realidade nua e crua que nos assola.
Como Isaías, muitos anos depois do
relato de Gênesis e muitos anos antes de
nós, descreveu, eis que as trevas cobrem
a terra e a escuridão os povos (Isaías
60:2). Todos os dias vemos o desdobra-
mento desta verdade. A violência dissipa
de maneira trágica a luz da alegria e da
vivacidade de muitas famílias, dando
origem ás trevas do luto, do terror e do
medo. A corrupção e o uso ilícito do poder
dissipam a luz da esperança por paz e
justiça, fazendo pairar sobre a sociedade a
nuvem negra do vitimismo, da letargia, da
comodidade e do desespero.
Há muitos mais fatos que compro-
vam a tenebrosa desolação que acomete
a humanidade. Alguns dizem que temos
tido progresso. Contudo, são ínfimos
perto daquele que é oriundo da ordem
que Deus deseja instituir sobre a terra,
descrita na profecia declarada por meio
do profeta Isaías; “Eis que farei uma
coisa nova, e, agora, sairá a luz, porven-
tura não a sabereis? Eis que porei um
caminho no deserto e rios no ermo”.
(Isaías 43:19).
Se somos, de fato, brasileiros que
amam nossa “pátria amada”, precisa-
mos fazer vigorar o decreto estabelecido
sobre o âmago da nação. Submissão á
plenitude da ordem divina, a fim de que
venhamos experimentar o progresso que
ultrapassa o limiar da utopia e evade a
esfera da realidade...

CAPA
O pseudo-desenvolvimento
As implicações da filosofia que cultua a pobreza e a
‘síndrome do coitadismo’ peculiares dos brasileiros
Na noite de 03/11/09, uma terça-feira,
assisti ao programa Entrevista Record
Atualidade apresentado pelo jornalista Paulo
Henrique Amorim. O entrevistado foi o
ministro do Desenvolvimento Social, Patrus
Ananias, que falou sobre o Bolsa Família.
Em um jornalismo claramente tendencio-
so, Amorim disparou perguntas propícias para
o discurso eleitoreiro de Ananias. Ou seja, um
“talk show” que mais pareceu propaganda
eleitoral antecipada.
Duas semanas depois, o programa Roda
Viva, exibido pela TV Cultura e apresentado
CAPA
pelo conceituado Heródoto Barbeiro, sabati-
nou o presidente do PPS Roberto Freire. O fato,
como posso dizer, inusitado é que, com seu
discurso prolixo e inverossímil ele é, a
exemplo do partido, considerado oposição do
governo. O que define bem o atual espectro
político brasileiro. Um partido que declara ser
militante do socialismo marxista é a atual
“oposição” do PT que gerencia o Foro de São
Paulo, principal organização esquerdista da
América Latina.
Amorin chegou a fazer a seguinte obser-
6
Matheus Viana
social
vação: “É verdade, Patrus, que você foi a
algumas redações para ver o que os jornais
andavam falando sobre o Bolsa Família, e o
que ouviu foi que você é considerado um
ministro que governa para os pobres?”. Com
um delírio comunista estampado em sua face,
Amorim contemplou – o verbo é pertinente ao
sujeito - Patrus Ananias utilizando uma
retórica inócua. O mesmo discurso de
sempre: “o bolsa família é o programa social
reconhecido internacionalmente e que
promove ao pobre a inclusão social”.
Afirmação que define bem a filosofia socialis-
ta: que o pobre, embora usufrua a plenitude
de seus direitos, nunca deixe de ser pobre.
É claro o intento clientelista do Bolsa
Família. Angariação de votos mascarada com
contornos “democráticos” e de cunho social. O
que explica o alto índice da popularidade do
governo lulista. O necessitado precisa sim, de
alimento. Mas também de educação e de
investimento para que sua dignidade, em todos
os aspectos, seja desenvolvida. Não basta a
criança e o adolescente, por exemplo, frequen-
tarem a escola com uma educação precária e
com uma pedagogia ne-
fasta. Não se pode apenas
encher a barriga de alguém
sem lhe propiciar as demais
infraestruturas necessárias
como saúde, emprego,
segurança e habitação.
Faço as afirmações
acima com conhecimento
de causa. Acompanho há
quinze anos – por um certo
período atuei ativamente - o
trabalho social exercido
junto á pessoas de baixa
renda em um bairro da
periferia de Ribeirão Preto,
O ministro do desenvolvimento
social, Patrus Ananias: que o pobre
tenha orgulho de ser pobre

interior de São Paulo. O Projeto Criação, como
é conhecido, hoje conta com vários cursos
profissionalizantes e com reforço escolar
para alunos do ensino fundamental. Como
legado, proporcionou conhecimento e
capacitação profissional a centenas de
pessoas que, com os diplomas adquiridos
nestes cursos, estão no mercado de trabalho
e conseguiram, contra a inércia da socieda-
de, ampliarem consideravelmente suas
rendas. E tudo isso, espantem-se, sem o
auxílio do Bolsa Família! Currículo primoroso
de um trabalho que começou com a distribui-
ção gratuita de sopa.
Porque o Ministério do Desenvolvimento
Social, com toda a estrutura que lhe está
disponível, não realiza um trabalho semelhante
ao invés de apenas fomentar o uso exclusivo do
Bolsa Família? O fato de que o verdadeiro
desenvolvimento social consiste em desenvol-
vimento intelectual e de capital. Elementos
considerados exclusivos da “burguesia” pelos
CAPA
devotos do marxismo.
O desenvolvimento intelectual do ser
humano o despertará do engano causado pela
falaciosa política “social democrática”. O
capital, do engodo assistencialista de progra-
mas como o Bolsa Família. Adventos que
ocasionariam na ruptura da grande massa da
baixa renda com o elo lulista. Este é o maior
medo dos “companheiros”.
Jesus disse certa vez em seu sermão do
monte; “Bem aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque serão saciados”.
(Evangelho segundo Mateus 5:6). Estas são as
maiores necessidades que o ser humano busca
e que somente serão supridas com o estabele-
cimento pleno do Reino de Deus que consiste
em paz e justiça (Romanos 14:17). E que não
serão, de maneira nenhuma, saciadas com
míseros auxílios assistencialistas, mesmo que
sejam reconhecidos pela ONU (Organização
das Nações Unidas). Fato que merece uma
análise á parte...
 Matheus Viana
CAPA
Isto é Brasil!
As peculiaridades de um sistema de desenvolvimento social
oriundo de um severo subdesenvolvimento moral

Isto é Brasil. Este fato

ocorreu no ano passado,
mas sua elucidação é
completamente pertinente.
Os nomes dos protagonis-
tas serão ocultados, porém
a veracidade do episódio
plenamente preservada.
Um indivíduo na faixa etária
infanto-juvenil conseguiu,
por meio de um agente
social, uma vaga de estágio
remunerado sob a interme-
diação de uma conceituada
agência de estágios e
CAPA

empregos. Um dos requisi-

tos era que o candidato
estivesse cursando o pri-
meiro ano do ensino médio.
No entanto, o jovem em
questão reprovou o último ano do ensino
fundamental, mesmo com o método “evoluti-
vo” da progressão continuada, por ausência
excessiva ás aulas. Contudo, isso não foi
empecilho para que o mancebo preenchesse a
vaga. Com a insurgência - o termo aqui é
completamente pertinente, explicarei porque
– do agente social, o famoso e comum
‘jeitinho brasileiro’ entrou em ação.
A artimanha? Atendendo a solicitação do
agente, a instituição educacional onde o
adolescente estuda emitiu um atestado de
que ele, o aluno ‘fulano de tal’, concluiu com
“êxito” o ano letivo e foi “aprovado”. Foi o
grande ganhador do kit 3 em 1: carta de
auforria do enfadonho ensino fundamental,
passaporte para o ensino médio e, o fator
preponderante de nossa análise, a “efetiva”
inclusão social, uma vez que agora ele pode se
dizer empregado.
Muitas coisas devem ser analisadas neste
espécie de “progresso” que vem sendo
estabelecido sobre a sociedade tupiniquim,
principalmente no que tange ao contingente
infanto-juvenil. Este fato ilustra a verdade de
que toda medida que relativiza a ordem,
chegando muitas vezes ao absurdo de
banalizá-la, compromete, e muito, o tão
desejado progresso em qualquer área.
O primeiro ponto é a credibilidade e a
didática usada do (ou da) agente social em
seu ofício. Com tal “perspicácia” este emitiu
ao jovem o seguinte sofisma: para tudo dá se
um jeito a fim de não convivermos com as
consequências de nossas escolhas.
O horizonte de uma oportunidade imperdível
foi traçado diante do jovem. No entanto, para fazê-
lo trilhar a fim de lograr o desejado êxito, este
agente fez uso da filosofia inadequada e equivoca-
da de que os fins justificam os meios. Agiu de
acordo com o seguinte adágio: o sistema social
promovido pelo Estado, pronto a socorrer quando
necessário, irá providenciar meios para que o
indivíduo não lide com o ônus de suas atitudes.

