Sunteți pe pagina 1din 39
Sy ron gee: PEAS LOO, PARTE 4: Conversace sshre a pluralicksle de olter rates poviel Harvey & om qeagajo bitérico rossids am 1935, bro pe Universidasle ple Carbrike, 2 Maen. prerrr da Lrivartidak de Cidade de ore York, De ortertagss nermiste, Parvey £m dos q7itequis nenes da Gpocpafice [ure re eorttm- rire tarde sido oqacitele tm 4995 eom oPE- pid \oultrin Luck )o Wahab de Granta Entre as hras de David Hoary vrais farroas eohi— derdidas ; destuvern St + Avstig Seb oa Ciskde, | Conde “A Modierrany Copacee de Gpermrge Produc? Copitubizta do Espace. Mealrete, cavter yer frabalhorsla tim Une série. de Lives vsttosas y/ ee arGse 2 corpransde de © coping, de Karl Mase, Coneceue 2 dtteor=s wo ercnin itehstin® qpsgatico Ye os ores 1960, orm. a qblicca® de obro- Extortion a Geode qdsteaver seem JESUATIO TOS aprévine & Cgapaha Usnatifativa, ates tem voys POP 60.19 outer inckinwe Sep / 05 Cstidas-serloras, adetarcte Ure yeti rramsvte ruls condigerte o/ acorrote de prsorerts que passe a deminer o Frounete EGE & tI dex ores Geeee ee iH Desicas dos Ti A ate a acer Parceay ride a Sri ordlise do epye Api 2 hos ca easter ersten oe re scence qe ansedtirte. eer een ed Capitulo 10 Sobre arquitetos, abelhas eo “ser da espécie” ANDO, EM algum momento do séeulo XVII, es veu suas Conversagées sobre a pluralidade de mundos, Bemard Le Bovier Fontenelle concebeu uma manera da posstvel verdade da visio de mundo newtoniana. As conversacoes, com inovatora de tentar persuadir um piblico e ‘uma senhora clegante ¢ arguta, ocorreram no curso de passeios noturnos num jardim. Num tal ambiente, parecia possivel con- templar possibilidades altemativas, apartados da az vida cotidiana, e, assim, adquirir uma perspectiva distinta do mundo. Nas atuais circunstancias, é difieil pensar em maneiras de conduzir uma conversagéo semelhante. Mas é isso o que temos de fazer se pretendemos descobrir alternativas possiveis ao ‘mundo social que hoje habitamos. A falta de toda e qualquer ‘matriz ébvia de mudanea social (matriz que de todo modo seria provavelmente desprezada como absurdo visionério), € na au- séncia (por mais lamentavel que seja) de todo movimento social amplo ou alianga de classes vigorosa que fagam avangar teses & planos imediatos de mudanga social, o maximo que posso ofere- cer é uma série de t6picos em tore dos quisis possan grat Com versagées sobre alternativas e possibilidades. 261 Isso tem o sentido, enso os argumentos da parte 3 estejam cortetos, de chegar a um acordo com slgo denominedo “utopismo dialético” “Dialétieo” denota aqui uma coisa distinta daquilo que se costuma en- terder pelo termo a partir de estidon aohen Hegel e meat sobre Mare Presume, por exemplo, uma dialética eapaz de abordar de modo dito e aberto a dindimica espaco-temporal, bem como de representar os mili- plos processos materiais em intersegho que nos aprisionam to firmemen te na tio elaborada teia da vida socioeeolégiea contemporinea. Implica por conseguinte a disposigio, mesmo que seja no mundo do pensamento, dle transcender ou reverter as formas socioecalgicas impostas pela acu rmulagio descontrolada do capital, pelos prvilégios de classe e pelas amplas desigualdades de poder politico-econémico, Esse proceder per mite exiar unt eopayo pata experimentos mentais sobre posafveie mundos alternativos. Embora esteja presente o risco de isso degenerar em produ ‘gio de sonhos irealizAveis, © ajuste do materialism histiricoe gengrafi- cco deveria ajudar a transformar esses sonhos em perspectivas eletva- mente relevantes. 