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TERRITÓRIO|REDES TÉCNICAS|SUSTENTABILIDADE

ECOBAIRRO
JARDIM CAMPO BELO
CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
UM PONTO ARTICULADOR DA REDE TÉCNICA AMBIENTAL URBANA

MARIA ESTELA RIBEIRO MENDES | 073460


UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO| FEC
GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO - 2º SEMESTRE DO TFG 2012
AU020 - PROJETO DE GRADUAÇÃO II | ORIENTADORA PROFª DRª SILVIA MIKAMI PINA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO •3

1
DIRETRIZES PROJETUAIS •83

5
1.1.INTRODUÇÃO • 4 5.1.O ECOBAIRRO • 84
1.2.OBJETIVOS • 5 5.2.AS REDES TÉCNICAS AMBIENTAIS URBANAS • 86
1.3.MOTIVAÇÃO • 7 5.3.DIRETRIZES PROJETUAIS • 89
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA •9

2
5.4.PROGRAMA DE NECESSIDADES • 97
2.1.TERRITÓRIO E ESPAÇO URBANO • 10 5.5.POTENCIALIDADES E PROPOSTAS •103
O PROJETO •121

6
2.2.AMBIENTE URBANO E SUSTENTABILIDADE • 14
2.3.O SISTEMA DE REDES TÉCNICAS • 17 6.1.ENSINO: UM TRANSFORMADOR SOCIAL • 122
APRESENTAÇÃO DO LOCAL •21

3
6.2.CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO
3.1.O PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO EM CAMPINAS • 22 AMBIENTAL (CPEA) • 123
3.2.SETORES DE INTERVENÇÃO • 26 6.2.1.PROGRAMA DE NECESSIDADES • 123

3.3.O JARDIM CAMPO BELO • 30 6.2.2.PARTIDO ARQUITETÔNICO • 127

3.3.1.HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO • 30 6.2.3.O TERRENO/ LEVANTAMENTO DO ENTORNO • 128

3.3.2.CONDICIONANTES • 33 6.2.4.VOLUMETRIA - SETORIZAÇÃO/ CIRCULAÇÃO • 132

3.3.3.LEVANTAMENTO CADASTRAL • 42 6.2.5.CIRCUITO HIDRÁULICO/ ÁGUA PARA REÚSO • 133

3.3.4.LEGISLAÇÃO VIGENTE • 52 6.2.6.ESTRUTURAS • 134

PROJETOS REFERENCIAIS •58

4
6.2.7.ESTUDO SOLAR/ BRISES • 135

4.1.ECOCIDADE DE MALMÖ • 59 6.2.8.SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA • 137

4.2.ECOBAIRRO DE VAUBAN • 68 6.2.9.PERSPECTIVAS • 138

4.3.ECOBAIRRO DE WUHAN • 72
4.4.PARQUE LINEAR SAGRERA • 78 ANEXOS •148
4.5. APLICAÇÃO DAS REFERÊNCIAS AO PROJETO • 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS •164
APRESENTAÇÃO
“A sobrevivência humana depende
de adaptarmos nossas vidas e nossas
paisagens – cidades, edifícios, estradas,

CAPÍTULO I
rios, campos, florestas – em novas
formas de vida sustentáveis, moldando
os lugares que sejam funcionais,
sustentáveis, significativos, e belos,
lugares que nos ajudem a sentir e — INTRODUÇÃO
entender a relação entre o natural e o
construído”. — OBJETIVOS

Anne Whiston Spirn, 2008 — MOTIVAÇÃO


INTRODUÇÃO 7

Campinas é uma cidade que teve uma urbanização impulsionada O Jardim Campo Belo é um dos bairros carentes da região, que
pelo potencial industrial, o qual provocou um crescente e desenfreado foi escolhido como objeto de estudo devido a conexão direta com o
crescimento populacional, mal planejado e marcado pela desigualdade aeroporto através do anel viário da Avenida Miguel Melhado de Campos.
socioeconômica. Logo a periferia estava ocupada pela população O bairro se caracteriza pela falta de planejamento paralelo aos benefícios
pontuais fornecidos por subsídios governamentais, como por exemplo,

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carente, que migrou em busca de terras vazias e de fácil acesso – sem
políticas habitacionais. Em busca pela sobrevivência se instalaram em o bolsa família. É preciso pensar na manutenção dessas famílias à longo
regiões carentes de infra-estrutura urbana, acentuando a segregação prazo, acabando com a estagnação social que sempre leva essas pessoas
social e a situação de vulnerabilidade social da cidade (FERNANDES, a procurarem áreas desvalorizadas e sem infra-estrutura pública para
2003; OLIVEIRA, 2000; BAENINGER, S/D). sobreviver.

Após longos anos de ocupação clandestina, sem acesso ao Segundo Teresa Salgueiro (1998), os processos que promovem
saneamento básico e com crescentes cobranças para o cumprimento uma nova organização urbana, principalmente no que se diz respeito
dos direitos sociais por parte das associações de moradores formadas a renovação de áreas degradadas, vem adquirindo cada vez mais um
pelas famílias da região, o poder público resolve se manifestar e “abrir os aspecto misto, contrariando os princípios do zoneamento funcionalista
olhos” para a imensidão de urbanização precária que se alastrou no eixo e promovendo a criação de novas centralidades, contribuindo para uma
da Rodovia Santos Dumont. Houveram alguns incentivos nas áreas de estrutura policêntrica de territórios ligados em rede. A rede, por sua vez,
educação, saúde e assistência social, porém a questão da habitabilidade é vista por Milton Santos como uma tentativa organizada de reticular o
continuou estagnada (FONSECA, 2012). espaço com o intuito de facilitar os fluxos, aumentando a mobilidade e a
funcionalidade. Dessa maneira, é possível perceber que a conectividade
Uma das regiões de destaque na beira da Rodovia Santos Dumont planejada entre espaços promove a otimização da dinâmica social em
é a macrozona 7 (Área de Influência Aeroportuária), que está prestes a relação oferta de serviços em geral.
iniciar um amplo processo de requalificação urbana devido ampliação
do Aeroporto Internacional de Viracopos, que pretende torná-lo o maior O fato é que, além da carência socioeconômica, o levantamento
da América Latina (FONSECA, 2012). Em paralelo, os bairros carentes cadastral efetuado na região de estudo Jardim Campo Belo nos
vizinhos, reconhecidos como comunidades perante o poder público há mostrou que o problema vem da base, sendo preciso em primeiro
pouco menos de 10 anos, ainda vivem em situação precária, com um lugar propor um novo desenho urbano capaz de conectar alguns
pequeno subsídio governamental através do projeto “Vip-Viracopos”. A dos núcleos já estabelecidos na região e outros com potencialidade
incompatibilidade de investimentos públicos realizados entre as regiões para desenvolvimento futuro, visando a melhoria da qualidade de
separadas pelo eixo da Rodovia Santos Dumont aumentam a amplitude vida ligada ao acesso de serviços e infraestrutura. Em paralelo a essa
da segregação social estabelecida durante os anos de ocupação proposta é preciso sempre levar em conta a questão socioambiental e
conflitante. as alternativas sustentáveis para qualquer tipo de intervenção, já que
esses são parâmetros fundamentais quando o intuito é proporcionar
Quando uma determinada área está prestes a sofrer um processo aumento na qualidade de vida das pessoas. Será em busca do bem
tão intenso de requalificação urbana, como é o caso do aeroporto, estar dos habitantes do Jardim Campo Belo e vizinhança, que este
é fundamental que as regiões vizinhas não sejam ignoradas, pois os trabalho procurará estabelecer uma rede técnica ambiental urbana com
processos urbanos não obedecem a limitantes físicas, ou seja, toda a alternativas sustentáveis para proporcionar maior oferta de serviços e
macrozona 7 sofrerá influência das obras de ampliação de Viracopos. infraestrutura urbana.
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OBJETIVOS
O espaço urbano vem sendo estudado há muitos anos em através de alternativas sustentáveis capazes de suprir a demanda de
diferentes áreas de pesquisa, pois é um tema muito importante desde infraestrutura básica presente no bairro.
a geografia até a arquitetura em suas dimensões urbanísticas. Em busca O estudo e levantamento cadastral realizado na área de estudo
de olhares alternativos para a análise desse espaço que vivenciamos - Jardim Campo Belo - possibilitou uma profunda compreensão das
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na cidade, este trabalho terá início com uma breve dissertação sobre necessidades mais urgentes da população, fatores que serviram como
território e espaço urbano segundo autores conceituados na área, condicionantes no traçado dos objetivos de projeto para a região. Dessa
como: Milton Santos, Ermínia Maricato e Flávio Villaça. Essa conceituação forma, através da análise detalhada dos loteamentos vigentes, estudando
é importante para entender o valor da integração da questão social e os “cheios e vazios”, foi possível perceber a potencialidade para a
ambiental no projeto urbano, pois só assim qualquer tipo de intervenção implantação de um sistema de redes técnicas ambientais urbanas como
proposta será completa e de acordo com a realidade do local. sistema otimizador da qualidade de vida socioambiental e econômica
Dessa maneira, fica claro que, em primeiro lugar, um dos objetivos através da conectividade planejada entre núcleos de serviços dos quais a
desse trabalho será respeitar a dinâmica social existente no Jardim Campo população sente falta.
Belo, valorizar o histórico e a identidade territorial estabelecida desde a Para a concretização de tal proposta, é considerado fundamental
ocupação e propor intervenções que apenas otimizem as relações, sem o redesenho do sistema urbano viário do Jardim Campo Belo, já que
descaracterizar o bairro e mantendo uma linguagem regional. a conexão entre os fixos se dará a partir dos fluxos, os quais também
Segundo Juan Mascaró (2001), problemas ambientais como estarão ligados aos princípios ambientais através do desenvolvimento
o efeito estufa, o deterioro da camada de ozônio, a diminuição da de greenways, parkways, greenbelt, corredores ecológicos e demais
biodiversidade e os enormes e indevidos consumos de energia, fatores infraestruturas verdes.
que influenciam diretamente na qualidade de vida dos seres humanos, Em síntese, a proposta geral desse trabalho visa estabelecer uma
são resultado do isolamento do indivíduo urbano em relação à realidade relação de respeito com a natureza, tão essencial para a sobrevivência
natural e por isso a natureza se torna um bem desconhecido e ignorado, e qualidade de vida, atingindo a equidade social, sustentabilidade
que fica em segundo plano. A urbanização não é um mal em si, o ecológica, crescimento econômico, aceitabilidade cultural e distribuição
problema está no fato de que em países em desenvolvimento, como é espacial equilibrada entre os núcleos de serviços e infraestruturas verdes
o caso do Brasil, esse processo está altamente relacionado com o índice no Jardim Campo Belo. A intensão é que, a partir do momento em que
de pobreza e limitação dos recursos naturais. Para reverter essa situação, essas famílias estarão inseridas em um ambiente urbano requalificado e
é preciso que haja a conscientização da gravidade da degradação com uma qualidade de vida superior a situação atual, seja possível um
ambiental urbana com consequente procura de estratégias alternativas melhor relacionamento da população entre si, entre o espaço urbano e
na forma de viver a cidade sem produzir um impacto tão grande ao meio entre o meio ambiente.
ambiente, além de aproximar o indivíduo e a natureza como forma de
simbiose. Por fim, pensando na permanência dos habitantes à longo prazo
no ambiente urbano requalificado, também é objetivo deste trabalho
A fim de atingir um desenvolvimento sócio ambientalmente propor um programa complementar de capacitação profissional para
sustentável no meio urbano, outro forte objetivo desse trabalho é que as pessoas possam se especializar e crescer economicamente junto
respeitar a biodiversidade local e aproximar a natureza dos habitantes com o bairro.
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OBJETIVOS 9

FIGURA I-A | DIAGRAMA DE OBJETIVOS


Fonte: Autora

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DIMENSÕES SOCIAIS
ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO

> RESPEITO AS DINÂMICAS SOCIAIS EXISTENTES


MAIOR CHANCES DE ACEITABILIDADE
> VALORIZAÇÃO DO HISTÓRICO E IDENTIDADE CULTURAL DA POPULAÇÃO PERANTE
TERRITORIAL ESTABELECIDA DESDE A AS INTERVENÇÕES PROPOSTAS
OCUPAÇÃO (MORADOR-BAIRRO)

> GREENWAYS
DIMENSÕES MORFOLÓGICAS > GREENPARKS
FLUXOS > GREENBELTS
> REDESENHO DO SISTEMA VIÁRIO URBANO > CORREDORES ECOLÓGICOS
PARA A OTIMIZAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DAS
REDES TÉCNICAS AMBIENTAIS URBANAS

> DESENHO DE CONEXÃO ENTRE OS NÚCLEOS > PARQUE ECOLÓGICO


DE SERVIÇOS ESPALHADOS PELO BAIRRO >JARDINS FILTRANTES
FIXOS > CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
DIMENSÕES AMBIENTAIS > HORTAS E POMARES
> PRAÇAS E PONTOS DE ENCONTRO E LAZER
> CONECTIVIDADE PLANEJADA PARA A OTIMIZAÇÃO
DO SISTEMA DE REDES (FIXOS E FLUXOS)SENDO
QUE AS PROPOSTAS DE FIXOS DEVEM ESTAR DENTRO
DE ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS

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10
MOTIVAÇÃO
O bairro Jardim Campo Belo teve início na primeira fase do Todo o histórico do Jardim Campo Belo está diretamente
processo de periferização da cidade de Campinas, por volta da década relacionado com as transformações de Viracopos, não é coincidência
de 1950 devido ao desenvolvimento trazido pela implementação do que a macrozona 7 tenha sido nomeada como “Área de Influência
Aeroporto de Viracopos. Segundo a Secretaria de Habitação (SEHAB), o Aeroportuária” o que faz do Campo Belo um bairro satélite do aeroporto.
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primeiro loteamento no bairro está datado em 1953. No entanto, quase Em casos como esse é fundamental que o planejamento urbano seja
30 anos depois, em 1979, a área foi declarada de interesse público pelo aprofundado afim de evitar situações de pobreza e ocupações ilegais,
Estado através do Decreto Nº 14.031 (ANEXO I) com o intuito de ampliar consequêntemente precárias.
o aeroporto.
Atualmente a região não está mais na área de interesse público,
É suposto que talvez a demora na desapropriação da região tenha porém a herança da ocupação desorganizada é marcante no bairro.
favorecido a ocupação de grupos sociais excluídos que estavam em busca Embora a área de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos
de terras fáceis, sem políticas habitacionais. Dessa maneira, a partir dos tenha sido transferida, o bairro sofrerá novas influências resultantes das
anos 80 e 90 houve um crescimento da população e de imóveis na região, obras, por isso a motivação desse trabalho está em fortalecer o Jardim
como é possível observar na tabela I-A. Campo Belo como bairro consolidado afim de promover estruturas
suficientes para a permanência da população na região, com boa
Como o loteamento completo da região não estava totalemente qualidade de vida e estabilidade suficiente para suportar os impactos
finalizado, a ocupação foi feita de forma irregular e desorganizada, sem futuros.
obedecer uma malha urbana definida e sem acesso a infra-estrutura
básica. Para atingir esses objetivos, a hipótese que será desenvolvida
nesse trabalho tem alicerces na implantação de um sistema de redes
técnicas ambientais urbanas a partir do levantamento de núcleos de
TABELA I-A | EXPANSÃO DO NÚMERO DE IMÓVEIS NA REGIÃO SUL DE serviços e lazer já consolidados no bairro e demais espaços potenciais
CAMPINAS (MACROZONAS 6 E 7) para a implementação de outros núcleos dos quais a população mais
sente falta. A partir daí será proposto um novo desenho urbano viário
Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas que permita a conexão otimizada desses fixos, sempre levando em
conta as dinâmicas sociais já existentes no local e buscando alternativas
DÉCADAS Nº DE IMÓVEIS sustentáveis em qualquer tipo de intervenção.
1951-1960 Zero
1961-1970 Zero As redes técnicas ambientais urbanas estão diretamente ligadas
1971-1980 20 com o conceito de espaço e território. Dessa forma, o entendimento
prévio desses conceitos se faz necessário para a melhor compreensão do
1981-1990 279
tema que será abordado durante esse trabalho.
1991-2000 746
2001-2004 27

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MOTIVAÇÃO 11

Segundo Oliva (2001), o espaço urbano não pode ser considerado FIGURA I-A | PROPORÇÃO ENTRE TERRENOS DENSOS E TERRENOS NÃO
um receptáculo das relações sociais, funcionando como um vazio que OCUPADOS NO JARDIM CAMPO BELO - CAMPINAS
deve ser preenchido em diferentes densidades e compartimentos
pré-estabelecidos com limites municipais e zonas urbanas. Para que Fonte: Autora

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seja possível propor um desenvolvimento sustentável não podemos
ignorar que as dimensões sociais e ambientais do espaço urbano são
condicionantes transformadoras das configurações geográficas.
O caso do Jardim Campo Belo é a prova de que ao ignorar
os aspectos sociais de um espaço, as consequências são espaços
desorganizados e mal articulados e não espaços vazios aguardando para
serem ocupados de forma planejada. A maioria das invasões ocorrem em
terras ociosas, improdutivas e acarretam na intensificação da pobreza e
vulnerabilidade social.
O bairro em estudo possui um recorte de áreas não ocupadas,
conforme mostra a figura I-A. Foi analisando essa situação em paralelo
com o histórico de ocupação do bairro e as condicionantes de
transformação urbana que surgiu a proposta de instalação das redes
técnicas ambientais urbanas como sistema otimizador da qualidade de
vida socioambiental e econômica através da conectividade planejada
entre núcleos de serviços potenciais com o intuito de formar um bairro
consolidado o suficiente para resistir a impactos futuros gerados a
partir de transformações urbanas resultantes da presença do Aeroporto
Internacional de Viracopos.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“É por demais sabido que a principal
forma de relação entre o homem e a

CAPÍTULO II
natureza, ou melhor, entre o homem
e o meio, é dada pela técnica. As
técnicas são um conjunto de meios
instrumentais e sociais, com os quais
o homem realiza sua vida, produz e,
ao mesmo tempo, cria espaço. Essa — TERRITÓRIO E ESPAÇO URBANO
forma de ver a técnica não é, todavia,
completamente explorada.” — AMBIENTE URBANO E SUSTENTABILIDADE

Milton Santos, 2006 — O SISTEMA DE REDES TÉCNICAS


TERRITÓRIO E ESPAÇO URBANO 15

É comum relacionar a definição de espaço com as formas e seus modificação do espaço; e os fluxos, uma resultante direta ou indireta das
diferentes usos na integração da cidade, como por exemplo, as edificações, ações, que atravessam ou se instalam nos fixos, capazes de modificar seu
anéis viários, marcos geográficos, redes e equipamentos de infraestrutura significado e seu valor da mesma forma que podem ser modificados. A
e demais serviços urbanos. Esses elementos também são importantes interação entre ambos expressam a realidade geográfica, considerando

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fatores no planejamento e estudo de intervenções urbanas, no entanto que com o passar dos tempo os fixos vem se tornando mais artificiais
não passam de simples objetos constituintes do tecido urbano, o qual e mais presos ao território no qual estão inseridos, e os fluxos vem se
está inserido em um ambiente onde muitas outras relações acontecem diversificando, aumentando de tamanho e velocidade.
e são movidas maciçamente pelas interações socioambientais contidas
nesse contexto urbano (RODRIGUES, 1998 apud DEMANTOVA, 2009). A antiga definição de uma configuração territorial como é o
exemplo da proposta de Berry & Marble (1978), que defende a teoria dos
Quando o espaço é visto dessa maneira, podemos defini-lo como sistemas, conforme acreditava-se na época: “todo espaço consiste em um
espaço absoluto, pois é constituído apenas elementos materiais e recursos conjunto de objetos, os caracteres desses objetos e suas inter-relações”,
físicos, sem considerar a dinâmica de organização espacial motivada pela não cabe mais para expressar a complexidade do espaço. Neste trabalho
vivência humana. Essa visão é explicada por Eugênio Queiroga (2001) será adotado o conceito de conjunto indissociável entre sistemas de
como uma herança dos séculos XVII e XVIII, quando Newton proclamava objetos e sistemas de ações, para que seja possível trabalhar ao mesmo
suas ideias de espaço como um ‘vazio’, sem possibilidade transformação tempo com o resultado conjunto dessa interação (SANTOS, 2006).
direta, apenas diferentes tipos de ocupação.
“Sistemas de objetos e sistemas de ações interagem. De um lado,
No entanto, buscando entender mais sobre o espaço, encontramos os sistemas de objetos condicionam a forma como se dão as ações e,
na geografia uma referência muito importante que defende outro ponto de outro lado, o sistema de ações leva à criação de objetos novos ou se
de vista para o espaço, nomeado como espaço relativo. Segundo Milton realiza sobre objetos preexistentes. É assim que o espaço encontra a sua
Santos (1996), o espaço é um “conjunto indissociável de sistemas de dinâmica e se transforma.” (Milton Santos, 2006:39)
objetos e sistemas de ações”, ou seja, o espaço é um sistema de objetos
interconectados submetidos às ações sociais e ambientais, responsáveis Atualmente o tema do desenvolvimento territorial tem uma
pelas transformações e relações desenvolvidas continuamente em um importância permanente, pois a questão do território constitui um
espaço de tempo indeterminado. eixo fundamental do debate sobre a incorporação de espaços e a
transformações dos mesmos. Além da constante preocupação em tratar
O intercâmbio com a geografia é fundamental para esclarecer as desigualdades sociais, também está em foco preocupações com a
esse conceito de espaço mais humanizado, buscando na teoria qualidade da infraestrutura para a integração dos fixos à economia e ao
espacial a proximidade com o espaço físico, concreto. Dessa maneira é acesso a equipamentos sociais.
possível enxergar a sociedade como transformadora das configurações
geográficas (QUEIROGA, 2001). As noções de território e espaço são diferentes. O espaço está
ligado a uma definição com alto nível de abstração, enquanto o território
Ainda dentro da conceituação teórica de Milton Santos (1978) é a materialização da relação de apropriação do espaço pelo ator. Dessa
sobre o espaço, podemos entendê-lo como um conjunto de fixos e fluxos, maneira, cada território é produto da intervenção de um ou mais atores
sendo os fixos, elementos fixados em cada lugar que permitem ações de sobre determinado espaço (EGLER, 1995; RAFFESTIN, 1993).

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TERRITÓRIO E ESPAÇO URBANO
Assim como o espaço, o território não se reduz a dimensão histórica e tende a uma negação da natureza natural, substituindo-a por
material, sendo também formado por uma rede de relações sociais que uma natureza inteiramente humanizada” (SANTOS, 1997:51).
se projetam no espaço. O território assume significados distintos em
cada tipo de formação sócio-espacial, podendo ser remetido a diferentes No entanto, assim como foi dito no início desse capítulo, a
tendência é o abandono das concepções que tratam o espaço apenas
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contextos e escalas, é por isso que o território está vinculado a uma série
de dimensões, tais como: dimensão física (características geológicas como um ambiente natural, passando a ser considerada uma parte
e recursos naturais), dimensão econômica (organização espacial dos integrante da realidade social, “(...)uma realidade relacional, envolvendo
sistemas sociais de produção para consumo e comércio), dimensão natureza e sociedade” (BECKER, 1993:7).
simbólica (relações culturais e afetivas de um determinado grupo com Na Constituição brasileira, o capítulo nomeado Política Urbana
um determinado local), dimensão sociopolítica (relações de hierarquia (ANEXO II) faz referência às funções sociais da cidade e da propriedade
e poder).É por isso que as diferenças e desigualdades territoriais podem urbana. Além disso, o Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257 - ANEXO
ter bases tanto físicas quanto sociais, dependendo da forma como se III) determina o Município como principal responsável pela execução
inserem em estruturas mais amplas (SOUZA, 1995). da política urbana, fortalecendo o conceito de função social no espaço
Em sua dimensão simbólica, o território é suporte e produto urbano.
da formação de identidades individuais e coletivas, despertando A partir do momento em que entramos na esfera municipal, a
sentimentos de pertencimento a um local. Desse modo, nossas práticas lei máxima que regula e ordena o desenvolvimento da cidade é o Plano
cotidianas podem ser comparadas as plantas que se enraízam na terra, Diretor, o qual tem a finalidade de orientar o poder público e a iniciativa
ficando vinculada a um território no qual, no caso da experiência humana, privada na construção dos espaços urbanos e rurais, visando sempre as
com o passar do tempo vai se formando um mapeamento pessoal dos melhores condições de vida para a população. Sua elaboração deve ter
pontos de referência da região na qual se esta inserida (SÉNÉCAL, 1992). A participação do público em geral como uma tentativa de promover ações
importância de valorizar essa identidade pessoal com o território é o fato mais ligadas a realidade da vida urbana. O próximo passo então é elaborar
de que esse sentimento transforma o local em um patrimônio ideológico, o plano de ações, responsável pelo cumprimento das determinações
fator que atua positivamente no que se diz respeito a conservação e contidas no Plano Diretor. O plano de ações deve conter as estratégias
organização. É dessa forma que são estabelecidas, em diferentes escalas, que serão utilizadas pela gestão municipal para implementar o Plano
as noções de bairro, cidade e nação. Diretor de acordo com os recursos de cada Município (SONDA, S/D).
Em relação ao histórico de ocupação do território, é possível
perceber que essa identidade territorial vai se transformando de acordo
com a evolução do espaço, como diz Milton Santos: É assim que ocorre o planejamento e o gerenciamento do território
no Brasil. Porém, essa é a maneira mais eficiente?
“(...)no começo da história do homem, a configuração territorial
é simplesmente o conjunto dos complexos naturais (...), à medida que a
história vai se fazendo, a configuração territorial é dada pelas obras dos
homens: estradas, plantações, casas, ..., verdadeiras próteses. Cria-se uma
configuração territorial que é cada vez mais o resultado de uma produção

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TERRITÓRIO E ESPAÇO URBANO 17

Segundo Flávio Villaça (2005), tudo isso não passa de uma ilusão. em relação a execução ou não das obras, cabe a nós destacar o papel
O autor relata que dentre as 338 ações estratégicas e as centenas de da lei para a manutenção de poder concentrado nas cidades, refletindo
obras mencionadas no Plano Diretor, nenhuma foi sequer citada pelos e promovendo ao mesmo tempo, a desigualdade social no território
candidatos a prefeito nas últimas eleições paulistanas. A realidade é que urbano (MARICATO, 2003).

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existe um abismo que separa o discurso da prática, fazendo com que
No entanto, cabe a nós voltar no tempo e entender como se
a real situação da qualidade de vida urbana não seja tão boa quanto é
estabeleceram os territórios brasileiros no espaço urbano até chegar nos
defendida na Lei.
dias de hoje.
“Por cerca de dois anos - entre meados de 2002 e meados de
No período imperial as cidades brasileiras estavam diretamente
2004 - o noticiário da imprensa paulistana falou exaustivamente de
ligadas com o papel de financiamento e comercialização dos bens
Plano Diretor. No entanto, sob esse rótulo foram abordadas quase que
primários exigidos pelo mercado europeu. Segundo Milton Santos
exclusivamente questões de zoneamento, e dentre estas, quase que
(1993), Salvador era a maior metrópole das Américas. Embora os polos
exclusivamente questões referentes a bairros da população de mais alta
brasileiros já fossem fortemente importantes e significativos no país, a
renda. A imprensa - tanto quanto a população em geral - ignorou tudo
maioria da população ficou no campo até o final do século XIX. A partir
aquilo que o Plano Diretor diz a respeito de obras.” (VILLAÇA, 2005:91)
daí, após as mudanças políticas de 1930, que regulamentava o trabalho
O que o autor quis dizer é que, o Zoneamento, por ser uma urbano, incentivava a industrialização, construção de infraestrutura e
determinação legal que o governo municipal faz para serem cumpridas demais medidas, teve início o movimento migratório em massa para as
por particulares, teve sua execução efetuada. No entanto, as obras cidades (MARICATO, 2003).
públicas que são funções do Executivo municipal, ficaram paradas. Essa
“Não foi só o governo. A sociedade brasileira em peso embriagou-
crítica à política feita por Villaça nos chama a atenção para o fato de que,
se, desde os tempos da abolição e da república velha, com as idealizações
mesmo as determinações em lei não sendo cumpridas, a população
sobre progresso e modernização. A salvação parecia estar nas cidades,
ignora as propostas de obra e medidas administrativas. Isso não ocorre
onde o futuro já havia chegado. Então era só vir para elas e desfrutar de
por ignorância ou por falta de interesse e sim pelo fato de que o Plano
fantasias como emprego pleno, assistência social providenciada pelo
Diretor nada tem a dizer a elas. A respeito desse fato o autor comenta
Estado, lazer, novas oportunidades para os filhos... Não aconteceu nada
sobre a segunda ilusão: a participação popular em debates públicos
disso, é claro, e, aos poucos, os sonhos viraram pesadelos.” (SANTOS,
oficiais.
1986:2)
“Não existe ‘a população’. O que existe são classes sociais ou
Em pouco tempo, no final do século XX, as cidades brasileiras
setores ou grupos da população. A classe dominante sempre participou
já estavam ligadas a imagem de violência, poluição das águas e do ar,
seja dos planos diretores seja dos planos e leis de zoneamento. Quem
tráfego, enchentes e demais problemas urbanos conhecidos até hoje. As
nunca participou foram - e continuam sendo - as classes dominadas, ou
oportunidades de emprego declaradas nas primeiras décadas do século
seja, a maioria.” (VILLAÇA, 2005:50)
XX foram saturadas e os desempregados sem condições financeiras de
Essa discussão nos afirma mais uma vez que o território não pode continuar vivendo na cidade, passaram a buscar as periferias urbanas, pois
ser tratado como um espaço absoluto, além disso, fora a crítica politica representavam terras fáceis, sem políticas habitacionais e complicações.

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TERRITÓRIO E ESPAÇO URBANO
Dessa forma, a partir dos anos 1980 as periferias passaram a crescer mais a de bairro, porém a perspectiva é que o sistema possa se estender para
do que os núcleos metropolitanos. as áreas vizinhas.
A ocupação desenfreada das periferias deu início as grandes Esse objetivo foi adotado por acreditar que o desenvolvimento
manchas urbanas dominadas pela pobreza, enquanto as classes mais é produto das relações sociais de qualidade. O mundo contemporâneo
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privilegiadas se adensavam no centro da cidade. O resultado é conhecido tem visto a multiplicação das redes como um bom sistema organizacional
até hoje: exclusão social, segregação urbana, desigualdade, falta de efetivo, pois é um fenômeno não-vertical e não-centralizado, fato que
acesso a serviços e infraestrutura urbana, ilegalidade, etc. permite a participação de diversos núcleos autônomos capazes de tomar
iniciativas. O fluxo, por sua vez, quando planejado de forma otimizadora,
Segundo Maricato (2003), “(...) a produção do ambiente urbano garante a circulação de informação, conhecimento, ideias resultantes de
construído, escancara a simbiose entre modernização e desenvolvimento uma maior participação popular democrática com maior controle social.
do atraso”. Isso se deve ao fato dos padrões modernistas de construção
e ocupação do solo (determinados nas leis de zoneamento, código de “A noção de um espaço reticulado, (...) vem dessa construção
obras e outras) vivendo em paralelo a gigante mancha de cidade ilegal deliberada do espaço como quadro de vida, pronto a responder aos
sem lei, onde a maioria das pessoas não alcança a condição de cidadania. estímulos da produção em todas suas formas materiais e imateriais.
Mediante as redes, (“a aposta não é a ocupação de áreas, mas a
A autora ainda cita um trecho muito importante do texto de preocupação de ativar pontos e linhas, ou de criar novos” -Durand, Lévy,
Pedro Demo (1993): “Ser pobre não é apenas não ter, mas sobretudo ser Retaillé, 1992, p. 21).” (SANTOS, 2006:177)
impedido de ter, o que aponta muito mais para uma questão de ser do
que de ter”. Essa afirmação pode ser muito bem interpretada quando
ligada a ocupação ilegal do território urbano em contraposição a lei,
fato que faz com que essas pessoas que vivem na cidade informal não
possam lutar por justiça por medo de chamar a atenção das autoridades
para a sua situação ilegal de ocupação do solo. A intensão não é defender
a ocupação ilegal, principalmente nas áreas de risco, mas sim chamar a
atenção para uma política de respeito as pessoas carentes de moradia e
infra-estrutura urbana pública, que simplesmente não tem alternativas
devido a uma visão governamental restrita ao gerenciamento do
território que não inclui a dimensão social, intrínseca a qualquer espaço.
Esse trabalho não visa se aprofundar nas questões políticas
ambientais, no entanto a proposta é promover uma leitura correta do
território ocupado pelo Jardim Campo Belo em Campinas e a partir
daí propor uma rede técnica ambiental urbana como um sistema
otimizador da qualidade de vida socioambiental e econômica através da
conectividade planejada entre núcleos potenciais. A escala adotada será

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AMBIENTE URBANO E SUSTENTABILIDADE 19

A primeira imagem que nos vem à cabeça quando o assunto é valores são adquiridos, isso porque o espaço é um sistema de objetos
meio ambiente, é uma cena basicamente ecológica, estudada com interconectados submetidos às ações sociais e ambientais, responsáveis
afinco na Biologia, muitas vezes representando uma área protegida ou pelas transformações e relações desenvolvidas continuamente em um
até mesmo um ambiente selvagem de difícil acesso para o ser humano. espaço de tempo indeterminado.

