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Directrice dtudes, cole des Hautes tudes en Sciences Sociales (Laboratoire de
Psychologie Sociale, Institut Interdisciplinaire dAnthropologie du Contemporain). E-mail:
denise.jodelet@wanadoo.fr
Texto originalmente publicado em: Connexions, n. 89, p 25-46, 2008 reproduzido com a
autorizao dos editores.
Traduo de Lucelena Ferreira. E-mail: lucelena@terra.com.br
Artigo recebido em 31 jul. 2009 e aprovado em 23 out. 2009.
A morte do sujeito
Grosso modo, pode-se dizer que a noo de sujeito, associada
s idias de individualismo, de humanismo e de conscincia, foi
rejeitada sob o golpe de antemas oriundos do positivismo, do
marxismo, do estruturalismo e do ps-modernismo, ou resultantes
da combinao de algumas dessas perspectivas. Em primeiro lugar,
e desde o sculo XIX, comeou um movimento do qual Nietzsche
foi uma figura de destaque, recusando a idia de que o pensamento
prprio de um sujeito individual e responsvel. Esse movimento
apoiou-se no conjunto das teorias da desconfiana,4 que
denunciaram o carter ilusrio de uma conscincia transparente a ela
mesma. Mais especificamente, o antema encontrou duas expresses,
A emergncia da subjetividade
Esta inscrio ativa no mundo encontra um eco em toda
reflexo contempornea que situa a questo do sujeito em uma
perspectiva poltica e histrica. Esta reflexo interessa sobretudo
ao meio intelectual francs, mas ela influenciou o pensamento de
correntes contestadoras, particularmente o feminismo do outro lado
do Atlntico, aquele de Butler (1997). Isto quer dizer que ela tem
implicaes importantes para as Cincias Sociais, como resultado da
identificao entre a problemtica da subjetividade e a da sujeio.
No h indivduo No h pensamento
isolado descarnado
Intersubjetivo Subjetivo
RS
Transubjetivo
Contexto social de Espao social e
interao e inscrio pblico
Concluso
Ao fim de um percurso, sem dvida ambicioso, mas necessrio,
que concluses tirar? O sujeito aparece sob diferentes figuras: a de uma
iluso ou de uma enganadora transparncia; a de uma objetivao em
subjetividades historicamente constitudas; a de um poder reflexivo
de resistncia ou de vigilncia; a de uma liberdade que reivindica
seus direitos, suas referncias identitrias, sua responsabilidade; a
de um desafio nos combates simblicos e polticos. Permitiu-se ver
Notas
1 Para uma apresentao sucinta deste campo de pesquisa, ver Jodelet
(2006b).
Referncias bibliogrficas
ABRIC, J.C. Pratiques sociales et reprsentations. Paris: PUF, 1994.