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Realização
Gilberto Bousquet Bomeny
Apoio Artístico
Lílian Mello Bomeny
Fotografia
Versão
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Agência Vídeo Park
A cidade de Parintins
The city of Parintins
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Kimura
Embora possa não parecer, Parintins é uma cidade como nenhuma outra no Brasil.
Seu patrimônio cultural e o talento de sua gente a transformaram no palco do maior
espetáculo cênico a céu aberto do mundo.
Durante todo o ano a cidade se prepara para realizar, nos três últimos dias de junho,
uma inacreditável ópera amazônica que reúne para sua encenação mais de 4.000
figurantes e uma audiência de 40.000 pessoas.
Although it may not seem so, Parintins is like no other city in Brazil. Due to its cultural
inheritance and the talent of its people Parintins was transformed into the stage of the
greatest open sky scenic spectacle in the world.
During the whole year the city prepares itself to perform, in the last three days of June,
an unbelievable Amazon opera that joins for its presentation more than 4,000 players
and an audience of 40,000 people.
Located along the right bank of the Amazon River, 420 km from Manaus, Parintins
is situated in the Tupinambará archipelago, with a population of nearly 100,000
inhabitants (2007 Census).
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José Luiz Paiva
Eduardo Barroso
O azul e o vermelho adquirem em Parintins uma
representação simbólica tão forte que levaram até a
Coca-Cola, um dos principais patrocinadores do Festival, a
obter autorização especial da sede da empresa em Atlanta,
nos Estados Unidos, para utilizar ambas as cores em seu
material publicitário e promocional durante o Festival.
Parintins é o único lugar do mundo onde é possível tomar
uma Coca-Cola com rótulo azul. O mesmo procedimento,
de adaptar sua identidade visual a este código bicromático,
assume as demais empresas patrocinadoras, alimentando
assim a rivalidade.
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José Luiz Paiva
Eduardo Barroso
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A história das estórias
History, creation and recreation
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Pavel Chernev
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Cultura material e iconográfica
Material and iconographic culture
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José Luiz Paiva
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José Luiz Paiva
José Luiz Paiva José Luiz Paiva José Luiz Paiva José Luiz Paiva
José Luiz Paiva
Guaraná
Jambu
Pimenta Cumari
Urucum
Pupunha
Ingá
Flora Buriti
Taperebá
Mucajá
Tucumã
Cupuaçu
Bacuri
Graviola
Vitória régia
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José Luiz Paiva
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José Luiz Paiva José Luiz Paiva
“Eu convivi muito com a natureza, na pesca e na caça. Já
aconteceu de eu pernoitar no meio da floresta com caçadores,
sem rede, sem nada. E você fica admirado de ver, mesmo sendo
daqui da Amazônia. Se você pernoitar numa floresta, você sente
algo diferente, é uma coisa mística, tanto na floresta quanto
no rio. Muitas pessoas dizem “é porque é lenda”, mas você
sente algo diferente. Você sente o toque do Curupira numa
sapopema, você ouve, você vê coisas sobrenaturais.”
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José Luiz Paiva
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Trançados e entalhes / padrões gráficos vernaculares.
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José Luiz Paiva
José Luiz Paiva
Animais miniatura
Arco e flecha
Barcos miniatura
Bijuterias de sementes
Cestos
Cocar
Cuia tacacá
Remos
Açaí
Anajá
Sementes
Jarina
Mari-mari (drops)
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José Luiz Paiva
José Luiz Paiva
iva
José Luiz Pa
Durante cinco séculos, os índios do Brasil foram sendo
exterminados continuamente, seja pela ação direta
dos colonizadores, seja pelas doenças para as quais
não possuíam defesas naturais, ou ainda pela simples
negação de sua raça e de sua cultura (até mesmo por
parte de seus descendentes diretos).
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Pavel Chernev
For five centuries Brazilian Indians were continuously
exterminated, whether by colonizers direct action, the
diseases against which they had no natural immunity or
for the simple denial of their race and their culture (even
by their own direct descendants).
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A construção do espetáculo
The construction of the show
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José Luiz Paiva
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José Luiz Paiva
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José Luiz Paiva
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José Luiz Paiva
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Os bois são hoje empresas dotadas de inteligência competitiva. Buscam identificar no boi adversário
suas fortalezas e fraquezas, pois essas podem se transformar em ameaças ou em oportunidades.
