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CADERNO DE TEXTOS
I SEMINÁRIO DE GESTÃO SOCIOAMBIENTAL
DE RECURSOS NATURAIS E EXTENSÃO RURAL
CAPANEMA-PARÁ
2007
2
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Comissão Científica
Eng.Agrª M.S.c Antônia Benedita da Silva, Coordenadora
ESLOC S.J.de Pirabas – EMATER-PARÁ
Normalização bibliográfica
Érika de Santana de Souza
Supervisão Gráfica
José André de Sousa
Impressão
Gráfica EMATER-PARÁ
1ª edição
1ª impressão (2007): 150 exemplares
3
AUTORES
Márcio da C. Freitas
Engº Florestal, MSc. - Extensionista Rural I
Escritório Local Capanema, EMATER-PARÁ.
Milton P. Ferreira
Técnico Agropecuária - Extensionista Rural II
Escritório Local Primavera, EMATER-PARÁ.
Antonia B. da Silva
a
Eng Agrônoma, MSc./Doutoranda -Extensionista Rural I
Escritório Local S. J. de Pirabas, EMATER-PARÁ.
4
COMISSÃO ORGANIZADORA DO SEMINÁRIO
COORDENAÇÃO GERAL
Michela Cristina Jacques Belarmino
Eng. Agrônoma, Dra em Forragicultura e Pastagens, Supervisora do Regional de Capanema
Escritório Regional de Capanema, EMATER-PARÁ.
APOIO E INFRA-ESTRUTURA
CERIMONIAL
5
APRESENTAÇÃO
Saudações Extensionistas!
6
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 06
EXERCÍCIO DA CIDADANIA 26
Maria Amélia de O. Lemos
ANEXOS 99
7
EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DO PARÁ
EMATER-PARÁ
8
EXTENSÃO RURAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
Considerações sobre a construção de um modelo de
desenvolvimento agroecológico.
1
Jardel Costa Queiroz
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a Extensão Rural brasileira vem ganhando força, por
conta do atual cenário político, e sofrendo transformações através da inserção
paulatina do paradigma Agroecológico. Esse novo modelo traz em sua
abordagem a concepção de uma unidade chamada de Agroecossistema, que
traduz simplificadamente, um modelo de agricultura sob a ótica ambiental e
ecológica, e ainda sob aspectos sociais e culturais. A condução do paradigma
Agroecológico para a Extensão Rural deve ser desenvolvida
concomitantemente com a Educação Ambiental, enquanto ferramenta
facilitadora e sensibilizadora capaz de delinear a ideologia Agroecológica.
A Educação Ambiental é um processo cognitivo e dialógico além de
continuado que se faz tão necessário para a Extensão Rural, enquanto
modalidade não-formal, quanto para a formação escolar e acadêmica,
modalidade formal.
A Região Nordeste do Estado do Pará, na qual está situado o Regional
de Capanema da Emater – Pará é um ambiente bastante antropizado,
considerado como área degradada segundo o Zoneamento Ecológico
Econômico do Estado do Pará. Portanto, dentro desta perspectiva, a Educação
Ambiental torna-se imprescindível e é considerada um fenômeno global,
regional e local que se faz necessária em qualquer ambiente considerado,
evidenciando que há necessidade de um modelo de produção agrícola e
pesqueiro sustentáveis.
A Dualidade Extensão Rural/Educação Ambiental, portanto, deve ser
desenvolvida e construída de forma participativa e interacionista através dos
diversos atores sociais na área de intervenção pretendida, tendo-se em vista o
1
Engº Ambiental - Extensionista Rural I – Escritório Local Bragança, EMATER-PARÁ.
9
processo dialógico como ferramenta exclusiva, seja qual for a metodologia
aplicada, levando-se em consideração as vertentes econômica, social e
ambiental que são indissociáveis e peculiares de cada ambiente local devendo
este ser considerado uma unidade singular para o intento da construção dos
cenários futuros desejados para o ambiente em questão, que passará a ser
uma nova configuração elaborada por todos.
Este trabalho identifica como objeto de estudo a Extensão Rural, vista na
perspectiva Agroecológica, enquanto modalidade de Educação não-formal,
como parâmetro necessário e fundamental para o Desenvolvimento Rural
Sustentável Local, Regional e Global, demonstrando-se, ainda, o estudo de
caso do I Encontro Interinstitucional Agropesqueiro de Bragança. Além disso, o
trabalho contextualiza a Educação Ambiental no desenvolvimento da Extensão
Rural como ferramenta articuladora e processadora para o diagnóstico,
planejamento e intervenção (ação) adequados para a eficiência e eficácia do
trabalho extensionista.
10
uma organização alheia (os técnicos) com propostas de soluções, também
externa, normalmente do tipo tecnológicas.
A difusão de tecnologias, para manter o crescimento econômico,
também é uma característica marcante desse paradigma. Atribui um valor
exageradamente positivo a industrialização da agricultura e as novas
tecnologias. Compreendem que administrando o uso dos recursos e
introduzindo novas tecnologias se sustenta o crescimento econômico, ou seja,
defendem a noção de preservação dos recursos como mecanismo para
alcançar tal objetivo. Um verdadeiro determinismo tecnológico, não sendo
capaz de dar o devido valor às diferenças culturais, ao conhecimento e formas
de produção dos índios, ribeirinhos, extrativistas, assentados e outros
produtores familiares.
Do ponto de vista agroecológico e cultural, no que diz respeito à forma
de produção, do modelo difusionista, caracteristicamente tecnocrático, nota-se
a falta de sensibilidade para cada tipo de comunidade que deve ser tratada de
forma única e particular.
3 AGROECOLOGIA
1
Segundo Costa (2003 apud HECHT, 1987) a Agroecologia poderia ser definida como aquela que
incorpora ideais mais ambientais e sociais acerca da agricultura, focando não somente a produção, mas
também a sustentabilidade ecológica, econômica e social dos sistemas de produção. Este pode ser
chamado o uso normativo ou prescrito do termo Agroecologia, porque implica um numero de fatores
sobre sociedade e produção que estão além dos limites do campo da agricultura. A Agroecologia pode
ser mais bem descrita como uma tendência que integra as idéias e métodos de vários subcampos em vez
de uma disciplina especifica, podendo ser um desafio normativo aos temas relacionados à agricultura que
existe nas diversas disciplinas. Ela tem raízes nas ciências agrícolas, no movimento ambiental, na
ecologia e nas análises de Agroecossistemas indígenas e caboclos e em estudos de Desenvolvimento
11
teórico geral, cuja aplicabilidade prática depende, em grande medida, de cada
realidade, ou seja, de todos os componentes de um dado ecossistema, vistos
de uma perspectiva globalizadora e integrada, que tenha em conta os recursos
humanos (seus fatores sociais, étnicos, religiosos, políticos, econômicos) e
naturais (água, solos, energia solar, espécies vegetais e animais) que definem
a estrutura dos agroecossistemas.
Em resumo, esse modelo de desenvolvimento rural, baseado nos
princípios da agroecologia, se apresenta como alternativo ao convencional,
porque inclui características que o fazem socialmente justo, economicamente
viável, ecologicamente sustentável e culturalmente enraizado. Portanto, é
necessário que os planos de desenvolvimento tenham em conta não só as
bases ecológicas da agricultura sustentável, como também os princípios da
economia ecológica e solidária.
Segundo Caporal & Costabeber (2000), conceituar a Agroecologia
pressupõe, inicialmente, vincular seus interesses e suas pretensões no campo
da agricultura e da sociedade. Num trabalho que já completa dez (10) anos,
Caporal e Costabeber (2000 apud HECHT, 1989) mostram que, por um lado, e
sob uma perspectiva mais superficial, a Agroecologia geralmente incorpora
idéias ambientais e de sentimento social a respeito da agricultura. Isso constitui
sua característica normativa ou prescritiva, uma vez que inclui determinados
aspectos da sociedade e da produção que ultrapassam os limites da agricultura
propriamente dita. Por outro lado, e sob um ponto de vista mais restrito, a
Agroecologia se refere ao estudo de fenômenos puramente ecológicos que
ocorrem no âmbito dos cultivos (relação predador/presa, competição
cultivos/ervas invasoras, entre outros), o que traduz o enorme potencial de
aplicação deste campo de conhecimentos para resolver questões tecnológicas
na agricultura, favorecendo assim o desenho e a gestão de agroecossistemas
sustentáveis.
12
Segundo Caporal & Costabeber (2000 apud ALTIERI, 1989 e ALTIERI,
1995b), também pode-se dizer que a Agroecologia se aproxima ao estudo da
agricultura numa perspectiva ecológica, embora sua estrutura teórica não se
limite a abordar os aspectos meramente ecológicos ou agronômicos da
produção, uma vez que sua preocupação fundamental está orientada a
compreender os processos produtivos de uma maneira mais ampla. Isto é,
encara os agroecossistemas como unidade fundamental de estudo, onde os
ciclos minerais, as transformações energéticas, os processos biológicos e as
relações sócioeconômicas são investigadas e analisadas em seu conjunto. Dito
de outro modo, a pesquisa agroecológica preocupa-se não com a maximização
da produção de uma atividade em particular, mas sim com a otimização do
agroecossistema como um todo, o que implica uma maior ênfase no
conhecimento, na análise e na interpretação das complexas interações
existentes entre as pessoas, os cultivos, os solos e os animais.
Ainda, segundo Caporal (2000) & Costabeber (2000), através dos
ensinamentos da Agroecologia, formas de agricultura ditas alternativas
estariam buscando uma maior aproximação e integração entre os
conhecimentos agronômicos, ecológicos, sociais e de outras disciplinas
correlacionadas, com o objetivo de gerar umas bases científicas e tecnológicas
mais afastadas daquelas que até agora têm apoiado o modelo agroquímico
convencional. Suas características principais seriam: estratégias de produção
agrária baseadas em conceitos ecológicos; conhecimento científico integrado
ao conhecimento local, como forma de gerar um novo e mais qualificado
conhecimento; participação ativa da população rural na determinação das
formas de manejo dos agroecossistemas; maior valorização da biodiversidade
e da diversidade cultural. A meta seria, fundamentalmente, alcançar sistemas
de produção economicamente viáveis, ecologicamente equilibrados,
socialmente justos e culturalmente aceitáveis.
4 A TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA
13
tradicional a estilos de produção mais complexos sob o ponto de vista da
conservação e manejo dos recursos naturais, o que contempla tanto a via da
intensificação verde como a via da transição com base na Agroecologia. Não
obstante, agregando mais complexidade ao conceito, podemos entender a
transição neste caso, agroecológica como o ”processo social orientado à
obtenção de índices mais equilibrados de sustentabilidade, estabilidade,
produtividade, eqüidade e qualidade de vida na atividade agrária”, a única via
capaz de atender requisitos de natureza econômica e socioambiental, entre
outros.
