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#1

Marketing

Guia do
Empresário
por
Centro
Tecnológico
do Calçado
de Portugal
Indice

Introdução 05

O que é o Marketing? 06

Os 3 pilares da Estratégia 10

O que é o mercado? 12

Estudos de mercado 14

Segmentação 18

Análise SWOT e PESTA 22

Comportamentos de Consumo 26

Marketing Mix 32

A marca e o seu posicionamento 36

Plano de Marketing
O que é e para que serve? 42

Desmistificação 48

Conclusão 50

Bibliografia 51

2 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 3


Introdução

O modelo de negócios de fileira do calçado em Portugal, alterou-se


profundamente ao longo das duas últimas décadas.

De uma lógica centrada na produção de artigos de média qualidade


evoluiu-se para a produção de artigos sofisticados e diferenciados
e de qualidade e desempenho de excelência relativamente à con-
corrência. Os destinatários do calçado português deixaram de ser
as grandes e médias cadeias de retalho, que centralizaram os seus
aprovisionamentos na Ásia, e passaram a ser as pequenas cadeias
de retalho e os pontos de venda independentes.

O resultado desta evolução pode verificar-se no preço médio de


venda, que aumentou significativamente e que é actualmente ape-
nas ultrapassado pela Itália, e no número de clientes que passou de
algumas unidades para várias dezenas e em muitos casos centenas
de clientes.

As empresas portuguesas da fileira do calçado aumentaram a sua


intervenção na cadeia de valor e são hoje responsáveis, em mui-
tos casos os únicos responsáveis, pela captação das tendências da
moda, pelo estilismo e desenvolvimento das colecções, pelo mar-
keting e promoção, pela assistência ao cliente, pelo aprovisiona-
mento de materiais e componentes, pela etiquetagem e pela expe-
dição para o ponto de venda.

Aos quadros dirigentes e supervisores exigem-se hoje conhecimen-


tos e competências alargadas em vários domínios do saber.

O Guia do empresário subordinado ao tema Marketing pretende


desmistificar os conceitos associados ao marketing e mostrar as
suas potencialidades quando correctamente aplicado.

Será o primeiro de um conjunto de Guias destinados a todos os que


fazem da fileira de calçado o seu modo de realização pessoal e pro-
fissional ousando sempre novos desafios para vencer.

CTCP, S. João de Madeira, Dezembro 2009


O que é o Marketing?

© arquivo CTCP
Marketing É sobre estas politicas base que o mar-
O que é e para que serve? keting actua, trabalhando-as de forma
a se poder alcançar a oferta ideal,
Seja numa PME ou num grande grupo posicionando-a para um determinado
económico, o marketing é uma forma mercado e público-alvo.
de gestão empresarial focalizada nas
necessidades do cliente, seja ele de A promoção, ou seja, o trabalho que a
produtos de consumo final ou de bens empresa desenvolve para divulgar e
industriais e matérias-primas. comunicar ao mercado o seu produto
e negócio constitui verdadeiramente a
É uma nova atitude na maneira de pen- ponta visível de um enorme Iceberg,
sar e agir por parte de todos os cola- estando as restantes 3 políticas na par-
boradores de uma empresa. te invisível do Iceberg. Isto significa
que as políticas de produto, de preço
O marketing permite: e de distribuição constituem trabalho
de marketing muito importante, desen-
Identificar volvido nos bastidores da empresa sen-
Satisfazer do apenas visível pelos consumidores o
Antecipar seu resultado final.
necessidades do consumidor
Seja qual for o domínio em que se ac-
O objectivo básico é poder fazer com tue, o desenvolvimento do marketing
que se possa ter: implica que a satisfação das neces-
O produto certo, no local correcto, no sidades do consumidor seja o objectivo
momento exacto, com o preço adequa- central de toda a actividade da empre-
do. sa. Ao actuar desta forma, a empresa
está a contribuir para alcançar os seus
É uma forma de gestão que permite próprios objectivos de crescimento e
avaliar o passado, o presente e o futuro. rentabilidade.

