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capiruLo vit RITUAIS E CRENGAS Iwrnopugio Nenhum povo dos que até agora se estudaram revelou- -se carecente de alguma crenga em podéres sobrenaturais de uma espécie qualquer. Por maior que seja a efetividade com que 0 homem lida com os problemas da vida através de medidas priticas, existe sempre uma margem de incer- teza, muitas vézes de ansiedade, quando éle recorre & pro- piciagZo dos podéres sobrenaturais, em culto ou rito piblico ou privado, podendo observar-se amide as emogées de temor respeitoso e reveréncia que acompankam os atos rituais. As crengas que presumem a existéncia de séres espiri- tuais so comumente descritas como religiosas, ao passo que as que se relerem aos podéres que no pressupdem a necessiria existéncia désses séres stio denominadas mégicas. Nin existe, muitas vézes, uma separacio bem definida, nas idéias e préticas dos povos mais simples, entre as duas classes de erencas. Conquanto nfio haja concordancia entre os antropélogos no tocante a0 emprégo dos térmos “magia” fe “religifo”, 0 que impede que essas_palavras sejam em- pregadas como térmos téenicos, reconhece-se, por via de regra, que existe um conjunto de comportamentos que podem ser intitulados de mAgico-religiosos. Em regra, tda cultura tem um corpo definido de crengas, correlacionadas com observncias distintas e priticas rituais. Haveré cultos orga nizados, com funcionérios, como sacerdotes, reis-sacerdotes, chefes com fungSes sagradas, conjuradores de chuyas, xamis 222 ou criados sagrados. Estes cultos se associam, nfo rato, a lugares ou edificios sagrados e rituais prescritos, bem como a normas de conduta moral. Nesses sistemas, 'certos ritos poderiam ser considerados magicos se fdssem dissociados do sistema em que ocorrem, ou poderiam ter significagio religiosa para alguns participantes ¢ valor mégico para outros. ‘As pessoas que aceitam um sistema miégico-religioso orto- doxo praticam também, &s vézes, ritos sem conexio alguma com 0 sistema e que podem ser considerados puramente miégicos. Essa magia constitui, nfo raro, a provincia espe- cial de especialistas ou mAgicos, ou é praticada em particular por individuos, Tolerada, As vézes, pelos adeptos do sistema ortodoxo, em outras é praticada em franca ou secreta opo- sigdo a éle, A conexfo entre a religiao e a ética varia nas diferentes culturas; julgada pelos padres ocidentais, parece, amitide, no existir, mas quase sempre se encontram sanges sobre- naturais para os valdres morais. Existe, geralmente, estrei- tissima conexfo entre o sistema religioso de um povo e sua organizacio social. Se hem seja impossivel estabelecer definigSes rigorosas, convém distinguir tres aspectos prineipais dos rituais e cren- as, a saber: 1. Crencas e praticas religiosas. 2. Crencas e praticas mégicas. 8. Bruxaria e feiticaria. Observar-se-A que, canquanto possam exehiirsa miima- mente, ésses aspectos nfio se excliem necesshriamente. A énfase relativa distingue o tipo. Os trés tipos se encontram, muitas vézes, na mesma cultura. A fim de compreender as ‘erencas que motivam 0 comportamento de povos pré-letrados, cumpre estudar nfo s6 as formulacGes ¢ explanacdes verbais que éles do, mas também suas praticas rituais ¢ seu contexto. As ceriménias ¢ os ritos representam 0 modo tradicional de comportamento em que se refletem, ao mesmo tempo, cten- «cas, idéias, atitudes ¢ sentimentos implicitos e explicitos. Consideram-se os rituais em relago a quatro categorias principais de atividades: 228 (a) Rituais relacionados com a vida do homem e com ‘emocies extremas. (b) Rituais relacionados com fenémenos fisicos. {c) Rituais relacionados com as atividades econémicas, (d) Rituais relacionados com a estrutura social. Essas quatro categorias se superpdem, de modo que é possivel reconhecer uma relacio entre a fertilidade da terra, a dos animais ea do homem; os fendmenos fisicos e as atividades econdmicas se entrelacam; os elementos psicold- gicos esto presentes em téda e qualquer ocasiio que dé origem a rituais, © qualquer désses elementos pode influir na estrutura social, ‘Tédas as categorias envolverio um ou mais dos trés aspectos de rituais e crencas, Cnencas & Privicas RELIciosas Como a etiquéta, o ritual é um modo formal de com- portamento, que se reputa correto mas que, & diferenca desta Ultima, supde a crenca na operagio de agentes ou forcas sobrenaturais. A religifo se caracteriza por uma crenca num, ser ou séres sobrenaturais, uma atitude emocional em relagao a éles © um modo formal — ritual — de dirigir-se a éles. Existem, de ordinério, mitos ligados ao conjunto de erencas, ¢ éstes se refletem tanto na forma quanto no contetido do ritual (v. p. 260). Releva notar que € possivel encontrar vérias espécies de crencas na mesma sociedade ao mesmo tempo. A erenca num Deus Supremo coexiste, nao raro, com a crenca em mimerasos outros agentes espirituats, assim como com 0 culto dos antepassados ¢ 0 totemismo. Crencas Relacionadas com 0 Homem Existe, habitualmente, a crenca num aspecto imaterial da personalidade humana, que pode ser chamado a alma, Essa crenga estende-se, freqiientemente, aos mundos animal e vegetal e, muitas vézes, a objetos inanimados ou a exem- plos notaveis dessas categorias (v. Totemismo, p. 244). Pode- -se pensar na alma como numa réplica insubstancial ou fan- tasmagérica, ou numa emanacio sem forma; as yézes 224 6 assemelhada a uma sombra, a um sépro, a um reflexo; concebem-se virias partes do corpo como a sede da alma — a cabeca, 0 coracio, o figado, etc. Acredita.se amidde que um dano provocado a essas partes seja capaz de provo- car doencas (v. Medicina, p. 255). © perigo ou a doenga podem atribuir-se a uma temporaria separacio entre a alma © © corpo, e a morte & separagio definitiva. Os sonhos consideram-se, as vézes, atividade da alma. Acredita-se, em algumas culturas, que existem_almas miiltiplas, encar- regadas de fungies separadas. (Sobre as almas externas, (v. Santudrios e Locais sagrados, p. 234.) Ou se er® que tédas as pessoas possuem uma alma ou se admite a existéncia de algum estégio, usualmente acompanhado de rituais, na vida do individuo, em que se reconhece o aparecimento da alma Esse estdgio identifica-se com 0 momento em que a crlanca recebe seu nome, prineipia a andar ou é submetida ao pro- ccesso de iniciagdo. As vézes, a alma é prerrogativa de um sexo apenas — geralmente 0 masculino — ou dos membros de determinada classe, Ha quem acredite que algumas pessoas tém o poder de transformar-se em animais, ou que a alma possa deixar © corpo num estado inconsciente e entrar num animal. Em formas animais, como a de lobos, leopardos ou tigres, elas podem ser extremamente perigosas, muito mais do que 0 sio normalmente os animais ferozes. Alguns désses animais trans- formados dio origem a cultos (v. mais adiante, p. 228) e, nesse caso, deixam de ser necessiriamente maus de todo. As vézes, a capacidade de assumir a forma animal se atribui & feiticaria inata (v. mais adiante, p. 241), A substdncia da alma. Na Indonésia e na Melanésia descreveuse uma concepedo traduzida por “substéncia da alma”. Diz-se que os séres humanos, os animais © as plan- tas estio imbuidos dessa substdncia, que impregna o corpo humano, de modo que partes destacadas do corpo, como fios de cabelo, unhas, saliva © excrementos esto, de acbrdo com essa concepgio, saturadas dela. £ possivel titar do corpo porgoes da substincia, mas é preciso trazélas de volta para que o corpo nfo sofra. Adquixe-se a substancia animica de animais e plantas comendo-os. E nisso reside a base de um corpo considerdvel de magia. A concepcio 6 um tanto semelhante 8 do mana polinésio, que parece ser uma . 