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II Seminário de Ciências Contábeis.

Blumenau/SC, 22 a 24 de agosto de 2006

A FUNÇÃO SOCIAL DA PESQUISA EM CONTABILIDADE

Paulo Cesar Starke Junior


Mestrando em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná – UFPR.
e-mail: pcsjr77@ig.com.br.

Viviane da Costa Freitag


Mestranda em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná – UFPR.
e-mail: vivifreitag@yahoo.com.br;

Jaime Crozatti
Doutor em Ciências Contábeis pela Universidade de São Paulo.
Professor do Mestrado em Contabilidade da Universidade Federal do Paraná – UFPR
e-mail: jcrozatti@uem.br

Resumo
O objetivo deste artigo é evidenciar a função social da pesquisa em contabilidade, bem como a
importância da abordagem metodológica para a definição dos rumos da ciência contábil.
Situar a contabilidade como ciência social aplicada e descrever os métodos e enfoques
utilizados na pesquisa em contabilidade são condições para atingir o objetivo do trabalho.
Adota-se postura normativa, utilizando-se o raciocínio dedutivo e pesquisa bibliográfica de
caráter exploratório-descritivo. O objeto de estudo da ciência contábil, o patrimônio, se
modifica pela ação direta ou indireta do homem. Isto significa que, enquanto estuda seu
objeto principal, a atenção do cientista contábil deve estar voltada para o homem inserido na
sociedade. Considerando que a verdadeira ciência é aquela que contribui para a dignidade do
ser humano, os resultados do estudo apontam que a abordagem sociológica da pesquisa em
contabilidade deve ser privilegiada como caminho para o desenvolvimento do bem estar
econômico e social. A pesquisa em contabilidade tem como foco a riqueza das empresas, cuja
função social tem foco no bem estar do ser humano.

Palavras-chave: Conhecimento Científico. Pesquisa em Contabilidade. Abordagens


Metodológicas. Ciência Social.

1 INTRODUÇÃO
A contabilidade, área do conhecimento do rol das ciências sociais aplicadas, tem
como objeto de estudo o patrimônio particular e suas variações, os quais ocorrem a partir da
ação do homem. Enquanto ciência constrói um conhecimento a partir de métodos e
abordagens que lhe são próprios. Em relação a seus processos de pesquisa, utiliza-se de uma
metodologia para atingir seus fins, quais sejam: explorar, descrever e/ou explicar o patrimônio
e suas variações.
Para Demo (1995, p. 26), a demarcação científica em ciências sociais possui
outros critérios além da competência metodológica como juízo crítico de ciência. Segundo o
autor, o pesquisador social aparece como ator político no processo de construção científica.
Logo, o cientista contábil é pesquisador e sujeito do conhecimento em contabilidade. Nesta
dimensão, a orientação metodológica da pesquisa ganha nova importância. O pesquisador
atua como sujeito ativo, interferindo nos rumos da ciência a qual se dedica, mas também no
destino da própria sociedade. Isto na medida em que a contabilidade busca soluções para
2

entidades que têm dever de gerenciar suas atividades com responsabilidade social e ambiental.
A partir de tais pressupostos, a construção do processo de conhecimento contábil passa a ser
entendida a partir de uma relação dinâmica em que sujeito e objeto interagem entre si, já que
o cientista contábil é também observador e usuário do patrimônio e da informação sobre este.
As proposições de Demo permitem enfatizar a responsabilidade do contador em
relação ao patrimônio particular de uma empresa e em relação à sociedade, considerando o
impacto social e ambiental provocado pelas alterações do objeto de estudo da ciência contábil.
Permite especialmente destacar a responsabilidade do pesquisador contábil quanto ao
processo de bem estar social, uma vez que este acontece através dos agentes econômicos –
empresas e indivíduos.
Contudo, a própria condição de ciência da contabilidade é questionada. Theóphilo
(2004, p. 6) lembra que “não há consenso acerca do status da Contabilidade enquanto campo
do conhecimento: se é uma técnica ou ciência”.
Esta reflexão inicial serve de escopo para a discussão que se apresenta neste
trabalho e que consiste em caracterizar a função social da investigação em contabilidade, bem
como a importância da abordagem metodológica para a definição dos rumos da ciência
contábil. A metodologia adotada, no desenvolvimento desse artigo, consistiu em uma postura
normativa, onde se utilizou raciocínio dedutivo e pesquisa bibliográfica de caráter
exploratório-descritivo. Para atingir o fim almejado, será necessário discorrer acerca das áreas
de conhecimento humano de modo a identificar o estado da arte da contabilidade,
descrevendo também os métodos e abordagens metodológicas aplicadas à pesquisa em
ciências contábeis.
A abordagem sociológica receberá especial atenção, pois esse caminho para a
construção do conhecimento vem demonstrar os meios para a participação da contabilidade na
edificação do bem estar social.
Entende-se por “bem estar social” uma sociedade justa e sustentável no sentido de
oportunizar condições de acesso à realização de projetos de vida a todos os seus membros,
onde as empresas têm o papel de gerar e disponibilizar os recursos necessários a estes
indivíduos por um preço justo e em condições de equidade.

