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Causou um grande impacto psicológico o recente artigo do coronel John A. Warden III,da Força Aérea Americana, na Aerospace Power, do 4º trimestre do ano 2000.
Intitulado"A nova força de segurança americana" ele propõe uma nova linha de ação estratégica para os norte-americanos: a construção contínua de pequenas séries de novos tipos de armamento em ciclos curtos, da ordem máxima de três anos. Tais novas plataformas de combate seriam de altíssima tecnologia e se tornariam obsoletas ao final deste período,sendo substituídas por outras, desenvolvidas em novo ciclo curto. Ao todo, os americanos deveriam desenvolver, ao mesmo tempo, de 8 a 10 ou 15 novos tipos de plataformas(para terra, mar, ar e espaço exterior, informação, etc).
Ele argumenta que o estoque de aviões invisíveis ao radar, o F-1l7 é de pouco mais de 60 unidades. No entanto, o mundo precisou reagir diante desta novidade, como se tratasse com centenas de aparelhos, dada sua sofisticação e aspectos inovadores para a arte da guerra.
Titlu original
Uma questão estratégica: a aceleração do tempo histórico e as limitações da capacidade de adaptação.
Causou um grande impacto psicológico o recente artigo do coronel John A. Warden III,da Força Aérea Americana, na Aerospace Power, do 4º trimestre do ano 2000.
Intitulado"A nova força de segurança americana" ele propõe uma nova linha de ação estratégica para os norte-americanos: a construção contínua de pequenas séries de novos tipos de armamento em ciclos curtos, da ordem máxima de três anos. Tais novas plataformas de combate seriam de altíssima tecnologia e se tornariam obsoletas ao final deste período,sendo substituídas por outras, desenvolvidas em novo ciclo curto. Ao todo, os americanos deveriam desenvolver, ao mesmo tempo, de 8 a 10 ou 15 novos tipos de plataformas(para terra, mar, ar e espaço exterior, informação, etc).
Ele argumenta que o estoque de aviões invisíveis ao radar, o F-1l7 é de pouco mais de 60 unidades. No entanto, o mundo precisou reagir diante desta novidade, como se tratasse com centenas de aparelhos, dada sua sofisticação e aspectos inovadores para a arte da guerra.
Causou um grande impacto psicológico o recente artigo do coronel John A. Warden III,da Força Aérea Americana, na Aerospace Power, do 4º trimestre do ano 2000.
Intitulado"A nova força de segurança americana" ele propõe uma nova linha de ação estratégica para os norte-americanos: a construção contínua de pequenas séries de novos tipos de armamento em ciclos curtos, da ordem máxima de três anos. Tais novas plataformas de combate seriam de altíssima tecnologia e se tornariam obsoletas ao final deste período,sendo substituídas por outras, desenvolvidas em novo ciclo curto. Ao todo, os americanos deveriam desenvolver, ao mesmo tempo, de 8 a 10 ou 15 novos tipos de plataformas(para terra, mar, ar e espaço exterior, informação, etc).
Ele argumenta que o estoque de aviões invisíveis ao radar, o F-1l7 é de pouco mais de 60 unidades. No entanto, o mundo precisou reagir diante desta novidade, como se tratasse com centenas de aparelhos, dada sua sofisticação e aspectos inovadores para a arte da guerra.
Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.)
