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O PAPEL DO DRIBLE NO JOGO DE FUTEBOL

UM OLHAR SOBRE O CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL


PROFISSIONAL MASCULINO DE 2009 DA SÉRIE A

THE ROLE OF THE DRIBBLE IN A FOOTBALL GAME


A LOOK AT THE PROFESSIONAL MALE BRAZILLIAN'S 2009 CHAMPIONSHIP – A
SERIES

Marcelo de França1

ORIENTADOR: Dndo. ANTONIO COPPI NAVARRO2

1 Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho – Futebol e Futsal:


As Ciências do Esporte e a Metodologia do Treinamento.
- E-mail: celokk@gmail.com
2 Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho – Futebol e Futsal:
As Ciências do Esporte e a Metodologia do Treinamento.
- Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício.
- E-mail: ac-navarro@uol.com.br
RESUMO

Introdução: Este estudo trata do papel atual do drible no futebol brasileiro, que
embora tenha uma possibilidade artística, também pode ter utilidade objetiva dentro
de um jogo. Objetivo: Interpretar o drible como ele ocorre e o que ele gera. Revisão
de Literatura: O drible é comumente tratado por sua beleza artística, quando pouco
se encontra sobre sua função tática e sua importância real. Materiais e métodos:
.Foram avaliados dribles de jogos do Campeonato Brasileiro de 2009,
caracterizando-os quanto à região do campo onde ocorrem, ao tipo de decisão
subsequente ao drible, ao tempo desmarcado obtido após o drible e quanto à
reorganização da marcação sobre o atacante. Resultados: O drible costuma ser
executado na região intermediária do campo adversário (43%). Após um drible, a
decisão mais tomada costuma ser uma tentativa de passe (48%) a um companheiro
mais próximo do gol (22%). Em 76% dos dribles, o atacante ganha tempo para
tomar a próxima decisão sem pressa, e em 45% deles, nenhum adversário chega
para marcá-lo antes de sua próxima decisão. Discussão: O drible não é uma
técnica que está diretamente relacionada à marcação de um gol, mas serve de base
num momento de criação de jogadas. As tentativas de drible geram resultados
positivos para a equipe na maioria das vezes, possibilitando a continuação da
criação de jogadas dentro de um contexto mais vantajoso. Conclusão: o drible pode
se tornar, cada vez mais, uma técnica de apoio à armação das jogadas, aos ataques
pelas laterais do campo e, em menor quantidade mas em maior perigo, para
preparar a finalização ao gol adversário.

Palavras-chave: Drible. Técnica. Futebol, Treinamento.


ABSTRACT

Introduction: This study goes over the current role of the dribble in the Brazilian
football, although its possibility of being an art it can also be objectively useful within
a game. Objective: To interpret the dribble as it is and what it generates. Literature
review: The dribble is commonly treated by their artistic beauty, when there is little
data on its tactical mission and its real importance. Materials and methods: There
were evaluated dribbles of Brazilian Championship games in 2009, characterizing
them as the field region where they occur, the type of subsequent decision, the time
obtained after them and on the reorganization of the marking on the striker. Results:
The dribble is usually performed in the intermediate region of the opponent field
(43%). After a dribble, the decision made is often an attempt to pass (48%) to a
teammate closer to the goal (22%). In 76% of dribbling, the attacker gains time to
make the next decision without haste, and 45% had no opponent coming to mark him
before your next decision. Discussion: The dribble is not a technique that is directly
related to scoring, but it serves as a base to the creation movements. The attempts to
dribble generate positive results for the team in most cases, enabling the creation to
keeps on in a more advantageous situation. Conclusion: The dribble has as role a
technical support to the creationship, attacks by the side of the field and less in
quantity but in greater danger as a preparation to try to score.

Keywords: Dribble. Technique. Football. Training.


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1 INTRODUÇÃO

No processo de treinamento de atletas de futebol, algumas dúvidas podem

surgir, geradas pela falta de estudos mais aprofundados sobre as técnicas do

futebol, ou por outros motivos, dos mais nebulosos que possam existir:

• É preciso treinar o drible?

• O drible é realmente importante ou apenas uma molecagem que não se deve

levar a sério?

• O drible possui alguma função tática?

• Como se pode tirar vantagem de um drible?

• Como reorganizar a marcação, após um drible?

