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COORDENADOR PEDAGÓGICO:

Traçando caminhos para a sua prática educativa

JUNHO / 2008
JOÃO HENRIQUE DE BARRADAS CARNEIRO
Prefeito

CARLOS RIBEIRO SOARES


Secretário Municipal de Educação e Cultura

ELIEZER URPIA CRUZ


Subsecretário Municipal de Educação e Cultura

SARA ROCHA ALMEIDA


Assessora Chefe da ASTEC

DILMA LEAL
Coordenadora da CAGE

LÍCIA ASSUNÇÃO
Coordenadora da CAS

MANOEL CALAZANS
Coordenador da CENAP

MARCELO LOURENÇO
Coordenador da CERE

REGINA BITENCOURT
Coordenadora da CAD
EQUIPE DA CENAP

MANOEL VICENTE DA SILVA CALAZANS


Coordenador da CENAP

ANDRÉA PRATES DE OLIVEIRA ( SUPPE )


EDNA RODRIGUES SOUZA (SUAP)
MARIA DE LOURDES NOVA BARBOZA ( SUEN )
Subcoordenadoras da CENAP

TÉCNICAS

EDUCAÇÃO INFANTIL

Solange Mendes
Isadora Souza
Karla Chaves
Consuelo Almeida
Jeanne Rosemberg de A. Salvatori
Vanilza Jordão Silva

ENSINO FUNDAMENTAL I ( CICLOS I e II )

Daniela Fernanda Correia


Alana Márcia de Oliveira
Cássia Maria Silva Oliveira
Cássia Cristina da Silva
Maria Clara Luz Vasconcelos
Ângela Maria do E. Santo Freire

ENSINO FUNDAMENTAL II ( 6º ao 9º ANO)

Helena Teonila
Roberta Cavalcante
Rosa do Amparo
Luciene Costa
Cássia Cardoso
Maria Auxiliadora Martins
Tânia Leone
Maria Lucia Soares
Ezileide Silva
Edna Barreto
Maria Sigmar
Juceneide Carvalho
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ( SEJA I e II )

Telma Cruz
Nélia Marise Ribeiro Nascimento
Verônica Santana
Adalice Santana

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Tereza Cristina de Holanda


Maria Hilza Castro
Marília de Pádua
Marlene Bitencourt
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO

2 BASES LEGAIS DA EDUCAÇÃO NA REDE MUNICIPAL DE SALVADOR

3 A EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE SALVADOR

3.1 O DOCUMENTO EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, NOVOS RUMOS PARA A


CIDADE
3.1.1 Equidade e qualidade no processo de ensino e aprendizagem
3.1.2 Democratização do acesso, mediante a qualificação, reordenação e
expansão da rede física municipal
3.1.3 Valorização da cultura e saber popular no processo de ensino e de
Aprendizagem
3.1.4 Democratização e modernização da gestão garantindo o caráter
participativo e descentralizado
3.1.5 Valorização e formação continuada dos trabalhadores e trabalhadoras
em educação

4 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA SECRETARIA MUNICIPAL DA


EDUCAÇÃO E CULTURA

5 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, METODOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS


DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL

5.1 CIDADE EDUCADORA


5.1.1 Educação Inclusiva
5.1.2 Educação Interétnica
5.1.3 Educação Ambiental
5.1.4 Educação e Linguagens
5.1.5 Educação Continuada
5.1.6 Educação, Corpo e Historicidade

5.2 CONCEPÇÕES DE ENSINO E APRENDIZAGEM

6 O SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO

6.1 O PÚBLICO ALVO ATENDIDO


6.2 O CORPO DOCENTE: AGENTES DE UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA
6.3 OFERTA EDUCACIONAL
6.3.1 Educação Infantil
6.3.2 Ensino Fundamental
6.3.3 Educação de Jovens e Adultos

7 APOIO À GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA


7.1 CONSELHO ESCOLAR
7.2 ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS DA ESCOLA
7.3 REGIMENTO ESCOLAR

8 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA – PDE


9 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP

10 PLANEJAMENTO

10.1 O PLANO DE TRABALHO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO


10.1.1 Orientações para a elaboração do Plano de Trabalho
10.1.2 Interface do Coordenador Pedagógico, na construção de Planos de
Ensino / Aula com os docentes

11 MARCOS DE APRENDIZAGEM

12 AVALIAÇÃO
12.1 DIÁRIO DE CLASSE
12.2 CONSELHO DE CLASSE

13 COORDENADOR PEDAGÓGICO: TRAÇANDO CAMINHOS NA


ESCOLA
13.1 PERFIL DO COORDENADOE PEDAGÓGICO
13.2 O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO ARTICULADOR
13.3 O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR
13.4 O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO TRANSFORMADOR
13.5 O PAPEL DO COORDENADOR NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO
13.5.1 Atribuições

14 CONSIDERAÇÕES FINAIS

15 REFERÊNCIAS

16 ANEXOS
1. APRESENTAÇÃO

A Secretaria Municipal da Educação e Cultura, através da Coordenadoria de Ensino


e Apoio Pedagógico – CENAP - apresenta o documento COORDENADOR
PEDAGÓGICO: TRAÇANDO CAMINHOS PARA SUA PRÁTICA EDUCATIVA,
sistematizado pela ASTEC, em 2005 e atualizado em 2008 pela CENAP. Sua
importância reside na junção de orientações e informações pertinentes e
facilitadoras da prática a ser desenvolvida por esses profissionais da educação que
atuam nas escolas públicas da Rede Municipal de Ensino de Salvador.

A Coordenação Pedagógica deve ser uma ação dinamizadora que possibilite a


integração das dimensões política, pedagógica e administrativo-financeira da gestão
escolar, a fim de estimular a renovação e a melhoria do processo de ensino-
aprendizagem, visando à garantia do sucesso de todos os alunos.

Enquanto generalista da educação, o Coordenador Pedagógico tem uma ação


política explicitada de forma peculiar na organização e gestão do trabalho
pedagógico, assim como através de uma postura crítica-reflexiva, em face da
realidade cotidiana encontrada na escola.

Dessa forma, esperamos estar contribuindo para a organização e otimização do seu


labor cotidiano, desejando que este se traduza na concretização dos desejos e
necessidades da comunidade escolar onde atua, com vistas a uma educação de
qualidade.
2.BASES LEGAIS DA EDUCAÇÃO NA REDE MUNICIPAL DE SALVADOR

Todo profissional da educação, inclusive o Coordenador Pedagógico deve conhecer


a legislação que ampara a área educacional nas três esferas: federal, estadual e
municipal.

• Constituição Federal de 1988

Instituída em outubro de 1988, a Lei Magna do Brasil, no capítulo 3, Seção I, trata


especificamente da Educação. Dispõe também sobre as competências e
responsabilidades dos entes federados.

• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB

Instituída em 20 de dezembro de 1996, sob nº. 9394/96, estabelece as Diretrizes e


Bases da Educação Nacional, dispondo sobre os princípios e fins da educação, o
direito à educação e o dever de educar, bem como sobre a organização, estrutura e
funcionamento em âmbito nacional.

• Lei 11645/08

Instituída em 10 de março de 2008, altera a Lei 9394/96, anteriormente modificada


pela Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Estabelece a obrigatoriedade do ensino da
História da África e História da Cultura Afro-brasileira e Indígena nas escolas,
determinando a inclusão de temas em todos os níveis e modalidades de ensino.

• Plano Nacional de Educação

O Plano Nacional de Educação – PNE - é um instrumento da política educacional,


aprovado pela Lei nº. 10.172/2001. Estabelece diretrizes, objetivos e metas para
todos os níveis e modalidades de ensino, como também para a formação e
valorização do magistério e para o financiamento e a gestão da educação, por um
período de dez anos.