Uma questo estratgica: a acelerao do tempo
histrico e as limitaes da capacidade de adaptao. Prof. Fernando G. Sampaio 1. Causou um grande impacto psicolgico o recente artigo do coronel John A. Warden III, da Fora Area Americana, na Aerospace Power, do 4 trimestre do ano 2000. Intitulado "A nova fora de segurana americana" ele prope uma nova linha de ao estratgica para os norte-americanos: a construo contnua de pequenas sries de novos tipos de armamento em ciclos curtos, da ordem mxima de trs anos. Tais novas plataformas de combate seriam de altssima tecnologia e se tornariam obsoletas ao final deste perodo, sendo substitudas por outras, desenvolvidas em novo ciclo curto. Ao todo, os americanos deveriam desenvolver, ao mesmo tempo, de 8 a 10 ou 15 novos tipos de plataformas (para terra, mar, ar e espao exterior, informao, etc). Ele argumenta que o estoque de avies invisveis ao radar, o F-1l7 de pouco mais de 60 unidades. No entanto, o mundo precisou reagir diante desta novidade, como se tratasse com centenas de aparelhos, dada sua sofisticao e aspectos inovadores para a arte da guerra. Ele prossegue argumentando que, se os EUA desenvolverem a cada trs anos, novos tipos revolucionrios, sofisticados e inovadores de armas/plataformas, incluindo armas de raios e outras novidades de alta tecnologia, em dez anos, poderiam dispor, anualmente, em campanha, de um tipo aperfeioado ou novo de arma/plataforma. E mais, tais desenvolvimentos seriam, doravante, de ordem qualitativa e no quantitativa. Ou seja, ele argumenta que no seria necessrio produzir mais do que 20 a 50 unidades de cada nova srie. Discorrendo sobre as vantagens econmicas e outras que no cabe analisar aqui, ele conclui que os Estados Unidos se tornariam, assim, a ameaa, por excelncia, para todo o mundo, pelo sculo XXI. Textualmente: "em vez de seguir nossa antiga prtica de desenvolver uma nova capacidade ofensiva ou defensiva em resposta ao desenvolvimento de algum mais, tornamo-nos a ameaa e foramos todos os outros a reagirem a ns... devemos definir e criar o futuro que queremos e no esperar para sermos vtimas do futuro de algum mais. Assim a questo no como a tecno1ogia configurar as foras armadas dos EUA, mas como as nossas foras armadas usaro a tecnologia para configurar o futuro que escolhemos" (p. 20). Ele calcula, finalmente, que com tal programa - em dez anos - o oramento de defesa dos EUA pode cair em cerca de 20% e no conjunto do PIB americano baixar para nveis de 1,5 a 2%. Esta mistura de vantagem militar - tecnolgica com baixa nos custos, ao nosso ver, promete ser encarada com seriedade pela elite dirigente americana, o que nos leva, diretamente, ao ponto que queremos enfocar, o da acelerao do tempo histrico. 2. Naturalmente, se a cada ano, dentro de dez anos, os ciclos de pesquisa e desenvolvimento americanos colocarem novos tipos de armas revolucionrias em ao, a questo da guerra e da atualizao dos exrcitos adquire uma brutal e nova configurao.
ESGE Fone/FAX: 51 343-1927
E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 1 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) Ns, no Brasil, estamos acostumados a utilizar equipamentos e ter conceitos operativos para tais equipamentos, por vinte ou trinta anos. O que seria de tais configuraes diante de sistemas de armas, plataformas, tcnicas e operaes que so modificadas, para mais e melhor, a cada ano ou, no apogeu, mudam radicalmente, a cada trs anos? Como faramos para estar aptos a seguir tal trajetria de aperfeioamentos/inovaes? De onde iramos tirar recursos de pesquisa, de ensino, de experimentao, para atender a tal demanda? Qual seria, finalmente, a relao defesa nacional/foras armadas, diante de tal arte da guerra? 3. E o que tem tudo isto a ver com a questo do tempo histrico? 4. Quero abordar, aqui, o problema de acelerao do tempo histrico que os americanos colocam com esta sua nova proposta estratgico-tecnolgica. 5. Quero propor, ainda, que os nossos limites para acompanhar a acelerao do tempo histrico, esto sendo, provavelmente, ultrapassados j. 6. De imediato, coloca-se a questo do tempo e, particularmente, do tempo histrico. 7. Vejamos duas definies interessantes: Giovanni Arrighi, em "O longo sculo XX", coloca " como se v por esta periodizao aproximada e preliminar, os ciclos sistmicos consecutivos de acumulao se sobrepem e, embora adquiram uma durao progressivamente mais curta, todos duram mais de um sculo: da a idia de "sculo longo", que ser tomada como unidade temporal bsica na anlise dos processos mundiais de acumulao de capital" (p. 6). 