1. Sobre arquitetos e abelhas Comego pela figura do arquiteto. Fago-o em parte porque essa ima- (@€ antes da imagem que da pessoa profissonal que falo) tem certo tardter central certa posigdo em todas as discussées acerca dos proces cos de construyiu e uiganizagio do expagos. O arquiteta tem estado mer ‘gilhado mais profundamente, ao longo da histéra, na prviugso ena bus- ade idesiestpics (de modo particu mas no exlosiv, dos dara txpacial) 0 anuiteto molda espagos de modo a Ihes conferir uilidade 1 significados humanos eestticossimbsélicos. Oarquite- ociais de longa durago e se empenha ‘desejos de individuos e coetividades para futu- em social, bem com to plasma e preserva lembrangas em dar forma material aos anseios {arquitt ota para abrir espagos para novaspossibldades par oe ras formas de vida social. Por tdos esses motivos, como assinala Kan (1995, p. XXXV), a vontade de arquiteturs : 0 “alicerce do pensamento ocidental’ ?,eutendida como “avontnle Plato susten- de eriat”, constitu " ie tava essa concepgo, ¢ Leibniz chegou a afirmar que “Deus como aru to satisfaz plenamente a Deus como legislador”. 200 Mas o outta motivo de eu insist na imagem do arquiteto€ 0 fato de haver um sentido no qual podemos todos nos ver também como uma espé- ie de arquitetos. Concebera nds mesmos como “arquitetos de nosso pr prio destino ¢ de nossa propria sorte” € adotar a imagem do arquiteto como metéfora de nossa eondicao de agentes no curso de nossas préticas cotidianas e, por meio delas, efetivamente preservar, construire recons- ‘muir nosso mundo da vida, Iss0 nos liga mais uma vez diretamente a Marx. Porque é dificil encontrar uma melhor afirmacio dos prinefpios funda- cionais da dinmica e da dialéica da mudanea socioecoldgica do que a "egistrada no primeiro volume de O capital (ed. 1967, p. 177-178): Antes de to, o uablho & um processo de que partcipam © homem ¢ a Nalureza, process em queo ser humane com sua pripria ago nia, regula ‘tamil we intercambjo maeral com a Natureza...] Assim agindo sobre ‘naturesaextema © modificando-a, ele ao mesmo tempo modifies sua pt ria natureza, Desenvolve as poencialidades nel adormecidas a subme { 20 seu domino [..] Fressupomes o trabalho sab a forma que 0 assinala camo exclusivamente humano, Uma aranha executa operagdes que seme- lan as do tecelio, ea abelha supera mais de um anquitet ao constr sua culméia. Mas o que distingue o poe aguiteto da melhor abelha é que 6 anqtto coneebe na mente sua constragi antes de tranaform-la em reali ‘dad, Ao fina do process do trabalho ohtém-se um resultado quejéexstia imaging do abalhador deseo eomogo. Ele no apenas transforma 0 ‘material sobre «qual pera como imprime a0 material projeto(..) Causa espécie o paralelo com a concepedo de urbanizagdo de Park (ver capitulo 8).0 mai importante paras preseite argumentagao€ que ‘analogia de Marx pode ser facilmente revertida: enquanto as atividades do arquiteto podem nos ajudar a compreendler o processo de trabalho em sera, todo aquele que se dedica a qualquer tipo de processo de trabalho se parece mais com o arquiteto do que com a abelha, do, a evocagio das abelhas por Marx tem uma dupla direcio. Nao somente ela tem a ver diretamente com a soisticacsin sas pritias Anquiteténicas delas (que tant fascina os naturalistas) como também Marx sem divida se refere igualmente ao famosotratado de 1714, fibula as abethas (acompanhado do subtitalo *Vicion privados e vietudes publi- 23"), de [Berard] Mandeville. Nete,além de comentar que a prosper dade e a virtude pablicatinham como fundamento a vaidade, a inveja, 0 Viejo © o despenticio privados (problema que © utopismo de mereado de 243 Adam Smith foi projetado mais tarde para reformular), Mandeville ass ime a posigao mais polémica, porém mais “honesta” (MARX, ed. 1976, p. 164-765) da que a sociedade em peral xh podevia prosperar se os traba- Thadores permanecessem pobres, ignorantes e privades de todo e qual quer conhecimento capaz de maltiplicar seus desejos. 