• Plano Estadual de Educação

O Plano Estadual de Educação – PEE – é uma ferramenta da política educacional,


em nível estadual, elaborada a partir das diretrizes, objetivos e metas estabelecidas
pelo PNE, respeitando-se as especificidades do Estado.

• Plano Municipal de Educação

O Plano Municipal de Educação – PME – é instrumento da política educacional, em


nível municipal, elaborado com base no PNE e PEE. Estabelece diretrizes, objetivos
e metas para a educação no Município, refletindo as necessidades da população
local, as especificidades do Sistema Municipal de Ensino e a própria identidade
sócio-demográfica do Município. Em 2008 será socializado para todo o município de
Salvador o novo Plano Municipal de Educação com vigência de dez anos.
• Lei Orgânica do Ensino

A lei Orgânica do Município, no Título V, Capítulo II, trata essencialmente da


Educação definindo as competências e a atuação da esfera municipal.

• Resoluções do Conselho Municipal da Educação e Cultura - CME

As resoluções do Conselho Municipal de Educação e Cultura definem as orientações


básicas para a implantação do serviço de Educação no Município. Algumas delas:

• 002 /1998 – Estabelece normas preliminares para adaptação do Sistema


Municipal de Ensino de Salvador.
• 005/1999 – Conselho Escolar
• 006/1999 – Estabelece diretrizes básicas para elaboração ou atualização do
Regimento Escolar dos estabelecimentos de Educação Infantil e
Ensino Fundamental do Sistema Municipal de Ensino de
Salvador.
• 002/ 2000 – Regularização do Fluxo Escolar
• 065/2006 - Dispõe sobre a Língua Estrangeira no currículo
• 004/2007 - Regulamenta o Ensino Fundamental de nove anos
• 011/2007 - Dispõe sobre a implantação do SEJA I e II
• 012/2007 - Implanta os Ciclos de Aprendizagem I e II
3 A EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE SALVADOR

3.1 O documento EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, NOVOS RUMOS PARA A


CIDADE – traça diretrizes políticas para a educação pública municipal de Salvador
no período de 2005 – 2008 e busca atender às necessidades da população, em
consonância com a Política Nacional da educação Brasileira – PNE – Lei 10172 /
2001.

As diretrizes que constituem esse documento têm como foco uma educação plural,
cidadã e democrática, que visa interferir na dinâmica social e local, buscando
superar o quadro de desigualdades que a caracteriza. São elas:

3.1.1 Equidade e qualidade do processo de ensino e de aprendizagem – visa a


garantir a permanência do aluno na escola e o sucesso de sua formação escolar, de
modo a contribuir para a inclusão social e o exercício da cidadania em situação de
igualdade com crianças, jovens e adultos em condições sociais e econômicas
favoráveis.

3.1.2 Democratização do acesso, mediante a qualificação, reordenação e


expansão da rede física municipal – pressupõe um estudo da demanda potencial
da Rede, fazendo uma avaliação concreta da situação, considerando as condições
da adequação às atividades educativas, a utilização dos espaços disponíveis, as
possibilidades de ampliação e o estado de conservação, com vistas ao
reordenamento, qualificação e expansão da rede física.

3.1.3 Valorização da cultura e saber popular no processo de ensino e de


aprendizagem - busca dar visibilidade à história, à identidade, aos referenciais
arquitetônicos e urbanísticos; às personalidades e manifestações culturais mais
relevantes dos bairros da cidade, entendidos como espaços sociais, que são,
simultaneamente, reflexo e condição da existência de um sistema de relações que
formam e educam nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos. Assim, cabe à
escola realizar a mediação do saber formal com a cultura e o saber popular, que
brotam das comunidades integrantes da cidade e, ao mesmo tempo, viabilizar um
processo educativo que transcenda a sala de aula, estendendo-se, paulatinamente,
para espaços mais amplos na comunidade.

3.1.4 Democratização e modernização da gestão garantindo o caráter


participativo e descentralizado – compromete um novo padrão de gestão cujo foco
é a aprendizagem, fundamentado em princípios como: democracia, participação e
autonomia, mobilizando alunos, professores, gestores, profissionais de apoio e
comunidade num movimento coletivo de fortalecimento da gestão educacional.

3.1.5 Valorização e formação continuada dos trabalhadores e trabalhadoras em


educação – trata da melhoria das condições do exercício profissional de docentes e
não –docentes, mediante uma política que garanta:ingresso exclusivamente através
de concurso público de provas e títulos;planos de carreira para o magistério
público;formação continuada, entre outros.

Com essa política delineada, o Coordenador Pedagógico, junto aos sujeitos


envolvidos no ato educacional, deverá associar-se a esses anseios, envidando
esforços para a construção dessa escola cidadã e plural.
Ao ingressar no Sistema Municipal da Educação de Salvador, o Coordenador
Pedagógico deve buscar conhecer a política e a gestão da educação municipal,bem
como a organização,estrutura e funcionamento desse Sistema. É preciso ter
conhecimento dos elementos que o compõem: o Órgão Central de Administração,
ou seja, a Secretaria Municipal da educação e Cultura – SMEC, os setores, as
Unidades escolares, as Coordenadorias Regionais de Educação – CRE, os Órgãos
Colegiados e os Conselhos Escolares.

Uma visão panorâmica dessa estrutura organizacional ajudará na compreensão de


que a atuação do Coordenador Pedagógico se coaduna com outras ações, em
campos diferenciados, mas com o mesmo compromisso: empreender esforços para
fortalecer as ações docentes e, consequentemente, a aprendizagem dos alunos e
alunas da nossa rede escolar.O Coordenador Pedagógico deve compreender que
em sua ação perpassam as dimensões política, pedagógica e administrativa-
financeira da educação no Município.
4. A ORGANIZAÇÃO ADMINSTRATIVA DA SECRETARIA MUNICIPAL DA
EDUCAÇÃO E CULTURA

A Secretaria Municipal da Educação e Cultura de Salvador - SMEC -foi criada pela


Lei nº912, de 04 de março de 1959 e reorganizada por várias outras leis, sendo a
última nº. 085/02, onde foram definidas alterações em seu Regimento, no Decreto nº
14.127 de 17/01/03.

Na sua estrutura, a SMEC é formada por:

• Órgãos Colegiados

- Conselho Municipal de Educação


- Conselho Municipal de Cultura
- Conselho Municipal de Alimentação Escolar
- Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do
Magistério.

• Órgãos da Administração Direta

- Gabinete do Secretário (GAB) – presta assistência ao titular da pasta e


desempenha várias atribuições, entre as quais, a de coordenar a
representação social e política da Secretaria.

- Assessoria Técnica ( ASTEC ) – desempenha atividades de planejamento,


de desenvolvimento da administração em estreita articulação com as
unidades centrais dos Sistemas Municipais, assessorando tecnicamente o
titular da pasta.

- Assessoria Especial ( ASSESP ) – cabe ao assessor acompanhar, apreciar


e pronunciar-se sobre assuntos da Secretaria, bem como coordenar a
aplicação da avaliação de desempenho dos gestores,coordenadores
pedagógicos e docentes,assim como promover a articulação do secretário
com outras instituições públicas e privadas.

- Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico (CENAP) – tem por


finalidade planejar e coordenar as ações pertinentes às funções pedagógicas
e educacionais, visando assegurar o efetivo desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem.

- Coordenadoria de Ações Sócio-educativas (CAS ) – tem por finalidade


planejar e coordenar ações que visem garantir o acesso e integração de
crianças, jovens e adultos à rede escolar.

- Coordenadoria de Apoio e Gerenciamento Escolar ( CAGE ) - tem por


finalidade coordenar as ações que assegurem p pleno funcionamento
organizacional e gerencial das unidades escolares.