Nesse contexto e pensando nas bases teóricas para a Nova Extensão
Rural, segundo Caporal & Costabeber (2000 apud COSTABEBER, 1998), a
transição agroecológica se refere a um processo gradual de mudança, através
do tempo, nas formas de manejo dos agroecossistemas, tendo-se como meta a
passagem de um modelo agroquímico de produção (que pode ser mais ou
menos intensivo no uso de inputs industriais) a outro modelo ou estilos de
agricultura que incorporem princípios, métodos e tecnologias com base
ecológica. Esse processo de transição de base ecológica se refere a uma
evolução contínua, multilinear e crescente no tempo, porém sem ter um
momento final determinado. Porém, por se tratar de um processo social, isto é,
por depender da intervenção e da interação humana, a transição agroecológica
implica não somente a busca de uma maior racionalização econômico-
produtiva com base nas especificidades biofísicas de cada agroecossistema,
mas também uma mudança nas atitudes e valores dos atores sociais em
relação ao manejo e conservação dos recursos naturais. Por incluir
considerações de natureza diversa (econômica, social, cultural, política,
ambiental, ética, entre outras), o processo de transição agroecológica não
dispensa o progresso técnico e o avanço do conhecimento científico.
5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
5.1 HISTÓRICO
14
formalizou a necessidade da educação incorporar a dimensão ambiental,
tornou-se um objeto específico da prática educativa, de caráter global, no ano
de 1975, quando foi realizado o I Seminário Internacional de Educação
Ambiental, em Belgrado, cujas premissas e diretrizes foram detalhadas e
consensualmente aprovadas em Tbilisi, 1977 (Conferência vista como marco
para a área). O grande mérito deste Seminário de Educação Ambiental
realizado em Belgrado foi reforçar a necessidade de se concretizar uma “ética
da vida”, que erradicasse problemas como fome, miséria, analfabetismo,
poluição, degradação dos bens naturais e exploração humana, por meio de um
novo modelo de desenvolvimento socialmente justo e do entendimento de que
tais problemas estão estruturalmente relacionados, devendo ser resolvidos em
conjunto. Para isso, enfatizou-se a Educação Ambiental como processo
educativo capaz de gerar novos valores, atitudes e habilidades compatíveis
com a sustentabilidade da vida no planeta.
No Brasil, a Educação Ambiental se fez tardiamente. Apesar da
existência de registros de projetos e programas desde o início da década de
setenta, efetivamente é no final da década de oitenta que começa a ganhar
dimensões públicas de grande relevância, inclusive com sua inclusão genérica
na Constituição Federal de 1988. No inicio da década de noventa, seja pela
mobilização social em decorrência da Rio 92, seja pelo alcance político que a
questão ambiental adquiriu, o governo federal, principalmente através do
Ministério da Educação e do Ministério do Meio Ambiente, criou alguns
documentos e ações importantes: Programa Nacional de Educação Ambiental,
Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei Federal nº 9.795 de 27 de abril de
1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental.
5.2 CONCEITO
15
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
O artigo caracteriza claramente a Educação Ambiental como todo e
qualquer processo por meio do qual todos os indivíduos, seja de forma
individual e/ou coletiva, possam construir valores sociais, conhecimentos,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente.
6.1 APRESENTAÇÃO
16
atuam em Bragança, ao mesmo tempo em que se buscava estimular a troca de
experiências entre técnicos dos mais diversos campos do conhecimento,
juntamente com o público beneficiário: agricultores e pescadores.
Durante o período preparatório todas as ações necessárias para a
realização do Evento foram discutidas e colocadas em votação para
encaminhamento. A Coordenação dos trabalhos ficou a cargo de uma
Comissão Executiva, democraticamente eleita entre os membros da Comissão
Geral composta de: Coordenador, Vice-Coordenador e Secretário Executivo.
17
6.4 ATIVIDADES REALIZADAS
6.5.1 Pesca
6.5.2 Agricultura
18
fator essencial para a sobrevivência do homem no campo. Frisou ainda que é a
partir da troca de idéias que se pode melhorar as atitudes e práticas dos seres
humanos nesse setor. Dessa maneira destacou a importância de Encontros
dessa natureza para o desenvolvimento do campo.
Fig. 1. Grupos de trabalhos formados por instituições e usuários dos recursos naturais
desenvolvendo atividades de listagem de problemas, soluções e entidades responsáveis.
19
Quadro 1. Lista de problemas, soluções e entidades responsáveis pela resolução dos
problemas obtidas pelos grupos de trabalho formados por instituições e usuários dos recursos
naturais relacionados com a atividade pesqueira (Grupo 1 e 2).
Cursos de capacitação:
1. Curso de formação de gestão
de negócios para pescadores
Ausência de
IBAMA, SECTAM e Secretaria
política de
2. Curso de formação de de Educação
Educação
agentes ambientais (voltado
Ambiental
para educação ambiental nas
escolas)
IBAMA, UFPA, RESEX,
Ausência de
Revisão da portaria do defeso Colônia, Sindicato dos
proteção ao defeso
do caranguejo uçá e Pescadores Artesanais de
do caranguejo
prolongamento do período de Bragança e Secretaria
defeso Municipal de Economia e
Pesca
Liberação de licença para
colocar cercas elétricas em Bancos (financiamento de
Falta de segurança áreas de aqüicultura cercas) e instituições de
para o setor da
pesca e aqüicultura Presença de Policiamento segurança pública (civil e
pesqueiro em alto mar e militar)
costeiro
Monitoramento do
defeso da: pescada Setor político (parlamentares),
gó, pescada Levantamento e análise de Instituições de pesquisa
amarela, serra, dados para criação de Decreto (UFPA, SECTAM, EMATER,
pargo e mero Comitê de Pesca)
Ausência de
acompanhamento Aumentar o número de técnicos
EMATER, ADEPARA E UFPA
técnico no setor junto às comunidades
pesqueiro
Demora na
Execução do Plano
Agilidade na execução IBAMA E SECTAM
de Manejo da
RESEX
Trabalho conjunto: fiscalização IBAMA, SECTAM, SEAP,
Pesca predatória
e conscientização COLÔNIAS E RESEX
20
Quadro 2: Lista de problemas, soluções e entidades responsáveis obtidas pelos grupos de
trabalho formados por instituições e usuários dos recursos naturais relacionados com a
atividade agrícola.
21
Grupo 5
Atraso na
preparação de
Mecanização na época correta e Prefeitura de Bragança
área mecanizada
com tempo suficiente
Organização da produção,
Dificuldade na Sindicato, Associação,
armazenamento e
comercialização cooperativas, ong’s,
comercialização
do produto SAGRIMA e EMATER
Grupo 6
Dificuldade de
acesso ao crédito Armazenamento da produção e
CONAB, Agentes financeiros
de compra do produtor rural-CPR
comercialização
Má conservação
Prefeitura e governo do
de estradas Conservação e manutenção
Estado
vicinais
Ausência de Prefeitura, Governo Federal -
Parcerias
eletrificação rural Programa Luz para Todos
Escassez de
informações aos Utilização dos meios de
SAGRIMA, EMATER, SAGRI,
agricultores das comunicação, participação em
ADEPARÁ
instituições do seminários, encontros e outros
setor agrícola
22
utilizando a bacia hidrográfica como unidade territorial de planejamento,
segundo a Lei Federal n° 9.433 de 1997, passará a desenvolver uma ótica
global, comum a todos, a água, em que todos os habitantes da bacia
hidrográfica considerada, seja qual for a sua grandeza, passarão a entender a
necessidade de suas participações e contribuições no modelo de
desenvolvimento daquela bacia, que possui suas peculiaridades sociais,
ambientais, econômicas e culturais.
A Extensão Rural Agroecológica, em particular, que é o propósito deste
trabalho, através da adotação da unidade bacia hidrográfica, passará a ter uma
abordagem determinante para o desenvolvimento da agricultura familiar, pois
com o estudo, o planejamento e as ações a serem realizadas naquela bacia,
através da participatividade de todos os atores sociais do ambiente rural, irão
contribuir para o melhor desempenho do setor primário.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
23
compreender os aspectos relacionados à vida dos indivíduos e suas relações
sociais, assim como os aspectos da história dos diferentes atores individuais e
coletivos com os quais atuamos. Dessa forma pode-se aproximar
necessidades, valores e aspirações que oriente a busca permanente por
melhores condições de vida e bem estar social. Como apoiá-los na construção
do desenvolvimento rural sustentável sem conhecer as necessidades, os
valores e as motivações que sustentam e dão sentido às suas decisões?
O I Encontro Agorpesqueiro de Bragança representou um importante
passo no processo de articulação interinstitucional dos segmentos agrícolas e
pesqueiros na zona Bragantina. A Comissão do evento foi unânime em
destacar que o Encontro teve como ponto de grande destaque o fato de ter se
processado em uma legítima parceria interinstitucional onde os partícipes
vivenciaram um ambiente de igualdade que não permitiu a existência de figuras
personalistas que quisessem reivindicar a paternidade do processo ou uma
posição de status relevante sobre os demais participantes (atores sociais).
A Comissão Organizadora do I Encontro Interinstitucional Agropesqueiro
de Bragança definiu as ações futuras do processo. Neste sentido, foram
definidas as seguintes ações: 01) realização de uma oficina sobre parceria
institucional e interdisciplinaridade para técnicos, lideranças e gestores de
instituições que atuam em Bragança; 02) deverão ser realizadas reuniões
ordinárias para articulação interinstitucional regularmente uma vez a cada mês,
em local a ser previamente definido e, reuniões extraordinárias, sempre que
necessário; 03) futuramente deverá ser constituída legalmente uma instituição
representativa dos diversos segmentos que fazem parte deste processo de
articulação; 04) o grupo interinstitucional que promoveu esse Encontro assumiu
como meta a revitalização do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de
Bragança e a realização uma oficina para facilitadores de trabalhos de grupos;
05) e ainda que cada instituição participante deste processo deverá compor um
painel contendo suas principais atividades a fim de que seja do conhecimento
dos demais participantes e possibilite a consolidação de parcerias.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
24
FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES E SINDICATOS DOS TRABALHADORES DA EXTENSÃO
RURAL E DO SETOR PÚBLICO DO BRASIL – FAZER. Extensão Rural para o
Ecodesenvolvimento. Aracaju, 2006.
SILVA FILHO, Manoel Marques da. A Extensão Rural em meio século: a experiência do Rio
Grande do Norte. Natal: EMATER-RN, 2005.
