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A inteligência prática na criança e a função da fala:

Contra alguns de seus contemporâneos, como Buhler, que em seus trabalhos


afirma que a inteligência prática nos seres humanos, assim como nos chimpanzés,
pode ser executada independentemente da fala, e que o desenvolvimento pleno desta
não altera o funcionamento daquela; Vygotsky postulará que a inteligência prática
imbrica-se dialeticamente à fala no decorrer do desenvolvimento da criança, e desse
modo, promove uma nova organização estrutural da inteligência prática. Além disso,
Vygotsky se opõe à concepção mecanicista do papel da interação social, que a
concebe apenas como modelos a serem imitados pelas crianças, sendo a aquisição
dos esquemas essências da execução dos vários comportamentos garantida pela
repetição, ainda que uma relevância mínima seja dada à fala, como meio de
adaptação social apenas, pelos teóricos mecanicistas. A crítica de Vygotsky a esse
mecanicismo encontra-se no fato de ele não considerar “as mudanças que ocorrem
na estrutura interna das operações intelectuais da criança”, pois, para esse autor, a
fala (sistema de signos executado) tem um papel fundamental na organização das
funções psicológicas superiores.
O estudo do uso de instrumentos separado do uso de signos pelas crianças,
ancorado nos estudos de macacos que mostravam que o comportamento propositado
prescindia da fala (atividade simbólica), levou a concepção do desenvolvimento dos
processos simbólicos como manifestações de intelecto puro (espontâneo), e não
como produto da historicidade da criança. Vygotsky localizará outra consequência
desse estudo separado no conceito de fala egocêntrica de Piaget, onde a fala não tem
função organizadora na atividade da criança; em contraposição ao último, aquele
autor dirá que a atividade simbólica ao invadir o processo de uso de instrumentos
“produz formas fundamentalmente novas de comportamento”, e que a unidade
dialética entre a inteligência prática e o uso de signos “constitui a verdadeira essência
no comportamento humano complexo”.
“Antes de controlar o próprio comportamento, a criança começa a controlar o
ambiente com a ajuda da fala”, segundo Vygotsky, esse uso da fala produz novas
relações com o ambiente e uma nova organização do comportamento. Esse autor, em
seus experimentos, chegou à conclusão de que a fala é imprescindível para a criança,
na resolução de problemas. A fala não só acompanha a atividade prática, mas faz
parte de uma função psicológica complexa orientada para a solução dos problemas,
e quanto mais complicada a situação, maior a sua importância; e caso a criança seja
proibida de utilizá-la, não será capaz de resolver o problema.
Ao falar da diferença entre macacos antropoides e crianças que falam,
Vygotsky destacará alguns pontos importantes: a criança é mais independente da
concretude da situação, ela consegue criar um plano de ação utilizando estímulos fora
do seu campo visual, ela não é refém da relação direta entre o agente e o objetivo:
“Através da fala, ela planeja como solucionar o problema e então executa a solução
elaborada através de uma atividade visível”, a esses, adicione-se o fato de que a fala
além de facilitar a manipulação de objetos, permite que a criança controle seu próprio
comportamento, “adquirindo assim a capacidade de serem tanto objeto quanto sujeito
de seu próprio comportamento”.
“a fala egocêntrica das crianças deve ser vista como uma forma de transição
entre a fala exterior a interior. Funcionalmente, a fala egocêntrica é a base para a
fala interior, enquanto que na sua forma externa está incluída na fala comunicativa”.
“A maior mudança na capacidade das crianças para usar a linguagem como
um instrumento para a solução de problemas acontece um pouco mais tarde no seu
desenvolvimento, no momento em que a fala socializada (que foi previamente
utilizada para dirigir-se a um adulto) é internalizada. Ao invés de apelar para o
adulto, as crianças passam a apelar a si mesmas; a linguagem passa, assim, a
adquirir uma função intrapessoal além do seu uso interpessoal”.
“A mudança crucial ocorre da seguinte maneira: num primeiro estágio, a fala
acompanha as ações da criança e reflete as vicissitudes do processo de solução do
problema de uma forma dispersa e caótica. Num estágio posterior, a fala desloca-se
cada vez mais em direção ao início desse processo, de modo a, com o tempo,
preceder a ação”. Quando isso ocorre, nasce a função planejadora da linguagem.

Signos e Instrumentos estão na categoria de atividade mediada: “"A razão", ele


escreveu, "é tão engenhosa quanto poderosa. A sua engenhosidade consiste
principalmente em sua atividade mediadora, a qual, fazendo com que os objetos ajam
e reajam uns sobre os outros, respeitando sua própria natureza e, assim, sem
qualquer interferência direta no processo, realiza as intenções da razão"(1). Marx cita
essa definição quando fala dos instrumentos de trabalho para mostrar que os homens
"usam as propriedades mecânicas, físicas e químicas dos objetos, fazendo-os agirem
como forças que afetam outros objetos no sentido de atingir seus objetivos
pessoais"(2).
“A diferença mais essencial entre signo e instrumento, e a base da divergência
real entre as duas linhas, consiste nas diferentes maneiras com que eles orientam o
comportamento humano. A função do instrumento é servir como um condutor da
influência humana sobre o objeto da atividade; ele é orientado externamente; deve
necessariamente levar a mudanças nos objetos. Constitui um meio pelo qual a
atividade humana externa é dirigida para o controle e domínio da natureza. O signo,
por outro lado, não modifica em nada objeto da operação psicológica. Constitui um
meio da atividade interna dirigido para o controle do próprio indivíduo; o signo é
orientado internamente”.
O processo de internalização:
a) Uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é
reconstruída e começa a ocorrer internamente. É de particular importância para o
desenvolvimento dos processos mentais superiores a transformação da atividade que
utiliza signos, cuja história e características são ilustradas pelo desenvolvimento da
inteligência prática, da atenção voluntária e da memória.
b) Um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. Todas
as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro, no nível
social, e, depois, no nível individual; primeiro, entre pessoas (Interpsicológico), e,
depois, no interior da criança (intrapsicológico). Isso se aplica igualmente para a
atenção voluntária, para a memória lógica e para a formação de conceitos. Todas as
funções superiores originam-se das relações reais entre indivíduos humanos.
c ) A transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal é
o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento. O
processo, sendo transformado, continua a existir e a mudar como uma forma externa
de atividade por um longo período de tempo, antes de internalizar-se definitivamente.
Para muitas funções, o estágio de signos externos dura para sempre, ou seja, é o
estágio final do desenvolvimento.
A internalização de formas culturais de comportamento envolve a reconstrução
da atividade psicológica tendo como base as operações com signos. Os processos
psicológicos, tal como aparecem nos animais, realmente deixam de existir; são
incorporados nesse sistema de comportamento e são culturalmente reconstituídos e
desenvolvidos para formar uma nova entidade psicológica.

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