É aplicável a produtos e serviços e fo- O Marketing como ferramenta de ges-


caliza-se em 4 políticas fundamentais tão empresarial pode ser visto a 2 ní-
que constituem os 4 Ps do Marketing, veis:
também designados como o marketing-
mix: - Como resposta às necessidades ime-
diatas, a curto prazo – marketing ope-
Product – Produto (serviços incluídos) racional;
Price – Preço
Place – Distribuição - Como uma forma de gerir com visão
Promotion – Promoção estratégica a médio/ longo prazo –
marketing estratégico.
volume de negócios, utilizando os meios problema que é suposto que o produto
Fonte: “ Marketing Estratégico” – Jean-Jacques Lambin.
mais eficazes e atendendo aos menores forneça. A função do marketing estraté-
custos possíveis. Desta forma, actuar as- gico é a de ajudar a empresa a analisar
Marketing estratégico Marketing operacional sim implica directamente na rentabilidade mercados, identificar necessidades dos
da empresa a curto prazo. consumidores e procurar esses merca-
> Análise das necessidades dos consu- > Escolha dos segmentos alvo; dos de referência onde a empresa pode
midores: definição do mercado de refe- > Elaboração de Plano de Marketing; É muito importante que este seja um nível trabalhar. A este nível podem ser de-
rência; > Actuação ao nível dos 4 Ps do Marke- trabalhado com muito dinamismo e pró- tectadas oportunidades de produtos e/ou
> Segmentação do mercado; ting: Produto; Preço; Promoção e Distri- actividade de forma a qualquer produto mercados que é necessário avaliar. Tam-
> Análise da atractividade: mercado po- buição; independentemente da sua qualidade ou bém tem de ser avaliada a concorrência
tencial e ciclo de vida; > Avaliação de orçamentos de marketing; design: pois a empresa tem de se focalizar na sua
> Análise da competitividade: vantagem > Implementação de planos e controlo. competitividade que pode ser alcançada
concorrencial defensável; > ter um preço adequado ao seu mercado; através de vantagens concorrenciais,
> Escolha de uma estratégia de desen- > estar disponível nos locais de venda quer seja através de elementos distinti-
volvimento. para o seu público-alvo; vos do produto ou em vantagens ao nível
> apoiar-se em acções de comunicação produtivo (custos).
Aspectos importantes destinadas a promover/divulgar a sua
existência e valorizar as suas qualidades A função do marketing estratégico é ori-
distintivas. entar a empresa para as oportunidades
> Análise; > Acção;
existentes ou criar oportunidades que se-
> Criar ou descobrir novas oportuni- > Agir sobre oportunidades existentes;
Como se pode constatar, esta é a parte jam atractivas, adaptadas às capacidades
dades; > Agir sobre as politicas de marketing-
mais visível e espectacular do marketing das empresas (recursos e saber-fazer) e
> Escolha de produtos e mercados; mix;
onde a comunicação assume um lugar de que ofereçam potencial ao nível do seu
> Comportamento pró-activo; > Comportamento reactivo;
destaque. crescimento e da rendibilidade.
> Médio/longo prazo; > Curto prazo;
> Responsabilidade transversal. > Responsabilidade da função marketing.
O marketing operacional é o braço co- Apesar de ser complementar ao marke-
mercial da empresa, sem o qual qualquer ting operacional, o marketing estratégico
plano estratégico por melhor que seja, apresenta funções diferentes mas sempre
O Marketing que se expressa mais o comportamento não conseguirá maximizar resultados. No com o mesmo objectivo, a satisfação das
na empresa comercial clássico, baseado em objecti- entanto, é necessária uma sólida estraté- necessidades dos consumidores.
vos de volume de vendas, que trabalha as gia para que a parte operacional seja ren-
Nas PMEs, tradicionalmente o marketing politicas base do marketing-mix. tável. Ser dinâmico sem reflectir estrate- Enquanto o marketing operacional tra-
operacional sobrepõem-se ao marketing gicamente é um risco para uma empresa, balha essencialmente o marketing-mix,
estratégico. De uma forma geral, concretiza-se com a porque a pode fazer correr muito mas na o marketing estratégico focaliza-se na
definição de objectivos de quota de mer- direcção errada. escolha de produtos e mercados na qual
Vamos de seguida ver como é que estes 2 cado a atingir, de volume de vendas, de a empresa detém vantagem competitiva,
níveis se apresentam numa empresa: posicionamento pretendido (ver capitulo Marketing estratégico e na previsão da procura para cada um
9), da táctica a colocar em funcionamen- deles. O marketing operacional de seguida
Marketing operacional to. Este tipo de actuação deve dirigir-se Baseia-se na análise das necessidades propõe objectivos a atingir tendo em con-
sempre a cada marca ou actividade de dos consumidores. sideração as expectativas estratégicas e
A este nível, trabalha-se a componente de uma empresa. o orçamento necessário para os alcançar.
acção imediata, de conquista de mercados Tem de se ter sempre em mente que não
já existentes, com um horizonte temporal De uma forma prática e simples, a função é apenas um produto que o consumi-
no curto/médio prazo. Pode considerar-se essencial do marketing operacional é criar dor procura, mas sim a solução de um