25
EXERCÍCIO DA CIDADANIA
1
Maria Amélia de Oliveira Lemos
1 INTRODUÇÃO
1
Licenciada em Letras - Extensionista Social - EsLoc. Augusto Corrêa, EMATER-PARÁ
26
2 CONCEITOS DE CIDADANIA
3 DIREITOS SOCIAIS
27
SAÚDE
Direitos Deveres Papel da ATER
Garantia de redução do Estar documentado; Mostrar a importância da
risco de doença e de outros efetuar consultas médicas alimentação e do uso de
agravos; acesso universal e periódicas, vacinação de equipamentos do trabalho;
igualitário às ações e crianças e idosos, Pré- Incentivar a implantação
serviços para sua natal; Amamentação; de pomar, horta, criação
promoção, proteção e Preventivo, mamografia e de peq. animais,
recuperação. o exame da próstata; diversificação de culturas,
Programas Consumir alimentos de prática de consultas
Governamentais: qualidade; Prevenir médicas , vacinação, pré-
- SUS: Consulta médica; acidentes de trabalho; natal, amamentação,
Exame laboratorial; Participar das conferências participação da
Consulta odontológica; municipais de saúde para comunidade nas
Distribuição de construção de políticas Conferências Municipais
medicamentos públicas de Saúde e outros;
- Saúde da Família e Divulgar os direitos à
outros saúde
28
Programa(s) Critério(s)/Documento(s)
29
Art. 203 - ASSISTÊNCIA SOCIAL
Direitos Deveres Papel da ATER
I. Proteção à família, à maternidade, à Possuir Divulgar direitos
infância, à adolescência e à velhice; II. documentação e deveres de
amparo às crianças e adolescentes carentes; básica; Manter as assistência
III. a promoção da integração ao mercado de crianças na escola; social, os
trabalho; IV. a habilitação e reabilitação das Evitar o trabalho Programas
pessoas portadoras de deficiência e a infantil. Participar existentes no
promoção de sua integração à vida das Conferências município e os
comunitária; V. garantia de um salário mínimo de Assistência critérios
de benefício mensal à pessoa portadora de para construção de seletivos
deficiência e ao idoso que comprovem não políticas públicas
possuir meios de promover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei
Programas Critério(s)/Documento(s)
Bolsa Família Renda familiar per capita até R$-120,00; Certidão de
R$-18,00 a R$-114,00 Nascimeno, CPF, RG, Título, Comp. de renda,
Comprovante de residência e declaração escolar
PETI Criança de 7 a 15 anos; Documentação completa da
R$-40,00 / criança família e declaração escolar
AGENTE JOVEM; Jovens de 15 a 18 anos; Documentação completa da
Valor: R$-65,00/Jovem família e declaração escolar
BPC Idosos a partir de 65 anos e Pessoas com Doença ou
Salário Mínimo Deficiência com renda per capita familiar inferior a ¼ do
mínimo; Documentação: Certidão de Nasc. Ou
Casamento, CPF, RG, CTPS, Comprovante de
residência e de renda
CRAS / PAIF – (Centro de Público do Bolsa Família e BPC
Referência da Assistência
Social)
API – Conviver Idosos a partir dos 60 anos
30
4 DIREITOS AMBIENTAIS
5 DOCUMENTAÇÃO BÁSICA
31
Documento(s)
Onde Tirar Documento(s) Necessário(s)
Básico(s)
Ter cultivo de lavoura e morada habitual /
Título Definitivo da terra ITERPA Requerimento no ITERPA / Vistoria /
(até 100 ha) Declaração de que não há litígio ou
desentendimento / demarcação / análise
jurídica / homologação
Imposto Territorial Rural Receita Federal CAFIR (Declaração com limites / CPF e
(ITR) (Via Sindicato) RG) / Cadastramento na R. Federal
Registro e a Permissão SEAP/PR, PARA PESCADOR
de Pesca (Aprendiz de através de seus Requerimento de registro; Cópia do
Pesca / Pescador escritórios RG/CPF/comprovante de residência/ 1º
Profissional / Armador de estaduais Via regtº/ comprovante de recolhimento
Pesca / Embarcação Colônia de bancário – R$-10,00
Pesqueira/ Indústria Pescadores
EMBARCAÇÃO PESQUEIRA
Pesqueira / Aquicultor /
Requerimento de registro/RG/
Empresa que
CNPJ/comprovante de residênciae da
comercializa organismos
propriedade da embarcação/ Original da
vivos)
permissão prévia de pesca ou do
certificado de registro/Certidão negativa
de débitos (IBAMA)/ comprovante de
recolhimento bancário da taxa
correspondente.
PAPEL DA ATER
Incentivar a aquisição de documentos básicos;
Mostrar a importância da documentação;
Mostrar os caminhos e os critérios para a retirada desses
documentos.
6 ORGANIZAÇÃO
Cidadania é uma situação que se dá na relação com o outro. Não há
cidadania no isolamento, daí a necessidade da organização.
32
6.1 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO
De maneira geral, organização é o ato de organizar, portanto, um grupo
de pessoas com os mesmos objetivos é uma organização.
33
Fundação (2 cópias e 1 original), xérox do CPF do presidente e dos
associados;
4. Inscrição na Receita Federal para receber o CNPJ;
- Documentos necessários: (Ficha de Inscrição do CNPJ, cópia do CPF
do presidente, duas vias do quadro de associados, do Estatuto e da ata
de fundação, registrados em cartório)
PAPEL DA EMATER-PARÁ
. Mobilizar a Comunidade para a Organização da mesma, mostrando a
importância desta, dando noções de grupo, de relações humanas, de gestão,
esclarecendo o papel de cada um da diretoria, fazendo o DRP (Diagnóstico
Rápido Participativo da Comunidade), executando as atividades de ATER
34
conforme o planejamento da comunidade no DRP e trabalhando com os
grupos.
35
dividir mais sua produção com o dono da canoa e outros. Passamos então a
trabalhar com os pescadores financiados, fazendo reuniões de
esclarecimentos, principalmente sobre a legalidade dos apetrechos de pesca
que deveriam adquirir. Foi numa dessas reuniões que descobrimos que
realmente os mesmos não conheciam as leis da pesca e outros direitos e
deveres do cidadão. Daí, então, surgiu a idéia de fazermos um trabalho em
cima dessas necessidades. Fizemos, em parceria com a Secretaria de Meio
Ambiente e Colônia de Pescadores, um Dia Especial em Cidadania com
enfoque maior para a Legislação pesqueira e aquisição de documentos
pessoais. Foi um sucesso, que outras comunidades estão mostrando interesse
em fazer o mesmo trabalho. Além disso, com o interesse da colônia veio para o
município Curso de Aquaviário, com a participação de 60 pessoas, com
expedição de 60 CIR (Caderneta de Inscrição e Registro) e arqueamento de 15
embarcações.
Ainda com base no DRP, iniciamos um trabalho com as Donas de Casa
e Jovens. Formamos dois grupos, os quais estão sendo trabalhados, no
momento, na capacitação em trabalhos manuais. As participantes dos grupos
já estão produzindo algumas peças e vendendo na sede do município.
Paralelamente a isso a comunidade vem se mobilizando e já conseguiu
a implantação de um Posto de Saúde, um Telefone Público e um pequeno
trapiche.
Como podemos perceber, em apenas 1 ano de trabalho alcançamos um
resultado significativo.
Atualmente estamos trabalhando para legalizar a associação a qual
encontra-se em débito com a receita federal.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
36
produtor, do nosso pescador e de suas famílias, pois esta é a melhor forma da
inclusão social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
37
PESCA SUSTENTAVEL: análise dos municípios
do regional Capanema da EMATER-PARÁ
1
Robson Cabral do Nascimento
2
Leonardo Deivid F. de Miranda
1 INTRODUÇÃO
1 o
Eng de Pesca, M.Sc. - Extensionista Rural I – Escritório Local Augusto Corrêa – EMATER-PARÁ
2
Técnico em Pesca - Extensionista Rural II – Escritório Local Augusto Corrêa – EMATER-PARÁ
38
No entanto, a partir de 2006, a EMATER-PARÁ começou processo de
resgate das atividades de ATER no estado, passando a ser denominada de
ATEPA (Assistência Técnica e Extensão Pesqueira e Aquícola) com a
contratação de cerca de 50 profissionais da área pesqueira, entre Engenheiros
de Pesca e Técnicos de Pesca e Aqüicultura.
Neste trabalho, que é parte integrante do I Seminário de Gestão Sócio-
Ambiental e Extensão Rural promovido pelo regional Capanema da EMATER-
PARÁ, busca-se apresentar informações sobre o estado atual da atividade
pesqueira nos municípios que compõem este regional, enfocando algumas
estratégias de gestão baseados em modelo que vise a sustentabilidade desta
atividade.
2 DESENVOLVIMENTO
39
A pesca é praticada utilizando-se métodos tradicionais e equipamentos
rudimentares, de modo geral confeccionados pelos próprios pescadores
(SANTOS, 2005).
As pescarias mais comuns utilizam redes de emalhar (malhadeiras). A
diminuição dos estoques por conta da sobrepesca vem forçando aos
pescadores realizarem suas pescarias cada vez mais distante do porto de
origem e utilizarem redes cada vez maiores.
Nascimento e Asano-Filho (1999), registram a ocorrência de redes com
até 6 km de comprimento para a pesca de cações e afins na costa norte no
final da década de 1990. Hoje, sabe-se que algumas redes ultrapassam a 10
km de comprimento.
Contudo, o aumento da produção não foi proporcional ao esforço
empregado. Este fato pode ser indicativo do estado de sobrepesca em que se
encontra a maioria dos estoques explorados na costa Norte.
A pesca com espinhel e os currais também assume destaque sendo
observado em 10% dos casos. Em menor proporção surge a pesca com puçá,
matapi e a captura de caranguejos e outras espécies dos manguezais.
A pesca artesanal é realizada em praticamente todos os municípios do
estado, tendo participação relativa no estado do Pará de 87,5%, enquanto que
a pesca industrial e a aqüicultura correspondem a, respectivamente, 10,9% e
1,6% (ESTATPESCA, 2005).
40
110 104,7 Regional Capanema
98,6 Estado do Pará
100
90 83,7
80
desembarque (mil t)
70
60
50
39,1
40
30,8
30
20
10
0
2001 2002 2003 2004 2005
periodo
Vigia(1) 21.723
Belém(2) 19.672
Bragança(3) 11.735
S.J.Pirabas(4) 6.416
A. Corrêa(5) 5.670
Curuçá(6) 5.655
Quatipuru(7) 3.555
Viseu(8) 2.259
S.C.Odivelas(9) 2.035
Maracanã(10) 1.186
Salinópolis(11) 1.124
Soure(12) 828
Marapanim(13) 657
Salvaterra(14) 650
Colares(15) 526
41
As principais espécies capturadas foram: serra (Scomberomorus
brasiliensis), com destaque para o município de Augusto Corrêa; caranguejo
(Ucides cordatus), em que Quatipuru é o maior produtor regional; pargo
(Lutjanus purpureus), que tem Bragança não só como maior produtor regional
como também nacional; cações (Sphyrna sp. e Carcharrhinus sp.); pescada
amarela (Cynoscion acoupa), dentre outros (Tabela 1).
