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Frente: 01 Aula: 02

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO VERBAIS E NÃO-VERBAIS


PROFº: ILDEMAR
A Certeza de Vencer

[UFPB] Quando a linguagem fala do tempo e das com seu pai. Dito assim, na cara. Fiquei parado, calado,
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pessoas pensando naquilo. Seria mesmo verdade? Eu que a vida


toda vinha andando meio por fora, meio para dentro, de
TEXTO I [Para responder às questões de 1 a 7, ] mãos no bolso e cabeça baixa, podia ter lá problema com o
Herança velho? Logo ele, ausente e sem dizer nada, visto de longe.
Nunca vi meu pai de camisa esporte. E quando ele Que história é essa?
morreu, minha mãe ficou olhando para mim. Eu tinha só Minha mãe respondendo, e aprofundando, já entrando
dezessete anos. nessa mania de explicar as pessoas. Ele era um homem de
Meu pai não falava nunca. E minha mãe me olhando, tino, que pensava em tudo, fazia e acontecia, prestava
esperando, querendo que eu respondesse: atenção nela, nos filhos. Eu reparava, eu compreendia?
– O que é que ele diria no seu lugar? Não, ficava distante, metido comigo mesmo, nesse
Como é que eu ia saber? Ora o meu lugar, qual era? Minha isolamento que era doentio, nesse egoísmo.
irmã começando a sair, namorar, e a minha mãe me Era o meu jeito, não era? Não era não, isso de jeito não
perguntando: justifica nada, era o problema, o meu, estava muito claro.
– Você acha que deve? E eu com isso! Depois a história da Eu nunca entendera meu pai.
casa, vende não vende. E a loja, abre não abre. Choque de gerações ia sendo aquilo. Mas o espanto foi
Minha mãe sempre indecisa: maior, e a raiva baixou, e ficou mais uma dúvida quase
– O que é que eu faço? triste, que me deixava remoendo as lembranças, achando
Meu pai tinha sido um homem severo, quieto, de poucos às vezes que bem podia ser, outras que era tudo
amigos. Ia de ônibus para o trabalho, representações. Ia e maluquice. Felizmente, para me ajudar, as perguntas de
vinha. Sem fazer onda, a vida inteira. E de repente minha mãe acabaram.
morrendo, foi coração, e deixando tudo arrumado. Vendeu-se a casa, por bom preço. Deixamos Vila Mariana
Ninguém tinha percebido. Nem minha mãe: e viemos para o Jardim Paulista, o apartamento em três
– Eu não sabia o que era preocupação. anos para pagar. Com o dinheiro que sobrou comprou-se
E não era obrigada a saber. Mas se arreliava, suspirando. a loja, como já disse na Augusta. A renda que meu pai
Eu que sempre odiei suspiro ficava ali, ouvindo, com deixara ficou maior. Enquanto isso eu terminei o estudo e
sono. A troco de quê? Ela suspirava por medo, passei a trabalhar. De corretor, que estava dando muito,
atrapalhação, falta de jeito. Principalmente com dinheiro. com um amigo que já vendera loteamentos, vilas,
Ou de sozinha, ou desamparo. Porque eu não era apoio palacetes. Nessa vida sem horário, passava dias sem ver
nem companhia. minha mãe ou minha irmã, sempre se revezando na loja. E
– Será que eu preciso vender a casa? quando as via, falávamos pouco. Do tempo de antes,
Isso era comigo separado, minha irmã por longe. Pra que ficara apenas um copo de leite, último cuidado maternal.
afligir a menina? Eu entendia, mas não respondia logo. Eu precisava me alimentar direito.
Falava depois, aos poucos, e assim mesmo pela metade. A loja firmou-se, cresceu, minha mãe alegrou-se de novo.
Quase perdi o ano. Meus negócios também aumentaram. Descobri que podia
– E a loja, não é boa idéia? falar, e falar fácil, quando o assunto não era meu, pessoal,
Artigos infantis, roupinhas de nenê, tudo para crianças. ou apenas envolvia dinheiro. Aos poucos, fui
No estilo de boutique, Rua Augusta 1. Uma das primeiras a desempenando. E vez por outra, os três juntos em casa,
aparecer. Era boa idéia, sim, devia ser bom negócio. Mas conversávamos como nunca.
como garantir, assim de repente? Minha irmã se animava, Dinheiro ajuda muito, chega a melhorar as pessoas, e isso
ela que sempre se imaginou cercada de filhos, e eu calado, acontece até com os parentes. As perguntas de minha mãe
nem sim nem não. Afinal de contas, nunca vira a voltaram. Mas ela decidia antes, e perguntava só de
possibilidade de ganhar dinheiro vendendo coisas. comparação, vamos ver o que você acha. Como faz hoje.
– O seu dever é me orientar. Um dia, a propósito de uma partida qualquer que se
Eu diante de minha mãe, ela me olhando, insistindo. atrasara, ela quis saber:
Aborrecida, mais, irritada esperando por um conselho. – Devo aceitar?
Muito diferente. Que história é essa de dever, eu me Eu que não entendo de roupas, fiquei um instante
perguntava, quase estourando. Sempre evitei dar palpites, pensando, seria vantagem ou não. E ela rindo:
fazer boa ação, negócio de escoteiro. Minha irmã fora – Já aceitei. Se fosse esperar sua opinião, fechava a loja.
ENSINO MÉDIO - 2008