0 conceito de tra- balho humano em geral de Marx pretende obviamente opor-se a idéia do status degradado e ignéhil de uma “abelha operdria” sob o eapitalismo, Este ltimo por certo tem pouca ou nenhuma chance de despertar as “potencialidades adormecidas” em nosso fntimo a fim de mudar o mundo ahemos hoje muita coisa sobre as abelhas, Por exemplo, elas so criaturas solvemorlo comunicativas. A coreografia da danga que execu tam na eolméia fomece informagies precisas acerca dos lugares em que hhéfontes de alimento, 0 alto grau de elaboragio e complexidade do sste- mma de comunicago (ea exatdo ea precisio nele contidas) demonstra a ccapacidade veriadeiramente impressionante das abelhas no tocante cotificar ¢ comunicar informagées de maneira abstrata, simbélica, que supera mais de um especialista em comunicagSes ou em GIS! (Von FRc 1965, levou quatenta anos para registrar as danas). 0 eédign dos pa- dries da danga foi quebrado, quase por acaso, por uma matemética que por acaso era fill ide um peaguisador do abelhes. Ela recanhere ox padides ao projetar as propriedades de uma flog manifold hexadi mensional? — um tipo raro e obscure de matemstica — num espaco bidimensional (Frank, 1997). Todo o reperténio de dangas das abelhas, fom todas as suas tio numerosas partes ¢ variagies, se enquadra num aqueta matemético desconhecido de todo arquiteto. O nico outo pro- ‘ene fisico a que essa materética se aplica tem relagSo com ateoria dos quarks na teoria quintia. Isso levanta a possbilidade especulativa de que “as abelhas sejam de alguma mancra senafveis as ocomréncias do sido quanien dom quark, de que a mecinica qufntien aja to impo tante para sua percepefo do mundo quanto a visio, a audigioe o alfato” {p. 86), Se inuo se mostrar verdadeio, nfo s6 as abelhas “saben” (com 7. Geographic Information System, Sistema de Infrragées Cengricas (NT) 2 Bmvetematien, flog € uta seqGéncie crescente de subespags num expe ‘coral ce “rencent” pore ca subespago € um sbespag do subespaco ‘ante Um log manifold & um erage tpeico, cam oda superficie da Tea, form bo perf. uum eérebro tio diminuto) um tipo de matemética conhecide por apenas um punhado de pessoas, mas elas podem igualmente ser eapazes de fazer algo que nenhum ser humano parece vie a poder — operar em eampas {quanticos sem perturbé-los. Assim, ainda que estejamos iniciando a épo- a da computaco quantica, com todo 0 seu poder desconhecido, ainda ro somos capazes de fazer o que as abelhas parecem poder fazer ‘Quanto mais aprendemos sobre as abelhas, tanto mais a comparagao ‘com 6 que hé de melhor no tabalho humano (para no meneionar o pior dos arquitetos) parece cada vez menos lisonjeira para nossas capacidades supostamente superiores. Isso cori seriamente toda idéia de que os se- res humanos sio de certo modo o “ponto alto” das entidades vivas em todos 08 aspectos ou mesno ia maivia dele. Foxéu iss também agua 0 interes pela questo de quais podem ser as eapacidades “exclusivas” cde nossa espécie e quais as nossas “potencialidades adormecidas”, 2. Capacid Maitay epéce, tl como ocr com a ab has, possum “sends sion incramente fra da abrangncad reper hamand” A partie iso, Wilbon (1998, 47-4) elabora uma “era informal da cv bioligica elevate pra compreencr a condigso humane: Se se per imaginarum sensor rio ue ape todo e qualquer sna dos in haere om alguns aga en eps qu poset, Nev vnpreie eis que os sends hurnosdesamparados que posunon “ve agen merit fens i mes es vi txpresios em semelhante diverse”, A rspostaenaceisticaente redutora de Wilson é a seguinte: He 4 pie A capacidade bildyica evolu até aleangar umm ponto em que leva a nivel inci lai ne nines n adr dn chow un ne ‘sem ultapassi-oo minimo que se. Toda espe, todo tipo de borbuleta, todo tipo ee hort, de morcego, de pee ede primata inclusive o Homo sapiens, acupa riche especifion: Conelu-ae