8
 CAPA

Vocês acreditam, caros e respeitáveis difundido nas escolas públicas. E este indivíduo,
cidadãos, que o governo brasileiro oferece segundo a instituição educacional que fornece e
ajuda financeira – além do repasse oriundo avalia – pelo menos deveria – sua formação
do contribuinte – para os presidiários? Pois intelectual básica e o agente de formação social,
é! Veja que absurdo chegamos! É o tal do está “pronto” para o mercado de trabalho. Com
auxílio-reclusão. Ficou chocado? Com isso, tornou-se mais um em meio ao vasto contin-
dúvidas? Ressabiado? Bem, veja o que diz o gente que forma a PEA (População Economica-
site da Previdência Social sobre o referido: mente Ativa) e gera o “desenvolvimento” da nação.
"O auxílio-reclusão é um benefício devido Tomando este método como premissa, tente
aos dependentes do segurado recolhido à imaginar comigo – se é que você consegue, pois
prisão, durante o período em que estiver confesso que não sou capaz de ser otimista o
preso sob regime fechado ou semi-aberto.". bastante – a qualificação profissional vigente no
Sobre isso, prometo, comentarei em outra mercado daqui há alguns anos. Calma! 2012 está
oportunidade. Pois isso merece uma análise próximo, mas ainda não é o fim do mundo.
acurada, não é verdade? Embora desenvolver a imaginação que aqui
Cito a participação estatal na fomentação solicito possui, reconheço, contornos catastrófi-
do banditismo para falar sobre a “benesse” de cos no tocante ao progresso de nossa sociedade,
providenciar meios para aplacar a ira dos precisamos crer na profecia de que todas as
efeitos colaterais dos equívocos realizados coisas serão restauradas (Evangelho segundo
pela esmagadora maioria dos jovens brasilei- Mateus 17:11) por meio daqueles que estão
ros que, em alguns casos, desfrutam do apoio dispostos a proclamar a mensagem que estabele-
maciço e inconsequente de agentes sociais. ce a ordem consequente do Reino dos céus e o
Outro ponto é a credibilidade do sistema progresso que dela emana...
educacional brasileiro. Burlar um documento
com a “honrosa” intervenção de propiciar a
inclusão de um jovem que não comparecia as
aulas no mercado de trabalho. Que progresso
social esse, não? Um jovem não precisa mais
estudar para uma vaga de emprego alcançar.
Parece rima de poesia. Mas trata-se do
enredo que elucida o samba que tem definido
o compasso da esfera pedagógica e social de
nossa nação. Para os que têm disposição – ou
são obrigados pelos pais - a frequentarem a
escola, o sistema falível da progressão
continuada propicia ao aluno a liberdade em
relação ao jugo do encargo educacional.
Aprender com responsabilidade, solidez,
diligência e qualidade é considerado pelos
socialistas totalitarismo estudantil. Resquício
da ditadura militar. Dogma de direitistas e
conservadores. O que importa, de fato, são os
primores do socialismo que promove um
progresso fútil e superficial camuflado por um
progresso inócuo. No caso deste jovem, um
mero exemplo da realidade que permeia toda a
nação, nos deparamos com a “conclusão” do
ensino fundamental sem frequentar as aulas,
ou seja, sem receber o “ensino de qualidade”

9

EDUCAÇÃO
Ditadura educacional
As artimanhas do atual sistema brasileiro que visa a
sumária doutrinação de jovens e crianças
O maior instrumento para o estabeleci-
mento de uma democracia ou qualquer outro
tipo de liberdade salutar é o conhecimento. No
EDUCAÇÃO
entanto, o contrário também é verdadeiro. Sua
carência é a chave para a ardilosa doutrinação
da sociedade de modo a ser passível a
qualquer tipo de totalitarismo.
O mais triste de tudo isso é que atualmen-
te, em plena era chamada de “democrática”,
vemos uma sórdida empulhação e barbárie
intelectual promovida pelo Estado chamada
‘progressão continuada’ privando os alunos
brasileiros ao acesso á educação de qualida-
de. E isso, não se engane, caro brasileiro, não
é resultado de investimento escasso na
educação por falta de verba pública, mas de,
muito mais do que má gestão, algo minuciosa-
mente arquitetado.
A tática do governo é simples: fazer com
que o estudante brasileiro passe pelos
ensinos fundamental e médio totalmente
desprovido de qualquer conhecimento
acadêmico, - por mais básico que seja - ter
sua vaga na faculdade assegurada pelos
programas de “inclusão social” como ProUni
e o sistema de cotas raciais e, na sala de
aula, ser uma mente pronta para receber a
doutrinação marxista e as premissas do
humanismo ministradas pelos professores
devotos a tais ideologias. Onde, desnutrido
em seu exercício
intelectual, não
questionará as
filosofias ali apre-
goadas. Pelo con-
trário, as receberá
como o mais ilumi-
nado dos saberes.
O que fará com que
10
Matheus Viana
estes princípios tornem-se para ele verdades
absolutas.
“As classes e as raças, fracas demais para
conduzir as novas condições de vida devem
deixar de existir. Elas devem perecer no holoca-
usto revolucionário”, proclamou Karl Marx. É
exatamente isto: um holocausto ideológico
revolucionário que tem sacrificado o direito á
educação da classe estudantil brasileira.
Há milênios atrás, o profeta Oséias
verbalizou o clamor divino: “o povo se perde por
falta de conhecimento”. (Oséias 4:6). Esta é a
realidade que este movimento visa estabele-
cer. Que a população seja sucumbida pelo
método marxista. Já parou para analisar o
porquê de professores da rede pública de
ensino receberem remuneração tão baixa e,
além disso, não serem supridos de materiais
didáticos de qualidade? Isso é obvio! O dinheiro
que deveria ser usado para este fim é investido
em cartilhas que, sob o pretexto da educação
sexual, são de conteúdos pornográficos,
desprovidos de qualquer pudor e que fomentam
todo tipo de degradação moral e comportamen-
tal a alunos, pasmem, a partir de 8 anos.
O ensino da homossexualidade nas
escolas como algo natural do ser humano já é
uma realidade. Por isso, querem aprovar uma
lei que impede os pais e demais educadores
de pleitearem pela preservação dos princípios

salutares de família e de sociedade. Não
apenas isso, querem, além de impedí-los,
transformá-los em criminosos.
Grande parte da responsabilidade deste
descalabro educacional, moral e, consequen-
temente, social é da Igreja. Pois ela foi
instituída por Jesus na terra para ser a
resposta ao clamor da humanidade (Romanos
8:19). É louvável a iniciativa de algumas
denominações em abrirem escolas para a
disseminação de uma educação alicerçada
nos princípios que a pedagogia vigente visa
perverter. Não me refiro aqui a ensinos
religiosos. Pois a sociedade não precisa
aprender doutrinas e sim cidadania e precei-
tos básicos de moralidade que possam
repercutir na sua própria transformação e
restauração. Além disso, este ensino precisa
ser acessível a todos, de modo a confrontar-
mos a banalização intelectual – altamente
proposital – promovida pelo Estado.
EDUCAÇÃO
Jesus disse: “Se o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres”. (Evangelho
segundo João 8:36). Um povo verdadeira-
mente livre é aquele que porta o conhecimen-
to. Não apenas o intelectual, mas o conheci-
mento que a Bíblia relata; “Examinais as
escrituras, pois elas de mim testificam”.
(Evangelho segundo João 5:39). Conhecer
Jesus em Sua plenitude é conhecer o Reino
dos Céus. Um método de governo - que não se
resume em um mero regime político, econô-
mico ou social – totalmente contrário a
qualquer espécie de totalitarismo e imune de
qualquer subversão, por mais ínfima que seja.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”.
(Provérbios 9:10).
“A intimidade do Senhor é para aqueles que o
temem, aos quais fará conhecer Sua aliança”.
(Salmo 25:14).