8. J John Lukacs, em "O fim do sculo XX e o fim da Era Moderna", coloca: O sculo XX j terminou. Foi um sculo curto, que durou 75 anos, de 1914 a 1998... j o sculo XIX durou 99 anos, de 1815 a 1914, do fim das guerras de Napoleo ao incio da Primeira Guerra Mundial e o sculo XVIII durou 126 anos..." (p. 11). 9. Nesta ordem de idias, tenho colocado em meus cursos, que o Brasil viveu no sculo XIX at 1930, quando a Era Getuliana o obrigou a entrar no sculo XX, apagar os ltimos vestgios da escravido e industrializar-se, criando, no processo, o operariado. 10. O que queremos dizer com estas colocaes? Que a percepo do tempo varia, conforme sua apreciao por diferentes historiadores. Ora, nos dizem que o tempo longo, ora que curto, ora que varivel, simplesmente. 11. O que o tempo? Aristteles dizia que o tempo a contagem do movimento em relao a uma fase anterior ou posterior do movimento ou, ainda, que o tempo o movimento, enquanto numervel. Disto se conclui que Aristteles nos diz que o tempo no tem existncia sem o movimento e o movimento quer dizer, por sua vez, em ltima anlise, a mudana. Ou podemos conceber o tempo sem mudana? Eis justamente o ponto: se o tempo movimento e se tal movimento nos trs muitas mudanas, mudanas bruscas, o que deduzimos? Acelerao do tempo. Se, ao contrrio, o tempo flui, sem alteraes, sem mudanas significativas, o que podemos deduzir? Que o tempo lento. 12. Existem muitas maneiras, em filosofia, de encarar a questo do tempo. a) teoria objetivista de Isaac Newton, coloca o tempo e o espao como realidades independentes dos seres e dos fenmenos; ESGE Fone/FAX: 51 343-1927 E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 2 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) b) teoria subjetivista de Imannuel Kant, nega objetividade ao espao e ao tempo, considerando-os como formas a priori de nossa sensibilidade; c) a teoria relativista de Leibnitz, que admite que o espao e o tempo so apenas ordens de relaes entre diversos fenmenos; d) a teoria da relatividade, de Einstein, que une espao e tempo num s continuum, ou seja, as contagens de tempo e espao no so mais independentes uma da outra. Se alterarmos a maneira de medir a posio de dois acontecimentos no espao, ser alterado o intervalo de tempo entre os mesmos e se alterarmos a maneira de contar o tempo, a distncia tambm ser alterada, no espao, entre eles. 13. Estas vises de tempo so pouco esclarecedoras para o nosso problema, pois visam essencialmente o mundo fsico, onde o tempo uma constante, pois compe-se de fragmentos iguais, a que chamamos "momentos" e que podemos medir, seja pelo andar do Sol e o curso das estrelas, seja, finalmente, pela alternncia das estaes e pelos instrumentos. 14. Contudo, ns temos que lidar com outro tipo de conceito de tempo, o tempo histrico. Tal tempo histrico lida, por sua vez, com fatos nicos e totalmente diversos: 1) o tempo histrico a sucesso de situaes "nicas" e heterogneas; 2) tem por objeto fatos "concretos", nicos, irrevogveis e irreversveis 3) as situaes histricas so sempre nicas; 4) as situaes histricas so sempre heterogneas, isto , qualitativamente diferentes. 15. Devemos atentar para a questo das situaes diferentes e ensaiar, aqui, outra classificao sobre o tempo histrico ou, melhor, sua sucesso sob um ponto de vista arqueolgico: 1) tempo primitivo 2) tempo rural 3) tempo citadino 4) tempo industrial 5) tempo ps-industrial 6) tempo planetrio 7) tempo espacial 16. evidente que tais "tipos de tempo" divergem em sua essncia, ou seja, na maneira de o homem experimentar o tempo, vivenci-lo e, at mesmo e basicamente, na maneira do homem perceber tais tipos de "tempos". 17. Mircea Eliade j nos dizia em "Mito e realidade", que a mentalidade arcaica (o homem primitivo) imaginava que o mundo se consumia, ao longo de um ano e experimentava, ento, uma renovao. Assim, nada se transformava, na realidade pois tudo voltava a ser o que era. Por isso, os tabus, os ritos, o conservantismo das sociedades primitivas para as quais o fluir temporal no pode nem deve incluir mudana. No seu "O mito do eterno retorno", Eliade volta ao problema, enfatizando que o homem das culturas arcaicas aceita mal a histria e se esfora por a abolir periodicamente, voltando ao incio, no que chama de "um tempo circular".