2 A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO CIENTÍFICO


Assim como o Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON1 (1992, p. 21), há
quem evoque a contabilidade como um sistema de informações. Para outros, como evidenciou
Gouveia (1978, p. 1), a contabilidade seria uma arte ou mesmo uma técnica. Outros ainda,
assim como Oliveira (2003, p. 52-53), no entanto, a têm classificado como uma ciência social
aplicada. Na prática, infelizmente, percebe-se que muitos contadores não possuem uma
opinião consubstanciada a respeito de sua área de atuação. Mais ainda, possuem uma visão,
em muitos aspectos inadmissível, de contabilidade como senso comum.
Diante dessa problemática algumas indagações são necessárias: o que se entende
por conhecimento, arte ou senso comum? Por que alguns pesquisadores partem do
pressuposto que a contabilidade consiste em sistema de informações? Afinal, o que é ciência?
Parte-se da compreensão de que o conhecimento define-se como a posse de
informação para uso imediato. Ele consiste na relação entre a consciência e o objeto

1
Atualmente, Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
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(OLIVEIRA, 2003, p. 36). Consiste, ainda, em um processo de saber que pode assumir várias
formas: arte, técnica, filosofia, religião, senso comum ou ciência.
Convém frisar que, para o mesmo autor, a construção do conhecimento realiza-se
em quatro áreas do saber: conhecimento popular ou senso comum, religioso, filosófico e
científico, assim caracterizadas (OLIVEIRA, 2003, p. 37):
• Conhecimento popular, vulgar ou senso comum: apresenta-se como
valorativo, reflexivo, falível, assistemático, verificável e inexato.
• Conhecimento filosófico: é valorativo, racional, infalível, sistemático, não
verificável e exato.
• Conhecimento religioso: valorativo, inspiracional, infalível, sistemático, não
verificável e exato.
• Conhecimento científico: é considerado real, contingente, falível, sistemático,
verificável e exato.
Partindo desta tipologia estabelecida, constata-se que o conhecimento contábil é
verificável e não é infalível. Portanto e, por eliminação, a contabilidade não se enquadraria no
conhecimento religioso, tão pouco filosófico. Pode-se supor, por eliminação, que se estaria
diante de um saber em nível de senso comum? Científico? Considerando que a contabilidade
é um ramo de conhecimento pautado na exatidão, no sentido que é obtido de forma racional e
lógica, entende-se a contabilidade como ciência.
É importante destacar que essa ciência possui uma característica sui generis pelo
fato de não descartar a utilização de conceitos valorativos. Citando Oliveira (2003, p. 53),
“quando, por exemplo, se efetua um registro pelo custo histórico ou quando pelo valor de
mercado houve um julgamento a priori”. Outro exemplo que demonstra essa característica é o
cálculo da depreciação de ativos das empresas uma vez que essas instituições podem valorar
de diversas formas a expectativa de utilidade temporal de determinada máquina, com exceção
quando da escrituração para fins fiscais.
A utilização de conceitos valorativa frente à tipologia de Oliveira (2003) pode
levantar dúvidas quanto à contabilidade como ciência. Convém ressaltar, no entanto, que,
mesmo quando necessária, a valoração deve buscar o real, característica do conhecimento
científico. Exemplificando essa colocação a partir da mesma situação anterior, os
profissionais contábeis, no exercício de suas funções, devem estimar o tempo de uso de
determinado ativo de acordo com princípios lógicos e racionais, permitindo, assim, a
mensuração do real resultado em relação às expectativas de produção. Logo, mesmo quando
necessária a valoração, esta deve buscar o real, característica das ciências.
A arte e a técnica seriam, a partir desse exercício de compreensão, expressões ou
resultados da produção do conhecimento, assim como as teorias científicas e os dogmas
religiosos. Santos, Schmidt e Machado (2005, p. 11) destacam ainda que, a arte, além de
manifestação do belo, pode ser entendida, como “a capacidade que tem o homem de pôr em
prática uma idéia”. Já a técnica, para esses mesmos autores, pode ser definida como o
conjunto de regras que permitem “a realização de coisas sensorialmente perceptíveis [...], ou