VALORES
O regente
capital
O amor ao dinheiro e seus efeitos colaterais
Capital ou simplesmente dinheiro. Assunto
VALORES
que aborda as quatro esferas fundamentais de
uma sociedade: espiritual, moral, política e
social. Jesus falou acerca dele sob estas quatro
perspectivas.
Espiritual quando disse “Ninguém pode
servir a dois senhores; pois odiará um e amará o
outro, ou se dedicará a um e odiará a outro. Vocês
não podem servir a Deus e ao dinheiro.” (Evange-
lho segundo Mateus 6:24).
Moral quando em resposta ao seu
discípulo Judas que, segundo a Bíblia, propôs;
“Por que este perfume não foi vendido e o
dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos
denários. Ele não falou isso por se interessar
pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo
responsável pela bolsa de dinheiro, costuma-
va a tirar o que nela era colocado”. (Evangelho
segundo João 12:6), disse “Deixa-a em paz;
que o guarde para o dia do meu sepultamento.
Pois os pobres vocês sempre terão consigo,
mas a mim vocês nem sempre terão”.
(Evangelho segundo João 12:7).
12
Matheus Viana
Politica quando interrogado pelos fariseus
no tocante ao pagamento do imposto ao
império romano respondeu “... dêem a César o
que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
(Evangelho segundo Lucas 20:26).
E social quando aconselha o jovem rico que
lhe indagara sobre como receber a vida eterna
“... Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro
aos pobres”. (Evangelho segundo Lucas 18:21).
Há muitas literaturas e ensinos sobre
finanças. Contudo, a esmagadora maioria não
aborda estes aspectos. Nos Evangelhos, vemos
que Jesus elucida o ensino sobre dinheiro na
ordem citada acima. Por que? O apóstolo Paulo,
anos mais tarde, exorta seu discípulo Timóteo;
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males”. (I Timóteo 6:10). Tal afirmação possui
sua base nos ensinamentos de Jesus.
Seu primeiro ensinamento foi sobre o fato de
servirmos ao dinheiro. No entanto, não abordou
somente o prestar serviço, mas o ser devoto a
ele. Na contramão da filosofia que rechaça
qualquer atributo de caráter metafísico dissemi-
nada por Nietzche e que ecoa na
mente de ateus, toda devoção,
ainda que seja a algo natural, tem
sua origem na esfera espiritual.
A primeira afirmação de
Jesus proferida em seu sermão da
montanha foi “Bem-aventurado os
pobres de espírito, porque deles é o
Reino dos céus”. (Evangelho
segundo Mateus 5:3). Esta era uma
confirmação de sua missão
revelada por ele quando pregava
em uma sinagoga na cidade de
Nazaré; “O Espírito do Senhor é
sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres...”. (Evange-
lho segundo Lucas 4:18). Que, na
verdade, era o cumprimento da
profecia decretada por intermédio
do profeta Isaías (Isaías 61:1).
No entanto, muito mais do que
 VALORES

o reconhecimento de nossa miserabilidade em regente da sociedade pós-moderna.

relação á soberania divina, Jesus queria nos ensinar Todo o descalabro causado pelo dinheiro é
sobre quem realmente é alvo de Seu reino: os oriundo da nossa devoção a ele. No entanto,
pobres de espírito. A pobreza espiritual é o epicentro devemos evitar os dois extremos: um que o coloca
da pobreza humana em todos os outros aspectos. E como supremo objeto de culto e outro que o demoni-
esta, consiste em, além de sermos pobres, za. Estes dois pólos - o capitalismo e o marxismo –
permanecermos nela sem reconhecê-la e, com estão em constante confronto. Todavia, exatamente
isso, rejeitando a intervenção divina que nos foi na dicotomia existente entre eles, há o iminente
oferecida. estabelecimento do Reino dos Céus.
A partir do momento que o nosso espírito é Somos cientes dos males causados pelo
corrompido, uma reação em cadeia acontece. capitalismo extremo ou qualquer outro comporta-
Nossa moral é deteriorada (Jeremias 17:9), mento, sistema econômico ou regime político que
corrompendo a política e comprometendo toda a atribua ao dinheiro um valor absurdamente acima de
sociedade (Isaías 60:2). tudo e todos. Contudo, usando este artifício de
Para compreendermos o ciclo da degradação maneira ardilosa e sob o preceito de extinguir o hiato
humana, usaremos como exemplo a saga de Judas. entre a burguesia e o proletariado, Karl Marx, o
O drama vivido por ele que culminou em seu suicídio criador do regime político mais genocida do planeta,
começou no fato de não observar o primeiro articulou mecanismos que visam dilacerar a
mandamento de Jesus: o de não servir ao dinheiro. moralidade de toda uma sociedade. Seu propósito?
Judas era um dos doze discípulos mais Que ela seja sucumbida e dominada pelo motim
próximos de Jesus. Acompanhou de perto os chamado de ‘movimento revolucionário’ que,
ensinamentos, os milagres e todo o desdobra- gradativamente, tem corroborado para a degradação
mento do ministério do Mestre. No entanto, a qual somos reféns...
mesmo assim não deixou de ser submisso ao
seu extremo apego ao dinheiro. A narrativa
bíblica é clara quando descreve sua personalida-
de: um ladrão que, responsável pelas finanças de
Jesus, tirava para si o que era arrecadado.
O fator preponderante que resultou na
depreciação moral de Judas foi sua miséria
espiritual em não reconhecer Jesus, o filho de
Deus a quem seguia, como senhor da sua vida
acima do materialismo que nutria em sua alma.
Esta mesma inobservância foi o epicentro da
crise econômica deflagrada no ano passado e
que deixou sérios resquícios os quais temos
convivido. Não foi apenas um mero colapso do
sistema capitalista, mas a pobreza espiritual
instalada no coração do homem que o faz ser
dependente e absurdamente devoto ao capital.
O sistema econômico mundial vigente prega e
dissemina a seguinte filosofia: o dinheiro como
centro de todas as coisas. Logicamente, não serei
incoerente em ignorar o fato de ele ser necessário
para o sustento e suprimento de nossas necessi-
dades, além de um importante agente de desen-
volvimento em todas as quatro esferas aqui
analisadas. Contudo, ele não pode, de maneira
nenhuma, reger nossas vidas de forma absoluta.
Todavia, tem sido exatamente ele o soberano

13

POLÍTICA
A última cartada
A peça chave para a iminente
perpetuação do governo petista sobre a nação
O ano de 2010 terá atrações e eventos
inesquecíveis. A população do “país do futebol”
torcerá pela seleção canarinho em mais uma
Copa do Mundo, na expectativa do hexacampe-
onato. Contudo, deixando de lado a euforia
futebolística engendrada na alma de grande
maioria brasileira, 2010 é ano de eleições.
Essa, porém, de caráter extraordinário: não
contará com a presença de Lula como candida-
to. Algo inusitado. Pois em todas as eleições
disputadas depois das Diretas Já, Lula não
POLÍTICA
pleiteará um lugar no Palácio do Planalto.
Isso na teoria. Na prática, mesmo para os
menos informados sobre o espectro político
brasileiro, sabe-se que Dilma será, caso ganhe a
eleição – o que não é difícil acontecer – a
principal ferramenta para a tentativa de
perpetuação do governo petista no poder.
Embora ainda não seja apontada como a
favorita do povo pelas pesquisas de intenções
de voto, a evolução de Dilma, a candidata de
Lula, é notável. Para otimizar esta importante
alavancagem, contrariando todos os “gurus” do
marketing que transformaram Lula em um novo
protótipo, Dilma, conforme informou a IstoÉ,
não usará a imagem “paz e amor” do qual Lula
se apropriou, mas sim mostrará sua verdadeira
personalidade. O primeiro passo foi vir a
público, no fim do ano passado, sem a peruca
que usava para camuflar a queda de cabelo
oriunda da quimioterapia que combateu um
câncer linfático. Uma faca de dois gumes.
O primeiro gume é a tentativa maquiavélica
de sensibilizar a população. Uma antiga e
ardilosa tática eleitoreira integrante do mosaico
que iniciou na aparição ao lado do presidente
Lula em inaugurações de obras do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) em
diversos estados do país, cuja ênfase foi a
região nordeste, onde o PT é mais forte.
O segundo é a demonstração de sua forma
de governar: fazendo uso de sua austeridade.
14
Matheus Viana
Ou seja, a utilização do mesmo ímpeto que o
levou a se tornar uma guerrilheira, autora de
diversos atentados terroristas e lutar contra a
ditadura militar. Ímpeto que a torna implacável.
Uma ex-guerrilheira no poder. Algo,
infelizmente, possível de acontecer. Ainda não
começou – na teoria, é claro – a disputa presi-
dencial e Dilma já subiu mais de 10% nas
pesquisas de intenções de voto e encosta, cada
dia mais, em Serra, até o presente momento, o
preferido dos brasileiros.
Analisando o perfil de Dilma, é impossível
não traçar paralelos com Jezabel, rainha de
Israel no tempo do profeta Elias. Assim como
Jezabel subjugou o rei Acabe a fim de ditar as
regras do reino, Dilma, nas entrelinhas, nestes
anos em que atuou como ministra conseguiu a
façanha de ser a candidata de Lula, personagem
prestes a ser mitigado pela população brasileira.
A manipulação, no entanto, culminará
quando em 01 de Janeiro de 2011 se apossar do
trono da nação. Contudo, devemos nos recordar
das profecias. Jezabel perseguiu, em caráter de
morte, Elias e os profetas que vieram antes dele.
Jesus profetizou que Elias, o iminente ministério
profético que se levantará em pleno vigor,
restaurará todas as coisas (Mateus 17:11).
Uma perseguição que, de certa forma, já
começou, mas que ainda se intensificará...
 POLÍTICA
Democracia
paralela
“Eu acho que a Venezuela é uma democracia”. Esta
foi a afirmação feita pelo presidente Luiz Inácio ‘Lula’ da
Silva em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.
Paulo, edição do dia 19/02.
Depois de tirar emissoras de rádio e televisão do ar
por fazerem oposição ao governo, criar referendos
mudando a Constituição para perpetuar seu poder
prolongando o período de governo e criando uma
Ahmadinejad no Irã. Para Lula, Ahmadinejad
espécie de reeleição ilimitada, Hugo Chavez é conside-
foi eleito presidente da forma mais democrá-
rado por Lula um presidente democrático. Uma
tica possível, por meio das eleições diretas.
“democracia” que fere, de forma contundente, os
Mesmo que o resultado das urnas, até hoje, é
princípios de liberdade de expressão e que tem gerado o
fortemente contestado.
colapso econômico do país.
Diga-me com quem andas, e eu te direi
Tal afirmativa nada mais é do que o expressar de
quem és. Este ditado popular define bem a
seu intento governamental. Lula e a cúpula do PT
personalidade política de Lula, um mero
desejam estabelecer a “democracia” venezuelana, que
representante do PT e de uma classe revoluci-
tem como modelo a política exercida em Cuba pelos
onária muito bem articulada. Admirador do
gurus Fidel e Raul Castro, no Brasil. No entanto, como
caudilho venezuelano que não esconde seus
se trata de uma meticulosa e bem arquitetada estraté-
intentos ditatoriais, um dos mentores da
gia, tal estopim virá a tona no advento da possível
estratégia que visa o perpetuar do PT na
eleição de Dilma Rousseff á presidência da República.
presidência e aliado do facínora iraniano que
Durante a entrevista, Lula disse que não deseja voltar ao
deseja destruir o Estado de Israel. Abençoarei
poder em 2014. Também pudera! Contudo, vociferou
os que te abençoarem e amaldiçoarei os que
que Dilma, pela competência que possui, tem que
te amaldiçoarem (Gênesis 12:2). Concordem
exercer dois mandatos. Logo na primeira candidatura
ou não, este é o termo da aliança que Deus fez
da “companheira”, Lula já deixa claro o intento de que a
com Abraão, o patriarca hebreu. Por conse-
“mãe” do PAC dispute a reeleição. Ou seja, ele não
guinte, este é o decreto que Lula atrai sobre a
pretende voltar ao poder no ano da Copa no Brasil, mas
nação. Esta é a radiografia de nosso atual
pretende exercê-lo através da comparsa.
presidente e do iminente governo prestes a ser
O golpe de misericórdia foi a afirmação feita no
estabelecido no Brasil.
tocante á relação diplomática entre o Brasil e o Irã. “O Irã
Em contra-partida, precisamos usar o
não é o Iraque”, onde comparou o totalitarismo iraquia-
instrumento que esta tal de “democracia”, pelo
no de Saddan Hussein com a política linha-dura de
menos por enquanto, nos permite usar: a nossa
voz. O voto é apenas a consequência de nosso
clamor. À margem de toda sordidez política, no
deserto da cidadania, há um clamor, uma profecia
a respeito do surgimento da “Voz do que clama no
deserto”. (Evangelho segundo Lucas 3:4). Note
que não se trata do clamor da população, mas sim
a verbalização da voz do Criador que clama por
aqueles que têm fome e sede de justiça (Evange-
lho segundo Mateus 5:6). Que, segundo a
profecia, serão saciados. Todavia, o silêncio, a
passividade e a letargia transformarão nossa
conformidade em clausura, cujos desdobramen-
tos já temos experimentado. E, quando perceber-
mos, será tarde demais...
Lula e Ahmadinejad: diga-me com quem tu andas e te direi quem tu és

