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Interculturalidades Tradugées, Linguas e Culturas A) Edicdes Universitarias OY Lusdionas Rita Cidita Neves SOCAN TOR ed ERC OMEN cs) © presente livro Interculturalidades — Tradugdes, Linguas e Culturas reproduze tonna mais acessivel o “dossié” publicado na Revista de Humanidades e Tecnologias, Orgdo da Univer- sidade Luséfona, n.° 6{7/8, 2 semestre de 2001/1° semesire de 2002, acrescido de alguns ensaios sobre a matéria publicados ‘em outros nimeros da mesma revista. Constitui também 0 n.° 1 da Coleccéo Babilinia criada, no Ambito das Edigbes Universtirias Lus6fonas da Universidade Lusofona de Humanidades e Tecnologias, pela Licenciarura de ‘Tradutores e Intérpretes e pelo Centro de Estudos de Linguas Culturas da Unidade de Investigacio “Ciéncias Sociais Aplica- das”, aprovada pela “Fundagiio Gienciae Tecnologia”. ‘pio: FCT Fundacio para a Ciéncia¢a Tecnologia @) Edicées Universitarias iC oMnapre8 Luséfonas a8 pure Cale 5 1A) Bulletin, Sin, 199, we Bane Amore Japan, Euro, on cry te, 5D Hextulam: Blea of Cseoip se 98, Teoténio R. de Souza ‘iversidade Luséfona de Humanidades e Tecaologias att 3 | ie he a f 7 A DIASINCRONIA MULTICULTURAL: * AS TRADUCOES NAO BASTAM a i Eimportante que eu defina lo 120 no inicio aquilo que entendo por «dia-sin- cronia cultural», porque essa expressdo ndo é de uso corrente, mas tem 2 ver mn © tema geral deste ciclo de conferéncias, ou seja, com «inter-culturs! dade». Compreendo eu, ¢ espero que estejam de acordo os outros respon | GEG. Siveispela organizacdo deste project, que estamos aqui paraestinnlan¢ ro- over um inieresse respeitoso dialogante (quero que prestem atengdo a wt ® drigera tatina da palavra, inter+esse, estar juntos como parceiros) pela dia- sf ‘sincronia cultural, em que se admita a realidade da ‘taultiplicidade de culturas 6m as suas especificidades, constituindo uma multiversidade cultural , 4 ‘humana, ao lado da biodiversidade da natureza, jé reconhecida como patri- : ¢ ménio da humanidade. Falta ainda luta: muito pelo reconhecimento da han 2 ‘ersidade cultural como patriménio da humanidade, iA sincronia da multiplicidade de culturas ¢ dificil de negar, ¢ & 6bvia a : dideronia das culturas que aparecem ¢ desaparecem no decorrer da Histéria, | ‘se colonial, a construgfo worientalistay do Oriente era feita & medida ¢ | rk ScOmodada aos interesses do Ocis ‘grande pro- | Se esse projecto nao «aarianizagion ¢ limpezas étnicas também fazem parte de historia oci oriental mais recente.! Paradoxalmente, a crescente infrtilidade da sociedade ocidental ¢ a con: sequente necessidade de adquirir mo-de-obra barata e nio, através da imi- grago, toma incontomdvel um novo confronto de culturas no proprio oci- dente. Em Portugal, no & comparivel com o fenémeno efémero e desejado de um encontro com diversos Outros na Expo ‘98!? Ao mesmo tempo, a maquina ocidental de globalizago econémica esta a enfrentar as resisténcias cculturais no resto do mundo, e no proprio Ocidente. Essas resisténcias cultu- rais a0 projecto ocidental de «modemnidade» através dos seus conceitos proprios de racionalismo e secularismo, estio a tornar dificil e dispendiosa uma nova fase de dominagao pés-colonial. Os grandes resistentes sfo 0s paises asiéticos com populagbes e mercados de grande escala e de grande atracedo para os interesses capitalistas ociden- tais, E 0 vetho continente que soube resistir aos assaltos culturais da missio- nagio cristd do colonialismo europeu, que se auto-proclamou de «velho» em relagdo as Américas. Apés cinco séculos da dominagao colonial europeia no se vé na Asia nem 3% de populagao crista a partilhar os sentimentos e afectos dos seus «irmdos» co-cristios e antigos «benfeitores» coloniais. Os «valores asidticos» das culturas orientais? mantiveram-se firmes, € a comunicagdo, social que controla to bem o sistema democratico no Ocidente néo conseguit, até agora globalizar o tipo de discursos politicos ocidentais de cariz, «racional» ¢ «secular» da heranga cultural do modernismo ocidental.4 Esté, aqui uma grande falha de tradugSes! Leva-nos a concluir que os valores cul- turais nfo se traduzem, podem sim é dialogar e conviver, embora sempre haja_ elementos culturais periféricos que podem ser traduzidos de forma a serem imitados, mas munca terZo o mesmo sentido que eles tém na sua matriz cul-, tural propria. E como se adoptam alguns pratos de culindria, ou algumas ‘modas de vestir, ou algumas técnicas de meditacdo Toga ou Zen. Neste tiltimg caso, por exemplo, sem abandonar a salvagiio que depende de Outro Absoluto, uma ilustragio de sincretismo liberal, traduzindo [leia-se reduzindo] as priticas religiosas orientais as téenicas de gestio de stress ou de fadiga espi- ritual. As meditagdes orientais nunca procuraram uma salvagaio que viesse de fora, e muito menos dos gurus do mercado capitalista. Sao formas de auto-dis- Ton Fla a ain, Sh as, Ppeti 9 tur Teme Gone, ection Casts Ep ane solide a Epo, Soebie! fu: Polonas Ptes, 3, Deb e199 pp. 3102 tipo sitcom rye aj Se, opin Nobel de ecenniam 1958p senna de ies ania chna no sgn spine tacanur abs de dvi hunnera ur coe ee cer ‘ota tee ht airy) seond am Speck oe Wor Scere rab Co, 2098. eee 34 i ciplina ¢ auto-redengo, que requerem auto-negaco do ego que 0 Ocidente ‘preza mais do que nunca. Falando da teoria critica moderna, nao resisto fazer algumas referéncias a Boaventura de Sousa Santos, que aponta para uma das suas fraquezas funda- mentais, nomeadamefite a de nio ter reconhecido que a razo que critica niio pode ser a mesma que pensa, constr6i ¢ legitima aquilo que € criticével. O que conhecemos & sempre 0 conhecimento em relag&io a uma certa forma de ignorancia. No projecto da modemidade Boaventura de Sousa Santos dis- tingue duas formas de conhecimento: o conhecimento-regulagfo, cujo ponto de ignordncia se designa por caos, ¢ 0 seu ponto de saber, por ordem. E uma foutra forma de conhecimento, conhecimento-emancipagao, cujo ponto de ignordncia se designa por colonialismo ¢ 0 seu ponto de saber, por soli- dariedade. Ambas as formas de conhecimento estdo inscritas na matriz da modemnidade eurocéntrica, mas 0 conhecimento-regulacao veio a dominar totalmente o conhecimento-emancipagao, ¢ isto devido ao facto de a ciacia moderna se ter convertido em conhecimento hegeménico. colonialismo reduziu 0 outro a objecto, recusando: reconhecé-lo como sujeito. A soli- Gariedade consistiria em converter esse conhecimento om reconhecimento, € 1ndo ficarmos parados com 0 conhecimento como um principio de ordem sobre as coisas ¢ sobre 0s outros. ‘Segundo 0 mesmo socidlogo. portugués, é urgente transitarmos de mono- culturalismo para multiculturalismo, reconhecendo 0 Outro enquanto produ- tor de conhecimento. Jé no se pode continuar com a destruigao de outras for- ‘mas de saber, sobretudo daquelas que so proprias dos povos que foram bjectas do colonialismo ocidental e continuam a ser objectos do pés- Apéndice htip://www.estacaoliberdade.com br/autores/stoter-htm [Alguns trechos extraidos das «Regras para 0 Parque Humano» ¢ comen- a mica que geroU: {iio so 2 reelcctente meditico da cultura de messes no Primi Mundo om 1918 (radiodifuslo) e depois de 1945 (televisdo) e mais ainda pela actuelrevolugf da Intemet, x coensténcia humana nas sociedad cts fo fetomada a partir de novas bases. Essas bases, como se pode mostar sem Sc decididamente pés-litedrias, pés-epistolaes c, consequente aie ps ‘considera demasiado dramético o prefixo os-humanistas. Quem rn atic ° a: rormutagbes acta poderia substiuilo pelo advérbio “marginal rome de forma que nossa tee diz: é apenas marginalmente que 0s meios inedoe fortes pam 8 ‘TH feoriaio Bde Sous inbaitos de mission Te Ferdalo Bde Soava, «Uns confessondriosinéitos:Instrurentos fo fer» Ihetbia de Goen, Amar, Sentire Viver a Hstria (Estudos de Homenage Jai ate tl Cl, 1995p. 18712 i ae a a eta, lie «Ona irs Lh Ca El 5, Universidade Lusbfom, 2001 ‘Teologin Cigna dae Religies, Caderao N° S, Universidade 319 lwterarios, epistolares © humanistas servem as grandes sociedades modemas para a produgdo de suas sinteses politicas e culturais.» «0 que ainda domestica o homem, se o humanismo naufragou como escola da domesticagio humana? (..) 