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ENSINAVA COM AUTORIDADE

– Jesus ensina a sua doutrina com poder e força divinos.

– Ao lermos o Evangelho, é Jesus quem nos fala, ensina e consola.

– Como encontrá-lo na leitura do Evangelho.

I. OS EVANGELISTAS aludem muitas vezes à surpresa que a doutrina de


Jesus e os seus prodígios1 causavam nas pessoas e nos próprios discípulos,
os quais sentiam até certo receio de interrogá-lo...2 Era um temor reverencial
suscitado pela majestade de Cristo, bem patente nas suas palavras e obras, e
que se apoderava das multidões e as cativava. São Lucas relata-nos no
Evangelho da Missa3 que, depois de Jesus ter curado um
endemoninhado, todos ficaram atemorizados e diziam uns aos outros: Que
palavra é esta, que manda com autoridade e poder aos espíritos imundos e
eles saem? E São Marcos diz em outra ocasião que as pessoas estavam
admiradas da sua doutrina, pois ensinava como quem tem autoridade e não
como os escribas4. Através da Humanidade de Cristo, quem falava era a
Segunda Pessoa da Trindade, e as multidões, conscientes do seu
extraordinário poder, tentavam identificá-lo recorrendo aos nomes e às
hierarquias mais altas que conheciam. Será João Batista, Elias, Jeremias ou
algum dos Profetas?5 Ficaram muito aquém.

O povo que escutava Jesus percebeu com clareza a diferença radical que
havia entre o modo de ensinar dos escribas e fariseus e a segurança e força
com que Jesus declarava a sua doutrina. Jesus não expõe uma mera opinião
nem dá mostras da menor insegurança ou dúvida6. Não fala em nome de Deus,
como o faziam os Profetas; não é mais um Profeta. Fala em nome próprio: Eu
vos digo... Ensina os mistérios de Deus e como devem ser as relações entre os
homens, e confirma os seus ensinamentos com milagres; explica a sua
doutrina com simplicidade e com poder porque fala daquilo que viu7, e não
necessita de longos raciocínios. “Não prova nada, não se justifica, não
argumenta. Ensina. Impõe-se, porque a sabedoria que d’Ele emana é
irresistível. Quando se consegue apreciar essa sabedoria, quando se possui o
coração suficientemente puro para avaliá-la, sabe-se que não pode existir
outra. Não se sente a necessidade de comparar, de estudar. Vê-se.

“Vê-se que Ele é o absoluto; vê-se que diante d’Ele tudo é pó; vê-se que Ele
é a Vida. Assim como as estrelas se apagam quando surge o sol, assim
acontece com todas as sabedorias e todas as escolas. Senhor, a quem
iríamos? Tu tens palavras de vida eterna”8.

Jesus continua a falar a cada um de nós, pessoalmente, na intimidade da


oração, e de uma maneira palpável quando lemos o Evangelho... Temos que
aprender a fazê-lo projectando os seus ensinamentos e apelos sobre o pano de
fundo do nosso viver quotidiano.
“Quando abrires o Santo Evangelho, pensa que não só deves saber, mas
viver o que ali se narra: obras e ditos de Cristo. Tudo, cada ponto que se relata,
foi registado, detalhe por detalhe, para que o encares nas circunstâncias
concretas da tua existência.

“– O Senhor chamou-nos, a nós católicos, para que o seguíssemos de perto;


e, nesse Texto Santo, encontras a Vida de Jesus; mas, além disso, deves
encontrar a tua própria vida.

“[...] pega no Evangelho diariamente, e lê-o e vive-o como norma concreta. –


Assim procederam os santos”9.

II. A DOUTRINA DE JESUS tinha tal força e autoridade que alguns dos que
o ouviam exclamavam que nunca em Israel se tinha escutado nada de
parecido10. Os escribas também ensinavam ao povo o que estava escrito em
Moisés e nos Profetas, comenta São Beda; mas Jesus pregava ao povo como
Deus e Senhor do próprio Moisés11.