bandeirante uns oito anos. Ela sim, podia ajudar. Ou não Você é igualzinho a seu pai.
podia? Eu me sentia covarde, inútil, diminuí demais. E (RAMOS, Ricardo. Herança. In: _____ . Contos brasileiros
talvez por isso não dissesse nada. 3. Para gostar de ler. 18 ed. São Paulo: Ática, v. 10. 2002, p.
– Se seu pai fosse vivo... 80-83).
Aí as comparações. E no meio delas, a surpresa de ver
minha mãe me acusando: você sempre teve um problema

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!


EXERCÍCIO Hoje o homem vive simultaneamente em todas as regiões da
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01. O conto de Ricardo Ramos apresenta estrutura narrativa, em Terra. Dói-lhe o mundo inteiro como se fosse uma extensão sensível do
que o narrador. seu corpo; os postes telegráficos e as ondas de rádio são as células
a) recorre à narração em 1ª pessoa, uma vez que relata nervosas deste imenso organismo a transmitir-lhes impressões e dores
momentos da própria vida. em forma de notícias. A primeira página de um jornal é o gráfico desta
b) relata situações vividas pela família após a morte do pai, em vida nervosa suplementar, estampando diariamente a curva de nossas
uma narração na terceira pessoa. tristezas universais, somando as parcelas do mundo em nosso
c) utiliza-se apenas do nível culto da linguagem para relatar as comportamento mental e dividindo a nossa mal distraída atenção pelos
quatro recantos da Terra.
suas experiências de adolescente.
Nunca a unanimidade humana foi tão grande. Estamos
d) afasta-se radicalmente do emprego de expressões coloquiais,
interessados em tudo e todos. Das experiências termonucleares às
assegurando ao conto um tom mais formal.
pesquisas sobre a dor reumática. Das multidões esfomeadas da Índia à
e) faz uso de uma linguagem excessivamente figurada, visto que
pobre menina brasileira que roubou um pão. Das reviravoltas políticas
se trata de uma obra literária. da África às usinas de alumínio do Canadá.
02. No fragmento “Ia e vinha. Sem fazer onda, a vida inteira.”, o Por isso mesmo, mereço este dia de praia e de sol, fechado por
narrador caracteriza seu pai como uma pessoa. algum tempo nesta felicidade deslumbrada feita de orgânico egoísmo.
a) calma, porque trabalhava com representações. Hoje eu não sofreria nem por mim mesmo. Nosso destino é morrer. Mas
b) tranqüila, porque era o seu jeito de ser, de encarar a vida. é também nascer. O resto é aflição de espírito.
c) desligada, porque não informava nada do seu trabalho à (Paulo Mendes Campos. Unanimidade).
família. 08. Sobre o homem atual, assinale a alternativa correta.
d) inconstante, porque sempre mudava de emprego. a) É um corpo sensível profundamente perturbado pela
e) decidida, porque sabia organizar a família. tecnologia moderna.
03. O fragmento “- O que é que ele diria no seu lugar?” registra b) Ainda que de forma indireta, vivencia plenamente os
a fala da mãe conversando com o filho. Esse fragmento refere- acontecimentos mundiais.
se à(ao) c) Evita assuntos polêmicos, de modo a atingir a unanimidade
a) resultado que o pai iria alcançar. com seus pares.
b) espaço físico onde o pai deveria estar. d) Egoísta, por natureza, não abre mão do seu prazer em
c) situação que o filho gostaria de vivenciar. benefício do outro.
d) área onde o filho poderia agir. e) Vê a mídia (rádio e jornal) apenas como fonte diária de
e) posição que o pai poderia assumir. sofrimento e desilusão.