225 poderosa qualidade mistica possufda por espfritos, fantasmas € certas pessoas © transmissivel a objetos inanimados, A pritica da caga de cabecas est bastante difundida, de uma forma ou de outra, e as crengas que a fundamentam ¢ nela encontram expresso estiio intimamente ligadas As que conduzem ao canibalismo ritual (v. mais adiante) e ao sacri- ficio humano. Essas trés caracteristicas culturais parecem estar ligadas entre si e sio, até certo ponto, intercambidveis em diversas areas principais — a Indonésia, a Africa Oci- dental ¢ a América do Sul séo exemplos, em que cada qual aparece freqiientemente numa érea adjacente a outra carac- terizada por um désses trés cultos. Os trés, segundo parece, se baseiam no culto da fertilidade, em que entra a concepeio da substiincia da alma, Essa concepedo da vida como suhs- tancia finita, quase tangivel, transferivel do organismo humano para 0s organismos animais e, até certo ponto, para os vege- tais, associa-a particularmente com a cabeca, onde sua pre- senca 6 indicada pela pulsagio observada na moleira do recém- -nascido ou na diminuta imagem humana que se distingue na pupila do dlho vivo. Associa-se, freqiientemente, com a Tingua, sem diivida porque ésse érgio funciona como o veiculo da linguagem. Embora possa ser localizada também no coracao, no figado, no sangue, considera-se que sua trans- feréncia & mais facil pelo arrancamento da cabeca, que se coloca de tal modo que a substancia vital assim adquirida se torne acessivel ao individuo que dela se apoderou, ou i comunidade a que pertence 0 cagador de cabecas. & possi- velmente uma doutrina semelhante a esta que impoe a necessidade, na maioria das comunidades que praticam a caca das cabecas, da participacéo dos jovens numa cacada de cabecas a fim de poderem ser considerados elogiveis para o casamento. Se nao tiver um excedente de matéria vital, 6 pouco provavel que 0 noivo seja um bom gerador de filhos. De idéntica maneira, qualquer desgraca, como uma moléstia epidémica ou o malégro de uma colheita, indicativa de es- cassez de matéria vital converte-se num imperative de uma cacada de cabecas, 20 passo que, em algumas tribos, como a dos wa dos Estados Shan, a caca de cabecas se associa sazonalmente 4 semeadura das colheitas e é necessdria a0 feliz cultivo da terra. As cabecas tomadas para propdsitos mégico-religiosos ou de prestigio sfio amitide presetvadas, quer én toto, quer em parte. O eranio, o maxilar ou a cabeca 226 téda de um inimigo capturado, na guerra também se preserva com finalidades mégicas ou de exibigao. Concepgées semelhantes fs que acabamos de mencionar so, por vézes, 0 motivo do costume, encontrado em algumas tribos, de comer certos Srgdos ou partes do corpo dos mem- bros falecidos da tribo, isto 6 do canibalismo ritual. Os que participam désse rito ou sfo parentes préximos do morto, ‘ou um grupo limitado de parentes consangitineos ou afins, ou ainda os adultos em geral, Tal costume se relaciona, As vézes, embora no necessi- riamente, com 0 da preservacdo ritual de partes do corpo de um parente morto. Dessarte, o cranio, o maxilar ou outras partes do esqueleto so com freqtiéncia preservados ¢ formam parte dos objetos de culto num culto dos antepassados. Qs tituais de morte, entérro e luto podem ser impor- tantes para 0 destino da alma apés a morte (v. Morte, p. 163). O térmo “fantasma” aplica-se & alma do morto quando se acredita que possa ser percebida por séres humanos. A vida de além-timulo. Pouquissimos povos ha que no acreditam em alguma espécie de vida depois da morte. Em algumas culturas, os individuos precisam preparar-se para a outra vida aprendendo férmulas especiais e adquirindo ‘outros conhecimentos esotéricos. De ordindtio, o seu bem- estar apés a morte depende dos rituais observados durante os ritos funéreos ¢ de luto ¢, as vézes, da posse de objetos enterrados com éles ou queimados ritualmente (v. Morte) Impede notar que a crenga na. vida de além-timulo nao supée a imortalidade pessoal, nem o destino dos mortos se correlaciona habitualmente com valéres morais. Por via de regra, depende das agies rituais dos parentes e descendentes vivos, que, quando nao sf executados corretamente, podem irar 03 mortos, os quais, nesse caso, mandario doengas, des- gragas ou a morte para os vives. O elo intimo entre vivos © miortos expressa-se, As vézes, no culto dos espiritos dos mortos (v, Espdsa dos mortos, ‘p. 156; Adocio p. 101), © a necessidade futura dos vivos de terem descendentes que cuidem déles apés a morte pode influir nas priticas sociais. Em regra geral, 0 morto tanto manda beneficios quanto infortinios. Os mortos visitam seus descendentes e parentes em sonhos, ou de outra maneira especificada, e em certos lugares (v, Santudrios, p. 233). A reveréneia, a propiciagao 207 € a gratiddo manifestadas aos mortos constituem parte impor- tante do culto dos antepassados. Morada dos mortos. Esta pode ser localizada geografi- camente e/ou mitoldgicamente, e pode estar correlacionada com o lar tradicional do povo. Debaixo da terra, no mar ou no céu. Os mortos tém, as vézes, um chele ou senhor, que é um herdi cultural ou um deus. E, &s vézes, se pensa que as almas séo capazes de visitar a morada dos mortos durante a vida (0. mais adiante, Locais sagrados, p. 234.) Destino dos mortos. Os mortos podem morrer outra vez, ou simplesmente deixar de existir apés alguns anos, quando so esquecidos ou ja nfo tém descendentes que lhes realizem os rituais. Em muitas culturas se acredita que os mortos tém os mesmos sentimentos, as mesmas necessidades e ocupagées que tinham quando vivos. Renascem ou teen- camam em animais. Essa idéia est ligada, as vézes, mas nem sempre, com o totemismo (v. mais adiante, p. 244). Po- dem “possuir” ou vivos (v. Xamanismo, p. 231). Os rituais relacionados com a alma do homem séo observaveis por ocasiéo das crises que acompanham 0 nascimento, as doencas e a morte. A reencarnagéo em forma humana ou animal nao é in- comum. Toma-se, As vézes, uma idiossincrasia fisica ou psi- colégica para indicar que uma pessoa