Salinópolis
Quatipuru
Bragança
A. Corrêa
Pirabas
Viseu
S. J.
Produção
Espécie(s) %
Total
42
Tabela 2. Distribuição da frota cadastrada nos municípios pertencentes ao regional Capanema
(EMATER-PARÁ), no ano de 2005.
Barco Barco
Canoa Canoa Barco
Município Montaria Pequeno Médio Total %
a Vela Motorizada Industrial
Porte Porte
A. Corrêa 133 103 73 164 116 0 589 21,2
Bragança 43 81 122 358 162 0 766 27,5
Quatipuru 48 219 74 75 0 0 416 14,9
S. J. Pirabas 9 207 28 104 0 11 359 12,9
Salinópolis 90 82 17 67 1 0 257 9,2
Viseu 70 181 63 81 1 0 396 14,2
TOTAL 393 873 377 849 280 11 2783 100,0
% 14,12 31,37 13,55 30,51 10,06 0,40 100,00 -
43
As Colônias de pescadores constituem a forma de organização
predominante na pesca artesanal. Contudo, o nível de organização e de
integração social entre os pescadores nesta região está abaixo do necessário
para assegurar seus interesses.
O acesso às linhas de crédito para custeio e, principalmente, de
investimento para reforma de embarcações, aquisição de equipamentos e
treinamento de recursos humanos, pode ampliar substancialmente o
desempenho produtivo dos pescadores artesanais.
No campo do crédito os desafios que se mostram prementes são o
fortalecimento do capital social, que converge para o associativismo e
cooperativismo, e a capacitação produtiva e gerencial desses atores. Estes
elementos, acompanhados por instrumentos de crédito adequados e
viabilizados por ações compartilhadas, podem contribuir para minimizar os
problemas atualmente enfrentados por esses pescadores.
3 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES
44
estarem registrados nas Colônias ou associações, a sua participação não tem
sido efetiva se reduzindo apenas à ida em reuniões de forma esporádica.
No entanto, com a criação de Secretaria Especial de Aqüicultura e
Pesca (SEAP/PR) e da Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura (SEPAq),
além do lançamento de linhas de crédito dentro do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) específicas para a pesca e a
aqüicultura têm papel importante na sustentabilidade desta atividade.
Contudo, a gestão dos recursos pesqueiros ainda necessita de atuação
mais incisiva por parte dos órgãos gestores com vistas a promover o
desenvolvimento da pesca artesanal de modo sustentável. A falta de gestão
adequada vem proporcionando a elevação do esforço de pesca motivado,
inclusive, pela entrada, a cada ano, de um maior número de pessoas na
atividade. Contudo, a produtividade tende a reduzir gradativamente como fruto
da pressão sobre a reprodução dos estoques.
O ordenamento pesqueiro deve ser implantado visando disciplinar o uso
dos recursos existentes de modo a limitar o esforço de pesca (número de
embarcações, quantidade e tipo de petrechos, período de pesca, e combate a
pesca predatória, de modo que se possa atingir equilíbrio na explotação dos
estoques.
Uma estratégia para o ordenamento a pesca são os Acordos de Pesca,
que são um conjunto de regras estabelecidas pelos comunitários que
determinam o acesso e o uso dos recursos pesqueiros em uma determinada
área geográfica (CASTRO; McGRATH, 2001).
Uma alternativa para organizar as discussões para o desenvolvimento
do setor pesqueiro (incluindo os acordos de pesca) é a formação dos
Conselhos de Pesca, que têm como objetivo promover a preservação e
conservação dos recursos naturais, principalmente da pesca (RUFFINO, 2005).
Estas estratégias começam a ser utilizadas nos municípios do regional
Capanema, como é o caso do Acordo de Pesca do caranguejo entre Bragança
e Augusto Corrêa, que limita a quantidade explorada por catador por dia de
trabalho. Outro exemplo é o caso do tamanho da malha da rede para a pesca
de pratiqueira em Augusto Corrêa, que baseado em Acordo de Pesca é inferior
ao estabelecido para os demais municípios do estado do Pará.
45
Para o fortalecimento da atividade é necessária a integração das
atividades entre as instituições como prefeituras, órgãos estaduais e federais,
colônias de pescadores etc., embora esta integração ainda seja pequena.
É necessário priorizar as pesquisas para delimitar claramente a
quantidade a ser explotada e, inclusive, a busca de fontes alternativas de
renda, de modo a orientar as ações dos pescadores artesanais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
46
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
1
Alcirene Corecha Fernandes Eiras
1 INTRODUÇÃO
1
Assistente Social - Extensionista Social – Escritório Local Capanema, EMATER-PARÁ
47
Atualmente a ATER se encontra em processo de trânsito da Agricultura
convencional para a Agricultura sustentável. Esse novo enfoque da Agricultura
deverá assegurar a produção de alimentos sadios, de melhor qualidade
ecológica e livre de qualquer contaminação, fortalecendo assim a SAN de
nossa população.
3.1 NO MUNDO
48
alimentar foi definida como a garantia de adequado suprimento alimentar
mundial para sustentar a expansão do consumo e compensar eventuais
flutuações na produção e nos preços. Este conceito não considerava a
possibilidade do país ter alimentos e sua população não ter acesso a eles.
Anos após a conferencia de Roma verificou-se que os problemas de
pessoas afetadas pela fome em todo mundo aumentava e que a “Revolução
Verde”- expansão da agricultura pelo avanço tecnológico – não iria reduzir os
níveis de pobreza e má nutrição do planeta. Isso levou a uma redefinição de
Segurança Alimentar.
Em 1983 a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), acrescentou no conceito a garantia do acesso físico e
econômico das pessoas à alimentação básica que elas necessitavam.
Em 1994 a FAO lançou seu Programa Especial de Segurança Alimentar,
centrada na ajuda a vários paises para o aumento da produção de alimentos
com o objetivo de conter os índices de fome e subnutrição.
3.2 NO BRASIL
49
Em março de 2004, na cidade de Olinda (Pe) foi realizada a II
Conferência, que teve como a principal deliberação a lei que cria o Sistema
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
A III Conferência foi realizada em julho de 2007, na cidade de Fortaleza
(Ce) onde suas deliberações se constituíram em diretrizes e prioridades para a
construção do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)
e para a formulação e implementação da Política Nacional de Segurança
Alimentar e nutricional (PNSAN).
Como podemos ver, o tema Segurança Alimentar vem ao longo do
tempo sendo construído no Brasil resultante do processo de participação e
discussão com os diversos setores da sociedade.
50
respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis” (Art. 3º).
51
organizações da sociedade civil na formulação e implementação de políticas e
ações de combate a fome e de promoção da segurança alimentar e nutricional.
Integram o SISAN a CNSAN; o CONSEA; a Câmara Interministerial de SAN; os
Órgãos e entidades de SAN da União, dos estados, dos Municípios e as
instituições privadas com ou sem fins lucrativos.
52
agricultura que além de sustentáveis possam assegurar uma produção
qualificada de alimentos e melhorar as condições de vida da população rural e
urbana.
Atualmente nos encontramos em um processo de transição da
agricultura convencional para uma agricultura sustentável. Um dos objetivos
deste novo enfoque é o de contribuir para melhoria da renda, da segurança
alimentar e da diversificação da produção, para a manutenção de novos postos
de trabalho, em condições compatíveis com o equilíbrio ambiental.
Segundo dados apresentados no Seminário Nacional “Decidindo a
Política de Extensão Rural para o Brasil, 2002 – Brasília – DF a agricultura
familiar é responsável por 80% da produção de todos os alimentos da cesta
básica dos brasileiros. Daí a necessidade de uma agricultura de base
ecológica, mais compatível com a necessidade de produção de alimentos
sadios em quantidade suficientes para garantir a segurança alimentar de toda a
população e sem descuidar da necessária proteção dos recursos naturais.
53
f) O acesso à água tratada e ao saneamento, que influência na
qualidade do preparo dos alimentos;
g) A participação da mulher no trabalho e no preparo dos alimentos e
h) Produção de alimentos sadios, de melhor qualidade biológica, livre de
qualquer contaminação.
54
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
55
USO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
FLORESTAIS EM PROPRIEDADES FAMILIARES
DO NORDESTE PARAENSE
1
Márcio da C. Freitas
2
Milton P. Ferreira
1 INTRODUÇÃO
1
Engº Florestal, MSc. - Extensionista Rural I – Escritório Local Capanema, EMATER-PARÁ.
2
Técnico Agropecuária - Extensionista Rural II – Escritório Local Primavera, EMATER-PARÁ.
56
sob a ótica da gestão socioambiental, que propõem sistematicamente
promover interações equilibradas entre as necessidades socioeconômicas das
comunidades e a conservação biológica dos ecossistemas florestais.
Nesse sentido, este trabalho apresenta algumas propostas de uso e
conservação dos recursos florestais para que sejam desenvolvidas em
propriedades rurais da agricultura familiar, com o intuito de promover a
diversificação do uso dos recursos naturais renováveis e melhorias
socioeconômicas para os produtores rurais.
57
O manejo pode ser destinado para vários fins: madeireiro (lenha, carvão,
madeira serrada, etc) e não madeireiro (medicinais, artesanato, frutíferas, etc).
Sendo, qualquer que seja o objetivo fim do manejo, suas intervenções, quando
necessárias, deverão ocorrer levando em consideração os aspectos ecológicos
do objeto de manejo e da área a ser manejada, pois a intenção é garantir uma
alternativa de renda e uso da propriedade que seja ambientalmente sustentável
e não apenas criar outra forma de exaustão ambiental.
Rayol et. al. (2005) identificaram em 6,6 ha de uma floresta secundária
(capoeira) de aproximadamente 13 anos, no município de Capitão Poço, no
Nordeste Paraense, 24 espécies vegetais com potencial de uso diversificado
(TABELA 1).
58
identificar se já existe extrativismo de algum produto. De posse das
informações do que e em que quantidade se tem determinados recursos,
planeja-se então, quais intervenções podem ser feitas para garantir que a
exploração seja sustentável econômica e ambientalmente.
Considerando-se que uma das estratégias do manejo é garantir boas
condições de desenvolvimento e produção para os indivíduos que se pretende
explorar. Para se reproduzir esse efeito são necessárias algumas intervenções,
tais como o raleamento de copa, que consiste na aplicação de ações voltadas
para liberar espaço entre as copas das árvores com o objetivo de reduzir a
competição por espaço de copa, luz, nutrientes e água. Nessa ação é feito o
desbaste (eliminação) de alguns indivíduos, normalmente por meio de
anelamento do tronco, poda de galos, corte de cipós e outros.