- Coordenadoria de Estruturação da Rede Física escolar (CERE) – tem


por finalidade planejar, coordenar e supervisionar a execução de obras e
serviços de construção,ampliação,adequação,recuperação,manutenção e
conservação das unidades escolares da Rede Pública Municipal.

- Coordenadoria Executiva do Fundo Municipal de Educação ( CEFE ) –


tem por finalidade dar suporte ao Fundo Municipal de Educação.

- Coordenadoria Administrativa (CAD) – tem por finalidade coordenar as


atividades de recursos humanos, material e patrimônio, comunicação e
documentação, serviços gerais e as de telecomunicações e tecnologia da
informação, previstas em legislação específica do Sistema Municipal de
Administração.

- Coordenadorias Regionais de Educação (CRE)- desempenham as ações


intermediárias entre as unidades internas da SMEC e as unidades escolares,
com a finalidade de descentralizar as ações educacionais. A relação das CRE
e seus respectivos telefones e endereços encontram-se nos anexos.

No Portal da SMEC, encontram-se outras informações sobre as escolas que


integram as Coordenadorias Regionais de Educação, bem como outros
documentos que são importantes de serem conhecidos pelos Coordenadores
Pedagógicos.

• Entidade da Administração Indireta


- Fundação Gregório de Mattos (FGM) - foi criada em 1986 (Lei nº 3.601/86) sob
a forma de fundação, dotada de autonomia administrativa e financeira, patrimônio
próprio, tem por finalidade formular e promover a política cultural, assim como
organizar, preservar e divulgar o patrimônio histórico cultural e artístico no
Município do Salvador vinculada à Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
5. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, METODOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DA
EDUCAÇÃO MUNICIPAL

5.1 Cidade Educadora - consiste no eixo central da proposta curricular para a


Educação Pública Municipal de Salvador, entendendo-se por “Cidade Educadora” o
contexto plural, polissêmico e formativo no qual as matrizes culturais desenham
suas contribuições na primeira capital do Brasil.

Nesse contexto emergente, a Escola aprende, a Cidade aprende e, elas, também,


ensinam. Constrói-se o conhecimento sobre valores, implicações sociais, regionais e
planetárias de cada ato, descoberta ou política implementada.

Dessa forma, o Coordenador Pedagógico poderá promover junto com a comunidade


escolar, ações educativas que extrapolem os muros da escola e beneficiem a
comunidade do seu entorno, bem como possam dela beneficiar-se.

Conectados ao eixo central, cinco eixos estruturantes compõem as atuais diretrizes


curriculares:

5.1.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A visão e a compreensão que a SMEC tem acerca das necessidades educativas


especiais, Deficiência Física (DF), Deficiência Visual (DV), Deficiência Auditiva (DA)
e Deficiência Mental ( DM ) estão inseridas em um paradigma de educação inclusiva,
em consonância com o que estabelecem as Diretrizes Nacionais da educação
Especial na Educação Básica e com a Lei 9394/96 ( LDB ).

Inclusão é um princípio que envolve ações junto à sociedade como um todo, visando
ao atendimento das necessidades inerentes à diversidade presente no cotidiano
escolar.

A convivência na diversidade proporciona um conjunto de possibilidades e


experiências culturais e sociais a todos, como também a construção de atitudes
menos discriminatórias e mais cooperativas, humanas e solidárias e a transformação
de comunidades que passem a acolher todos, sem distinção de raça, credo,
condições econômicas, gênero e orientação sexual. Portanto, a inclusão é um
movimento que fomenta uma nova lógica na construção de uma sociedade justa par
todos os cidadãos.

Assim, o Coordenador Pedagógico deve estar consciente de que nas unidades


escolares municipais, a educação inclusiva é um princípio a ser respeitado e
observado por todos os educadores, conhecendo, lembrando, considerando e
atendendo às reais necessidades dessa clientela.

5.1.2 EDUCAÇÃO INTERÉTNICA

As Diretrizes Curriculares para Inclusão da História e Cultura Afro-brasileira e


Indígena definem pressupostos teórico-metodológicos e orientações didáticas para
que os educadores da Rede Municipal de Educação de Salvador construam um
trabalho pedagógico, considerando essas temáticas, a diversidade humana,
sobretudo, as relações étnico-raciais.

Este documento está baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Tema
Transversal Pluralidade Cultural, na Lei 11.645/08,que altera a LDB 9394/96, no
Parecer do CNE/CP nº003/04 e na Resolução nº 01 de 17/06/04 que institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais para
o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, conquistas do movimento
negro que vêm contribuindo para corrigir injustiças e desigualdades sociais a que os
negros ainda são submetidos, buscando, também, dar visibilidade à história de luta e
resistência da comunidade negra no país.

Constituem-se, portanto, uma referência de afirmação da identidade racial como um


componente estruturador do currículo nas escolas públicas municipais que, em
Salvador, atendem, majoritariamente, crianças, adolescentes, jovens e adultos
negros. Neste sentido, não se trata de mais um documento formal, mas de um
instrumento de trabalho docente que se alimenta numa prática coletiva de
planejamento pedagógico, balizado pela avaliação processual contínua e se
subordina ao objetivo maior de ser um laboratório de construção coletiva no interior
de cada escola, na luta pela redução da imensa disparidade de acesso dos
afrodescendentes ao sistema educacional de qualidade.

5.1.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Aborda o tratamento transversal das questões que envolvem a integração sujeito e


meio natural. Trata do paradigma que articula qualidade de vida a responsabilidade
sócio-ambiental e planetária. Nele, a Escola exerce seu papel de agente formador
de representações positivas e implicativas sobre a atuação humana responsável,
sustentada e previdente sobre as relações sociais e suas conseqüências para o
respeito e à preservação das fontes naturais de energia, assim como, a todas as
formas de vida que integram a ecologia do planeta.

5.1.4 EDUCAÇÃO E LINGUAGENS

As relações deste eixo tratam das linguagens artísticas, midiáticas e tecnológicas.


Por meio de seus desdobramentos o sujeito pode se apropriar de um legado estético
e cultural produzido pela humanidade e tornar um crítico sensível dos modos e
produção do conhecimento, além de agente dessa mesma produção. A arte aqui é
concebida como conhecimento de mundo e não como acessório decorativo.

Já a educação de natureza tecnológica e midiática expressa uma reação à


necessidade de compartilhar com várias ‘comunidades de aprendizagem’ o que se
produz, dentro e fora, dos AVA ( Ambiente Virtual de Aprendizagem). Esse processo
não se reduz à apropriação instrumental e desvinculada das ferramentas
tecnológicas. Seu desafio se caracteriza por permitir que o educando desenvolva
uma relação de mediação e de descoberta.
5.1.5 EDUCAÇÃO CONTINUADA

Representa a produção de saberes de docentes e demais profissionais de


Educação, considerando seu exercício laboral como uma prática formativa e
geradora de oportunidades de crescimento pessoal e profissional no âmbito dos
espaços de trocas espontâneas e sistematizadas.

A educação continuada expressa a concepção de conhecimento como resultado da


práxis social e como tal, dispositivo fértil para elaboração de novos sistemas
interpretativos sobre a realidade e sobre a experiência docente historicamente
construída.

5.1.6 EDUCAÇÃO, CORPO E HISTORICIDADE

Este eixo pretende abarcar as experiências de expressão e educação corporal, seja


no âmbito artístico, cultural ou, sobretudo, nas dimensões da ludicidade e dos
esportes. Ele admite dinâmica e historicidade nas representações mediadas pelo
corpo, considerando-as como estratégias de afirmação e de construção de outras
lógicas de comunicação e de exercício do poder.

5.2 CONCEPÇÕES DE ENSINO – APRENDIZAGEM

A literatura especializada tem mostrado as alternativas das concepções de ensino e


de aprendizagem que influenciam as decisões que os gestores educacionais
escolhem para desenvolver as suas práticas docentes.