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Porém, quando dizemos “meio ambiente urbano”, existe um esforço em
imaginar uma mistura do meio ecológico com a cidade, resultando em As funcionalidades estão sempre enquadradas nas dinâmicas
praças, jardins, parques e bosques em meio ao ambiente construído sociais, demandas e necessidades das populações e, cada época e
(RODRIGUES, 1998 apud DEMANTOVA, 2009). contexto. É por isso que todos os planejamentos urbanos e projetos de
arquitetura devem incorporar o fator social em parceria com áreas verdes
Esse raciocínio nos remete ao pensamento de que o simples fato e processos ecológicos como itens integrantes e não apenas objetos,
de ter espaços verdes em meio ao espaço urbano pode induzir processos pois mais do que quantidade, as áreas verdes precisam de funções que
de mudança na qualidade ambiental ou na qualidade de vida. No entanto, induzam a sociedade à sua manutenção.
é importante esclarecer que as relações socioambientais da população
periférica ao “verde” devem estar diretamente relacionadas com estes Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de
espaços, tendo como referência a função utilitária incorporada aos jardins 1988 (art. 225), todos os cidadãos tem o direito “(...) ao meio ambiente
no século XIX, corrente que acabou com a função de contemplação dos ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
jardins antigos (LABODA, 2005). qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever
de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Além da
Dessa maneira, uma proposta deste trabalho é acabar com a Constituição, o Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257-2001) também defende
visão dualista da natureza, pois a ideia de “natureza intocável” induz a a “(...) garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como direito
um planejamento equivocado dos espaços verdes urbanos, o qual, como à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura
já foi dito anteriormente, é um produto social no qual ocorrem diversos urbana, ao transporte e aos serviços públicos, trabalho e lazer, para as
tipos de interações. Preservar e conservar não significa isolar ou manter presentes e futuras gerações”.
imóvel, pois a natureza não é externa ao homem (RODRIGUES, 1998).
A importância dessas leis está no fato de o cidadão ser visto como
O que faz a diferença é intencionalidade, a qual promove diferentes centro das preocupações, sendo reconhecida a necessidade de usufruir
tipos de uso dos recursos naturais de acordo com as necessidades de do meio ambiente, desde que de forma consciente e não destrutiva,
cada época. A partir da Revolução Industrial, no século XIX, o tipo de garantindo sua conservação para as gerações futuras. Dessa forma, assim
organização territorial estabelecida impactou fortemente a paisagem e o como vem sendo defendido nesse trabalho, é importante compreender
uso dos recursos naturais, fatalmente influenciando no bem estar. Esses os diferentes tipos de uso que o verde pode ter para além da preservação
impactos cumulativos estão cada vez mais perceptíveis e a preocupação intocável da biodiversidade.
em reestabelecer a paisagem original crescem juntamente com o desejo
de melhoria na qualidade de vida. Atualmente, para muitos, a única maneira de manter o meio
ambiente é através da função preservacionista, que reprimi qualquer
Segundo Milton Santos, é natural ocorrerem mudanças na tipo de intervenção por acreditar que pode representar uma ameaça à
paisagem e em seus tipos de usos ou funções, na medida que novos biodiversidade. No entanto o homem também faz parte da natureza e

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AMBIENTE URBANO E SUSTENTABILIDADE
abolir seu contato com os espaços ecológicos remanescentes no meio TABELA II-A | DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE URBANA
urbano não é a solução para evitar sua extinção. Para Anne Whiston
Spirn “(...) o valor da natureza só será apreciado e incorporado no momento Fonte: GUIMARÃES, 1997.
em que todo o ambiente urbano for considerado como um único sistema Dimensões da Sustentabilidade Urbana
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interativo” (DEMANTOVA, 2009:89). (GUIMARÃES, 1997:31-39 apud DEMANTOVA, 2009)


DIMENSÃO SIGNIFICADO
A partir do momento que pretendemos neste trabalho aplicar relação direta com os problemas que extrapolam as fronteiras
uma proposta de sustentabilidade, é preciso primeiro entender sustentabilidade planetária do do Estado-nação, referindo-se especificamente à necessidade de
desenvolvimento reversão dos processos globais de degradação ecológica e
que o verde urbano pode desempenhar múltiplas funções, afinal ambiental
a sustentabilidade possui mais de uma dimensão, não está apenas
relacionada exclusivamente com a questão ecológica. sustentabilidade ecológica do
refere-se a base física do processo de crescimento e objetiva a
conservação e uso racional do estoque de recursos naturais
desenvolvimento
Na maioria dos debates onde se fala sobre sustentabilidade, o incorporados às atividades produtivas

foco está sempre voltado no meio ambiente e nos recursos naturais, sem está intimamente relacionada com a manutenção da capacidade
sustentabilidade ambiental do
incluir a sociedade vigente no espaço. Isso acontece, pois o que interessa desenvolvimento
de carga dos ecossistemas, ou seja, a capacidade da natureza
é a riqueza natural, na qual não estão inclusas as pessoas. No entanto, para absorver e recuperar-se das agressões antrópicas

para propormos planos e programas que visem a sustentabilidade, deve- revela um aspecto particular das sustentabilidades ecológica e
se levar em conta a dinâmica social vigente na área de intervenção. ambiental, relacionado com a capacidade de suporte da
natureza. Neste sentido, a sustentabilidade demográfica
Segundo Silva (2003), ao estudar sistemas de avaliação e sustentabilidade demográfica do problematiza as duas anteriores ao incluir como critério de
certificação ambiental de empreendimentos, pode-se concluir que como desenvolvimento política pública os impactos da dinâmica demográfica tanto nos
aspectos de gestão da base de recursos naturais como de
a maioria desses sistemas foi desenvolvido para países industrializados, manutenção da capacidade de carga ou de recuperação dos
nos quais a desigualdade foi bastante reduzida nos últimos tempos ecossistemas
em função do desenvolvimento econômico, acabou-se por priorizar a
reconhece que a base do desenvolvimento reside na
dimensão ecológica. No entanto, é evidente que no Brasil e nas demais sustentabilidade cultural do
manutenção da diversidade em seu sentido mais amplo e se
desenvolvimento
economias mundiais em desenvolvimento, não se pode restringir o foco, dirigem, portanto, à integração nacional ao longo do tempo
afinal os grandes problemas ambientais convivem e em muitas vezes
vincula-se estreitamente ao processo de construção da
estão vinculados com as situações de carência e vulnerabilidade social. cidadania e busca garantir a incorporação plena dos indivíduos
sustentabilidade social do
ao processo de desenvolvimento. Esta resume-se, em seus
Para Roberto Pereira Guimarães é preciso pensar no desenvolvimento
aspectos micro, na democratização da sociedade, e macro, na
desenvolvimento sustentável “(...) em dimensões que lhe confiram sentido democratização do Estado
real (...)”, dessa maneira o autor propõe uma lista de dimensões da
projeta no próprio desenho das instituições que regulam a
sustentabilidade urbana, a seguir na tabela II-A. sustentabilidade política do
sociedade e a economia as dimensões sociais e políticas da
desenvolvimento
sustentabilidade em seus conteúdos macros

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AMBIENTE URBANO E SUSTENTABILIDADE 21

Em análise a teoria sobre as dimensões da sustentabilidade Por fim, a sustentabilidade ecológica, dentro do setor de
de GUIMARAÊS, buscou-se uma tentativa de reverter esses conceitos construção, pode ser pensada através da escolha adequada dos materiais,
em diretrizes prejetuais para o Jardim Campo Belo - Campinas,SP, com sempre considerando os impactos ambientais provenientes dessa
referência no projeto desenvolvido por SATTLER (2007). escolha. Outro ponto importante, já popular nos dias de hoje quando o

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assunto é sustentabilidade, é a otimização do desempenho energético
Em primeiro lugar, para buscar a sustentabilidade social o ponto com o aproveitamento de fontes naturalmente disponíveis e limpas,
de partida estaria na habitabilidade, a população de baixa renda tem além do uso de todas as tecnologias sustentáveis que permitam maior
o direito de viver dignamente, como garante a Declaração Universal aproveitamento com menor impacto.
dos Direitos Humanos de 1948. Além disso, é importante destacar que
a habitação de interesse social não deve ser apenas pensada como um Ainda dentro da dimensão ecológica, porém voltando o foco para
local de moradia, mas deve também atender aos princípios básicos de o urbanismo como resposta ao desenvolvimento sustentável em escala
segurança, infraestrutura (energia elétrica, água tratada, rede de esgoto local, será adotado o Ecobairro.
e acesso ao transporte público), acesso a saúde, educação e comércio
local. Esse conceito surgiu durante os anos 1990, quando a ecologia
urbana serviu como fundamento para repensar a cidade moderna. Os
Já a sustentabilidade econômica pode ter um foco no processo de pioneiros no assunto foram os países no norte Europeu, que iniciaram
construção com a busca de redução dos custos, ou seja, a utilização de a experiência com projetos pilotos de ecobairro, os quais visavam
materiais encontráveis na região da obra, fato que reduz os custos com responder as questões primárias de como desenhar um ecobairro, qual
transporte e propicia emprego de mão-de-obra localmente disponível. é a forma ideal? “(...) será simplesmente necessário correções à forma
A escolha dos materiais deve ser racional, de preferência modular, para urbana que derivam da aplicação de princípios ambientais?” (GOMES,
reduzir o desperdício durante a produção e facilite a montagem para 2009:13)
aceleração do processo.
A aproximação da ecologia e do desenho urbano são
A sustentabilidade espacial pode ser definida pelo tipo fundamentais para solucionar os problemas ambientais na cidade, dessa
arquitetônico proposto, seguindo características como compacidade, maneira, o ecobairro funciona como um grande potencial para assegurar
para melhor aproveitamento possível do terreno; e flexibilidade para a sustentabilidade ambiental e dar início a uma cultura ecológica que
maior adequação das necessidades funcionais específicas dos usuários. siga em frente pelas futuras gerações, ampliando sua escala de aplicação.
Outra importante observação é a escolha cuidadosa da implantação,
propondo adequação ao lugar (considerar topografia, ecossistemas
existentes, etc).
A dimensão cultural deve ser obtida através de uma proposta
de projeto que traga a comunidade uma integração entre a “memória
afetiva” e a identificação com os elementos da edificação. Além disso,
deve haver uma identificação com os espaços da edificação, que devem
oferecer suporte a atividades e comportamentos típicos da população.

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O SISTEMA DE REDES TÉCNICAS
A técnica, como disse Milton Santos (1982), é um intermediário
“Uma das mais importantes considerações da compreensão sustinha-a da
entre a natureza e o homem, no entanto com o passar do tempo a técnica
vida é a do reconhecimento que redes constituem o padrão básico de organização
foi convertida em um objeto de elaboração científica o que acabou
de todo e qualquer sistema vivente. Ecossistemas são entendidos em forma de teias
de alimento (i.e., redes de organismos); organismos são redes de células; e células subvertendo as relações do homem com o meio. Considerando que a
ciência, a tecnologia e a informação são hoje a base técnica da vida social,
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são redes de moléculas. Rede é um padrão comum a todo tipo de vida. Onde quer
que nos deparemos com vida, constatamos redes“. como diria Santos “o meio técnico-científico informacional”, é coeso unir
esse conceito com a forma de organização mais utilizados no presente,
(CAPRA, 2003:4) que são as redes. Dessa forma, fica claro que redes técnicas são todos os
________________________________________________________________________
tipos de meios conectados que permitem a circulação de informações
As redes, pelo sentido único da palavra, já podem ser associadas ou elementos, cada um no seu tempo, interligando-se aos demais e
a um tipo de organização espacial organizada, um exemplo claro que permitindo as integrações territoriais.
demonstra esse fato é uma das mais antigas atividades artesanais da
Nas cidades a tentativa de reticular o espaço teve início com o
história: a tecelagem, técnica baseada no entrelaçamento de fios em
intuito de facilitar os fluxos, aumentando a mobilidade e a funcionalidade.
trama para formar tecidos (MUSSO, 2004).
Porém, para Milton Santos (2006) a rede possui duas definições, a
primeira, que, considera apenas sua materialidade no território; a outra,
considera o aspecto social. Sendo que, como já foi citado anteriormente,
devido à visão de espaço absoluto, o planejamento das cidades levou
em conta apenas o lado da materialidade das redes, desconectando-as
da realidade vivida. A diferença entre considerar o território um espaço
absoluto ou associá-lo as redes de forma relativa pode ser observada a
seguir no quadro comparativo.
FIGURA II-A | TECER TABELA II-B | VISÃO DICOTÔMICA TERRITÓRIO-REDE
Fonte: wikipedia.org Fonte: HAESBAERT, 2006:288)

Visão Dicotômica Território-Rede
Para efeito de representação gráfica, segundo Albagli (2004:36): TERRITÓRIO REDE
“(...) rede é um conjunto de pontos ou nós conectados entre si por segmentos intrínseco (mais introvertido) extrínseca (mais extrovertida)
– arcos – que viabilizam o intercâmbio de fluxos – de bens, pessoas, idéias ou centrípeto centrífuga
informações – entre os diversos pontos da estrutura (...)”. As redes podem áreas, superfícies pontos (nós) e linhas
ser classificadas como abstratas, no caso de redes sociais ou sistemas delimita (limites) rompe limites (fluxos)
de relações entre indivíduos ou grupos sociais; ou as redes podem ser enraizamento desraizamento
concretas, como as redes de transporte e comunicação; ainda podem mais estável mais instável
ser redes visíveis, como é o caso de redes materiais (rodovias e ferrovias, espaço areolar (habitação) espaço reticular (circulação)
redes de água e esgoto), ou invisíveis (telecomunicações). espaço de lugares espaço de fluxos
métrica geográfica métrica topológica

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O SISTEMA DE REDES TÉCNICAS 23
O sociólogo Stanley Milgram realizou na década de 60 um curioso
Segundo Demantova (2009:149), é “impossível desconsiderar o experimento para observar os graus de proximidade entre as pessoas,
componente social tanto na compreensão do mundo como na elaboração de para isso ele enviou uma determinada quantidade de cartas para vários
propostas de intervenção no território”. A autora ainda explica que sempre indivíduos, de forma aleatória, solicitando que essas pessoas tentassem
existe um agente articulador do espaço. No caso das redes esse agente é enviar a carta para uma outra pessoa específica que estava especificada

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responsável por articular os pontos e as linhas, de forma que atendam as na carta, para isso poderiam recorrer a qualquer meio de pesquisa para
necessidades coletivas das pessoas que usufruem determinado espaço encontrar a pessoa certa ou então enviar a carta para outra pessoa a qual
pertencente à rede. A técnica de implantação das redes não é, por si só, eles acreditassem poder dar o destino certo a correspondência. No final
suficiente para a transformação sócio-espacial; o ponto mais importante do experimento todas as cartas chegaram ao destino final, sendo que a
para atingir esse objetivo é propiciar e estimular a interação dos agentes maioria passou por um pequeno número de pessoas até o destinatário
sociais entre si e com os elementos das redes. final. A pesquisa indicou que as pessoas estariam a poucos graus de
A implantação das redes apenas em seu domínio concreto, ou separação umas das outras (Watts, 2003).
seja, funcionalidade material, pode acabar camuflando as inter-relações Outra importante contribuição para as redes sociais foi dada pelo
socioambientais na mesma proporção que reprimi o desenvolvimento. sociólogo Mark Granovetter. Em seus estudos ele distinguiu dois tipos de
Para Milton Santos (1999) “(...) não é a técnica que se constitui elemento laços entre as pessoas, os laços fracos (weak ties) e os laços fortes (strong
provedor do desenvolvimento, nem tampouco é ela que domina o território. ties), a partir daí ele descobriu que os laços fracos eram muito mais
A técnica é um instrumento para uma finalidade, o elemento dominador são importantes do que os laços fortes, os quais os sociólogos costumavam
os atores que controlam a técnica”. dar mais importância, pois as pessoas que compartilhavam laços fortes
Pierre Musso também tem uma análise sobre as redes em sua em geral participavam do mesmo círculo social. Já aquelas pessoas com
dimensão subjetiva: “(...) ela é a prótese técnica de utopia social (...) a quem se tinham laços mais fracos, eram capazes de conectar vários
promessa de um sistema futuro anunciador de um novo tipo de relação grupos sociais distintos. A conclusão da pesquisa de Granovetter foi que
igualitária” (MUSSO, 2004:34). sem os laços fracos existiriam vários clusters (grupos de pessoas) como
ilhas isoladas em não como rede (GAMEIRO, S/D). Watts desenvolveu
A questão fundamental para a compreensão das redes em sua uma teoria a partir desses experimentos chamada de “Mundo Pequeno”,
dimensão subjetiva é analisar os seus processos dinâmicos de construção onde ele considerava que bastavam poucos links entre vários clusters
e manutenção, bem como se transformam no espaço de tempo (Watts para transformar um mundo pequeno numa grande rede (Watts, 1999).
2003). Um bom exemplo contemporâneo é a rede social do facebook,
logo que foi criado, no início de 2004, as pessoas tinham que ser Porém, o furo da teoria de Watts foi descoberto e explicado por
convidadas por amigos para se juntar a rede, dessa forma a conexão entre Barabási (2003), ele explica que Watts tratava as redes como sendo
um dos participantes era fundamental para entrar no sistema. Bastava aleatórias, porém elas tem uma ordem na dinâmica de estruturação que
uma conexão entre um dos participantes com um amigo para que no depende do grau de popularidade que cada nó possui, ou seja, quanto
fim todos os amigos do primeiro amigo também entrassem na rede, e a mais conexões um nó possui, maiores as probabilidades de ele ter mais
partir daí estavam todos pré-dispostos a se interconectarem. O resultado novas conexões, pois um novo nó tende a se conectar com um nó pré-
após 8 anos foi de 845 milhões de usuários ativos na rede (PROTALINSKI, existente. Essa teoria foi nomeada por Barabási de “Os ricos ficam mais
2012). ricos” (BARABÁSI, 2002).

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24
O SISTEMA DE REDES TÉCNICAS
A respeito dos estudos sobre tipologias das redes, ou seja, os tipos Nesse trabalho, a implantação das redes técnicas terá como
de estruturação que uma rede pode ter através das diferentes formas de objetivo seguir a terceira tipologia de rede determinada por Baran, a rede
conexão entre os nós, citaremos neste trabalho as três tipologias básicas distribuída, na escala do bairro Jardim Campo Belo - Campinas, SP.
desenvolvidas por Paul Baran em 1964.
Em síntese, para dar sequência ao desenvolvimento do conceito
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FIGURA II-B | TIPOLOGIAS DE REDES DESENVOLVIDAS POR PAUL BARAN de redes técnicas para o projeto em questão, iremos defini-las como
Fonte: cybertelecom.org um sistema formado por objetos fixos no espaço ligados por fluxos,
representados pelos serviços e informações em circulação, os quais
criam conexões – que podem ser físicas ou invisíveis – entre os objetos
técnicos no espaço. Dessa maneira, considerando o meio ambiente e
a sustentabilidade como tópicos imprescindíveis para qualquer tipo
de intervenção, será adotado o conceito de rede técnica ambiental
urbana, onde os fixos serão as áreas verdes urbanas (parques, praças,
jardins, etc) e demais núcleos de serviços potenciais no bairro (como o
Centro de Capacitação Profissional); e os fluxos são representados pelas
informações e trajetos provenientes dos agentes sociais e sua forma de
ocupação/uso do espaço (DEMANTOVA, 2009).
Assim como diz Milton Santos (1996:166) “(...) as relações sociais
comandam os fluxos que precisam dos fixos para se realizar. Os fixos são
modificados pelos fluxos, mas os fluxos também se modificam ao encontro
dos fixos”.

Segundo Baran, as redes centralizadas são aquelas que possuem A partir dos conceitos expostos até o presente momento, é
um nó centralizador das conexões, as descentralizadas possuíam vários possível dizer que o uso das redes técnicas ambientais urbanas para a
centros conectados entre si e com outros pequenos nós; por fim as redes elaboração de projetos potencializam a preservação/conservação dos
distribuídas são aquelas onde todos os nós possuem aproximadamente espaços alvos da intervenção, já que a relação entre os fixos e fluxos criam
o mesmo número de conexões, formando uma malha uniformemente vínculos integrativos e a interdependência resultante induz à agregação
distribuída (rede igualitária). de valor, sendo assim, natural a iniciativa preservacionista. É por isso que
para Demantova (2009), as redes técnicas ambientais são uma importante
Voltando para o meio urbano é possível fazer uma analogia das estratégia para a organização espacial focada na melhoria da qualidade
escalas territoriais com as tipologias de redes desenvolvidas por Baran. ambiental. A autora ainda cita alguns diferenciais importantes da rede
Sendo que o primeiro tipo de rede, centralizada, representa a Nação e técnica ambiental em relação às lógicas tradicionais, como descrito
seus Estados; a segunda, descentralizada, representa os Municípios e abaixo:
seus bairros; por fim a terceira, distribuída, representa a escala do bairro,
com seus núcleos de serviços.

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O SISTEMA DE REDES TÉCNICAS

1
25

Nas redes técnicas ambientais o foco não é apenas a natureza ou O fluxo de informação produzido (a conexão invisível da rede deve
simplesmente o homem, mas a complexa interação entre o indivíduo e ser divulgado e apropriado (conexão visível da rede na forma de práticas
cotidianas ou de projetos urbanos implantados no território) por todos

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o meio em que vive e as possibilidades da transformação consciente do
espaço. os agentes sociais que se relacionam de forma direta e indireta com estes

2
espaços.

5
Nas redes técnicas ambientais os espaços verdes urbanos são
considerados objetos técnicos, e não mais simplesmente objetos naturais, A estruturação e constituição das redes técnicas ambientais deve
intocáveis, ou primeira natureza. ser feita a partir de uma análise espacial que considere e privilegie as

3
relações sociais de uso e ocupação do espaço. A importância da adoção
deste tipo de análise é justificada pela possibilidade de compreender
Através da estruturação e do desenho de redes técnicas e discutir os fenômenos espaciais em totalidade, deixando para trás
ambientais é possível planejar a oferta de diferentes categorias de aquela visão de espaço absoluto, que leva em consideração apenas
serviços ambientais em diferentes lugares do território, em função das atributos físicos e acabam assim por limitar as análises sobre organização
demandas e características locais, possibilitando o acesso igualitário aos e produção do espaço urbano.
benefícios que o verde pode ofertar.

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APRESENTAÇÃO DO LOCAL
CAPÍTULO III
— O PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO
“Morar na periferia é condenar duas
vezes à pobreza. A pobreza gerada — SETORES DE INTERVENÇÃO
pelo modelo econômico, segmentador
do mercado de trabalho e das classes — O JARDIM CAMPO BELO
sociais, superpõe-se a pobreza gerada •  HISTÓRICO
pelo modelo territorial”
•  CONDICIONANTES
Milton Santos, 1987 •  LEVANTAMENTO CADASTRAL
•  LEGISLAÇÃO VIGENTE
O PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO EM CAMPINAS 29

Campinas, cidade localizada no interior do Estado de São Paulo, infra-estrutura completa, adquiridos por proprietários que almejavam a
teve seu crescimento populacional potencializado pela ‘política de futura valorização, no entanto permaneceram desocupados por décadas,
desconcentração da Região Metropolitana de São Paulo’, que ocorreu até serem ocupados posteriormente de forma clandestina e precária
entre 1970-90. Em paralelo ao aumento disparado da população, veio o (FERNANDES, 2003; OLIVEIRA, 2000).

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crescimento industrial e a urbanização acelerada, tornando a região um
polo de expansão. As consequências desse intenso processo de ‘periferização’
foram a deterioração dos recursos naturais e qualidade ambiental, além
Hoje, a cidade pode ser considerada a mais industrializada e da formação de espaços segregados e direcionados prioritariamente
urbanizada capital regional do interior de São Paulo, possui reconhecida a população carente. A partir de 1980, a maioria das ocupações se
importância econômica e ocupa o topo do ranking de concentração concentrou no Sudoeste de Campinas, o que caracterizou a região como
industrial do país (BAENINGER, S/D). moradia de famílias pobres e virou foco dos conjuntos habitacionais
promovidos pela COHAB, conforme mostram as tabelas III-A e III-B.
As grandes cidades geralmente crescem desordenadamente,
sofrendo uma urbanização desenfreada que gera por conseqüência TABELA III-A – CONJUNTOS HABITACIONAIS PROMOVIDOS PELA COHAB
crescimento econômico desigual entre as camadas populacionais, CAMPINAS (1966-1986).
claramente percebido no fenômeno urbano chamado ‘exclusão social’. Fonte: COHAB Campinas, 2010
É importante reconhecer que a exclusão social não se refere apenas ao CONJUNTO HABITACIONAL AR/SUBPREFEITURA N° DE UNIDADES
limitado acesso à bens materiais, mas também aos serviços públicos, Vila Rica AR6 487
além da maior vulnerabilidade sócio-ambiental, a qual envolve tanto a Vila Castelo Branco AR5 1112
Vila Boa Vista AR11 1534
dinâmica social quanto as condições ambientais. Vila Santana I SOUSAS 204
Vila Costa e Silva AR3 1531
Analisando a espacialização da infra-estrutura urbana de Vila 31 de Março AR2 546
Vila Campos Sales AR8 350
Campinas, é possível perceber a distribuição desigual dos serviços Vila Miguel Vicente Cury AR3 766
urbanos e, a partir daí localizar as zonas de vulnerabilidade. Segundo Vila Orozimbo Maia AR10 268
Julio de Mesquita Filho AR6 532
Hogan (S/D), através do software ‘Sistemas de Informação Geográfica’ Vila Pe. Manoel da Nóbrega AR5 254
(SIG), é possível analisar de uma forma precisa o espaço e os fenômenos Vila Perseu Leite de Barros AR7 446
Vila Pe. Manoel da Nóbrega 2ª Fase AR5 520
que nele ocorrem. Juntamente com a análise de dados censitários e Vila Pe. Manoel da Nóbrega 3ª Fase AR5 332
informações como: áreas de risco de inundações, erosão e deslizamento; Vila Padre Anchieta APARECIDINHA 2492
Vila Santana II e III SOUSAS 104
distribuição de infra-estrutura básica, etc; é possível apontar as zonas Dic. I - Mons L. F. Abreu AR12 535
de vulnerabilidade, que nos levam aos subúrbios, favelas e loteamentos Dic. I - Profilurb - Ficam - Mons. L. F. Abreu AR12 506

irregulares (VER MAPA III-A). Dic. II - Antônio M. De Barros


Vila Padre Anchieta
AR12
APARECIDINHA
433
1072
Dic. I - Mons. L. F. Abreu AR12 624
A formação da periferia de Campinas está vinculada com a Dic. II AR12 288
promoção de grandes loteamentos privados distantes do centro urbano. Vila Padre Manoel de Nóbrega
Dic. III - Rui Novaes
AR5
AR12
480
632
Teve início com a instalação de indústrias no eixo rodoviário Anhanguera Dic. IV - Lech Walesa AR12 670
e a partir daí outros lotes foram liberados sem a implementação de Parque Itajaí AR13 554
TOTAL 17272

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30
O PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO EM CAMPINAS
TABELA III-1B – CONJUNTOS HABITACIONAIS PROMOVIDOS PELA COHAB II – estabelecer critérios específicos para a ocupação das áreas urbana e
CAMPINAS (1990-1999). rural, observando as exigências do plano de proteção ao voo e das restrições
impostas pelas curvas de ruídos do Aeroporto Internacional de Viracopos;
Fonte: COHAB Campinas, 2010
III – priorizar soluções localizadas para os problemas de saneamento já
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CONJUNTO HABITACIONAL AR/SUBPREFEITURA N° DE UNIDADES ANO DE ENTREGA


DIC V - 1ª FASE
DIC VI
AR12
AR12
923
1924
1990
1990
existentes de modo a não incentivar o adensamento e a ocupação nas UTBs
Parque Itajaí - 2ª FASE AR13 481 1990 66 e 67;
Parque da Floresta - 1ª FASE AR13 402 1990
DIC V - 2ª FASE
DIC V - 3ª FASE
AR12
AR12
85
271
1993
1993
IV – implantar sistema viário e de transportes de forma a atender aos projetos
DIC V - 4ª FASE AR12 376 1993 de caráter metropolitano e regional, previstos em função da ampliação do
Parque Itajaí - 3ª FASE
Parque Itajaí - 4ª FASE
AR13
AR13
308
383
1993
1993 Aeroporto Internacional de Viracopos;
Vida Nova AR12 2304 1993
Residencial Boa Vista I AR11 91 1994 V – implantar sistema viário hierarquizado tipo misto (sistemas perimetral
e radial), de forma a integrar esta macrozona às demais regiões da cidade;
Residencial Boa Vista II AR11 234 1994
Parque da Floresta - 1ª FASE AR13 1281 1996
Vila Esperança AR4 1169 1997
Jardim Telesp AR7 306 1998 VI – preservar os mananciais, matas e cerrados, com definição de incentivos
Jardim Conceição SOUSAS 120 1999
Residencial São José AR12 750 1999 à recuperação do ecossistema;
Residencial São Luís AR13 676 1999
TOTAL 12084 VII – incentivar a manutenção da produção agrícola com manejo adequado;
Atualmente, com a continuidade do fluxo periférico as carências VIII – adequar a infra–estrutura dos bairros localizados nas UTBs 66 e 67,
e vulnerabilidades sócio-ambientais vêm se intensificando, constituindo aliando o atendimento das necessidades básicas ao controle da expansão e
uma enorme zona periférica nas áreas de contato dos municípios (Sumaré, do adensamento.
Indaiatuba, Valinhos, Monte-Mor, Americana, Santa Bárbara D’Oeste e
Nova Odessa) com Campinas (BAENINGER, S/D). (VER MAPA III-B)
Em consulta ao Plano Diretor de Campinas (2006), encontramos
algumas diretrizes específicas para a Macrozona 7, região que abrange
uma grande periferia situada nas margens da Rod. Santos Dumond, área
onde está localizada a região de estudo desse trabalho. Dentre essas
diretrizes estão:
I – desenvolver Plano Local de Gestão, considerando as restrições
aeroportuárias, as demandas sociais existentes e a importância do
Aeroporto Internacional de Viracopos como indutor do desenvolvimento
local e regional;

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O PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO EM CAMPINAS 31

MAPA III-A – ÍNDICE PAULISTA DE VULNERABILIDADE SOCIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS (2000).
Fonte: Fundação Seade

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Local de Intervenção
Vulnerabilidade Muito Alta

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32
O PROCESSO DE PERIFERIZAÇÃO EM CAMPINAS
MAPA III-B – ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS NA RMC (2000).
Fonte: CEM-CEBRAP a partir do censo demográfico IBGE 2000
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Local de Intervenção
Aglomerados Subnormais

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SETORES DE INTERVENÇÃO 33

A área de estudo deste trabalho, o Jardim Campo Belo, está TABELA III-C – FAVELAS, OCUPAÇÕES, LOTEAMENTOS CLANDESTINOS E
localizada na macrozona 7 da cidade de Campinas, denominada de IRREGULARES NA MACROZONA 7.
“Área de Influência Aeroportuária – AIA”, devido a presença do Aeroporto Fonte: SEPLAN, 2010
Internacional de Viracopos. Segundo levantamento da SEPLAN em 2010, TIPO DE EMPREENDIMENTO N° TOTAL DE ÁREA N° TOTAL DE LOTES

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essa área pode ser dividida em 11 sub áreas (VER MAPA III-C): Loteamentos Clandestinos e
29 12875
Irregulares
1.Área Patrimonial, da qual faz uso hoje o Aeroporto de Viracopos;
Favelas e Ocupações 16 2318
2.Área de ampliação do Aeroporto, que prevê um espaço aproximadamente TOTAL 45 15193
duas vezes maior do que a área ocupada hoje;
Outra sub área que merece atenção é a 2, reservada para a
3.Zona Rural, uso agrícola; ampliação do Aeroporto. O projeto chamado de “Super Viracopos”
4.Zona Rural Sul, uso agrícola e cidade dos meninos; pretende transformar o aeroporto de Campinas no maior da América
Latina até 2014, ano em que o Brasil será sede da Copa do Mundo de
5.Zona Rural lindeira à Macrozona 6, Parte da Fazenda das Palmeiras; Futebol e teve um investimento inicial de 500 milhões de reais (FONSECA,
6.Loteamentos Consolidados, ZEIS de regularização; 2012).