é a reencamacio de alguém ja falecido, de hdbito um membro da sua familia ou da sua linhagem. Realizam-se ceriménias, como, por exemplo, no momento de dar um nome, a fim de diagnosticar a quem pertence o espirito reencarnado. Ha os que acreditam que ‘os espiritos se sentem inquietos enquanto no se reencarnam. Quando a reencarnagdo se faz em forma animal, é preciso notar se se acredita que téda a espécie esta relacionada com @ pessoa morta (v. Totemismo, p. 244) ou apenas algum animal individual. No tltimo caso, cumpre notar a maneira por que se faz, o diagnéstico; por exemplo, quando se acredita que algum animal perigoso, como o led, se mostra amistoso, néle ento se reconhece a reencarnacdo de um espfrito an. cestral. Anotar-se-4 tdda a conduta dos descendentes em te- aco a ésse animal (v. mais abaixo, p. 244). Além dos rituais relacionados com a alma, é importante, ao estudar os rituais associados & vida do homem, observar também os rituais da vida cotidiana, assim como os rituais de fases socialmente dis- 228 tintas na histéria do indivéduo (ritos de passagem). Agoes habituais, bem como acdes ocasionais, ages que implicam perigos ou requerem habilidades especiais, sao, &s vézes, pro- tegidas por ritos religiosos ou mégicos. Crencas Relacionadas com Séres ¢ Agentes Sobrenaturais Espiritos. Esta palavra deveria ser reservada aos agentes sobrenaturais personificados, que néo se acredita possam ser diretamente percebidos pelos sentidos humanos, Desa ma- neira, pode haver espiritos sem nome, que residam em drvo- res, na Agua, no ar, ete.; ou fércas naturais, como o vento, 0 trovo, etc., se consideram como sendo ou tendo espititos. Forgas sdbre-humanas, que tudo penetram, como 0 Céu, a Terra, o Sol, so, As vézes, mencionadas como espititos, Po- demos falar’ dos espiritos de deuses, dos herdis culturais, de animais ou de antepassados, como capazes de executar tais e tais agoes. £ tio dificil definir 0 témo “deus” quanto evitar-lhe uso, de modo que éle deve ser empregado com cautela. O térmo “Deus Supremo” aplica-se, com freqiiéncia, a um es- pirito superior, universal, que tudo penetra, com ou sem um culto organizado, conquanto nao suponha necessiriamente 0 monoteismo. Os Deuses Supremos nao raro se consideram. afastados demais para um culto direto, e a adoracio de agentes espirituais menores que existem simultaneamente com o Deus Supremo, pode ser mais saliente na vida das pessoas do que o culto a0 Deus Supremo. Haveré espiritos malévalos, coma o espirito da variola e de outras moléstias, ou da doenga em geral. Além dos espititos mais importantes, cuja protecto se deseja e cuja ira se teme, hé, nao raro, varias espécies de espititos menores, anélogos as fadas, elfos, gnomos, trasgos duendes. Culto é a soma total das crencas ¢ rituais organizados e relacionados com um espirito ou espiritos especificos, geral- mente associado a objetos e locais particulares bem como & adoracio ritual e a oficiantes. As pessoas sagradas (sacerdo- tes, reis divinos) e os animais sagrados sao, éles préprios, em determinadas ocasides, objetos de culto. 229 © culto pode ou nfo estar associado a um sitio e/ou a objetos sagrados. Estende-se sObre ampla drea, que ultrapassa as proprias fronteiras tribais, ou se restringe a uma localidade, um cl, a uma linhagem, a uma familia, a um individuo ou a uma sociedade secreta. Terd uma hierarquia de sacer- dotes ou oficiantes, ou qualquer membro estard capacitado para realizar-lhe os ritos, As pessoas, animais, plantas © objetos associados a um culto so sagrados. A santidade déles 6 inerente, de modo que sempre necessério tratélos de maneita ritual, ou é incidental em relacao &s ceriménias, quando se realizam, & presenca de espiritos, ou durante estagses ou perfodos espe- cfficos. Cultos individuais. Os individuos podem ter espiritos auxiliadores ou espfritos custddios ©, nesse caso, haverd um método reconhecido por intermédio do qual o individuo entra em contacto com ésses espiritos e se inteira dos seus desejos. Em algumas tribos de indios norte-americanos, todo adulto deve ter um sonho em que adquire experiéncia espiritual (v. mais adiante, p. 288). Haverd uma associacio ritual entre os individuos e certas espécies de animals. Este fato é fartas vézes capitulado do ‘Totemismo Pessoal, porque o sentimento & semelhante ao do totemismo, mas sem 0 agrupamento social caracteristico do totemismo (v. p. 244). Oficiantes e peritos em rituais. Os oficiantes de um culto especifico podem ser escolhidos de maneiras particulares. Ha, muitas vézes, uma casta especial de sacerdotes, hé funcio- narios ou especialistas hereditérios. Os individuos sio con- sagrados, desde a inféncia, ao sacerdécio, ou a ocorréncia de algum incidente dé a entender que certo individuo foi escolhido pelos espiritos. A escolha manifesta-se, com fre- aiiéncia, por uma doenca — geralmente de um tipo que pode ser descrito como psicolégico. E possivel que se exija uma aprendizagem que requer determinadas aptidées, de modo que nem todos os que tém 0 direito por heranca chegam a ser especialistas religiosos. Reis divinos, conjuradores de chuvas e chefes sagrados podem ser os objetos de um culto, e também seus principals oficiantes; sua vida, sua comida, seu sono e suas atividades sexuais regulam-se por rituals e, freqiientemente, nao se Thes permite morrer de morte natural. A vitilidade do personagem 230 divino e a fertilidade da terra estao Antimamente associadas. 0 modo tradicional de morte pode ser pelas mios de um dos possfveis sucessores, por um membro de uma familia de maz tadores hereditarios de reis ou pela imolacéo, isto € sendo éles emparedados ou queimados vivos, &s vézes a sou proprio pedido (o. Morte, p. 168). Uma caracteristica psicolégica que se encontra freqiiente- mente num mestre religioso, e As vézes se desenvolve em gratt muito acentuado, 6 a capacidade de auto-hipnose e dissociacio, Em muitos cultos, por mais adequado que seja em outros sentidos, o mestre carecerd de poder se nao puder evocar ¢ converter-se no veiculo de certos espititos. As dancas e movimentos rftmicos, acompanhados de mnisiea, conduzem habitualmente A situagio em que o espirito ou os espititos tomam, posse déle © Ihe dirigem todas as ages. Quando “possuldo”, éle se encontra em auténtico estado de dissocia. @o, ou o padréo esté por tal forma institucionalizado que éle & capaz de adoté-lo quase automiticamente. Nesse estado, executa atos associadas com 0 espftito on os espiritos, que serio reconhecidos como tais pelos espoctadores, © pode também introduzir elementos novos no ritual. Faz profacias, di instrucdes, como ordenar sacrificios, etc, Cura moléstias mediante pronuneiamentos ou acées, profere béncios ou maldigées, ou responde a perguntas que Ihe sto dizigidas por membros da comunidade. O estado de possessao & tipico dos curandeiros das regiées drticas siberianas, que se