seja, técnica indica o formal, o como fazer.” (SANTOS, SCHMIDT e MACHADO, 2005, p.
13).
Cumpre ressaltar que as colocações dos autores citados apresentam a
contabilidade como ciência social. Esse ramo da ciência destaca-se ao delegar para o homem,
por um lado, um papel de sujeito, ativo, racional, detentor de livre arbítrio e que age sobre o
seu objeto, no caso da contabilidade o patrimônio de uma entidade. Por outro, o homem pode
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ser, ainda, o próprio objeto de estudo. A contabilidade, desta forma, vai estudar “o efeito da
ação do homem sobre o patrimônio das entidades” (OLIVEIRA, 2003, p. 53).
Diferentemente das proposições dos autores até aqui destacadas, Martins (1988, p.
19) caracteriza a contabilidade como um sistema de informações. Iudícibus, em um prisma
pragmático, também apresenta a contabilidade como um sistema, útil ao usuário, ou seja, um
banco de dados de onde se extrai as informações necessárias para uma tomada de decisão
(1997, p. 71). Concorda-se com tais proposições, no entanto, a compreensão acerca da
contabilidade, conforme já vem sendo destacada, é mais abrangente. Pensar em outra direção
implicaria em uma visão mecanicista do processo, pois se estaria diante de um sistema de
informações que não enfatiza o profissional – sujeito esse – que observa, analisa, interpreta a
informação gerada e a traduz ou sintetiza para o usuário em função da necessidade desse.
Parafraseando Demo (1995, p. 28), não há contabilidade sem o contabilista.
A contabilidade, classificada como um banco de dados informacional, inclusive
pelos governos brasileiros quando a regulam para fins fiscais, não é mais do que técnicas de
escrituração que não ultrapassam as barreiras do senso comum.
É interessante apontar que, em linhas gerais, esta característica de regulamentação
governamental da contabilidade não é exclusiva do Brasil. Lopes e Martins afirmam que esse
processo ocorre intensamente nos países que adotam o direito romano (2005, p. 53), sendo
que, nos países de direito consuetudinário como a Inglaterra e Estados Unidos, a
regulamentação contábil também existe, no entanto, é exercida por iniciativa de órgãos
privados (ibid, p. 53).
Em ambos os casos, a regulamentação da contabilidade enquanto técnica procura
definir padrões para satisfazer usuários específicos. Essa percepção pragmática de utentes
como governos e acionistas serve como justificativa para a visão de contabilidade de
Iudícibus: um grande banco de dados ou um cadastro básico de informações (2000, p. 331).
Ou seja, a contabilidade seria um conjunto de técnicas e regras que visam atender às
necessidades informacionais criadas a partir de um conhecimento comum ou padrão.
Sob esta ótica, é válido dizer que pouca pesquisa pode ser realizada para
desenvolver o conhecimento contábil, pois as informações necessárias já estão previamente
reguladas por leis, normas e regras.
Todavia, mesmo a partir de regras gerais, a contabilidade desenvolvida para
registro, controle, análise e evidenciação do patrimônio de cada entidade particular utiliza-se
de conceitos próprios e singulares que levaram muitos autores a classificar a contabilidade
como arte: a arte de classificar e registrar fatos relativos ao patrimônio de uma entidade.
Essa visão é correta, visto que é necessária toda uma gama de conhecimentos,
técnicas geral e particular, para classificar cada fato ocorrido com o patrimônio da empresa e
para apresentar o registro organizado desta classificação. Ademais, entende-se ainda que a
simples necessidade de desenhar ou discorrer sobre um grupo de atividades relativo à
determinada entidade já exige desta arte, conforme a definição de contabilidade dada por
Gouveia (1978, p. 1), uma técnica precisa.
Para esse autor, a contabilidade consiste na “arte de registrar todas as transações
de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de
informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia”
(GOUVEIA, 1978, p. 1).
Enquanto a contabilidade somente registra e informa, como discorre este último
autor, ela é uma arte, pois o fato de registrar e informar não exige uma observação profunda
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ou mesmo a sistematização de conceitos estruturados como nas ciências. Destarte, deve-se