04. No fragmento “Depois a história da casa, vende não vende. 09. O sentimento que mais se identifica com o “tom”
E a loja, abre não abre.”, as expressões destacadas revelam manifestado pelo narrador, na maior parte do texto, é o de.
que a família. a) desespero. d) amargura.
a) vivenciava um momento de dúvida, porque lhe faltavam b) indiferença. e) insegurança.
experiências para tomar certas decisões. c) alegria.
b) sabia como administrar os imóveis e os negócios deixados 10. Na vida do narrador, o dia de sol e praia representa.
pelo pai. a) uma forma de escapar de seus problemas pessoais.
c) tinha consciência das dificuldades que iria enfrentar após a b) um momento de reflexão sobre a natureza.
morte do pai. c) o direito de experimentar o prazer, mesmo que momentâneo.
d) esperava o momento oportuno para negociar os bens d) a necessidade de se livrar das obrigações diárias.
deixados pelo pai. e) o desejo inconsciente de nascer num mundo diferente do
e) percebera que a vida financeira precisava ser mais bem atual.
administrada.
11. Assinale a alternativa correta.
05. Com base na leitura do conto, verifica-se que o narrador. a) Do ponto de vista da tipologia textual, mesclam-se, no texto
a) desejava ter aproveitado melhor sua adolescência, sem em estudo, seqüências narrativas e descritivas.
responsabilidades. b) O nós de “Estamos interessados em tudo e em todos” (2o
b) demonstrava insegurança para tomar as decisões cobradas parágrafo) remete apenas ao narrador e a seus leitores.
por sua mãe. c) O advérbio hoje é empregado com o mesmo sentido nas suas
c) criticava a irmã por ela ter começado a namorar muito jovem. duas ocorrências no texto (1o e 3º parágrafos).
d) pretendia ser igualzinho a seu pai, apesar do choque de d) No início do último parágrafo, o demonstrativo isso retoma o
gerações. que foi dito nos dois parágrafos anteriores.
e) tinha orgulho de ser o único filho, de quem a mãe esperava e) Em “Nosso destino é morrer. Mas é também nascer” (3o
decisões importantes. parágrafo), a presença de termos considerados antônimos (em
itálico) torna o enunciado contraditório.
06. (UFPB/PRG/COPERVE PSS-2008) Leia o fragmento:
“Eu tinha só dezessete anos.” Quanto ao sentido da palavra só, 12. Segundo o Dicionário Aurélio, provérbio pode ser definido
destacada no fragmento, pode-se afirmar: como uma “máxima ou sentença de caráter prático e popular,
I. Transmite idéia de limitação. comum a todo um grupo social, expressa de forma sucinta e
II. Exprime idéia de explicação. geralmente rica em imagens”.
III. Expressa idéia de exclusão. Dentre os provérbios apresentados abaixo, assinale aquele que
Está(ão) correta(s) apenas: NÃO está corretamente interpretado.
a) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
a) I d) I e II Com persistência podemos conseguir o que almejamos.
b) II e) II e III b) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
c) III É preferível contentar-se com o pouco certo do que com o muito
ENSINO MÉDIO - 2008

07 – No primeiro parágrafo do texto há: incerto.


a) uma oração d) quatro orações c) Nem tudo que reluz é ouro.
b) duas orações e) cinco orações Não devemos nos iludir com as aparências.
c) três orações d) Casa de ferreiro, espeto de pau.
As pessoas recorrem a diferentes meios para sobreviver.
[UFMS] A seguir, um trecho de uma crônica de Paulo Mendes e) Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Campos e responda às questões de 08 a 11 Problemas dos outros, em geral, não nos afetam.

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