8 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 9


Os 3 Pilares da Estratégia

O processo de definição Muitos especialistas de- opinião do empresário so- O primeiro, provavel- Para facilitar essa reflexão
de uma estratégia é algo fendem que as respostas bre o negócio em que ele mente, continuará a sobre os 3 pilares da estra-
complexo e que exige re- bem pensadas, debatidas está ou acha que está. vender sapatos e só tégia, recomenda-se que
flexão demorada, seguin- e amadurecidas a estas 3 sapatos, eventual- empresário e a sua equipa
do uma série de critérios, perguntas formam a base Se o empresário acha que mente diversificando utilizem uma ficha simples
que começa sempre pela da estratégia de qualquer está a trabalhar no negó- estilos de calçado com o formato que abaixo
definição dos 3 grandes empresa. Naturalmente cio do calçado tradicional, que produz e/ou se sugere, adaptando-a
pilares em que qualquer que as respostas a es- então ele dará respostas vende, enquanto que como bem entenderam, às
estratégia assenta: tas questões são sem- diferentes às 3 questões o segundo poderá suas necessidades.
pre condicionadas pela e definirá uma estraté- provavelmente
QUEM? gia também diferente da decidir acrescen-
O QUÊ? estratégia do empresário tar outros produtos
COMO? que acha que está no aos seus sapatos e
negócio da moda. vender peças de ves-
1. QUEM serão os nossos tuário, cintos, chapéus,
clientes? A QUEM quero cachecóis ou outros QUEM? O QUÊ? COMO?

vender? artigos de moda que


combinem com os sapa-
2. O QUE posso vender tos e sejam pensados e
a esses clientes? QUE desenvolvidos para o seu
produtos quero e posso QUEM.
trabalhar?

3. COMO posso vender e


entregar o meu O QUÊ ao
meu QUEM de forma efi-
ciente?

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10 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 11
O que é o mercado?