Outra prática empregada no manejo de capoeira é o enriquecimento que
consiste na implantação de mudas (frutíferas, oleaginosas, medicinais,
madeireiras...), visando o aumento do número de indivíduos de espécies
comuns da área, bem como a introdução de novas espécies que apresentem
potencial econômico para exploração futura.
As mudas podem ser produzidas artificialmente, por meio do semeio em
sacos de polietileno ou em sementeiras e depois plantadas na área. Também
pode ser usado o transplante direto de mudas já existentes no campo. Se a
área apresentar capacidade de suporte para a produção de sementes, o
excedente pode ser comercializado na forma de semente “In Natura” ou como
muda, potencializando-se assim em alternativa de renda para a propriedade.
Partindo do princípio que a maioria das propriedades rurais do nordeste
paraense já suprimiu a vegetação natural de suas áreas além do permitido na
legislação (Código Florestal, LEI Nº 4.771/1965). Nestes casos, as áreas de
capoeira manejadas podem ser trabalhadas para que os agricultores possam
compensar como parte de seu passivo ambiental. Desta forma, o manejo da
capoeira irá colaborar para que o proprietário se regularize perante aos
aspectos legais (reserva legal - RL), servindo ainda como uma alternativa com
potencial para aumentar a renda familiar, além de contribuir para a melhoria
ambiental.
59
2.1.1 Relato de Caso
60
florestais, por sua vez, o retorno econômico, pela produção de frutos e palmito,
é baixo. A retirada de açaizeiros altos que atingiram o clímax produtivo propicia
as condições necessárias para que as rebrotações da touceira comecem a
produzir. As produções aumentam com a maturidade da planta e a
estabilização ocorre entre 12 e 13 anos, começando, logo em seguida, a
redução. (QUEIROZ & MOCHIUTTI, 2001)
No nordeste paraense, tem muitas propriedades rurais que apresentam
faixas de açaizais nativos com potencial para o manejo, podendo se
transformar em uma nova fonte alternativa de renda para produtores rurais
dessa região.
a) Limpeza da área
b) Raleamento da vegetação
61
touceiras beneficiando assim os estipes que ficam na área. Essa prática é
realizada na entressafra, com aproveitamento dos palmitos.
d) Obtenção de mudas
e) Manutenção do açaizal
a) Impactos econômicos
62
b) Impactos sociais
c) Impactos ambientais
63
participantes. À medida que foram conhecendo as técnicas de manejo, foram
praticando e desenvolvendo habilidades.
Das 19 famílias iniciadas, houve desistências, ficando reduzido a 11
pessoas, e dentre essas alguns já obtiveram resultados um ano após o inicio
da atividade. Dentre esses, podemos citar como exemplo a Sra. Raimunda
Maia, que teve em 2006 um acréscimo na produção de frutos em torno de 20%,
e ótimo desenvolvimento vegetativo do açaizal jovem.
No dia 25 de junho de 2006, realizamos um Dia de Campo sobre a
cultura do açaizeiro, na propriedade da Sra. Raimunda Maia, comunidade do
Rio Preto, primeira área selecionada onde iniciou-se o trabalho de manejo. O
evento teve 58 participantes, dentre esses 50 eram agricultores familiares, que
tiveram a oportunidade de ver o trabalho em desenvolvimento. A partir dessa
ação, foi divulgado nas outras comunidades, despertando o interesse de outras
famílias de agricultores.
Neste ano de 2007, o público aumentou de 11 para 58 famílias, onde já
iniciamos o processo de preparação, começando pelo conhecimento da área
selecionada e a produção de mudas (conhecendo todas as peculiaridades
produção de mudas). De novembro de 2007 a janeiro de 2008, será feito a
limpeza da área e raleamento da vegetação.
O replantio será uma atividade posterior, em que usaremos mudas
existentes na área, como também às produzidas nos viveiros. Os dois tipos de
mudas citados mostraram bom comportamento na adaptação e “pegamento”,
sendo que é sempre necessário se preparar mudas em viveiros, pois quase
sempre o número de mudas existentes na área é baixo em relação a
necessidade do replantio.
Esse trabalho tem despertado a consciência das pessoas envolvidas,
que passaram a ver a necessidade de aproveitar os potenciais da propriedade,
como por exemplo o óleo de andiroba e outras espécies, como preservar mais
os recursos naturais existentes. É um trabalho que vem sendo realizado com
acompanhamento e capacitação, por meio da Emater EsLoc. de Primavera, em
parceria com as famílias rurais, onde até o momento não foi usado o crédito
rural, sendo desenvolvido apenas com recurso próprio das famílias rurais.
O trabalho desenvolvido vem despertando novos interesses, alcançando
bom nível de satisfação dos participantes envolvidos à medida que vêem os
64
resultados surgindo, onde observamos as comparações que fazem da situação
inicial com a atual, demonstrando a vontade de continuar as atividades
aprendendo cada vez mais com esse processo produtivo.
65
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos
d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio
mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura;
66
Nesse sentido, as intervenções humanas nas propriedades rurais devem
ser planejadas de forma que se viabilize o desenvolvimento de sistemas de
produção, seja agricultura, pecuária, ou extrativismos, e da mesma forma se
preserve as estruturas funcionais como é o caso das matas ciliares e da
reserva legal (FIGURA 1).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
67
No entanto, o desafio para a inserção de novos meios de produção
passa por uma série de entraves, dentre eles temos:
- A aceitabilidade por parte dos agricultores em função de possíveis
mudanças de hábitos culturais do sistema de cultivo;
- A acessibilidade a outros meios de produção que é depende da
detenção de conhecimentos e habilidades voltadas para identificar e
potencializar o uso de determinado recurso.
- A sensibilização para a aplicação de praticas socioambientais por parte
dos produtores rurais, extensionistas e demais atores envolvidos nesse
processo.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
JESUS, Maria Nilza de. Saberes locais e sistemas agrícolas alternativos na Amazônia
Oriental Brasileira: um estudo de caso na a partir da imagem fotográfica. In: - La cuestión
rural en América Latina - Exclusión y Resistencia Social, 2006, Quito/Ecuador. VII Congreso
Latino Americano de Sociología Rural - ALASRU QUITO 2006. Quito : ALASRU, 2006. v. GT
18. p.19 páginas.
MAQUES, L.C.T. et. al. Abordagem gespan: gestão participativa de recursos naturais.
Documentos 221, dezembro de 2005 Belém, Pa: Embrapa Amazônia Oriental, 2005. 56p
NASS, Daniel Perdigão. Mata ciliar: corredor da natureza. Revista Eletrônica de Ciências. Nº
14 - Dezembro de 2002.
RAYOL, B.P. ; ALVINO, F.O. ; SILVA, M. F. F.; FERREIRA, M.S.G. Potencial de uso de
espécies, por pequenos agricultores, de uma vegetação secundária no Nordeste Paraense. In:
IV CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 2002, Ilhéus. ANAIS DO
IV CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 2002.
68
AQUICULTURA SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO
DOS MUNICÍPIOS DO REGIONAL
CAPANEMA DA EMATER- PARÁ
1
Paulo Roberto S. Nunes
1 INTRODUÇÃO
1
Técnico em Aqüicultura - Extensionista Rural II – Escritório Regional Capanema, EMATER-PARÁ.
69
da aqüicultura e a importância da mesma para a produção de alimento e
geração de renda.
2 A AQUICULTURA NO MUNDO
70
Fig. 1. Comparação de crescimento da aqüicultura mundial.
Fonte: Tacon, 2007.
2 AQUICULTURA NO BRASIL
71
Desde meados da década de 80, a Ostreicultura vem ganhando papel
importante na aqüicultura nacional. Em 1985, no estado de Santa Catarina,
iniciaram-se os primeiros cultivos junto aos pescadores, com a importação e
sementes da Cassostrea gigas. A Universidade implantou um moderno
laboratório de produção de sementes que são distribuídas aos produtores. Os
resultados foram muito positivos e hoje a produção de ostras atinge 2.500
toneladas, a maior do Brasil, comercializada também em outros centros
consumidores como São Paulo e Rio de Janeiro. O problema maior que esses
aqüicultores estão enfrentando é a preocupante mortalidade que ocorre nos
meses quentes do verão, a expansão pouco planificada das fazendas de ostra,
em grande parte de propriedade de pequenos produtores e deterioração da
qualidade da água, sobretudo no verão quanto é grande a afluência de turistas
nacionais e estrangeiros.
O Brasil é o segundo maior produtor de pescado cultivado em 2005,
dentre os países latino-americanos (Kubtiza, 2007). Possuindo cerca de 5
milhões de hectares de reservatórios de água doce além de inúmeros rios de
médio e grande porte que podem ser utilizados para produção de peixes em
tanques-rede, além de possuir insumos básicos para produção de ração. E
ainda, conta com um promissor mercado interno que diminui a relação de
dependência com mercado externo. Entre as várias modalidades de produção
de organismos aquáticos dentro da aqüicultura, a produção de peixe ainda é a
de grande expressão.
De acordo com os dados da FAO, a produção de pescado no Brasil em
2005, foi cerca de 1,1 milhão de toneladas (750 mil proveniente da pesca e
cerca de 260 mil proveniente da aqüicultura – Quadro 2).
Quadro 2. Comparação entre a Produção (toneladas) e o Crescimento anual da Pesca e da
Aqüicultura (%) no Brasil e no mundo.
72
Temos, portanto, a alternativa do cultivo de peixes em tanques-rede nos
grandes reservatórios, ocupando pouca terra, não desmatando florestas e não
exaurindo recursos hídricos. O que ainda irá contribuir com o aumento
localizado na produção pesqueira nos parques aqüícolas. Atualmente, o
programa criado pelo governo federal disponibiliza recursos públicos para uso
de reservatórios criados para geração de energias ou mitigação dos problemas
de seca, o que possibilita o uso múltiplo destes reservatórios, oferecendo
melhores condições de elevar a produção de pescado, melhorando as
condições de vida de comunidades que foram afetadas pela implantação
destes grandes projetos.
Diante disso, se forem aproveitados apenas 0,05% dos reservatórios
gerenciados pela União, o Brasil produzirá 2,5 milhões de toneladas de peixes
adicionais todo ano (Kubtiza, 2007). Os números expressam o potencial do
nosso país, que precisa apenas de investimentos e mais tecnologias
proporcionando condições de torna o Brasil um dos maiores produtores
mundial de pescado.
É a aqüicultura que poderá dobrar o consumo do pescado no país nos
próximos dez anos, uma vez que a pesca extrativa tanto do mar como das
águas interiores situa-se abaixo da metade do potencial e com tendência à
estabilização ou queda (Oetterer, 2002).