A educação no Município de Salvador escolheu fundamentar a prática de seus


professores em princípios construtivistas e sócio-interacionistas, pois entende que o
indivíduo aprende e constrói conhecimentos, competências e habilidades, a partir da
elaboração de suas próprias representações, interpretando criticamente os
fenômenos do mundo que o cerca e estabelecendo relações entre o que já sabe e o
novo conhecimento construído.

Seguindo uma abordagem construtivista, onde a aprendizagem é um processo


dinâmico no qual o aprendiz é ator, o conhecimento se constrói a partir das
interações entre os alunos, os professores e um ambiente adequado. Com base
nesses pressupostos, podem ser refletidos os papéis vivenciados pelos seus
elementos principais:

• Escola como espaço de:

- acolhimento ao aluno, valorizando a sua identidade sócio-cultural e seus


conhecimentos, possibilitando sua socialização;
-inserção social que busca a formação dos estudantes para o
desenvolvimento de suas capacidades, em função de novos saberes;
-formação para que os educando se apropriem de conteúdos sociais e
culturais;
-interação entre o saber escolar e os demais saberes;
-favorecimento da produção e da utilização das múltiplas linguagens das
expressões e dos conhecimentos históricos, sociais, científicos e
tecnológicos;
-promoção de autonomia intelectual e moral do estudante;
-estímulo à auto-estima dos alunos, validando o esforço do educando para
aprendizagem;
-desenvolvimento de atitudes e valores positivos que devem ser estimulados
e compartilhados por todos, dando aos alunos uma formação ética.

• Professor como orientador:

-da mediação da aprendizagem, devendo apresentar a capacidade de


desenvolver o processo de ensino e de aprendizagem de forma estratégica;
-da gestão da aprendizagem significativa, à medida que estabelece relações
entre os conteúdos e conhecimentos prévios dos alunos, através da relação
dialógica.

• Aluno como participante:

-da produção de conhecimentos, respeitando-se os seus ritmos de


aprendizagem, estados emocionais, habilidades e necessidades;
-das ações educativas, como sujeito e agente.
6. O SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO

O Sistema Municipal de Ensino é composto de 413 unidades escolares (


2008),atendendo aproximadamente a 180.725 alunos que estão matriculados nos
diversos níveis e modalidades de ensino.

A prerrogativa legal, através da Constituição Brasileira, determina a


responsabilidade da educação ao Município em seu §2º que define” que os
Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental em Educação Infantil”.

6.1 O público-alvo atendido

Os alunos atendidos são majoritariamente negros, oriundos das classes C, D e E.


Através da divulgação em documento da Pesquisa de Opinião dos Pais, 2003, na
parte I – dados dos pais ou responsável, encontram-se algumas informações que
podem definir o perfil das famílias e, consequentemente, dos seus filhos. Os pais,
em geral, têm apenas o Ensino Fundamental incompleto, sendo que muitos só
estudaram até a quarta série e uma parcela significativa é constituída de
analfabetos. Ao se observar a questão de renda familiar, constata-se que a maioria
das famílias sobrevive com até um salário mínimo. Há uma predominância de
profissões relacionadas às atividades exercidas no lar, tendo sido também registrado
um índice de desemprego consideravelmente alto. Alguns sobrevivem apenas do
programa Bolsa Família, enquanto outros vivem do trabalho informal e precarizado.
Verifica-se que a clientela atendida nas escolas municipais é predominantemente
composta por alunos que vivem em bairros carentes e periféricos da cidade. As
questões de risco social também são observadas nas escolas municipais, sendo,
pois, necessárias intervenções pedagógicas que possam minimizar esses riscos
sociais.

6.2 O Corpo docente: agentes de uma prática transformadora

Os professores são agentes fundamentais do processo pedagógico na escola.


Evidente que todos os que fazem educação na escola, desde a direção até o
pessoal de apoio, são os responsáveis por esse fazer educativo.

No município, a docência é exercida pelo professor, que tem como base legal o
Estatuto dos servidores do Magistério Público do Município de Salvador, regido
através das Leis Complementares nº14/96 e 22/97, como também pela Lei 5268/97,
que dispõe sobre o Plano de Carreira e Vencimentos dos Servidores do Magistério
Público do Município do salvador e pela Lei Complementar nº01/91.

6.3 Oferta Educacional

Nessa perspectiva, a SMEC atende aos níveis e modalidades de ensino


relacionados a seguir:

6.3.1 Educação Infantil


A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, conforme especificado
na LDB nº. 9394/96, sendo um processo educacional que tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança, até seis anos de idade1.

Na Rede Municipal de Ensino, a Educação Infantil é oferecida em duas


modalidades: Creches – para crianças de 0 a 3 anos de idade;
Pré-escolas – para crianças de 4 e 5 anos de idade, para em complementação à
ação da família, proporcionar condições adequadas de desenvolvimento físico,
emocional, cognitivo e social da criança e promover a ampliação de suas
experiências e conhecimentos, estimulando o seu interesse pelo processo de
transformação da natureza e pela convivência em sociedade.

Há também um compromisso da SMEC no atendimento às crianças de forma


associada, com a implementação das Políticas e Diretrizes para o Desenvolvimento
Infantil Integral e Integrado, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e
Ação Social.

6.3.2 Ensino Fundamental

O Ensino Fundamental é uma das grandes responsabilidades do Sistema Municipal


de Educação. Está organizado a partir de classes regulares que em uma primeira
etapa, atendem aos Ciclos de Aprendizagem I e II, (correspondendo aos anteriores
CEB a 4ª séries); e na segunda etapa, atendem do 6º ao 9º ano (correspondendo as
anteriores 5ª a 8ª séries), conforme Resolução do CME nº. 012/2007, após
ampliação do Ensino Fundamental para 9 anos com a inclusão das crianças de 06
anos, conforme Lei 11.274/06.

Esta iniciativa visa elevar a escolaridade das crianças, especialmente daquelas sem
acesso à Educação Infantil, e levar mais cedo para a escola as que estão em
situação de risco social, bem como promover a regularização do fluxo escolar para
as crianças em distorção idade/série. O Ensino Fundamental de nove anos significa
inclusão e possibilidades iguais para todos.

Os Ciclos de Aprendizagem I e II buscam a reorganização da primeira fase desse


nível de ensino, tomando como referência os princípios teórico-metodológicos
baseados nas teorias Construtivista e Sócio-interacionista.

Além desses segmentos, também se oferece o Ensino Noturno, que tem o objetivo
de atender à demanda de alunos, jovens e adultos, que não tiveram a oportunidade
de acesso ou de conclusão do Ensino Fundamental.

6.3.3 Educação de Jovens e Adultos – EJA

O Ensino Fundamental Noturno extinto na Rede Municipal no ano de 2007 e criado


em substituição, através da Resolução nº. 011/2007 do CME, a Educação de Jovens
e Adultos com os segmentos - SEJA I e II.

1
Modificado para cinco anos tendo em vista o conteúdo da Lei 11274 de fevereiro de 2006 que amplia o Ensino
Fundamental para 09 anos.
A clientela atendida por essa modalidade de ensino é caracterizada por jovens a
partir de 15 anos de idade e por adultos, de ambos os sexos, egressos ou não do
sistema regular de ensino.

Esta modalidade é oferecida, através de:

SEJA I – com duração de dois anos e estrutura semestral (Estágios I, II, III e IV),
que equivale à integralização dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

SEJA II – com duração de dois anos e estrutura semestral que equivale a


integralização dos anos finais do Ensino Fundamental, sendo que a área I é
oferecida em dois semestres.Compreende as áreas do conhecimento I, II e III, a
saber:
Área I A e B = Linguagens seus Códigos e Expressões Culturais
Área II = Ciências Humanas e Contemporaneidade
Área III = Ciências Naturais, Matemática e suas Tecnologias

Obs.: o Telecurso 2000, legitimado pela Resolução 005/2000 (em fase de extinção)
no ano de 2008, atenderá apenas aos alunos concluintes desse projeto, ficando
vedada a implantação de novas turmas.