ressalvar que, tal como na advertência de Coquelin2, citado por Hermann Júnior (1972, p. 23),
“A arte consiste em uma série de preceitos ou de regras a seguir e a ciência no conhecimento
de certos fenômenos ou de certas relações observadas ou reveladas. A arte aconselha,
prescreve, dirige; a ciência observa, expõe, explica”.
Logo, a contabilidade consiste em uma ciência. Ramo do conhecimento científico
que emergiu a partir do momento em que o homem passou a observar fatos ocorridos sobre a
riqueza individual, explicando-os, comentando-os, tirando conclusões, gerando teorias, a
partir da análise, que podem ser aplicadas a todas as entidades ou à mesma entidade em
tempos diferentes. Nesse sentido o contador não é um prestador de serviços, mas um cientista
a serviço. Sobretudo, entende-se ainda que ela é uma das ciências sociais aplicadas já que,
retomando as afirmações de Oliveira: o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio de
qualquer entidade. Essas entidades são compostas de bens e pessoas voltados aos mesmos
fins, formando um sistema social. Sendo uma ciência voltada à solução de problemas
concretos observados nos relacionamentos entre pessoas e grupos de pessoas, a contabilidade
é socialmente aplicada (2003, p. 53).
Por ser uma área do conhecimento aplicada, Hermes (1986, p. 267), de forma
pertinente, lembra que “é imprescindível, (...) também no campo científico da contabilidade,
que sejam planejadas e realizadas novas pesquisas com sistematização e continuidade. Vastos
são os fenômenos contábeis a investigar cientificamente. (...) O progresso reclama melhor
apoio da ciência, mais colaboração entre as gentes, logo a nossa, os da Ciência Contábil”.
Assim, é lamentável que muitos profissionais da contabilidade não ultrapassem o
nível do senso comum, por se limitarem a replicar aquilo que o processo de formação
educacional lhes conferiu. Esses estão fadados ao ostracismo. Construirão suas carreiras sem
ousar ou sem, ao menos, ensaiar uma obra de arte a ser apreciada pelos empresários. Não
desenvolverão a técnica, nem tampouco a ciência que está em suas mãos. Contudo, é
necessário acreditar em contabilistas que buscam soluções, que geram problemáticas e que
buscam por respostas pautados na ciência contábil, campo amplo, inconcluso e por isso
mesmo fascinante.

3 MÉTODOS DE PESQUISA EM CONTABILIDADE


No meio científico, pesquisar consiste em um processo de construção e
verificação de teorias. “Uma teoria representa um conjunto coerente de princípios hipotéticos,
conceituais e pragmáticos formando uma estrutura geral de referência para determinado
campo de estudo” (OLIVEIRA, 2003, p. 48). A pesquisa em contabilidade resulta, portanto,
nas teorias que formam a estrutura conceitual desta ciência, arcabouço este que é referência
para as práticas contábeis e guia para o desenvolvimento desta área do conhecimento. Os
métodos que fornecem as bases para a investigação ou pesquisa são, segundo Santos, Schmidt
e Machado (2005, p. 20), dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.
O método dedutivo caracteriza-se por sua racionalidade. Parte-se do geral para o
específico através da razão que leva ao conhecimento verdadeiro. Um exemplo de utilização
do método dedutivo na pesquisa em contabilidade é a escolha de determinado procedimento
de avaliação de ativos para se atingir objetivos específicos. O contador pode, para avaliar os
estoques da entidade, escolher diferentes ferramentas, como a média ponderada do custo de