O mercado é a sociedade. São conjuntos ca, na decisão da compra e no seu consu- Procura do produto da empresa poderão entrar em breve)
de pessoas, de públicos. Um local físico mo. Embora não comprem fica claro que a Qual a tendência de evolução da concor-
ou virtual, onde se fornecem bens ou ser- empresa também se deve preocupar com Qual é a procura actual do meu produto rência no mercado?
viços e se processam trocas comerciais eles, pois podem influenciar a compra. nesse mercado?
entre os públicos que podem ser indivídu- A evolução previsível da procura é de Barreiras à Entrada / Proteccionismo
os, empresas ou instituições. Distribuidores – são os grossistas, ar- crescimento, estagnação ou declínio?
mazenistas, centrais de compras, re- Que volume de vendas ou quota de merca- Existem barreiras aduaneiras?
Um local construído por milhões de pes- talhistas, entre outros. A sua influência do posso conseguir nos 3 primeiros anos, (taxas aduaneiras altas)
soas, todas diferentes uma das outras e também é grande quer pela escolha de nesse mercado? Existem barreiras técnicas?
que têm necessidades diferentes entre si. produtos ou marcas que vendem, quer (certificações de produto)
É o local onde é necessário oferecer bens pela sua divulgação e promoção, ou ainda Clientes Existe corrupção generalizada no mer-
ou serviços que satisfaçam as necessi- pela posição que assumem de conselhei- (Consumidores e Compradores) cado? (alfandegária, governamental, etc.)
dades dos diferentes públicos. ros face ao cliente. Existem barreiras culturais?
Quem compra o meu produto? (regionalismos, rivalidades, etc.)
Nestes públicos, podemos encontrar: Análise de mercado Onde estão esse clientes? Existe qualquer outro tipo de barreira que
Quando compram o produto? dificulte os negócios nesse mercado?
Clientes finais (actuais ou potenciais) – O mercado é um espaço heterogéneo Onde compram o produto?
são os que consomem e por isso exercem onde milhões de pessoas se encontram, Que tipos de produto compram? Estas são algumas das questões que
uma influência mais directa sobre as ven- quer para vender, quer para comprar. Porquê compram o produto? qualquer empresário deve ponderar
das de produtos Para quem compram o produto? quando está a analisar mercados para
As empresas têm de estar permanente- Como é que compram o produto? preparar a sua abordagem. Eventual-
Compradores – são os que compram mente atentas ao mercado e analisá-lo Existem influenciadores da compra? mente outras questões farão sentido de-
mas normalmente não consomem nem constantemente. Existem várias formas Quem são e onde estão? pendendo do tipo de negócio da empresa,
utilizam os produtos. São muito impor- de o fazer, umas mais complexas do que mas estas são as questões genéricas que
tantes porque são os que tomam as de- outras. A uma PME recomenda-se que Concorrência Directa e Indirecta vale a pena reflectir e pesquisar.
cisões de compra. Assim sendo a empresa utilize processos simples e intuitivos. No
deve tê-los em conta quando definir as planeamento da abordagem a um mer- Existem Concorrentes locais a operar no
acções de marketing. cado será sempre importante efectuar mercado? Quem são? Que dimensão têm?
uma análise detalhada a esse mercado e Existem Concorrentes estrangeiros no
Influenciadores – são terceiros que a todos os que nele operam. mercado? Quem são? Que dimensão têm?
exercem influência e que se assumem Existem produtos substitutos no merca-
como prescritores ou conselheiros, na es- do? Quais? Quem os vende?
colha de um determinado produto ou mar- Quem são os concorrentes potenciais?
(os que ainda não estão no mercado mas

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Estudos de mercado

“Imagine-se a andar nas Fazendo uma retrospec- certeza de chegar sempre esses estudos são os mapas que ajudam É original e será recolhida especifica-
montanhas. Chega a um tiva você concluirá que o à conclusão ou objectivo a empresa a tomar melhores decisões e mente para o objectivo proposto inicial-
cruzamento e tem de de- seu infortúnio se deveu fixado, uma vez que ao assim, não se perder nos mercados. mente. É mais cara e requer mais tempo,
cidir se deve ir para a es- à falta de informação «mapa» pode faltar in- mas é mais focalizada no problema a de-
querda ou para a direita. de que dispunha na al- formação ou estar desac- Podemos pensar os estudos de mercado cidir do que secundária.
tura. Um bom mapa, por tualizado.” de 2 formas:
A sua decisão deve ser exemplo, teria suprido > comprando estudos a empresas espe- Existem muitas formas de se recolher
tomada tendo por base a essa falha. in ‘Como fazer Estudos de cialistas; este tipo de informação, como sejam:
melhor informação dis- Mercado’ de Paul Hague > desenvolvendo os próprios estudos de
ponível no momento: por Assim acontece nos negó- e Peter Jackson. HAGUE, mercado. a1. Entrevistas
onde passou até chegar cios. A informação é ne- Paul N. e JACKSON, Peter,
ao cruzamento, qual das cessária para aumentar Como Fazer Estudos de A compra de estudos garante, em Telefónicas – ideal para recolher infor-
alternativas lhe parece as suas hipóteses de to- Mercado, Edições Cetop, princípio, resultados mais fiáveis e efi- mação quando a amostra está muito dis-
mais viável, o que pode mar as melhores decisões Mem Martins, 1990 cazes. No entanto, se uma PME não os persa geograficamente. Têm de ser bem
ver mais adiante e por aí e os estudos de mercado puder comprar, poderá fazer os seus estruturadas, mas tendem a ter pouca
fora. Pode, no entanto, são um dos «mapas» dis- As PMEs tal como os próprios estudos internamente, através profundidade.
optar pela decisão errada poníveis para quem toma grandes grupos económi- da pesquisa e recolha de informação. Ao
e acabar por cair num pre- decisões nos negócios. É cos necessitam de es- efectuar este tipo de pesquisas, a empre- Poderemos considerar como van-
cipício. óbvio que isto não lhe dá a tudar o mercado, já que sa tem de decidir que tipo de informação tagens:
é relevante para responder ao seu objec- > mais baratas do que as entrevistas
tivo e como poderá fazê-lo. pessoais;
> podem ser geograficamente disper-
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Algumas formas que ajudam as PMEs a sas;