73
carcinocultura marinha, cultivando o Camarão Branco (Litopenaeus vannamei),
e continental, com o Gigante da Malásia (Macrobrachium rosenbergii).
Contudo, sem sucesso devido à falta de tecnologia e custos elevados dos
insumos que proviam de outras regiões do país.
Outra atividade aquícola, que teve início em 2002, foi o cultivo de Ostras
(ostreicultura), através de pesquisas realizadas pelo Instituto de Ensino
Superior da Amazônia - IESAM, em alguns municípios do litoral do Estado
como Augusto Corrêa (Nova Olinda), Curuçá (Lauro Sodré), Magalhães Barata
e Maracanã (Nazaré do Seco), mas somente em 2004, o SEBRAE-PA em
parceria com EMATER-PARÁ (Esloc. Augusto Corrêa), o projeto teve um
melhor desenvolvimento em nível de produção e busca de mercado (na
Comunidade de Nova Olinda), e produção de sementes (na Comunidade de
Lauro Sodré), porém ainda é um número pequeno comparado com o potencial
da atividade em nossa região.
Hoje, na Regional Capanema a principal atividade aqüícola é a
piscicultura, que já se encontra presentes em todos os municípios, porém de
forma, ainda, muito artesanal e desordenada. A falta de informação e
assistência técnica são os principais motivos do setor se encontrar nessa
situação.
Dentre as modalidades da piscicultura, o cultivo em Tanques-Rede, vem
se desenvolvendo significativamente, pois possui um investimento inicial baixo
comparado com o cultivo em Tanque-Escavado. Nos municípios pertencentes
ao Regional Capanema existem rios que possibilitam o desenvolvimento dessa
forma de atividade.
Os municípios de Capanema (Rio Quatipurú), Ourém (Rio Guamá) e
Peixe-Boi (Rio Peixe-Boi), merecem uma atenção maior para o
desenvolvimento dessa modalidade de cultivo, pois os mesmos possuem um
grande potencial aqüícola e que ainda não foi explorado.
A Assistência Técnica é feita por um Técnico em Aqüicultura da
EMATER-PARÁ, número esse incipiente para a grande demanda, que abrange
11 municípios, onde mesmo de forma deficiente, já foram povoados 120.000
alevinos no decorrer de 1 ano e 8 meses, sendo a maioria para a agricultura
familiar. Desta forma a piscicultura vem sendo mais uma fonte de renda e
74
alimento ao agricultor, que na maioria das vezes acaba tendo que comprar
esse alimento.
Seria de fundamental importância a promoção e desenvolvimento de
ações que possibilitem o fortalecimento do associativismo de aqüicultores em
nível municipal, buscando a participação efetiva dos produtores, de forma a
assegurar suas contribuições ao desenvolvimento do setor aqüícola. Diante do
atual cenário pode-se dizer que seria um trabalho lento, mas de onde se tiraria
bons resultados futuros.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
KUBITZA, F. O mar está pra peixe... prá peixe cultivado. Panorama da Aqüicultura, p 14-23,
2007.
75
RANGEL, R. Abordagem histórica do cenário institucional brasileiro do setor pesqueiro e
aqüícola. Aqüicultura e Pesca, p 46 e 48, Janeiro/Fevereiro, 2007.
76
SISTEMAS SILVIPASTORIS COMO ALTERNATIVA DE MANEJO
SUSTENTAVEL DE PASTAGENS
1
Michela Cristina Jacques Belarmino
1 INTRODUÇÃO
1 a
Eng Agrônoma, DSc. - Extensionista Rural I – Escritório Regional Capanema, EMATER-PARÁ.
77
do sistema silvipastoril, como meio sustentável no manejo de pastagens e na
recuperação de áreas alteradas.
78
2.1 O PAPEL DA ARBORIZAÇÃO NA SUSTENTABILIDADE DOS
SISTEMAS A PASTO
79
melhor aproveitamento da água das chuvas. Isso é facilitado pelo
desenvolvimento do sistema radicular das árvores, que promove boas
condições físicas ao solo, melhorando sua estrutura, aumentando a
porosidade e a capacidade de retenção de água (HERNANDEZ, 1998). De
acordo com Dagang & Nair (2001), em condições de baixa disponibilidade de
água no solo as árvores podem bombear água das camadas mais profundas
do solo e distribuí-la na superfície.
80
não-sombreadas da pastagem (JOFFRE et al., 1988; HANG et al., 1995;
WILSON, 1996).
81
tolerância varia entre diferentes espécies de gramíneas e leguminosas
forrageiras.
82
outros fatores causadores da degradação das pastagens, concorre para
reduzir o crescimento das gramíneas, e, em estádios mais avançados, para
promover o aparecimento de plantas invasoras e de solo descoberto. A
recuperação de pastagens degradadas, principalmente daquelas em estádio
avançado de degradação, depende da recomposição da cobertura vegetal do
solo, e para isso espécies leguminosas fixadoras de N2 são as mais
recomendadas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
83
a fase inicial de estabelecimento, e com o tempo, promover o melhoramento
da fertilidade do solo, reduzindo ou eliminando a necessidade de aplicação de
outros fertilizantes constituindo-se na base da alimentação em sistemas
orgânicos de produção animal.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
HANG, S.; MAZZARINO, M. J.; NUÑEZ, G.; OLIVA, L. Influencia del desmonte seletivo sobre
la disponibilidad de nitrógeno em años húmedos y secos em sistemas silvipastoriles em el
Chaco árido argentino. Agroforesteria em las Américas, Turrialba, v. 2, n. 6, p. 9-14, 1995.
JOFFRE, R.; VACHER, J.; LLANOS, C. de los; LONG, G. The dehesa: an agrodilvopastoral
system of the nediterranean region with special reference to the Sierra Morena area of Spain.
Agroforestry Systems, Dordrecht, v. 6, p. 71-96, 1998.
OVALLE, M. E.; AVENDAÑO, J. Utilización silvopastoral del espina, II. Influencia del espina
(Acacia caven (Mol.). Hook et Arn.) sobre algunos elementos del médio. Agricultura Técnica,
Santiago, v. 44, n. 4, p. 353-362, 1984,
VOLÍVAR, D. IBRHIM, M.; KASS, D.; JIMENEZ, F.; CAMARGO, J. C. Productividad y calidad
forrajera de Brachiaria humidicola en monocultivo y en asocio con Acacia mangium en un
suelo ácido en el trópico húmedo. Agroforesteria en las Ameritas, Turrialba, v. 6, n. 23, p.
48-50, 1999.
84
OS SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO
ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE AGROECOLOGICA NA
AGRICULTURA FAMILIAR
1
Antonia B. da Silva
1 INTRODUÇÃO
1 a
Eng Agrônoma, MSc./Doutoranda -Extensionista Rural I–Escritório Local S. J. de Pirabas, EMATER-
PARÁ.
85
Isto ocorre devido à combinação de espécies florestais e frutíferas, com
cultivos agrícolas e a integração com animais, proporcionando o uso adequado
do solo, objetivando a produção e a manutenção da produtividade, garantindo
rendimento sustentável e o bem estar do homem no meio rural dos
ecossistemas amazônicos. Outro aspecto importante é o caráter perene dos
SAFs, os investimentos são realizados apenas uma vez e o sistema se mantém
durante vários anos.
86
importância do contínuo desenvolvimento de novas alternativas econômicas e
sustentáveis para o sistema de produção do nordeste paraense.
87
recirculação dos potenciais produtivos dos ecossistemas (YANA, WEINERT,
2001)
88
influência que exercem no processo de ciclagem de nutrientes e no
aproveitamento da energia solar, são considerados os elementos estruturais
básicos e a chave para a estabilidade do sistema. Além da ciclagem de
nutrientes os sistemas multiestratos (capoeira melhorada), proporcionam outros
serviços importantes. Tais serviços extras ou sinérgicos são considerados
indicadores de sustentabilidade dos SAFs: fornecimento de lenha como fonte
de energia térmica; oferta de nutrientes, além de N e P para as culturas anuais;
fonte de energia para os microrganismos do solo, através da liteira de capoeira
melhorada por prover carbono como fonte energética e aumentar a ciclagem
de nutriente e o seqüestro de carbono no solo; melhoria das propriedades
físicas do solo e a retenção de água do mesmo; prevenção e tolerância à
pragas e doenças nas culturas anuais; e aumento da biodiversidade local
(agrobiodiversidade).
Os SAFs também contribuem para fixação do homem do campo. Os
sistemas exigem uma demanda de mão-de-obra durante o ano todo, ou seja,
os tratos culturais e colheitas ocorrem em épocas diferentes e não são as
mesmas para todas as espécies. Os sistemas englobam diferentes
comportamentos das plantas e normalmente exigem maior número de serviços.
A implantação de SAFs visa a sustentabilidade econômica, a
diversidade de produtos ao longo do ano, viabilizando financeiramente o
sistema. Este fato exige que seja realizado um profundo planejamento,
considerando necessário atingir esta sustentabilidade econômica durante o
processo. Os objetivos dos SAFs, podem ser resumidos em:
Manter-se sustentável;
Conferir sustentabilidade aos sistemas agrícolas;
Aumentar a produtividade vegetal e animal;
Direcionar técnicas para uso racional do solo e da água;
Estimular a utilização de espécies para usos múltiplos;
Diminuir os riscos do agricultor;
Amenizar os efeitos adversos dos fatores de produção;
Minimizar processos erosivos.
89
3 CLASSIFICAÇÃO DOS SAF’s
6) Rentabilidade;
7) Viabilidade.
90
c) Manejo dos Solos
As técnicas de manejo do SAF devem cumprir os seguintes
objetivos:
1) Manter o solo coberto com vegetação ou com seus resíduos, durante
a maior parte do ano;
2) Manter o conteúdo de matéria orgânica das camadas superficiais do
solo;
3) Manter um sistema de raízes superficiais para contribuir na estrutura
e na ciclagem de nutrientes;
4) Minimizar a remoção de matéria orgânica e nutrientes, através da
colheita;
5) Evitar queimadas.
91
Possibilitam melhor distribuição da mão-de-obra ao longo do ano.
Tornam mais confortável o trabalho na roça.
Podem preencher um papel muito importante na recuperação de áreas
em via de degradação.
Podem contribuir para a proteção do meio ambiente, pois diminuem
a necessidade de derrubar a floresta para abrir novos roçados, e
ajudam a controlar a erosão.
No entanto, possuem algumas desvantagens, como:
Os conhecimentos dos agricultores e até mesmo dos técnicos e
pesquisadores sobre SAF são, ainda, muito limitados.
De modo geral, o manejo dos SAF é mais complexo do que o cultivo de
espécies anuais ou de ciclo curto, ou seja, na medida em que um SAF
envolve um maior número de espécies, seu planejamento e manejo são
mais difíceis e exigem conhecimentos mais complexos.