2
Na obra não há referência ao autor.
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aquisição ou o PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai). A partir de dedução, haverá o
teste de cada método de avaliação, concluindo, ao final, por aquele que melhor atenda aos
objetivos da empresa. Partiu-se, no exemplo, da teoria dos métodos de avaliação para a
prática, do geral para o particular.
O método indutivo, por sua vez, é empírico. Fundamenta-se na experiência
particular para atingir a generalização. Este método pode ser utilizado, por exemplo, por um
contador-professor que queira determinar o modelo de práticas de ensino que possa trazer
melhores resultados na aprendizagem de seus alunos. A partir das experiências particulares
dos sujeitos envolvidos, o professor optará pelo modelo que atenda seus objetivos. Nesse
caso, partiu-se do particular para o geral.
O método hipotético-dedutivo utiliza-se de hipóteses as quais devem ser testadas a
fim de serem corroboradas ou não. Utilizando-se desse método, o pesquisador contábil
formula hipóteses, ou seja, afirmações temporárias que serão testadas a partir de informações,
disponíveis em seu raio de ação, que condigam com sua realidade de interesse. O contador
pode, por exemplo, procurar determinar que informações gerenciais ele pode gerar e que
agregam valor ao serviço por ele prestado. A partir de hipóteses, ele apresentará novas
informações geradas a seus clientes e qualificará a receptividade percebida, inclusive
mensurando possíveis aumentos nos rendimentos futuros.
O método dialético parte de contradições que se transcendem originando novas
contradições que requerem soluções. Para Demo (1995, p. 88), este método é o que melhor
convém às ciências sociais. O sujeito da contabilidade – neste caso, o pesquisador contábil – e
seu objeto de estudo, o patrimônio, estão inseridos em uma dada realidade social e, portanto,
sujeitos a influências subjetivas. Pode-se voltar, aqui, ao exemplo da depreciação de um ativo:
a determinação do tempo de utilidade de um mesmo ativo pode variar de entidade para
entidade, ou no próprio tempo. A utilização da dialética, em um processo de análise, antítese e
síntese, é fundamental para valorar a utilidade temporal de uma máquina dentro de um
processo racional e lógico.
O método fenomenológico pauta-se na descrição da realidade como ela é.
Aprecia-se a essência do fenômeno e não somente as superfícies observáveis, que não
esgotam a totalidade do objeto (DEMO, 1995, p. 155). Para o pesquisador contábil esse
método é extremamente relevante, pois considera que os fatos que alteram o patrimônio de
uma entidade não são neutros, ou seja, estão envoltos a interesses particulares, muitas vezes
conflituosos.
Atualmente, os conflitos de interesses em contabilidade são estudados sob o foco
da teoria da agência (LOPES e MARTINS, 2005, p. 28) e podem ocultar a essência de uma
transação mais complexa. Levando em conta que os Princípios Fundamentais da
Contabilidade enunciados no Brasil pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 1994) e
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 1986) consideram como um dos pressupostos
da ciência contábil a evidenciação da essência, a autoridade do método fenomenológico
aumenta.
Apesar de Santos, Schmidt e Machado listarem os cinco métodos de construção
do conhecimento contábil e, como visto, todos eles possuem importância para o contador,
autores renomados em contabilidade têm apresentado como métodos utilizados nesta ciência
somente o dedutivo e o indutivo. Para Hendriksen e Van Breda (1999, p. 29), estes dois
métodos caracterizam as teorias contábeis segundo o raciocínio de pensamento.
Cumpre ressaltar que, concomitante ao método de pesquisa utilizado, a orientação
da investigação é alterada pela postura do pesquisador. Essa poderá ser normativa ou positiva.
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Uma teoria normativa é prescritiva, ou seja, ela diz como “as coisas devem ser”. Uma teoria
positiva é descritiva, isto é, ela diz “como as coisas são”. Via de regra, como explicitam
Hendriksen e Van Breda (1999, p. 30), uma teoria normativa é dedutiva, e uma teoria positiva
é indutiva. Estes autores classificam estas atitudes como caracterizadoras do tipo de decreto
de determinada teoria, isto é, quanto à forma como uma teoria é decretada ela pode ser
positiva ou normativa.
Oliveira (2003, p. 50) lembra que ambas atitudes são desejáveis em contabilidade.
Martins (2005, p. 3) também defende a mesma idéia.
Em contribuição, pode-se afirmar que não existe superioridade de um método em
relação a outro. As atitudes diversas na pesquisa são inclusive resultado das diferenças
culturais, e dependem do contexto onde se insere o pesquisador. (LOPES e MARTINS, 2005,
p. 22).
Quanto à linguagem, Hendriksen e Van Breda (1999, p. 29) caracterizam as
teorias em três grupos: sintaxe, semântica e pragmática. Oliveira (2003, p. 50) também faz
esta distinção denominando-as de classificações segundo os níveis de predição das teorias.
Segundo estes autores, as teorias sintáticas explicam as práticas contábeis prevendo como o
profissional reagiria diante de eventos específicos. Uma teoria semântica ou interpretativa
centra-se no significado dos fenômenos contábeis. As teorias comportamentais ou
pragmáticas enfatizam, por sua vez, o usuário da informação contábil.
Enfim, “pode-se adotar como definição da teoria aplicada à Contabilidade um
grupo de princípios pragmáticos, conceituais e hipotéticos, que forma um conjunto de
referências para o campo de investigação em contabilidade” (OLIVEIRA, 2003, p. 50, grifo
do autor).
Retomando a discussão inicial, a investigação ou pesquisa propriamente dita e a
ação do pesquisador frente à realidade são os fatores que permitem inserir a contabilidade no
rol das ciências. Contudo, no Brasil, “a pesquisa científica em contabilidade ainda não é
suficiente para provocar impacto sensível na comunidade contábil, tampouco na sociedade
como um todo” (CROZATTI, 1994, p. 5). Esta realidade foi evidenciada mais recentemente
em pesquisa feita por Cardoso et al (2005, p. 43). Nela conclui-se que a produção científica
em contabilidade é baixa. Talvez este seja um dos motivos pelos quais ainda existem muitos
profissionais empregando o senso comum nas técnicas contábeis.

4 ENFOQUES METODOLÓGICOS NA PESQUISA CONTÁBIL


Além dos diferentes métodos de pesquisa que podem ser aplicados na ciência
contábil, o pesquisador poderá adotar abordagens ou enfoques metodológicos distintos.
Segundo o Dicionário Universal, metodologia é “subdivisão da lógica que estuda
os métodos técnicos e científicos; arte de dirigir o espírito na investigação da verdade;
conjunto de regras para o ensino de uma ciência ou arte.” (DICIONÁRIO UNIVERSAL,
2006). Para uma pesquisa científica, considera-se metodologia ou métodos como os conjuntos
de regras que orientam a pesquisa. Na expressão enfoques metodológicos ou abordagens
metodológicas, o termo é empregado no sentido de direção conceitual do pesquisador na
investigação realizada.
Esses enfoques são enumerados pelos autores de formas distintas.
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Para Iudícibus (2000, p. 24-26), os principais enfoques consistem nas abordagens