0 que domestica o homem, se em todas as experiéncias prévias com a educago do género humano permaneceu obscuro quem -ou 0 qué -eduea os educadores, e para qué? Ou seri que a questo sobre o cuidado e formagzo do ser humano nao se deixa mais formu- lar de modo pertinente no campo das meras teorias da domesticagdo © edu- cago?» «Se o desenvolvimento a longo prazo também conduziré a uma reforma genética das caracteristicas da espécie - se uma antropo-tecnologia futura avangard até um plancamento explicito de caracteristicas, se 0 género humano poderd levar a cabo uma comutagdo do fatalismo do nascimento ao nasci- ‘mento opeional e a selecgdo pré-natal ~nestas perguntas, ainda que de maneira obscura e incerta, comega a abri-se 8 nossa frente 0 horizonte evolutivo.» A polemic «Peter Sloterdijk, autor do cultuado Critica da razdo cinica, simbolo de uma gerapdo herdeira da Teoria Critica, € 0 pivot de um escéindalo que esté dividindo a intelectual idade europeia(..). Sloterdijk propde um Conselho de cientistas e fildsofos para criar um discutivel Parque Genético Humano (Men: schenpark), como reservatério para salvar e aprimorar a espécie da imbeci dade ¢ brutalizagao induzida pelas médias. Ato continuo, Jurgen Habermas abriu fogo contra Sloterdijk e a confusdo, que promete abalar os alicerces de toda uma érea do pensamento, jé esté na média europeia.» (Jornal do Brasil, dias /Livros, 25/9199). «Para Sloterdijk, a reacgo “horrorizada” de parte da “boa consciéncia” humanista contra a engenharia genética no passaria de uma tentativa de silenciar sobre a técnica selectiva, a fim de poder realizé-la exactamente em siléncio: o horror na verdade ¢ cinismo, diz ele, evocando seu livro “Critica. dda razdo cinica” (1983).» (Luiz Felipe Pondé, Folha de S. Paulo, 10/10/99), «Essa proposta (de uma Assembleia Geral das Cincias do Homem para discutir os limites da biotecnologia e a formulago de um cédigo de conduta) no € tio absurda quanto pretendem os inimigos do filésofo. Ao contririo: so 8 postulados iniciais de Sloterdijk que podem eausar preocupagao: morte do humanismo, decisio de se permitir pensar no fim total dos tabus, na exigén-’ cia de uma plena liberdade, ao contrrio da Alemanha da culpabilidade. 5 nesse sentido que Sloterdijk constitui uma ruptura franca com a filosofia alema do pos-guerra.» (Gilles Lapouge, O Estado de S, Paulo, Cad. 2/Cultura, 17/10/99). «(0 texto) provocou uma verdadeira tempestade pablica na Alemanha, Sujeito: o futuro do humanismo ¢ o devir da civilizagao europea. Perspecti- 320 ‘vas: nada menos do que o titulo anuncia: “regras para o parque humano” época da “antropotecnologia”. O Monde des Débats toma ... portanto ciativa de publicar a integralidade de um texto filoséfico téo longo quanto Arduo, e considerado por seus adversarios como explosivo, seniio perigoso: & ‘opreco por vezes a st pagar para a honestidade dos debates e das polémicas.» (We Monde des Débats, Outubro de 99), «Acusa-se Peter Sloterdijk de brincar com a eugenia ignorando todo ¢ qualquer perigo, a0 passo que ele toma a pluma para impedir seus adversérios de minimizé-lo! Belo exemplo de incompreensdo... Qual ¢ afinal este perigo? ‘Ode nao ver que uma guerra mundial comegou “a respeito das variantes da cri- ago do homem”» (Bruno Latour, Le Monde des Débats, Novembro de 99). «Nao importa 0 que tenha acontecido com esta polémica toda, o impor- ‘ante para mim é que a discussao sobre a antropotecnotogia finalmente tenha acontecido.» (Depoimento ao editor, Frankfurt, Outubro de 99). a ren ener Toran ttonees a RGR Nr MEU trod (Orgs.) O presente livro Interculturalidades — Traduedes, Linguas Culturas reproduz e torna mais acessivel o “dossié” publicado na Revista de Humanidades e Tecnologias, Orgdo da Univer. sidade Lus6fona, n: 6/718, 2° semestre de 20011° semestrede 2002, acrescido de alguns ensaios sobre a matéria publicados, ‘em outros ntimeros da mesma revista. Constitui também o n° 1 da Colecgio Babilénia criada, no Ambito das Edigoes Universitirias Lus6fonas da Universidade Luséfona de Humanidades e Tecnologias, pela Licenciatura de ‘Tradutores ¢ Intérpretes € pelo Centro de Estudos de Linguas e Culturas da Unidade de Investigagio “Ciéncias Sociais Aplica- das”, aprovada pela “Fundacao Ciencia e Tecnologia”. ‘apoio: FCT Fundacio para a Cigncia ¢ a Tecnologia eras ta ve fa Tacs. tsa AI

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