desenvolver os seus estudos são: > podem ser aplicadas de uma forma
relativamente barata.
1. Saber exactamente qual o seu
objectivo ou problema. Poderemos considerar como des-
O que quer vender? Quem é a sua concor- vantagens:
rência? Quais os gostos do seu consumi- > possibilidade de o entrevistado des-
dor? Que preços se praticam para o seu ligar;
produto? > entrevistas tendem a ser curtas;
> não se podem utilizar ajudas visuais;
2. Recolher informação > não se podem avaliar comportamen-
A informação pode ser recolhida através tos nem linguagens corporais.
de 2 formas, uma mais cara e trabalhosa
e outra menos cara mas requer igual- Pessoais – são realizadas entre duas
mente investimento de tempo. Ambas pessoas. Podem ser realizadas de uma
serão necessárias para a correcta toma- forma mais rígida para por exemplo, fa-
da de decisões. cilitar a comparação de dados quantitati-
vos, ou mais exploratórias, para se poder
a) Primária aprofundar mais informação.

#1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 15


Poderemos considerar como vanta- Poderemos considerar como des- dados específicas, para que a acção seja a5. Testes de Produto
gens: vantagens: mais eficaz. As taxas de retorno são geral-
> permitirem aceder a mais informa- > é necessário ter conhecimento de mente reduzidas, pelo que no limite após o Aqui trabalha-se ao nível da reacção e do
ção; softwares para aplicar questionários e envio pode ser necessário insistir para que comportamento do consumidor quando
> poder-se utilizar imagens e produtos; métodos de processar informação; haja respostas. confrontado com um determinado produ-
> a linguagem corporal pode enfatizar > pode eventualmente dissuadir uti- to. Haverá um observador que está atento
respostas; lizadores de visitarem o site. Nota: Com qualquer um destes tipos de a todos os pormenores: como segura o
> os entrevistados podem ser observa- pesquisa é necessário ter muita atenção produto, como é feita a leitura do produto,
dos ao mesmo tempo. Utilizando o correio - tradicionalmente, relativamente à utilização de dados pes- quanto tempo o consumidor despende
sempre se enviaram inquéritos por cor- soais. A CNPD – Comissão Nacional de com o produto, entre outras coisas.
Poderemos considerar como des- reio e provavelmente continuar-se-á a Protecção de Dados é o organismo que
vantagens: utilizar este meio, embora tenha vindo a tem como atribuição genérica controlar b) Secundária (desk research)
> podem ser caras; decrescer nos últimos anos, devido ao uso e fiscalizar o processamento de dados
> requer tempo para preparar crescente da internet. pessoais. Existe legislação que protege a Este tipo de informação é de recolha
e moderar; cada indivíduo e que tem de ser cumprida mais simples, rápida, fácil e económica.
> alguns entrevistados dão respostas Também aqui se podem adquirir bases de por toda e qualquer pessoa ou organiza- É importante usar-se de objectividade
tendenciosas quando são confronta- ção que utilize dados pessoais ou de em- neste caso, para que não haja o risco de
dos em entrevistas pessoais. presas. dispersão com a consequente perda de
tempo.
a2. Inquéritos a3. Clientes -mistério
Para realizar este tipo de recolha poder-
Pessoais - assumem um formato mui- Forma de recolha de informação utilizada se-á recorrer a:
to semelhante ao das entrevistas pes- no comércio a retalho, em que fornece- > Associações empresariais;
soais acima mencionadas. dores da loja ou a gerência da própria loja, > Câmaras de comércio;
enviam clientes-mistério que simulam in- > Revistas nacionais e internacionais so-
Utilizando a internet - efectuados teresse em comprar de forma a recolher bre o sector;
através de sites e do envio de e-mails, o máximo de informação possível sobre o > Internet – sites de associações, em-
que podem ser potenciados com al- funcionamento da referida loja. A informa- presas, marcas, portais temáticos,
gum tipo de oferta; ção recolhida sobre o serviço ao cliente e directórios de empresas, índices de ex-
Informação de utilizadores quando se a experiência que este obteve, passa a ser positores em feiras do sector, entre ou-
registam em sites como membros ou objecto de estudo. tros;
utilizadores. > Contactos informais;
a4. Focus Group > Pesquisas de marketing já existentes;
Poderemos considerar como > Estudos de informação estatística
vantagens: Esta técnica consiste em reunir um gru- (CENSUS);
> relativamente po seleccionado de entrevistados numa > Outras ferramentas pertinentes, que
económico; mesma sala. Trata-se de uma entrevista criativamente consiga descobrir.
> utilização de ferra- de grupo para aferir hábitos de consumo,
mentas visuais (gráficos gostos e necessidades relativamente a Será interessante referir que para além
e imagens); um determinado produto. Deve ser efec- das ferramentas acima referidas, as
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> podem-se adquirir ba- tuada por entrevistadores muito expe- análises SWOT e PESTA que adiante se
ses de dados de consu- rientes para que se consiga informação explicarão no capítulo 7 quando feitas
midores que respondam importante e aprofundada. com detalhe poderão constituir uma boa
às necessidades do es- fonte de informação adicional sobre os
tudo. mercados.