vhamam xamis. O térmo tem sido aplicado de um modo gera 2 possessio de sacerdotes pelos espiritos, e suas manifestacdes passaram a ser denominadas xamanismo Em algumas sociedades nfo sio apenas os mestres que se tomam inspirados ou possufdos, mas quaisquer individuos, ou todos éles, podem passar por um rigoroso treinamento, submetendo-se a jejuns ¢ mutilagies, ete,, no intuito de obter a comunicagio com os espiritos, receber experiéncia mistica, lograr visBes ou ter sonhos sagrados. Tal experiéncia pode ser procurada a s6s, em lugares sagrados especiais, ou ocorrer de maneira aparentemente espontinea durante um ritual commum, Além dos oficiantes de cultos especificos, que se acham ou niio ligados a locais sagrados, existe, amide, certo miimero de mestres que levam a cabo o seu trabalho por meio de assi 231 eS Se EE téncia espiritual. Conquanto os curandeiros pratiquem, muitas vézes, a magia, 6 comum apelarem para os espfritos. Especialistas no contréle sobrenatural de atividades espe- ciais. Qualquer atividade — a caga, a pesca, a agricultura, a jardinagem, a construcdo, a guerra, ete. — pode ter mestres, responsdveis pelo ritual que se considera necessério a0 bom éxito da atividade. Esses tais apelam para os espiitos, sio possuidos por éles ou empregam rituais mégicos. Ser necessirio investigar 0 status social dos mestres, se sua posigio é hereditéria, e a maneira pela qual sfo pagos pelos seus servigos. Observar-se-4 se os membros de qualquer sexo podem ser mestres ou se certos departamentos so rigo- rosamente limitados a um sexo apenas. Verificar-se-4 algumas vyézes que, muito embora os membros de qualquer sexo, tedricamente, podem ser mestres, em alguns departamentos, na realidade, predominam especialistas do sexo masculino ou do sexo feminino, considerados mais adequados por tempe- ramento. Ao mesmo tempo se analisarao escrupulosamente os contextos técnicos ¢ sociais de suas atividades (v. Conheci- mento e tradi¢io). Anotar-se-fo todos os tabus e rituais pessoais observados pelos mestres: se envergam roupas especiais ou emblemas do cargo quando esto oficiando ou na vida particular; se obser- vam costumes especiais em relacdo As suas pessoas, isto é, se usam 0s eabelos compridos, se deixam crescer a barba, etc., € se tomam quaisquer precaugdes especiais no que concerne as suas dejecdes, ao corte das unhas, ete; se, 4 parte dos seus deveres oficiais, exercem atividades normais. Profetas. Individuos de personalidade notavel, oficiantes de um culto particular ou iniciadores de novos cultos, podem ser chamados profetas. Sao instigadores de novos ou rea- vivadores de antigos cultos. Alguns cultos se difundiram, aparentemente, por amplas Areas, apresentando os seus adep- tos as caracteristicas da histeria coletiva. Serd necessério observar se a sua doutrina 6, em parte, influenciado pelo eris- tianismo ou por outras fontes estrangeiras, se aparecem ou se difundem em dreas onde se registrou a desintegragio da cultura nativa como reac&o ao contacto estrangeiro, e se 0S profetas pregam um retdmno & idade aurea e 0 exterminio dos ocidentais. 282 Onde 0 cristianismo foi aceito, estudar-se-4o os cismas natives, sobretudo em relacio a tédas as regulamentagées que influem na organizagio social, tais como o matriménio e a iniciagéo (v. p. 143). Investigar-se-4 também a incorporagao ‘no eristianismo ou em outras religides organizadas das crencas priticas nativas. Lugares sagrados. Certos acidentes naturais, reputados sagrados, associam-se a cultos definidos e constituem a morada dos espfritos ou o seu sitio de repouso tempordrio durante fs rituals, Estes serlio de cardter diverso, desde Deuses Supremos até espiritos de mortos. Tais lugares sao colinas ‘ou pieos de montanhas, rochas, bosquetes, Arvores isoladas, ‘ios ou angras especiais nos rios. Reunir-se-do todos os mitos relativos a ésses sitios e anotar-se-4 a maneira pela qual se Thes observa a santidade. Temidos e evitados, as vézes, sio visitados em ocasiSes cerimoniais, que se acompanham de rituais e oferendas; & possivel que as pessoas tomem precau- Ses quando tém de passar por éles em ocasiGes no rituais. Tais sitios e objetos serao sagrados por si mesmos ou tio- -sbmente mercé de sua associaedo com alguma divindade ou cespirito; assim, tdas as arvores de certa espécie serdo sagradas ‘ou 0 serao apenas os espécimes individuais associados com um espirito. Santuérios. Qualquer estrutura sagrada para um culto ‘em que se realizam rituais pode ser denominada um santud- rio, Seré um templo, um cenotifio, o santudrio de uma casa, uma érvore ou, em alguns casos, pura e simplesmente um pote ‘ou um caco de barro em que se guarda algum objeto sagrado. {As sepulturas sio freqiientemente tratadas como santudrios e, onde o gado é sagrado, o estébulo se couverle eur santudrio. Os santudrios ora esto vazios, ora constituem 0 abrigo de objetos do culto ou o receptéculo de objetos rituais (v. mais adiante). Serio abrigos onde residem ou descansam mo- mentineamente os espiritos, ou o abrigo de uma “alma ex- tema”. Os animais, sobretudo 0 gado, quando néles habitam espiritos, transformam-se em santudrios. (Sdbre Santudrios domésticos, ». p. 170) Pode haver adoratérios privados, do lar, da cozinha ow da horta, para os antepassados ou outros espiritos, e éstes serio sumamente trabalhados ou simplissimos. Anotar-se-6 quem é 0 encarregado da conservagio e se néles se colocam 233 comida, bebida ou outras oferendas, sempre ou em ocasiées especiicas. Todos 05 rituais relacionados com 0 fogo (v. p. 97) € com a comida deverdo ser observados. O comerem juntos constitui um ritual ou forma um lago social? Fazem-se liba- ges aos espfritos regularmente, quando se come ou se bebe? Objetos sagrados. Estes serio (a) os objetos do culto, isto é objetos adorados ou tratados com reveréneia; (b) os objetos rituais, isto é, os objetos utilizados nos rituais. Existe imbricamento entre as duas classes; pode dar-se que um objeto ritual, como uma lanca se tone tio famoso que se converta mum objeto de culto. (a) As imagens so, &s vézes, representages de um espirito e sagradas em todos os momentos. Tais imagens serio antropomérficas (forma humana), zoomérficas (formas animais) ou representardo alguma caracteristica, isto é, um fa- Jo, um objeto de fantasia (0. Arte, p. 375). Em muitos cultos, nomeadamente na Africa Ocidental, as imagens talhadas e outros objetos de culto so as moradas temporétias de espititos; quando os espiritos so imanentes, os objetos recebem trata” mento cerimonial e so adorados mas, quando os espiritos néo esto presentes, os objetos nfo recebem tratamento cerimo- nial. Essas imagens e objetos chamam-se fetiches. A palavra tem sido mal empregada ¢ s6 deve usar-se nesse sentido, Rejeite-se totalmente a palavra “idolo”, em virtude de suas conotacées pejorativas. (b) Os objetos rituais utilizados nos diferentes