7.Predomínio de urbanização precária, ZEIS de regularização e indução/ Por outro lado o investimento governamental para os setores
parte da área apresenta conflitos com o sistema viário com necessidade de remoção de risco da macrozona 7 – denominado “Projeto de Inclusão Social da
de famílias em área de risco; Região do Aeroporto Viracopos”, ou popularmente conhecido como ‘Vip-
Viracopos’ (ANEXO IV)– tem, oficialmente, uma verba de 74 milhões de
8.Área de urbanização precária, ZEIS de regularização;
reais, tendo como objetivo, segundo a SEHAB, promover intervenções
9.Fazenda Palmeira, porção urbana com uso industrial e residencial; em áreas consideradas impróprias, recuperar unidades precárias (com
reformas, ampliação ou construção de unidades sanitárias), implantar
10.Distrito aduaneiro, essa área possui projeto de loteamento em processo
obras de infra-estrutura e proporcionar melhoria da qualidade de vida da
de aprovação pela SEMURB para uso comercial;
população (VER PUBLICAÇÃO I).
11.Uso de ocupação rarefeita, parte do território está em área urbana (ZEIS)
e parte em área rural; O fato é que a ampliação do aeroporto, que além de prever
uma requalificação da área, vai fornecer muitas vagas de emprego; em
Uma das questões que mais chama atenção é em relação a parceria com o projeto social que está sendo implantado, deveriam
habitação, sendo necessário solucionar com urgência a ocupação irregular significar uma boa notícia de que a população local terá a qualidade
das famílias situadas nas sub áreas de urbanização precária, como é o de vida aumentada. Porém, como diz Fonseca (2012), disponibilizar aos
caso dos itens 7 e 8, os quais envolvem os bairros Cidade Singer, Jardim moradores o direito de morar descentemente, por si só, não é suficiente,
Campo Belo, Jardim São João, Jardim Marisa, Jardim São Domingos, Vila a dimensão é muito maior, trata-se de um processo de reurbanização que
Palmeiras, Vila Nilza, Favela Campo Belo, ocupações Ulisses Guimarães, está sendo implementado na região.
Campo Belo II e MarisaI/II, conforme mostra a tabela III-C.

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34
SETORES DE INTERVENÇÃO
Segundo a autora, que acompanhou a implementação do projeto
na região, pode ser percebido o aumento de casas a venda devido a
valorização do solo urbano resultante das áreas privilegiadas pelas obras
do projeto Vip-Viracopos. Além disso, alguns grupos familiares tiveram
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

que migrar para um acampamento do MST devido ao aumento do


aluguel e custo de vida na região.
A conclusão é que, a população pobre que já teve que migrar para
a periferia precária no passado, agora se vê obrigada a mudar para outras
áreas da Região Metropolitana de Campinas (RMC), menos valorizadas
e com baixa infra-estrutura urbana e qualidade de vida. Esse foi um dos
motivos que despertou o interesse pela área de intervenção adotada
nesse projeto, o Jardim Campo Belo, com o objetivo de evitar a saída
da população residente, planejando um desenvolvimento sustentável
para a sua permanência com qualidade de vida, trazendo uma melhoria
completa para as famílias locais.

Moradores do Campo Belo reunidos em escola estadual para discutir ações do movimento
que cobra regularização e melhorias no bairro
(Foto: Dominique Torquato / AAN)

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SETORES DE INTERVENÇÃO 35

MAPA III-C – SETORES DE INTERVENÇÃO NA MACROZONA 7.


Fonte: SEPLAN, 2008

1. Área Patrimonial do

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Aeroporto Internacional
de Viracopos;
2. Área de ampliação do
Aeroporto;
3. Zona Rural;
4. Zona Rural Sul;
5. Zona Rural e Parte da
Fazenda das Palmeiras;
6. Loteamentos
Consolidados, ZEIS de
regularização;
7. Predomínio de
urbanização precária,
ZEIS de regularização e
indução;
8. Área de urbanização
precária, ZEIS de
regularização;
9. Fazenda Palmeira,
porção urbana com uso
industrial e residencial;
10. Distrito aduaneiro;
11. Uso de ocupação
rarefeita, parte do
território está em área
urbana (ZEIS) e parte
em área rural;

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SETORES DE INTERVENÇÃO
PUBLICAÇÃO I – INAUGURAÇÃO DO CRAS.
Fonte: Diário Oficial, 2004
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O JARDIM CAMPO BELO 37

— HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO
O Jardim Campo Belo é um dos bairros localizados na Macrozona
7, em Campinas. Situado à margem da Rod. Santos Dumont, na ligação A ocupação do Jardim Campo Belo teve início, no primeiro
entre Campinas e Indaiatuba, a região tem limite nas proximidades da período de periferização da cidade de Campinas, por volta da década de
antiga linha de trem (oeste) - Lix da Cunha e na Rod. Miguel Melhado 1950, quando os primeiros loteamentos foram aprovados na região (VER

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Campos (sul), conforme indicado no MAPA III-D. TABELA III-D). Porém, quase 30 anos depois, em 1979, a área foi declarada
de interesse público pelo Estado através do Decreto Nº 14.031 (ANEXO I)
A competição injusta por subsídios com o aeroporto Viracopos
com o intuito de ampliar o aeroporto.
faz da região um espaço urbano que abriga modernizações, porém
incapaz de corresponder às necessidades da imensa população carente, TABELA III-D – PRIMEIROS LOTEAMENTOS APROVADOS NA REGIÃO MZ7
reproduzindo uma constante pobreza estrutural (SANTOS, 2000). Fonte: Secretaria de Habitação - PMC, 2009.
MAPA III-D – LOCALIZAÇÃO DO JARDIM CAMPO BELO LOTEAMENTOS APROVADOS
Fonte: Autora Nº lotes de acordo com a
Loteamentos Aprovação/ano Área (m²)
planta aprovada
Vl. Palmeiras I Lei 116/48 291.886 286
Jd. São João Lei 724/52 121 265
Jd. São Domingos Lei 740/52 918.42 1623
Jd. Campo Belo Lei 907/53 230.8 446
Cidade Singer Dec.804/56 744.757 1422
Jd. Santa Maria Dec. 953/56 87.446 132
Jd. Campo Belo II Dec.664/55 499.73 986
Vl. Palmeiras II Dec.701/55 262.944 488
Jd. Itaguaçu I Dec.711/55 1.103.013 1425
Jd. Cidade Universitária Dec.795/56 242.183 453
Jd. São Jorge Dec.891/56 255.488 515
Jd. Itaguaçu II Dec.948/56 981.202 1328
Jd. Marisa Dec.970/56 499.3 908
Jd. Columbia Dec.980/56 247.779 391
Jd. Campo Belo III Dec.1134/57 197.052 121
Jd. Fernanda I Dec. 6350/80 290.293 606
Jd. Fernanda II Dec. 10654/91 164.122 192

É suposto que talvez a demora na desapropriação da região tenha
Limite da Macrozona 7
favorecido a ocupação de grupos sociais excluídos que estavam em busca
Rodovias de terras fáceis. Dessa maneira, a crescente população sem moradia em
Campinas logo se sentiu atraída pela grande porção de terra sem uso e
Jardim Campo Belo sem políticas habitacionais, que estava relativamente localizada próxima
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O JARDIM CAMPO BELO
a área estruturada da cidade. Segundo relatos de jornais e de moradores TABELA III-E – LOCALIZAÇÃO DOS FIXOS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E PROJE-
da região, por volta de fevereiro e março de 1997 muitas famílias se TOS SOCIAIS NA REGIÃO DO JARDIM CAMPO BELO (2010)
mudaram para o local, chegando a atingir um deslocamento de cerca de Fonte: Secretaria de Habitação - PMC, execução FONSECA, 2012.
500 famílias em um só dia.
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

Fixos Localização Descrição


Como o loteamento completo da região não estava totalmente Escola Estadual Campo Belo I Instalada antes da ocupação

finalizado, a ocupação foi feita de forma irregular e desorganizada, sem Módulo de Saúde Campo Belo I Equivale ao posto de saúde. Capacidade: 6mil pessoas

obedecer uma malha urbana definida e sem acesso a infra-estrutura Centro de Referência de Assisntência Social. Capacidade:
básica. CRAS Campo Belo I
5 mil famílias por ano. Instalado em 2004
Fundação Municipal para a Educação Comunitária.
A região permaneceu abandonada pela Prefeitura de Campinas FUMEC Campo Belo I
Instalado em 2004
até 2006, quando, através de uma acordo entre os governos municipal, EMEI Campo Belo II Escola Municipal de Ensino Infantil
estadual e federal juntamente com a INFRAERO, através do decreto Centro de Saúde Campo Belo II
Capacidade: 12 mil pessoas. Instalado em 2008 - Vip
Viracopos
50.767 (ANEXO V), foi decidido modificar a área reservada para a futura Núcleo de Assitência Capacidade: 100 crianças, com desenvolvimento de
expansão do aeroporto para uma parcela de terras predominantemente Espiritual Jerônimo Campo Belo II atividades pedagógicas e sócio-educativas. Instalado em
rurais, escolha que reduziu drasticamente o número de desapropriações Mendonça (ONG) 1997
Capacidade: 100 crianças, com desenvolvimento de
necessárias, além de tornar o bairro Jd. Campo Belo visível perante o AMIC - Amigos da Criança
Campo Belo II atividades pedagógicas e sócio-educativas. Instalado em
poder público, já que o projeto “Vip-Viracopos”, citado anteriormente, (ONG)
2009
foi criado nesse mesmo acordo feito entre os governos e a INFRAERO EMEI Campo Belo III Escola Municipal de Ensino Infantil
Escola Estadual Jd. Fernanda Instalada antes da ocupação
(FONSECA, 2010). EMEI Jd. Fernanda Escola Municipal de Ensino Infantil
Equivale a creche. Capacidade: 500 crianças de 4 meses a
A partir daí, a região passou a receber alguns investimentos, Nave Mãe Jd. Fernanda
6 anos. Instalado em 2009 - Vip Viracopos
que, embora tenham sido aplicados muito lentamente, revelam a Módulo de Saúde Jd. Fernanda
Equivalente ao posto de saúde. Capacidade: 6 mil
tentativa de trazer melhorias a população vigente (VER TABELA III-E). pessoas
Centro de Saúde Jd. Fernanda Instalado em 2009 - Vip Viracopos
O subsídio governamental foi aplicado principalmente em educação, Escola Estadual Jd. Palmeiras Instalado antes da ocupação
saúde e assistência social, porém as questões habitacional e ambiental Escola Municipal Jd. Palmeiras Instalado antes da ocupação
permanecem estagnadas. EMEF Jd. Palmeiras Escola Municipal de Ensino Fundamental - Vip Viracops
CEMEI Jd. Palmeiras Centro Municipal de Educação Infantil
Após o novo rumo de desenvolvimento que a região tomou em Equivale a creche. Capacidade: 500 crianças de 4 meses a
2006 e principalmente pela proximidade de Viracopos, os proprietários Nave Mãe Jd. Marisa II
6 anos. Instalado em 2009 - Vip Viracopos
fundiários voltaram a se interessar pelos terrenos e até hoje movem Centro Cultural Esportivo Jd. Marisa II Acoplado a Nave Mãe. Instalado em 2008 - Vip Viracopos
processos para reintegração de posse de terras. Em contraposição, a Escola Municipal São Domingos Instalado antes da ocupação
prefeitura propõe entre outras ações, através do projeto “Vip-Viracopos”, EMEI São Domingos Escola Municipal de Ensino Infantil
o Programa de Regularização Fundiária, que contemplariam 13.934 lotes. EMEF São Domingos Escola Municipal de Ensino Fundamental - Vip Viracops

Centro de Saúde São Domingos Instalado antes da ocupação

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O JARDIM CAMPO BELO 39

FIGURA III-A - HISTÓRICO DO JARDIM CAMPO BELO


Fonte: Autora

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O JARDIM CAMPO BELO
FIGURA III-B - FOTO AÉREA DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE
— CONDICIONANTES VIRACOPOS, S/D.
O Jardim Campo Belo está localizado em uma área que sofrerá Fonte: viracopos.com (Foto: Luiz Granzotto)
impacto pela interferência de grandes projetos urbanos a serem
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

realizados nos próximos anos. Por serem projetos de grande porte é


fundamental considerar a influência que será exercida sobre o local
perante o planejamento regenerativo proposto neste trabalho.
Segundo o Plano Diretor de Campinas (2006), os empreendimentos
foram propostos de forma estratégica para serem fomentadores de
emprego e renda, colocando Campinas no eixo de desenvolvimento
econômico e visando eliminar as desigualdades regionais em busca de
uma cidade socialmente equilibrada e ambientalmente sustentável.
Dessa maneira, tais projetos foram considerados condicionantes
para o desenvolvimento da proposta contida neste TFG, e serão
apresentados a seguir.
____________________________________________________________

• EXPANSÃO DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS

A história de Viracopos teve início na década de 30, quando os O primeiro conflito teve início desde então, pois a área englobada
paulistas faziam uso da atual área de localização do aeroporto como pelo decreto atingia cerca de 25 loteamentos que foram aprovados na
campo de atividades aéreas durante a revolução de 32. Em 1948 foi década de 1950, época na qual os empreendimentos eram aprovados sem
construído o primeiro hangar e, em 1957 a primeira pista para jatos a exigência de aporte em infra-estrutura e por isso induziu a ocupações
maiores. Enfim em 1960, foi elevado ao título de Aeroporto Internacional. urbanas diversas (STRUCHEL; CAPPA; BERNARDO, 2008).

A Região Oeste do município de Campinas, na qual está localizada Dessa maneira o decreto foi revisto, juntamente com a INFRAERO,
o Aeroporto Internacional de Viracopos, vem sofrendo alterações desde visando minimizar o impacto social que a ampliação do aeroporto
1979, época em que foi editado o Decreto Estadual nº 14.031 de 27 de causaria. Foi então decidido expandir o aeroporto no sentido sudeste,
setembro (ANEXO I), no qual foi declarada de utilidade pública as áreas através do decreto 50.767 (ANEXO V), conforme indica o MAPA III-E,
ao redor de Viracopos, sendo permitida a desapropriação de imóveis nas visando o menor número de desapropriações possíveis, sendo que a
áreas que se julgassem necessárias para ampliar o Aeroporto. Prefeitura Municipal de Campinas se comprometeu a garantir um novo
local de moradia com oferta de infra-estrutura para as famílias que
precisarão deixar a região (BONDUKI, 2002).

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O JARDIM CAMPO BELO Z^dZhdhZKhZE/EhKZ^/DEdKZ'/KKDWK>K
41

FIGURA III-B - HISTÓRICO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL DE VIRACOPOS


Fonte:
 Infraero, apud PINTO, 2010.

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Figura 5 - Situação Patrimonial (Fonte: Infraero)


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O JARDIM CAMPO BELO
A expansão de Viracopos prevê a construção de uma segunda
pista de pousos e decolagens com a expectativa de aumentar a
capacidade do aeroporto em até 30 vezes, transformando-o no terminal
mais movimentado do país. Segundo a INFRAERO a previsão para 2025 é
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

que Viracopos atenda cerca de 61 milhões de passageiros por ano, como


é possível observar na figura abaixo. Além disso, a previsão é de que após
a conclusão das obras sejam gerados aproximadamente 20 mil empregos
diretos.

FIGURA III-D - MAQUETE ELETRÔNICA SIMULANDO O AEROPORTO DE


VIRACOPOS APÓS OBRAS DE AMPLIAÇÃO.
Fonte: Corrêia Neto, Arte: Andrade Gutierrez e Camargo Corrêia

FIGURA III-E - AS MUDANÇAS PROJETUAIS EM VIRACOPOS (AO LADO)


Fonte: Terra Magazine, Arte: Folha Imagem

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O JARDIM CAMPO BELO 43

• TREM DE ALTA VELOCIDADE (TAV) No Brasil, foi através do Decreto nº 6.256/07 (ANEXO VI) que o
Governo Federal incluiu no Programa Nacional de Desestatização – PND a
Estrada de Ferro 222, destinada a implantação do trem de alta velocidade,
FIGURA III-F - TREM AVRIL, DESENVOLVIDO PARA O PROJETO TAV BR
que ligará os municípios do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.

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Fonte: webtranspo
Tal medida foi aprovada devido a identificação do grande fluxo de
passageiros que transitam diariamente entre essas cidades, sendo essa
demanda suficiente para justificar o TAV, já que o corredor de transporte
concentra 33% do PIB e 20% da população. Esses dados foram obtidos
através do “TRANSCORR”, estudo realizado em meados dos anos 90 pelo
governo brasileiro afim de identificar investimentos para modernização
do sistema de transporte.
O projeto do TAV Brasil prevê a ligação entre as cidades do Rio de
Janeiro – São Paulo – Campinas, bem como de seus aeroportos Galeão –
Guarulhos – Viracopos, conforme o estudo de traçado mostrado a seguir:

FIGURA III-G - TRAÇADO DA ROTA DO TAV


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado)

O sistema ferroviário de alta velocidade é utilizado para o


transporte de passageiros a uma velocidade de aproximadamente 200
km/h. Com a facilidade proporcionada por esse tipo de locomoção, sua
implantação prevê principalmente o desenvolvimento regional, aliviando
as áreas de maior densidade urbana. Além disso, a melhor distribuição
entre os meios de transporte tende a reduzir os aglomerados causadores
de trânsito e atrasos. Outro fator positivo da implementação do TAV está
relacionada com a questão ambiental, já que esse tipo de transporte não
produz gases poluentes, em oposição ao transporte aéreo e rodoviário.

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44 O JARDIM CAMPO BELO
Abaixo temos uma visão mais ampliada desse estudo de traçado em relação a área de intervenção (VER TAMBÉM O MAPA III-E).

FIGURA III-H - TRAÇADO DA ROTA NA ALTURA DE VIRACOPOS


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado)
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

FIGURA III-I - TRAÇADO DA ROTA NA ALTURA DO JD. CAMPO BELO


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado)

Jd. Campo Belo

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O JARDIM CAMPO BELO 45
movimentar 31,7% da carga total importada no Brasil e 27,8% da carga
• PLATAFORMA LOGÍSTICA
total exportada de todos os terminais aéreos brasileiros. O objetivo será
A movimentação de cargas urbanas tem crescido que a Plataforma Logística funcione como um “Porto Seco”, ou seja,
exponencialmente à medida que a cidade se desenvolve, a demanda atuará como um depósito de cargas que possam ser distribuídas através
aumenta. Esse grande fluxo de mercadorias na cidade necessita de uma do aeroporto e das rodovias.

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boa logística, para que os acessos a vias e destinos sejam cumpridos
O programa do Eco-Polo Logístico de Campinas, segundo o projeto
dentro do prazo, podendo-se considerar assim o sistema como eficiente.
da Marco Assessoria - Planejamento e Desenvolvimento Urbano, conta
Ultimamente, a tendência das empresas e organizações é de com áreas destinadas aos usos: comercial, distribuída em um complexo
trabalhar em redes, estabelecendo múltiplos arranjos com a intenção corporativo; Industrial, no formato de condomínios e áreas direcionadas
de obter vantagens competitivas e aumento do desempenho na para atividades de logística urbana, nacional e internacional; e além de
produtividade. É por isso que existem as plataformas logísticas, elas um centro de intermodalidade.
servem como uma opção estratégica de gerenciamento dos elementos
da cadeia de abastecimento – custo, tecnologias competitivas, apoio FIGURA III-J - PROJETO DO ECO-POLO LOGÍSTICO DE CAMPINAS
logístico, serviços, etc. (CARVALHO, 2010). DESENVOLVIDO PELA MARCO ASSESSORIA
Fonte: marcoassessoria.com.br
A palavra “logística” provém do francês “loger”, que significa alojar,
hospedar; sendo usualmente usada com o sentido de armazenamento e
gerenciamento de todo o processo, o que inclui transporte e organização
(RODRIGUES S/D). A melhor definição, segundo o Council of Logistics
Management é: “(...)a parcela do processo da cadeia de suprimentos
que planeja, implanta e controla, de forma eficiente e eficaz, o fluxo e
o fluxo reverso e a estocagem de materiais, serviços, e as informações
correlacionadas, entre o ponto de origem e o ponto de consumo, de
forma a atender as necessidades dos clientes” (SUCUPIRA, 2004).
Em Campinas está sendo feito o planejamento de uma
Plataforma Logística (nomeada oficialmente de Eco-Polo Logístico) que
será implantada na região da antiga Fazenda Singer (VER MAPA III-E),
na Macrozona 7, fazendo fronteira com a área de intervenção desse
trabalho, o Jardim Campo Belo. O projeto tem base em plataformas
logísticas existentes e na ecologia industrial, que visa trazer conceitos de Jd. Campo Belo

sustentabilidade para o empreendimento (LIMA, 2009 apud CARVALHO,


2010).
Essa plataforma visará atender principalmente o Aeroporto
Internacional de Viracopos, que segundo Lima (2009), chegou a
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O JARDIM CAMPO BELO
• ANEL RODOVIÁRIO EXTERNO DE CONTORNO DE CAMPINAS Viracopos. Todavia, tendo em vista o forte impacto que esse projeto teria
sobre os bairros da região, a Prefeitura Municipal de Campinas optou pela
Nas diretrizes viárias no Plano Diretor de Campinas (2006) está mudança do traçado do anel para evitar o cruzamento com a mancha
presente uma proposta de Complementação do Anel Rodoviário Externo urbana (PINTO, 2010).
de Campinas com o intuito de ligar a Rodovia dos Bandeirantes com a
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Rodovia Santos Dumont através da Rodovia Miguel Melhado Campos, Para tanto, no dia 18 de maio de 2009, durante a 29ª reunião
principal acesso para o Jardim Campo Belo, conforme é possível ver na extraordinária do Conselho da Cidade de Campinas, o Secretário Municipal
imagem abaixo: de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Engº Alair Roberto Godoy,
confirmou a mudança da rota proposta para o anel viário, assim como
FIGURA III-K - PROPOSTA DE COMPLEMENTAÇÃO DO ANEL RODOVIÁRIO
definiu que a Rod. Miguel Melhado Campos terá características de
Fonte: Plano Diretor de Campinas, 2006.
avenida (VER PUBLICAÇÃO II).
FIGURA III-L - TRAÇADO ANEL VIÁRIO
Fonte: Departamento de Estradas e Rodagem

Jd. Campo Belo

Jd.Campo Belo
O intuito do projeto é completar o contorno viário de Campinas,
evitando o trânsito de passagem pela malha urbana municipal, além
de promover a ligação direta da RMC ao Aeroporto Internacional de

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CONDICIONANTES N
LEGENDA
1:50.000
RODOVIAS
FUTURO
ANEL VIÁRIO
TREM DE ALTA
CAMPINAS VELOCIDADE
AEROPORTO
INTERNACIONAL
DE VIRACOPOS
ÁREA DA FUTURA
Ro EXPANSÃO DE
d.
d os VIRACOPOS

Ba
FUTURA

nd
i PLATAFORMA

e
r an
LOGÍSTICA
es

t
ÁREA DE
INTERVENÇÃO

Macrozona 07

Rod.
M
ig
u

el
M
lh
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e
Camp

o
os
io
ár
l Vi
INDAIATUBA Futuro
Ane
MAPA

VINHEDO
III-E
O JARDIM CAMPO BELO 48

PUBLICAÇÃO II – TRECHO DA ATA DA 29ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA – asfalto e esgoto. Alair – Fala que o Plano de Gestão deverá apontar a necessidade
DIÁRIO OFICIAL Nº 9.681 Ano XXXIX de implantação de infraestrutura, porém não indicará o prazo de execução. Salien-
Prefeitura Municipal de Campinas - 18 de maio de 2009 tou contudo que muitas obras já foram ou estão sendo executadas; Peninha do Jd.
Itaguaçu - solicitou: - implantação de canteiro da Rod. Miguel Melhado, para mi-
Aos dezoito dias do mês de maio de dois mil e nove, realiza-se na sede da nimizar ocorrências de acidentes; - equacionamento da contaminação de águas

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Nipo Brasileiro Pedra Branca, Rua Antonio Belducchi, nº 16, Jardim Nova Mercedes da região que vem sendo provocadas por chácaras do Jd. Itaguaçú; - providências
(região Pedra Branca, Campinas/SP, a vigésima nona Reunião Extraordinária do em relação as áreas a serem desapropriadas no Jd. Colúmbia, qual destino será
Conselho da Cidade de Campinas, com inicio às 18h30, e representação das se- dado para as famílias que já estão lá? Alair – Informa que a Rodovia M. Melha-
guintes entidades: Presidente do Concidade e Secretário Municipal de Planejamen- do, entre o anel viário e a S. Dumont, deverá apresentar característica de avenida;
to, Desenvolvimento Urbano – Engº Alair Roberto Godoy; COMDEMA – Conselho o plano prevê a implantação de parque no Jd. Itaguaçu, que preservará as APPs e
Municipal de Meio Ambiente – Mayla Yara Porto e Ney Hoffmann (suplente); Asso- nascentes existentes na área. José Salomão (representante de entidades – membro
ciação de Desenvolvimentosustentável do Jardim Santa Genebra – Hélio Shimizu; do Concidades) enfatizou: - a necessidade de preservação do meio ambiente e que
Poder Executivo – Dirce Leme de Souza: Fernando Vaz Pupo e Rosana Guimarães as diversas atividades a serem instaladas podem ser alojadas desde que de forma
Bernardo; representantes da SEPLAN: Edson Dias Gonçalves; Geralda Chagas e Si- harmônica com a natureza; o principal é preservar o meio ambiente. - questionou a
mião Vicente; Secretário Municipal de Comércio, Indústria, Serviços eTurismo – Sin- implantação de outra rodovia na região (Anel Viário); Alair – esta sendo proposta a
val Roberto Dorigon; moradores, interessados e representantes de associações da criação de APA, que deverá abranger a área rural da MZ; a proposta de implantação
região da macrozona 6: do anel viário será importante para não impactar o sistema viário da área urbana
Manuel - solicitou os seguintes esclarecimentos: - sobre a implantação de outra ro-
PAUTA: 1. Apresentação dos Planos Locais das macrozonas 6; 7 e 9 O senhor dovia na região (Anel Viário); - localização da área industrial junto ao Aeroporto;
presidente inicia a reunião agradecendo a presença de todos, especialmente a di- - perspectivas de geração de empregos;. - onde será implantado o Parque Linear?
retora da Nave Mãe Anísio Teixeira, senhora Simone de Oliveira Zanelle pela cessão Alair - Responde que o parque proposto situa-se próximo a divisa municipal, em
do espaço para a realização desta reunião. Esclarecendo que a pauta refere-se a áreas publicas e particulares do Jd. Itaguaçu; o aeroporto industria está localiza-
três macrozonas, e que hoje é reunião especificada macrozona sete. Em seguida faz do dentro do sitio aeroportuário e deverá gerar muitos empregos. Também estão
a apresentação dos trabalhos da macrozona 7 realizados pelos técnicos da Prefei- previstas atividades industriais em área da Fazenda Singer e em área próxima a Mz
tura Municipal até a presente data, lembrando que no ano passado foram feitas 5 e Sitio Aeroportuário Odila – Sta Maria – solicitou providências: placa colocada
três reuniões, a primeira em 23 de outubro, na Igreja da reunião rural do Friburgo; a em espaço público, sobre possibilidade de deposito de lixo reciclável, acredita que
segunda em 30 de outubro, na sede da Igreja Assembleia de Deus e a terceira, em 12 a área não propícia para esse fim. Alair – será realizado contato por telefone para
de novembro, na sede da Nave Mãe Carlos Gardel, Jardim Fernanda. Após a apre- equacionar a questão da placa de lixo reciclável Peninha - Solicitou que seja execu-
sentação abre a palavra aos presentes. Odília - solicitou os seguintes esclarecimen- tada a recuperação da Lagoa do Tomate. Silvana – Sta. Maria 2, relatou que a área
tos - o que consiste a contaminação de áreas; - o que deverá ser regularizado no de praça de 45.000m2 do Jd. Fernanda, estão se instalando construções irregulares,
Jd. Fernanda, visto que os lotes já possuem escritura; - os planos apresentados são o que está previsto para essa área? Alair – A apresentação mostra a proposta de
atuais, - existência de plano de alteração da pista do Aeroporto em direção a região parque e que atende esta reivindicação. E nada mais havendo a tratar encerra a
do Fogueteiro; Alair – Responde que o Plano de Expansão do Aeroporto apresen- reunião de hoje às 21h, lembrando que a mesma terá prosseguimento no dia 21 de
tado é o que consta do EIA – RIMA; a contaminação das áreas são provocadas por maio, nesta mesma região, nas instalações da Nave Mãe Leonel de Moura Brizola,
indústrias e posto de abastecimento, conforme dados da Cetesb, órgão responsável Rua Durvalina Moura Ferrão, s/nº,Campinas/SP, conforme Regimento Interno, Se-
pelo acompanhamento dessa questão; os lotes com escrituras, trata-se da região ção III, Subseção IV, parágrafo 4º. Eu, Maria aparecida Paioli P. Castellani, lavrei a
do Jd. Fernanda e não especificamente do loteamento do Jd. Fernanda; Alessandro presente Ata.
- expôs a necessidade de execução de melhorias no bairro (infraestrutura), como

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O JARDIM CAMPO BELO
— LEVANTAMENTO CADASTRAL
Todas as informações de levantamento cadastral obtidas em pesquisas e visitas estão organizadas neste tópico pelos seguintes assuntos:

1. Situação Legal
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2. População e Habitações
3. Transportes e Pavimentação
4. Saúde
5. Educação


FIGURA III-M - PANORÂMICA DO JARDIM CAMPO BELO VISTO A PARTIR DA ROD. MIGUEL MELHADO CAMPOS
Fonte: Autora

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O JARDIM CAMPO BELO 50

• SITUAÇÃO LEGAL TABELA III-F - SITUAÇÃO LEGAL| LOTEAMENTOS E OCUPAÇÕES


Fonte: Secretaria de Habitação de Campinas
A região é formada por 17 loteamentos populares e 2 ocupações
(VER TABELA III-F). Os loteamentos foram aprovados, junto à Prefeitura, Vias e quadras de acordo
Loteamentos Irregulares
Vias e quadras Vias e quadras em total
com lotes de 250m² nas décadas de 50, com exceção do Jardim Fernanda Loteamentos Regulares Ocupações

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Ocupações com projeto parcialmente de acordo desacordo
aprovado com projeto aprovado com projeto aprovado
I e II, aprovados nas décadas de 80 e 90, respectivamente. Já ocupações Jardim Fernanda I e II Jardim Campo Belo I e II Cidade Singer Jardim Itaguaçu I Jd. Dom Gilberto
denominadas Jd. PucCamp e Jd. Dom Gilberto ocupam irregularmente Jardim Marisa
Jardim São Domingos
Vila Palmeiras I
Vila Palmeiras II
Jardim São João
Jardim Campo Belo III
Jardim Itaguaçu II Jardim Puccamp

terrenos privados pertencentes à PucCamp - Pontificie Universidade Jardim Columbia

católica (VER MAPA III-F). Jardim São Jorge


FIGURA III-N - CRONOGRAMA DA SITUAÇÃO LEGAL (REGIÃO CAMPO BELO)
Fonte: Secretaria de Habitação de Campinas, Arte: Autora

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51 O JARDIM CAMPO BELO
MAPA III-F - SITUAÇÃO LEGAL
Fonte: PINTO, 2010, Edição: Autora

CIDADE
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SINGER
JARDIM
SÃO JOÃO
JARDIM
CAMPO BELO I VILA
JARDIM PALMEIRAS II
COLUMBIA

JARDIM VILA
CAMPO BELO II PALMEIRAS I

JARDIM
SÃO JORGE
JARDIM
PUCCAMP JARDIM
CAMPO
BELO III JARDIM
MARISA
JARDIM
D. GILBERTO
JARDIM
JARDIM SÃO DOMINGOS
JARDIM JARDIM
ITAGUAÇU I
SANTA FERNANDA II
MARIA

JARDIM
FERNANDA I
ROD. M
IGU
EL M
ELH
A DO
C AM
POS
JARDIM
ITAGUAÇU II
LEGENDA
LOTEAMENTOS REGULARES
A
NH RODOVIAS
A CU LOTEAMENTOS IRREGULARES
D
. LIX
(VIAS E QUADRAS DE ACORDO COM PROJETO APROVADO)
ÁREA DE INTERVENÇÃO
R OD LOTEAMENTOS IRREGULARES
DIVISA ENTRE BAIRROS (VIAS E QUADRAS PARCIALMENTE DE ACORDO)

LOTEAMENTOS IRREGULARES
(VIAS E QUADRAS EM TOTAL DESACORDO COM PROJETO)

OCUPAÇÕES

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O JARDIM CAMPO BELO 52

• POPULAÇÃO E HABITAÇÃO FIGURA III-N - ESQUEMA DO FUNCIONAMENTO POSTAL


Fonte: Autora
O CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) estima, pelo
número de atendimentos do Serviço Social, que reside na região uma
população superior a 50.000 habitantes, sendo 16.143 deles moradores

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do Jardim Campo Belo, segundo o censo 2010. A maioria dessa população
vive em casas residenciais unifamiliares, predominantemente térreas e
frutos de autoconstrução.
As habitações foram construídas irregularmente, dessa forma não
foi respeitado nenhum tipo de recuo ou demais regras de uso e ocupação
do solo. Como resultado é possível observar que as casas são encostadas
umas nas outras com o intuito de aproveitar ao máximo o espaço
disponível no terreno. Segundo Maria Eugênia Salles, coordenadora do
Centro de Saúde Jardim Campo Belo, o bairro tem hoje cerca de 4.500
casas.