As suas palavras estavam cheias de vida, penetravam até o fundo da alma.


Quando João Batista o apontou a dois dos seus discípulos como o Cordeiro de
Deus, estes seguiram-no e permaneceram com Ele naquele dia12. São João, o
Evangelista que nos transmitiu os grandes diálogos de Jesus, neste momento
do seu relato simplesmente cala-se. Limita-se a dizer que o encontraram por
volta da hora décima, cerca das quatro da tarde; quando escreveu o seu
Evangelho, já velho, quis unicamente deixar assinalado para sempre o
momento preciso e inesquecível do seu primeiro encontro com o Mestre. O que
o Senhor lhes teria dito? Só sabemos do resultado pelas palavras de André, o
outro discípulo que seguiu Jesus: Encontramos o Messias!13, diz ele ao seu
irmão Simão. Naquela tarde, Deus penetrou no íntimo do coração daqueles
homens. O mesmo aconteceu aos que tinham sido enviados para prendê-lo e
voltaram sem Ele14. Por que não o trouxestes preso?, increparam-nos os
fariseus. E eles responderam rotundamente: Nunca homem algum falou como
este homem.

As palavras de Jesus encerram uma sabedoria infinita, que é entendida pelo


filósofo e por aquele que não tem letras, por jovens, crianças, homens e
mulheres..., por todos. Fala das coisas mais sublimes com as palavras mais
simples; a sua doutrina – profunda como jamais haverá outra – está ao alcance
de todos. Na sua pregação, recorre com frequência a figuras e imagens
conhecidas dos ouvintes, que dão à sua pregação uma atracão e beleza
incomparáveis. Os pormenores mais corriqueiros servem-lhe para expressar os
traços mais excelsos de uma doutrina nova e profundamente misteriosa e
inabarcável.

Toda a vida do Senhor foi um ensinamento contínuo: “O seu silêncio, os


seus milagres, os seus gestos, a sua oração, o seu amor pelo ser humano, a
sua predilecção pelos pequenos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total
na Cruz pela salvação do mundo, a sua Ressurreição, são a actuação da sua
palavra e o cumprimento da Revelação. Estas considerações [...] reafirmam em
nós o fervor de que rodeamos Cristo que revela Deus aos homens e o homem
a si mesmo: Ele é o Mestre que salva, santifica e guia, que está vivo, que fala,
que exige, que comove, que corrige, julga, perdoa e caminha diariamente
conosco na História; o Mestre que vem e que virá na glória”15.

No Santo Evangelho, encontramos diariamente o próprio Cristo que nos fala,


ensina e consola. Quando o lemos – uns poucos minutos em seqüência cada
dia –, aprendemos a conhecê-lo cada vez melhor, a imitar a sua vida, a amá-lo.
O Espírito Santo – autor principal da Escritura Santa – ajudar-nos-á, se
recorrermos a Ele pedindo ajuda, a ser um personagem mais na cena que
lemos, a tirar dela um ensinamento, talvez pequeno, mas concreto, para esse
dia.

III. “A TUA ORAÇÃO – ensina Santo Agostinho – é como uma conversa com
Deus. Quando lês, Deus fala-te; quando oras, és tu que lhe falas”16. O Senhor
fala-nos de muitas maneiras quando lemos o Santo Evangelho: dá-nos
exemplo com a sua vida, para que o imitemos na nossa; ensina-nos como
devemos comportar-nos com os nossos irmãos; recorda-nos que somos filhos
de Deus e que nada nos deve tirar a paz. Bate-nos à porta do coração para
que saibamos perdoar essa pequena injúria que recebemos; pede-nos que
sejamos misericordiosos com os defeitos alheios, pois Ele o foi em grau
supremo; incita-nos a santificar o trabalho, realizando-o com perfeição humana,
pois foi a sua única ocupação durante tantos anos da sua vida em Nazaré...