15

INTERNACIONAL
Apocalipse
A catástrofe natural que devastou o Haiti é a demonstração da
tragédia espiritual e moral que acomete o ser humano
Vimos por várias semanas o rastro de
destruição deixado pelo implacável terremo-
INTERNACIONAL
to que devastou uma nação. Estima-se o
exorbitante número de mais de 200 mil
mortos. A cobertura diária feita pelos
jornalistas de diversos países, que se
aglomeraram naquele pedaço do mundo até
então esquecido pela grande maioria,
evidenciou o caos, com seus muitos
aspectos irreversíveis, que assola a popula-
ção de Porto Príncipe, capital do Haiti.
A dura rotina ali enfrentada foi neste
período, entre muitas outras ações,
resgatar pessoas vivas debaixo dos
escombros. Presenciamos, ao vivo ou
como meros espectadores pela televisão
ou pela internet, verdadeiros e indiscutíveis
milagres. De lugares inóspitos e repletos de
ruínas, onde se esperava apenas a morte, a
vida eclodiu de maneira convalescente e
com severa debilidade, contrariando as
expectativas humanas e também da quase
inquestionável medicina.
16
Matheus Viana
Now!
Apesar disto, o desespero é unânime.
Protagonizado por milhões de pessoas que não
sabem para onde ir. Desprovidos da estrutura
mínima necessária para o quase utópico
recomeço. Mesmo com as generosas e
expressivas ajudas de alguns países, incluindo
o Brasil, a reconstrução do país, além de
seriamente comprometida, ainda beira o
improvável. A nuvem negra da impossibilidade
paira sobre os céus haitianos.
Ao depararmos com este quadro de
desolação, somos acometidos, de súbito, pelo
seguinte raciocínio: o porquê de uma catástro-
fe de tamanha magnitude. Adversidade natural
que ceifou vidas que estavam ali por uma
causa nobre e altruísta. O que dizer da Dra. Zilda
Arns, fundadora da Pastoral da Criança que
palestrava sobre a desnutrição infantil? Das
dezenas de militares que faziam parte do
batalhão de força de paz da ONU e de voluntári-
os civis que não mediam esforços em oferece-
rem ajuda humanitária? Das inúmeras crianças
que, num momento repentino, viram o mundo –
pelo menos parte dele
-, literalmente, desa-
bar sobre suas cabeças?
Enfim, muitos “personagens”
fazem parte deste obituário
imensurável.
Perguntas como estas não serão
respondidas com explicações plausí-
veis. Ou melhor, não serão respondidas
de maneira nenhuma. Pois são princípios
que sobrepujam a limitada esfera da
compreensão humana. Sem essa de
filosofia religiosa, intelectualismo auto-
ajuda atualmente em voga, clichês
existencialistas ou conspirações
evasivas. Com certeza, inúmeros
artigos foram escritos sobre este fato.
Contudo, um outro fato,
ocorrido há um certo tempo, não
tem recebido a devida cobertura.
 INTERNACIONAL

Mesmo que o caos que dele originou seja

tão devastador quanto o contundente
drama haitiano. Um grande terremoto, na
verdade um “cataclisma” que culminou
na ruína e na morte não “apenas” de uma
nação, mas de toda a humanidade. A
causa natural? A insana e equivocada
escolha do homem. “Por um só homem
veio o pecado, e pelo pecado veio a
morte, e a morte passou a todos os
homens”. (Romanos 5:12).
O Éden criado por Deus para que o
homem nele vivesse e desfrutasse de sua
plenitude não se restringia ao território
geográfico. Mas sim à todo o contexto que
o enredava. E tudo isso, em segundos,
desmoronou. A repentina desobediência
humana para com os princípios divinos foi
o epicentro desta assombrosa devastação. A nomes. Mesmo assim a maior “força de paz” que
humanidade, a partir de então, está perdida, este mundo ainda há de conhecer, o pleno estabele-
completamente fadada ao fracasso e à morte. cimento do Reino que consiste em paz, justiça e
Paulo elucida esta verdade quando diz “Porque o alegria (Romanos 14:17) será revelada muito antes
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de acontecer o Apocalipse Final!
de Deus é a vida eterna”. (Romanos 6:23).
Entretanto, mesmo em um contexto de morte
a vida floresce, exatamente como aconteceu no
Haiti. Este milagre, no entanto, foi declarado há
milênios atrás pelo profeta Jeremias; “Pois as
misericórdias do Senhor são a causa de não
JOYCE BIANCHI
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sermos consumidos”. (Lamentações 3:22). REPRESENTANTE AUTORIZADA
Todavia, se compararmos a vida que levamos com
a vida que o Criador projetou para nós (Salmos
139:13, Evangelho segundo João 10:10) veremos
Planos médicos e odontológicos.
que estamos enredados pelo mesmo caos que Nossa cobertura:
assola o Haiti. Andamos a esmo no labirinto do • Atendimento Nacional para Urgência e
ledo engano de que logramos êxito em nosso
recomeço. Ou seja, ainda que de maneira Emergência
inconsciente, estamos acometidos por um • Cobertura para consultas, exames e
verdadeiro “Apocalipse Now!”. internações
Temos tentado, com os nossos próprios • Programa de medicina preventiva
esforços, viver a excelência e a abundância que • Clube de vantagens São Francisco
somente a essência divina é capaz de oferecer. A
Aids, a violência, a depressão, o suicídio, a
• Garantia de proteção da maior rede de
prevaricação, a degradação moral, o medo, entre atendimento
muitos outros males que consomem a humani-
dade surgem a roldão como efeito colateral. No Maior estrutura para o melhor atendimento.
entanto, ignoramos as muitas “ajudas humanitá- Não deixe sua família de fora.
rias” que nos são oferecidas. Não apenas isso.
As classificamos como patologia social, Ligue agora e solicite uma visita:
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17