comportamental, ética, macroeconômica, sociológica e sistêmica. Essa última, Crozatti (1994,
p.6-9) denomina de teoria da comunicação.
Hendriksen e Van Breda (1999, p. 23), por sua vez, destacam seis enfoques como
sendo àqueles mais usuais, quais sejam: fiscal, legal, ético, econômico – subdividido em
macroeconômico, microeconômico e sócio-empresarial, comportamental e estrutural.
Já Oliveira (2003, p. 55) enumera, dentre as já citadas, também outras: a ética, da
teoria do comportamento, econômica, sociológica, da teoria da comunicação, fiscal, teoria da
agência e a sistêmica.
Por aglutinar os enfoques enumerados pelos autores supracitados, Oliveira (2003,
p. 55-57) servirá como base para as explicações que seguem.
O enfoque ético, seguindo os pressupostos desse autor, busca a apresentação das
informações de forma não tendenciosa para os diversos usuários. Toda a contabilidade,
adotando essa compreensão, traça suas evidências pautada em uma ética. Porém, nisso reside
uma dificuldade que convém ressaltar: a informação justa pode ser diferente para cada usuário
precisamente pelos distintos conceitos sobre as matérias.
A abordagem da teoria do comportamento, por sua vez, baseia-se na necessidade
do usuário para escolher a melhor forma de evidenciação, mesmo que a informação não seja
completa.
A ênfase econômica ou macroeconômica baseia-se na contabilidade como um
instrumento para se atingir objetivos sociais macroeconômicos. Um exemplo que pode ser
destacado refere-se à distribuição de resultados: o maior ou menor pagamento de dividendos
pode interferir na liquidez econômica. O problema desta abordagem é a possível interferência
na uniformidade das informações contábeis.
A abordagem sociológica aponta para a contabilidade como mecanismo de bem
estar social. A partir dessa abordagem, os relatórios contábeis deveriam evidenciar ao público
as políticas e os procedimentos das empresas. Esta ênfase vê a entidade, ou melhor, a
atividade por ela explorada, como uma concessão social.
Já o enfoque da teoria da comunicação destaca que toda informação emitida pela
contabilidade deve ser eficiente, ou seja, a evidenciação deverá levar o usuário à tomada de
decisão correta. Esse enfoque baseia-se na idéia de que o receptor da informação, o usuário,
deve entender claramente o que foi gerado pela contabilidade. Essa, por sua vez, deve
preocupar-se com a qualidade da evidenciação.
A nova ênfase da teoria da agência, baseia-se na idéia de que a empresa é um
conjunto de relações contratuais entre vários agentes interessados em suas atividades. A
informação produzida pela contabilidade deve considerar as diferentes relações dos usuários
com a entidade estudada.
A abordagem fiscal considera as regras definidas pelos organismos
governamentais tributários, sem considerar, no entanto, a correta informação contábil do
ponto de vista do usuário – sujeito a que se destina a informação. Por fim, a abordagem
sistêmica considera a relevância da informação para a tomada de decisão.
Ao final dessa exposição pode-se perceber que os diferentes enfoques utilizados
tanto na pesquisa como na prática contábil não são excludentes. Ao contrário, muitas vezes
complementam-se ao utilizar várias abordagens sem, contudo, entrar em contradição.
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Além disso, as várias abordagens, acima explicitadas, contribuem para o


desenvolvimento da ciência contábil. Como afirmam Hendriksen e Van Breda,
Cada um dos vários enfoques à teoria da contabilidade possui algum mérito
no que diz respeito ao estabelecimento e à avaliação de princípios e
procedimentos contábeis. Os enfoques econômico e comportamental ajudam
a preparar o terreno para explicar o ambiente no qual opera a contabilidade e
selecionar os dados que devem ser divulgados. O enfoque ético propõe
objetivos fundamentais para o estabelecimento de padrões de contabilidade.
Os enfoques social e macroeconômico ampliam as controvérsias a respeito
do desenvolvimento e da aplicação da teoria, e assim por diante (1999, p.
33).

Destarte, independente da escolha feita pelo agente contábil, a abordagem por ele
adotada resultará no aperfeiçoamento do pensamento desta ciência. Crozatti também lembra
que a definição do enfoque está ligada “aos objetivos e ao objeto da investigação” (1994, p.
5).
Logo, o escopo é central e implicará nos rumos científicos da contabilidade.
Abordagens diversas revelam resultados diversos. “Diferentes respostas revelam concepções
diferentes da profissão e carregam implicações para a educação dos futuros contadores”
(LOPES e MARTINS, 2005, p. 2). Portanto, pode-se estimar o amanhã de uma área do
conhecimento pela ênfase dada à determinada abordagem na investigação presente. Diante
disso, “a escolha de um método para o trabalho com contabilidade está longe de ser uma
questão meramente científica e técnica e possui raízes profundas no ambiente social e na força
exercida pelas instituições locais” (LOPES e MARTINS, 2005, p. 22).
Contrapondo-se às correntes de pensamento que colocam o mercado como destino
da informação contábil, é que se alinha com o pensamento de autores britânicos, conforme
Lopes e Martins, afirmando que o mundo perfeito adotado como premissa das concepções
econômicas não existe em contabilidade. Para os autores ingleses, “a contabilidade precisa ser
vista fora das barreiras da firma, amplamente inserida em seu contexto cultural e social.”
(LOPES e MARTINS, 2005, p. 24).

