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29.0 mm and the width of 16.0 mm. The data obtained serve as a basis for the taxonomic
characterization of the species, since no data are found in the literature.
Keywords: anatomy, birds; psittacidae
Foi realizada maceração controlada dos crânios, occipitais foi obtida entre seus pontos mais
iniciando com rebatimento da pele, fáscias e mediais; diâmetro e largura do forame magno;
musculatura, com instrumental de dissecação. Em comprimento e espessura do arco jugal; altura da
seguida os crânios foram submetidos à ação de ranfoteca; largura máxima da rinoteca; largura
insetos da espécie Solenopsis spp com a finalidade máxima da gnatoteca; largura da zona flexora
de preservar as junções ósseas, processo adaptado crânio facial e distância entre os ossos lacrimais.
de Ladeira and Höfling (2007). Após completo
consumo das partes moles do crânio pelos insetos, Resultados e Discussão
procedeu-se com a clarificação com peróxido de Foi observado que os ossos do crânio dos Tuins
hidrogênio a 5% (Ladeira and Höfling, 2007) adultos tendem a se fusionar com a idade, assim
durante 5 minutos e uma nova limpeza dos tecidos como relatado em outras espécies de aves (Brito,
finalizou a preparação dos crânios. 2008, Guzzi et al., 2014, Previatto, 2012,
A descrição dos ossos e obtenção dos valores Cavinatto et al., 2016) apesar de tal processo, foi
craniométricos e prosoprométricos foi obtida com possível identificar alguns ossos como: frontal,
o auxílio de lupa circular de luz fria. As quadrado, arco jugal, pterigoide, vômer,
mensurações foram realizadas utilizando como rostroparaesfenoidal, maxila, mandíbula, parietal,
referências mensurações utilizadas por Werner et occipital, lacrimal, palatino, nasal, esfenoide e
al. (2015) com adaptações e com auxílio de supraoccipital; além de algumas estruturas como a
paquímetro universal de 0,00mm. Foi mensurado proeminência cerebelar, o forame óptico, o
o comprimento máximo do crânio, medido do processo pós-orbital, zona flexora craniofacial,
ponto mais caudal do crânio, logo acima da septo interorbital, lâmina paraesfenoidal, arco
proeminência cerebelar até a face rostral da suborbital, fontículo orbitocranial, meato acústico
rinoteca, seguindo uma linha horizontal; a largura externo, crista nucal transversa, processo para-
máxima do crânio foi obtida de um processo pós occipital, fossa subcondilar, fenestra rostral da
orbital ao outro contra lateral; a largura caudal mandíbula, vômer, exoccipital, côndilo occipital e
máxima do crânio foi obtida da região dorsal ao forame magno (Figura 1). As mensurações obtidas
meato acústico externo de um antímero até o seu dos crânios estão presentes na Tabela 1.
contra lateral; a distância dos processos para-
Assim como descrito por Cavinatto et al. O espaço entre as órbitas apresentou um padrão
(2016), em estudo realizado com exemplares do achatado denominado de septo interorbital e a
gênero Amazona, constatou-se cavidades zona flexora crânio facial se apresentou bem
orbitárias capazes de acomodar grandes globos demarcada, entre os ossos nasal e frontal,
oculares e uma zona flexora craniofacial bem possibilitando amplo movimento em sentidos
desenvolvida, o que também vai de acordo com dorsal e ventral da rinoteca, o que se assemelha ao
Cubas et al. (2014) que afirmam serem estas descrito por Cavinatto et al. (2016) para outras
características comuns à ordem Psitaciformes. espécies da mesma ordem.
Figura 1 A-D: A: Vista dorsal dos crânios do macho (a) e fêmea (b); B: Vista lateral do crânio; C: Vista dorsal do crânio; D:
Vista ventral do crânio. Aj: arco jugal; ASo: arco suborbital; CO: côndilo do occipital; CNT: crista nucal transversa; EX:
exoccipital; FR: fenestra rostral da mandíbula; FM: forame magno; FO: forame óptico; FSC: fossa subcondilar; F: frontal;
L: lacrimal; LP: lâmina paraesfenoidal; Mn: mandíbula; Mx: maxila; MAE: meato acústico externo; N: nasal; Pal: palatino;
P: parietal; PrPO: processo pós-orbital; PC: proeminência cerebelar; PT: pterigoide; Q: quadrado; RP: rostro paraesfenoidal;
SIO: septo interorbital; SO: supra-occipital; V: vômer; ZFC: zona flexora craniofacial.
A região frontal rostralmente se articula com a (Guzzi et al., 2014). Nos exemplares estudados, os
zona flexora craniofacial bem pronunciada, ossos pterigoides foram facilmente identificados e
caudalmente se funde ao osso parietal, sem sutura mensurados, obtendo-se valor médio de 8,3mm na
visível, e ventralmente se funde com o septo fêmea e 8,05 mm no macho (Tabela 1). O
interorbital, enquanto que laterorostralmente se rostroparaesfenoidal apresentou-se afilado,
articula com os ossos lacrimais sem sutura visível principalmente em sua porção mais rostral,
entre eles; diferente do que foi observado por semelhante ao descrito por Flausino Júnior et al.