Todos os dias podemos tirar da leitura do Evangelho um propósito, um


ensinamento, um pensamento que depois nos venha à cabeça ao longo das
horas de trabalho e de descanso. Esta a razão pela qual, sendo possível, é
preferível reservar para esses breves minutos de leitura as primeiras horas do
dia: assim poderemos “encontrar na Vida de Jesus a nossa própria vida”. Há
até quem o leia de pé, recordando o velho costume dos primeiros cristãos, que
aliás se mantém quando ouvimos o Evangelho na Missa.

Fará muito bem à nossa alma procurar que a leitura do Evangelho nos dê
frequentemente tema para a oração: umas vezes, porque nos introduziremos
na cena como se tivéssemos visto o grupo reunido em torno de Jesus e nos
aproximássemos cheios de interesse, ou como se nos detivéssemos junto à
porta onde Jesus ensinava, ou nas margens do lago... Talvez só nos tenha
chegado aos ouvidos uma parte da parábola ou umas frases isoladas, mas
foram suficientes para que algo de muito profundo começasse a mudar na
nossa alma.

Em outras ocasiões, atrever-nos-emos a dizer ao Senhor alguma coisa:


talvez o que aqueles personagens lhe diziam ou gritavam, porque era grande a
necessidade por que passavam: Domine, ut videam!17, que eu veja, Senhor; dá
luz à minha alma, acende-me; Ó Deus, tem piedade de mim, que sou um
pecador18, suplicaremos, servindo-nos das palavras do publicano que não se
sentia digno de estar na presença do seu Deus; Domine, tu omnia
nosti... Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu te amo19..., e as palavras de
Pedro ganharão no nosso coração um tom pessoal, e manifestaremos a Jesus
os sentimentos e desejos de amor e de purificação que dominam o nosso
coração...

Muitas vezes, enfim, contemplaremos a Santíssima Humanidade do Senhor,


e vê-lo perfeito Homem há de animar-nos a amá-lo mais, a ter desejos de
ser-lhe mais fiéis. Vê-lo-emos trabalhar em Nazaré, ajudando José, cuidando
mais tarde da sua Mãe..., ou cansado porque pregou durante muitas horas
nesse dia ou porque a caminhada foi muito longa...

Todos os dias, enquanto lemos o Evangelho, Jesus passa ao nosso lado.


Não deixemos de vê-lo e ouvi-lo, como aqueles discípulos que se encontraram
com Ele no caminho de Emaús. “«Fica connosco, porque escureceu...» Foi
eficaz a oração de Cléofas e do seu companheiro.

“– Que pena se tu e eu não soubéssemos «deter» Jesus que passa! Que


dor, se não lhe pedimos que fique!”20

(1) cfr. Mc 9, 6; 6, 51; etc.; (2) cfr. Mc 9, 32; (3) Lc 4, 31-37; (4) Mc 1, 22; (5) cfr. Mt 16, 14; (6)
cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, EUNSA, Pamplona, 1983, nota a Mt 7, 28-29; (7) cfr.
Jo 3, 11; (8) J. Leclercq, Trinta meditações sobre a vida cristã, págs. 53-54; (9) São Josemaría
Escrivá, Forja, n. 754; (10) cfr. Lc 19, 48; Jo 7, 46; (11) São Beda, Comentário ao Evangelho
de São Marcos, 1, 21; (12) cfr. Jo 1, 35 e segs.; (13) Jo 1, 41; (14) Jo 7, 46 e segs.; (15) João
Paulo II, Exort. Apost. Catechesi tradendae, 16-X-1979, 9; (16) Santo Agostinho, Comentário
sobre os Salmos, 85, 7; (17) Mt 10, 51; (18) Lc 18, 13; (19) Jo 21, 17; (20) São Josemaría
Escrivá, Sulco, n. 671.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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