INTERNACIONAL
O epicentro de todos os
tremores
O terrível quadro de ruína e caos ao qual temos nos deparado
nada mais é do que a suma demonstração da
degradação que acomete as estruturas humanas.
INTERNACIONAL
Meses após a catástrofe que arruinou o
Haiti, o Chile sofre com a devastação oriunda
de um terremoto ainda mais contundente.
Considerado o sexto maior de toda a história,
500 vezes mais forte do que o do Haiti e
atingindo 8,8 graus na escala Richter, o tremor
andino acumula, até o fechamento desta
edição, mais de 800 mortos.
Tremores de 5,8 graus atingiram a região
de Maule e Bío-Bío. De acordo com o portal
UOL de notícias, mais de noventa tremores,
chamados pelos chilenos de réplicas, com
cerca de 5 a 6 graus atingiram grande parte do
país após o tremor do dia 27/02, cujo epicen-
tro foi na cidade de Concepcíon, há aproxima-
damente 500 quilômetros da capital Santiago.
Além dos mortos, os tremores deixaram
milhares de desabrigados. Segundo informa-
ções do Palácio do Itamaraty, cerca de 800
brasileiros estão desaparecidos. O balanço
oficial do governo chileno traz números nada
animadores de que cerca de 1,5 milhão de
casas foram atingidas. Destas, meio milhão
são irrecuperáveis.
Sentido pelas províncias argentinas de
San Juan e Mendonza e também pela metró-
pole brasileira de São Paulo, o tremor do dia
18
Matheus Viana
27/02 também desencadeou um tsunami no
oceano pacífico que causou a morte de várias
pessoas em uma ilha chilena e a devastação de
comunidades costeiras da região.
Embora não seja uma catástrofe natural
peculiar da atualidade, terremotos em várias
partes do mundo vêm acontecendo com
frequência. Fato profetizado por Jesus há
milênios atrás quando alertou seus discípulos:
“Porquanto se levantará nação contra nação, e
reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e
terremotos, em vários lugares” (Evangelho
segundo Mateus 24:7).
A questão dos contextos haitiano, chileno
e de outros países acometidos por tremores
terrestres não é somente de caráter natural.
Nem tampouco parte do mosaico apocalíptico
ao qual muitos atribuem. Mas sim de uma série
de adventos previamente profetizados. Cujo
epicentro é a degradante estrutura de um
templo chamado auto-suficiência humana.
“E, quando Jesus ia saindo do templo,
aproximaram-se dele os seus discípulos para
lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus,
porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em
verdade vos digo que não ficará aqui pedra
sobre pedra que não seja derrubada”. (Evange-
lho segundo Mateus 24:1-2).
O terrível quadro de ruína e caos ao qual
temos nos deparado nada mais é do que a
suma demonstração da degradação que
acomete as estruturas humanas. Muitos são
os terremotos que a vida nos proporciona.
Contudo, não têm sido suficientes para
derrubar a muralha da dura cerviz e da indepen-
dência do homem para com Deus. Segundo a
profecia, terremotos, em todas as esferas,
continuarão até que este “templo” seja
derrubado...

Terremoto da
Alma
Muros e casas completas caíram por
terra. Coisas materiais as quais tínhamos
carinho desapareceram diante de nossos
olhos e de nossa total impossibilidade.
Perdemos entes queridos e, repentina-
mente, nos sentimos sozinhos e desampara-
dos. A tecnologia é algo essencial. No
entanto, esperamos por vários dias para
podermos nos comunicar com outros lugares.
Numa verdadeira ironia do destino, voltamos a
usar o lápis. Nos recriminamos por não nos lembrar-
mos de números de telefones e por ficarmos sem
bateria para os celulares.
Tudo ficou na escuridão. Em silêncio, como um
convite a olharmos para o mais profundo de nossas
almas. Dispúnhamos de rádios a pilhas, velas e todos
os demais acessórios que devemos dispor nestas
situações. Muitos edifícios não haviam carregado o
sistema de luz de emergência. Pois pensávamos que
nunca o usaríamos.
Tivemos medo, pena, raiva. Nos sentimos
frágeis, pequenos e vulneráveis. Tais sentimentos
nos trouxe á conclusão que nestes minutos fomos,
mais do que nunca, verdadeiramente humanos. Sem
muletas, sem ataduras, sem dependências. De
nosso interior é que deveria sair todas as soluções.
Pouca coisa externa nos servia.
A escuridão nos fazia contemplar as sombras e
escutar ruídos e respirações… O “glamour”, as
aparências e as roupas perderam a importância.
Perdemos nossos pudores e voltamos a ser simples,
sensíveis, empáticos, altruístas e carinhosos.
Amanheceu o dia e começamos a ver o que
acontecia lá fora. O distante nos fazia inalcançáveis.
Sabíamos muito pouco sobre o que, de fato, estava
acontecendo. Víamos a realidade de acordo com as
informações que recebíamos. Estávamos sem
perspectiva. Havia, além do pavor, insegurança e
curiosidade. Ansiedade em nos movermos e fazer
tudo o que estava ao nosso alcance. O fato de não
sabermos por onde começar nos inquietava. Os mais
ansiosos começaram de imediato. Os mais calmos, de
19
INTERNACIONAL
Silvana Coppa, do Chile
maneira paulatina. Algo nos dizia que o
tremor repentino que nos acometeu era
grave.
O terremoto foi um grande coador que
evidenciou o melhor e o pior de nós
mesmos. Deu início ao desafio de recupe-
rarmos a sabedoria dos incautos. Trouxe a
tona a nossa crise de valores.
Os chilenos têm muito a aprender sobre
solidariedade. Não sobre campanhas
esporádicas, mas o altruísmo “nosso de
cada dia”. Temos certa carência de respeito
e tolerância. Precisamos aceitar que é na
empatia que está a verdadeira solidarieda-
de. Talvez este tremor mostre nossa falta de
desenvolvimento espiritual e apego
extremo ás coisas. Nossas máscaras e
muralhas caíram, lágrimas apareceram,
muitas vezes expostas na redoma das
quatro paredes.
Subitamente, surgiram pessoas
fazendo campanhas sociais, ajudas
humanitárias entre outros gestos de
solidariedade que, sem dúvida, gerou um
sorriso na face de Deus.
O terremoto da alma é o mais lento de
sarar. O dinheiro, a tecnologia e tantas
outras coisas as quais nos apoiamos nos
são úteis. No entanto, temos que, reitera-
damente, pararmos e refletirmos sobre o
que temos, de fato, construído. Que
usemos a graça, a fé e o afeto. Creio que
com tais atributos o caminho da restaura-
ção será mais fácil para todos.
INTERNACIONAL
Ao vivo e a
O casal de brasileiros, João André e Nádia Dias,
estiveram no Chile no fim de fevereiro e sentiram, na pele,
o drama de um dos maiores terremotos de todos os tempos.
Saímos do Brasil no dia 16 de fevereiro
com a seguinte palavra em nosso coração:
aquele que não deixar pai, mãe e filhos por
amor de Jesus não pode ser Seu discípulo.
Cerca de dois anos atrás, demos início a
uma reserva financeira para poder adquirir
um netbook. Paralelamente meu filho,
Nathan, começou a nos pedir um vídeo
game, no qual dissemos a ele que seria
muito dispendioso e que no momento não
poderíamos comprar. Então ele começou a
orar diariamente por este jogo. Até chega-
mos a repreendê-lo, mas ele sempre foi
muito perseverante, a ponto de, nas
orações antes das refeições, pedir a DEUS
por tal presente. Também começou a fazer
uma poupança para este fim. Em seu
aniversário e também no final de ano
quando seus avôs o presenteariam, pedia
em dinheiro e não gastava com nada.
20
cores
Na sexta feira, 26/02, tínhamos um dia de
folga. Resolvemos pegar um metrô e passear-
mos no centro de Santiago com o objetivo de o
conhecermos. Ao verificarmos nas lojas o
preço dos produtos, deduzimos que com a
reserva que tínhamos daria para comprarmos
um bom netbook e mais o jogo para o Nathan.
Pois os valores são bem inferiores em relação
ao Brasil. Daríamos de presente de aniversário
para nosso filho, no mês de abril, o jogo que
tanto pediu a Deus.
Que alegria! Estávamos mais contentes
com o jogo do nosso filho do que com o
netbook. Minha ansiedade era para contar a ele
do tão esperado presente. Imaginava o brilho
em seus olhos, a surpresa que teria. Enfim...
era uma surpreendente oferta de Deus para nós
como família.
Quando chegamos na casa onde estáva-
mos hospedados, eu já queria chamá-lo pelo
MSN e contar-lhe a novidade. Porém meu
marido queria fazer surpresa e não deixou que
eu falasse nada. Falei com ele, mas não lhe
contei sobre o jogo.
Enquanto eu guardava o computador,
indaguei sobre algo... E se nós morrermos? O
Nathan nem vai saber que estávamos prestes a
realizar um sonho dele! Balancei a cabeça e
pensei... Que bobeira! Deus está conosco!
Nenhum mal nos atingirá!
Deitamos para dormir aproximadamente á
1:00 da madrugada. Por volta das 3:30, fomos
surpreendido por um tremor que, a princípio,
não sabíamos bem o que era.
Quando ele começou, eu imaginei que
seria um trem passando próximo da casa.
Porém ele foi aumentando. Acendi a luz e vi a
nossa cama mexendo, o lustre do quarto se
movendo, as malas caindo ao chão, os quadros
 INTERNACIONAL