Para compreender a importância do drible no futebol, um caminho será

recorrer à análise do que já é existente no futebol. O Futebol profissional, o topo da

cadeia desde a iniciação e a aprendizagem, pela facilidade de acesso as suas

transmissões por televisão, foi escolhido como base para este estudo. Dele será

estraído os dados para a análise e interpretação das variáveis do drible, como é

utilizado atualmente. Para isto, será realizada uma análise de amostrar de dribles

extraídos de jogos de futebol do Campeonato Brasileiro de Futebol masculino

profissional, Série A, ano 2009.

O estudo seguirá a seguinte etapas de campo:


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− Selecionar os jogos de futebol a serem analisados;

− Registrar as características de cada drible, extraído de cada jogo;

− Separar as características mais presentes e buscar um padrão para o drible;

− Discutir as ocorrências mais e menos frequentes dos dribles analisados;

− Interpretar o papel atual do drible, segundo o padrão estabelecido neste

estudo;

− Discutir a importância das informações levantadas e propor formas de

potencializar a utilização do drible, seguindo os resultados obtidos.


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2 Revisão de literatura

2.1 O Drible

O drible é uma das técnicas à disposição dos jogadores de futebol, presente

nos gramados brasileiros. Ele é feito com posse de bola (SANTANA, 2010), o que

configura como uma ação de ataque, e quem dribla procura, com bola, passar por

um adversário (SANTANA, 2010). Segundo (WIKIPEDIA, 2010), é uma ação de

desvencilhar-se do adversário gingando o corpo enquanto se controla a bola com os

pés.

Passar por um adversário marcador é uma das decisões que o atacante com

bola pode tomar. Para CARVALHAS (2010), referindo-se ao basquetebol, o drible é

utilizado quando não há nenhuma possibilidade favorável de passe ou lançamento.

Ou seja: há aí decisões como finalizar para o gol, realizar um passe ou tentar o

drible.

Os papéis a serem assumidos pelo drible, num jogo de futebol, podem ser os

seguintes:

• Permitir a evolução da equipe em campo (SOUSA, 2010);

• Ganhar espaços (SOUSA, 2010), (LAMBERT, 2010);

• Melhorar a posição do jogador em campo;(SOUSA, 2010)

• Criar vantagens numéricas (SOUSA, 2010);

• Ultrapassar adversários (SOUSA, 2010);


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• Melhorar ângulos de passe (LAMBERT, 2010);

• Provoca no adversário o desequilíbrio (SANTANA, 2010);

• Evitar que um jogador adversário efetue o desarme sobre quem tem a posse

de bola (FREIRE, 2006).

Dadas as múltiplas possibilidades do drible, é possível perceber sua

importância dentro de um jogo de futebol. Contudo, há o risco de se interpretar o

drible como foco apenas no aspecto romântico, como nas palavras de SIMÕES

(2010): “PARA mim, no futebol, o drible é um encanto e nunca deixará de ser o doce

recorte de uma imagem”. Poderia se perder as características objetivas desta

técnica, dentro de um jogo.

Outro risco é se tratar o drible como uma brincadeira. Não por este motivo se

proibiria o drible nos treinamentos de futebol, como esclarece PEREIRA (2010):

“Apenas acho um desperdício a habilidade separada da técnica, o drible no meio do

campo, sem sair do lugar.”

Na busca por corrigir qualquer exagero romântico ou brincalhão, relacionado

ao drible no futebol, este estudo tratará este como um assunto sério, uma técnica

que, se utilizada de maneira propícia, pode auxiliar o time na busca pelos gols que

poderão lhe trazer a vitória. Para isto, foi realizado um levantamento de dados de um

dos campeonatos de maior foco da sociedade brasileira: o Campeonato Brasileiro de

Futebol, ano 2009. Estes dados buscam traçar o perfil do drible no futebol

profissional brasileiro, para perceber como se dá sua utilização e as características

que a cercam, a fim de produzir conhecimento em quatro aspectos do drible, assim

como vem sendo utilizado atualmente:


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• A região do campo onde ocorre;

• A decisão que é tomada na sequência;

• A reorganização da marcação do jogador que realizou o drible;

• O tempo desmarcado obtido por quem realizou o drible.