FIGURA III-M - FOTO DE MORADIAS DO JARDIM CAMPO BELO


Fonte: Autora

Segundo Lívia Pinto (2010), em entrevista com moradores foi


relatado que somente as residências que margeiam a Rod. Miguel
Melhado Campos possuem código postal, dessa forma, por organização
própria estabelecida no bairro, as correspondências de todas as casas das
ruas perpendiculares a Rodovia são enviadas para a primeira casa, que
possui código postal, e de tempos em tempos os moradores vão buscar.

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O JARDIM CAMPO BELO
Há ao longo do córrego, aproximadamente 600 ocupações ilegais FIGURA III-O - SITUAÇÃO DOS TERRENOS APÓS DEMOLIÇÕES
entre o Jd. Campo Belo e o Jardim Marisa que deverão ser removidas Fonte: Pinto, 2010.
devido ao risco de inundação. Dentre essas 600 unidades habitacionais,
254 já foram demolidas durante a Operação Verão (iniciativa desenvolvida
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entre a parceria de secretarias da Prefeitura e prol da segurança pública)


realizada de dezembro-2009 a março-2010 pela Prefeitura Municipal de
Campinas (PINTO, 2010).

FIGURA III-O - HABITAÇÕES PRECÁRIAS AO LONGO DO CÓRREGO


Fonte: Autora

FIGURA III-P - OPERAÇÃO VERÃO, 2010.


Fonte: campinas.sp.gov.br

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• TRANSPORTES E PAVIMENTAÇÃO MAPA III-G - ROTAS DOS ÔNIBUS


Fonte: Pinto, 2010 - Arte: Autora
O Jardim Campo Belo é abastecido por 7 linhas de ônibus, sendo
que todas se conectam com a cidade através da Rodovia Santos Dumont
e a maioria tem destino para o Centro, conforme mostram o MAPA III-G e

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a TABELA III-G.
Devido aos itinerários dos ônibus o projeto “Vip-Viracopos” subsi-
diou as obras de pavimentação das ruas que serviriam para a passagem
dos transportes públicos, aproximadamente 6Km de asfalto (VER MAPA
III-H). As demais ruas, com exceção das rodovias, são de terra batida, víti-
mas fatais dos dias de chuva. Alguns pontos sofrem um processo erosivo
que chegam a impossibilitar o acesso via carro.

FIGURA III-P - TIPOS DE RUAS NO JARDIM CAMPO BELO


Fonte: Autora

Rod. Miguel Melhado Campos Av. Quatro - projeto Vip Viracopos

TABELA III-G - ITINERÁRIOS


Fonte: Pinto, 2010 - Arte: Autora
196 - Terminal
179 - Jardim
190 - Jardim 191 - Jardim 194 - Jardim 195 - Vila Ouro Verde/
Linha de Ônibus São Domingos 192 - Vila Diva
São Domingos Fernanda Itaguaçu Palmeiras Jardim
(CORUJÃO)
Fernanda
Jd. São Jd. São
Ponto Inicial Jd. Fernanda Jd. Itaguaçu Jd. Itaguaçu Vila Palmeiras Jd. Fernanda
Domingos Domingos
Terminal Terminal Terminal Terminal Terminal Terminal Ouro
Ponto Final Vd. Cury
Rua de terra batida Rua de terra erosiva Percurso
Mercado I
21,5 Km
Mercado I
21,5 Km
Central
20,8 Km 21,2 Km
Central
19,7 Km
Central
18,2 Km
Verde
18,3 Km
Horários 00h00 - 4h20 4h44 - 23h52 4h42 - 23h50 4h45 - 22h55 4h50 - 23h25 4h50 - 23h52 5h00 - 22h50
Espera Média 1h30 10 min 20 min 20 min 25 min 30 min 1h15min

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O JARDIM CAMPO BELO
MAPA III-H - VIAS ASFALTADAS
Fonte: Pinto, 2010
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• SAÚDE TABELA III-H - CENTROS DE SAÚDE |HORÁRIOS E EQUIPE


Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, 2010, Edição: Autora.
O Centro de Saúde Jardim Campo Belo, localizado no cruzamento
entre a Rua Milton Pereira de Castro e a Rua Dr. Ademir Cubero Ruano,
foi construído em 2008 como produto do projeto “Vip-Viracopos”. Suas

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Centro de Horário de Nº de Nº de Nº de
instalações contam com 8 clínicas para atendimentos diversos, 2 clínicas Saúde/Bairro Funcionamento Médicos Dentistas Enfermeiros
de odontologia, sala de curativo, sala de enfermagem, sala de imunização,
Centro de Saúde
sala de nebulização e sala de repouso/observação. Além disso possui São Domingos
07h00 - 18h00 7 1 17
uma farmácia própria como serviço de apoio.
Centro de Saúde
Embora a região conte com mais 2 Centros de Saúde distribuídos 07h00 - 16h00 4 1 11
Campo Belo
pelos bairros (VER MAPA III-I), a quantidade de profissionais e o horário
restrito não são suficientes para atender a demanda local, fazendo com Centro de Saúde
07h00 - 16h00 3 1 11
Jd. Fernanda
que os moradores se desloquem cerca de 20 Km até o Hospital Mario
Gatti em casos de emergência.

FIGURA III-Q - CENTRO DE SAÚDE JARDIM CAMPO BELO FIGURA III-Q - CENTRO DE SAÚDE JARDIM CAMPO BELO
Fonte: campinas.gov.br, foto: Luiz Granzotto Fonte: Autora

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O JARDIM CAMPO BELO
FIGURA III-R - ESCOLA ESTADUAL PROFº CELESTE P. DE MELLO
• EDUCAÇÃO Fonte: Autora
Em relação a educação a região apresenta 11 escolas (VER MAPA
III-I), das quais a maioria se restringe à creches e pré-escola, ainda
assim apenas 3 funcionam em período integral. Assim como na área da
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saúde, a demanda educacional é maior do que as escolas podem suprir,


sendo necessário o deslocamento dos estudantes à outras escolas mais
distantes.
Em entrevista com Maria Eugênia Salles, coordenadora do Centro
de Saúde do Jardim Campo Belo, foi informado que o nível de escolaridade
da maior parte da população é Ensino Fundamental Incompleto, sendo
que a maioria começa a trabalhar com 14 anos. No geral os jovens, que
são o público dominante do bairro, trabalham com carteira registrada em
Campinas, Vinhedo e Indaiatuba e tem renda de aproximadamente de 1
à 2 salários mínimos.
TABELA III-I - ESCOLAS NA REGIÃO DO JARDIM CAMPO BELO
Fonte: Secretaria da Educação de Campinas e Secretaria de Educação do Estado de São
Paulo – 2010, Organização: Pinto, 2010, Edição: Autora.
Nome Bairro Vagas Nível Turno
CEMEI Francisco Xavier Sigrist Jd. Fernanda 90 Pré-escola Manhâ/ Tarde
Sylvia Miranda da Cruz Creche e Pré- Manhã/ Tarde/
CEMEI Vila Palmeiras 350
Paschoal escola Integral
EMEI Sossego da Mamãe Jd. Campo Belo 90 Pré-escola Manhâ/ Tarde
EMEI João Vialta Jd. Metonópolis 270 Pré-escola Manhâ/ Tarde
EMEI Verde e Amarelo Jd. São Domingos 90 Pré-escola Manhâ/ Tarde
Ensino
Prof. Odila Maria Rocha Manhã/ Tarde/
EMEF Jd. São Domingos 1200 Fundamental e
Brito Integral
Supletivo
Creche e Pré- Manhã/ Tarde/
CEI Nave Mãe Anísio Teixeira Jd. Fernanda II 470
escola Integral
Creche e Pré- Manhã/ Tarde/
CEI Nave Mãe Leonel Brizola Jd. Marisa 470
escola Integral
Ensino
Prof. Dr. Paul Eugene Manhã/ Tarde/
EE Jd. Fernanda 2200 Fundamental e
Charbonneau Noite
Médio
Profª Celeste Palandi de Ensino Manhã/ Tarde/
EE Jd. Campo Belo 2700
Mello Fundamental Noite

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MAPA III-I - FIXOS DE EDUCAÇÃO E SAÚDE


Fonte: PINTO, 2010, Edição: Autora

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ROD. M
IGU
EL M
ELH
A DO
C AM
POS

EMEIs
LEGENDA (ESCOLAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL)

EE - ESCOLAS ESTADUAIS
HA RODOVIAS
UN EMEF/SUPLETIVO
DAC
IX (ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL)
D. L ÁREA DE INTERVENÇÃO
RO CEMEIs
DIVISA ENTRE BAIRROS (CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL)

CEI - NAVE MÃE


CENTROS DE SAÚDE (CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL)
CRAS
(CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTENCIA SOCIAL)

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O JARDIM CAMPO BELO
— LEGISLAÇÃO VIGENTE
• PLANO LOCAL DE GESTÃO NA MACROZONA 7
Embora ainda não esteja finalizado, o Plano Municipal de Habitação
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de Campinas, em sua versão preliminar de 2011, prevê algumas diretrizes


para intervenção na área, essas são:
- Equacionamento da questão habitacional da região;
- Adequação e estruturação do sistema viário e rodoviário;
- Preservação do patrimônio ambiental, cultural e histórico;
- Incentivo a instalação de atividades compatíveis com as
atividades aeroportuárias;

FIGURA III-S - SETORIZAÇÃO DAS ZONAS DE INTERVENÇÃO NA MZ7 TABELA III-F - RESUMO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS POR SETOR
Fonte: Seplan, 2010. Fonte: Seplan, 2010.

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1
O JARDIM CAMPO BELO 60

• LEGISLAÇÃO FEDERAL AEROPORTUÁRIA Medida Restritiva nº01 - ZONA DE PROTEÇÃO DE AERÓDROMO (ZPA)

O Jardim Campo Belo está situado em uma área de influência do “O objetivo de um Plano de Zona de Proteção de Aeródromo é
Aeroporto de Viracopos, dessa maneira a Legislação Federal Aeroportuária estabelecer o espaço aéreo que deve ser mantido livre de obstáculos, a fim
se aplica de forma restritiva ao tipo de uso e ocupação do solo que podem de permitir que as operações de pouso e decolagem sejam conduzidas de

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ser feitos no bairro. A fundamentação dos dados apresentados a seguir forma segura, evitando a implantação de obstáculos que possam restringir
será feita a partir do Manual de Gerenciamento e Uso do Solo no entorno a capacidade operacional do aeródromo.” (Manual de Gerenciamento e
de Aeródromos - IAC. Uso do Solo no entorno de Aeródromos - IAC, pg. 18)

Ao mesmo tempo que os arredores de um aeroporto oferecem Para aplicação da legislação devemos considerar a classificação
infra-estrutura propícia para o desenvolvimento urbano, uma guerra do aeroporto Internacional de Viracopos como é IFR-PRECISÃO e seu
de interesses é criada, pois os usos do solo periférico ao aeroporto não código da pista, 4, uma vez que sua extensão é de 3.240m.
podem de forma alguma limitar ou impedir as operações aéreas. Dessa
maneira, as restrições impostas para o uso e ocupação desse solo tem TABELA III-G - CÓDIGO DE PISTA
como objetivo preservar a segurança na operação das aeronaves, além Fonte: Manual de Gerenciamento e Uso do Solo no entorno de Aeródromos - IAC.
de prever a possibilidade de expansão do aeroporto, bem como evitar o
incômodo sonoro da comunidade.
Tais restrições encontram amparo na seguinte legislação:
- ­Constituição Federal;
- Código Brasileiro de Aeronáutica, Lei nº 7.565, de 19 de dezembro
de 1986, que trata dos Planos de Zona de Proteção e de Zoneamento de O Plano Básico de Zona de Proteção de aeródromos (PBZPA),
Ruído; de acordo com a Portaria n° 1.141/GM5, de 08 de dezembro de 1987,
é composto das seguintes superfícies limitadoras de obstáculos (VER
 - Portaria nº 1.141/GM5, de 08 de dezembro de 1987, que trata
MAPA III-J):
dos Planos de Zona de Proteção e de Zoneamento de Ruído;
- Faixa de Pista;
 - Resolução CONAMA nº 4, de 9 de outubro de 1995, que trata da
Área de Segurança Aeroportuária; - Áreas de Aproximação;
- Áreas de Decolagem;
 - Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica nº 139,
Certificação Operacional de Aeroportos, de 27 de novembro de 2003; e - Áreas de Transição;
- Portaria nº 398/GM5, de 4 de junho de 1999, que dispõe sobre - Área Horizontal Interna;
a aplicação do Anexo 14 à Convenção de Aviação Civil Internacional no - Área Cônica; e
Território Nacional.
- Área Horizontal Externa.
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PLANO ESPECÍFICO DE PROTEÇÃO DE VIRACOPOS N
LEGENDA
SEM ESCALA
LIMITE DA MZ7
ÁREA DE
INTERVENÇÃO

PISTA DE POUSO
FAIXA DE PISTA

ÁREA DE
APROXIMAÇÃO
ÁREA HORIZONTAL
EXTERNA

ÁREA HORIZONTAL

ÁREA CÔNICA

Macrozona 07

MAPA
III-J
Base: PINTO, 2010.
O JARDIM CAMPO BELO 62

FIGURA III-T - CROQUI DE UM PLANO BÁSICO DE ZONA DE PROTEÇÃO DE e similares, refinarias de combustíveis, indústrias químicas, depósitos ou
fábricas de gases, combustíveis ou explosivos, áreas cobertas de material

2
AERÓDROMOS
Fonte: Manual de Gerenciamento e Uso do Solo no entorno de Aeródromos - IAC. refletivo, matadouros, etc.
Medida Restritiva nº02 - ZONEAMENTO DE RUÍDO (ZR)

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


“Com o intuito de amenizar este problema, foram criados,
pelo Comando da Aeronáutica, os Planos de Zoneamento de Ruído
(PZR), instrumentos para ordenamento da implantação, do uso e do
desenvolvimento de atividades já localizadas ou que venham a se localizar
no entorno dos aeródromos, em função do ruído aeronáutico. ” (Manual de
Gerenciamento e Uso do Solo no entorno de Aeródromos - IAC, pg. 29)
O Zoneamento de Ruído de um aeroporto é composto por 3
curvas de ruído gerando 3 áreas de restrições classificadas da seguinte
maneira (VER MAPA III-L)

Na Faixa de Pista não são permitidos quaisquer aproveitamentos Área I – Área do Plano de Zoneamento de Ruído, interior à curva
que ultrapassem seu gabarito (VER MAPA III-K), tais como construções, de nível de ruído 1, onde o nível de incômodo sonoro é potencialmente
instalações e colocação de objetos de natureza temporária ou nocivo aos circundantes, podendo ocasionar problemas fisiológicos por
permanente, fixos ou móveis, exceto os auxílios à navegação aérea que, causa das exposições prolongadas.
obrigatoriamente, tenham de ser instalados nesta área. Área II – Área do Plano de Zoneamento de Ruído, compreendida
Nas Áreas de Aproximação, Decolagem e Transição não são entre as curvas de nível de ruído l e 2, onde são registrados níveis de
permitidas implantações de qualquer natureza que ultrapassem os seus incômodo sonoro moderados.
gabaritos, salvo as torres de controle e os auxílios à navegação aérea Área III – Área do Plano de Zoneamento de Ruído, exterior à curva
que, a critério do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA, de ruído de nível 2, onde normalmente não são registrados níveis de
poderão ser instalados nas Áreas de Transição, mesmo que ultrapassem incômodo sonoro significativos.
o gabarito desta área.
Nas Áreas de Aproximação e Áreas de Transição dos aeródromos
e helipontos, não são permitidas implantações de natureza perigosa,
mesmo que não ultrapassem os gabaritos fixados.
Denomina-se Implantação de Natureza Perigosa toda aquela
que produza ou armazene material explosivo ou inflamável, ou cause
perigosos reflexos, irradiações, fumo ou emanações que possam
proporcionar riscos à navegação aérea, a exemplo de usinas siderúrgicas Fonte: Manual de Gerenciamento e Uso do Solo no entorno de Aeródromos - IAC.

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63
O JARDIM CAMPO BELO
MAPA III-K - GABARITOS MÁXIMOS PERMITIDOS
Fonte: PINTO, 2010, Edição: Autora.
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L
LEGENDA
LIMITE DA MZ7
ÁREA DE
INTERVENÇÃO

GABARITO MÁXIMO
PERMITIDO DE 8 METROS
GABARITO MÁXIMO
PERMITIDO DE 19 METROS
GABARITO MÁXIMO
PERMITIDO DE 30 METROS

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O JARDIM CAMPO BELO 64

MAPA III-L - CURVA DE RUÍDO


Fonte: PINTO, 2010, Edição: Autora.

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LEGENDA
ÁREA DE
INTERVENÇÃO

CURVA DE RUÍDO
DA PISTA ATUAL
CURVA DE RUÍDO
DA FUTURA PISTA

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PROJETOS REFERENCIAIS
CAPÍTULO IV
“Sustentabilidade é viver dentro da
capacidade de suporte do planeta. — ECOCIDADE DE MALMÖ
Desenvolvimento sustentável é aquele
desenvolvimento que conduz a — ECOBAIRRO DE VAUBAN
sustentabilidade.”
— ECOBAIRRO DE WUHAN

Gibberd, 2003. — PARQUE LINEAR SAGRERA

—APLICAÇÃO DAS REFERÊNCIAS AO PROJETO


ECOCIDADE DE MALMÖ 68

do solo contaminado. Além disso foi preciso recuperar os sistemas


LOCALIZAÇÃO: Bairros Augustenborg e Western Harbour, Malmö - Suécia. de infra--estrutura pública, dessa maneira o desenvolvimento do
FIGURA IV-A - MAPA DE LOCALIZAÇÃO projeto sustentável para Western Harbour buscou ser o mais completo
Fonte: Google Earth, Edição: Autora.
possível, contando com a participação dos habitantes e instituições
locais. O resultado foi o Programa de Qualidade Bo01, programa

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


que contém as aspirações e expectativas para o novo bairro, além
de algumas exigências mínimas para desenvolvimentos futuros.
O investimento para o desenvolvimento de uma cidade mais
sustentável em Malmö teve início com o intuito principal de promover
boas condições de habitabilidade para pessoas com necessidades
especiais, além de reduzir o consumo de energia em 20% até 2020 e 40%
até 2030 (sendo que o funcionamento dos sistemas sustentáveis teve
início em 2005). Outro objetivo é abastecer 100% da cidade com energia
de fontes renováveis até 2020, priorizando a produção local máxima
possível. Além desse parâmetro, a diminuição de gases causadores do
efeito estufa em 40% até 2020 está em pauta. No que diz respeito a infra-
estrutura urbana, o foco está voltado no aumento da rede ferroviária
e das ciclovias, incentivando ao máximo o uso de transportes que não
Em 1998 o Programa de Investimento Local da cidade de Malmö utilizem energia fóssil.
cedeu fundos para o desenvolvimento urbano sustentável dos bairros RESULTADOS:
de Augustenborg e Western Harbour afim de desenvolver um projeto de
 Augustenborg
adaptação de áreas densamente urbanizadas a partir de áreas residenciais
menos impactantes, além de promover um ambiente ecológico agradável •  Implantação de uma frota comunitária e de trens elétricos pelo
com consequente melhoria da qualidade de vida dos habitantes. bairro;
No caso do bairro de Augustenborg, bairro marcado por prédios •  Redução do tráfego;
baixos da déc. De 50, a iniciativa partiu da Empresa Municipal de Habitação •  Combustível a etanol na frota da área industrial;
e Edifícios S.A. em parceria com os empregados da área industrial, que
se reuniram em diversos encontros comunitários para debater sobre o •  70% dos resíduos domésticos reciclados;
projeto. A importante participação da população residente foi essencial •  Resíduos orgânicos tratados localmente por compostagem;
para a elaboração de um programa compatível com a dinâmica da
•  Instalação de 12 mil m² de cobertura vegetal, incluindo a criação de
realidade local.
um Jardim Botânico;
Já no caso de Western Harbour, bairro proveniente de antiga
•  Redução de 20% no consumo de energia;
zona industrial, fortemente degradado ao longo dos anos, o processo de
urbanização partiu do zero, tendo como primeira etapa a recuperação •  Espaços educacionais a partir de construções ecológicas.
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69
ECOCIDADE DE MALMÖ
FIGURA IV-B - CRONOGRAMA
 Western Harbour Fonte: Cidades Sustentáveis, Edição: Autor.
•  600 novas moradias em Porto do Oeste;
•  100% da energia produzida localmente por fontes renováveis;
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•  Foram construídos 2 geradores eólicos de 2MW de potência;


•  Instalação de 1400 m² de coletores solares e 120 m² de células foto
voltaicas, dimensionadas para 1000 apartamentos (85 mil m² de área
residencial);
•  Priorização ao uso de bicicletas e transporte público;
•  Educação popular sobre a relação entre os meios de transporte e o
meio ambiente;
•  Construção de uma estação de recarga de veículos que utilizam
energia alternativa;
•  Criação de novos parques e ampliação da cobertura vegetal
urbana;
FIGURA IV-C - WESTERN HARBOUR, MALMÖ
•  Estabelecimento de um indicador de áreas verdes na cidade e um
Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad
sistema de pontuação para os edifícios em relação a sua qualidade
ambiental;
•  Canalização de água de chuva e tratamento local para reuso;
•  70% dos resíduos domésticos reciclados;
•  Grande parte dos resíduos biodegradáveis são transformados em
biogás, utilizado para aquecer as residências no inverno;
•  Criação de uma TV Virtual (Meio Ambiente TV - Miljö-TV) para
comunicar as pessoas e informá-las sobre questões ambientais
diversas.

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ECOCIDADE DE MALMÖ 70

O PROJETO DE WESTERN HARBOUR: Bo01 - Distrito Sustentável de Porto do Oeste

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ECOCIDADE DE MALMÖ
1. Desenvolvimento Sustentável em Malmö e no Mundo história de Malmö – Western Harbour.
Localizado bem em frente a Universidade de Malmö, o 4. Sustentabilidade Econômica
Helixhuset é um edifício destinado aos encontros locais e regionais de
sustentabilidade. Além disso, o Forum de Planejamento da cidade fica Nos últimos anos Malmö foi transforma em uma cidade baseada
no conhecimento, o que vem atraindo muitas empresas de serviços de
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localizado no pavimento térreo, junto com uma grande biblioteca onde


é possível aprender muito sobre projetos sustentáveis. No quarto andar tecnologia que se estabelecem no cais, transformando-o no centro de TI
existe um showroom destinado a conferencias e workshops com foco em da nova cidade de Malmö. A universidade também está localizada nessa
desenvolvimento sustentável. área e é a oitava maior da Suécia.

2. Educação para um Desenvolvimento Sustentável 5. Sustentabilidade Social

Este prédio, chamado Orkanen, é o Departamento de Treinamento Em um bairro sustentável é essencial a interação entre moradores
para Educação Sustentável, também conhecido por Incubadora dos e visitantes além da oferta de atividades culturais. Stapelbäddsparken é
negócios, pois é também um local onde os empresários recebem apoio uma área dominada pelas pistas de skate e está recebendo investimento
para iniciar a construção sustentável de seus negócios. em outros esportes, como quadra de bocha, escalada e parques. O
objetivo é que a região se torne um ponto de convivência fértil para o
FIGURA IV-D - ORKANEN| DEPARTAMENTO DE TREINAMENTO desenvolvimento de atividades próprias de grupos comunitários mais
Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad
organizados.
6. Playground ecológico de Stapelbäddsparken
O parque Stapelbädd é um espaço destinado para as pessoas
conversarem, descansarem, se exercitarem e praticarem esportes. Além
disso possui um playgroud único que foi criado para a Expo Bo01e é ao
mesmo tempo educacional, ecológico e um importante meio de diversão
para as crianças.
FIGURA IV-E - PLAYGROUND ECOLÓGICO
Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad

3. A História de Western Harbour (Porto Oeste)


Proveniente de uma área industrial, o bairro foi totalmente
reconstruído. O histórico do local é muito forte, dessa maneira o edifício
Saab-Scania, antigamente uma moderna fábrica de manufaturas para
carros, foi transformada em um Centro de Convenções e Exibições da

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ECOCIDADE DE MALMÖ 72
9. Ciclovias
7. Os Edifícios e a Linguagem Habitacional
É grande o investimento de Malmö para tornar a bicicleta o
A área residencial Flagghusen é constituída por 16 edifícios e
principal meio de transporte, a cidade tem quilômetros de ciclovias em
600 apartamentos, todos provenientes de projetos ecológicos visando
ótimas condições, rápidas e seguras, facilitando a chegada ao destino
o desenvolvimento sustentável do desenho urbano. Os cidadãos foram

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do condutor. Andar de bicicleta é uma das formas mais ambientalmente
convidados a participar do planejamento arquitetônico desde o início do
amigáveis para se locomover, a bicicleta não polui, ocupa pouco espaço
projeto e o bom diálogo foi fundamental para o sucesso das construções. A
e é uma boa atividade física para a saúde.
sustentabilidade ecológica foi adquirida através da eficiência energética,
como o tratamento das águas de chuva, produção de biogás a partir da FIGURA IV-G - CICLOVIA E TERMÔMETRO
queima do lixo e os telhados verdes. Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad

8. O Mar
A partir deste ponto, olhando para o Norte é possível ver o moinho
de vento Boel, que fornece 100% da eletricidade utilizada no bairro.

FIGURA IV-F - MOINHO DE VENTO BOEL


Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad

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ECOCIDADE DE MALMÖ
10. HSB Turning Torso 11. Transporte Público
O edifício é um dos marcos de Malmö, junto ao mar o prédio tem Muitos investimentos foram feitos para tornar o sistema de
190m de altura e cerca de 2500 janelas, projetado por Santiago Calatrava. transporte público mais atraente. Os pontos de ônibus tem plataformas
Dividido entre salas para escritórios e apartamentos o edifício híbrido elevadas, itinerários eletrônicos e proteção contra intempéries. Além
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apresenta medição de água e eletricidade em cada unidade, permitindo disso foram tomadas medidas para reduzir as emissões de gases nocivos,
que seus usuários consultem esse consumo pela internet e controlar como por exemplo abastecer os ônibus com uma mistura de 8% gás
o uso de acordo com as atividades. Além disso, o HSB Turning Torso é hidrogênio (proveniente da energia eólica) e 92% combustível veicular.
equipado com eficientes aparelhos para geração de energia e todos
os apartamentos possuem trituradores de alimentos residuais para a FIGURA IV-I - PONTO DE ÔNIBUS COM INTINERÁRIO ELETRÔNICO
separação do lixo orgânico, destinado para a produção de biogás. Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad

FIGURA IV-H - EDIFÍCIO HSB T. TORSO| TRITURADORES DE ALIMENTO


Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad

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ECOCIDADE DE MALMÖ 74

12. Descontaminação dos Solos


Devido a presença das antigas indústrias, os solos chegaram
a um nível de contaminação alto e cerca de 10.000 toneladas de solo
tiveram que ser recuperados. Além disso as águas de canais próximos

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aos solos contaminados são propositalmente bombeadas por uma calha
construída acima do nível do mar evitando o contato para minimizar o
risco de espalhamento de toxinas residuais.
13. Os parques
Ankarparken e Daniaparken são os dois principais parques na
área. No primeiro, a presença de diversos biótipos tornam a presença na
natureza muito importante no meio urbano. Em Daniaparken oferece
diferentes oportunidades arquitetônicas em meio ao verde, é um local
excitante e ao mesmo tempo relaxante.
14. Skanska – Construções de Madeira
Nessa região existem algumas casas de madeira construídas com
materiais derivados do Porto Ocidental. São 3 blocos de 3 andares com
apartamentos e casas germinadas com quintal. Assim como os demais
conjuntos habitacionais, Skanska é equipado com triturador de alimentos
nas pias e medição individual de água e energia.
15. Arquitetura
O Arquiteto Urbanista Klas Tham teve participação fundamental
no desenvolvimento do projeto Bo01, contribuindo com idéias para a
construção dos edifícios e da regeneração urbana de forma geral.
16. Edifícios Eficientes Energéticamente
Em Western Harbour foram aplicadas variadas soluções para
proporcionar a efetividade energética as moradias. Para isso, as casas
utilizam a energia eólica produzida pelos moinhos para manter a casa
aquecida, além do revestimento que evita a perda de calor acentuada.
As construções LB-hus e Yxhult são constituídas por módulos de material
homogêneo que permitem a passagem de humidade sem danos a FIGURA IV-J - ANKARPARKEN
estrutura. Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad

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ECOCIDADE DE MALMÖ
17. 100% de Energia Renovável Local 19. Natureza
O objetivo do projeto para a região de Western Harbour foi atingir A natureza está presente em toda a cidade devido ao planejamento
um consumo de energia muito baixo sem perder o alto nível de conforto urbano consciente. A vegetação é rica e variada em vários parques, praças
exigido pelos moradores. O objetivo foi atingido com sucesso a partir do e ao longo das ruas. O plano é eficiente: utilizar o espaço para promover
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sistema de energia de carbono neutro implantado no Bo01, com isso as a biodiversidade. Além dos espaços livres, grande quantidade de casas
pessoas tem 100% de energia renovável. tem telhados e paredes verdes, o que beneficia o clima local.
18. Arte 20.Sistema aberto de captação de águas pluviais
Há obras de arte de vários artistas na área de Western Harbour, No bairro de Western Harbour as águas de chuva não são enviadas
fazendo da região um local de diferentes formas de expressão. Um diretamente para o sistema de esgoto, elas passam por canais, lagoas
exemplo são as pedras polidas de Sundspromenaden, chamada de e fontes. Esse sistema não é apenas bonito para os moradores, mas é
“Diamantes por toda parte”, criada por Sigurdur Gudmundsson. também muito bom para o meio ambiente, pois a água é biologicamente
limpa antes de chegar em Öresund (estreito entre Dinamarca e Suécia).
FIGURA IV-K - SUNDSPROMENADEN A possibilidade de apreciar a água correndo beneficia o físico e a saúde
Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad mental dos moradores.
21.Feira Orgânica Local
Os prédios não são as únicas coisas sustentáveis da região,
o restaurante Salt&brygga leva a sustentabilidade muito a sério,
concentrando o cardápio em alimentos orgânicos e produzidos
localmente. A comida que comemos afeta o meio ambiente de várias
maneiras, afinal a agricultura, o refino e o transporte de alimentos
consomem muita energia, que quando não é obtida por fontes
alternativas, contribuem para o efeito estufa.

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ECOCIDADE DE MALMÖ 76
22. Vento, Sol e água FIGURA IV-L - ESTAÇÕES DE LIXO À VÁCUO
Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad
Grande parte da eletricidade utilizada na região é obtida através
das turbinas eólicas, além disso outros 1400m² de painéis solares são
responsáveis pelo aquecimento da água dos chuveiros e torneiras.

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23. Circulação
O objetivo de uma sociedade sustentável é reciclar, reutilizar
e minimizar todos os aspectos da circulação veicular (a base de
combustível), dessa maneira todos os edifícios tem acesso a triagem de
lixo, onde os resíduos alimentares são separados do lixo reciclável. Além
disso o sistema de coleta de lixo da região é a vácuo, funciona a partir
de tubos subterrâneos instalados em pontos fixos do bairro onde os
moradores descartam o lixo que é aspirado para uma área isolada, onde FIGURA IV-M - COLETA DE LIXO À VÁCUO
mais tarde é apanhado por um caminhão. Esse sistema promove grande Fonte: Western Harbour Guide, Malmö Stad
economia, pois os caminhões não tem que percorrer todas as ruas do
bairro para coletar o lixo.
24. Complexo Esportivo Kockum Fritid
O edifício foi construído em meados dos anos 70 pela Kockums
Indrustries, afim de promover a saúde dos empregados, porém utilizava
grande quantidade de energia e produtos químicos. No entanto quando
foi vendido para a cidade de Malmö, em 1982, uma forte reforma
transformou o edifício em exemplo ambiental. O isolamento térmico foi
instalado a partir de estudos conscientes de escolha otimizada, também
foi instalado cerca de 1200 m² de painéis solares na fachada, permitindo
a redução de consumo energético em 50%.