A modalidade EJA atende também, através do Brasil Alfabetizado, (programa federal


implantado em 2004), jovens e adultos que nunca freqüentaram a escola ou que não
concluíram o seu processo de alfabetização. Em Salvador, o programa é conhecido
como Salvador Cidade das Letras e em 2008, pretende atender 60.000 alunos
visando erradicar o analfabetismo em Salvador.
7. INSTRUMENTOS E MECANISMOS DE APOIO À GESTÃO DEMOCRÁTICA
DA ESCOLA

A gestão democrática na escola pública requer a participação coletiva de toda a


comunidade escolar e local na aplicação dos recursos financeiros, na organização
de pessoal, na manutenção de patrimônio, na construção e na execução de projetos
educacionais, na elaboração e aplicação do regimento Escolar, do Plano de
Desenvolvimento da Escola - PDE e na construção e implementação do Projeto
Político Pedagógico – PPP.

Para o desenvolvimento de uma gestão democrática na escola, faz-se necessária a


utilização de mecanismos que possibilitem participação, compromisso e
partilhamento de decisões, sendo pois, o Coordenador Pedagógico um elemento
ativo em todas as proposições da Escola.

As representações escolares que estabelecem um diálogo permanente com o


Coordenador Pedagógico são:

7.1 Conselho Escolar – constituído com representações dos professores, pais dos
alunos, servidores da unidade escolar, alunos e diretor, criado como órgão
democrático e coletivo das escolas da rede Pública Municipal. O Conselho Escolar
tem natureza deliberativa, consultiva e fiscalizadora. Foi instituído através da Lei
Municipal 4940/94, Decreto 10.895/94 e Resolução do CME nº. 005/99.

7.2 Organizações Associativas da Escola – para desenvolvimento de uma gestão


efetiva, é necessário que alunos, pais e professores sejam incentivados a se
organizarem para o exercício da liderança de forma responsável e consciente com
representações,tais como:

• Organizações Associativas dos Alunos: Conselho de Representantes de


Turmas (CRT),envolvendo os estudantes da Educação infantil ao Ciclo II e
Grêmios Escolares direcionados aos estudantes do 6º ao 9º ano de
escolarização,de forma que a função social da escola se fortaleça na direção
da formação de lideranças escolares.
• Associação de Pais e Mestres (APM)
• Conselho de Classe

Essas organizações têm como função básica mobilizar e organizar os atores


envolvidos como representantes das organizações associativas da escola para
discutirem interesses coletivos a respeito do ensino e de melhoria da aprendizagem
dos alunos, contando nessa discussão com a participação de diretor,coordenador
pedagógico,professores,alunos e pais,de acordo com as diretrizes da escola.

7.3 Regimento Escolar – é o instrumento legal que traça as diretrizes


técnicas,administrativas,pedagógicas e disciplinares da Unidade escolar.É elaborado
com a participação do Conselho escolar,devendo ser analisado e aprovado pelo
Conselho Municipal de educação, sob a coordenação do Gestor escolar.este
instrumento deverá ser construído,de acordo com a Resolução do CME nº
006/99,DOM de 25/1/99,adequando-se às características e peculiaridades da
unidade escolar.
8. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA – PDE Escola – lançado em
1999, pelo Governo Federal como um plano estratégico de trabalho, define
diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pela Unidade escolar.É o processo
gerencial de planejamento estratégico que a escola desenvolve para a melhoria da
qualidade de ensino.

Para a sua elaboração é criado um grupo de sistematização formado pelo diretor e


representante dos segmentos da Unidade Escolar (docente, discente, pessoal
administrativo e de apoio e pais), que, juntamente com o Conselho Escolar, constitui
o Comitê Estratégico, responsável pelas grandes decisões durante a execução
desse plano.
9. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP - a definição de uma escola como
atuante na sociedade democrática, plural e justa deve trabalhar no sentido de formar
cidadãos conscientes, capazes de compreender e criticar a realidade, atuando na
procura da superação das desigualdades e do respeito ao ser humano. Quando a
escola assume a responsabilidade de atuar na transformação e no desenvolvimento
social, seus agentes devem empenhar-se na elaboração de uma proposta para a
realização desse objetivo. Essa proposta ganha força na construção de um projeto
político pedagógico.

Cada unidade escolar deve elaborar o seu PPP, documento fundamental e


norteador que identifica a escola, estabelece os princípios teórico-metodológicos a
serem desenvolvidos na unidade, a estrutura curricular e os processos de avaliação,
apontando o seu fazer educativo que deve ser pautado nas diretrizes curriculares
definidas pela SMEC, tendo como base a sua própria realidade.

Para a (re) elaboração do PPP, o Coordenador Pedagógico deverá, de forma


participativa, vivenciar um gerenciamento fundamentado em princípios de co-gestão
com os organismos escolares e suas representações associativas, legitimando a
tomada de decisões numa ação colegiada com os diferentes níveis de
responsabilidades da equipe gestora da escola e do Sistema Municipal de Ensino.

Para conhecer melhor as orientações sobre a construção do PPP, ver documento


anexo.
10. PLANEJAMENTO

O ato de planejar o processo de ensino e de aprendizagem exige dos professores a


definição de valores, significados e concepção de educação. Os documentos base
desse processo de integralização das ações educativas são o PPP e Regimento
Escolar.

O planejamento de ensino constitui-se em espaço coletivo para discussão,


sistematização e apropriação da práxis de instrumentos teórico-metodológicos, que
permitam a todos os envolvidos reafirmar suas posições e avaliar suas práticas,
ressignificando-as. Nesta perspectiva, o planejamento deve ser concebido,assumido
e vivenciado no cotidiano da prática social docente como um ato político, de resgate
dos princípios que embasam a prática pedagógica num processo de ação-reflexão-
ação,como base para a estruturação pedagógica da escola.Através do
planejamento, o professor cria o contexto adequado para que ocorra realmente a
aprendizagem,bem como para intervir neste processo corrigindo possíveis desvios.

Pontos positivos do ato de planejar

• Tomada de decisões refletidas e fundamentadas com base na avaliação


diagnóstica;
• Esclarecimento dos objetivos propostos nas atividades de ensino que serão
realizadas;
• Previsão de possíveis dificuldades;
• Organização e articulação das ações educativas;
• Otimização de tempo e do espaço pedagógico;
• Previsão dos momentos necessários para avaliar o desempenho acadêmico
dos alunos;
• Garantia da seqüência lógica e didática no desenvolvimento das atividades;
• Monitoramento dos resultados da aprendizagem;
• Estabelecimento dos critérios e instrumentos de avaliação utilizados no
processo de ensino e aprendizagem.

O que é necessário para planejar

• Respeito ao nível de desenvolvimento do aluno;


• Contextualização com a realidade social do educando;
• Acesso aos documentos da Rede Municipal de Ensino: Marcos de
Aprendizagem, PCN, RCNEI, PPP, Diretrizes Curriculares do Ensino
Fundamental, da EJA, Ambiental, do Ensino da História e da Cultura Afro-
brasileira e Africana e materiais didáticos.
• Capacidade de trabalho em equipe;
• Iniciativa na busca de informações e autoformação ( seleção, organização e
comparação de informações);
• Clareza dos objetivos, habilidades e competências que se quer alcançar;
• Consideração ao conhecimento do aluno e às suas capacidades.

O Planejamento engloba a organização de:


Plano de Ação – responsabilidade do Coordenador Pedagógico em parceria com
participantes da comunidade escolar.

