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Raios nao caem duas vezes no mesmo lugar. As vezes. Na minha casa Sham, € asim convivi com dois homicidios, no periodo de minha infin. Sia, 0 de meu paie de minha ta sua iema, que, por itonia, também matou © Parceiro. Tenho, pottanto, intimidade com o assunto. Mais do que isso, conheso-o profundamente jé que tive de compreendélo pata sobreviver. Nada aivia tanto quanto o entendimento minucioso dos fatos que levaram a uma dor ~ como em tudo, s6 0 conhecimento traz a cura Cheguei a0 Feauinte de compreender melhor os crimes a minha volta do que Bzetare & Pessoas que os praticaram, O assassino passional ndo sabe Por que matou, € € um exto recorrente nos tribunais querer arrancar motivos de seus réus, Hes nio os tém. Destroem 0 miicleo de suas vidas, o grande amor e a razao de tudo, ¢ depois choram em cima de seus cadaveres Por pena de sie pela falta do objeto amado. £ um Proceso irracional. E também autodestruti- v0. Tanto assim que, via de regra, esse homicida foge do local de seu Crime, mas fica ali, nao tendo mais a perder, para set preso em flagrante. A Sutra que mata por amor é alguém cuja necessidade de paixio chegou 3 niveisobsessivos. Ali, hé um ser apaixonado, dvido de afeto ¢ incapaz de Tentincia. A pessoa pensa sem parat numa tinica coisa, na impossibilidade de tero outro como ele precisa que o outro se ‘ualidade, Fantasias obscuras Ihe entopem a ja, na traigdo, ou em sua even- cabeca, e ndo hi ser sobre a terra que consiga viver com uma s6 idéia a Ihe atazanar dla e noite, na rua, 10 trabalho, por toda parte, a toda hora. A tormenta chega a um ponto de ‘uptura, que, dali, um minimo detalhe leva a matar Além do mais, ha pessoas que s6 saber amar na tensdo, vivem as turras € asim se realizam. O sentimento tranquilo e pactfico, que para tantos € a forma ideal, para eles nada significa — o amor tem faces mltipla, e hd as- ectos que vém coma violéncia embutida. Nesses casos os homens tendem ser mais agressivos, Eles balem, espancam ese porta de forma priméria A mulher, mais sutil, observa, e, intuitiva, aprende por onde atacar. Ela finge que trai, provoca, pede dinheiro que ele ndo tem para dar, fere-Ihe 0 orgulho e vai levando o parceira& exasperagao. A ele bate, machuca, e por a{ vo anos de amor e dor. Até que um dia. Qual o ser vivo, por mais bondoso, que jd ndo pensou na morte de uns vinte? As criangas pensam, Todos nés pensamos. No transito, no trabalho, nas discussdes com o parceiro. O homicida ocasional nao é um homem sim, mas alguém que viveu um tumulto interior gigantesco e por ali des- viou de si. Ele pode ser bom sujeito, honesto, trabalhador, pai carinhoso Nao voltard a matar, ¢ representa muito pouco perigo para a sociedade Deve ser punido porque em seu desvario amputou a vida de alguém e es Palhou sofrimento a sua volta, mas deve também, e pode, ser compreendi- do. E estranhissimo, e dificulta a ‘compreensio saber que essa criatura ndo sente remorsos. A idéia de que o assassino vive numa tortura interna que the devora o espitito € equivocada. Em seu mundo subjetivo ele (ou ela) tinha razées para fazer 0 que fez. Vocé, com sua ética, nao consegue per- dos-lo, mas © homicida nao vive sequer a questao do perdio. A coisa esti feita, ¢ os limites que rompeu ao praticé-la estavam amarrados na mesma Praia onde ele hoje reencontra as justificativas que Ihe permitem seguir vivendo, O que outrora serviu de motivagdo emocional para matar, hoje € um racioesnio logico de seu universo intimo. Entdo, se essa pessoa no assassinou por motivo fitil, ela merece ser vista a clareza das imparcialida- des, Porter refletido sobre isso a vida inteira, aprendi que para se julgat umm Besto apaixonado € preciso muito desapego. E que hé de se ter compaino, ite, na rua, 1 ponto de mas turras Lantos é a as, ehdas- ns tendem 3 primaria. atacar, Ela fereIhe 0 uca, € por urte de uns > trabalho, n homem vor ali des- carinhoso sociedade. sguém e es- mpreendi- jatura nao tema que € (ou ela) segue per- coisa est va mesma 2m seguir atar, hoje essoa niio varcialida- julgar um mpaixzo, pois com ela ndo s6 esse crime mas qualquer transgressdo humana pode ser compreendida, Nao h4 nada mais primério e mesquinho do que enxer- gar 0s atos alheios pelo Angulo exclusivo da acusagao. Nao se deve pensar, aquele fez mal a minha fila. Pense antes, minha filha fez mal a alguém.

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