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77
ECOBAIRRO DE VAUBAN
HISTÓRICO:
Vauban é um eco-bairro localizado na cidade de
Freiburg, Estado Federal de Baden-Wuttemberg,
Alemanha. 1. O aquartelamento é desocupado pelo exército francês;
2. Entra em vigor o regulamento de planeamento urbano que permite às administrações
autárquicas desenvolverem novas zonas financiando as infra-estruturas públicas com a
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venda dos respectivos terrenos, obrigando também à adopção de processos


participativos;
3. O município de Freiburg adquire o aquartelamento ao governo federal alemão;
4. O município de Freiburg decide desenvolver um bairro modelo;
5. A S.U.S.I. e a União dos Estudantes pressionam o município para a conversão de 10 dos
edifícios residenciais militares;
6. O município de Freiburg lança um concurso de ideias para o plano do novo bairro
7. O Fórum Vauban é fundado e desenvolve as primeiras ideias;
ECO-BAIRRO VAUBAN 8. O Fórum Vauban é reconhecido pelo município como parceiro e interlocutor, assumindo
Localização Freiburg, Alemanha a responsabilidade pela coordenação da participação da sociedade civil;
> 1993, entra em vigor o regulamento de 9. O município de Freiburg cria o Grupo Municipal de Trabalho sobre Vauban, integrando
Datas
planejamento urbano para novas zonas; diversos departamentos da autarquia e o próprio Fórum Vauban, a título consultivo;
> 1997, venda dos primeiros lotes em parceria com
Importantes 10. É definido o Plano de Desenvolvimento de Vauban, tendo por base o concurso de ideias
o 'projeto bairro sustentável';
> 1998 - 2007, construção em três fases; e as sugestões apresentadas pelo Fórum Vauban.
Bairro de formação rescente, projetado em antiga 11. É lançada uma campanha de publicidade que procura dar a conhecer o projecto e
Tipo
área militar, que foi desocupada em 1993; mobilizar os futuros residentes;
Usos Residencial, comercial e espaços livres; 12. O município de Freiburg fixa, através de uma comissão independente, o valor de venda
Tamanho 38 hectares dos terrenos e os critérios de selecção para a sua aquisição;
Habitantes 5.000 moradores, 600 trabalhadores
Fórum Vauban, S.U.S.I., União dos Estudantes,
13. São criadas as primeiras cooperativas de construção.
Associações Cooperativa Génova, GRAGS; 14. O Fórum Vauban apresenta o projecto Bairro Sustentável de Vauban, integrando novos
> Implementar um distrito de forma cooperativa e conceitos nas áreas da mobilidade, energia e construção ecológica.
participativa, reunindo requisitos ecológicos, sociais, 15. As primeiras cooperativas começam os trabalhos de construção da primeira fase;
econnômicos e culturais; 16. A construção da primeira fase fica completa e dá-se início ao trabalho comunitário;
Objetivos
> Todos os Edifícios devem atingir a mínima
quantidade de energia padrão para aquecimento de 17. Começam os trabalhos de construção da segunda fase.
65 kWh/m²; 18. É extinto o Fórum Vauban;
19. Têm início as obras da linha de eléctrico Vauban-Freiburg;
20. É fundada a Associação do Bairro de Vauban;
21. Começam os trabalhos de construção da terceira fase;
22. É concluída e inaugurada a linha de eléctrico nº3 para Vauban;
23. É dada por concluída a implementação do Plano de Desenvolvimento de Vauban.

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ECOBAIRRO DE VAUBAN 78

VAUBAN EM 7 ASPECTOS
Gestão e decisão
Forte envolvimento do poder político local;
Planeamento flexível do projecto (estratégia ―learning while planning”);
Organização colectiva dos cidadãos;

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Intensa participação dos residentes;
Apoio dos organismos estatais.
Urbanismo
Regeneração urbana de um antigo aquartelamento militar;
Programa misto de habitação, serviços, comércio e lazer;
Preservação da vegetação existente e das características naturais do terreno;
Planeamento conjunto de extensos espaços verdes integrados no tecido urbano;
Lotes de pequenas dimensões;
Altura máxima de 4 pisos;
Diversidade de soluções arquitectónicas.
Energia
Inicialmente, no plano de desenvolvimento, o requisito mínimo
Baixo consumo (menor que 65 kWh/ano.m2) como requisito mínimo;
Vários edifícios passivos (menor que 15 kWh/ano.m2) e positivos (produção superior ao consumo);
de consumo máximo de energia para todos os edifícios do bairo, até
Utilização generalizada de painéis solares térmicos; mesmo escolas e outros serviços, seria de 65kwh/ano.m². Porém, a gestão
Utilização de painéis solares fotovoltaicos em diversos edifícios; energética em vauban se tornou tão eficiente que existem no bairro casas
Sistema central de co-geração a partir de biomassa, fornecendo electricidade e água quente; com consumo menores que 15kwh/ano.m², assim como casas com saldo
Sistemas de co-geração em diversos edifícios, utilizando vários combustíveis;
energético positivo, ou seja, produzem mais energia do que precisam para
Mobilidade
Bairro de curtas distâncias promovendo as deslocações a pé ou de bicicleta;
o seu funcionamento.
Inclusão de comércio e serviços quotidianos, reduzindo deslocações;
Transportes públicos de excelência e não poluentes;
A energia solar é o recurso mais utilizado, principalmente através de
Política Parking-free e Car-free na maioria do bairro; paineis solares térmicos, usados para aquecimento do ambiente e da água.
Concentração do estacionamento em dois parques públicos cobertos e em duas bolsas exteriores;
Sistema de Car-sharing integrando as áreas periféricas. A presença de paineis fotovoltáicos também é muito habitual em
Água e saneamento vauban, principalmente em edifícios de médio porte, como o centro cívico
Aproveitamento de águas da chuva para alimentação de sistemas de rega, sem recurso a bombagem haus37 e supermercados, escolas, etc.
elétrica;
Valas para encaminhamento de águas pluviais, concebidas para garantir a infiltração nos solos e o As casas passivas procuram manter uma temperatura agradável
escoamento dos caudais em excesso; ao longo de todo o ano, consumindo pouca energia para aquecimento.
Tratamento de efluentes no local.
Para serem consideradas como tal, os edifícios devem consumir menos
Demografia
Existência de uma grande percentagem de crianças e jovens;
de 15kwh (120kwh/ano.m²)ou 1,5 litros de óleo de aquecimento por m².
Integração de população sénior na vida comunitária do bairro; Para isso essas lugares são equipados de isolamento externo das paredes
Adaptação dos equipamentos públicos em função das alterações demográficas. (placas de poliestireno, recobertas por uma rede de nylon que servia de
Factores sociais suporte a uma argamassa de acabamento final outra opção painéis de fibra
Diversidade económica, social e cultural; de madeira ou de lã mineral), placas solares e energia solar passiva obtida
Integração de famílias estrangeiras;
Comunidade inclusiva e participativa;
através de amplos envidraçados nas fachadas sul, ventilação controlada e
Inclusão de equipamentos e grupos de assistência a idosos; recuperação de calor. Existem em vauban atualmente, 20 edifícios passivos,
Atenção às necessidades das pessoas com dificuldades de mobilidade. como por exemplo:
por MOURA, 2010.

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ECOBAIRRO DE VAUBAN
Edifício Wohnen Und Arbeiten Existem também as casas “plus energy” são aquelas que produzem
mais energia do que consomem, um exemplo desse tipo de construção
Este edifício passivo de 4 pisos combina soluções ecológicas de é o Empreendimento Solar, projetado por Rolf Dish, um dos pioneiros da
grande qualidade com um conceito de morar e trabalhar no mesmo Arquitetura Bioclimática.
edifício, que permite a redução dos custos, da emissão de co2 e do
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tempo despendido com os transportes no trajeto casa/emprego. Oferece Pouco exuberante e com uma aparencia menos tecnológica,
16 apartamentos e 4 escritórios, com áreas entre os 36 e os 168 m2, parece um ordinário conjunto de sobrados. O que chama a atenção é a
complementados por salas e jardins de uso comunitário. superfície brilhante da cobertura e a matiz cromática das suas paredes,
que permitem aos donos escolherem a cor de sua casa.
Soluções sustentáveis incluídas no projecto:
Essas casas tem amplos envidraçados a sul e painéis fotovoltáicos
• pequeno gerador a gás natural para aquecimento e produção de de alto rendimento nos telhados. Os edifícios estão ligados a rede
energia eléctrica; pública de eletricidade, injetando cerca de 9000kwh/ano excedentes de
• dispositivos foto voltaicos com capacidade para produzirem 3 produção, não havendo necessidade de armazenamento em baterias,
kwp; o que é positivo, pois as baterias não conseguem acumular 100% da
energia produzida e tambémse degradam rapidamente, precisando de
• rede sanitária com sistema de drenagem de esgotos por vácuo; substituição periódica.
• fracções constituídas por apartamentos e escritórios; O aquecimento do empreendimento solar é garantido pela
central de co-geração do bairro.
FIGURA IV-N - WOHNEN UND ARBEITEN
Fonte: Moura, 2010.
FIGURA IV-O - EMPREENDIMENTO SOLAR
Fonte: Moura, 2010.

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ECOBAIRRO DE VAUBAN 80
A CO-GERAÇÃO TABELA IV-A - PRINCIPAIS INICIATIVAS PARA SUSTENTABILIDADE
Fonte: Moura, 2010, Edição: Autora.
A central é alimentada por raspas de madeira obtidos na
floresta negra próxima ao local. A proximidade da fonte de produção PRINCIPAIS INICIATIVAS PARA A SUSTENTABILIDADE
reduz os gastos com transporte e a emissão de gases de efeito estufa,
ECOLOGIA

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tornando-o o combustível mais adequado a esse sistema. O conjunto
é complementado por duas caldeiras de gás que podem ser acionadas Água Aproveitamento de águas pluviais (cisternas)
caso haja necessidade, o que costuma ocorrer no inverno. Baixo consumo de energia, uso de placas solares, coberturas e
Energia
paredes ajardinadas
FIGURA IV-P - ALTERNATIVAS ENERGÉTICAS TRÁFEGO
Fonte: Moura, 2010. "Viver sem carro", serviços de mobilidade, partilha de automóvel e uso do
trem elétrico
ECONOMIA
O Projeto Vauban foi desenvolvido a partir de um projeto financiado pela
iniciativa pública de planejamento urbano e pela UE, obtendo um custo de
aproximadamente 85 milhões de euros
SÓCIO-CULTURAL
Foram realizadas com os moradores mais de 50 oficinas centrais, cerca de
40 projetos comunitários e agora o bairro oferece cerca de 1200 novas
moradias.

Fatores de sucesso relativos à implementação do eco-bairro de Vauban:

• A existência de um território disponível, com escala suficiente


para desenvolver um Bairro e uma forma própria de viver;

• Uma estrutura política capaz de alargar a concepção do novo


bairro aos grupos de cidadãos;

• Uma participação pública empenhada e organizada;

• Uma tradição ecologista;

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ECOBAIRRO DE WUHAN
O projeto de Wuhan seguiu os seguintes princípios:

1
LOCALIZAÇÃO: Wuhan, China (2007).

FIGURA IV- R- ECO BAIRRO DE WUHAN


Fonte: Google Earth Regeneração da Biodiversidade: A função  de preservação  e
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restauração da biodiversidade  é a preservação  dos sítios naturais


existentes, além de  recriar  novos ambientes,  como a naturalização  do
saldo de  costas  naturais, criando  zonas húmidas e toda uma rede
de ecológica plantada de acordo com objetivos específicos científicos.

2
Tratamentos dos Poluentes: Tem a  função  de restauração  de
recursos, através de  estação de tratamento,  dos ciclos  de água,  seja a
água de esgoto, cinza, ou água da chuva; do ciclo do solo no local, com
tratamento de materiais orgânicos reprocessado em “Neossolos“ e o ciclo
de energia pela biomassa da planta, em várias formas: caldeiras, digestão
anaeróbia e gaseificação.

Wuhan é a maior metrópole na área central da China e sua


quinta maior cidade com 3.500 anos de história. Conhecida como a
“Cidade dos 100 lagos”, a fonte de água por habitante de Wuhan é de
aproximadamente 900.000 m3, 37 vezes mais do que a média de todo o
país. Wuhan é dividida pelo Yang Tsé, seu maior afluente e o Hanshui, em
três partes: Wuchang, Hankou e Hanyang, freqüentemente chamadas de
“as três cidades de Wuhan”. O ecobairro em questão fica localizado a beira

3 Criação de uma Paisagem Estética: A  função da paisagem é


proporcionar áreas de lazer para caminhadas e recreativas assim como
áreas esportivas. Este recurso é tão óbvio e forte que, infelizmente, muitas
vezes, hoje é a única função de espaços verdes.

O bairro de 50.000 habitantes, já consolidado há muitos anos,


no rio Dong Xi, uma das bifurcações do Yang Tsé. passou por uma reestruturação completa, o que resultou em um
programa variado, sendo necessário gerir diversas atividades:
Dentre inúmeras alternativas ecológicas adotadas pelo bairro para •  10.000 m² de edifícios comerciais;
classificá-lo como sustentável, a que mais merece destaque são os Jardins
Filtrantes®, uma tecnologia patenteada pela empresa Phytorestore, •  75.000 m² de prédios multiuso;
na qual o tratamento dos efluentes é feito através das plantas, pelo •  50.000 m² de casas unifamiliares;
fenômeno conhecido como fitorremediação.
•  8.000 m² de equipamentos públicos;
•  TOTAL DE 143.000m² CONSTRUÍDOS.

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ECOBAIRRO DE WUHAN 82

FIGURA IV- S- SETORIZAÇÃO FIGURA IV- T - ANTES DA INTERVENÇÃO


Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil

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Prédios Multiuso
Edifícios Comerciais Antes da intervenção proposta o bairro tinha poucas áreas verdes
Edifícios Unifamiliares com condições de utilidade pública, além de um mal gerenciamento
das áreas construídas. Outro problema eram os altos gastos de energia
Parques elétrica e a carência de uma rede pública que suportasse a demanda
Equipamentos Públicos exigida pela quantidade de habitantes que crescia a cada ano.

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ECOBAIRRO DE WUHAN
FIGURA IV- U - APÓS A INTERVENÇÃO Foram feitos estudos de circulação dos ventos e clima através
Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil da geotermia, dessa maneira foi possível escolher os melhores eixos de
construção.
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FIGURA IV- V - ESTUDOS DOS VENTOS


Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil

A reconstrução do bairro contou com um planejamento para


a otimização da ocupação do solo pelos edifícios habitacionais e
comerciais, dessa maneira foi possível abrir canais para a passagem das
águas provenientes do Rio Yang Tsé, proporcionando um ambiente mais
agradável. Além disso foram reelaboradas as áreas de parques e jardins,
inclusive com a implantação de Jardins Filtrantes® para o tratamento de
efluentes.
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ECOBAIRRO DE WUHAN 84

FIGURA IV- X - ESTRATÉGIAS DE ESPAÇOS NATURAIS PARA COMPOR UMA FIGURA IV- AA - IMPLANTAÇÃO DOS JARDINS FILTRANTES®
REDE ECOLÓGICA Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil
Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil

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Edifícios Multiuso
Edifícios Comerciais
Edifícios Unifamiliares

FIGURA IV- Z - CROQUIS DE ESTUDO FIGURA IV- AB - FOTOS DOS JARDINS FILTRANTES®
Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil

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ECOBAIRRO DE WUHAN
FIGURA IV- AC - CIRCUITO SUSTENTÁVEL
Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil
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RESTAURAÇÃO CORREDORES TRATAMENTO DAS TRATAMENTO DAS TRATAMENTO DAS UTILIZAÇÃO DE


DAS ZONAS NATURAIS ECOLÓGICOS ÁGUAS POLUIDAS ÁGUAS CINZAS ÁGUAS PLUVIAIS ENERGIAS RENOVÁVEIS

paineis solares térmicos

campo para esportes moinho de vento


energia geotérmica reserva para transporte
naturalização das margens público
do rio - habitat ecológico canais paisagísticos

área de
biomassa estacionamento

jardim
filtrante
RIO YANG TSÉ jardim
filtrante

BIODIVERSIDADE RECUPERAÇÃO DA NATURAZA OS 3 CICLOS DA ÁGUA CENTRO DE VIVÊNCIA DIVERSIDADE DE ATIVIDADES EQUIPAMENTOS COLETIVOS E SOCIAIS

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ECOBAIRRO DE WUHAN 86

FIGURA IV- AD - FOTOS DO ECOBAIRRO FINALIZADO


Fonte: Arquivos particulares da Phytorestore Brasil

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PARQUE LINEAR SAGRERA
LOCALIZAÇÃO: Bercelona, Espanha (2011) FIGURA IV-AF - IMPLANTAÇÃO E PLAN MASSE
Fonte: worldlandscapearchitect.com
FIGURA IV-AE - IMPLANTAÇÃO | MARCO DO EIXO DIAGONAL VERDE
Fonte: worldlandscapearchitect.com
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A equipe Camí Comtal formada pelos escritórios de arquitetura


AldayJover, RCR e West 8, foram os vencedores da competição “La
Sagrera Linear Park design competition”, realizada em 2011 na cidade de
Barcelona, Espanha. O projeto proporciona alívio para a movimentada
cidade espanhola, introduzindo uma nova rota verde. O novo corredor
verde apresenta 4 kilometros de comprimento, ligando o mar à cidade
e aos seus arredores naturais. Esse projeto é um resultado do novo trem
de alta velocidade que liga a França à Barcelona Sagrera/Sans. Esse novo
eixo verde diagonal irá ligar ambos os lados do trajeto que costuvam
estar separados devido as vias ferroviárias existentes, e que agora serão
subterrâneas. Esse novo e grande eixo verde é um grande caminho natural
para pedestres e ciclistas que serão protagonistas de uma nova era da
Esse novo espaço público representa uma nova Barcelona, mais metrópole, mais verde e mais habitável. A iniciativa tem grande peso como
“lenta”devido ao contato relaxante com a natureza e com o relevo dinâmico modelo da presença ecológica no espaço urbano, além de promover a
do parque linear que contrasta com a mais famosa avenida Diagonal de biodiversidade e a qualidade de vida dos habitantes de Barcelona. Para
Barcelona, paradigma da vida urbana, uma vez que a composição dos os visitantes que chegam a cidade, a experiência será como perceber os
dois eixos formam uma cruz que intersecciona a natureza com o meio benefícios de um tapete verde de boas-vindas no lugar da antiga cicatriz
urbano. representada pelo ferro velho.

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PARQUE LINEAR SAGRERA 88

FIGURA IV-AG - BARCELONA DE CERDÁ FIGURA IV-AH - PLAN MASSE E PERSPECTIVAS


Fonte: diposit.ub.edu Fonte: www.worldlandscapearchitect.com

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As linhas de trem existentes no local serão rebaixadas para dar
espaço ao novo parque, que terá início no vale de Besós e seguirá até o
mar, passando por outros parques e bairros (Sant Martil e Sant Andreu).
Não é a primeira vez que Barcelona tem um projeto para aumentar
a área livre da cidade. Em 1859 Ildefonso Cerdà (1815-1876), engenheiro
urbanista, foi responsável pela proposta de expansão e construção da
nova cidade de Barcelona.
O projeto tinha como objetivo aumentar a área total da cidade e
permitir sua expansão além dos limites da antiga muralha medieval, além
de promover uma alternativa mais organizada das ruas e quarterões.
Cerdà desenhou uma grelha ortogonal com quarterões quadrados de
113mx113m e vérteces cortadas, cada uma apontando para um ponto
cardeal com intenção de fornecer maior amplitude visual dos prédios de
esquina e proporcionar um novo espaço urbano nos cruzamentos das
ruas, as quais o urbanista desenhou com 20m de largura, sendo que cada
conjunto de nove quarterões ficavam inscritos num quadrado de 400m
de lado. Do plano original de Cerdà apenas permaneceu o traçado viário,
sendo que os quarteirões foram densamente ocupados no perímetro
junto ao alinhamento da calçada.

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PARQUE LINEAR SAGRERA
FIGURA IV-AI - PLAN MASSE FIGURA IV-AK - CORTES DO PARQUE CAMIL COMTAL - LA SAGRERA
Fonte: www.worldlandscapearchitect.com Fonte: www.worldlandscapearchitect.com
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FIGURA IV-AJ - FONTE CAMIL COMTAL | PERSPECTIVA E CORTE


Fonte: www.worldlandscapearchitect.com

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aplicação das referências ao projeto 90

Os projetos referenciais são muito importantes na elaboração de Howard desenvolveu o modelo de cidade-jardim visando articular
qualquer projeto, servem como base inspiradora e criativa, ou ainda como a cidade com a natureza, em sua proposta o verde tem uma presença
um experimento, já que as vezes a aplicação de um mesmo conceito em forte, sendo sempre utilizado para separar as funções na cidade e para
diferentes lugares trazem resultados únicos. Isso se deve ao fato de que limitar seu crescimento com cinturões verdes. Em sua proposta Howard

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cada espaço tem uma característica própria, determinada tanto pela ainda prioriza ideias como transporte público e ferroviário, uma rede
sdimensões morfológicas quanto pelas dimensões subjetivas. de caminhos para pedestres, agricultura suburbana e uma comunidade
autogovernável. Para GOMES (2009), embora Howard preconizasse um
Dessa forma, após estudar o bairro Jardim Campo Belo em urbanismo sustentável, suas justificativas estavam mais voltadas para
Campinas - SP, foi possível entender sua dinâmica, suas carências e questões sociais e financeiras.
potencialidades, sendo que, a escolha dos projetos referenciais visa trazer
uma base sólida de conceitos já aplicados anteriormente e que podem Já Owen, Fourier e Godin, tiveram suas propostas marcadas por
vingar se aplicadas ao projeto que será desenvolvido neste trabalho. grandes edifícios comunitários e um programa baseado na setorização
de funções por pavimentos e a constante presença da natureza como
Já na transição entre o século XIX e XX, época marcada pela circundante aos edifícios e nos pátios internos. Todos essas idéias serviram
revolução industrial, o espaço urbano vem convivendo com problemas como contributos para o modelo de Corbusier, que teve mais visibilidade
sociais e ambientais como: pobreza, habitações precárias, equipamentos na divulgação das idéias do urbanismo progressista. A cidade proposta
sociais insuficientes, falta de espaços de lazer, inexistência de coleta de lixo por Le Corbusier organizam-se através da separação das funções urbanas,
e saneamento básico, congestionamento, ruas estreitas que dificultavam multiplicação dos espaços verdes, criação de protótipos funcionais e
a circulação do ar e dos raios solares, poluição, falta de espaços verdes racionalização do habitat coletivo (BENÉVOLO, 197:630).
e degradação do ambiente urbano e dos recursos naturais. Desde
então pensadores do século como William Morris, Ebenezer Howard, O movimento moderno considerou a natureza como uma solução
Robert Owen, Charles Fourier, Jean-Baptiste Godin, Le Corbusier e Frank para os problemas sócio-ambientais, uma vez que possibilitava uma
Lloyd Wright, desenvolveram propostas urbanísticas com o intuito de cidade mais saudável e salubre. No entanto esqueceram de considerar
solucionar os problemas urbanos da época. o uso consciente dos recursos naturais e energéticos, já que são fontes
finitas.
No entanto, segundo Choay (2000:contracapa) “As soluções dadas
pelo Urbanismo sempre estiveram baseadas na ideia de modelo, ou de Por fim, falaremos do ecobairro, que sugiu na década de 90 como
esquema ideal estabelecido aprioristicamente, a cujos ditames o projeto um bairro no sentido de comunidade, com foco em um conjunto de
urbanístico tem procurado até agora submeter, por um verdadeiro ato de medidas ecológicas alternativas para a redução do consumo de energia e
força, a realidade. […] Daí impor-se a conclusão de que não será possível de gases poluentes, otimização da infra-estrutura urbana e aproximação
superar semelhante estado de coisas sem recorrer a um Urbanismo da população com a natureza. Assim, de maneira geral, nesse modelo é
menos teórico e mais humano. É o que se começa a fazer em várias comum a utilização de energia solar e eólica, valorização dos caminhos
partes do mundo, graças, entre outros fatores, à força e realce que ganha para pedestres e bicicletas, preocupação com o desenho paisagístico,
dia-a-dia a questão ecológica e ambiental no horizonte da sociedade integração da agricultura no bairro e drenagem natural.
contemporânea.”

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91
aplicação das referências ao projeto
O ecobairro se aproxima da teoria de metabolismo urbano circular Um bom indicador do metabolismo urbano das cidades e bairros
proposta por Richard Rogers (2001) em contraposição ao metabolismo é a ferramenta proposta por Wackrnagel e Rees (1996), denominada
urbano linear, pois segundo Rogers o consumo deve ser reduzido e a como “pegada ecológica”. O cálculo da pegada ecológica é feito pela
reutilização maximizada, aumentando a eficiência da cidade e reduzindo contabilização dos fluxos de matéria e energia que entram e saem de
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seu impacto no meio ambiente. um sistema econômico, depois é preciso converter os fluxos em área
correspondente de terra ou água existente na natureza para sustentar
FIGURA IV-AL - CIDADES COM METABOLISMO LINEAR esse sistema, ou seja, segundo Bellen (2005:103) “(...) calcular a capacidade
Fonte: ROGERS (2001:31) de carga do ambiente”.
Segundo Rogers (2001), “as pegadas ecológicas das cidades
existentes já cobrem virtualmente todo o globo e, à medida que as
cidades crescem, aumenta a competição e exploração pelos recursos e
cresce assim também a pegada ecológica.” (GOMES, 2009:48)
O ecobairro tem uma estrutura de funcionamento que visa a
diminuição da pegada ecológica através de alternativas sustentáveis,
algumas das quais são um objetivo de implementação no Jardim Campo
Belo, conforme segue abaixo:
•  Centro de Treinamento para Educação Sustentável (edifício
FIGURA IV-AM - CIDADES COM METABOLISMO CIRCULAR energeticamente eficiênte - paineis solares e fotovoltáicos, reúso de
Fonte: ROGERS (2001:31) águas cinzas, panos de vidro que permitam a iluminação natural, etc);
•  Pontos verdes de lazer para convivência e prática de esportes por
exemplo (parques e praças públicas, com playground, quadras, pista
de cooper e demais infra-estruturas);
•  Postos de reciclagem e coleta de lixo à vácuo;
•  Ciclovias e calçadões;
•  Captação de águas pluviais e biovaletas;
•  Jardins Filtrantes® para tratamento do efluente sanitário.

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DIRETRIZES PROJETUAIS
“Cada sociedade e geração desenvolve
a sua própria forma de “habitat”

CAPÍTULO V
e configura o seu próprio modelo
respondendo às condições económicas, — O ECOBAIRRO
sociais e urbanas da sua época. A época
contemporânea tem necessidade — REDES TÉCNICAS AMBIENTAIS URBANAS
de caminhar para um modelo de
desenvolvimento compatível com o — DIRETRIZES PROJETUAIS
meio ambiente, como é preconizado
pelo desenvolvimento sustentável”. — PROGRAMA DE NECESSIDADES

GOMES, 2009:63. — POTENCIALIDADES E PROPOSTAS


2
O ECOBAIRRO 94

A sustentabilidade abrange um campo vasto e cheio de Dimensão e Densidade Urbana


contradições, porém prioriza o bem-estar humano e está sempre atrás de
alternativas que permitam a qualidade de vida aliada a longevidade do A dimensão é fundamental para suportar e justificar os custos
meio ambiente. Dessa maneira, é importante reconhecer a necessidade inerentes a redes de serviços e atividades locais para que seja possível
a gestão integrada dos fluxos de entrada e saída, segundo o estudo

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de construir bairros sustentáveis, moldando-os com os sistemas
naturais para chegarem o mais perto possível da auto-suficiência e do de metabolismos das cidades desenvolvido por Rogers (2001). Já a
desenvolvimento sustentável. densidade é importante para determinar a questão de acesso aos serviços,
reduzindo as distâncias e consequentemente a emissão de poluentes
Dessa maneira, um dos princípios desse projeto é buscar o atmosféricos. Esse princípio está relacionado com a diversidade de usos
reequilíbrio entre a natureza e a cidade, inserindo no tecido urbano do solo e com os espaços verdes em rede, os quais sempre devem ser
soluções ecológicas aliadas à criação de redes técnicas ambientais pensados em questão de centralidade e distribuição dentro do bairro,
urbanas. Dentro dessa proposta, o ecobairro representa a aplicação induzindo o deslocamento não motorizado.

3
concreta de um urbanismo compatível com o meio ambiente, reduzindo
os impactos ambientais causados pela vida na cidade e contribuindo
para a regeneração urbana e para sua expansão dentro dos parâmetros Espaço Verdes em Rede com Expressão Significativa
ecológicos.
A imagem do ecobairro é verde, sendo que essa estrutura verde
Segundo Gomes (2009), embora o ecobairro não seja um modelo deve permitir o equilíbrio da densidade urbana vigente. Dessa maneira,
de implementação do desenho urbano, pois é um conceito que permite a é importante projetar espaços abertos e integra-los com percursos para
valorização da identidade territorial de seus habitantes em paralelo com pedestres e para ciclistas que devem se desenvolver em corredores
a dinâmica social pré-existente; é possível enumerar alguns princípios verdes capazes de dar continuidade à estrutura ecológica existente.
orientadores na estrutura fundamental de um “bairro verde”, são eles:

1
“Os espaços verdes devem cumprir todas as suas funções, ou seja:
contribuir para o aumento de superfície permeável como infra-estrutura
Respeito e Valorização pela Estrutura Ecológica para a água urbana; concretizar espaços de recreação, espaços destinados
à agricultura urbana, enquadramento de percursos e edifícios; contribuir
O desenvolvimento urbano de um bairro deve preservar, integrar para o clima urbano; aumentar a biodiversidade e contribuir para retardar a
e se necessário equilibrar/ou compensar as áreas de reserva natural acumulação das substâncias de origem entrópica”. (GOMES, 2009:111)

4
existentes na estrutura biofísica do local. Dessa maneira, é preciso
considerar a manutenção da biodiversidade, assim como todas as outras
funções que influenciem na sua sobrevivência. Orientação Solar Favorável
Nesse aspecto, cabe ressaltar a importância dos conceitos É importante que o projeto de edifícios sempre considere
ecológicos, que serão abordados no decorrer deste capítulo, referentes a a orientação solar favorável ao uso de energias renováveis e ao
“Corredores ecológicos”, “Stepping Stones”, “Conectividade da Paisagem” aproveitamento da luz solar, fato que reduz o consumo e mantem o
e “Manchas”. conforto térmico dentro das edificações.

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5
95 O ECOBAIRRO
Esses princípios são importantes norteadores no planejamento
Transporte Público Energeticamente Eficiente
de um ecobairro, pois mostram as diretrizes sustentáveis para atingir
Desencorajar o Uso do Carro Privado um metabolismo circular. O intuito é fazer com o bairro tenha uma infra-
estrutura capaz de fazer circular os fluxos de entrada de saída, conforme
Todas as formas de transporte público dever dar preferência ao a figura abaixo:
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uso de biocombustíveis (biodiesel ou biogás), além de oferecer pontos de


parada estratégicos para um pequeno percurso a pé, fato que estimula a FIGURA V-A - METABOLISMO CIRCULAR
preferência pelo transporte coletivo ao invés do carro privado.

6
Fonte: Autora

Redução do Consumo Energético


Um ecobairro deve introduzir diferentes tipos de tecnologias em
busca da eficiência energética com a intenção de atingir a autonomia ENTRADA DE ALIMENTOS,
ÁGUA E MERCADORIAS EM GERAL
com o passar do tempo, reduzindo a dependência de energias não
renováveis.

7
RECICLAGEM

LIXO
Redução do Consumo da Água RECICLÁVEL PLANTAÇÃO
DE SUPRIMENTOS
LIXO
BÁSICOS
Aproveitamento Ecológico das Águas Pluviais NÃO-RECICLÁVEL

LIXO
Reaproveitamento das Águas Residuais SAÍDA DE LIXO ORGÂNICO
COMPOSTAGEM
E ESGOTO
Para reduzir o consumo de água é preciso rever comportamentos
que estão diretamente ligados ao desperdício, além de introduzir na CHORUME

infra-estrutura predial e em espaços públicos tecnologias que permitam a


redução e reutilização da água. Assim como a captação de águas pluviais
para reúso e o reaproveitamento de águas residuais após tratamento a USINA DE BIOGÁS
nível local.

8
ADUBO PARA
BIOGÁS
HORTAS E JARDINS
COMBUSTÍVEL

JARDINS
Reduzir, Reaproveitar e Reciclar os Resíduos Urbanos FILTRANTES IRRIGAÇÃO
TRANSPORTE
A reciclagem total dos resíduos urbanos já é uma realidade, dessa PÚBLICO
PIAS E VASOS
forma é fundamental que um ecobairro possua pontos estratégicos de SANITÁRIOS
coleta seletiva de lixo, além de uma central de compostagem. ÁGUA PARA
REÚSO

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as redes técnicas ambientais urbanas 96

A rede técnica ambiental urbana é


Redes técnicas são todos os
composta por fixos que não se restrigem

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


tipos de meios conectados
a áreas verdes ou sistemas urbanos, ela
que permitem a circulação de
é formada por ambos, pontos existentes
informações ou elementos, cada
junto com pontos resultantes das
um no seu tempo, interligando-
potencialidades estudadas no local,
se aos demais e permitindo as
assim como a conectividade, planejada
integrações territoriais.
para otimizar os fluxos objetivos e
SANTOS (1982) subjetivos.