Plano de Ensino / Plano de Aulas – responsabilidade do professor em parceria


com o Coordenador Pedagógico.

10.1 O Plano de Trabalho do Coordenador Pedagógico

Manter a organização e a estruturação da ação pedagógica pressupõe que o


Coordenador Pedagógico elabore um plano de trabalho, para prever as ações a
serem levada à frente; o período em que cada uma delas deverá se realizar;os
recursos necessários para esta realização;e os responsáveis por cada atividade.O
plano de trabalho, no entanto, não é definitivo, está aberto a mudanças, devendo ser
um instrumento orientador de suas ações.

Vale salientar que a sua produção deve ser compartilhada, discutida e vivenciada
com todos os setores escolares. Cada vez que o Coordenador partilha e experiência
o seu trabalho, ele agrega informações e comportamentos grupais que certamente
poderão ser extrapolados em outras situações educativas. O efeito de seu trabalho é
o chamado “efeito dominó”. Ao observar a arrumação das peças de um dominó
juntas, dê um toque para ver o que acontece!Todas elas vão caindo seguidamente e
num mesmo ritmo. “Tente desenvolver o seu “fazer pedagógico” com “efeito
dominó”. Possivelmente, na sua ação pedagógica, o que vai acontecer não é um cair
de peças, mas um somar de atitudes, de conhecimentos e de posturas novas e
enriquecedoras. Depois, compartilhe esse movimento com todos. Veja nos anexos a
sugestão do Plano de Trabalho.

Outra atividade a ser planejada e realizada pelo Coordenador Pedagógico é a


Jornada Pedagógica, considerada como o primeiro tempo de um ano letivo,quando
ocorrem momentos de discussão coletiva do trabalho educativo a ser desenvolvido
na unidade escolar, em sintonia com as diretrizes político-pedagógicas.

10.1.1 Orientações para elaboração do plano de trabalho

É importante que o Coordenador Pedagógico esteja atento para os seguintes


aspectos:

• Integrar-se plenamente na unidade escolar em que atua;


• Ler todo o material sobre a escola;
• Observar o mecanismo de funcionamento escolar de sua Unidade;
• Levantar sugestões sobre o processo educativo que se desenvolve ou quer
se desenvolver na escola;
• Participar de encontros com todos os membros da escola;
• Organizar as idéias levantadas e desenvolver o seu plano de trabalho;
• Apresentar seu plano e discutir com a equipe docente;
• Elaborar um cronograma de execução;
• Apresentar a versão final do seu plano a todos os componentes da escola;
• Operacionalizar sua atuação, ao final do período previsto.
10.1.2 Interface do Coordenador Pedagógico, na construção de Planos de
Ensino / Aula com os docentes

O plano de ensino é de fundamental importância para nortear o trabalho diário do


professor, sendo por ele construído, numa periodicidade normalmente anual. Sua
elaboração pode ser compartilhada com o Coordenador Pedagógico e fornece uma
visão ampla dos conteúdos desenvolvidos e das habilidades a serem construídas ou
que necessitam de mais intervenções junto aos alunos, de maneira a atingir, ao final
do curso, os objetivos.

O plano de aula é um instrumento do professor, mas que também pode ter a


participação do coordenador, através de discussões e sugestões. Sua produção e
leitura podem ser partilhadas nas Atividades Complementares ( AC).

Todos esses instrumentos organizam o “fazer pedagógico” cotidiano do professor e


do coordenador. Essa composição estabelece conexões necessárias ao andamento
do trabalho na escola, ao se considerar o processo de ensino e de aprendizagem
cooperativo e transformador. Assim, o Coordenador Pedagógico deverá despertar
nos professores o desejo de mudar posturas tradicionais, de aprofundar seus
conhecimentos e de refletir sobre novas alternativas para o encaminhamento de
suas práticas.
11. MARCOS DE APRENDIZAGEM

Os Marcos de Aprendizagem são documentos curriculares que foram construídos


pela SMEC em consonância com os PCN, definindo as competências que devem
ser desenvolvidas pelos alunos do Sistema Municipal de Ensino, nas diversas áreas
do conhecimento e com o objetivo de orientar os professores na sua ação
educacional.

Nessa perspectiva, os Marcos de Aprendizagem constituem-se em uma referência


para contribuir também junto aos Coordenadores Pedagógicos, uma vez que eles
participam do processo de planejamento,aplicação e avaliação das atividades de
ensino e de aprendizagem.

Reformulados em 2008, para atender a nova demanda do Ensino Fundamental de


nove anos, os Marcos de Aprendizagem podem ser consultados no Portal da SMEC
em Espaço Pedagógico.
12.AVALIAÇÃO

A avaliação concebida enquanto problematização, questionamento e reflexão sobre


a ação são essenciais no processo educativo. Ela deve ocorrer de maneira
processual, prevalecendo sempre os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Ao
avaliar a aprendizagem do aluno, o professor também está avaliando a qualidade do
seu trabalho pedagógico.

Essa perspectiva de avaliação contínua e cumulativa do desempenho discente exige


do professor, e consequentemente, do coordenador, uma percepção do aluno como
sujeito de seu próprio desenvolvimento,inserido no contexto de sua realidade social
e política.

Instrumentos e mecanismos utilizados no processo de avaliação:

12.1 Diário de Classe – um dos instrumentos utilizados nas escolas municipais para
a avaliação dos alunos. Organizados para níveis e modalidades de ensino atendidos
nas escolas, são considerados como guia e espaço de registro para a vivência do
processo educativo. Conhecê-los, avaliá-los, acompanhando a sua utilização por
parte dos professores é uma das atividades do Coordenador Pedagógico.

O Diário de Classe também é um instrumento que fundamenta a construção do


planejamento de ensino bimestral e do planejamento semanal das atividades
pedagógicas a serem desenvolvidas pelo professor; nesse instrumento, o docente
registra sistematicamente o desempenho de seus alunos.

12.2 Conselho de Classe – outro mecanismo utilizado para avaliação dos alunos é
o Conselho de Classe, que é uma organização de natureza técnico-pedagógica, em
funcionamento na escola, normalmente, quando previsto no Regimento Escolar.
Esse Conselho é composto por todos os professores, coordenadores pedagógicos
sob a liderança do Gestor Escolar, podendo até ter representatividade discente, se
forem definidos em dispositivos regimentais.

Compete ao Conselho de Classe socializar informações à família do aluno sobre a


sua vida escolar, dar parecer a respeito do desempenho da aprendizagem e de
aspectos psicopedagógicos dos alunos, de medidas e intervenções a serem
adotadas em prol da integração na comunidade escolar.
13. COORDENADOR PEDAGÓGICO: TRAÇANDO CAMINHOS NA ESCOLA

Traçar caminhos na escola é o papel fundamental do Coordenador Pedagógico, que,


ao atuar de forma integradora, dará rumos às ações pedagógicas.

Cabe ao Coordenador Pedagógico atuar no sentido de transformar a escola em


unidade de formação em serviço dos professores.

13.1 Perfil do Coordenador Pedagógico

O coordenador Pedagógico deverá organizar as atividades pedagógicas a serem


desenvolvidas na Escola, acompanhando o desenvolvimento da Proposta
Pedagógica e criando espaços para reflexão sobre a prática e a participação dos
membros da comunidade.

Ser pessoa criativa, estudiosa, organizada, leitora e ouvinte, aberta aos


conhecimentos, às inovações são os requisitos importantes para a performance do
Coordenador, que também deverá estar atento aos aspectos das relações inter-
pessoais inerentes à convivência humana no cotidiano do universo escolar.

A descrição sumária das ações que serão desempenhadas pelo Coordenador


Pedagógico foi apresentada no Edital do Concurso2 para essa função: “executar, no
âmbito do sistema de ensino ou na escola as funções de planejamento, organização,
acompanhamento e avaliação das atividades pedagógicas, com como participar da
elaboração da proposta pedagógica da escola”. (SEAD, 2005).

