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Resolvi, ento, escrever uma lenda que sempre ouvi de minha me, lenda
que ela dizia ter ouvido da minha v, e assim para trs, at as origens da nossa
nao. Eu escutava aquela histria maravilhada e tomava cuidado para que
mame repetisse exatamente os mesmos detalhes [...] Uma viva emoo me
invade s de pensar que vou passar para o papel imagens impregnadas do
perfume da minha infncia e assim perpetuar uma parte da histria do povo
Nau [...] Sei que, na lenda, ir tambm, necessariamente, muito de mim em
pedaos de personagens, trechos de rio, ptalas de flores e em fragmentos
de reaes animalistas humanamente plasmadas. Tudo bem. E vou tentar fugir
no texto, do sonho que sempre vem, em que me vejo cercada por animais da
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floresta que obedecem ao meu canto, rios que escoam sob meu comando, raios
que se fixam no cu escuro por minha simples ordem. (2002: 13-14)