5 A ABORDAGEM SOCIOLÓGICA E O BEM ESTAR SOCIAL


A opção do pesquisador pela abordagem sociológica parte do pressuposto que “A
pesquisa em contabilidade não pode ser considerada de forma independente do ambiente
social na qual ela está inserida; a própria pesquisa é um produto do meio social.” (LOPES e
MARTINS, 2005, p. 18).
Como visto, enquanto ciência social, a contabilidade também tem por objeto de
estudo o ‘homem’, e não somente o patrimônio das entidades. Isto significa que enquanto
estuda seu objeto principal, a atenção do cientista contábil deve estar voltada para o homem
em sociedade. O cientista social envolvido nessa área de conhecimento, deve, a partir de
referenciais teóricos e de pesquisas consubstanciadas, propor novos modos de organização,
tendo como foco a riqueza das empresas, mas também o bem estar do ser humano.
Pesquisar de forma dependente do contexto social significa visualizar entre os
resultados possíveis o aumento do bem estar do homem arraigado na sociedade. O
pesquisador contábil deve pensar nas conseqüências dos fatos contábeis para o organismo
social.
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Iudícibus conceitua a abordagem sociológica como “uma abordagem do tipo ‘bem


estar social’, no sentido de que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da
Contabilidade deveriam atender a finalidades sociais mais amplas, inclusive relatar
adequadamente ao público informações sobre a amplitude e a utilização dos poderes das
grandes companhias” (2000, p. 25).
Ferramentas já foram desenvolvidas para iniciar este processo de evidenciação.
Entende-se que o Demonstrativo de Valor Agregado (DVA) é um exemplo significativo.
Essa peça possibilita à contabilidade demonstrar para a sociedade como os recursos gerados
por uma empresa foram distribuídos e a quem foram destinados. A transparência destas
informações é essencial para justificar a ocupação de determinado nicho de mercado pela
empresa que é objeto de análise. Um supermercado, por exemplo, que obtenha alto resultado
mas destine uma parcela muito pequena do valor agregado para os funcionários, pode ser
punido pela sociedade se esta for informada da política de relacionamentos da empresa.
Porém, para Iudícibus a abordagem sociológica é uma ferramenta difícil de ser
utilizada, principalmente em países com características semelhantes àquelas encontradas no
Brasil, por ser contrária aos interesses de grandes empresas multinacionais. Segundo o autor,
esta abordagem é praticada de maneira parcial em alguns países. Na Inglaterra, por exemplo, é
obrigatória a publicação de demonstrações contábeis de alguns tipos de entidades e
companhias evidenciando aspectos de impacto social (IUDÍCIBUS, 2000, p. 25).
Nota-se, porém, inclusive considerando o grande poderio de companhias
multinacionais em países como o Brasil, que a aplicação desta abordagem não só é possível
mas de extrema necessidade: a contabilidade deve evidenciar a partir de demonstrações
próprias o impacto positivo e o negativo da entidade na sociedade e contribuir com
informações, e, por que não, também com novos métodos de se obter a informação, que
possam ajudar no desenvolvimento social.
E aqui entra um fator decisivo para que esta abordagem sociológica não perca o
seu foco que é ‘o bem estar social’: o poder da classe contábil. Como entender que uma
ciência possa desenvolver novos métodos a fim de contribuir com a sociedade, sem que seus
cientistas não estejam realmente engajados com um ideal comum? Não é necessário igualdade
de idéias, até porque é na diversidade que se faz a riqueza, mas é necessário um mesmo
objetivo. O poder de uma ciência é com certeza maior que o poder de grupos de interesse. Se
não, então para que ciência?
Demo afirma que “não faz sentido buscar a cientificidade por ela mesma (...) Faz
sentido, isto sim, fazer ciência para conseguirmos condições objetivas e subjetivas mais
favoráveis de uma história sempre mais humana” (1995, p. 260). Neste sentido, a
contabilidade se coloca como ciência e investe em pesquisa porque está inserida na realidade
e pode transformá-la, tanto porque a contabilidade conta com profissionais que estão agindo
na sociedade, e aqui se contextualiza o poder do contador, como porque sendo ciência social é
capaz de pesquisar e pensar métodos para melhorar a realidade da sociedade. Para Demo,
“construir ciências sociais não é pretender produtos acabados, verdades definitivas, mas
cultivar um processo de criatividade marcado pelo diálogo consciente com a realidade social
que a quer compreender, também para transformar” (1995, p. 14).
A partir desta ótica depara-se com duas problemáticas importantes ao
desenvolvimento do enfoque contábil-sociológico: a ética e a imparcialidade. Não se pode
conceber documentos que visem evidenciar a realidade das entidades sem estas duas
premissas. Usar de métodos contábeis visando a diminuição do lucro a fim de se recolher
menores impostos é uma atitude, no mínimo, antiética. Sendo ilegal, compromete possíveis
benefícios à sociedade. Os tributos são o preço ou custo que deve ser pago para a manutenção
11