da parede tremulando, a mesa que estava no saber que havíamos realizado seu sonho.
quarto estava literalmente andando para o Neste momento comecei a conversar com Deus.
centro do quarto... Algo muito diferente de tudo Disse a Ele que O louvava pelo privilégio de estar
que eu já havia presenciado até então. Porém naquela nação levando a palavra dEle, que me
ainda não tinha noção do que estava acontecen- entreguei para fazer a vontade dEle e que meu
do. Mas sabia que se tratava de um fato sério. sangue não seria derramado sem propósito. Minha
Neste momento as luzes se apagaram.
Pensei neste instante que iríamos morrer. Esta
foi a maior e mais rápida prova que Deus me
permitiu passar. Três minutos súbitos, mas que
parecia uma eternidade.
Meu marido disse neste momento que seria
um terremoto. Pulamos da cama, porém mal
podíamos caminhar, pois o chão se movia muito.
Cambaleávamos de um lado para outro, batía-
mos a cabeça, as canelas, as costas... Não
sabemos bem como saímos daquele quarto e
corremos ao quintal da casa.
Durante todo este momento, eu pensava que
iria morrer e tudo e todos iriam desaparecer
daquele lugar. Pensei então que deveria ter
contado ao Nathan do jogo, pois ele nem iria
vida não foi em vão. Ele é o meu SENHOR, o
dono da minha vida. Eu o amo mais do que
tudo. Era ciente de que Ele havia me levado
àquela terra. Por isso, ali era o melhor lugar
que poderíamos estar.
Naquele momento minha vida passou
como um filme em minha mente. Sentia muita
saudade de todos, principalmente de meus
filhos que haviam ficado no Brasil. Comecei a
chorar e falar para Deus que eu entregava
meus filhos nas mãos dEle. Pedi para que os
conduzisse nos Seus caminhos e dissesse ao todo meu coração.
Nathan que nós havíamos comprado o jogo Chegando ao quintal, contemplamos a
que ele tanto pediu. Que um dia Deus entre- noite clara por causa da lua. Imaginamos que o
gasse à ele e que valeu a pena me doar como terremoto diminuíra, pois não sentíamos mais
oferta pela juventude chilena. o chão tremer. Porém o sobrado balançava. A
Lembrei de tudo que Deus estava árvore sacudia. O barulho de tudo caindo ao
colocando em meu coração: quem não deixar chão e de alarmes disparados continuava. O
pai, mãe e filhos por amor a Ele não é digno de som ensurdecedor de muitas águas se
ser Seu discípulo. Deixar tudo por amor a Ele. movendo era bastante intenso. Foi então que
Então resolvi colocar tudo isso em prática. Foi me senti como Daniel na cova dos leões e seus
muito forte e árduo, mas entreguei tudo de amigos na fornalha. Tudo estava caindo ao

nosso redor, mas nós não fomos atingidos.
Que segurança é essa? Em meio de um
terremoto, tivemos paz e proteção. O chão nem
se movia debaixo de nossos pés. Tudo ao nosso
redor se movia, mas nós não. Era o Deus de Israel
que sobrenaturalmente nos levantou do chão e
nos guardou. Lembrei do Salmo 23 que diz: Ainda
que eu ande pelo vale da sombra da morte, não
temerei, pois Tu estás comigo. Assistimos um
terremoto desta magnitude de “camarote”.
Após tudo isso, enfrentamos as réplicas. São
tremores em tempos mais curtos e de menor
escala, mas tão assustadores quanto o terremo-
to. Até a meia noite daquele sábado foram
aproximadamente 70 réplicas. Algumas
chegaram a 6,0 graus. Outras atingiram 5,0.
Porém a maioria era mais fraca e de menor
duração. Já não podíamos relaxar. Quando a
noite chegava a tensão aumentava, pois não
havia segurança de nada. Tudo era muito
imprevisível. A televisão orientava a população a
dormir de roupa e com o documento no bolso.
INTERNACIONAL
Caso houvesse algum tremor, deveríamos estar
prontos para procurar um lugar seguro. Nestas
circunstâncias, já tínhamos aprendido a lição: não
poderíamos ir ao quintal.
Depois de dias tensos e do aeroporto fechado,
conseguimos sair do Chile por terra até a Argentina.
Após várias paradas conseguimos desembarcar no
Brasil. Que benção! Porém tínhamos um sentimento
dúbio. Queríamos chegar logo em casa para ver
nossos filhos, parentes e irmãos e ainda sair daquela
insegurança. Mas não queríamos deixar para trás
irmãos tão preciosos em meio a tanta adversidade.
Chegamos em nossa casa. Abraçamos e
beijamos nossos filhos e outros membros da família.
O momento em que presenteamos o nosso filho foi
singular. Tiramos foto e, assim como nós fomos
surpreendidos, ele também foi. Assim como nós, sei
que você irá experimentar do sobrenatural, indepen-
dente da aflição que esteja vivendo. Para isso,
descanse debaixo de suas asas, só assim você
estará seguro, mesmo estando no epicentro de um
terremoto de 8,8 graus na escala Richter.
 Matheus Viana
INTERATIVIDADE

O direito fundamental do
internauta
Pesquisa realizada em 26 países diz que o acesso á internet
é direito fundamental do ser humano.

Segundo dados de uma pesquisa realizada

pela empresa GlobeScan para a série de
reportagens SuperPotência da agência
britânica de notícias BBC, quatro em cada cinco
adultos consideram o acesso á internet um
direito fundamental do ser humano.
De acordo com a BBC, no período entre
novembro de 2009 e fevereiro de 2010, 27.973
adultos foram entrevistados em 26 países.
Entre eles, 14.306 utilizam o serviço. De acordo
com a amostragem, grande parte dos internau-
tas avalia positivamente as mudanças que o
acesso á rede mundial propiciou em suas vidas.
Principalmente no tocante á quantidade de
informações que ela disponibiliza.
O Brasil desponta entre os países que
lideram o ranking dos que mais defendem o
acesso á internet como direito humano com 91%
de favoráveis. Ficando atrás apenas da Coréia do
Sul, que conta com 96% e do México, com 94%.
Dos quase 28 mil entrevistados, cerca de
90% afirmam que a internet é um “bom lugar para
se aprender”. Deste contingente, 78% diz que ela
proporciona uma liberdade maior. Sites de
relacionamentos como Orkut e Facebook são os
mais acessados para 51% dos entrevistados. No
entanto, somente 30% afirmam que a internet é
um bom lugar para encontrar namorados. Para
27% de todos os entrevistados, o maior problema
da rede é a exposição de conteúdo violento e
explícito presente em muitos sites. Outro fato
interessante é que, para 53%, a internet não deve
ser regulada pelos governos, como acontece, por
exemplo, na China.
Apesar dos vários objetivos apontados na
pesquisa, os menos mencionados foram
entretenimento, compra de produtos e
serviços e espaço para debates criativos. Além
disso, 49% das pessoas que responderam a
pesquisa dizem que a internet não é lugar
adequado para expressarem suas opiniões.
Desde o seu surgimento, a internet vem
arrebatando uma quantidade imensurável de
usuários. Muitos deles, adeptos, devotos e,
porque não dizer, dependentes. As facilidades e
comodidades que ela disponibiliza são
arrebatadoras. Podemos conversar, em tempo
real, com alguém do outro lado do mundo.
Podemos nos comunicar através de e-mails
que agilizam, de maneira absurda, o outrora
“eterno” tempo para a entrega de uma corres-
pondência. É difícil hoje em dia imaginarmos
nosso cotidiano sem o uso da internet.
Sem dúvida, muito são seus benefícios. Os
avanços trazidos por ela são, mais do que
perceptíveis, praticados de forma contundente
pela sociedade. Contudo, trata-se de uma faca
de dois gumes. Com a mesma facilidade que
temos em nos comunicar com o mundo, jovens
e crianças estão expostos a esta verdadeira
“janela indiscreta”. O índice de crescimento de