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E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 3 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) 18. O tempo rural bem estruturado, gira em torno das estaes e dos ciclos do plantio. um tempo lento, com poucas inovaes poucas mudanas, exceto pelas catstrofes naturais (ou, excepcionalmente, pelas guerras). 19. O tempo citadino j um tempo artificial, onde aparecem os primeiros relgios, com mecanismos de madeira, por volta de 1200. Este tempo j est ligado ao comrcio, as inovaes as mais diversas, mas ainda ter um fluir lento, pelas distncias a serem vencidas pelos meios tcnicos disponveis para a realizao das operaes comerciais. 20. O meio industrial j um tempo rpido, em que as mudanas so muito grandes e uma gerao no vai poder mais, com segurana, viver como as geraes passadas, quer no campo quer nas cidades. O campo se reestrutura, desaparecem as propriedades comunais; pastagens extensivas em detrimento da agricultura (os meios de comunicao permitem a importao ou exportao segura de gros, etc); a locomotiva e o navio a vapor ligam o mundo inteiro, acelerando a percepo dos fatores de mudana, que, de resto, vo se dar sobre todo o conjunto social; estrutura familiar, formao de riqueza, produo industrial, formao do operariado, operaes militares com meios tcnicos e organizao muito poderosas, etc. 21. O tempo ps-industrial j viu a era do jato, a energia atmica e outras conquistas tecnolgicas e cientficas. J viu o final das antigas famlias com varias geraes sob um mesmo teto. Na verdade, a prpria instituio familiar, com o casamento e os tabus sexuais, quase deixou de existir. A produo industrial continua, mas o operariado deixou de crescer e os colarinhos brancos tambm. Nova classe surge de meio expediente ou trabalho em casa, governada pelos computadores, pelas redes de intercomunicao eletrnica, enlaadas via satlites artificiais, etc... 22. Tempo planetrio: estamos nas vsperas do tempo planetrio total, em que robs, ciberntica em geral e computadores em redes "on line" dominaro as atividades de administrao e governana e, mesmo, as da produo industrial. As aceleraes devidas aos aperfeioamentos cientfico tecnolgicos sero imensas, com um impacto sobre a percepo do tempo histrico, que vai se acelerar para os integrados (os demais vivero outro tempo e chamaremos a este de "tempo histrico marginal" ou "perifrico"). 23. Caminha-se para um tempo planetrio em transio para um tempo espacial, em que as redes de satlites artificiais e as estaes espaciais permanentes, com a tecnologia da fibra tica e da holografia, permitiro a descentralizao total dos parques produtivos, com centros de alta inteligncia, aqui e ali, dominando os avanos e os disseminando por meios eletrnicos, a includas as matrizes de prottipos de peas para produo em indstrias. 24. evidente que a percepo do tempo, para os integrados, de uma mudana quase diria (os estoques de peas de computadores da Dell Computers de 8,5 dias, hoje, pois manter estoques superiores implica em perda total, pela obsolescncia do equipamento). Desta forma, teremos, efetivamente, uma acelerao do tempo histrico, pela acelerao das mudanas a que estamos sujeitos, ou pelo menos, est sujeito aquele setor diretamente impactado pela inovao tecnolgica. De qualquer forma, tal setor termina por espalhar, pelo resto da sociedade, os efeitos