REDES TÉCNICAS AMBIENTAIS URBANAS

Rede é um conjunto de pontos Na rede técnica ambiental os


ou nós conectados entre si fixos são áreas verdes urbanas
por segmentos – arcos – que e os fluxos são representados
viabilizam o intercâmbio de pelas informações provenientes
fluxos – de bens, pessoas, idéias dos agentes sociais e sua forma
ou informações – entre os de ocupação/uso do espaço.
diversos pontos da estrutura.
DEMANTOVA (2009)
ALBAGLI (2004)

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97
as redes técnicas ambientais urbanas
“Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, FIGURA V-B - OCEAN PARKWAY, BROOKLYN - NYC
e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e Fonte: nycbikemaps.com
os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura”
(CASTELLS, 1999:497).
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Embora a forma de organização em redes não seja exclusiva da


vida moderna, a tecnologia informacional resultante da globalização
nos trás a base material para entender a estrutura social dos espaços
urbanos. Isso porque, segundo Castells (1999), a lógica das redes permite
a expressão em alto nível dos interesses sociais específicos, funcionando
como um mapa das ações sociais em determinado tempo.
A conexão entre as pessoas e o lugar e os recursos existentes são
de grande importância como um estudo básico para a compreensão da
complexidade socioambiental existente. Dessa maneira, o levantamento
das redes em funcionamento no bairro Jardim Campo Belo é fundamental
para a percepção das potencialidades para a futura intervenção e
criação de novos fixos e fluxos capazes de otimizar a qualidade de vida
socioambiental e econômica da população.
A origem das ideias relacionadas ao fortalecimento entre
conexões da rede técnica, começou com Frederick law Olmsted em seus
projetos de estrada-parque. Olmsted reconheceu a potencialidade dos
espaços verdes lineares para promover o acesso aos parques urbanos,
resolvendo estender o trajeto como conectores entre parques de bairros
próximos. Essas pistas lineares projetadas com grande largura e diversas
vegetações no seu decorrer foram chamadas de parkways, ou estradas-
parque e tinham como intuito principal aumentar a qualidade ambiental
e de vida nas cidades.
Uma das mais famosas estradas-parque projetadas por Olmsted
na tentativa de atingir um ajuste entre natureza e sociedade, é a Ocean
Parkway - Brooklyn, NYC (1874). Ela liga o Prospect Park à Coney Island
com aproximadamente 8 km de via.

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as redes técnicas ambientais urbanas 98

O sistema de redes técnicas ambientais urbanas que pretende materiais e recursos físicos, e sim segundo sua dimensão relativa, a
ser instalado no Jardim Campo Belo - Campinas, visa fortalecer conexões qual considera o espaço como um sistema de objetos interconectados
já existentes e acrescentar novos nós de acordo com o estudo de submetidos às ações sociais e ambientais.
potêncialidades. Assim como foi visto no levantamento de informações
Dessa forma, embora reconhecida a importancia da questão

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sobre o bairro no capítulo III, a populução é extremamente carente e a
região não tem infra-estrutura suficiente para proporcionar condições ambiental, as redes técnicas propostas não se limitarão a dimensão
básicas de vida. Em consequência, as redes técnicas existentes são muito ecológica da sustentabilidade, e sim a gestão da sustentabilidade em
fracas, o que as tornam suscetíveis a mudanças, fato que torna viável a todas as suas dimensões, pois o escopo de uma intervenção urbana deve
intervenção proposta por este trabalho. ser composto por todos os fatores influentes na complexa e dinâmica
vida na cidade.
A questão ambiental está em frequente discussão na atualidade,
e visto que, a qualidade do meio ambiente urbano tem sido um fator Portanto, as redes técnicas ambientais urbanas foram nomeadas
que está diretamente ligado com a qualidade de vida nas cidades, a dessa maneira, pois visam priorizar a infra-estrutura verde no desenho
rede técnica proposta para o Jardim Campo Belo terá como prioridade urbano desde que sejam compatíveis com as demais layers que compõe
valorizar a infre-estrutura verde, tornando-o um ecobairro. o espaço em estudo. Sendo que, as propostas de fixos e fluxos, estarão
ligadas com as potêncialidades identificadas como possíveis indutores
Assim como foi exposto no capítulo II, a questão territorial não de requalificação sócioambiental no Jardim Campo Belo.
deve ser estudada em escala absoluta, constituída apenas por elementos

FIGURA V-C - ENTARDECER NO JARDIM CAMPO BELO


Fonte: Autora

“(...) a essência do espaço é social.”


- Milton Santos, 1985.

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99
diretrizes projetuais
Nesta etapa do trabalho serão apresentados levantamentos ZONA 03
do Jardim Campo Belo que permitem o traçado inicial das diretrizes
projetuais. Dessa maneira, devido ao enfoque ambiental adotado como • Zona residêncial, destinada aos usos habitacionais unifamiliares e
partido de projeto, a primeira preocupação foi investigar a interferência multifamiliares: o comércio, os serviços e as instituições de âmbito
local serão permitidos com restrições quanto à localização.
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

das leis ambientais e de uso do solo para a região.


Sendo assim, é possível analisar no MAPA V-A a presença de um • Zona com permição de comércio de serviços especiais.
córrego que sofre bifurcação pouco antes de chegar ao Campo Belo, ZONA 18
atingindo-os em dois pontos distintos, um do lado oeste e outro do lado
leste, funcionando praticamente como um divisor entre bairros. • Zona destinada à proteção de áreas e/ou espaços de interesse
ambiental e à preservação de edificações de interesse sócio-cultural.
Os recursos hídricos possuem áreas no seu entorno que são
protegidas pela Lei nº 4771/65 (ANEXO VII), para a preservação dos cursos Atualmente, duas quadras pertencentes a Zona 18, localizadas na
d´água, da paisagem, da estabilidade geológica, da biodiversidade, do Rua Dr. Ademir Cúbero Ruano já estão plenamente ocupadas cumprindo
fluxo gênico de fauna e flora e do próprio solo, a fim de garantir o bem- o tipo de uso determinado pela Lei. São nesses lotes que estão localizados
estar da sociedade. Essas áreas são chamadas de Áreas de Preservação o Centro de Saúde Jardim Campo Belo, a Escola Estadual Profª Celeste
Permanente (APPs), sendo que a ocupação ou o desmatamento dessas Palandi de Mello e o Centro de Referência de Assisntência Social.
áreas são considerados crimes ambientais previstos na Lei nº 9605/98
(ANEXO VIII).
FIGURA V-D - CRAS (CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL)
Segundo o IBRAM (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Fonte: Autora
Hídricos do Distrito Federal – Brasília Ambiental) a circulação de pessoas
e animais domésticos é proibida dentro das APPs, sendo que, somente
é permitido o transito para acesso à água desde que não haja corte
da vegetação nativa e não haja comprometimento à regeneração e
desenvolvimento das plantas. Além disso, em situações exclusivas, a ação
dentro das APPs podem ser autorizadas pelo IBRAM em caso de baixo
impacto ambiental, utilidade pública e/ou interesse social.
O MAPA V-B nos mostra o Zoneamento da região onde está
localizado o Jardim Campo Belo, revelando algumas diretrizes para o uso
e ocupação do solo. O bairro está inserido em duas diferentes faixas do
zoneamento: Zona 03 e Zona 18, nas quais, segundo a Lei nº 6031/88
(ANEXO IIX) referente ao Uso e Ocupação do Solo - Campinas, são
permitidos:

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DIRETRIZES AMBIENTAIS N
LEGENDA
1:7500

HIDROGRAFIA
ÁREA DE VÁRZEA
ÁREA DE PROTEÇÃO
PERMANENTE (APP)
ÁREA VERDE
CURVAS DE NÍVEL
DE 1M EM 1M

Macrozona 07

MAPA
V-A
ZONEAMENTO N
LEGENDA
SEM ESCALA ZONA 18
Zona destinada à proteção
de áreas e/ou espaços de
interesse ambiental e à
preservação de edificações
de interesse sócio-cultural.

ZONA 03
Zona com permição de
comércio de serviços
especiais

ZONA 03
Zona residêncial, destinada
aos usos habitacionais
unifamiliares e multi:
o comércio, os serviços e as
instituições de âmbito local
serão permitidos com
restrições quanto à
localização.

Macrozona 07

MAPA
V-B
diretrizes projetuais 102

Após tomar conhecimento da influencia das leis ambientais TABELA V-A - COMÉRCIOS E SERVIÇOS
e de uso e ocupação do solo na região, juntamente com a análise das Fonte: Autora
condicionantes feita no capítulo III já seria possível levantar algumas LISTA DE COMÉRCIOS E SERVIÇOS NO JARDIM CAMPO BELO
potencialidades projetuais, no entanto é preciso conhecer mais TIPO NOME ENDEREÇO

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detalhadamente a área de interversão, por isso foi feito o mapeamento MEU KIOSK LANCHES Rua Um, s/n
lote a lote dos usos e ocupações existentes no bairro. MERCADO FOLHA VERDE Rua Um, s/n
CARNES AMÉRICA Rua Um, s/n
Analisando o MAPA V-C é possíver perceber claramente como os BICICLETARIA BAR Rua Um, 82
comércios e serviços do bairro estão predominantemente concentrados BAR FORRÓ RAGGAE Rua Um, s/n

ALIMENTAÇÃO
na Rua Um, que fica paralela a Rod. Miguel Melhado Campos, sendo RESTAURANTE CAIPIRÃO Rua Um, s/n
assim a principal rua de acesso ao Jardim Campo Belo. Nessa rua também BAR CRISTAL Rua Um, s/n
LOJA DO IRMÃO R. Doutor Alcindo Duarte da Conceição, 777
é muito comum a presença de vendedores ambulantes e feiras livres nos
PADARIA NOVA ERA R. Doutor Alcindo Duarte da Conceição, 812
finais de semana.
AÇOGUE JM R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 626
O segundo foco comercial se desenvolve ao longo do eixo viário SIDINELSON LANCHONETE R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 446
SORVETERIA R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 236
asfaltado que corta o bairro de norte a sul, a R. Doutor Mathias José de
BAR N. SRA. DA CONCEIÇÃO R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 72
Barros Ponikwar. CENTER CARNES R. Doutor Mário Januário Matallo, 719
GOMES TINTAS Rua Um, s/n
FIGURA V-E - JARDIM CAMPO BELO EM DIA DE FEIRA - RUA UM ALPHA CONSTRUÇÕES Rua Um, s/n

CONSTRUÇÃO
MATERIAIS DE
Fonte: Google Photos CASA DA CONSTRUÇÃO Rua Um, s/n
SP MATERIAIS CONSTRUÇÃO Rua Um, s/n
ARAÚJO & OLIVEIRA R. Doutor Alcindo Duarte da Conceição, 46
TAPEÇARIA FIRMINO R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 634
SUSI CONSTRUÇÕES R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 103
MÓVEIS CAMPO BELO Rua Um, s/n

CONSUMO
BENS DE
FABI GÁS Rua Um, 107
BAZAR ARMANDINHO Rua Um, s/n
MÓVEIS USADOS R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 448
VENEZA CENTRO
Rua Um, s/n
AUTOMOTIVO
BORRACHARIA FL Rua Um, 80
CHAVEIRO ANDRÉA R. Irineu dos Santos, 359 
SERVIÇOS

CANTINHO DA BELEZA R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 612


ACESSÓRIOS AUTOMOTIVOS R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 315
KNK ELETRÔNIC0S R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 524
OFICINA DO CARMO R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 121
RECANTO DO JENINHO FESTAS
R. Doutor Mathias José de Barros Ponikwar, 84
E EVENTOS

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103
diretrizes projetuais
FIGURA V-F - COMÉRCIOS NA RUA UM
Fonte: Google Photos
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USOS N
LEGENDA
1:5.000
RODOVIA MIGUEL
MELHADO CAMPOS
EIXOS COMERCIAIS

CURVAS DE NÍVEL
DE 1M EM 1M
PREDOMÍNIO DE
USO COMERCIAL

PREDOMÍNIO DE
USO RESIDENCIAL

INSTITUCIONAL

SEM OCUPAÇÃO

ÁREAS VERDES

ÁREAS DE MATA
NATIVA

Macrozona 07

MAPA
V-C
diretrizes projetuais 106
1. Lotes Murados não Utilizados:
Desde os anos 70 o debate sobre vazios urbanos vem ganhando
importância no Brasil, isso porque o processo de crescimento das São os terrenos fechados que a população não tem acesso, dessa forma
cidades em direção a periferia sempre apresentava terrenos vagos em permanecem intactos, sem intervenção no cotidiano do bairro.
seus interstícios, os quais eram mantidos fora do mercado à espera da 2. Lotes Abertos com Utilização Indireta:

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valorização imobiliária. Dessa maneira, na mesma época, o Conselho
Nesses lotes foram observadas utilizações inapropriadas desenvolvidas
Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU) incluiu no projeto de lei pela população local, como despejo de lixos e entulhos, além de servirem
de desenvolvimento urbano o IPTU progressivo para os terrenos vazios. como “estacionamentos” em alguns casos.
O tema logo chegou à Constituição de 1988, na qual foi reconhecida a
função social da propriedade, aplicado pelo Estatuto da Cidade - LEI No 3. Lotes Abertos com Utilização Direta:
10.257/01 (ANEXO IX) segundo as diretrizes: Os lotes abertos com utilização direta tem em sua maioria a característica
de corredor, ou seja, eles permitem algum tipo de atalho, ligando um lado
“(...) garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como ao outro das ruas, por exemplo. Além disso, foi observado o uso continuo
o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra- dessas áreas para recreação, já que o bairro não possui espaços de lazer
estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao adequados, existe apenas um campo de futebol que fica localizado ao
lazer, para as presentes e futuras gerações.” lado do Centro de Saúde.
4. Lotes Abertos com Forração Verde:
O texto Constitucional deixa claro que, além de recriminar a
especulação imobiliária, defende a utilização da terra em benefício Por fim, os lotes verdes foram classificados segundo sua característica
social, sendo eu não basta apenas ocupar a terra vazia, mas sim induzir a morfológica, são áreas que possuem forração verde natural sem um tipo
de uso predominante, porém representam importantes pontos para a
função social através da oferta de moradias populares ou de serviços e
proposta de rede técnica ambiental.
equipamentos destinados a população, visto que dessa maneira o direito
à cidade sustentável seria garantido (CARDOSO, S/D). FIGURA V-G - EXEMPLO DE LOTE VERDE
O Jardim Campo Belo possui aproximadamente 92.000m² de lotes Fonte: Autora
desocupados, número que representa cerca de 20% do total de terrenos
existentes no bairro. Esses espaços costumam ser vistos pela população
como áreas “mortas”, sem identidade e sem vigor, como se fossem “terras
de ninguém”, assim passam a fazer uso próprio, desde que tenham acesso,
trazendo algum tipo de funcionalidade ao local.
No bairro em estudo, foi possível perceber alguns tipo de uso
que a população faz desses lotes sem ocupação, dentre eles estão os
“atalhos” e o uso recreativo. Conforme é possível observar no MAPA V-D,
para efeito de estudo, foi feita uma classificação com quatro categorias
características dos lotes desocupados na região, classificação que
direcionará a montagem das redes no programa de necessidades.

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LOTES SEM OCUPAÇÃO N
LEGENDA
1:5.000
RODOVIA MIGUEL
MELHADO CAMPOS
CURVAS DE NÍVEL
DE 1M EM 1M

LOTES MURADOS
NÃO UTILIZADOS

LOTES ABERTOS COM


UTILIZAÇÃO INDIRETA

LOTES ABERTOS COM


UTILIZAÇÃO DIRETA

LOTES ABERTOS COM


FORRAÇÃO VERDE

ÁREAS VERDES

ÁREAS DE MATA
NATIVA

Macrozona 07

MAPA
V-D
programa DE NECESSIDADES 108

REDE DE INFRA-ESTRUTURA VERDE


PARQUE PÚBLICO

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•  Ecologia:
Jardins Filtrantes®, Hortas e Viveiro;
Trilhas, Espaço Verde para descanso e comtemplação;
•  Esporte e Lazer:
Quadras, Jogos, Ciclovias, Cooper, Playground, Churrasqueiras;
•  Serviços:
Centro de Educação Ambiental (Greenmaps);
Alimentação, Vestiários, Estacionamento;
•  Cultura:
Centro Histórico Jardim Campo Belo e Aeroporto de Viracopos
Telescópios para observação;
Fonte: Ícones Green Map®
ECOTIETÊ - SP
Fonte: Ecotietê

GREENWAYS/PARKWAYS - VIAS VERDES


•  Asfalto Ecológico (mais duradouro e permeável);
•  Biovaletas (Infiltração de águas pluviais);
•  Ciclovias e estações de aluguel de bicicletas;
•  Corredor Verde (ligação entre os pontos da rede);
Fonte: Ícones Green Map®

BIOVALETA EM PORTLAND
Fonte: Nathaniel S. Cormier
EASTERN PARKWAY EM NY
Fonte: fredericklawolmsted.com

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109
programa DE NECESSIDADES
REDE DE INFRA-ESTRUTURA VERDE
JARDINS FILTRANTES®
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•  Tratamento do Efluente Doméstico;


•  Captação e Tratamento de águas pluviais;
•  Tratamento do chorume proveniente da compostagem;
•  Regeneração da Biodiversidade e da Paisagem;
Fonte: Ícones Green Map®
JARDINS FILTRANTES EM AMIENS, FRANÇA
Fonte: Phytorestore

VIVEIRO
•  Plantação e cultivo de espécies nativas,
principalmente as plantas utilizadas nos
Jardins Filtrantes® e Hortas;
•  Controle de qualidade das espécies vegetais;
Fonte: Ícones Green Map®
VIVEIRO “TE AMO SÃO PAULO”
Fonte: Itubanaiá

HORTA URBANA
•  Cultura de frutas e legumes para consumo
da população carente e venda em feiras
livres orgânicas locais;
•  Função pedagógica: hortas como
instrumento de educação ambiental;
Fonte: Ícones Green Map®
HORTA URBANA EM SETE LAGOAS-MG
Fonte: emater.mg.gov.br

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programa DE NECESSIDADES 110

REDE DE RESÍDUOS
CENTRAL DE COMPOSTAGEM E RECICLAGEM

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•  Setor de Triagem (Reciclável, Compostável, Rejeito)
COMPOSTAGEM:
•  Setor de Preparo de leiras e Mistura do Composto;
•  Setor de Maturação e Humidificação do Composto;
•  Setor de Peneiramento e Distribuição/Comercialização do Adubo;
RECICLAGEM
•  Setor de Fragmentação;
•  Movimentação de Cargas;
•  Oficinas de Reciclagem (Madeira, Papel, Plástico, etc);
•  Central de Distribuição/Comercialização de matéria-prima para
indústrias/confecções artesanais com material reciclado;
Fonte: Ícones Green Map®

USINA DE RECICLAGEM EM JUÍZ DE FORA-MG


Fonte: demlurb.pjf.mg.gov.br

ECOPONTOS - COLETA SELETIVA DOS RESÍDUOS URBANOS


•  Contentor Verde (Vidros)
•  Contentor Azul ( Papel)
•  Contentor Amarelo (Plástico e Metal)
•  Contentor Vermelho (Pilhas)
•  Central Ecoponto ( sofás, armários, cadeiras, camas, colchões,
eletroeletrônicos, eletrodomésticos, equipamentos de
informática, som e telefonia usados, entulhos de construção)
Fonte: Ícones Green Map®
ECOPONTO CODECA
Fonte: Codeca

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111 programa DE NECESSIDADES
REDE DE ESPORTE E LAZER
PLAYGROUND ECOLÓGICO
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•  Estrutura em toras de madeira e bambu;


•  Uso de materiais reciclados em parceria com as oficinas de
reciclagem do bairro - plástico, cordas, pneus, etc;
•  Piso tipo Pisoleve®Seguro, feito com 100% de borracha
de pneu reciclada drenante e poliuretano, conta com
proteção UV e é antichama;
Fonte: Ícones Green Map® PLAYGROUND ECOLÓGICO -CAMPINAS DECOR 2010
Fonte: Campinas Decor

QUADRA POLIESPORTIVA
•  Pintura do piso com tinta mineral sustentável tipo Solum®, feita a
base de água e pigmentos extraídos da terra de jazidas;
•  Vestiários Feminino e Mesculino energeticamente eficiêntes e
reúso de água nos vasos sanitários;

Fonte: Ícones Green Map®


COLÉGIO VITAL BRASIL -SP
Fonte: Vital Brasil

PRAÇAS TEMÁTICAS * INTERSECÇÃO COM A REDE VERDE


•  Praça do Alongamento (aparelhos públicos de ginástica);
•  Praça do Skate (pista de skate e convivência de jovens);
•  Praça Seca (ponto de encontro e convivência);
•  Praça de Jogos (jogos de mesa e convivência);

Fonte: Ícones Green Map® ESPAÇOS PÚBLICOS EM PEDREIRA-SP


Fonte: pedreira.gov.sp

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programa DE NECESSIDADES 112

REDE DE CULTURA E CAPACITAÇÃO


CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL*

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INTERSECÇÃO COM A REDE VERDE

•  Cusos nas áreas: Jardinagem, Treinamento para o Desenvolvimento


Sustentável e Meio Ambiente, Administração/Gerenciamento, Logística,
Linguas, Aplicativos/Computação, Gastronomia;
•  Recicloteca: Cursos e Oficinas de Reciclagem e Artesanato;
•  Espaço destinado à feiras livres e comercialização;
•  Infra-estrutura: Administração, Alimentação, Biblioteca, Laboratório de
Informática, Salas de Aula, Sanitários, etc.
Fonte: Ícones Green Map® SENAC CAMPINAS
Fonte: SENAC

CENTRO HISTÓRICO JARDIM CAMPO BELO E VIRACOPOS


•  Histórico do Aeroporto de Viracopos e a relação com o surgimento do bairro;
•  Memorial com fotos antigas, processo de crescimento do bairro e estágio
futuro pretendido de ecobairro, com fotos de obras e explicações do
funcionamento de cada infra-estrutura proposta;
•  Telescópio para observação dos aviões;

Fonte: Ícones Green Map®

MEMORIAL TAM3054 CPNGONHAS-SP


ROTA DE VÔO -VISTA DO JARDIM
CAMPO BELO, CAMPINAS.

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FLUXOGRAMA DE RELAÇÃO ENTRE AS REDES
LEGENDA
CARACTERÍSTICAS
DO BAIRRO

REDE DE CULTURA
E CAPACITAÇÃO

REDE DE RESÍDUOS

REDE DE LAZER E
ESPORTES

REDE VERDE

ÍCONES
Fonte: Green Map®

FIGURA
V-H
potencialidades e propostas 114
A partir dessas informações é possível dar início ao traçado nem é ao menos asfaltada, embora seja larga e ampla a circulação é
das redes técnicas existentes no bairro e começar a identificar suas muito ruim, pois existem buracos no chão e não há diferenciação alguma
potencialidades. A primeira rede que será apresentada a seguir é a rede entre faixa de veículos e faixa de pedestres.
do sistema viário, que se desenvolve principalmente nas ruas asfaltadas.
Dessa maneira, após cortar a rodovia em algum ponto aleatório,

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


O sistema todo é um caos, pois não existem leis de trânsito no disputar o espaço com os pedestres na rua um ainda resta o desafio de
local. Vindo da Rod. Miguel Melhado Campos sentido vinhedo, pista de encontrar a Rua Dr. Mathias José de Barros Ponikwar, outro eixo viário
mão dupla simples, as tentativas de adentrar no bairro são frustrantes e comercial, que oferece melhores condições de circulaçao no sentido
perigosas, não existe uma entrada sinalizada para o Campo Belo, semáforo norte-sul do bairro. Essa sim é uma via asfaltada regular e com calçadas
ou qualquer tipo de segurança para os pedestres e ciclistas que circulam largas para circulação dos pedestres, porém os ciclistas disputam
pelo local. A Rua Um, paralela a Miguel Melhado Campos, que concentra perigosamente o espaço com os carros. Esse padrão se repete nas demais
grande parte do comércio local e deveria ser o cartão postal do bairro, vias arteriais indicadas no MAPA V-E.

MAPA V-E - REDE VIÁRIA EXISTENTE


Fonte: Autora
N
NT
MO
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S AN
D. 1:10.000
RO

ÁREA DE
INTERVENÇÃO

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VIAS EXPRESSAS

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115 potencialidades e propostas
FIGURA V-I - RODOVIA MIGUEL MELHADO CAMPOS
Fonte: Autora
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1 NESTA FOTO O CARRO COMETE UMA


INFRAÇÃO, CORTANDO A RODOVIA DE
AINDA NA MESMA CENA É POSSÍVEL OBSERVAR
O PERIGO EMINENTE DE ATROPELAMENTO
DO CICLISTA QUE É OBRIGADO A ANDAR NO
2 FAIXA CONTINUA PARA ENTRAR NO JD.
CAMPO BELO.
ACOSTAMENTO DEVIDO A FALTA DE CICLOVIA.

O PEDESTRE TAMBÉM NÃO TEM UM ESPAÇO


ADEQUADO PARA CAMINHAR E ACABA
ANDANDO NAS MARGENS DA RODOVIA, SEM
NENHUMA SEGURANÇA.
3
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potencialidades e propostas 116

É provável que a Rua Um devesse funcionar como uma marginal • Utilização dos modelos de vias-verdes;
da Rodovia Miguel Melhado Campos, no entanto o primeiro erro está em
não considerá-la como uma Avenida, visto que o trânsito local deve ser • Pavimentação de todas as ruas do Jardim Campo Belo com asfalto
ameno por se tratar de uma via que corta o bairro e tem alto fluxo de ecológico e biovaletas;

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pedestres e ciclistas. • Definição de sentidos obrigatórios dos fluxos de carros em todas as
Dessa forma, é proposta desse trabalho fazer um redesenho ruas do bairro;
de todo o sistema viário do Jardim Campo Belo a fim de promover a • Adição de ciclovias em algumas ruas arteriais internas do bairro,
segurança dos pedestres, ciclistas e dos própios veículos, já que cada um formando um circuito planejado para os ciclistas se locomoverem
deve ter uma faixa de circulação definida. Fazem parte dessa proposta: com mais facilidade e segurança;
• Transformação da Rodovia Miguel Melhado Campos em Avenida, • Redistribuição dos pontos de parada dos ônibus, prevendo
com inclusão de semáforos, canteiro central, ciclovia e alargamento distâncias máximas de deslocamento a pé, fato que pretende
das pistas incorporando a atual Rua Um ao desenho da Avenida; estimular o uso do transporte público;

FIGURA V-F - CORTE ESQUEMÁTICO DA VIA VERDE PRETENDIDA PARA A


AVENIDA MIGUEL MELHADO CAMPOS
Fonte: Autora

1% 2% 2% 2% 2% 1%

VIA DUPLA PAVIMENTADA


COM ASFALTO ECOLÓGICO CICLOVIA CALÇADA
BIOVALETAS LATERAIS
CAPTAÇÃO DAS BIOVALETA CENTRAL
ÁGUAS PLUVIAIS JARDINS FILTRANTES
PARA TRATAMENTO
DAS ÁGUAS PLUVIAIS

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117
potencialidades e propostas
FIGURA V-G - CORTE ESQUEMÁTICO DA VIA VERDE PRETENDIDA PARA AS FIGURA V-I - TRAÇADO INICIAL PARA ESTUDO DAS VIAS
VIAS ARTERIAIS NO INTERIOR DO BAIRRO Fonte: Autora
Fonte: Autora
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AV. MIGUEL MELHADO CAMPOS


VIASAV. MIGUEL MELHADO CAMPOS
ARTERIAIS
VIAS ARTERIAIS
VIAS SECUNDÁRIAS
1% VIAS SECUNDÁRIAS
2%

1% CALÇADA
CALÇADA 2% CICLOVIA
VIA ÚNICA PAVIMENTADA
COM ASFALTO ECOLÓGICO
BIOVALETA LATERAL
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
CALÇADA CALÇADA
VIA ÚNICA PAVIMENTADA CICLOVIA
COM ASFALTO ECOLÓGICO
BIOVALETA LATERAL
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
FIGURA V-H - CORTE ESQUEMÁTICO DA VIA VERDE PRETENDIDA PARA AS
VIAS SECUNDÁRIAS NO INTERIOR DO BAIRRO
Fonte: Autora

2% 1%

CALÇADA 2% 1% CALÇADA
VIA ÚNICA PAVIMENTADA
COM ASFALTO ECOLÓGICO
BIOVALETA LATERAL
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS
CALÇADA CALÇADA
VIA ÚNICA PAVIMENTADA
COM ASFALTO ECOLÓGICO
BIOVALETA LATERAL
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

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potencialidades e propostas 118

Ainda dentro da rede viária, além de propor a qualificação Essa intervenção se deve ao fato da Av. Quatro cortar uma
das ruas existentes através do conceito de vias-verdes, será proposto importante estrutura ecológica marcada pela mancha de cor verde
nesse trabalho a “demolição” de dois trechos da Av. Quatro, localizada escuro. O desenvolvimento urbano de um bairro deve preservar, integrar
na fronteira norte do bairro. Essa intervenção será feita no segmento e se necessário equilibrar/ou compensar as áreas de reserva natural

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que liga o Jardim Campo Belo à Vila Palmeiras I, e ao Jardim São João, existentes na estrutura biofísica do local. Dessa maneira, é preciso
conforme mostra o MAPA V-F: considerar a manutenção da biodiversidade, assim como todas as
outras funções que influenciem na sua sobrevivência. Dessa maneira,
MAPA V-F - CONEXÃO ENTRE BAIRROS a reconexão desses pontos de mata nativa visam facilitar os fluxos
Fonte: Autora (Base: Google Earth) biológicos através da homogeneidade da unidade da paisagem – a mata,
formando um corredor ecológico.
MAPA V-G - REESTRUTURAÇÃO ECOLÓGICA PROPOSTA
Fonte: Autora (Base: Google Earth)

TRECHOS VIÁRIOS A
SEREM DEMOLIDOS
CIDADE
SINGER
JARDIM
SÃO JOÃO
JARDIM
CAMPO BELO I VILA
JARDIM PALMEIRAS II
COLUMBIA

JARDIM VILA
CAMPO BELO II PALMEIRAS I

M
RGE
JARDIM
PUCCAMP JARDIM
CAMPO
BELO III JARDIM
MARISA
JARDIM
D. GILBERTO
JARDIM
JARDIM SÃO DOMINGOS
ARDIM
ITAGUAÇU I
NANDA II

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119
potencialidades e propostas
A conexão de pontos verdes em uma rede ecológica é muito ecológico, são os stepping stones, que em português significam“trampolins
importante para garantir a qualidade ambiental. É evidente que em um ecológicos” ou “pontos de ligação”. Podem ser definidos como pequenas
ambiente urbano a continuidade ininterrupta de uma mancha verde ou áreas de habitat natural dispersas pela matriz e que podem, dependendo
de um corredor ecológico é inviável, afinal as cidades são compostas do fator escala, facilitar os fluxos entre manchas (FORMAN, 1995).
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de redes sobrepostas que se encontram em pontos de intersecção e se


cortam, transpassam de acordo com as hierarquias urbanas. O Jardim Campo Belo possui áreas potênciais para o
desenvolvimento de pontos verdes conectados em uma rede ecológica
No entanto, encontramos na ecologia da paisagem um conceito e de infra-estrutura verde. São os lotes da classificação 4 - Lotes Abertos
que permite a convivência harmoniosa entre o meio urbano e o meio com Forração Verde -, os quais apresentam, em sua maioria, árvores
nativas e gramíneas por toda a extensão.

MAPA V-H- REDE VERDE EXISTENTE (REPRESENTADA


PELOS LOTES TIPO 4)
Fonte: Autora

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potencialidades e propostas 120

Apesar da importância dos pequenos núcleos para a montagem Assim como está descrito no programa de necessidades, pretende-
da rede, o grande potencial está no maciço verde à leste do bairro, no se implantar também nessa área a Tecnologia de Jardins Filtrantes® para
qual será proposto o projeto de um Parque Público. Os parques são áreas o tratamento/refinamento de esgoto doméstico do bairro, visto que o
muito importantes para a cidade, pois além de permitirem o contato da Jardim Campo Belo não possui rede de esgoto.

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população com a natureza e representarem espaços de lazer, convívio
e prática de esportes, também funcionam como um pulmão urbano, Os Jardins Filtrantes® são estruturas naturais que utilizam a
estando diretamente ligados com a qualidade de vida socioambiental. propriedade de degradação dos rizomas das plantas para promover a
quebra de moléculas, resultando na despoluição das águas residuais. A
implementação dos jardins tem a capacidade de restaurar paisagística
FIGURA V-J - SITUAÇÃO ATUAL DO LOCAL
e ecológicamente o ambiente, sempre se apoiando na biodiversidade
Fonte: Autora
local, assim além de resultar em efluente tratado, a implantação dos
Jardins Filtrantes® proporciona ambiente agradável para convivência e
também a valorização da paisagem.
O diferencial desta tecnologia também está na sustentabilidade
econômica, pois o custo é baixo quando comparado com a construção
de uma ETE convencional, sendo que o maior diferencial está na
manutenção, que não utiliza produtos químicos e a capacitação da mão-
de-obra é simples.

FIGURA V-K- PARC DU CHEMIN DE L’ILE, PARIS - FRANÇA


Fonte: Imagens cedidas pela Phytorestore Brasil

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potencialidades e propostas
FIGURA V-K- JARDINS FILTRANTES® EM HONFLEUR - FRANÇA
OS CINCO PRINCÍPIOS DOS JARDINS FILTRANTES®

1
Fonte: Imagens cedidas pela Phytorestore Brasil
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Princípio de tratamento: um Jardim Filtrante® é antes de tudo


uma estação de tratamento de poluentes. O Jardim é dimensionado e
as plantas são escolhidas em função da poluição e dos dejetos a serem
tratados. Existe um compromisso de resultados garantidos.

2 Princípio paisagistico: um Jardim Filtrante® é ainda uma criação da


paisagem única, concebida como um parque ou jardim público acessível
a todos.

3 Princípio da biodoversidade: um Jardim Filtrante® é concebido com


o objetivo de favorecer a biodiversidade, criando áreas de conservação
para a fauna e a flora. As espécies escolhidas fazem parte do meio
ambiente local.