O custo de implantação de determinados SAF é mais elevado, pois o
custo efetivo depende de vários fatores, podendo o custo da muda ser
decisivo.
O componente florestal pode diminuir o rendimento dos cultivos
agrícolas e pastagens dentro dos SAF, pois os efeitos benéficos dos
SAF dependem das espécies escolhidas para formarem o componente
florestal.
92
Nos SAFs que utilizam culturas adaptadas à sombra, tradicionalmente
se costuma usar “árvores com função de serviço” para sombreamento, de
preferência leguminosas, as quais entre outras utilidades têm a capacidade de
fixar nitrogênio. As palmeiras, de modo geral, são espécies que se adaptam
para o uso em SAF´s, por sua copa aberta, estipe ereto, fácil propagação, e
produção múltipla (frutos, óleos, palmito).
A pupunha (Bactris casipae) vem sendo utilizada, por muitos agricultores,
como planta sombreadora de outras culturas, sendo uma cultura tanto
comercial, como de sustentação. No Brasil, é utilizada como planta
sombreadora do cupuaçu (Theobroma grandiflorum) e do cacau (Theobroma
cacao).
Segundo Homma et al (1995), a experiência da imigração japonesa em
Tomé-Açu e seu modelo de desenvolvimento agrícola para as condições da
região amazônica, têm despertado grande interesse na pesquisa desses
modelos produtivos. A partir da década de 80, resultou, também, na vertente
que passou a enfatizar os Sistemas Agroflorestais (SAFs) como modelo ideal
para a Amazônia. Os SAFs têm sido considerados como uma solução para
promover o desenvolvimento rural das áreas tropicais. Entre as vantagens dos
SAFs incluem-se aquelas que promovem menores impactos ambientais. Em
teoria, assegurariam a sua sustentabilidade econômica e ambiental e com isso
poderiam reduzir os desmatamentos e queimadas e a migração de produtores
na Amazônia. A queda na produtividade seria mais lenta, reduzindo dessa
forma a freqüência da migração para novas áreas.
Diversos modelos de SAFs vem sendo adaptados e implantados em
vários municípios do estado do Pará. No município de Capanema a EMATER-
PA em parceria com a EMBRAPA-AMAZONIA ORIENTAL implantaram duas
unidades demonstrativas de sistemas agroflorestais, nas áreas de agricultores
familiares contendo espécies frutíferas (cupuaçu, açaí e banana) e oleaginosas
(andiroba, nin indiano), consorciadas com o cultivo praticado pelo produtor
(mandioca, arroz, milho e feijão caupi), objetivando incentivar a adoção de
tecnologias dos SAFs por pequenos agricultores como alternativa do uso do
solo, recuperação de áreas alteradas ou degradadas, estimulando o
desenvolvimento rural sustentável.
93
Em Bragança-Pa, o modelo em estudo é composto pelos arranjos das
culturas alimentares (mandioca, milho, arroz e caupi) x frutíferas (açaí x banana
x côco, maracujá, mamão) x essências florestais (paricá, andiroba, mogno).
No município de São João de Pirabas-Pa, a EMATER –PA em parceria
com a UFRA vem implantando unidades de pesquisas com SAFs nas
comunidades de agricultores familiares, onde o sistema inicia-se com os
roçados sustentáveis com o arranjo das culturas alimentares (mandioca, milho
ou arroz e feijão caupi) x frutíferas (caju, goiaba, manga, limão) x essências
florestais (pau-rosa, andiroba). No município, encontramos ainda fazendo parte
da composição de diversos arranjos de SAFs o NIM indiano espécie medicinal
e a Teca espécie madeirável.
No município de Capitão-Poço-Pa, o arranjo de SAF tem como a cultura
principal a laranja, sendo consorciada com culturas alimentares e essências
florestais (mogno e paricá).
Os SAFs implantados na colônia nipo-brasileira de Tomé-Açu iniciaram
com a disseminação do Fusarium nos pimentais, que surgiu lentamente em
1957 e, passou a devastar os plantios a partir da década de 70 e da queda de
preços decorrente da expansão desordenada dos plantios. A expansão dessa
lavoura demonstrou a capacidade de resposta dos agricultores paraenses aos
sinais de mercado e preços favoráveis.
A busca de alternativas econômicas fez com que sistemas consorciados,
em rotação e seqüencial, com cultivos perenes e anuais fossem implantados,
visando aproveitar áreas antes, durante e depois do plantio da pimenta-do-
reino (HOMMA et al, 1995). Esses novos arranjos produtivos de culturas e
combinações despertou, com foco no mercado, o surgimento de dezenas de
SAFs nos municípios ao redor de Tomé-Açu.
94
monocultivo de Pimenta-do Reino e a necessidade de sombreamento da
cultura do cacau.
Localizada no ramal do Miriquita, aproximadamente 2 Km da Vila de
Quatro Bocas na propriedade do Sr.Takamatschu, os principais SAFs
praticados são (cacau x seringueira, banana, paliteira, teca, mogno, macaúba);
(Cupuaçu x pimenta-do-reino, paricá, abacaxi, açaí, maracujá, pueraria),
sendo toda a sua produção orgânica, utilizando o esterco de bode. Em 2004,
sua produção foi cerca de 3.000 t de açai e 600 t de cupuaçu, 250 t de abacaxi
e 5 t de cacau.
Na propriedade do Sr. Michinori Konagano, localizada no ramal do Breu,
aproximadamente 10 Km da vila de Quatro Bocas, os principais SAFs são
(cacau x paliteira, seringueira, taperebá, açai ); (Cupuaçu x seringueira,
taperebá, mogno, açai ), numa área plantada de 180 hectares, ocupados com
esses sistemas.
No ramal do Breu, aproximadamente 15 Km da vila de Quatro Bocas, os
principais SAFs encontrados na propriedade do Sr. Seiya Takaki são as
combinações das culturas (Cacau x castanha-do-brasil, teca, pimenta-do-reino,
mogno, maracujá, côco, cupuaçu ).
Localizada na segunda colonia denominada JAMIC, distante,
aproximadamente 30 Km da vila de Quatro Bocas, encontra-se a propriedade
do Sr. Sassahara sendo 20 hectares plantados com SAFs no arranjo de
culturas com Cacau x freijó, pau-rosa, mogno, macacaúba, cedro, castanha-do-
brasil, andiroba, tatajuba, seringueira, bacuri. Utiliza pó de serra e esterco de
gado como matéria orgânica, a produção do cacau é cerca de 600 a 700 g de
amendoa/pé, sem adubação. Nessa mesma propriedade existe um sistema de
25 anos incluindo cacau, mogno, andiroba, cedro, tatajuba, freijó e castanha-
do-brasil.
Ainda na colônia do JAMIC, distante, aproximadamente 31 Km da vila de
Quatro Bocas, a propriedade do Sr. Jorge Takahashi os principais SAFs são
(cacau x tatajuba, paliteira, eritrina, freijo, sucupira, seringueira, castanha-do-
brasil, jaca manteiga, cedro, mogno, ipê, sapucaia, piquiá, virola, cedro
vermelho, carambola, cumarú, açaí, bacaba, paricá, bacuri) e (Cupuaçu x açaí,
paricá, seringueira).
95
Há registros de SAFs implantados em áreas de assentamentos
localizado às margens do Rio Tomé-Açu distante, aproximadamente 30 Km da
sede do município, onde o assentamento foi estabelecido pelo INCRA há cerca
de 9 anos (1995/1996). O Sr. Floriano Gonçalves chegou ao local em 1988 e
possui uma área de 50 hectares de terra, onde iniciou suas atividades com o
cultivo da mandioca, arroz e milho, e depois plantou pimenta-do-reino. Agora,
busca a diversificação através dos SAFs, implantados com as culturas da
pimenta-do-reino x cupuaçu x mogno x côco x castanha-do-brasil. O agricultor
tem noção da importância da diversificação plantas do planejamento
necessário para o sucesso da atividade agrícola. Já o Sr. Raimundo Borges
Teixeira iniciou suas atividades com SAFs em 1995/96 e os principais são
cupuaçu x bacuri x abacate x açaí x piquiá x manga; pimenta-do-reino x cacau
x açaí; e pimenta-do-reino x côco x mogno. Está no assentamento há oito anos
e tem SAFs com cupuaçu já em produção, e vários sistemas em diferentes
fases, possuindo em torno de três hectares plantados.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
96
A agrofloresta deve ser praticada com a intenção de desenvolver formas
mais sustentáveis de uso da terra, que possam incrementar a produtividade na
propriedade e o bem estar da comunidade rural. Na Amazônia, já existem
inúmeros consórcios implantados e bem sucedidos, muitos deles em plena
produção, tanto em instituições de pesquisa como em área de produtor. No
entanto, necessita-se avaliar parâmetros quantitativos e qualitativos das
variáveis do meio biofísico dos SAF´s de interesse sócio-econômico já
existentes no meio rural da região Amazônica.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
97
BAGGIO, A.J. Alternativas agroflorestais para recuperação de solos degradados na região Sul
do País. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS, 1992,
Curitiba. Anais... Colombo: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 1992. v.1. p. 126-
131.
HOMMA, A. K. O. et al. Dinâmica dos sistemas agroflorestais: o caso dos agricultores nipo-
brasileiros em Tomé-Açu, Pará. In: COSTA, J. M. M. (Org.). Amazônia: desenvolvimento
econômico, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade de recursos naturais. Belém,
UFPa/NUMA, 1995. p.37-56.
SANCHEZ, P. A. Improved fallows come of age in the tropics. Agroforestry Systems, 47: 3-12,
1999.
SANTOS, A.I.M.; SCATENA, F.N. Dinâmica dos sistemas agroflorestais: o caso dos
agricultores nipo-brasileiros em Tomé-Açu, Pará. In: COSTA, J.M.M. (org.). Amazônia:
desenvolvimento econômico, desenvolvimento sustentável e sustentabilidade de
recursos naturais. Belém, UFPa/NUMA, 1995. p.37-56.
98
ANEXOS
99
ANEXO I
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
...................,.....de.........de 2007
_________________________________________
Assinatura do Presidente
100
ANEXO II
101
havendo a tratar os trabalhos foram encerrados e eu, ........................................
que servi de secretário (a), lavrei esta Ata, que lida e achada conforme, vai ser
assinada por todos os presentes.