disse ue pe disse que valu expécte vive em seu prope ‘mundo sensorial Quando, portant, recorremos, com fi a 7 - como fizemos no eapfilo 6, ida do “corpo como a origem de todas as coisas”, deparamos de imediato com nossas limitagdes de nosso préprio mundo sensorial. Mas os seres hua nos adquiriram a eapacidade de “eseutas, vere ouvir” [sc] para bem aléin dessas limitagies. Nossas capacidades de “cyborgs e cientisas” nio po dem ser ignoradas, Isso traz tanto para Wilson como para Marx (imprové- veis aliados um do outro) um problema fundamental em sua busca de al- gum ginero de unidade do conhecimento.A versio de Wilson é a seguinte: A selegdo natural [no pode) antecipar necessdades futuras[..] Seo prin cipio €universalmente verdadeiro, de que maneira a sleg0 natural pre pou s mente para a evilizago antes de a civilizagio existe? Eis o gran de mistério da evolugio humana: como explearoeéleule e Mozart (p. 4). Trata-se de um problema conhecido em Mars. Em insimeras passa- gens, a partir do Manifesto comunista ele parece contradizera concep. do processo de trabalho estabelecida em O capita, insistindo que nossas| Idéias, comcepgaes, visbes (ou seja, nossa “consciéncla”) se altera em fungio de cada muclanga das condigbes materiais da existéncia e que a forma material de um modo de producko dé origem a estraturas potticas, institucionais ¢ legais que aprisionam nossos pensamentos e possbilida- des de maneiras particulares, Talvex na mais famosa versio dessa ida, Marx afirma que “no é a consciéneia dos homens que determina 0 seu ‘mas, pelo contrério, &o seu ser social que determina sua conscién cia” (Manx, Excrts, ed. 1972, p. 4). Como pode entio a imaginagao hu- mana, cujo estatuto é to louvado em O capital, libertar-se 0 suficiente das condigies materiais ¢ institucionais existentes (por exemplo, as testabelecidas pelo capitalismo) para ao menos chegar a um conccito de Como seria a akerativa svvialista? Da mooma maneira coma Wilkan esti ‘is voltas com o problema de explicar a explosio de formas eulturais ¢ ‘cientficas na histéria recente, 0 materialismo historico de Marxtem dese haver com o problema de preparar nossa imaginagio (para nio mencionar hossas priticas polficas) para a criagio de uma alterativa socialist (ou ro tocante a isso, de qualquer outro tipo). i inlaua yrnoa explicar © motivo de podermas ser “marionetes dos vundos institucionais © imaginativos que habitamos” (para repetir as ‘cortantes palavras de Unget), isso envolve igualmente um difiil parado~ No. A experiéncia hist6rico-geogréfica dos movimentos revolucionsrive no poder (¢ de todo tipo de wtopisme materializado) indica a profunda sgravidade desse problema da néo-preparagéo para a mudanga radical. Muitos movimentos revolucionstios néo se libertaram, ou nao tiveramt sina 266 condigées de libertar-se, de maneiras de pensar inseridas nas circuns- tncias materiais de seu pasado, Trata-se de um dilema tio pertinente e conereto nas pritieas politcas quanto saliente em termos teéricos. O pen- samento de Unger esté perpetuamente voltando a gravitar em tomo desse problema central, Temos af um dilema fundamental que toda forma fun- damentada de wtopismo dialético tem de enfientar Marx (ed. 1970, p. 20-21), no entanto, de certa maneira atenua 0 paradoxo testo: ‘Av chegar a uma determinada fase de desenvolvimento, a frcas produ ‘vas materais da sociedad se choeam com as rlagSes de produgio exis tents [.] De frmas de desenvolvimento das forgasprodtivas, estas re lagies se eonvertem em obstculos elas. Ese abe, assim, uma época de reyolugHo social. Ao mudar a hase econdimica, revoluciona-se, mais ou menos rapidamente, toda aamensasuperestrutura engida sobre ela. Quan do se estudam essas revolugdes, é preciso distingui sempre entre as mu

S-ar putea să vă placă și