3 Metodologia

Foi utilizada a observação simples de doze jogos de futebol, tomados

aleatoriamente entre a trigésima segunda e a trigésima sétima rodada com

Campeonato Brasileiro 2009. Foram analisados, no total, 154 dribles, diretamente

através da transmissão esportiva de redes de televisão aberta e por assinatura; ao

vivo, sem gravação. Foram analisadas as seguintes quantidades de dribles, dos

seguintes jogos, conforme descrito na tabela abaixo:

Jogos Dribles
Grêmio 3 x 1 Avaí 16
Flamengo 1 x 0 Santos 20
Palmeiras 2 x 2 Corinthians 14
Cruzeiro 2 x 3 Fluminense 31
Grêmio 1 x 1 São Paulo 16
Sport 2 x 3 Cruzeiro 9
Atlético-MG 1 x 3 Flamengo 13
Botafogo 2 x 0 Coritiba 14
São Paulo 2 x 0 Vitória 8
Sport 0 x 3 Fluminense 3
Flamengo 0 x 0 Goiás 5
Corinthians 0 x 2 Flamengo 5
Total 154
9

Foram analisados apenas alguns dribles de cada jogo, extraídos ao acaso.

Esta análise incompleta não permite que se afirme, exatamente, quais as

características do drible, mas será possível tomar os dados como indícios sobre o

drible no futebol profissional, que possam nortear uma visão mais aprofundada

sobre o assunto.

3.1 Planilha de dados

A anotação dos dados foi feita em uma planilha impressa em papel e

transferida para uma planilha eletrônica, para se efetuar os cálculos necessários. A

cada drible observado, foram registradas quatro marcas no papel, a serem somadas

posteriormente: uma para cada aspecto, listados abaixo (A, B, C e D). A orientação

utilizada sobre o drible foi esta:

• Drible: todo o ato de ultrapassar com bola um adversário, de maneira a tirá-lo

de seu caminho rumo ao gol adversário. As jogadas que não se

caracterizaram, exatamente, desta maneira, como os cortes e os dribles

pouco explicitados, não foram analisados.

Os dados no papel se encontravam na seguinte ordem, e aqui estão

acompanhados de suas caracterizações:

A. Quanto à região do campo


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a. Dentro da área adversária: todo drible realizado dentro da grande

área adversária;

b. Na lateral adversária: todos os ocorridos no campo adversário, da

linha lateral do campo à linha lateral da grande área;

c. Na intermediária adversária: área central do campo adversário,

excluindo a grande área e toda a lateral do campo adversário;

d. No campo de defesa: toda a área do campo anterior à linha de meio

de campo.

A divisão entre a região lateral adversária e a intermediária adversária ocorreu

mais subjetivamente que as demais divisões, já que não há linhas no campo de jogo

que a demarque. A divisão foi feita a partir de uma linha imaginária como

prolongamento da linha lateral da grande área, até a linha de meio de campo. As

demais divisões seguiam as linhas do campo. A figura a seguir ilustra as quatro

divisões do campo:

Ilustração 1: Zonas do campo, com as laterais adversárias


em laranja e e a intermediária em amarelo.
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B. Quanto à decisão subseqüente ao drible

Este item encontra subdivisões, listadas a seguir:

O driblador tenta finalizar ao gol

a. Marca o gol: após o drible, o driblador finaliza e marca um gol;

b. Perde o gol: a finalização que se seguiu ao drible foi defendida pela

equipe adversária, foi desviada pelas balizas ou saiu do campo,

gerando tiro de meta ou tiro de escanteio;

O driblador tenta passar a bola

c. A um companheiro mais próximo do gol: ocorre a tentativa de passe

a um companheiro posicionado mais próximo ao gol adversário;

d. A um companheiro mais distante do gol: ocorre um passe que recua

a bola a um companheiro mais distante do gol;

e. A um companheiro cruzador: o passe que segue o drible efetuado

busca um companheiro próximo à lateral do campo, que possa realizar

um cruzamento para a área adversária;

f. Erra o passe: ocorre qualquer tentativa de passe que não consegue

completar-se;

O driblador tenta driblar

g. Tenta aplicar um novo drible: após um drible, o jogador tenta aplicar

um segundo drible, no mesmo ou em outro jogador adversário;


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A jogada não teve seqüência

h. Perde a bola: após o drible, o driblador perdeu a posse de bola antes

de tentar um novo drible, uma finalização ou um passe;

i. Ganha bola parada: um adversário comete falta sobre o driblador, que

ganha algum tiro de bola parada para sua equipe.