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casos de pedofilia pela internet é assustador.
Inúmeros divórcios e casos extraconjugais
tiveram início em telas embriagantes que nos
proporcionam, com uma facilidade descomunal,
uma realidade que a vida, em todos os seus
desdobramentos, não é capaz de nos proporcionar.
Podemos, de fato, sermos aquilo que
sonhamos em uma Second life entre outros sites
do gênero. Uma extensa gama de todo tipo de
promiscuidade e imoralidade está disponível há
poucos cliques de distancia. Contudo, muitas
pessoas e até famílias inteiras têm sido solapa-
das por tal advento. Despretenciosos bate-papos
que terminam no leito do adultério. Garotos que
são minados, em pleno auge da juventude, com
propostas sedutoras que começam com o
voyeurismo e culminam no sexo precoce. E, em
INTERATIVIDADE
casos mais drásticos, na súbita contaminação da
Aids. Crianças que, como ovelhas, são expostas a
verdadeiros lobos que, do outro lado da tela, aguar-
dam o momento oportuno para dar o bote certeiro.
Não a demonizo aqui nem tampouco banalizo sua
utilização como uma importante ferramenta de
interatividade. No entanto, seu uso desprovido de
uma necessária cautela pode se tornar uma arma
com alto poder de destruição.
O mesmo direito concedido por Deus ao homem
no princípio repousa sobre nós. Podemos desfrutar de
tudo o que o jardim da vida nos proporciona. No
entanto, não devemos, para o nosso próprio bem, nos
alimentar do fruto proibido das ilicitudes. Com base
nesta crucial observação, o apostolo Paulo nos
adverte; “Todas as coisas lhe são lícitas, mas nem
todas lhe convém”. (I Coríntios 10:23). Contudo, não
podemos nos esquecer da reflexão proposta pelo
profeta Jeremias; “O coração do homem é enganoso,
desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?”.
(Jeremias 17:9). Ou seja, o uso da internet deve estar
pavimentado sempre pela razão, e nunca somente pela
emoção. Este é o direito fundamental do ser humano.
 Matheus Viana
RELIGIÃO

Um Jesus
alternativo
Livro didático publica imagem que afronta o cristianismo na
Índia e evidencia a deturpação moral que acomete a sociedade.

Um Jesus fumando e segurando uma lata Na Índia, vemos a disseminação de um

de cerveja. Esta foi a polêmica imagem determinado Jesus que é adepto ao fumo e que
estampada em um livro didático infantil que segura, sem o mínimo pudor, em suas mãos,
causou contenda entre religiosos e educadores longe de serem as mãos redentoras do
do ensino primário no noroeste da Índia. O livro Messias, uma lata de cerveja. No Brasil, temos
publicado pela editora Skyline Publications é ouvido o alarido de um Jesus que coaduna com
utilizado por alunos do estado de Meghalaya, a homossexualidade e com outros comporta-
região onde o cristianismo é predominante. mentos que afrontam os princípios imutáveis
Segundo informações da Agência de contidos em Sua Palavra que é “espírito e vida”.
notícias EFE, o porta-voz da Arquidiocese de (Evangelho segundo João 6:63).
Mumbai, Anthony Charanghat, protestou, no Confundem Seu amor incondicional e a
dia 19/02, pela inclusão da imagem que, plena aceitação em relação ao pecador com
segundo ele, desrespeita a doutrina católica. Já uma letárgica e morosa aceitação ao pecado e
o porta-voz da Conferência Episcopal da Índia, á conduta equivocada do ser humano. Na
Babu Joseph, solicitou junto ao governo indiano tentativa de provar deste amor e das bençãos
a proibição do uso dos livros publicados pela dele provenientes, sem contudo observar Seus
editora Skyline nas salas de aula do país. Em
entrevista á agência de notícia Ians, vociferou:
“Jesus Cristo, como uma divindade, é central na
fé e na vida cristã. É errada a tentativa de
macular a imagem de Jesus Cristo. É um ato
censurável e inclusive condenável".
Embora tal efervescência seja comum em
um país onde o politeísmo, praticado principal-
mente pelas vias do hinduísmo, divide espaço
com religiões de caráter massivo como o
islamismo e o cristianismo, a tentativa de
dilacerar o caráter e a personalidade de Jesus
não é algo peculiar da Índia.
No Brasil, vemos uma crescente vertente
que se denomina cristã deturpando os funda-
mentos do cristianismo autêntico. Não no
âmbito de uma mera religião entre as muitas
existentes em todo o mundo, mas da moralida-
de e da conduta que Jesus viveu e estabeleceu
sobre a humanidade através de Seu legado. Que
Imagem publicada em livro didático infantil na Índia:
sobrepuja, e muito, o limiar da religiosidade.
Educação oriunda do ensino de um “Jesus” alternativo.

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preceitos, deturpam Seu caráter santo, atribuin-
do-lhe determinados absurdos.
Infelizmente, a insana disseminação de um
Jesus completamente desfigurado com o Jesus
ao qual as Sagradas Escrituras descrevem e
testificam (Evangelho segundo João 5:37) tem
atingido o limbo educacional. A pedagogia
atualmente em voga, através de filosofias
humanistas, tem definido Jesus como um mero
revolucionário, cujo legado está, exclusivamen-
te, a serviço do prazer e da libertinagem humana.
Ou seja, há em vigência uma sórdida tentativa
em moldar Jesus ao hedonismo ensinado e
praticado nos diversos ambientes sociais.
No capítulo seis do livro do Evangelho segundo
João, vemos as críticas e o ceticismo praticados
pelos judeus ao ouvirem as palavras de Jesus: “Este
não é Jesus, o filho de José? (...) Como ele pode
dizer: ‘Desci do céu’?”. (Versículo 41).
Tais relatos elucidam a seguinte verdade: “o
mundo não o reconheceu”. (Evangelho segundo
INTERATIVIDADE
João 1:10). Embora declarada em um tempo verbal
passado, enreda nosso contexto presente. A
esmagadoria maioria das classes sociais não têm
reconhecido os atributos elementares de Jesus. Por
isso, o veem como um mero varão galileu, reverenci-
ado por um bando taxado de religioso, fanático e
desprovido de qualquer intelectualidade. Conduta
que culmina na profecia declarada pelo apóstolo
Paulo; “Mas o deus deste século cegou o entendi-
mento das pessoas, para que não lhes replandeça a
luz do evangelho”. (II Coríntios 4:4).
A humanidade tem substituído Jesus, o filho de
Deus, pelo deus do prazer a qualquer custo. E este é o
deus que os impedem de reconhecer, a exemplo de
Pedro, que somente Jesus, em meio ás trevas que
cobrem a terra e a escuridão que cobrem os povos
(Isaías 60:1-2), tem palavras de vida eterna. Cujas
palavras, conforme afirmou o salmista Davi milênios
antes da proclamação de Pedro, são lâmpadas para
os nossos pés e luz para os nossos caminhos.
(Salmos 119:105).

CULTURA
O efeito
O paradoxo entre a mediocridade humana e a abundância divina
Ouvindo comentários de parentes e
amigos, resolvi satisfazer minha curiosidade e
assistir ao filme Avatar. O que a aguçou não
foram os impressionados elogios sobre a
exibição em 3D em conjunto com seus estupe-
fantes efeitos especiais. Mas sim o fato de que
o protagonista trata-se de um paralítico.
Embora não seja um cadeirante, sou um
deficiente físico. Tal deficiência não acomete
CULTURA
minhas pernas, mas meu tórax e minha
coluna. Mesmo assim, a empatia foi súbita.
Fiquei desejoso em conhecer esta
ficção que, de certa forma, assemelha-
se à minha realidade.
Confesso que deixei escapar
algumas lágrimas quando Jake Sully, o
protagonista principal, portando um par
de pernas imóveis e desfiguradas,
entra em uma espécie de cápsula e
passa a controlar mentalmente seu
avatar. Quando se viu exercendo o
controle sobre um corpo perfeitamente
normal, a primeira coisa que fez foi
exercitar suas pernas que responde-
ram, prontamente, aos comandos
cerebrais e físicos. A felicidade
radiante que brotou de uma vivacidade outrora
limitada pela deficiência o fez levantar de seu
leito e correr sem cautelas, rumo a um
horizonte linear.
Imaginei-me na mesma situação. O que
faria se acordasse com um corpo completa-
mente normal? Se levantasse de meu leito e
me deparasse com os mesmos 1,83 m, com
os 72 kg distribuídos em um corpo regular e
sadio e com toda a vivacidade de 12 anos
atrás? Muitas coisas. Me vi, momentanea-
mente, correndo como Jake Sully.
No entanto, no decorrer do longa-
metragem, fui desenvolvendo, além de
algumas impressões, alusões com a trama.
28
Matheus Viana
‘Avatar’
Desconsiderando seu caráter panteísta,
apliquei á expressão “avatar” o significado
transformação, ou seja, uma nova vida. Não
comentarei aqui as alusões religiosas, morais e
políticas feitas por James Cameron, autor e
diretor da obra. Mas sim as lições e reflexões
que pude notar no tocante ás verdades
contidas nas Sagradas Escrituras.
A primeira delas foi a dicotomia entre a
deficiência de Jake Sully e a abundância que
desfrutava quando controlava seu avatar. Uma
triste e absurda disparidade. Nele, Jake podia
desfrutar de uma vida incomparavelmente além
da realidade nua e crua que o assolava. Drama
que nos envolve, quer queiramos ou não.
Recordei-me, subitamente, da maneira
maravilhosa como o homem foi formado e da
excelência que desfrutava. As Escrituras
narram tal episódio em Gênesis 2:7: “Então o
Senhor Deus formou o homem do pó da terra e
soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o
homem se tornou um ser vivente”.
O homem foi projetado para ser um
“avatar” de Deus na terra. Não no sentido de
que o Criador desejou prover-se de uma
espécie de fantoche para exercer total controle
sobre ele. Tanto que, ao criá-lo e soprar-lhe o
fôlego de vida, concede a ele o livre arbítrio.