Posso and Donatelli (2007) em que a sutura (1999) para exemplares de Momotus momota, e o
lacrimofrontal foi identificada entre o osso formato foi levemente côncavo. A lâmina
lacrimal e a região frontal, provavelmente por paraesfenoidal se apresentou inclinada no sentido
serem animais mais jovens que os observados medial e dorsal do interior do crânio, terminando
neste estudo. Ainda, segundo Posso and Donatelli em uma ponta afilada que está acima da porção
(2007), a região parietal dos Coccizynae se inicial do rostroparaesfenoidal. O vômer pôde ser
apresentou completamente fundida à região identificado como uma estrutura estreita e
frontal, e o mesmo foi observado no crânio de achatada lateralmente; o que se assemelha ao
Tuim-de-asa-azul, o que dificultou uma descrito por Guzzi et al. (2014) para exemplares
delimitação clara entre as duas regiões. de Caracara cheriway e Caracara plancus,
porém, nestes exemplares o vômer se apresentou
O osso pterigoide, juntamente com os ossos
como uma lâmina longa, enquanto que nos Tuins-
palatinos e o vômer, forma a região do palato
de-asa-azul teve comprimento relativamente fossa subcondilar o forame magno, que teve
curto. comprimento médio de 4,1 mm e largura média de
2,9 mm, apresentou-se direcionado ventralmente.
O osso lacrimal é uma projeção afilada e
Estes dados demonstram medidas e
cranial na órbita, que encerra a margem orbital,
particularidades de indivíduos adultos, entretanto,
destacando a região da órbita com forma
para que possamos extrapolar os achados à
proeminente que se estende até o processo pós-
espécie, o número de animais deverá ser
orbital, a qual segue a borda lateral do osso frontal
aumentado para estabelecimento da média das
em sua região frontal e dorsal, e do osso parietal
medidas analisadas
em sua região mais caudal, sendo que a sutura
entre a região frontal e o osso lacrimal não são A fusão dos ossos em Tuins adultos dificulta a
visíveis, porém a sutura lacrimonasal, entre o osso identificação de suas divisões, sendo possível
lacrimal e o nasal é visível e bem delimitada, se identificar claramente apenas ossos como frontal,
assemelhando ao descrito em Piaya cayana (Posso quadrado, arco jugal, vômer, nasal, maxilar,
and Donatelli, 2007). O arco suborbital, que mandibular, lacrimal e esfenoide necessitando de
resulta da fusão do processo pós-orbital e do instrumentos de aumento para melhor
processo zigomático com o processo lacrimal, visualização e delimitação. Os dados
mostrou-se completo e com semelhança ao morfométricos obtidos, apesar de serem em
descrito para o gênero Nymphicus (Gaban-Lima, apenas um exemplar de macho e outro de fêmea,
2007). O fontículo orbitocranial foi facilmente são bases que podem servir para a caracterização
identificado caudodorsal ao esfenoide, com taxonômica para a espécie, já que não são
abertura em sentido rostral, enquanto que o forame encontrados dados na literatura.
óptico se abre em sentido rostrolateral e localiza-
se caudoventral às bordas ventral e caudal do Referências Bibliográficas
fontículo orbitocranial, diferente do que foi Brito, G. R. R. 2008. Análise filogenética de
descrito para Gymnogyps amplus (Brito, 2008) Cathartidae (Aves) com base em caracteres
onde o fontículo interorbital e o forame óptico são osteológicos. Universidade de São Paulo, São
fusionados. Paulo, Brasil.
O meato acústico externo tem formato Caldas, S. S. 2015. Estudo morfológico descritivo
aproximado de círculo, na altura da região ventral das estruturas relacionadas à cinética craniana
da órbita e dorsocaudal ao osso quadrado, sendo do Ramphastos toco. Faculdade de Agronomia
assim, entre os exemplares estudados por (Gaban- e Medicina Veterinária. Universidade de
Lima, 2007), mais semelhante à Cyanoliseus. Brasília, Brasília.
A crista da nuca transversa mostrou-se pouco Cavinatto, C. C., Armando, A. P. R. N., Cruz, L.
desenvolvida em sua porção dorsal e mais K. S., Lima, E. M. M. & Santana, M. I. S. 2016.
desenvolvida em suas porções laterais, Descrição anatômica de esqueletos de
apresentando semelhança à Aratinga aurea, papagaios do gênero Amazona através da
(Gaban-Lima, 2007). A proeminência cerebelar utilização de radiografias. Pesquisa
mostrou-se reduzida, semelhante ao descrito por Veterinária Brasileira, 36, 123-130.
Pascotto et al. (2006) para exemplares de Cubas, Z. S., Silva, J. C. R. & Dias, J. L. C. 2014.
Bucorvus cafer, porém, delimitada dorsalmente Tratado de animais selvagens-medicina
pela crista nucal transversa. O osso supraoccipital veterinária. Editora Roca.
é proeminente e lateralmente à ele, à direita e à Flausino Júnior, O. A., Donatelli, R. J. & Pascotto,
esquerda, estavam também bem demarcados os M. C. 1999. Osteologia e miologia cranianas de
exoccipitais, o que confere com a organização Momotus momota (Coraciformes:
descrita por Posso and Donatelli (2007) para a Momotidae). Ararajuba, 7, 109-124.
subfamília Coccyzinae. O processo paraoccipital Forshaw, J. M. & Cooper, W. T. 1989. Parrots of
em ambos exemplares se mostrou longos e the world. Blandford, London.
afilados, com curvatura em sentido medial na sua
porção mais ventral, que se assemelha ao descrito Gaban-Lima, R. 2007. Análise filogenética de
por Migotto (2008) para espécie Gyps fulvus. psittaciformes (aves) com base em caracteres
morfológicos siringeais e osteológicos.
A fossa subcondilar apresentou-se como uma Universidade de São Paulo, São Paulo.
estrutura rasa, semelhante ao encontrado para Guzzi, A., Santos Nascimento, M., Lima, S. P.,
Rosthramus sociabilis (Migotto, 2008). Acima da Santos, S. S. & Donatelli, R. J. 2014.