cultos, vvasos, armas, ete., podem ser semelhantes aos que se usam comumente, ou podem ser feitos com cuidados © culciles especiais (v. Arte). Alguns so construidos deliberadamente para ndo servirem aos propésitos comuns, ao passo que outros sio especialmente desenhados para o ritual. Qualquer désses objetos — uma langa, uma flecha, um ramo de folhas ou alguma estrutura mais complicada — converte-se, as vézes, no veiculo tempordrio ou no sitio de repouso de um espirito durante 0 uso ritual. Invocado por uma ceriménia, o espirito pode ser ineapaz de manifestar-se sem a presenca dos objetos Tituais. Méscaras, efigies, bancos sagrados, tambores e outros objetos utilizados nas ceriménias de posse de reis e chefes 284 i ee ou nas ceriménias de iniciagdo podem, ao mesmo tempo, ser sagrados e possuir valor intrinseco, em virtude dos materiais e da arte ¢ habilidade com que foram feitos. Investigar-se-4 a maneira pela qual se guardam e cuidam todos os objetos rituais quando nao estao em uso. Formas de Ritual Todo culto tem suas formas de ritual organizado. As trés formas principais de ritual sao: 1. Oracio. 2. Oferendas, sacrificios e festas. 8. Gestos corporais outras atividades. Qualquer ceriménia religiosa pode combinar as tes formas. 1. A oracdo supde a existéncia de algum ser sobrenatural. £ uma invocacio oral, repetida pelos oficiantes e/ou_ pelos adeptos do culto num momento e num lugar determinados ou cm qualquer ocasio. As orages costumam ser acompanhadas de prostragies, posturas especiais, movimentos prescritos musica. 2. As oferendas a séres sobrenaturais assumem a forma de primicias da colheita, parte da cacada ou da pescaria, ‘ou objetos de valor. Os animais ou séres humanos, mortos ou conservados especialmente para um espfrito, ¢ oferecidos a éle no todo ou em parte, constituem os sacrificios. A forma de matar é ritual e precisa ser descrita, Talvez se usem instrumentos especiais. Cré-se, nfo raro, que o espfrito ao qual se oferece o sacrificio seja capaz de usar ou gozar das oferendas, ou de alguma esséncia imaterial que nelas existe. Os sacriffcios podem ser queimados ¢ a came das oferendas cozida e preparada, sendo parte dela, ou tdda ela, colocada em algum lugar especial para 0 espirito. Essa mesma carne, em seguida, deixa-se apodrecer, & comida em particular pelos oficiantes ou é distribufda. Muitas vézes, porém, todo 0 , ou parte déle, uma parte especial, é comido pela comunidade e isso constitui ocasido para uma festa. Os ossos, a pele e as entranhas, nao raro, so tratados cerimo- nialmente. Quando se conserva vivo um animal dedicado a 235 um espftito, pode ser tratado de tal maneira que venha a converter-se num animal de culto, © ser humano dedicado a um espfrito torna-se, amitide, servo ou ofiicanle de um santudrio. Investigar-se-o as raz6es de todos os sacrificios. Muito comumente, as festas constituem parte integrante do ritual mas, a0 mesmo tempo, possuem aspectos nio- zreligiosos importantes (v. Economia, p. 204). Festas que, 4 primeira vista, parecem inteiramente seculares, seguem comumente um padrio ritual ou possuem alguma caracte, ristica ritual. A partilha da comida de modo ritual simbo. liza muitas vézes unio, por parte dos que partilham dela, com o ser sobrenatural, ou a ingestio de qualidades sobre. naturals, 8. As ardes levadas a cabo por mestres, grupos espe- ciais ou por tdda a comunidade constituem, is vézes, parte importante do ritual. Este consistiré numa série de movi. mentos ritmicos, procissGes, dancas, mimicas ou represen. tagbes dramaticas, As vézes acompanhadas de milsica, So bem que realizadas em ocasides rituais, tais ceriménias silo, niio raro, de natureza recreativa. O jejum, os castigos cor. porais ou a imobilidade completa podem ser praticados ri. tualmente (v. Xamanismo). Em alguns cultos, todos os membros tomam parte ativa no ritual, em outros, apenas os oficiantes. Mas até quando © culto é geral para téda a comunidade, a assisténcia ¢ 8 participacdo talvez dependam da idade © do sexo. Isto & preciso ser tomado em consideracio; o efeito produzido sobre as mulheres e/ou sobre as criangas pelo fato de serem admitidas a ceriménias ou delas excluicas tem probabilidades de ser considerével. O térmo tabu deve limitar.se a descrever uma proibicdo baseada em alguma sancéo méagico-religiosa, cuja transgres- sdo acarreta automaticamente o castigo. Os tabus sio de muitas espécies e, com freqiiéncia, tém grande significagio na estrutura social. Usam-se sinais reconhecidos de tabu para proteger do roubo a propriedade privada. Descrever- serio todos @sses sinais e investigar-se-4 0 ritual relacio- nado com sua manufatura e seu uso. HA tabus sobre a ingestio de comidas, como no totemismo (v. p. 244), tabus sbbre © comportamento de certas pessoas em determinadas situagées, isto é, mulheres menstruadas (o. Desenvolvimento 286 sexual, p. 142), pessoas de luto, empenhadas em ocupagdes especials, etc. As vézes & necessdria uma ceriménia de purificacio para levantar um tabu. Na maioria das culturas existem métodos estabelecidos para obter conselhos e orientaciio dos agentes sobrenaturais. Essa orientagdo 6 procurada por motivos pessoais, como, por exemplo, a averiguagio de um dia propicio para encetar um empreendimento; em outras ocasiées, 0 método faz parte do processo normal ‘da justia ou da medicina. £ perfei tamente possfvel e conveniente descrever 0 método como mégico-religioso pois, em alguns casos, se invoca um espi- rito e, em outros, o ritual € executado de tal maneira que éle mesmo da a resposta. Freqiientemente, a resposta dada remete o assunto a agentes espirituais, aos quais deve ser feita a propiciagao. Os ordculos estio ligados, As vézes, a cullos definidos e 86 sio consultados pelo oficiante do’ culto nos assuntos de maior importincia; mas também podem ser consultados por um mestre no ligado ao culto. A atuagio de ordculos menores ou a interpretacéio de prességios constitui, muitas vézes, conhecimento de ordem geral, a que qualquer um pode recorrer, da mesma maneira por que se atire uma moeda para o ar antes de tomar uma decisio. As vézes se utilizam ésses métodos para decidir qual ordculo, adivinho ou outro especialista deve ser consultado em relacio a um assunto grave. A adivinhagdo praticam-na os mestres. Os dois métodos pais sfo: (a) 0 adivinho manipula diversas objetos, ‘como, por exemplo, ossos, pedacos de couro, ou (b) 0 adi- vinho se converte no vefculo do espirito, que fala através déle (v. Xamanismo, p. 251.) © ordélio & um método de invocar a concorréneia de podéres sobrenaturais para resolver pendéncias ou por & Prova a veracidade de uma acusacio (o. Lei, p. 187). Con- siste, de hébito, ei provas severas e possivelmente (veneno, fogo, ete.), a que se submetem as partes |i Tomam-se precaugies rituais para impedir que a culpa recaia sdbre os que administram o ordélio. Prova sua ino- céncia aquéle que sai ileso do ordélio. As vézes, 0 ordélio € administrado a um animal em lugar da pessoa humana. 