___________________________________________
Presidente da Assembléia
___________________________________________
Secretário (a) da Assembléia
___________________________________________
Presidente da Associação
____________________________________________
Associado (nome)
____________________________________________
Associado (nome)
____________________________________________
Associado (nome)
____________________________________________
Associado (nome)
____________________________________________
Associado (nome)
102
ANEXO III
CAPÍTULO I
103
V. Desenvolver uma consciência associativa entre seus associados;
VI. Manter permanente intercâmbio com entidades congêneres;
VII. Firmar com Entidades congêneres ou com Entidades Públicas ou
Privadas, convênios, acordos, contratos, para fins determinados;
VIII. Participar ativamente do progresso e da vida sócio-econômica do
Município e da Região;
IX. Desenvolver todas as atividades previstas neste Estatuto e as que forem
determinadas pelas Assembléias;
CAPÍTULO II
DOS SÓCIOS
104
CAPÍTULO III
DOS DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS
105
XIV. Cumprir e fazer cumprir este Estatuto e o Regimento Interno;
106
§ 1º - Será feito o pagamento de jóia no ato da proposta e inscrição e a
primeira contribuição mensal, até a data determinada pela Diretoria;
107
II. Por falta de pagamento da contribuição social, quando antes tiver sido
punido na forma do inciso VI, do artigo 18º;
III. Por infração a disposição do Estatuto, Regimento Interno,
Regulamentos e deliberações da Diretoria Administrativa, ou por atos
que atentarem contra os objetivos sociais;
IV. Por reincidência em faltas que já tenham dado motivo a suspensão;
V. Por perda de seus direitos civis;
VI. Por malversação de bens e valores da Associação, sob pena de
processo criminal subseqüente;
CAPÍTULO IV
108
CAPÍTULO V
DA ASSEMBLÉIA GERAL
109
IV. Alterar o Estatuto;
V. Resolver e autorizar quaisquer operações referentes ao patrimônio da
Associação;
VI. Resolver sobre a extinção da Associação;
VII. Resolver os casos omissos, que lhe sejam submetidos pela Diretoria
Administrativa.
Art. 18º - As eleições nas Assembléias Gerais serão por voto secreto.
§ 1º - O Presidente da mesa convidará 02 (dois) associados para servirem
como escrutinadores.
§ 2º - A chamada para votação será feita pelo livro de presença.
110
Art. 20º - As convocações para a Assembléia Geral serão, obrigatoriamente,
fundamentadas.
CAPÍTULO VI
SEÇÃO I
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA
§ 2º- Não serão apurados votos em favor de candidatos cujos nomes não
tenham sido registrados na forma do § 1º.
Art. 22º – O mandato dos integrantes dos órgãos sociais é de 02 (dois) anos,
com poderes e atribuições conferidos pelo presente Estatuto, iniciando seu
mandato no dia da posse.
111
§ Único – Dessas reuniões da Diretoria Administrativa, serão lavradas atas em
livro próprio, assinando-as, depois de aprovadas, o Presidente e o Secretário,
ou, nos seus impedimentos, os respectivos substitutos.
Art. 28º – Perderá o mandato o diretor que, sem motivo justificado, deixar de
comparecer a três reuniões consecutivas, ou a seis alternadas, em cada ano
de mandato, preenchendo-se a vaga na forma do artigo 33.
112
I. Criar os lugares de empregados necessários aos serviços da
Associação, fixando-lhes os respectivos ordenados, podendo abonar-
lhes gratificações, quando julgar merecedores;
II. Administrar as rendas e os bens da Associação;
III. Deliberar sobre a atitude da Associação em face das questões que
afetem os interesses das classes que representa;
IV. Fazer cumprir as deliberações da Assembléia Geral;
V. Resolver sobre a aplicação do dinheiro e bens sociais, autorizar
empréstimos amortizáveis com os recursos da Associação, podendo
fazer operações até cinqüenta vezes o valor do salário mínimo local,
independentemente de parecer prévio do Conselho Fiscal;
VI. Fixar a contribuição mensal dos sócios;
VII. Elaborar o Regimento Interno;
VIII. Promover a locação de prédio em que tiver de funcionar a
Associação, bem como, os meios para a construção ou aquisição de
um edifício apropriado à sua sede.
113
V. Assinar, na forma do parágrafo único do artigo 31, as atas das
reuniões da Diretoria;
VI. Assinar correspondência oficial da Associação, bem como os
diplomas dos sócios;
VII. Tomar qualquer providência de caráter urgente, em assuntos que
sejam do interesse da Associação, respeitando rigorosamente o
presente Estatuto, quando não possa reunir-se de pronto a Diretoria
Administrativa, a cuja aprovação submeterá, posteriormente, o seu
ato;
VIII. Visar quaisquer despesas necessárias, assim como as folhas de
pagamento dos empregados;
IX. Convocar as reuniões da Assembléia Geral, da Diretoria
Administrativa e do Conselho Fiscal;
X. Admitir e dispensar os empregados da Associação;
XI. Assinar, juntamente com o 1º Tesoureiro, os balanços e os cheques
para movimentação de fundos bancários;
XII. Acompanhar a movimentação bancária;
XIII. Nomear, entre os Diretores eleitos, os Diretores de Departamentos
que a Diretoria Administrativa venha a criar;
XIV. Realizar despesas se referentes a reformas ou reparos que importem
na segurança do prédio da Associação, devendo, neste caso, com um
Diretor que convocará, assistir os serviços, visar os documentos e
apresentar à Diretoria Administrativa as contas pagas para que esta
faça constar de ata o seu parecer;
114
Art. 33º - Compete ao 2º Secretário:
CAPÍTULO VII
DO CONSELHO FISCAL
115
I. Reunir-se, pelo menos 02 (duas) vezes durante cada exercício, ao fim
de cada semestre, para exame das contas e estado da caixa,
lavrando-se o competente parecer no livro próprio;
II. Opinar sobre todos os assuntos patrimoniais e financeiros que lhe
sejam encaminhados pelo Diretoria Administrativa;
III. Representar à Assembléia Geral, quanto a quaisquer irregularidades
verificadas na execução das contas;
IV. Emitir, a cada biênio, parecer sobre o relatório da Diretoria e o
Balanço, encaminhando seu parecer à Assembléia Geral.
CAPÍTULO VIII
DO PATRIMÔNIO SOCIAL E FONTES DE RECURSOS
Art. 38º - O excesso disponível entre a receita e a despesa poderá ser aplicado
na forma julgada melhor pela Diretoria Administrativa.
116
IV. Doações de pessoas físicas, pessoas jurídicas de direito público e
pessoas jurídicas de direito privado
CAPÍTULO IX
DAS ELEIÇÕES
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS
117
Art. 43º - A Associação não recomendará aos membros da classe de pessoas
que desejam fazer propaganda, pleitear donativos, assinaturas, ou conseguir
vantagens de interesses particular.
Art. 44º - O salão e as demais dependências do edifício social não poderão ser
cedidos para nele se realizarem quaisquer solenidades de caráter político ou
religioso.
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 47º - Este Estatuto entrará em vigor na data de sua aprovação pela
Assembléia Geral.
APROVADO PELA ASSEMBLÉIA GERAL REALIZADA NO DIA
......DE.............. DE 2007
__________________________________________
118
Secretário da Assembléia
_____________________________
Presidente da Assembléia
Associados:
_______________________________
_______________________________
_______________________________
___________________________
Presidente da Associação
_______________________________
Advogado:
OAB Nº
119
ANEXO IV
REQUERIMENTO PARA REGISTRO EM CARTÓRIO
Nestes Termos
Pede Deferimento
...........................,......... de............................de 2007
_____________________________________________
Presidente
120
ANEXO V
TERMO DE ABERTURA PARA O LIVRO DE ATA
TERMO DE ABERTURA
Servirá o presente livro com ........ folhas numeradas
tipograficamente de 01 a ...... para lavratura das atas das reuniões de
Assembléia Geral, Ordinárias e Extraordinárias da
Associação.............................................................................................................
..
(Assinatura do Presidente)
OBS.: No livro de ata não se deve deixar linhas e páginas em branco; não se
usa ponto parágrafo, tudo é em seguida.
ANEXO VI
TERMO DE ENCERRAMENTO DO LIVRO DE ATA
TERMO DE ENCERRAMENTO
Assinatura do Presidente
Obs.: Este termo só deve lavrado quando o livro de atas estiver concluído.
121
ANEXO VII
1. As associações,
2. As sociedades,
3. As fundações.
122
b) Nos casos de abuso da personalidade jurídica caracterizado pelo
desvio de finalidade ou por problemas que envolvam o seu patrimônio
(como apropriação privada dos seus bens), pode haver a transferência de
obrigações, por decisão judicial, aos bens particulares dos administradores
ou sócios da pessoa jurídica (artigo 50), mesmo que os estatutos da
associação, por exemplo, digam que a responsabilidade dos associados é
limitada.
Isso colocado, vamos fazer uma breve análise dos pontos mais
importantes que dizem respeito à vida das associações, das sociedades e
das fundações.
I – ASSOCIAÇÕES
O Novo Código Civil Brasileiro mantém de definição destas pessoas
jurídicas pela negativa ou seja, coloca como referencial a atividade
econômica como central na vida das pessoas jurídicas (e nisso não inovou
a respeito do Código Civil anterior) e diz que as Associações são
constituídas “pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos” (artigo 53). Isso também confirma que as associações não
se destinam a atividades que tenham finalidades econômicas como a
comercialização de bens ou serviços.
O que foi estipulado de novo para as associações:
123
c) As assembléias gerais só podem aprovar contas e alterar os
estatutos com a aprovação de 2/3 dos presentes na mesma e só
poderão ser instaladas, em primeira convocação, com a presença de
pelo menos a metade mais um dos associados e, nas convocações
seguintes, com a presença de pelo menos 1/3 dos associados. É o que
diz o artigo 59 e esta parece ser uma das inovações importantes e que vão
alterar a forma de decidir de muitas associações já que, em muitas vezes,
as associações aprovam as contas com qualquer número de associados
presentes.
Registro e Regulamentação:
Para o registro das associações, a ata de fundação, juntamente com os
estatutos, devidamente registrados em Cartório, devem ser apresentados à
Delegacia da Receita Federal para o Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídica (CNPJ) e junto à Prefeitura para Alvará de Funcionamento.
As associações seguem o que determina o Código Civil e a Lei dos
Registros Públicos.
124
a) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
Para completar a constituição da personalidade jurídica, possibilitando a
realização de transações financeiras, contratos, convênios, compras e
vendas em nome da entidade, registros em órgãos públicos, representação
e ações judiciais, há a necessidade de se inscrever no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ministério da Fazenda.
Para a inscrição no CNPJ a associação deverá apresentar à Receita
Federal:
1. Documento básico de entrada, em duas vias
2. Ficha cadastral da pessoa jurídica
3. Quadro de associados
4. Estatuto registrado em Cartório.
Com o número do CNPJ a associação já poderá abrir conta em banco,
comprar e vender, inclusive imóveis em seu nome e realizar todas as
operações permitidas a uma empresa legal.
125
ANEXO VIII
DECLARAÇÃO
_________________________________________________
.........................(nome)...............................................
Engº Agrônomo CREA 9.169-D
126