C. Quanto ao tempo obtido após o drible

a. O jogador ganha tempo para tomar a próxima decisão: após um

drible, o atacante continua com a bola, sem pressão adversária, e pode

observar o jogo e decidir qual sua melhor opção;

b. O jogador teve que tomar a próxima decisão de maneira urgente:

na seqüência de um drible, o atacante se encontra pressionado a

tomar alguma decisão no tempo mais curto possível.

O item C apresenta, como grau de subjetividade, a medida do tempo exato

em que o jogador pode avaliar sua próxima ação. Entretanto, a falta ou

distanciamento de sua nova marcação será utilizada para se afirmar que houve

tempo para o atacante avaliar qual a melhor decisão a tomar.

D. Quanto à reorganização da marcação


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a. O novo marcador abandona uma marcação para vir marcá-lo: o

próximo adversário a marcar o jogador que efetuou um drible precisou,

claramente, deixar desmarcado um outro adversário que marcava;

b. O novo marcador não marcava ninguém: um jogador adversário que

não estava claramente marcando alguém, assume a marcação de

quem acabou de efetuar o drible;

c. Ninguém veio marcá-lo: nenhum adversário surgiu para marcar o

jogador atacante e ele executou a ação subsequente desmarcado;

d. O novo marcador é o mesmo marcador anterior: o jogador que foi

driblado busca recuperar seu espaço perdido e reconstitui a marcação

sobre o atacante que o driblou.

Este item D possui, como grau de subjetividade, as limitações da observação

da marcação do time adversário, devido aos fechamento do foco da câmera, nas

transmissões de televisão. Notadamente os itens “a” e “b” foram, em parte,

prejudicados. Assim, será mais adequado utilizar o termo “aparentemente”, ao se

referir a estes dois subitens.

4 Resultados e Discussão

Considerados os resultados porcentuais, o drible costuma ocorrer na

intermediária adversária(42,9%), com atacante driblador ganhando tempo para

tomar a próxima decisão (76,0%), decisão esta que costuma ser um passe a um
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companheiro mais bem colocado (22,1%). Normalmente, nenhum outro marcador

surge para marcar o atacante (45,5%), após o drible executado.

As porcentagens serão mostradas abaixo:

Quanto à região do campo


13% 10%
Dentro da área Na intermediária
adversária adversária
Na lateral No campo de
adversária defesa
34%
43%

Ilustração 2: A maioria dos dribles ocorreram na região intermediária


adversária.

O drible costuma ser executado na região intermediária do campo adversário,

portanto, longe do gol. A região mais próxima do gol adversário recebe somente 13%

dos dribles. Isto sugere uma utilidade maior do drible na armação das jogadas, ainda

fora da grande área. De maneira semelhante, 34% dos dribles são executados nas

laterais do campo, que, por ser distante do gol, pode ser considerado setor de

armação.

Novas pesquisas podem verificar se este indício da utilidade do drible na

armação dos jogados retira dos atacantes alguma função típica de driblador.

Provavelmente volantes, meias e laterais também utilizam o drible como técnica

importante na armação, e também precisarão de alguma atenção para este ponto,

no treinamento.

O drible dentro da área ocorre em menor freqüência, porém, são os que

ocorrem mais próximo do gol, o que os torna mais perigosos. O drible no campo de

defesa, contrariamente o mais distante do gol, ocorre na menor porcentagem de


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todos, mas está presente no jogo e pode gerar uma nova pesquisa, que avalie

melhor sua utilidade.

Quanto ao tipo de decisão subsequente ao drible


12%
25% Tenta finalizar
Tenta passar
Tenta driblar
Sem sequência
15%
48%

Ilustração 3: A tentativa de passe é a decisão mais frequente, após


um drible.

Após um drible, a decisão mais tomada costuma ser uma tentativa de passe.

É mais um indício da importância do drible na armação das jogadas. Ele serve, à

finalização da equipe apenas em 12% das ocorrência, ou seja: para cada quatro

dribles seguidos de tentativa de passe, ocorre um seguido de finalização ao gol.

Numa fração também menor ao drible seguido de tentativa de passe, ocorre o

drible seguido de tentativa de drible. Esta pode ser uma ocorrência controversa, ao

levar-se em conta que, num segundo drible, o antigo marcador, o que recebeu o

primeiro drible, já poderá ter reforçado a marcação de seu time ou recuperado sua

posição. A real utilidade desta ocorrência poderá ser melhor estudada, em seus

detalhes.