287 Juramento & uma invocagio a um ser ou agente sobre- natural; 0 castigo pela infragio de um juramento € auto- mitico. Os sonhos podem ser tratados como os pressitios, & talvez haja um método reconhecido de interpret-los. Sao, as vézes, considerados comunicagées dos mortos ou de outros espfritos. Pode haver cultos em que se procuram sonhos especiais (v. mais acima, Cultos individuais). Os individuos podem ser considerados responsiveis pelo seu comportamento em sonhos; assim, atos aduilteros praticados em sonhos si0 tratados como adultério. Linguagem ritual. A linguagem usada nos rituais difere, freqtientemente, da linguagem que se usa todos os dias As vézes 6 arcaica @ ainda compreendida pelo oficiante e/ou pela comunidade, outras é tio diferente que se torna ininteligivel. E preciso descobrir se os oficiantes a com- preendem ou se se limitam a repetir 0 que aprenderam, ‘Tédas as lendas ou a histéria da linguagem ritual devem ser investigadas, registrando-se as palavras usadas, sejam elas inteligiveis ou nao. Crencas & Prinicas MAcicas Na magia nio se faz nenhum apélo a espiritos. Acredi- tase que o fim almejado pode ser atingido diretamente pela prépria técnica ritual, isto é pelo emprégo dos atos, objetos ou palavras apropriadas. Cré-se que a aco, a férmula ou a objeto tém poder dindmico intrinseco ou so postos em vigor pela vontade de alguém que possui o conhecimento necessirio. E evidente que muitos mastres religiosos pra- ticam a magia © muitos rituais religiosos contém elementos migicos. Sem embargo disso, 6 possivel que figurem na vida de um povo sistemas de magia independentes da religiao, sobretudo em conexiio com atividades econdmicas (0. p. 204), a lei e a justica (v. p. 187) e a medicina (v. p. 255) A magia pode ser empregada para fortalecer o indivfduo ou a comunidade em qualquer cometimento, como o amor, a guerra, a caca, a jardinagem e outras emprésas econdmicas. E possivel que se acredite que a virtude da magia resida nos objetos usados, na férmula oral (encantamento), na pessoa do mégico ou do mestre magico, ou em todos éles. 238 © mestre em magia logra seu poder pelo conhecimento e pelo adestramento; comprando-o ou herdando-o. Esse poder talvez resida em alguma parte da sua pessoa. Pode ser que éle tenha de observar tabus especiais ou um regime especial de vida em virtude da sua magia. Existem habitualmente crencas mégicas relacionadas com 0 sexo. © ato sexual em si mesmo ora & considerado perigoso, ora perigoso em determinadas circunstincias, ora particularmente benéfico, 1 possivel que haja meios mAgicos de protecio, ou o ato é tabu algumas vézes, ou realizado titualmente em certas ocasides (v. Unifio ritual e Absti- néncia ritual, p. 160). Um ato ritual de incesto se toma, as vézes, necessirio & obtencio de podéres mégicos. f freqiiente o médo, um grande médo, da impoténcia, que talvez se deva A magia e, nesses casos, busca-se a sua protecio. & comum considerarem-se_perigosas as caracteristicas fisiolégicas femininas da sexualidade. Anotar-se-io todos 5 tabus referentes a mulheres ¢ raparigas durante a mens- truacio, a gravidez e o parto, seu término ou seu prossegu mento por ocasido da menopausa, mormente em relacdo A comida, 4 sua preparacio ¢ 2 associagio. com as atividades masculinas, etc. (v. também Sexo e idade, p. 93) 0s amuletos sio objetos dotados de poder magico: de muitas formas diferentes, destinam-se a imimezos propésitos; atuam como protec&o contra acidentes ou contra a magia maligna, como os amuletos, 0 mau olhado, ete; conferem, poder, sorte ou satide. Geralmente os amuletos se levam postos. As priticas mégicas implicam caracteristicamente um. principio homeopético, pelo qual se presume que o seme- Jhante produz o semelhante. Acredita-se que a magia atu (a) por contégio, isto & quando a pessoa leva consigo partes de um animal para adquirir-the as caracteristicas ou proteger-se déle; ou quando carrega um objeto semelhante a0 objeto desejado, ou o guarda ou o toma como remédio; (b) por associag&o, como quando se realiza a ago que se deseja que aconteca sobre um objeto ou uma imagem feita A imitaco do original e se recitam conjuros ¢ se preparam amuletos para produzir os resultados almejados. Costuma haver intima relagio entre a personalidade do individuo e partes do seu corpo. Assim, 0 cabelo, as wnhas, 239 Mn naiacassinn atest rita aE i | a sujeira da pele ou os excrementos de uma pessoa sagrada também sao considerados sagrados. Ou se fard que a magia atue sObre essas partes de um inimigo pessoal, a fim de prejudicd-lo. Tais crencas podem influir nos ‘habitos de asseio corporal (v. Vida didtia, p. 191). HA os que acreditam que certas qualidades, que se tém em grande aprégo, como a coragem ou a forca, residem em certos drgios, como, por exemplo, o figado, ou em todo 0 corpo, € que essas qualidades se adquizem comendo os drgdos ou'o corpo de uma pessoa que as possui. Essa erenga constitui, nao raro, motivo para o canibalismo ceri- monial (v. também Substancia da alma ¢ Sacrificio). Bruxanta & Ferrigania Nem sempre existe disting%io muito clara entre a magia benéfica e a maligna (branca e negra), se bem exista comu- mente uma distincao entre a magia socialmente aprovada e a magia anti-social. A bruxaria ¢ a feiti¢aria sao meios rituais de produzir danos a um inimigo. Embora sejam habitualmente anti-sociais, nado o séo necessiriamente; em. algumas culturas, emprega-se a feiticaria para detectar © punir um criminoso. Permite-se, as vézes, a vinganga contra um malfeitor, prejudicando-o ou matando-o, ou a algum membro do seu grupo, por meio da feiticaria. O feiticeiro € uma pessoa que emprega intencionalmente a magia ma- ligna contra outras pessoas. Capaz de assumir a forma de um animal é capaz de fazer 0 mal pelo poder do pensa- mento, ou deitando “maus olhados”. Estas pessoas podem conservar seus podéres secretos ou, quando éstes se tornam conhecidos, aulerir poder déles. | Considerados, as vézes, como inimigos pttblicos, sfo, As vézes, toleradas e empregadas para fazer mal a inimigos pessoais. A bruxaria se distingue da feiticaria em que, por via de regra, se considera como um poder, mais maléfico do que benéfico, que reside na prépria pessoa (0 bruxo ou @ bruxa). £ inata, hereditéria ou adquitida pela sujeicdo a_certos ritos especiais. Existe, As vézes, a crenga de que cla pode agir sébre outros sem a vontade do bruxo, acar- retando doengas, a morte ou outra desgraca 4 vitima. Em muitas sociedades, a bruxaria maligna é considerada crimi- 240 nosa e os bruxos comprovados sio punidos com 0 bani mento ou com a morte, Em outros lugares, considera-se uma enfermidade que se pode curar mediante um tratamento mégico-religioso. Onde quer que exista a bruxaria existem, de ordindrio, cultos especiais