Os caminhos da escola, aqui pontuados como responsabilidades e compromissos


estão cada vez mais diversos e múltiplos. Dessa forma, planejar a ação pedagógica,
sua função primordial requer o Coordenador Pedagógico transite plenamente no seu
espaço de trabalho e extramuros, atuando como articulador, formador e
transformador das práticas escolares.

13.2 O Coordenador Pedagógico como articulador

A ação educativa precisa ser planejada, articulada com todos os participantes da


Unidade Escolar, sendo o Coordenador Pedagógico um dos elementos de ligação
fundamental, através de formas interativas de trabalho, em momentos de estudos,
proposições, reflexões e ações.

13.3 O Coordenador Pedagógico como formador

A responsabilidade formadora do Coordenador Pedagógico está pautada na


formação continuada dos profissionais da Escola, devendo ainda estar aberta ao
saber adquirido no dia-a-dia, que deve ser refletido e incorporado ao
desenvolvimento pedagógico dos educadores.

Segundo Gentili (2000), o processo de formação de profissionais, que lidam com a


Educação, “deverá abordar valores sociais a serem desenvolvidos, tais como:

2
Edital de Concurso n° 01/2004.
autonomia, liberdade, respeito e solidariedade”, uma vez que esses são importantes
de serem vivenciados, ampliados e reconstruídos na escola.

Pode-se definir cada um como:

• Autonomia: a relação voluntária de respeito às normas, leis e regras, em


função do reconhecimento de sua validade universal e não em decorrência da
imposição ou controle externo (Piaget, 1974);

• Liberdade: uma disposição de espírito dos indivíduos, independentemente


das condições particulares de cada um (CANIVEZ, 1991);

• Igualdade: a disposição de submeter os interesses particulares a objetivos


universais, reconhecendo aos outros os direitos que se acorda a si mesmo
(CANIVEZ, 1991);

• Respeito: a capacidade de valorizar a liberdade e a dignidade do ser humano


que pensa e sente, tanto para o outro quanto para si mesmo (CANIVEZ,
1991);

• Respeito às diferenças e às identidades: considerar o outro e a si próprio


como um ser distinto, possuidor de uma identidade própria, irredutível e
legítima, podendo, portanto, exprimir-se livremente (GUARESCHI, 1998);

• Solidariedade: como a disposição de levar em conta as aspirações de todos


os outros e de estabelecer com eles relações de troca a partir do
reconhecimento do outro em sua essência (CANIVEZ, 1991).

O papel do Coordenador deve ser definido como um facilitador que, na escola,


considerada espaço de construção de cultura e de relações humanas, estará
envolvendo em sua prática, não só os valores citados acima, bem como atitudes
e conceitos de justiça, compromisso, democracia e gestão de conflitos.

A formação dos docentes e de outros profissionais da Escola pode ser realizada


nos momentos das Atividades Complementares (AC). Essas se constituem num
espaço instituído na escola e garantido no regime de trabalho dos servidores
municipais que exercem atividades de docência, que objetiva o planejamento e o
replanejamento das atividades pedagógicas, assim como a reflexão sobre ação
desenvolvida.

13.4 O Coordenador Pedagógico como transformador

O Coordenador Pedagógico deve estar atento à transformação de atitudes da


comunidade escolar, promovendo a reflexão e a vivência nas relações escolares.

Como agente de transformação da prática pedagógica, o Coordenador Pedagógico


precisa estar aberto a transformar-se continuamente, a partir das considerações
reflexivas e do feedback dos demais atores da Unidade Escolar.
13.5 O Papel do Coordenador Pedagógico na Rede Municipal de Ensino

13.5.1 Atribuições

São atribuições do Coordenador Pedagógico nas unidades escolares:

• Coordenar, juntamente com a direção, a elaboração e responsabilizar-se pela


divulgação e execução da Proposta Pedagógica da escola, articulando essa
elaboração de forma participativa e cooperativa;

• Organizar e apoiar principalmente as ações pedagógicas, propiciando sua


efetividade;

• Estabelecer uma parceria com a direção da escola, que favoreça a criação de


vínculos de respeito e de trocas no trabalho educativo;

• Acompanhar e avaliar o processo de ensino e de aprendizagem e contribuir


positivamente para a busca de soluções para os problemas de aprendizagens
identificados;

• Coordenar o planejamento e a execução das ações pedagógicas na escola;

• Atuar de maneira integrada e integradora junto à direção e à equipe


pedagógica da escola para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;

• Coordenar e acompanhar os horários de Atividade Complementar (AC),


promovendo oportunidades de discussão e proposição de inovações
pedagógicas, assim como a produção de materiais didático-pedagógicos na
escola, na perspectiva de uma efetiva formação continuada;

• Avaliar as práticas planejadas, discutindo com os envolvidos e sugerindo


inovações;

• Acompanhar o desempenho acadêmico dos alunos, através de registros por


bimestre, orientando os docentes para a criação de propostas diferenciadas e
direcionadas aos que tiveram desempenho insuficiente;

• Estabelecer metas a serem atingidas em função das demandas explicitadas


no trabalho dos professores;

• Promover um clima escolar favorável à aprendizagem e ao ensino, a partir do


entrosamento entre os membros da comunidade escolar e da qualidade das
relações interpessoais.
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática pedagógica requer que se pense de forma dialética e que se faça


educação para toda a sociedade, ainda que, através de diferentes meios e em
diferentes espaços sociais. À medida que esta sociedade se torna tão complexa, há
que se expandir a intencionalidade educativa para diversos outros contextos,
abrangendo diferentes tipos de formação necessária ao exercício pleno da
cidadania.

Espera-se, pois, que o Coordenador Pedagógico conheça plenamente o seu espaço


de trabalho, compartilhe idéias e conhecimentos, construa o seu papel na escola,
tornando-se assim, a ligação fundamental, traçando o seu caminho transformador,
formador e articulador.

Certamente que a inexistência de respostas prontas, acabadas e definitivas fazem


com que o trabalho pedagógico do coordenador seja uma reelaboração do caminho
e a apresentação de algumas das pistas possíveis para a continuação desse
“caminhar”.

Esse documento abre discussões sobre o fazer pedagógico do Coordenador


Pedagógico do Sistema Municipal de Educação de Salvador, não tendo, pois, um
papel normativo. Após discussões em momentos de formação, novas contribuições
serão agregadas e referendadas nessa proposta, a partir da prática educativa.
15. REFERÊNCIAS

SALVADOR.Coordenador Pedagógico:Traçando Caminhos para a sua prática


educativa.Documento original.SMEC/ASTEC, 2005.

SALVADOR. Diretrizes Curriculares da Educação Infantil e Ensino


Fundamental.Versão Preliminar, 2007.

SALVADOR. Portal SMEC: www.smec.salvador.ba.gov.br


16. ANEXOS
COORDENADORIAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO

Ord CRE TELEFONE

Cabula 3371- 9210


01
Cajazeiras 3395- 2128
02
Centro 3611 – 2916 / 17
03
Cidade Baixa 3611- 6504 / 05
04
Itapuã 3611 - 7101
05
Liberdade 3611- 4173
06
Orla 3240 - 1807
07
Pirajá 3611 - 7847
08
São Caetano 3304 - 3376
09
Subúrbio I 3218 - 4845
10
Subúrbio II 3217 - 7516
11
ORIENTAÇÕES PARA ( RE) ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS

A educação é projeto ,e,mais do que isto,encontro de


projetos;encontro muitas vezes difícil,conflitante,angustiante
mesmo;todavia altamente provocativo,desafiador,e,porque não
dizer,prazeroso,realizador.
Celso Vasconcellos

Segundo Nilbo Nogueira, a palavra projeto origina-se do latim projectu ,” lançado


para diante”, e se refere a idéia que se forma de executar ou realizar algo,no
futuro:plano,intento,desígnio.Empreendimento a ser realizado dentro de determinado
esquema.