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E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 4 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) das mudanas, ainda que isto seja um processo mais lento e que levanta uma resistncia muito grande. 25. Esta resistncia foi objeto de uma interessante e proftica colocao do prof. James Harvey Robinson, em 1940 no livro "A formao da mentalidade: aplicao da inteligncia na reforma social" que dizia: "hoje temos a expresso "princpio"... as pessoas que se justificam declarando que sustentam tais ou quais princpios, recusando-se a examinar-lhes as bases, introduzem em suas mentes ou em sua conduta, um elemento irracional, mstico, primrio, equivalente ao tabu dos selvagens... no passam de um meio compulsrio de impedir uma sria anlise das situaes... causam grandes perturbaes nos reajustamentos sociais... no pensamento selvagem encontramos uma espcie muito generalizada de tabu, na classificao das coisas como puras ou impuras e na concepo do sagrado... se uma coisa tida como sagrada, torna-se, logo, o centro do que chamamos complexo de defesa... os que tem estudado as caractersticas da vida selvagem impressionam-se com seu absoluto conservantismo, suas desnecessrias restries a liberdade individual e sua desanimadora rotina. O homem, assim como as plantas e os animais em geral, tende a viver, atravs de geraes e geraes, a mesma vida dos antepassados. As mudanas ho de sobrevir a fora e o homem est sempre descobrindo pretextos para voltar aos velhos hbitos que lhe parecem mais simples, mais espontneos, mais achegados, em suma, ao seu estado animalesco. Quem hoje se orgulha do prprio conservantismo com a alegao de que o homem de seu natural anrquico e desordenado e, portanto, deve ser mantido em cheque, erra ingenuamente. O homem por natureza conservador e, prontamente ope obstculos que serviram para conserv-lo em estado de selvageria durante quase toda sua existncia na Terra. E esses obstculos vo perpetuando na vida de hoje toda a sorte de barbarismos primevos. O homem conservador, por princpios, , pois, um primitivo a viver fora de sua poca. (Gomp. Ed. Nacional,S:P., p. 77/79). 26. Enfim, o que temos a passagem do homem, ao longo da histria, pelas sucessivas mudanas em seu modo de viver, de um tempo natural (Sol, estrelas, estaes), para um tempo mecnico, o relgio que governa o ritmo nas cidades. Depois vimos que no s o relgio, mas a inovao tecnolgica (e a sociedade de consumo, com suas "modas", sua obsolescncia programada) passam a ditar um novo tempo no s artificial e mecnico mas que agora rege uma serie de descontinuidades, produzidas por inovaes bruscas e de grande impacto. Temos, ento: 1) tempo natural 2) tempo mecnico 3) tempo tecnolgico 27. Em "Percepo e realidade", o prof. Antonio Gomes Penna, nos recorda que existem trs nveis, psicologicamente falando, no processamento das condutas temporais: a) condicionamento temporal do organismo s mudanas operadas no meio; b) a percepo do tempo em termos de integrao psico-fisiolgica de estmulos sucessivos;
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E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 5 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) c) a direo do tempo, graas a representao das mudanas e memorizao reconstituda do passado e antecipadora do futuro. Este autor coloca que Henri Bergson afirmava que a heterogeneidade pe em relevo o fato de que as duraes do tempo podem ser mais ou menos longas, conforme a experincia que, por acaso, se est vivendo. Nem preciso recordar que a heterogeneidade hoje, maior do que nunca. As modificaes em todos os sentidos na maneira como vivemos so enormes no s dentro das casas (TVs individuais; redes mundiais para transmisso instantnea; fornos de micro ondas; freezers; controles automticos de iluminao; ar condicionado; tabus sexuais quase abolidos; o juntar-se ao invs de casamento; os filhos planejados; a possibilidade de maternidade sem pais esperma congelado ; drogas qumicas para atender a quase todos os problemas, disfunes, carncias; comunicaes via Internet; incluindo compras e vendas; universalizao