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Efluentes
Água residual urbana
Água de sabão - água que foi utilizada para banhos, chuveiros, lavatórios e
lavagem de roupa e chão.
Água negra - água e resíduos originários de sanitários e lava-loiças. No entanto,
os resíduos líquidos de sanitas, em áreas não servidas por sistemas públicos de
drenagem, são também designados por night soil, sendo armazenados e
transportados separadamente da habitação.
Normalmente estas duas componentes, água negra e água de sabão, são misturadas e
descarregadas para um sistema de drenagem único, sendo genericamente designadas por
água residual doméstica ou simplesmente esgoto (AEA, 1998).
Os efluentes industriais são os resíduos líquidos dos processos industriais (AEA, 1998).
Em alguns casos os efluentes industriais têm componentes semelhantes à águas
residuais domésticas. Como acontece com os efluentes da indústrias alimentares, de
refrigerentes e lavandarias, embora sejam, frequentemente, mais concentrados e
produzidos em quantidades consideráveis. Noutros casos os efluentes contêm materiais
potencialmente tóxicos ou corrosivos se descarregados sem tratamento para um meio
hídrico ou coletor, como por exemplo, os efluentes de indústrias químicas, refinarias,
fábricas de gás de cidade, fábricas de galvanização e decapagem de metal e oficinas de
pintura. Embora alguns resíduos industriais sejam semelhantes aos presentes em águas
domésticas, como o sangue, os óleos e as gorduras, são extremamente poluentes devido
às elevadas concentrações com que ocorrem em certos efluentes de indústrias tais como
matadouros, indústrias de lacticínios, produção de cerveja e destilarias (AEA).
Antes de ser atribuída a uma determinada indústria a licença de descarga dos seus
efluentes num coletor público será necessário comprovar que esses efluentes não
contêm substâncias que, individualmente ou misturadas com outros efluentes, possam
(AEA, 1998):
Se uma indústria não cumprir os limites estabelecidos pelas autoridades para os caudais
e qualidade dos efluentes então terá de desenvolver um sistema adequado de tratamento
local e posterior transporte dos efluentes tratados até uma linha de água (AEA, 1998).
Uma vila ou cidade têm normalmente uma existência longa. As indústrias têm uma
existência menos permanente. Devido a incertezas de mercado, uma indústria não pode
assegurar o seu futuro para além do curto prazo, frequentemente menos de 2 a 3 anos.
Os sistemas de coletores são dimensionados e construídos para uma vida útil de 50 anos
ou mais, as estruturas das estações de tratamento para 30 anos e os equipamentos para
10 a 15 anos (AEA, 1998).
Se a indústria não puder satisfazer uma destas opções a descarga dos seus efluentes
poderá não ser permitida e será necessário providenciar tratamento local. No entanto,
esta análise poderá ser mais complexa devido a fatores econômicos como, por exemplo,
o desenvolvimento de uma área poderá ser incentivado por várias entidades através de
subsídios ou redução de contribuições (AEA, 1998).
Para grandes instalações em zonas rurais, tais como hotéis e restaurantes, deverá ser
instalada uma pequena estação de tratamento, frequentemente pré-fabricada. Estas
estações usam basicamente os mesmos processos que as estações de tratamento
municipais. No entanto, providências têm de ser tomadas para transportar as lamas
produzidas para tratamento numa estação municipal e deposição adequada (AEA,
1998).
Águas residuais tratadas podem ser utilizadas para usos secundários em indústrias, tal
como arrefecimento, sem outro tratamento além de desinfecção e dosagem de algicida
(AEA, 1998).
Em algumas áreas com carência de água são usados sistemas duplos (sistema dual) de
abastecimento em edifícios de habitação ou públicos, que consistem em ter um sistema
de tubagens separado para o autoclismo para além do sistema normal de água potável
para todos os outros usos. É possível utilizar assim efluente tratado na sanita se forem
tomadas precauções adequadas para evitar trocas e interligações entre tubagens de
sistemas diferentes, como sejam usar códigos de cor par as tubagens ou coloração do
efluente tratado, e que o efluente seja desinfectado e doseado com algicida (AEA,
1998).
Se outros usos forem considerados, tais como certos processos industriais ou consumo
humano, será necessário proceder a tratamento adicional tal como é feito para qualquer
outra origem primária de água para consumo. O efluente tem geralmente qualidade
inferior à de águas de origens naturais pelo que o seu tratamento pode ser
consideravelmente dispendioso e assim esta solução é pouco utilizada (AEA, 1998)
O tratamento das águas residuais é efetuado para evitar condições inaceitáveis tais como
(AEA):
Riscos para a saúde pública.
Poluição dos recursos hídricos para os quais são descarregados efluentes - rede
hidrográfica, lagos e o mar - até ao ponto em que danificam a flora e fauna
aquática ou em que limitam as atividades econômicas, sociais e de recreio
normais como consequência de contaminação ou desoxigenação.
Poluição do ambiente em geral, sob a forma de odores desagradáveis ou
paisagem e contaminação das águas subterrâneas.
Parâmetros de Controle:
Existem substâncias que, embora não entrem na qualidade exigida no meio receptor,
têm importância no tratamento.
Os metais pesados deverão ser controlados no meio receptor (parâmetros de saída)e nas
lamas (especialmente se estas são para utilização na agricultura).
Existem substâncias que não podem ser feitos balanços de massa devido à sua
bioacumulação e persistência. As suas emissões devem ser tendencialmente zero (por
exemplo: mercúrio [Hg] e cádmio [Cd]).
Efluente.
O tratamento de águas residuais é tanto mais econômico, quanto maior for o número de
habitantes equivalentes a tratar num só local, minorando os custos de investimento e
exploração per capita. Neste caso, os sistemas intensivos apresentam-se como
vantajosos.
Os custos per capita associados à concentração dos efluentes (custos de transporte) num
só local, aumentam com a dispersão geográfica dos aglomerados populacionais e relevo
acentuado.