Nessa perspectiva, até o final do ano de 2008, caberá a cada escola da Rede
Municipal,( re)elaborar, e implementar seu Projeto Político Pedagógico -
PPP,assegurando,na forma da Leis 9394/96,11.114/05 e 11.274/06 o respeito aos
princípios do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas,garantindo-se a
participação da comunidade escolar.

Para tanto, o PPP deverá estar em consonância com os princípios éticos,políticos e


estéticos previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e
Ensino Fundamental , as Diretrizes Pedagógicas Municipais,as Diretrizes Ambientais
e a prática da eco-pedagogia ,as Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, (Lei
10639/03) e o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA .

Sendo o PPP o plano global da escola, um instrumento teórico-metodológico para


intervenção e mudança da realidade sua construção deverá permitir o encontro, a
reflexão,a ação sobre a realidade numa práxis libertadora.

Para Muramoto (1991), trabalhadores que não se comunicam horizontalmente, para


a reflexão de sua prática profissional,tendem a uma visão parcial,truncada do
processo de trabalho,perdendo a possibilidade de controle sobre esse processo.

O PPP de todas as unidades escolares da Rede Municipal de Ensino deverá ser


pensado na perspectiva de Salvador, Cidade Educadora (onde todos os espaços da
cidade devem ser vistos como espaços culturais permanentes de aprendizagem) e
ter como eixo norteador a diversidade.

Uma cidade educadora só coexiste com a obediência irrestrita


aos princípios da igualdade e dignidade da pessoa humana, que
todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos;
Carta de Salvador - Cidade Educadora - 2007

Segundo Veiga(1995),um projeto político pedagógico – PPP, ultrapassa a dimensão


de uma proposta pedagógica. É uma ação intencional, com um sentido explícito,
com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da
escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao
compromisso sócio - político e com os interesses reais e coletivos da população
majoritária.Ele é fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas
pela coletividade, que estabelece, através da reflexão, as ações necessárias à
construção de uma nova realidade. Antes de tudo, é um trabalho que exige
comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores,
equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo.

O político e o pedagógico são dimensões indissociáveis, porque propiciam a


vivência democrática necessária à participação de todos os membros da
comunidade escolar.

Essa prática de construção de um projeto, deve estar amparada por concepções


teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação de seus agentes. Só assim
serão rompidas as resistências em relação a novas práticas educativas. Os agentes
educativos devem sentir-se atraídos por essa proposta, passando a ter uma postura
comprometida e responsável. Trata-se, portanto, da conquista coletiva de um
espaço para o exercício da autonomia.

Essa autonomia, porém, é relacional,não deve ser confundida com apologia a um


trabalho isolado, marcado por uma liberdade ilimitada, que transforme a escola
numa ilha de procedimentos sem fundamentação nas considerações legais do
sistema de ensino, perdendo, assim, a perspectiva do todo.

A autonomia implica também em responsabilidade e comprometimento com as


instituições que representam a comunidade (conselhos de escola, associações de
pais e mestres, grêmios estudantis, entre outras), para que haja participação e
compromisso de todos.

Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar:

• Os fins e objetivos do trabalho pedagógico, buscando a garantia da igualdade


de tratamento,do respeito às diferenças,da qualidade do atendimento e da
liberdade de expressão;
• A concepção de criança, jovem e adulto, seu desenvolvimento e
aprendizagem;
• As características da população a ser atendida e da comunidade na qual se
insere;
• O regime de funcionamento;
• A descrição do espaço físico, das instalações e dos equipamentos;
• A relação de profissionais, especificando cargos, funções,habilitação e níveis
de formação;
• Os parâmetros de organização de grupos e relação professor/ aluno ;
• A organização do cotidiano de trabalho com as crianças, jovens e adultos;
• A proposta de articulação da escola com a família e a comunidade;
• O processo de avaliação, explicitando suas práticas, instrumentos e registros;
• O processo de planejamento geral.
• Trazer anexos como: a Matriz Curricular vigente e Projetos Especiais a serem
desenvolvidos.
O PPP e o Regimento Escolar das unidades escolares deverão estar :

• consonantes com as leis vigentes ( Lei 9394/96;11.114/05;11.274/06; Estatuto


da Criança e do Adolescente,Resoluções do CME 002/98; 03/99 e
06/99;Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil , para o Ensino
Fundamental de Nove Anos, a Educação de Jovens e Adultos -
EJA,Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, Lei 10639/03 e as
Diretrizes Municipais do Meio Ambiente.

• disponíveis para a comunidade escolar , as autoridades competentes e para


os pais dos alunos interessados em conhecer os documentos.
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

1. Apresentação ou Introdução

2. Caracterização da escola - nela deve constar dados sobre o espaço


físico,instalações e equipamentos, relação de recursos
humanos,especificando cargos e funções;habilitações e níveis de
escolaridade de cada profissional que presta serviço na instituição.

3. Breve histórico da unidade escolar (desde sua origem)

4. Eixo norteador da escola ( é o que a diferencia das demais, a sua


identidade e função no meio social onde está inserida ).

5. Valores e Missão da escola

6. O que queremos? ( marco doutrinal).É a busca de um


posicionamento:

• Político - visão ideal de sociedade e de homem


• Pedagógico – definição sobre a ação educativa e sobre as
características que deve ter a instituição que planeja.

Ou seja :
- os princípios
- as teorias de aprendizagem
- o sistema de avaliação

6. O que somos ? ( marco situacional) O diagnóstico da realidade da


escola.É a busca das necessidades a partir da análise da realidade
e/ou juízo sobre a realidade da escola ,comparação com o que se
deseja ser).

7. O que faremos? ( marco operativo ) Programação do que deve


ser feito concretamente para suprir as faltas. É a proposta de ação.
Que mediações ( conteúdos, metodologias e recursos ) serão
necessários para diminuir a distância entre o que vem sendo a
instituição e o que deverá ser.

Ou seja, a Proposta Curricular

- organização da escola
- organização do trabalho por segmento
- processos de avaliação
A proposta curricular deve estar diretamente relacionada aos pressupostos teóricos
estabelecidos pela instituição, sem perder o foco nos objetivos, conteúdos e
avaliação por segmento e área de conhecimento.

8. Anexos

9. Referências Bibliográficas

MURAMOTO, Helenice M.S.Supervisão Escolar -Para que te quero?São


Paulo:Iglu,1991.

SALVADOR.Como elaborar a Proposta Pedagógica.SMEC-CENAP,2001.

SALVADOR.Carta da Cidade Educadora. PMS-SMEC-ASTEC,2007.

VASCONCELLOS,Celso S. Planejamento : Projeto de Ensino-Aprendizagem e


Projeto Político Pedagógico.São Paulo:Libertad,2000.

VEIGA, Ilma Passos A.(org).Projeto Político Pedagógico da Escola: uma


construção possível.Campinas:Papirus,1995.

NOGUEIRA,NilboRibeiro.Pedagogia de Projetos – Etapas,Papéis e


Atores.SP:Erica,2005.

Ao concluir este documento coletivamente, a escola terá dado um grande


passo, não apenas pela definição do trabalho pedagógico,mas pela vivência de
um trabalho onde foi possível exercitar a cidadania.
MATRIZ DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO

1.Dados de identificação:

Escola ___________________________________________________________
CRE _____________________________________________________________

2. Ano ______________________3. Duração____________________________

4. Apresentação

5. Objetivos

6. Justificativa

7. Metodologia

8. Detalhamento das ações

9. Estratégias

10. Recursos utilizados

11. Avaliação

12. Cronograma de execução:

Ações:
Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

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