do turismo; meios de viagem area disponveis por sistema de prestaes acessveis) como fora. Esta heterogeneidade claramente, encurta distncias e acelera a percepo do fluir temporal. Karl Jaspers tambm apresenta contribuies ao problema, colocando os seguintes pontos: 1 - os fenmenos do j visto e do nunca visto; 2 - as alteraes implicando descontinuidade no fluir temporal 3 - os fenmenos de velocidade no transcurso do tempo 4 - o retraimento do fluxo temporal Tudo isto perturba as relaes de nossa conscincia com o andar do tempo, influenciando a maneira como o percebemos, se mais lento ou mais rpido, se j visto ( dja vu) ou se nunca visto (jamais vu). Destes dois autores podemos concluir que: a) as mudanas que se operam no meio so cada vez maiores logo a percepo da acelerao , cada vez maior; b) os estmulos sucessivos esto se dando de forma cada vez mais acelerada; c) a memria do passado est cada vez mais perdida e as percepes sobre o futuro, talvez, cada vez mais pobres, no entanto, se sente que a direo do fluxo do tempo se acelera, sempre mais, para a frente; d) neste sentido, cada vez mais estamos diante do nunca visto; e. isto implica em descontinuidades, isto interrupes no fluxo dos tempos histricos, com enormes reestruturaes que foram assim comentadas por Peter Drucker; "atualmente nos defrontamos com uma poca de Descontinuidade da economia e da tecnologia mundial. Tambm poderamos transforma-la numa poca de grande crescimento econmico. Mas o que certo que ser um perodo de mudana na tecnologia e na poltica econmica, nas estruturas industriais e na teoria econmica, no conhecimento necessrio administrao e ao governo e nos problemas econmicos... enquanto estivemos ocupados no acabamento do grande edifcio econmico do sculo XIX, seus fundamentos se modificaram sob nossos ps. (Uma Era de Descontinuidade:
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E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 6 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) orientaes para uma sociedade em mudana, Zahar, Rio de Janeiro, original de 1968. Ed. l974, p. 22). f. o retraimento do fluxo temporal significa tempos cada vez mais curtos entre as inovaes. Ora, na ARTE MILITAR, e, portanto, no jogo de poder mundial, isto, precisamente, que o pensador militar americano esta propondo. Ciclos de renovao em armas e conceitos operativos, conseqentemente, muito curtos,da ordem de trs anos para a produo, mas a produo simultnea de 8 a 10 ou 15 sistemas, de tal maneira que a cada ano, um sistema revolucionrio ou mais sofisticado estar disponvel para uso em combate. O que significa isto, para ns? Significa, tambm, que o tempo histrico se encurtar para os pases na medida em que no estaro aptos a enfrentar, em qualquer grau mais avanado, o poderio hegemnico dos Estados Unidos. Os desafios abertos se tornaro cada vez mais, atos irresponsveis, a menos que respaldados em um poderio similar. Diz o Cel. Warden: "os EUA precisaro de uma grande variedade de armas na expectativa de que algumas delas seja apropriada para atacar, amanh, um inimigo acerca do qual nada sabemos hoje... os EUA precisam abandonar seu sistema de estruturar fora provocada pela ameaa... com um novo sistema areo, espacial, terrestre ou martimo aparecendo todos os anos, os inimigos potenciais acharo quase impossvel desenvolver defesas que funcionem... a defesa ser difcil porque muitos diferentes tipos de sistemas, vindos de uma variedade de direes altitudes, velocidades e caractersticas espectrais sobrecarregaro a defesa... as foras americanas sero capazes de impor paralisia estratgica, operacional e ttica a um inimigo do tamanho do Iraque em menos de 30 horas, a partir do inicio da mobilizao nos EUA, com pouca ou nenhuma destruio no planejada ou irreversvel. Os maiores inimigos concebveis sofrero as mesmas conseqncias em dois ou trs dias. Esta nova fora e enormemente intensiva em capital... o efeito sobre o adversrio vem da preciso, no da quantidade... a nova estratgia ofensiva tecnologicamente..." (p. 19/21). 