ou mestres em rituais especia- lizados na deteceao dos bruxos e no combate a éles. Esses cultos so, por vézes, muito bem organizados, com sacer- dotes e outros servidores, santudrios e costumes rituals pe- culiares, e proporcionam protecdo a seus membros contra os bruxos — sendo capazes, por meios oraculares, de des- cobrir’um bruxo. Ou entilo, a deteccio de bruxos é levada 1a cabo por ordalios ou ordculos dirigidos por um mestre ‘ou por um chefe. Ruruars NA Mepicina 5 NA Tenaréurica A crenga, to difundida, de que as enfermidades, os acidentes e a morte nio se devem apenas a causas naturais, coloca a medicina, em grande parte, sob a rubrica dos rituais € crencas (. Curandeios, p. 255). O investigador, por con- seguinte, observaré, além dos métodos priticas de trata- mento por meio de drogas, massagens, manipulacio, ino- culacio, ete., os rituais associados a essas praticas. Diagnéstico. Trata-se, amide, de um ritual para en- trar em contacto com os espfritos que causam a moléstia; usa-se a adivinhacio ou o mestre pode deixar-se possuir pelos espiritos. Considera-se a doenga devida (a) a um ‘mal causado pelo paciente, por seus parentes ot por seu cla; (b) a maus desejos e priticas mégicas dirigidas contra © paciente por uma terceira pessoa; (c) & acto de algum espirito. Tratamento. Observar-se-4o todos os rituais ligados & coleta ou preparacio da matéria médica. Anotar-se-4 0 comportamento ritual e qualquer pagamento que venha a efetuar-se entre o paciente, ou algum intermedidrio seu, © mestre, bem como a atitude psicolégica do paciente em relagio ao mestre. © tratamento consistira, freqtientemente, numa atitude de desagravo e propiciacko do espitito ofendide, on em algum método de apaziguamento, em que se oferecem repa- rages a uma terceira parte, pata que se abstenba de seus mL i EEE mans desejos ou de sua magia, ou na pritiea da coergio, obrigando-se a terceira parte a renunciar aos seus maleficios; ou combina-se ésse tratamento com outra terapéutica pratics O tratamento, privado as vézes, em outras ocasiées, quando se invocam espfritos, realiza-se por meio de uma ceriménia piiblica (o. Xamanismo, p. 281), (Sdbre o reconhecimento de sintomas e a pratica da medicina ou da cirurgia, 0. p. 256.) Existem varias espécies de tratamento_manipulativo, por meio do qual se acredita na extrago de objetos ma- teriais do corpo do paciente. A medicina preventica inclui, nfo raro, medidas mé- gieas destinadas a atalhar as mds influéncias, como, por exemplo, 0 mau olhado. Com essa finalidade se usam amuletos ou se tomam precaucdes para nao despertar a inveja; por exemplo, uma crianca de posi¢io elevada apre- senta-se mal vestida ou suja; e, em lugar de elogios, usam-se expressdes depreciativas. Rrrvais & Crengas Retacionanos com Frnémenos Fistcos Sao comunfssimas as crencas mégico-religiosas relacio- nadas com a terra, a &gua, o fogo, os corpos celestes, etc., acompanhadas de rituais destinados a assegurar a nosma- lidade de suas manifestacdes. Ao estudé-las, serd de bom alvitre elaborar um calendério ritual, anotando todos os ritos e festivais sazonais, visto que seus tracos mais significativos esto relacionados com as condigées geogrificas e climiticas com as atividades econdmicas do povo (v. Conhecimento e Tradigio). A terra, 0 céu e qualquer das corpos celestes podem estar personificados, atribuindo-se-lhes um sexo; cada “ele- mento” ter sua esfera particular de influéncia eum culto e oficiantes correspondentes, Averiguar-se-A se a terra se considera sagrada, Deverio registrar-se todos os atos rituais, como, por exemplo, o de levar um punhado de terra a uma nova’ localidade quando uma pessoa ou comunidade se mudam, bem como quaisquer outros rituais que indiquem a santidade da terra, além dos que se relacionam com a sua fertilidade. Anotar-se-o tddas as ceriménias sazonais ou ccasionais que se realizarem para assegurar a fertilidade da terra, A fertilidade do homem pode estar associada com 242 i a da terra, Verificar-se-4 se 0 fogo & considerado sagrado e se existem rituais associadas ao atear e ao apagar o fogo, tanto nas ocasides cerimoniais quanto nas festas sazoni nas cerimdnias de iniciago, no momento de um falecimento ou na vida cotidiana. Em caso afirmativo, pér-se-4 reparo no método de fazer fogo nessas ocasides (vb. Fogo, Cultura Material, pp. 300-279.) Registrar-se-4o tédas as crencas e rituais que digam respeito a eclipses ¢ outros fendmenos astronémicos, assim como a tempestades em terra e tormentas no mar; da mesma maneira se procederé em relagio 20 modo por que sio tratadas as mortes produzidas por temporais. Rrrvats # Crencas RELACIONADAS com Amivipapes Econdmtcas Além das atividades técnicas, que tém por finalidade a exploragio dos recursos naturais, geralmente se considera necessirio 0 ritual para o bom éxito dos empreendimentos agricolas, pastoris, de caca ou de pesca, sobretudo no que conceme & fertilidade da terra e & sucessiio das estagées. Pode haver também rituais para a construgio de casas, para o fabrico de canoas, para as operagées comerciais, tanto comunais quanto particulares, para as ineursées em territérios vizinhos, etc., e para qualquer dos oficios especiais. & pos- sivel que seja necessitio determinar os dias propicios para iniciar 0 trabalho, e todos os participantes talvez tenham de observar certos tabus ou obedecer a regulamentos especiais. Rirvars n Crexgas Retacionanas Direrasere: com A Esrnurura Socist. Verifica-se comumente que as relacées sociais ¢ politicas mais importantes, reconhecidas numa sociedade entre indi- viduos ou grupos, tém aspecto mégico-religioso, © mesmo se aplica a posicdes e cargos principais. Os rituais associados ao nascimento, ao dar nome A crianca, & puberdade, ao matriménio e & morte expressam habitualmente, a estrutura social. So comuns as crengas em que certos modes de proceder so ordenados por agentes espirituais ou que a violacéo de 248, i determinadas regras acarreta, automAticamente, o castigo do infrator ou desgracas para todo o grupo. Nessas condigées, a regulagio do incesto (v. MatrimOnio, p. 148) baseia-se, quase sempre, na crenga duma desaprovacio sobrenatural. Convird atentar para os resultados que se atribuem ao incesto e para todos os rituais a que se recorre no intuito de contorné-los. Totemismo (v. Cla, p. 121) 0 térmo totemismo é usado para designar uma forma de organizacao social e de pritica médgico-religiosa, cujo aspecto principal é a associacao de certos grupos (uswalmente clas ou linhagens, p. 119), dentro de uma tribo, com certas classes de coisas animadas ou inanimadas, associando-se 0s diversos grupos humanos com classes distintas de coisas. No sentido mais amplo do térmo, podemos falar em totemismo se: (1) a tribo ou o grupo chamado totémico fér constituido de grupos (grupos totémicos) que compreendam a totalidade da popu- Jaco, e cada um déles tiver certa