Mas alguém para manifestar Sua vida sobre toda
a criação. Por isso, o formou á Sua imagem e
conforme à Sua semelhança (Gênesis 1:26 e 27).
Uma vida carente de impossíveis. Imune á
morte, ás dores, limitações e anomalias.
Atributos da normalidade a qual vivia antes de
experimentar o dissabor do pecado.
Contudo, ele – o pecado – surgiu e como
efeito colateral, a morte em decorrência do
aborto da vida de Deus sobre o homem (Roma-
nos 5:12). A humanidade, por conta da insanida-
de de Adão, perdera a normalidade que Deus lhe
concedera, o que, consequentemente, nos
tornou anormais, ou seja, deficientes.
Completamente limitados de viver a plenitude
que Deus instituiu no princípio. As Escrituras
relatam com exatidão e detalhes a abundância
que o homem vivia antes do pecado, cujo
epicentro foi a escolha
insana de preterir a vontade
divina em virtude de sua
própria vontade. O resulta-
do foi catastrófico, sabe-
mos bem disso...
No entanto, o plano de
Deus não foi abortado. O
apóstolo João cita esta
verdade quando fala de
Jesus como “o cordeiro
morto antes da fundação do mundo”. (Apocalip-
se 13:8). Sob esta égide, o Apóstolo Paulo
elucida: “Mas aquele que está em Cristo, nova
criatura é”. (II Coríntios 5:17). Ou seja, em Cristo,
somos convidados a tomar posse desta “nova
criatura” a fim de vivermos a vida abundante que
Deus deseja que vivamos desde o Éden.
Para isso, precisamos renunciar o nosso “eu”
e assumirmos a “nova criatura” que Cristo nos
oferece e disponibiliza. Jake Sully só desfrutava de
toda a plenitude da vida que seu avatar lhe
proporcionava quando deixava de ser o Jake Sully
paralítico. Não tinha como ser os dois. Era
impossível viver duas vidas paradoxais e antagô-
nicas em um mesmo momento. Precisava
renunciar uma das duas. A partir do momento que
ele concebe em sua mente e em seu coração este
princípio vital, faz a escolha certa.
Todavia, esta é uma escolha impossível de
ser tomada sem a prática da observação
salientada pelo Apóstolo Paulo: “Transformai-
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CULTURA
vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável
vontade de Deus”. (Romanos 12:2).
A transformação elucidada por Paulo é resultado de
uma determinada conduta. No versículo anterior,
aconselha: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericór-
dias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus; este é o vosso culto racional”.
(Romanos 12:1 – Nova Versão Internacional). Tal
conselho nada mais é do que a plena observância ao
mandamento dado por Deus aos hebreus por intermédio
de Moisés e citado por Jesus, milênios mais tarde, ao
ser indagado pelos saduceus; “Ame o Senhor, o seu
Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de
todo o seu entendimento”. (Deuteronômio 6:5,
Evangelho segundo Mateus 22:37).
Toda a plenitude desfrutada pelo homem no Éden
era decorrente da vida divina que lhe foi imputada. O
fôlego de vida de Deus foi soprado
sobre um ser inanimado, sem
vida. Contudo, o que tornou o
homem, um protótipo formado do
pó da terra um ser vivente não foi
um mero fôlego.
O verbo “soprou” que aparece
em Gênesis 2:7 no original hebraico
é “nefesh”. Nefesh não significa um
simples soprar. É usado, por
exemplo, para designar casos em
que um indivíduo que realiza a respiração conhecida
como ‘boca a boca’ enche as vias respiratórias e o
pulmão da pessoa socorrida com seu próprio fôlego.
Foi exatamente isso que Deus fez com o homem.
Soprou sobre ele de Sua própria vida.
Como consequência de provar Seu amor por nós e
Se submeter ao sacrifício na cruz, Jesus recebeu deste
mesmo “nefesh” e ressuscitou dos mortos (Romanos
8:11). Por isso, Paulo diz “Pois o amor de Cristo nos
constrange, porque estamos convencidos de que um
morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu
por todos para que aqueles que vivem já não vivam
para si mesmos, mas por aquele que por eles morreu e
ressuscitou”. (II Corintios 5:14-15).
Sob a égide deste princípio, Paulo nos dá o mapa:
“Aquele que está em Cristo nova criatura é. As coisas
velhas passaram, eis que tudo se fez novo”. (II
Coríntios 5:17). Quer experimentar a boa, perfeita e
agradável vontade de Deus? Transforme-se pela
renovação de sua mente, receba de seu nefesh e
desfrute. Há um “avatar” a sua espera...

DIVAGANDO
A soberania da
Entre uma notícia e outra...
Madrugada em claro em pleno quarto
escuro. Acometido por uma dor que beirava o
insuportável tomando minhas costas. Neste
momento insólito, minha mente foi absorta em
um turbilhão de pensamentos. A deformidade
cujo processo de desenvolvimento não cessa, a
absurda dificuldade em trabalhar, a incapacidade
de exercer as funções de ‘homem da casa’, a
condição precária de um corpo severamente
frágil e desfigurado que gera uma vida repleta de
limitações e muitas, muitas dores. O medo de
meus sogros, demais familiares e pessoas
próximas pensarem que eu, na verdade, não
passo de um ‘vagabundo’, que usa a deformi-
dade para fugir das responsabilidades...
A dor em meu corpo não o deixava
repousar e o apuro de um intelecto aflito
não proporcionou o descanso que
tanto precisava. Neste momento,
pensei no quanto já escrevi sobre o
tema “vida abundante”. O sentimento
de incoerência foi instantâneo. Como
pude me atrever a escrever sobre algo
ao qual não tenho a mínima experiência,
autoridade e condição? Como posso falar
sobre uma realidade completamente destoan-
te, antagônica e paradoxal com a que vivo?
Minha qualidade de vida é quase zero! Em
tudo o que faço tenho a companhia inseparável
da dor. Da qual não posso reclamar na mesma
intensidade em que ela castiga meu corpo. Pois
corro o risco de ser interpretado como um
vitimista que quer ser cortejado pela piedade e
pela comiseração...
Por isso, prefiro dizer, mesmo fazendo
algumas queixas que ás vezes escapam “sem
querer, querendo”, nas palavras do saudoso e
inesquecível Chaves, que sinto pequenos
desconfortos. Com meus pais, graças a Deus,
posso desabafar toda minha inquietação. Eles me
acompanham, desde o início, nesta árdua jornada
e sabem o que enfrento. Com minha esposa, no
30
Matheus Viana
vida
entanto, confesso que extrapolo. “De zero a dez,
quanto é a dor que você está sentindo?”, pergunta,
com alta dose de preocupação. “185”, respondo,
com verdadeiros “gemidos inexprimíveis”.
Contudo, meditando em tudo isso e olhando
sob outra perspectiva, pude ver a verdade de que
sei muito bem o que é viver esta tal de vida
abundante. Clinicamente falando, era para eu
estar morto. O veredicto de óbito já foi dado por
vários médicos e por diversas vezes há alguns
anos. A diminuição dos corpos vertebrais que
limitariam, simultaneamente, meus movimen-
tos. A respiração excessivamente escassa e
bastante comprometida – avaliada nos míseros
18% - por conta da curvatura óssea comprimir,
consideravelmente, meus pulmões e também o
diafragma. O encurtamento na espessura do
líquido medular que pode comprometer meus
movimentos e causar sérias lesões. E, não
podemos nos esquecer do coração, cujo
batimento foi alterado em virtude da cifose que
também acomete meu tórax.
Em contrapartida, comecei a me lembrar
do verdadeiro milagre ao qual sou protagonista.
Um ser moribundo – pelo menos para os
médicos – viver em um nível assim. A vida
abundante divina repousa, de fato e de forma
soberana, sobre a minha vida.