28- CONCLUSES a acelerao do tempo histrico ditada, hoje, pela maneira como cresce, assustadoramente, o saber cientfico-tecnolgico e como os produtos resultantes de sua ao so disseminados na sociedade, gerando amplas modificaes ou rupturas, que se sucedem em intervalos de tempo cada vez mais curtos. A engenharia gentica, hoje, um destes exemplos. A Estao Espacial Permanente outro. A questo dos computadores e das telecomunicaes mais uma faceta. Esta acelerao do tempo histrico foi percebida pelos planejadores estratgicos americanos. Eles esto tratando de tirar proveito de sua avanada cincia/tecnologia, para impor ao mundo inteiro um projeto militar (A Nova Fora de Segurana Americana), que vai acelerar o tempo histrico num capitulo especfico, no entanto, da mais alta importncia: o campo do domnio, o ESGE Fone/FAX: 51 343-1927 E-Mail: esge@defesanet.com.br Caixa Postal n 8006 Ag. Aeroporto CEP 90.201-970 Pag. 7 ESCOLA SUPERIOR DE GEOPOLTICA E ESTRATGIA Mantenedora: Organizao para Estudos Cientficos (O.E.C.) campo da aplicao da fora, vale dizer, do Poder, nas relaes internacionais, no caso em que os conflitos no possam ser resolvidos pela polticadiplomacia ou pelos mtodos menos convencionais, mas bem conhecidos da guerra psicolgica e econmica. Se hoje os Estados Unidos ainda podem ser desafiados por pases como o Iraque ou a antiga Yugoslvia, que levaram para ser batidos algum tempo, a nova iniciativa estratgica anunciada na forma de uma contribuio particular, pode se afigurar como a preparao para os Estados Unidos em um novo mundo bi-polar, desta feita EUA-China. Com efeito, se a Guerra nas Estrelas foi um fator, ao lado de muito outros, que esgotou a antiga Unio Sovitica, a iniciativa da Nova Fora com Invenes Anuais no esgotar uma China, que planeja ter um PNB superior ao americano, por volta de 2020 ou, at antes? Os EUA, assim, ao acelerarem a modificao no campo de batalha, pelas novas invenes blicas, tornam o desafio chins muito relativo. Quanto a ns, colocam a questo da soberania nacional e da defesa de nossos recursos naturais em cheque. evidente que no podemos acompanhar, nem hoje, ou mesmo no passado, o avano americano. Tudo o que temos uma capacidade relativa de impor muito desgaste, no caso de uma interveno. Isto diminuir num futuro ainda a ser programado. De qualquer forma, como importante configurar tal futuro, deve-se, hoje, trabalhar em nossas fronteiras, agora vivas e em estado de ameaa, com o mximo de fora, para impor decises regionais ou locais que mantenham o "status quo" por decnios para a frente. No se pode permitir, hoje, qualquer penetrao, qualquer sinal de fraqueza, pois o perigo da cunha desestabilizadora que isto implica pode ser mortal para o nosso futuro. Se que queremos traar, dentro das exguas margens de manobra, um futuro autnomo para nosso Pas. Por isto pensar a acelerao histrica e os limites que ela nos impem, luz das atuais doutrinas militares americanas to vital. Material Complementar Fotos Bombardeiro B2 entrou em operao em 1999 - 20 unidades produzidas Bombardeiro B52 entrou em operao em 1955 - cerca de 500 produzidos Caa F15 entrou em operao em 1975 - cerca de 800 unidades produzidas Caa F117 entrou em operao em 1988 - cerca de 60 produzidos
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Acordo Entre o Governo Da República Federativa Do Brasil e o Governo Dos Estados Unidos Da América Referente A Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (Acordo Rdt&e)