relacdo com uma classe de coisas (totem) animadas ou inanimadas; (2) as relagdes entre os grupos sociais ¢ as coisas tiveram as mesmas caracteristicas gerais; (3) os membros de cada um désses grupos totémicos nao puderam (a nao ser em circunstancias especiais, como a adocio) alterar sua condigio de membros. Cumpre assinalar que as relagdes totémicas implicam que cada membro da classe de coisas participa da relacéo totémica com cada um dos membros do grupo totémico. Por via de regra, os mem- bros de um mesmo grupo totémico nao podem casar entre si. Existem, com freqtiéncia, regras de conduta obrigatéria para os membros do grupo totémico, como a proibigéo de comer as espécies totémicas, formas especiais para se dirigirem uns aos outros, adornos ou emblemas, e um procedimento prescrito em relagdo ao objeto totémico. Quando o totem € um animal selvagem os membros do grupo totémico nao 86 devem abster-se de cacé-lo mas também, As vézes, devem deixar comida para éle no mato, enterrar um espécime mor- to, ete. Acredita-se, além disso, que nem a vida nem as propriedades dos membros do grupo totémico sofreréo as depredagées do animal totem. Existe amitide um sentimento de parentesco entre os membros do grupo totémico e o totem. Embora os totens mais freqiientes sejam animais, também podem ser plantas, objetos inanimados ou forcas da natureza 4 As vézes 0 grupo tem mais de um totem ou o mesmo totem esta ligado a varios grupos. As crengas referentes As relagdes entre 0 grupo e seu totem podem expressar-se em mitos, nos quais 0 antepassado do grupo e a espécie totémica esto associados de alguma for- ma milagrosa. O lago de gratidao conservou-se pelos descen- dentes de ambas as partes. Outras vézes se diz que a espécie totémica deu nascimento a um ser humano ou a um ser hu- mano e a um animal gémeos, ou ainda que o antepassado humano se transformou num animal da espécie totémica. Estes mitos podem vir acompanhados de crencas na reencar- nagio dos humanos (todo o grupo ou. apenas os personagens mais notdveis) em animais da espécie totémica (v. mais acima, p. 244.) Existe também a crenca de que, a qualquer momento, podem nascer gémeos humanos e da espécie toté- mica. As vézes, certos Ingares esto relacionados com os mitos e so 0 centro do ritual totémico. Em algumas culturas, 0 aspecto cerimonial do totemismo é muito acentuado, em outras nao tem importancia. Os mem- bros do mesmo grupo totémico retinem-se freqiientemente para realizar ceriménias ligadas ao seu totem, a fim de au- mentar a fertilidade. Ou, entGo, determinado membro de um grupo totémico realiza cerimbnias em nome de téda a comunidade. Por exemplo, existindo um grupo cujo totem € um inseto ou um passaro nocivo, um dos membros do grupo realizard ceriménias para proteger as colheitas (v. Sistemas politicos, p. 172.) Organisagdéo Dual As creneas associadas a essas formas de organizagio social silo, As vézes, importantissimas. Em cada estagio, regulam-se as atividades mediante ceriménias que se estribam na crenga de uma organizacio dual do homem, da natureza e do processo cdsmico. Certos rituais so levados a cabo por metade da organizagao e outros se consideram obrigacio da outra metade. Da mesma maneira, a vida se rege por cerimd- nias de ordem calendar. Podem existit mitos referentes a ambos os sistemas. 245 Heréis Culturais © culto a um heréi ou herdis constitui, nfo raro, carac- teristica central de certos grupos, clas ou ‘tribos. Cumpre recolher tddas as informacies histéricas ou mitolégicas. O herdi pode ser aquéle que conduziu 0 povo ao seu habitat atual, ou aquéle que introduziu novas artes ou offcios. Sou espirito se reencarnou em chefes sucessivos (v. Reis di- vinos, p. 280); pode ser tamhém 0 Senhor dos Mortos ou adorado como um deus. £ freqiiente conhecer-se o mimero suposto de geragdes entre o herdi e seus descendentes, A morte e 0 nascimento do heréi sfio amitide milagrosos, assim como algumas de suas faganhas. A cetiménia da investidura dos chefes 6 importante. © chefe néo teré autoridade enquanto nio se realizarem os ritos apropriados. Costumam existir objetos sagrados especiais — lancas, tambores, bancos, insignias ou emblemas — cuja posse é indispensdvel ao chefe reinante. A posicéo e a autoridade do chefe fundam-se freqiientemente em sangies religiosas (o. Sistemas politicos). Outras formas de ritual, essenciais, por yézes, A es trutura social, sio as de fazer a paz e organizer o inter- cambio cerimonial de festas (potlatch) entre as diferentes comunidades. Sociedades Secretas Estas sociedades ora constituem parte reconhecida da estrutura social, ora esto organizadas contra a ordem social estabelecida, Por vin de rogra, seus membros pertencem todos ao mesmo sexo, As dos homens so mais freqiientes, mas existem algumas femininas em certos lugares. Uma sociedade secreta & uma associacio de membros escolhido: na qual se ingressa mediante pagamento ou mediante ceri ménias de iniciagdo, ou de ambas as maneira: As vézes sio piblicas no que se refere aos associados, cerimdnias, ete, Em geral, porém, seus propésitos e seus processos so man- tidos em’ segrédo. As sociedades secretas podem nfo ter finalidade explicita clara, mas costumam exercer fungoes ad- ministrativas, educativas, religiosas, militares ou econdmicas, As sociedades secretas, por via de regra, tém grande influen- 246 cia, em virtude da crenga geral em seus podéres mégicos. Existe, nao raro, a crenga de que seus membros sao capazes de assumir formas animais, de que praticam o caniba- lismo, ete. Sera preciso verificar como se adquire a condicéo de membro, Quando as sociedades secretas sio poderosas. é possivel que néo se consigam informacées de membros sobre © ritual ¢ a fungio, mas as informagées prestadas pelos que nfo pertencem a elas, ainda que nfo merecam confianca no que tange aos rituais, podem ser valiosas para mostrar 0s efeitos da instituicdo sdbre a estrutura social. Ohserva-se, As vézes, uma tendéncia para a constituico de maior mimero de sociedades secretas nos perfodas de tensio politica; a histéria circunstanciada dessas sociedades é de grande in- lerésse. Rituais Relacionados com a Guerra A diregdo da guerra é quase sempre acompanhada de grande mimero de atividades © observancias rituais. Em geral, os chefes devem submeter-se a determinados tabus antes das hostilidades e durante © seu curso, Costuma le- var-se a efeito actes magicas de carter protetor © defensive ao iniciar-se a guerra; os especialistas preparam amuletos; fazem-se oferendas aos antepassados e aos deuses. A paz também traz consigo uma série de rituais, com 0 propésito de extinguir as culpas de sangue, ou fazer que os inimigos sejam pacfficos, ou restaurar as condigSes normais de vida (e. mais acima, Caga de cabecas e Guerra, p. 186.) Mito (v. Conhecimento e tradigao, p. 248.) 7

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