Porém, além da grandes quantidades de dribles seguido de tentativa de

passe, há uma outra ocorrência mais freqüente durante os jogos: os dribles sem

seqüência. Estes se dividem em dois, reunidos a outros tipos de decisões, no

quadro abaixo.
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Quanto à decisão subsequente ao drible


2% 11%
10% Marca o gol Erra o passe
Perde o gol Tenta novo drible
14% Companheiro mais Perde a bola
próximo
22% Companheiro mais Ganha bola parada
distante

15% Companheiro
cruzador
8%
1%
17%

Ilustração 4: Após um drible, a ação mais frequente é um passe certo a um


companheiro mais próximo do gol.

Os dribles em que o atacante sofre falta ou ganha algum tiro de bola parada

para seu time, representam a quarta maior freqüência, dos nove analisados. Isto

pode subtrair importância do drible, já que o tempo de reposição de bola em jogo

pode ser utilizado pela equipe adversária para retomar posições e reorganizar

marcações. Aqueles em que, na seqüência, o atacante perde a bola, representam a

segunda maior freqüência. Da mesma maneira, a equipe adversária ganhará tempo

para repor qualquer desorganização em sua marcação ou recuperar o espaço

conquistado pelo atacante que efetuou o drible. Somadas estas quantidades à dos

erros de passe subseqüentes, pode-se visualizar que 41,5% dos dribles têm suas

importâncias prejudicadas pela falta ou retardo de continuidade da jogada ofensiva.

Por estar próximo à metade das ocorrência, pode ser considerada uma quantidade

relevante e preocupante, já que o drible pode gerar outros resultados mais

favoráveis.
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Decisão após drible Porcentagem


Tentativa de passe a um com-

panheiro mais próximo 22,1%


Erra o passe 16,9%
Tenta novo drible 14,9%
Perde a bola 13,60%
Ganha bola parada 11,0%
Perde o gol 10,4%

Tabela 1: Em ordem decrescente, as decisões mais freqüentes após um drible.

O passe certo, ocorrido após o drible, representa 31,2% da seqüência dos

dribles. Este é um aspecto positivo, já que há a manutenção da posse de bola. E, de

todas as ocorrências, a mais freqüente é o passe a um companheiro mais bem

colocado, que representa 22,1% do total, ou seja: arredondando os números, a cada

cinco dribles, um antecede um passe certo, a um companheiro mais bem colocado.

Somando-se ao número de passes a um companheiro cruzador, que também pode

ser entendido como um avanço da jogada, este número chega a 24,4%.

Quanto ao drible que gera finalização, a maior freqüência é o que gera

finalizações perdidas. A cada onze finalizações que sucedem um drible, duas

convertem-se em gols. Porém, esta proporção perde ainda mais força, pelo fato do

número de finalizações precedidas por um drible ser baixo. Por isso, o porcentual

total de gols marcados, na seqüência direta de um drible, é de aproximadamente

2%.
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Quanto ao tempo obtido após o drible


24%
Ganha tempo
Decisão urgente

76%

Ilustração 5: O atacante que executou um drible teve três vezes mais


chances de encontrar tempo para a próxima decisão.

Quando um atacante efetua um drible, ele ganha tempo para decidir sem

pressa o que fazer a seguir. Esta á uma conquista de um drible, importante para um

jogador que saiba utilizar este momento sem pressão para tomar uma decisão

adequada. A cada quatro dribles, em apenas um o jogador se encontra pressionado

e deve dividir uma bola com um adversário, ou evitar uma saída de bola, entre

outros inconvenientes de jogo.

Quanto à reorganização da marcação


9% 16%
Abandona outra Ninguém veio
marcação marcá-lo
Não marcava Mesmo
30%
ninguém marcador
anterior

45%

Ilustração 6: Em quase metade dos dribles, nenhum adversário


consegue recompor a marcação sobre o atacante.

Em quase metade dos dribles analisados, o atacante fica livre de marcação.

Este é um fator positivo que pode ser utilizado como um incentivo à utilização do

drible. Entretanto, também pode ser favorável que ele provoque trocas de marcação

no adversário, a fim de facilitar as desmarcações que companheiros que podem


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receber o passe após o drible: aparentemente, este não é um caso frequente, nos

dados analisados.