4 Princípio econômico: um Jardim Filtrante® é fabricado com a ajuda


de técnicas simples e econômicas por empresas locais. Representa uma
solução menos onerosa do que as normalmentes praticadas.

5 Princípio de gestão: um Jardim Filtrante® é um espaço que necessita


de manunteção similar à de uma área verde. Ao fim de um período de 10
anos será necessária uma limpeza, cada realização é entregue com um
plano de manutenção para um período de 2 anos.

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potencialidades e propostas 122

Outros dois núcleos de destaque na rede verde são as hortas FIGURA V-M- VIVEIRO DE INHOTIM
urbanas e o viveiro de mudas. A produção local é muito representativa Fonte: inhotim.gov.br
para uma população carente, pois permite o acesso a gêneros alimentícios
sem compromentimento financeiro e ainda é uma possibilidade de renda

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alternativa.
O viveiro no Jardim Campo Belo será uma importante fonte
para o fornecimento de plantas necessárias na implantação dos Jardins
Filtrantes® e para futuras reposições nas manutenções, colaborando
não só na sustentabilidade ecológica, mas também na sustentabilidade
econômica.
As hortas e viveiros ainda podem exercer uma importante função
pedagógica na educação ambiental. A participação das crianças e adutos
desde o processo de plantio até a colheita tornam o processo mais
interativo e atraente, induzindo a formação de um “caráter ecológico”.

FIGURA V-L- CRIANÇAS NA HORTA DOS AMARAIS


Foto: Marcelo Almeida

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potencialidades e propostas
MAPA V-I- PROCESSO DE PROPOSTA DA REDE VERDE
Fonte: Autora
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situação atual reestruturação ecológica potencialidades conexão

Atualmente a região apresenta A primeira proposta para A potencialidade identificada para o As linhas trecejadas representam as
alguns pontos verdes, porém são reestruturação ecológica é fechar dois ponto amarelo, foi a criação de uma principais vias verdes responsáveis
áreas abandonadas e de baixa trechos da Av. Quatro e reconectar o praça referência para o bairro, na pela conexão entre os pontos
qualidade. coredor ecológico, permitindo o fluxo qual a frequência seria destinada ao potenciais, otimizando o fluxo pela
A população faz uso de alguns desses biológico. convívio, sem muita agitação de lazer rede verde.
espaços para lazer, principalmente Além disso, é necessário considerar as e esportes por estar localizada ao
as crianças, que adoram as áreas APPs, assim, serão plantadas novas lado do Centro de Saúde. Os pontos
abertas para jogar bola e brincar. vegetações ao longo do corrégo, em laranja, pelo contrário, seriam
A paisagem ecológica do estendendo a largura do corredor destinados a praças com atividades
local encontra-se visivelmente ecológico. mais agitadas, como skate e exercícios.
fragmentada pela Av. Quatro, que Ainda nesta etapa, foram Já os pontos em rosa, por serem
corta o suposto corredor de mata considerados três novos pontos extensos e próximos, seriam espaços
nativa. verdes de interesse, privistos segundo potenciais para hortas.
a lei de uso e ocupação do solo da Por fim, a grande mancha em salmão
região. completariam a rede com um parque
público/jardins filtrantes.

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potencialidades e propostas 124

Uma vez que a proposta de reestruturação ecológica com a Dessa maneira, esses pontos tem grande potencial para a
formação de uma rede verde foi proposta, é preciso pensar em sua implantação de ecopontos, afim de promover a coleta de lixo seletiva.
manutenção, caminhando sempre em direção a qualidade ambiental. Em paralelo a essa proposta, outras potêncialidades são a Central
Dessa forma, através da análise de usos feitos pela população dos terrenos de Reciclagem e Compostagem, as quais não precisam funcionar

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não utilizados (MAPA V-D), foi possível identificar mais uma rede, a “Rede necessariamente juntas caso a demanda de espaço seja muito grande,
de Resíduos”, nomeada dessa maneira pela grande presença de lixo e e um Centro de Educação Ambiental que conscientize a população da
entulho descartados de maneira inadequada nos lotes identificados no importância que a sustentabilidade tem, além de promover a capacitação
MAPA V-J, abaixo: para gestão dos recursos sustentáveis que serão implantados no bairro
em geral e oficinas de reciclagem, uma alternativa de renda.
MAPA V-J - REDE DE RESÍDUOS URBANOS EXISTENTE
NO JARDIM CAMPO BELO
Fonte: Autora

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125
potencialidades e propostas
O ecoponto já é uma realidade de sucesso e vem crescendo No distrito de Pirituba, em São Paulo, os ecopontos são distribuídos
cada vez mais no Brasil. O sistema é simples e pode ser implantados de em duas escalas: Ecoponto - para pequenos volumes de entrulho (até
diversas maneiras. Em primeiro lugar, o sistema de ecoponto se baseia 1m²); e Mini Ecoponto - para pequenos resíduos domésticos. E ainda
na entrega voluntária dos rejeitos aos locais determinadas para esse existe a Central Ecoponto, composta de diversas caçambas para coleta
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fim.Em segundo, os ecopontos podem funcionar em diferentes escalas de grandes objetos como: sofás, armários, cadeiras, camas, colchões,
para atender as diversas demandas que variam desde pequnos volumes eletroeletrônicos, eletrodomésticos, equipamentos de informática, som
de lixo doméstico, entulho e até mesmo grandes objetos como móveis e telefonia usados.
usados.

FIGURA V-N- ECOPONTO EM PIRITUBA-SP FIGURA V-O- CENTRAL ECOPONTO CODECA EM CAXIAS DO SUL
Fonte: pirituba.gov Fonte: Codeca

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FIGURA V-P- PROPAGANDA DA CNH COMPANY -2008


Fonte: cnh.com

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potencialidades e propostas

1
A coleta seletiva é uma ação voluntária que depende da CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
conscientização popular para dar certo. Dessa maneira, a proposta de
implantação do sistema de ecopontos está diretamente ligada com o Este local foi considerado potencial para a implantação do CCPEA,
Centro de Capacitação e Educação Ambiental, que pretende oferecer pois além de apresentar uma grande metragem disponível, fato que
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aos habitantes do Jardim Campo Belo e vizinhança cursos de gestão atende a demanda física da construção, a área está localizada no “portal”
ambiental, oficinas de reciclagem e cursos técnicos em diversas áreas, de entrada do bairro, onde o fluxo de pessoas é intenso, a visibilidade é
visando a indução do crescimento econômico vinculado a qualidade privilegiada e é de fácil acesso para todos.
ambiental.

2
MAPA V-K - POTENCIALIDADES PARA IMPLANTAÇÃO DOS NÚCLEOS CENTRAL DE RECICLAGEM E COMPOSTAGEM
Fonte: Autora
A potencialidade do ponto se justifica pelo tamanho do terreno
disponível, compatível com o porte físico da obra e pela localização
mais afastada, afinal o local terá um fluxo considerável de movimentação
2 de cargas residuais, a qual não é interessante ficar próximo a centros
de concentração comercial e populacional devido ao mal cheiro e a
3 interferência prejudicial ao tráfego veicular.

3
ECOPONTO CENTRAL

O Ecoponto central será destinado ao recebimento dos grandes


objetos em desuso, dessa maneira, será um ponto único, pois
requer uma infra-estrutura mais sofisticada em relação aos ecopontos
menores, que serão espalhados em pontos menores pelo bairro.
1
Novamente o local foi considerado potencial pelo porte físico
adequado e pela localização afastada do centro comercial e do fluxo
intenso de pessoas e carros, devido a movimentação de carga. Outra
vantagem da localização é a proximidade da Central de Reciclagem e
Compostagem, fato que facilita a transferência de cargas, colaborando
com a redução da emissão de poluentes na atmosfera.

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potencialidades e propostas 128

Os momentos de lazer são muito importantes para a manutenção entanto, embora as condições do campo sejam boas, sua localização é
da saúde física e mental das pessoas, além de ser um auxílio no combate completamente inadequada, uma vez que está ao lado do Centro de
contra o estresse e a depressão. Sendo assim a falta de um local apropriado Saúde, um lugar que requer silêncio.
para o lazer saudável se torna um problema na medida que acentua a

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situação de carência e vulnerabilidade social. O restante da população, principalmente as crianças, não tem
opção e acabam brincando na rua, ou então fazem uso dos lotes não
No Jardim Campo Belo existe basicamente um local de lazer ocupados, que apresentam grande área livre, porém o perigo é eminente,
apropriado, o Campão, um campo de futebol gramado no qual os visto que o despejo inadequado de entulho é frequente nesses locais e as
jovens disputam campeonatos e jogam bola nos finais de semana. No crianças podem se ferir acidentalmente.

MAPA V-L - REDE DE “LAZER” EXISTENTE NO BAIRRO


Fonte: Autora

Fotos: Ratão Diniz

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potencialidades e propostas
FIGURA V-Q- LAZER NO CAMPO BELO FIGURA V-R- PLAYGROUND ECOLÓGICO EM NORONHA
Fonte: Autora Fonte: noronha.pe.gov
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A proposta para otimização do lazer no Jardim Campo Belo tem


como foco principal o parque público, no qual a população poderá contar
com grandes áreas verdes para brincadeiras ao ar livre e em segurança.
É provavél que haja a tranferência do Campo de Futebol para a área do
parque, junto com uma quadra poliesportiva e vestiários. Além disso os
outros pontos laranjas, identificados como áreas de “busca por lazer”, são
potenciais para a implementação das praças temáticas e do playground
ecológico previstos no programa de necessidades.

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CONJUNTO DE PROPOSTAS LEGENDA
LOTES MURADOS
NÃO UTILIZADOS

LOTES ABERTOS COM


UTILIZAÇÃO INDIRETA

LOTES ABERTOS COM


UTILIZAÇÃO DIRETA

LOTES ABERTOS COM


FORRAÇÃO VERDE

Macrozona 07

MAPA
V-M
potencialidades e propostas 132

MAPA V-N - CONJUNTO DE REDES


Fonte: Autora

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— ENSINO: UM TRANSFORMADOR SOCIAL

— CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

E EDUCAÇÃO AMBIENTAL (CPEA)

O PROJETO
•  PROGRAMA DE NECESSIDADES
•  PARTIDO ARQUITETÔNICO

CAPÍTULO VI
•  O TERRENO/ LEVANTAMENTO DO ENTORNO
•  VOLUMETRIA
“Admiro os poetas. O que eles dizem
com duas palavras nós temos que •  SETORIZAÇÃO/ CIRCULAÇÃO
exprimir com milhares de tijolos.” •  CIRCUITO HIDRÁULICO/ ÁGUA DE REÚSO
VILANOVA ARTIGAS •  ESTRUTURAS
•  ESTUDO SOLAR/ BRISES
•  SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA
•  PERSPECTIVAS
ensino: um transformador social 136

CROQUIS DE ESTUDO
Após estudar a fundo o bairro Jardim Campo Belo em Campinas/
SP, foi possível levantar uma série de potencialidades e propostas,
conforme visto no capítulo anterior. Dessa forma, para dar continuidade
a este trabalho foi necessário escolher um dos núcleos da rede técnica

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ambiental urbana para chegar a nível de detalhamento arquitetônico.
A opção de escolher o Centro de Capacitação Profissional e
Educação Ambiental para aprofundar essa pesquisa foi feita por acreditar
que esse é o núcleo mais forte da rede, representando um articulador
das atividades e dissipador de “pré-conhecimentos” para o melhor
desenvolvimento do ecobairro.
A qualidade ambiental vem sendo cada vez mais valorizada na
atualidade, sendo que está subindo gradativamente na lista de prioridades
das pessoas, ao contrário do que acontecia há alguns anos atrás, quando
as exigências eram menores. É natural que com o passar do tempo a
sociedade acompanhe as mudanças ocorridas no espaço, adaptando-se
a novas fases e acontecimentos, fato que justifica a atual preocupação
ambiental e as discussões em torno do tema “sustentabilidade”.
O agravamento dos problemas ambientais promoveu um
despertar progressivo para a necessidade de ações sustentáveis
e para a indução de uma nova forma de pensamento ecológico
integrado ao desenvolvimento cultural da população. Nesse contexto,
o desenvolvimento de ações ambientalistas vem sendo maciçamente
incentivadas, sendo que, um ótimo disseminador de referências práticas
e teóricas sobre sustentabilidade são os Centros de Educação Ambiental,
locais capacitados para promover experiências replicáveis, incentivando
melhorias sociais, ambientais e também econômicas.
O Jardim Campo Belo é um bairro carente que precisa conciliar
o desenvolvimento sustentável com novas oportunidades de renda
e qualificação profissional para efetivamente atingir um crescimento
econômico. O indivíduo que se sente reinserido na sociedade está apto
às mudanças também no campo pessoal, fato importante na formação
de um ecobairro, no qual os moradores são os principais agentes.
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137
CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
• PROGRAMA DE NECESSIDADES
O edifício do Centro de Capacitação Profissional e Educação Ambiental (CPEA) proposto para o bairro tem o objetivo de funcionar como “sede”,
ou seja, apenas parte de suas atividades acontecerão de fato no prédio, as demais estarão espalhadas pelos núcleos da rede, como por exemplo nas
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hortas, no pomar, no viveiro de mudas e até mesmo no Centro de Reciclagem e Compostagem, conforme mostra o mapa abaixo:

MAPA VI-A - DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES NA REDE


Fonte: Autora

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CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 138

Afim de oferecer um suporte básico à essas atividades práticas A volumetria apresentada na figura VI-B foi pensada para
que ocorrerão ao ar livre, foi desenvolvido um módulo de apoio, um funcionar como uma casca em estrutura metálica que pudesse ser
espaço semi-coberto com área livre, lavatório e sanitário. O intuito é que transformada de acordo com o uso de cada módulo, tanto externamente
funcione como um “deck” permitindo diversos tipos de uso, flexibilidade quanto internamente. Por exemplo, em situações mais informais, o

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


necessária devido ao leque eclético de atividades possíveis. esqueleto pode funcionar como cobertura verde e comportar painéis
solares, gerando um ambiente confortável e sustentável. Mas também
A proposta desse módulo está baseada no conceito de construções seria possível complementar o espaço com um container reciclado, o que
efêmeras portáteis, ou seja, a idéia é que os elementos sejam de simples resultaria em um ambiente com maior privacidade e controle de acesso.
montagem/desmontagem permitindo sua fácil locomoção. Além disso é
fundamental que o abrigo seja auto-suficiente, dessa forma também está
na proposta a instalação de painéis fotovoltáicos para geração de energia FIGURA VI-B - PROPOSTA VOLUMÉTRICA DO MÓDULO DE APOIO
elétrica. Fonte: Autora

FIGURA VI-A - PROPOSTA DE LAYOUT DO MÓDULO DE APOIO


Fonte: Autora

Por outro lado, para as atividades formais que ocorrerão na


sede do Centro de Capacitação Profissional e Educação Ambiental, foi
elaborado um programa mais complexo e específico, como mostram as
tabelas a seguir.

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TABELA VI-A - LISTA DE CURSOS PRETENDIDOS
139
Fonte: Autora

CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL - CPEA


CURSOS OBJETIVOS DURAÇÃO DISCIPLINAS INFRA-ESTRUTURA

Formar profissionais capacitados a atender problemas ambientais e


• Ecologia Geral • Energia e Meio Ambiente • Informática • Matemática e Estatística Aplicada •
promover o desenvolvimento sustentável através da elaboração e
Microbiologia • Poluição do Solo • Segurança do Trabalho • Química Geral e Orgânica • Gestão 2 Salas de Aula - Laboratório de
implementação da política do meio ambiente e segurança no trabalho;
CURSO TÉCNICO EM 900h - Ambiental • Legislação e Direito Ambiental • Poluição Atmosférica • Química Ambiental • Saúde Informática - Laboratório de
colaborar na elaboração de laudos, relatórios e estudos ambientais; atuar na
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MEIO AMBIENTE 3 semestres e Meio Ambiente • Sistemas de Tratamento de Água • Educação Ambiental • Estudos de Química - Laboratório de
educação ambiental e identificar as intervenções ambientais; analisar suas
Impacto Ambiental • Gestão de Recursos Hídricos • Gestão de Resíduos Sólidos • Sistemas de Experimentos - Área ao ar livre
consequências e operacionalizar a execução de ações para preservação,
Tratamento de Efluentes
conservação, otimização, minimização e remediação dos seus efeitos.

• Matemática • Física • Química Geral • Química Analítica Aplicada • Química da Madeira e


Atuar no planejamento, coordenação e supervisão dos processos de Celulose • Tecnologia das Matérias Primas • Metodologia Científica • Mecânica dos Fluidos •
obtenção de celulose e de produção de papel; aplicar métodos, processos Controle Estatístico de Processo • Fabricação de Celulose • Recuperação de Produtos Químicos • 3 Salas de Aula - Laboratório de
CURSO TÉCNICO EM de logística e normas técnicas de qualidade, saúde e segurança no trabalho; 1200h - Testes Físicos e Experimentais • Gestão de Pessoas • Preparo de Massa • Geração de Vapor • Química - Laboratório de Física -
CELULOSE E PAPEL estabelecer especificações de catálogos, manuais e tabelas em processos de 4 semestres Propriedades e Ensaios do PapelI • Controle Ambiental • Balanço de Massa e Energia • Projeto I • Laboratório de Experimentos -
fabricação e na manutenção industrial; e fomentar a utilização racional de Noções de Segurança no Trabalho • Máquina de Papel • Acabamento e Conversão • Ateliê de Projetos
fontes de energia. Propriedades e Ensaios do Papel II • Projeto II • Administração Industrial • Introdução à
Automação • Controle Industrial

Habilitar profissionais em criação, planejamento e execução de projetos de • Comunicação Oral e Escrita • Linguagem Compositiva do Design • História do Mobiliário •
CURSO TÉCNICO EM 900h - 1 Sala de Aula - Ateliê de Projetos -
móveis com inovação estética, formal, funcional e tecnológica considerando Desenho Técnico • Normas Técnicas • Geometria • Processo Produtivo Moveleiro • Materiais •
DESIGN DE MÓVEIS 3 semestres Oficina de Produção
aspectos relativos à conservação ambiental. Equipamentos • Tratamento de Resíduos • Reciclagem • Técnicas de Construção

• Análise de Alimentos • Bioquímica dos Alimentos • Informática • Legislação dos Alimentos •


Língua Portuguesa • Matemática Aplicada • Análise Sensorial • Biotecnologia na Indústria de
Atuação na responsabilidade técnica, com competências voltadas à
Alimentos • Higienização na indústria de alimentos • Gestão da Qualidade • Gestão de Processos
aquisição de matérias-primas e insumos, higienização, processamento, 2 Salas de Aula - Laboratório de
CURSO TÉCNICO EM 1200h - Industriais • Microbiologia dos Alimentos • Operações Unitárias • Embalagens Alimentícias •
conservação, controle de qualidade, transporte e armazenamento, Informática - Laboratório de
ALIMENTOS 4 semestres Gestão Ambiental • Tecnologia de Processamento de Carnes • Tecnologia de Processamento de
tratamento de resíduos, planejamento e gestão de processos Química - Cozinha Industrial
Vegetais • Tecnologia de Panificação • Desenvolvimento de Novos Produtos e Processos • Ética
agroindustriais.
Organizacional • Tecnologia de Bebidas • Tecnologia de Laticínios • Tecnologia de Óleos e
Gorduras

• Aspectos Jurídicos da Logística • Fundamentos da Logística • Gestão Contábil-financeira •


Gerenciamento e suprimento das necessidades existentes em uma Gestão da Qualidade • Gestão de Estoques • Gestão de Negócios e Empreendedorismo • Gestão
organização ou em seu mercado consumidor - planejamento, do Capital Humano • Gestão de Custos Logísticos • Inglês Instrumental • Logística da Produção
CURSO TÉCNICO EM 900h - 4 Salas de Aula - Laboratório de
desenvolvimento de relacionamentos empresariais, compra, organização de Industrial • Logística Internacional • Planejamento Estratégico • Supply Chain Management •
LOGÍSTICA 3 semestres Informática
estoque, controle de fluxo de mercadorias de um estabelecimento, Logística Aplicada ao Comércio Varejista e Atacadista • Logística de Aviação Comercial •
abastecimento e transporte ao consumidor. Logística de Transportes Terrestres • Logística Portuária e de Navegação • Logística Reversa e
Meio Ambiente • Marketing de Serviços • Tecnologia da Informação (TI) Aplicada à Logística

Elaboração e implementação da política de Saúde e Segurança


no Trabalho (SST); realização de auditoria, acompanhamento e avaliação das • Informática Aplicada • Desenho Técnico • Psicologia do Trabalho • Ergonomia • Primeiros
CURSO TÉCNICO EM áreas fabris; identificação de variáveis de controle de doenças, acidentes, Socorros • Higiene e Segurança do Trabalho • Medicina do Trabalho • Projetos de Segurança do
1200h - 2 Salas de Aula - Ateliê de
SEGURANÇA DO qualidade de vida e meio ambiente. Desenvolvemento de ações educativas; Trabalho • Prevenção e Combate a Sinistros • Segurança no Trabalho da Construção Civil •
4 semestres Projetos - Laboratório de Biologia
TRABALHO participação de perícias e fiscalizações, gerenciamento da documentação de Segurança no Trabalho em Parques Industriais • Proteção Ambiental • Legislação e Normas
SST; investigação e análise de acidentes do trabalho e recomendação de Aplicadas
medidas de prevenção e controle.

• Botânica • Sementeiras • Solo e Adubação • Reprodução Vegetativa • Árvores • Floríferas • 1 Sala de Aula - Área ao ar livre
CURSO LIVRE DE
Técnicas básicas de jardinagem e preservação do meio ambiente. 1 - 4 meses Forração • Fruticultura • Arbustos e Trepadeiras • Gramados • Hortas • Pragas e Doenças em para Hortas, Árvores, Arbustos,
JARDINAGEM
Plantas Estufa, etc.

Promover o aprendizado das técnicas básicas de cozinha através de aulas


práticas e teóricas conhecendo os principais cortes de carnes, aves e peixes, • Higiene na manipulação de alimentos • Noções de nutrição e dietética • Técnicas de
CURSO LIVRE DE bem como as técnicas de preparação de produções doces e salgadas. O identificação, limpeza e corte de carnes, aves, peixes e legumes • Preparo de produções de 1 Sala de Aula - Cozinha
80h
GASTRONOMIA aluno se torna capacitado a reproduzir as habilidades básicas de cozinha garde manger • Preparo de produções de confeitaria • Preparo de produções de cozinha Experimental
quente, fria e confeitaria básica, de entender os termos técnicos e as noções quente.
de higiene na cozinha e manipulação de alimentos.

TREINAMENTO PARA Promover aprendizado básico em Educação Ambiental e desenvolvimento • Palestras: Sociedades Sustentáveis, Preservação do Meio Ambiente, Energias Renováveis, 1 Sala de Projeção - Ateliê para
AÇÕES MAIS sustentável. Técnicas simples práticas para o 1 dia Tratamento de Resíduos-Reciclagem e Compostagem, etc. oficinas - Área livre, horta e
SUSTENTÁVEIS dia-a-dia. • Atividades Práticas: oficinas de reúso, dinâmicas em grupo, atividades na horta, etc. estufa.

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140
TABELA VI-B - PROGRAMA DO EDIFÍCIO
Fonte: Autora

PROGRAMA DE NECESSIDADES
ATIVIDADES ESPAÇO QUANT PESSOAS EQUIPAMENTOS ÁREA (UN) ÁREA TOTAL

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


Salas de Aula 5 25 Mesas, Cadeiras, Lousa, Armários. 25 m² 125 m²
Aulas Teóricas
Sala de Projeção (Palestras) 1 55 Palco, Mesa, Cadeiras, Projetor. 60 m² 60 m²

Ateliês de Projeto 7 20 Pranchetas, Cadeiras, Lousa, Armários. 70 m² 490 m²


Equipamentos de Marcenaria, Bancadas,
Oficinas de Produção 2 40 100 m² 200 m²
Banquetas, pia, TV, Armários, etc.
Aulas Práticas Equipamentos de Cozinha Industrial,
Cozinha Experimental 1 15 Banquetas, Bancadas, pias, Armários, TV, 70 m² 70 m²
Depósito, Câmara Fria.
Área Livre (Hortas, Pomar) 1 - - - -
Central de Controle, Estantes, Mesas,
Pesquisa e Estudo Biblioteca 1 50 200 m² 200 m²
Cadeiras, Computadores.
Diretoria 1 1 20 m² 20 m²
Secretaria 1 2 Mesas, Cadeiras, Sofá, Computador, 20 m² 20 m²
Tesouraria 1 2 Impressora, Telefone, Armários, Gaveteiros, 20 m² 20 m²
Recursos Humanos 1 2 Arquivos. 20 m² 20 m²
Administração Coordenação 1 2 20 m² 20 m²

Almoxarifado 1 1 Arquivos, Prateleiras, Mesa, Computador. 25 m² 25 m²


Sala de Reunião 1 12 Mesa, Cadeiras, Armários, Projetor. 25 m² 25 m²
Recepção 1 10 Balcão, Cadeiras, Sofás, TV, Catracas. 50 m² 50 m²
Higiêne Pessoal Sanitários 10 237 Pia, Bacia, Chuveiro 5 m² 50 m²
Mesas, Cadeiras, Balcão, Depósito, Pia,
Alimentação Restaurante Popular 1 330 280 m² 280 m²
Refrigeradores, Buffet.
Comércio e Feiras Espaço de Exposição 1 Área livre - Praça Central - -
TOTAL 1675 m²

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141
CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
• PARTIDO ARQUITETÔNICO Outra técnica aliada as plantas foi utilizada para o tratamento
do esgoto sanitário do edifício através dos Jardins Filtrantes®, uma
Em ambos os casos, tanto no edifício do CPEA, quanto no módulo
tecnologia patenteada pela empresa Phytorestore, na qual o tratamento
de apoio adotou-se o partido de Jardins Verticais, ou paredes verdes,
dos efluentes é feito através das plantas, pelo fenômeno conhecido como
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

técnica difundida pelo paisagista francês Patrick Blanc em meados


fitorremediação. Além de funcionar como uma estação de tratamento, os
da década de 90. Os painéis são feitos por leves estruturas metálicas e
Jardins completam o paisagismo do edifício e resultam em água limpa
as regas podem ser automatizadas. Além disso, as coberturas verdes
pronta para o reúso.
juntamente com o conceito de coberturas-rampa tem grande destaque
no projeto, completando a linguagem arquitetônica. FIGURA VI-C - MUSEU DO QUAI BRANLY, FRANÇA (PATRICK BLANC) E
JARDINS FILTRANTES NA L’OREAL, CHINA (PHYTORESTORE)
As construções que possuem coberturas transitáveis por
pedestres, como é o caso de coberturas verdes e coberturas-rampa,
representam um partido arquitetônico com vantagens ambientais e
estéticas, além de tornar os espaços mais agradáveis.
Esse tipo de construção traz benefícios como:
• Melhoria do conforto térmico dentro do edifício: a
cobertura funciona como um retardador da temperatura, fazendo
com que a amplitude térmica seja atenuada;
• Ambientes mais tranquilos: a vegetação forma uma
barreira que reduz a transmissão de ruídos para dentro do edifício;
• Colaboração para os pulmões da cidade: as plantas
absorvem o calor, reduzindo o efeito de ilhas de calor, além de re-
oxigenar o ar e remover toxinas;
• Redução do escoamento de águas pluviais: devido
às superfícies impermeáveis a cidade típica gera 5 vezes mais
escoamento de água do que uma área do mesmo tamanho coberta
por vegetação;
• Captação de águas pluviais: as plantas absorvem a água e
funcionam como um filtro, o que permite o armazenamento direto da
água para reúso;

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CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 142

• O TERRENO/ LEVANTAMENTO DO ENTORNO


grande terreno, que atende a demanda física da construção foi um ponto
Dentre os terrenos destacados como “Lotes sem uso” (VER fundamental na escolha. Além disso, a área na qual está localizado
PRANCHA 01), o local de implantação do CPEA foi escolhido, em primeiro é o “portal” de entrada do bairro, onde o fluxo de pessoas é intenso, a
lugar de acordo com a metragem disponível, ou seja, o fato de ser um visibilidade é privilegiada e apresenta fácil acesso para todos.

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


FIGURA VI-B - APRESENTAÇÃO DO TERRENO N
Fonte: Autora

1:750 LOTES SEM USO

RESIDÊNCIAS

COMÉRCIO

SEM USO COM


FORRAÇÃO VERDE

Área de Intervenção
4750m²

Loja de Materiais
para contrução
INCORPORAÇÃO AO PROJETO
-OFICINAS DE CONSTRUÇÃO-

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143
CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 7m ROV. MIGUEL MELHADO CAMPOS
i=5% 10m
vias superiores
trânsito local

Devido ao crescimento desordenado, o bairro se multiplicou sem


ROV. SANTOS DUMONT
vias inferiores

FIGURA VI- C- CORTE ESQUEMÁTICO PARA SEPARAÇÃO DOS TRÁFEGOS


CORTE ESQUEMÁTICO
trânsito rodoviário

um planejamento viário adequado. Primeiramente, não são todas as ruas Fonte: Autora
do Jardim Campo Belo que estão asfaltadas atualmente, o que restringe
o acesso à alguns pontos do bairro. Dentre as ruas asfaltadas, a mais PRAÇA CENTRAL
DESENHO ÚNICO CALÇADA+RUA
AVENIDA DE FLUXO LOCAL
SEPARAÇÃO DOS FLUXOS LOCAIS
CICLOVIA CALÇADA
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

PREFERÊNCIA DO PEDESTRE E RODOVIÁRIOS

movimentada é a Rodovia Miguel Melhado Campos, onde está localizado vias superiores RECONEXÃO DO BAIRRO
CENTRO DE
trânsito local CAPACITAÇÃO
o terreno escolhido para a implantação do CPEA, representa a principal PROFISSIONAL
E EDUCAÇÃO

rota entre Campinas-Vinhedo, além de dar acesso direto ao Aeroporto


AMBIENTAL

Internacional de Viracopos. Não existem regras, sinalizações ou qualquer vias inferiores


trânsito rodoviário
tentativa de organização, o que coloca os pedestres e ciclistas da região
em risco. ROV. MIGUEL MELHADO CAMPOS

Dessa maneira, em primeiro lugar será proposta a reorganização CORTE ESQUEMÁTICO

FIGURA VI-D- DIFERENÇA DO ACESSO LOCAL x ACESSO RODOVIÁRIO NA


viária do Jardim Campo Belo através da separação do trânsito rodoviário
ENTRADA DO BAIRRO
e do trânsito local. Para tanto, a melhor alternativa é o rebaixamento da
Fonte: Autora
Rodovia Miguel Melhado Campos através de uma trincheira, mantendo
na parte superior apenas o fluxo local. Além de otimizar o sistema viário
reduzindo congestionamentos e garantindo a segurança de pedestres JARDIM CAMPO BELO

e ciclistas, a proposta ainda abrange o projeto de uma praça central e


pretende proporcionar a reconexão do bairro Jardim Campo Belo, que
atualmente encontra-se dividido em dois pólos devido presença da
Rodovia. Fazem parte da proposta:
ÁRIO
OVI
OD L
• Utilização dos modelos de vias-verdes; SS
O R
CA
CE LO
O

SS
• Pavimentação de todas as ruas do Jardim Campo Belo com asfalto

ACE
ecológico e biovaletas;
• Definição de sentidos obrigatórios dos fluxos de carros em todas as
ruas do bairro;
• Adição de ciclovias em algumas ruas arteriais internas do bairro,
formando um circuito planejado para os ciclistas se locomoverem FLUXO DE
SAÍDA FLUXO DE ENTRADA
com mais facilidade e segurança; NO BAIRRO

• Redistribuição dos pontos de parada dos ônibus, prevendo


distâncias máximas de deslocamento a pé, fato que pretende
estimular o uso do transporte público;

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FIGURA VI-E- CORTE ESQUEMÁTICO/ ACESSO AO BAIRRO


Fonte: Autora

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


vias superiores
trânsito local

7m ROV. MIGUEL MELHADO CAMPOS 10m


i=5%
ROV. SANTOS DUMONT
vias inferiores
trânsito rodoviário
CORTEVI-F-
FIGURA ESQUEMÁTICO
PRAÇA CENTRAL COMO RECONEXÃO
Fonte: Autora

PRAÇA CENTRAL AVENIDA DE FLUXO LOCAL CICLOVIA CALÇADA


DESENHO ÚNICO CALÇADA+RUA SEPARAÇÃO DOS FLUXOS LOCAIS
PREFERÊNCIA DO PEDESTRE E RODOVIÁRIOS
vias superiores RECONEXÃO DO BAIRRO
CENTRO DE
trânsito local CAPACITAÇÃO
PROFISSIONAL
E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL

vias inferiores
trânsito rodoviário

ROV. MIGUEL MELHADO CAMPOS

CORTE ESQUEMÁTICO

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145
CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Praça Central representa um grande espaço em potencial para FIGURA VI-G- THE PARK, DALLAS (EUA)
a região, visto que além de restabelecer a conectividade entre os pólos Fonte: theparkdallas.org
do bairro é uma rica área de convívio e lazer, além de funcionar como um
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

espaço de extensão do CPED para feiras e exposições. O objetivo é que


em toda a sua área a preferência de tráfego seja do pedestre, podendo
os carros circularem de forma prudente e com velocidade reduzida, fato
praticamente obrigatório devido ao tipo de piso - concreto intertravado,
que dificulta altas velocidades. De qualquer forma, o pedestre fica
protegido por canteiros, bancos, árvores e demais artifícios que atraem
as pessoas para a área central da praça.
O intuito é que a praça funcione como um parque, como é o caso
do projeto “THE PARK”, em Dallas. O espaço visa atrair as pessoas no dia-
a-dia e ser sede e eventos e festivais, com uma infra-estrutura maior do
que a escala em que está sendo proposta no Jardim Campo Belo, porém
com a mesma intenção de promover uma melhor qualidade de vida
para os moradores. A conectividade foi um ponto muito importante
no desenvolvimento do projeto em Dallas, pois o parque deveria ser
facilmente acessível por pedestres, ciclistas e carros, gerando um centro
mais movimentado, visto como uma área de lazer e não apenas passagem.
Além de promover o enriquecimento ambiental da região, a praça
ainda irá agregar valores culturais a população através do Memorial
Viracopos, um projeto que visa expor o histórico do bairro, diretamente
ligado ao crescimento do aeroporto. A cobertura desse edifício funcionará
como um mirante, já que o bairro se localiza na rota dos aviões, sendo
possível observar o momento do pouso.