de condições econômicas, sociais e de infra-estrutura necessárias para o desenvolvimento das


atividades da empresa e que é disponibilizada pela sociedade.
E a ciência contábil não pode ser usada, portanto, para interesses particulares. O
trabalho do contador deve priorizar uma postura ética frente aos interesses da entidade.
Outrossim, como demonstrar um impacto social ou ambiental negativo com a devida
relevância que deve ter? Os interesses da ciência contábil devem estar acima de interesses
pessoais, mesmo do cientista contábil. E estes interesses são o de uma ciência social.
Além da abordagem sociológica que se dissertou, vale considerar que a
abordagem macroeconômica também foca em benefícios à sociedade. Para Iudícibus, segundo
essa abordagem de estudos, “durante períodos de recessão, os relatórios contábeis poderiam
ser elaborados obedecendo a um conjunto de princípios que favorecessem uma retomada do
processo econômico, por meio da distribuição de dividendos ou de maiores gastos de capital.
(...) Por outro lado, o inverso poderia ocorrer em períodos de expansão exagerada e de
conseqüente inflação de forma que as práticas contábeis desfavorecessem os investimentos”
(2000, p. 25).
Esses pressupostos evidenciam a importância e a função social da ciência
contábil. Para ressaltar o valor dessa ciência, pode-se afirmar que o ‘bem estar social’
somente se dá com a integração entre homem/capital. Sendo a contabilidade a ciência do
capital das entidades, ela detém parte da responsabilidade nesta relação entre o homem e o
capital.

6 A FUNÇÃO SOCIAL DA PESQUISA EM CONTABILIDADE – CONSIDERAÇÕES


FINAIS
Diante da dúvida que freqüentemente se instala quando das discussões sobre as
características da contabilidade, torna-se evidente que esta área do conhecimento possui
responsabilidades no que se refere a contribuir para a melhoria do bem estar da sociedade.
Bem estar social é sinônimo de felicidade. Demo brilhantemente faz a ligação
entre ciência e felicidade afirmando que, escondida no método e na forma, a ciência “engole o
homem. Sabemos demais como fazer guerra, como controlar o povo, como interferir na
ecologia, mas sabemos quase nada, por vezes nada, de como sermos mais felizes.” (DEMO,
1995, p. 260).
A contabilidade tem a capacidade de desenvolver métodos de avaliação,
mensuração, evidenciação: mede resultados, aponta caminhos para a solução de estruturas de
capital, lucratividade e rentabilidade, regula custos e infere caixas futuros. No entanto,
necessita também extrapolar esses limites de funções. Necessita se ocupar de descobertas,
soluções, práticas à sociedade, que permitam: a) a mensuração de passivos ambientais; b) a
evidenciação das riquezas geradas pelos funcionários da empresa; c) a mensuração do capital
intelectual e seu impacto sobre a marca empresarial; d) a evidenciação da capacidade das
pessoas de gerar caixas futuros para a entidade, alavancando as potencialidades do negócio e
gerando benefícios à sociedade.
Portanto, se o patrimônio está sendo alterado na sua capacidade de gerar
benefícios futuros, é papel da contabilidade evidenciar esta alteração. Para tanto, novas
pesquisas devem ser efetuadas. O pesquisador, deste modo, deverá ter a abordagem
sociológica como uma das ferramentas necessárias para o desenvolvimento da investigação
científica. Abordagem essa capaz de pensar o conhecimento contábil como de utilidade para a
sociedade.
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Ortodoxias á parte, entende-se também que essa abordagem não responde a todas
as problemáticas desta área do conhecimento. Cada estudioso contábil deverá desenvolver e
aperfeiçoar métodos próprios de pesquisa e enunciação de teorias, em particular quanto à
forma de abordar os conceitos e objetivos da contabilidade. Os diferentes enfoques com os
quais o profissional da contabilidade se depara ao longo de sua experiência decorrem do
contexto social em que está inserido.
Contudo, é a abordagem predominante na época em que esse pesquisador se
insere que define os rumos da contabilidade. E na atual conjuntura, a função social da
pesquisa em contabilidade convoca para um enfoque sociológico da ciência contábil.

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