Em alguns caso, o mesmo marcador consegue recuperar-se e retomar a

marcação. Neste caso, o drible pode perder seu efeito. Mais frequentemente ainda,

aparentemente, o novo marcador não marcava ninguém. Isto sugere que o drible

ocorria em situações onde havia superioridade numérica defensiva. Nestes casos, o

drible poderá auxiliar a diminuir esta superioridade defensiva, mas dificilmente a

transformaria em inferioridade.

5 Considerações finais

O “mais lúdico dos lances” (TOSTÃO, 2010), embora lúdico, precisa ser

encarado de maneira séria por quem é profissional do futebol. O drible parece ser

uma técnica que, se bem estudada, treinada e absorvida como recurso tático pela

equipe, pode facilitar os caminhos ofensivos de uma equipe. Pode-se observar

inconvenientes no uso do drible, os momentos do jogo onde ele não auxilia ou

acrescenta à equipe, mas não se deve ignorar suas qualidades mais principais e

suas vantagens. Quando se observa que um gol foi a sequência direta de um drible,

é possível imaginar que o drible foi o recurso que pôde tornar o gol viável.

É preciso que se faça esta defesa das vantagens que podem ser obtidas com

um drible. Nos dribles analisados neste estudo, sua predominância foi numa zona de

criação de jogadas: a intermediária e as laterais do campo adversário. Um problema

encontrado é o alto número de erros ou retardos de jogada, como faltas marcadas

ou erros de passe, na sequência. Equacionando-se estes problemas, é possível


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aumentar o número de acertos, passes a companheiros mais bem colocados, que já

é um bom número, e até mesmo o número de gols marcados, que é um número

baixo.

É positivo observar que os dribles costumam gerar tempo para se tomar a

próxima decisão e espaços desmarcados. Estes espaços podem ser preciosos na

aceleração da aproximação ao gol adversário, e podem ser traduzidos como uma

desorganização da defesa adversária, ainda que breve e mínima. Já o tempo obtido

para observar o jogo, pensar e decidir, possibilita que a próxima decisão seja a mais

acertada possível.

Resolvendo-se o problemas encontrados, o drible pode se tornar, cada vez

mais, uma técnica de apoio à armação das jogadas, aos ataques pelas laterais do

campo e, em menor quantidade mas em maior perigo, para preparar a finalização ao

gol adversário.
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REFERÊNCIAS

CARVALHAS, João F. Drible. Disponível em:


<http://www.prof2000.pt/users/jcarvalhas/trab8drible.htm> Acesso em 12 de fevereiro
de 2010.

FREIRE, João B. Pedagogia do futebol. 2. ed. Campinas: Autores Associados,


2006.

LAMBERT, Alan. Como Usar o Drible. FCP para sempre. Tradução de: Agilson
Alves. Disponível em: <http://portistaforever.blogspot.com/2010/02/passe-ou-
drible.html> Acesso em 12 de fevereiro de 2010.

PEREIRA, Mauro C. Sem essa de "futebol moleque", o Santos precisa de


talento com responsabilidade. Disponível em:
<http://espnbrasil.terra.com.br/maurocezarpereira/post/101840_SEM+ESSA+DE+FU
TEBOL+MOLEQUE+O+SANTOS+PRECISA+DE+TALENTO+COM+RESPONSABILI
DADE> Acesso em: 14 de fevereiro de 2010.

SANTANA, Adson B. Fundamentos futsal - Domínio, controle, condução, chute,


passe, drible, finta. Futsal Brasil: o portal do futsal mundial. Disponível em:
<http://www.futsalbrasil.com.br/artigos/artigo.php?cd_artigo=158> Acesso em: 08 de
fevereiro de 2010.

SIMÕES, António. Passe ou drible. FCP para sempre. Disponível em:


<http://portistaforever.blogspot.com/2010/02/passe-ou-drible.html> Acesso em 12 de
fevereiro de 2010.

SOUZA, Fernando. Aspectos técnicos - Drible. Basquetebol INICIADOS.


Disponível em: <http://iniciadosbelenenses08-
09.bloguedesporto.com/25918/Aspectos-Tecnicos-DRIBLE-por-F-Sousa> Acesso
em: 12 de fevereiro de 2010.

TOSTÃO. O drible, o passe e o gol. Disponível em:


<http://jbonline.terra.com.br/leiajb/noticias/2009/08/02/esportes/tostao_o_drible_o_pa
sse_e_o_gol.asp> Acesso em: 08 de fevereiro de 2010.

WIKIPÉDIA. Drible. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Drible> Acesso em:


08 de fevereiro de 2010.

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