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• VOLUMETRIA • SETORIZAÇÃO/ CIRCULAÇÃO


O replanejamento viário proposto para o Jardim Campo Belo O edifício foi projetado em dois pavimentos através de dois blocos
gerou um eixo muito forte marcado pela Praça Central. Dessa forma, uma distintos, sendo a entrada principal pelo piso superior através de uma

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vez que o terreno de implantação do CPEA está localizado nas margens cobertura-rampa verde e outra no piso térreo na lateral direita. O bloco
dessa praça, foi natural o surgimento de uma volumetria que brota do 1, ou bloco-rampa, concentra todos os ateliês de atividades práticas, já o
chão, como se fosse uma continuidade do percurso pré-estabelecido na bloco 2, em formato de caixa comporta o restante do programa.
proposta de projeto para a praça parque.
A distribuição foi feita de forma simples para proporcionar
Em conjunto com o partido arquitetônico, que prioriza infra- conforto térmico e iluminação natural, dessa forma a área de serviços
estruturas verdes e acessibilidade, a volumetria foi desenvolvida para foi posicionada a NO (elevadores, sanitários, depósitos, etc.), as salas
funcionar como uma extensão da praça, dessa forma o edifício tem como administrativas e as salas de aula a NE, restaurante, cozinha e biblioteca
principal acesso uma rampa, que na realidade é a cobertura verde de a Leste e a recepção principal a Sul. Para proporcionar iluminação natural
uma parte do próprio edifício. na parte central do edifício foi proposta iluminação zenital através de
SHEDS e lanternim.
FIGURA VI-H- RAMPA COBERTURA VERDE/ ENTRADA PARA O EDIFÍCIO FIGURA VI-I - INFOGRÁFICO DE SETORIZAÇÃO
Fonte: autora
Fonte: Autora

SHEDS Bloco 02- caixa


Mezanino
Bloco 01- rampa

Serviços

Iluminação
Zenital

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FIGURA VI-J - PERSPECTIVAS DO EDIFÍCIO • CIRCUITO HIDRÁULICO/ÁGUA DE REÚSO
Fonte: Autora
O Edifício conta com duas origens de água para resúso: águas
pluviais e águas resultantes do tratamento dos Jardins Filtrantes®, ambas
armazenadas em um reservatório subterraneo.
TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP

FIGURA VI-K- PLANTA TÉRREA / HIDRÁULICA


Fonte: Autora

RESERVATÓRIO SUBTERRÂNEO

Pavimento
superior
Pavimento ÁGUA PARA REÚSO/ SEGUE PARA O RESERVATÓRIO
inferior
superior
inferior ÁGUA RESIDUAL/ SEGUE PARA JARDINS FILTRANTES
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• ESTRUTURAS FIGURA VI-M - DETALHE ESTRUTURAL DO TELHADO


Fonte: Autora
FIGURA VI-L - ESQUEMA ESTRUTURAL
Fonte: Autora

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FIGURA VI-N - DETALHE ESTRUTURAL DA SEGUNDA PELE
Fonte: Autora

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149
CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
• ESTUDO SOLAR E BRISES

FIGURA VI-O - FACHADA LESTE (LATERAL DIREITA) FIGURA VI-P - FACHADA OESTE (LATERAL ESQUERDA)
Fonte: Autora Fonte: Autora
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FACHADA LESTE

FACHADA OESTE

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FIGURA VI-Q - FACHADA NORTE (POSTERIOR) FIGURA VI-R - PERSPECTIVA LESTE


Fonte: Autora Fonte: Autora

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FACHADA NORTE

FACHADA SUL

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• SUSTENTABILIDADE ECOLÓGICA

FIGURA VI-S- INFOGRÁFICO DE SUSTENTABILIDADE O Centro de Capacitação Profissional e Educação Ambiental foi
Fonte: Autora projetado de acordo com os parâmetros de sustentabilidade ecológica,
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tendo coerência com os ensinamentos que serão transmitidos durante


ENERGIA SOLAR: painéis fotovoltáicos
os cursos, essa é uma maneira prática de visualizar a importância da
harmonia entre o homem e a natureza.
VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO NATURAIS: clarabóia
Além de aulas práticas e teóricas, a sede do CPEA ainda
COBERTURA VERDE/PAREDE VERDE comporta um restaurante verde, no qual a proposta é que seja servida
RESTAURANTE VERDE: alimento uma alimentação saudável com alimentos produzidos no local (hortas,
orgânico/ local
pomares) e com baixo custo, funcionando como um restaurante
popular. A cozinha aberta terá como “chefes” os alunos de culinária e os
profissionais já formados no curso.
A implantação do CPEA no bairro é o primeiro passo para que
aos poucos o Jardim Campo Belo atinja o nível de ecobairro. A educação
ambiental impulsiona o envolvimento da comunidade com técnicas
PRÉ-MOLDADO: obra limpa e sem desperdício alternativas, fazendo com que as pessoas aprendam a viver de uma forma
JARDINS FILTRANTES: tratamento e reúso da água mais sustentável e com maior qualidade de vida.
PONTO DE COLETA SELETIVA: reciclagem e compostagem

FIGURA VI-T- CORTE BB/ ESQUEMA DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO


Fonte: Autora
ENTRADA DE
SAÍDA DO AR QUENTE
LUZ INDIRETA

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FIGURA VI-U- PERSPECTIVA GERAL
Fonte: Autora

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FIGURA VI-V- PERSPECTIVA GERAL 02
Fonte: Autora
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FIGURA VI-X- PERSPECTIVA FRONTAL-LESTE
Fonte: Autora

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155

FIGURA VI-Z- PERSPECTIVA OESTE


Fonte: Autora
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FIGURA VI-AA’- PERSPECTIVA NORTE


Fonte: Autora

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FIGURA VI-AB’- PERSPECTIVA DA MARQUISE NA PRAÇA CENTRAL
Fonte: Autora
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158
FIGURA VI-AC’- PERSPECTIVA DA COBERTURA-RAMPA (CPEA)
Fonte: Autora

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FIGURA VI-AD’- PERSPECTIVA DA DA PRAÇA CENTRAL COM VISTA PARA O CPEA


Fonte: Autora
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FIGURA VI-AE’- PERSPECTIVA DA DO CONJUNTO/ PRAÇA + EDIFÍCIO
Fonte: Autora

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FIGURA VI-AE’- PERSPECTIVA DA PRAÇA CENTRAL (ÁREA DE CONVÍVIO COM PERGOLAS)
Fonte: Autora
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ANEXOS
“Sejam as leis claras, uniformes e
precisas, porque interpretá-las é o
mesmo, quase sempre, que corrompê-
las.”
VOLTAIRE
ANEXO I 164

Decreto Nº 14.031, de 27 de setembro de 1979


Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, imóveis situado no segue com o rumo de 27º57’15” NE, numa distância aproximada de 127,34m até o
Município de Campinas e Indaiatuba, necessário à ampliação do Aeroporto de ponto “C” com as coordenadas geográficas na latitude de 22º59’25” S e longitude

TFG 2012 ECOBAIRRO JARDIM CAMPO BELO| CAMPINAS - SP


Viracopos PAULO SALIM MALUF, Governador do Estado de São Paulo, no uso de de 47º09’20” W situado no canto de uma rua sem nome; desse ponto segue pela
suas atribuições legais e nos termos do artigo 34, inciso XXIII, da Constituição do lateral da rua na direção SE-NE, numa distância aproximada de 603,15m, até o
Estado, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 2, de 30 de outubro de ponto “D” com as coordenadas geográficas na latitude de 22º59’26” S e longitude
1969, combinado com os artigo 2.o, 5.o, letra ‹‹n››, e 6.o do Decreto-lei Federal nº 47º09’02” W no final da dita rua; desse ponto segue com rumo de 52º43’47” SE,
3.365, de 21 de junho de 1941, alterado pela Lei nº 2.786, de 21 de maio de 1956, e numa distância aproximada de 407,39m até o ponto “E” com as coordenadas
Considerando que é necessário dotar a Área Terminal de São Paulo de aeroportos geográficas na latitude 22º59’34” S e longitude 47º08’51” W situado à margem
capazes de atender ao crescimento e às exigências do tráfego aéreo, para a mesma do Córrego Viracopos; desse ponto segue acompanhando o Córrego Viracopos na
previstos nos próximos vinte anos; Considerando que, para se atingir tal objetivo, direção NE-SE, numa distância aproximada de 5.314,45m até o ponto “F” com as
impõe-se a desapropriação de imóveis destinados à ampliação do Aeroporto de coordenadas geográficas na latitude de 23º01’07” S e longitude de 47º06’42” W
Viracopos; Considerando que por força de Convênio, celebrado entre o Ministério situado na cabeceira de uma represa da Singer; desse ponto segue com rumo de
da Aeronáutica e o Governo do Estado de São Paulo, este se obrigou a promover 52º43’46” SE, numa distância aproximada de 1.639,16m até o ponto “G” com as
referidas desapropriações; Considerando que a Comissão Coordenadora do Projeto coordenadas geográficas na latitude de 23º01’40” S e longitude de 47º05’56” W
Sistema Aeroportuário da Área Terminal de São Paulo (COPASP), incumbida pelo situado na lateral de uma rua do loteamento V. Palmeiras; desse ponto segue com
Ministério da Aeronáutica de coordenar os trabalhos relativos ao desenvolvimento o rumo 37º16’14” SW, numa distância aproximada de 1.511,26m, até o ponto “H”
do referido projeto, apresentou a este Governo as plantas gerais das áreas a serem com as coordenadas geográficas na latitude de 23º02’18” S e longitude de 47º06’29”
desapropriadas, acompanhadas das justificativas técnica; Decreta: W situado no Jardim São Domingos; desse ponto segue com o rumo 52º43’46” SE,
Artigo 1.º — Ficam declarados de utilidade pública, a fim de serem desapropriado numa distância aproximada de 1.204,64m até o ponto “I” com as coordenadas
pela Fazenda do Estado, por via amigável ou judicial o imóveis a seguir caracterizado geográficas na latitude de 23º02’42” S e longitude de 47º05’56” W, situado à margem
e respectivas benfeitorias, com área total aproximada de 20,0 Km2, situados no de uma estrada; desse ponto segue com o rumo de 37º16’14” SW, numa distância
Municípios de Campinas e Indaiatuba, necessários à ampliação do Aeroporto de aproximada de 1.590,56m até o ponto “J” com as coordenadas geográficas na
Viracopos. latitude de 23º03’23” S e longitude de 47º06’30” W situado nas proximidades do rio
Capivari- Mirim; desse ponto segue com o rumo de 52º43’46” NW, numa distância
Artigo 2.º — A descrição perimétrica das áreas, de que trata o artigo 1.º, no que aproximada de 2.777,89m, até o ponto “K” com coordenadas geográficas na
diz respeito à ampliação do Aeroporto de Viracopos, nos Municípios de Campinas latitude de 23º02’28” S e longitude de 47º04’47” W situado no Jardim Santa Maria
e Indaiatuba, é a seguinte, delas devendo excluir-se a já pertencente ao referido 2.ª; desse ponto segue com o rumo de 00º00’00” W numa distância aproximada de
Aeroporto, a qual se acha abrangida por aquele perímetro: Inicia-se no ponto “A” 2.726,13m, até o ponto “L” com as coordenadas geográficas na latitude de 23º02’28”
com as Coordenadas geográfica na latitude de 22º59’55” S e longitude de 47º09’19” S e longitude de 47a09’23” W situado junto ao rio Capivari-Mirim ao lado da faixa
W situado na interseção da Estrada Municipal de Friburgo com a FEPASA (Ferrovia de domínio da FEPASA Tronco Sul; desse ponto segue com o rumo de 00º21’34” NE,
Paulista S.A.); desse ponto segue na direção “N.. W” acompanhando a faixa de numa distância aproximada de 4.708,05m, acompanhando a faixa de domínio
domínio da FEPASA, Tronco Sul, numa distância aproximada de 809,80m até o da FEPASA — Tronco Sul, até o ponto “A” início desta descrição, encerrando uma
ponto “B” com as coordenadas geográficas na latitude de 22º59’29” S e longitude área total aproximada de 24,9 Km2, incluídas na presente descrição as áreas
de 47º09’23” W situado à margem da faixa de domínio da FEPASA; desse ponto pertencentes ao Aeroporto de Viracopos, sendo de, aproximadamente, 20,0 km2, a
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165
ANEXO I
área a ser desapropriada, tudo conforme planta anexa ao presente decreto, do qual
faz parte integrante e que foi elaborada pela Comissão Coordenadora do Projeto
Sistema Aeroportuário da Área Terminal de São Paulo (COPASP).
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Artigo 3.º — Fica a expropriante autorizada a invocar o caráter de urgência no


processo judicial de desapropriação, para os fins do disposto no artigo 15 do
Decreto-lei Federal nº 3.365, de 21 de junho de 1941, alterado pela Lei nº 2.786, de
21 de maio de 1956. Artigo 3.º — As despesas com a execução do presente decreto
correrão por conta de verba própria da FEPASA — Ferrovia Paulista S.A.

Artigo 4.º — Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 27 de setembro de 1979.


PAULO SALIM MALUF
Leon Alexandr, Secretário dos Transportes
Publicado na Casa Civil, aos 27 de setembro de 1979
Maria Angélica Galiazzi, Diretora da Divisão de Atos Oficiais

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ANEXO II 166

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL/88


CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

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Art. 182 - A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o § 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
bem-estar de seus habitantes. ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para § 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política vez.
de desenvolvimento e de expansão urbana. § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para
área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate
de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
Art. 183 - Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á

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167
ANEXO III
LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes da população e das atividades econômicas do Município e do território
gerais da política urbana e dá outras providências. sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do
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crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços
públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às
CAPÍTULO I características locais;
DIRETRIZES GERAIS VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei.
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da
Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados
o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do em relação à infra-estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a
previsão da infra-estrutura correspondente;
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua
seguintes diretrizes gerais: subutilização ou não utilização;
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra f) a deterioração das áreas urbanizadas;
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao
g) a poluição e a degradação ambiental;
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes
e futuras gerações; VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais,
tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do
II – gestão democrática por meio da participação da população e de
território sob sua área de influência;
associações representativas dos vários segmentos da comunidade na
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de
de desenvolvimento urbano; expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental,
social e econômica do Município e do território sob sua área de influência;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial urbanização;

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ANEXO III 168

X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e III – promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito
financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e a melhoria
de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a das condições habitacionais e de saneamento básico;
fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;

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IV – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado saneamento básico e transportes urbanos;
a valorização de imóveis urbanos;
V – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural território e de desenvolvimento econômico e social.
e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e
arqueológico; [...]
Brasília, 10 de julho de 2001; 180o da Independência e 113o da República.
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o Paulo de Tarso Ramos Ribeiro
conforto ou a segurança da população;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais
de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação
socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e
das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento
da oferta dos lotes e unidades habitacionais;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na
promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de
urbanização, atendido o interesse social.
Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política
urbana:
I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;
II – legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista
o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;
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169
ANEXO IV
“Projeto de Inclusão Social do entorno do Aeroporto Inserção dos jovens no projeto “Jovem.Com”, que tem como objetivo a inclusão
Internacional de Viracopos – VIP Viracopos” (2006) digital de pessoas de baixa renda e que não têm acesso à informática.
Obras e Transporte Programa de Regularização Fundiária
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Pavimentação das ruas que servem de itinerário de ônibus, além de Regularização de 13.934 lotes para o reconhecimento oficial dos endereços e
drenagem de galerias e construção de guias e sarjetas nos bairros Campo da existência formal destes terrenos.
Belo, Dom Gilberto e PUC I e II com investimentos de R$ 6 milhões. O projeto
para o transporte na região inclui também linhas de ônibus e microônibus, Reurbanização
construção de estações de transferência e 31 pontos de paradas que farão Pavimentação das ruas e calçadas.
parte do Intercamp – rede de transporte coletivo de Campinas.
Arborização para levar mais “verde” para os moradores e, com isso, saúde e
Esgoto qualidade de vida.
Construção de rede coletora de esgoto com ligações domiciliares, coletor Promover um novo traçado para bairro
tronco e destinação para tratamento de esgoto que terá um custo de R$ 20,5
milhões. Evento

Habitação O evento do lançamento do Projeto Vip Viracopos foi realizado na manhã do


último sábado, dia 24 de junho e foi anunciado pelo prefeito de Campinas,
Construção de 255 casas populares por meio da Companhia de Habitação Hélio de Oliveira Santos, que estava acompanhado de outras autoridades
de Campinas (Cohab), mais 500 casas no Jardim Marisa e 500 moradias no municipais, como os secretários de Habitação, Fernando Pupo; Obras, Osmar
Jardim Dom Gilberto por meio do Programa de Arrendamento Residencial Costa; Infra-Estrutura, Hélio Jarreta; do presidente da Sanasa Luiz Aquino,
(PAR). Para o projeto de habitação, os recursos são provenientes do Ministério além do vereador Sérgio Benassi e do presidente da Associação de Bairros do
das Cidades e somam R$ 34 milhões. Campo Belo, Edson José de Santana.
Equipamentos Sociais O evento contou com a participação também de cerca de 500 moradores
Construção de dois Centros de Saúde (Jardim Fernanda e Campo Belo) com e teve distribuição de café-da-manhã, queima de fogos e 9 caminhões da
investimentos de R$ 1,7 milhão. Construção de uma creche no padrão “nave- Sanasa carregados da tubulação que vai ser instalada na construção da
mãe” para atender 650 crianças no Jardim Fernanda. Construção de uma subadutora Descampado II.
unidade de educação fundamental (EMEF) para 600 crianças no Jardim
Marisa. Construção de um Centro Integrado de Esporte e Lazer, com clube e
campo de futebol.
Instalação de um Banco de Empregos.

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ANEXO V 170

DECRETO Nº 50.767, DE 9 DE MAIO DE 2006


Revoga o Decreto nº 49.763, de 6 de julho de 2005, que convalida disposições
referentes a desapropriação de imóveis situados nos Municípios de Campinas

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e Indaiatuba, necessários à ampliação do Aeroporto Internacional de
Viracopos
CLÁUDIO LEMBO, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas
atribuições legais e à vista da manifestação da Empresa Brasileira de Infra-
Estrutura Aeroportuária - INFRAERO, Decreta:
Artigo 1º - Fica revogado o Decreto nº 49.763, de 6 de julho de 2005, que
convalida as disposições do Decreto nº 14.031, de 27 de setembro de 1979,
alterado pelos Decretos nº 18.985, de 9 de junho de 1982 e nº 45.058, de 11 de
julho de 2000, que declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação,
imóveis situados nos Municípios de Campinas e Indaiatuba, necessários à
ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos.
Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 9 de maio de 2006
CLÁUDIO LEMBO

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171
ANEXO VI
DECRETO Nº 6.256, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, V - BR-381/MG: trecho Belo Horizonte (Entr. MG/020) - João Monlevade -
inciso IV, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 6o da Governador Valadares.
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Lei no 9.491, de 9 de setembro de 1997,


Art. 4o A Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT promoverá
DECRETA: os procedimentos licitatórios e celebrará os atos de outorga de direito de
exploração de infra-estrutura e prestação de serviço de transporte terrestre
Art. 1o Ficam incluídos no Programa Nacional de Desestatização - PND,
relativos ao Trem de Alta Velocidade - TAV e aos trechos rodoviários indicados
para fins da Lei no 9.491, de 9 de setembro de 1997:
nos arts. 1o e 3o deste Decreto.
I - BR-040/MG: trecho de Sete Lagoas - MG a Brasília - DF; e
Art. 5o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
II - Trem de Alta Velocidade - TAV, no trecho entre os Municípios de Rio de
Janeiro - RJ e São Paulo - SP.
Brasília, 13 de novembro de 2007; 186o da Independência e 119o da
II - EF - 222, destinada ao Trem de Alta Velocidade - TAV, no trecho entre
República.
os Municípios do Rio de Janeiro - RJ e Campinas - SP. (Redação dada pelo
Decreto nº 6.816, de 2009) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 2o Fica o Ministério dos Transportes responsável pela execução e Alfredo Nascimento
acompanhamento do processo de desestatização dos trechos indicados no
Ivan João Guimarães Ramalho
art. 1o, nos termos do § 1º do art. 6º da Lei nº 9.491, de 1997.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.11.2007
Art. 3o Fica o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES responsável por contratar, coordenar os estudos técnicos e prover
o apoio técnico necessários à execução e acompanhamento do processo
de desestatização da infra-estrutura de que trata o art. 1o deste Decreto
e da prestação de serviço de transporte terrestre relativo ao Trem de Alta
Velocidade - TAV, bem como dos trechos de rodovias federais a seguir:
I - BR-116/MG: trecho Div. MG/BA - Entr. p/ Itanhomi;
II - BR-116/MG: trecho Entr. P/ Itanhomi - Div. MG/RJ (Além Paraíba);
III - BR-040/MG: trecho Juiz de Fora - Barbacena - Belo Horizonte;
IV - BR-040/MG: trecho Belo Horizonte - Sete Lagoas - Entr. BR-135; e

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ANEXO VII 172

código florestal | lei nº 4771/65 h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja
a vegetação.
Art. 2º - Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei,
as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: Parágrafo único - No caso de áreas urbanas, assim entendidas as

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compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas
a) ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d’água desde o seu nível
regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território
mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis
1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.
de largura;
Artigo 3° - Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim
2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas vegetação
50 (cinqüenta) metros de largura; natural destinadas;

3) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham 50 (cinqüenta) a) a atenuar a erosão das terras;
metros a 200 (duzentos) metros de largura;
b) a fixar as dunas;
4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200
c) a formar as faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros;
d) a auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades
5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham largura
militares;
superior a 600 (seiscentos) metros;
e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água, naturais ou artificiais;
f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados por extinção;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”,
qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;
(cinqüenta) metros de largura;
h) a assegurar condições de bem-estar público.
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
§ 1° - A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só
e) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45° equivalente será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando
a 100% na linha de maior declive; for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de
utilidade pública ou interesse social.
f) nas restingas, como fixadoras e dunas ou estabilizadoras de mangues;
§ 2° - As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do
regime de preservação permanente (letra “g”) pelo só efeito desta Lei.
relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

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173
ANEXO VIIi
Lei nº 9605/1998 – Lei de Crimes Ambientais independentemente de sua localização:
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e Art. 40-A. (VETADO) (Artigo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000)
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as
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Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico,


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do
CAPÍTULO V Patrimônio Natural. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000)
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no
Seção II interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada
Dos Crimes contra a Flora circunstância agravante para a fixação da pena. (Parágrafo inluído pela Lei
nº 9.985, de 18.7.2000)
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Parágrafo
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das
inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000)
normas de proteção:
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses
a um ano, e multa.
Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em
estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou
11.428, de 2006). qualquer tipo de assentamento humano:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 43. (VETADO)
(Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou
sem permissão da autoridade competente: qualquer espécie de minerais:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
cumulativamente.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer
às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
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ANEXO VIIi 174

outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações 11.284, de 2006)


legais:
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284,

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de 2006)
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,
lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de § 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena
licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir- será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº
se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: 11.284, de 2006)
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais
formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem
ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias
ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou
Art. 47. (VETADO) subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
formas de vegetação:
Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. sexto a um terço se:
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a
meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade modificação do regime climático;
privada alheia:
II - o crime é cometido:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente. a) no período de queda das sementes;

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. b) no período de formação de vegetações;

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça
fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: ocorra somente no local da infração;

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. d) em época de seca ou inundação;

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, e) durante a noite, em domingo ou feriado.
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem
autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº
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175
ANEXO IX
lei nº 6031/88 - uso e ocupação do solo - campinas ZONA 18
ZONA 3 a) áreas e/ou espaços de interesse ambiental :
a) quanto ao uso na categoria habitacional serão permitidos os usos
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1- são consideradas áreas e/ou espaços de interesse ambiental aquelas


unifamiliares e multifamiliares; cuja proteção permita preservar a paisagem urbana e a qualidade do meio
b) quanto ao uso nas categorias comercial, de serviços e institucional: ambiente;

1- serão permitidos os usos: (modificado pelo art. 4o da Lei no 9.785/98) 2- as áreas e/ou espaços de interesse ambiental são os seguintes: Distrito de
Joaquim Egídio, Distrito de Sousas, Rios Atibaia, Jaguari, Capivari e Capivari-
CL-1 e CL-2; Mirim, Fazendas, Fundos de Vales, Fontes, Bosques, Parques, Matas, Rochas,
SP-1, SP-2, SL-1, SL-2, SL-3 e SG-8; Pedreiras, Clubes, Cemitérios, Faixas Laterais de 30,00m (trinta metros) a
40,00m (quarenta metros) medidas a partir do eixo dos túneis de interligação
EL; (obs.: vide SP-1 na Resolução Seplama nº. 01 de 12/09/2001) das vias marginais ao Córrego do Piçarrão com as Avenidas Lix da Cunha e
2- os usos permitidos passam à condição de tolerados quando instalados em Aquidabã;
locais não previstos e/ou edificações não próprias;
3- as áreas referidas merecerão estudos específicos que definirão o uso e
3- proibidos todos os demais usos. ocupação adequados às características naturais e à preservação do meio
ambiente e da paisagem urbana;
c) quanto à ocupação:
4- ao longo dos rios ficam estabelecidas, como áreas de interesse ambiental,
1- para o uso habitacional serão permitidos os tipos H-3, HMH-3 e HMV-5;
faixas laterais de 300,00m (trezentos metros) de largura, medidas a partir
2- para os usos comerciais, de serviços e institucionais serão permitidos os de seus eixos, onde somente serão permitidos usos destinados a cultura,
tipos CSE e CSE-6; esportes, lazer, turismo, chácaras de recreio e usos habitacionais, com tipos
de ocupação a serem definidos através de estudos específicos;
3- o tipo CSE será permitido em quarteirões e/ou faces de quadras
determinados na implantação do zoneamento, com exceção do uso EL que 5- será permitida a atividade de mineração, mediante laudo técnico emitido
não terá restrições quanto à localização; (conforme redação dada pelo art. pelos órgãos competentes da Prefeitura Municipal de Campinas. (acrescido
36 da Lei no 6.367/90) pelo art. 50 da Lei no 6.367/90)
4- os tipos HMV-5 e CSE-6 somente poderão ser permitidos após estudos b) edificações de interesse sócio-cultural:
específicos, efetuados pelos órgãos técnicos de planejamento da Prefeitura
Municipal de Campinas, por solicitação dos interessados; 1- são consideradas edificações de interesse sócio-cultural aquelas que
possuem valor histórico, cultural, arquitetônico, artístico e turístico;
5- para o tipo CSE serão permitidas unidades autônomas de pequeno porte,
salvo para o uso EL, quando serão permitidas também unidades autônomas 2- estão incluídas nesta categoria as edificações tombadas e as edificações
de médio porte. em processo de tombamento e outras que vierem a ser indicadas pelos
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ANEXO IX 176

órgãos competentes; 1985, que dispõe sobre construção de prédios no Bosque São José.
3- as áreas envoltórias das edificações de interesse sócio-cultural serão e) áreas sob influência dos impactos ambientais gerados pelas operações
objeto de estudos específicos que definirão o uso e ocupação adequadas às aeroportuárias no município, cuja proteção atenda principalmente:

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suas características. (acrescida pelo art. 1o da Lei Complementar no 05 de 13 de Dez. de 2000)
c) caberá à Secretaria de Planejamento e Coordenação, em alguns casos em 1- à legislação aeronáutica aplicável ao município: Portaria 1.141/GM5 de 08
conjunto com outros órgãos com competências conexas, a elaboração dos de dezembro de 1987, Planos Específicos de Zoneamento de Ruído e Planos
estudos específicos, os quais serão regulamentados mediante decreto do de Proteção de Aeródromos, elaborados pelo Ministério da Aeronáutica;
Executivo;
2- à legislação aeronáutica complementar vigente, ou restrições por ela
d) fazem parte desta zona as áreas abrangidas pelas seguintes leis e decretos: impostas, em decorrência mesmo de operações aeroportuárias;
1- Lei no 4.775 de 04 de abril de 1978, que proíbe a construção de prédios 3- à manutenção de densidade populacional a mais baixa possível, no
industriais e instalação de indústrias poluidoras na região denominada entorno dos aeródromos, em especial nas áreas de aproximação e transição
“Helvetia”; dos mesmos, definidas pela legislação aeronáutica;
2- Lei no 4.784 de 10 de maio de 1978, que proíbe a instalação e funcionamento 4- aos aspectos urbanísticos relacionados à configuração, uso e ocupação
de indústrias poluidoras no Distrito de Joaquim Egídio, regulamentada pelo do solo, existentes e planejados;
Decreto no 5.436 de 19 de junho de 1978 e Decreto no 5.729 de 20 de junho
5- a delimitação e os parâmetros de uso e ocupação do solo específicos para
de 1979;
as diferentes áreas de Zona 18 Aeroportuária serão definidos pelos órgãos
3- Lei no 4.792 de 12 de junho de 1978, que proíbe a instalação e funcionamento de planejamento da Prefeitura e estabelecidos através de lei municipal.
de indústrias poluidoras no Distrito de Sousas, regulamentada pelo Decreto
(obs.: vide Lei Complementar nº 05 de 13 de Dez. de 2000, para critérios
no 5.561 de 07 de dezembro de 1978;
específicos das zonas aeroportuárias)
4- Lei no 4.930 de 01 de outubro de 1979, que proíbe a instalação e
funcionamento de indústrias poluidoras no Distrito de Barão de Geraldo;
5- Lei no 5.017 de 16 de setembro de 1980, que proíbe a instalação de
indústrias poluidoras nas proximidades do CEASA;
6- Lei no 5.138 de 24 de setembro de 1981, que dispõe sobre a construção
de prédios na região do Bosque dos Jequitibás e Parque Portugal,
regulamentada pelo Decreto no 7.092 de 06 de maio de 1982 e Decreto no
8.380 de 28 de fevereiro de 1985;
7- Lei no 5.366 de 11 de outubro de 1983 e Lei no 5.541 de 06 de março de
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177 ANEXO X
LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001 - ESTATUTO DA CIDADE IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial
da população e das atividades econômicas do Município e do território
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do
gerais da política urbana e dá outras providências. crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços
e eu sanciono a seguinte Lei: públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às
CAPÍTULO I características locais;

DIRETRIZES GERAIS VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta Lei. b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados
Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam em relação à infra-estrutura urbana;
o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar
como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento correspondente;
das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as
seguintes diretrizes gerais: e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização
ou não utilização;
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao f) a deterioração das áreas urbanizadas;
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes
e futuras gerações; g) a poluição e a degradação ambiental;

II – gestão democrática por meio da participação da população e de h) a exposição da população a riscos de desastres naturais; (Incluído pela
associações representativas dos vários segmentos da comunidade na Medida Provisória nº 547, de 2011).
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos h) a exposição da população a riscos de desastres. (Incluído dada pela Lei
de desenvolvimento urbano; nº 12.608, de 2012)
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da VII – integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais,
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do
território sob sua área de influência;

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ANEXO X 178

VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política
expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, urbana:
social e econômica do Município e do território sob sua área de influência;
I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;

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IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização; II – legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista
X – adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;
financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano,
de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a III – promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito
fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e a melhoria
das condições habitacionais e de saneamento básico;
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado
a valorização de imóveis urbanos; IV – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos;
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural
e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e V – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
arqueológico; território e de desenvolvimento econômico e social.

XIII – audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos


processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o
conforto ou a segurança da população;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais
de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação
socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e
das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento
da oferta dos lotes e unidades habitacionais;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e privados na
promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de
urbanização, atendido o interesse social.

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