Processam informação, cruzam dados, projetam cenários probabilísticos para criarem alternativas
e surpresas. Buscam apoio externo, sobretudo em conhecimentos especializados que não podem
ser encontradas na cidade. Fazem um homem voar, outro se jogar de avião ou trazem o boi em um
balão, conseguindo com que pouse no centro da arena com extraordinária precisão para delírio da
galera. Os Bois hoje são isso: um espetáculo sem limites.
Das asas da imaginação de sua comissão de arte, os Bois renascem a cada ano, cada vez com
menos vínculos com o passado, porém cada vez mais compromissados com o futuro da Amazônia.
Nowadays the Bulls mean business and are doted with competitive intelligence. They try to identify
in the rival Bull its power and weaknesses for those could become threats or opportunities. They
process the information, cross data and project probability scenarios to create alternatives and
surprises. They reach for outside support, over all specialized knowledge that may not be found in
the city. They make a man fly, another throw himself from a plane or they bring the Bull in a balloon
and land it at the center of the arena with extraordinary precision, for the galera’s joy. At present
this is the Bulls: a limitless spectacle.
From the wings of imagination of their art committee the Bulls are reborn each year, every time with
fewer bonds with the past but more compromised with the futre on the Amazon Region.
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Pavel Chernev
A encenação do espetáculo
The presentation of the show
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Agência Vídeo Park
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José Luiz Paiva
A Galera
A duas torcidas, que em Parintins são chamadas de
“galeras”, são a alma do espetáculo. Verdadeiras
torcidas organizadas, com animadores e coreografias
ensaiadas. Recebem durante as apresentações adereços
e alegorias de mão, tais como lenços, balões, bandeiras,
sombrinhas e garrafas pet com velas dentro, que são
acessas no ritual indígena compondo um impressionante
espetáculo. As galeras ocupam cada uma a metade do
Bumbódromo, marcado com as cores azul e vermelha.
Durante as apresentações, a galera do Boi adversário deve
permanecer em silêncio pois caso contrário, pode perder
pontos. O desempenho é avaliado pelos jurados, que
consideram empolgação e sincronia nas coreografias.
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Pavel Chernev
The Galera
Both cheer groups, called galera in Parintins, are the
spectacle’s soul. They’re actually an Organized Cheer
with animators and rehearsed choreographies. During the
show they receive ornaments and hand allegories such
as scarves, balloons, flags, umbrellas or PET bottles with
candles inside, which will be lighted during the Indian
ritual setting an impressive spectacle. Each galera occupy
half the Bumbódromo, each half red or blue-painted.
During the show the rival Bull’s galera must remain silent
otherwise it may loose points. Their behavior is evaluated
by the jurors, which consider enthusiasm and synchronicity
of the choreographies.
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José Luiz Paiva
Alegorias
Surgem a seguir as primeiras alegorias que irão compor os
cenários para a encenação do espetáculo. Este item é um
dos mais surpreendentes. São figuras e seres imaginários,
bichos e aves, personagens surreais que podem ter até
30 metros de altura. As engenhosas soluções mecânicas
permitem realizar movimentos precisos e seguros e do
interior dessas alegorias surgem outros itens do espetáculo
como a porta bandeira ou o próprio boi. Os elementos
de julgamento são: beleza, criatividade, originalidade,
acabamento, funcionalidade e porte.
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Pavel Chernev
The Allegories
Then come in the first allegories that will compose the
scenario for the enacting of the show. This item is one of
the most astonishing ones. There are figures and imaginary
beings, animals and birds, surreal characters that may be
30-meter high. The ingenious mechanical solutions allow
precise and safe movements to be performed and from
inside those allegories other items of the show emerge
such as the flag bearer or the Bull itself. The elements to
be judged are: beauty, creativity, originality, completion,
functionality and bearing.
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Católicos ou protestantes, espíritas ou budistas, não importa qual religião
professe, o povo de Parintins tem, acima de tudo, fé. Fé em suas crenças,
fé em seu Boi, fé no futuro.
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Catholics or Lutherans, Spiritualist or Buddhists, it doesn’t matter to which
religion one professes, Parintins people have, above all, faith. Faith in their
beliefs, faith in their Bull, faith in the future.
Its people learned to have faith in themselves. They know the victory
depends on each one of them. And they learned with their Bull that the
only way to get at it is with ardor, disposition and above all creativity with
inventiveness and art. This is the driving force of the city.
After being able to attract to one single event the same number of persons
as its population, it is reversing the flood and starts to export the Festival.
It is multiplying and the same phenomenon is blossoming in other cities of
the North Region. This may be the greatest contribution the Parintins’ Bulls
bring. An extraordinary example of overcoming and success.
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