16 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 17


Segmentação

O que é? se entre si. Dependem ainda do tipo do são e composição da família; tivo ou reflectido; se tem atitude positiva
tipo de negócio. Existem 2 tipos de ambi- Geograficamente: países, regiões, ci- ou negativa; se demonstra interesse ou
É a capacidade de se poder dividir o mer- entes onde os negócios acontecem: B2C dades, clima e categoria da área habitada desinteresse; se é dinâmico ou passivo,
cado em vários subconjuntos, designados business-to-consumer são os negócios (urbana ou rural); entre outros.
por segmentos de mercado. de consumo final que as empresas diri- Socialmente: profissão, religião habilita-
gem aos consumidores; B2B – business- ções académicas e classe social; Assim como analisa também atitudes,
Estes segmentos devem ser homogéneos to-business são os negócios de bens in- Economicamente: rendimento económi- opiniões e tipos de consumo
do ponto de vista das necessidades, dos dustriais e mercadorias que as empresas co.
comportamentos e das motivações de transaccionam entre si. 3 – Critérios de comportamento em
compra. A empresa pode decidir trabalhar 2 – Critérios de personalidade e de es- relação ao produto
de forma indiferenciada todos os segmen- B2C – Business-to-Consumer tilo de vida
tos com o mesmo produto usando assim São 4 as classes de critérios de segmen- De uma segmentação focalizada no con-
uma segmentação de massas. Não é nada tação que podem ser usados neste ambi- Estes critérios são menos fáceis de obser- sumidor, passamos agora para outra fo-
recomendável para o negócio do calçado ente. var e de medir do que os anteriores e são calizada no produto.
este tipo de segmentação. Usa-se princi- utilizados com menor frequência.
palmente para produtos indiferenciados 1 – Critérios demográficos, geográfi- Aqui pode-se analisar entre outras coisas:
(detergentes, arroz, fósforos). cos, sociais e económicos Referem-se às características gerais e es-
táveis dos consumidores, mas a um nível > A posição do consumidor face ao
A empresa pode também decidir trabalhar São directos e de fácil aplicação. mais profundo. produto: se o consumidor é novo, poten-
apenas um nicho de mercado concentran- Procedem à divisão, por exemplo: cial, habitual, ocasional e qual o seu grau
do toda a sua actividade nesse segmento Analisam a personalidade do consu- de fidelização. Este tipo de análise per-
com um único programa de marketing Demograficamente: sexo, idade, dimen- midor: autoritário ou benevolente; emo- mite diferenciar as atitudes e os compor-
(conjunto de 4 Ps). Neste caso aplica-se tamentos face ao produto.
um modelo de segmentação única. > Papel dos consumidores: analisar se
os compradores são ou não os consumi-
A empresa pode ainda decidir servir dores e perceber se existem prescritores
vários segmentos em simultâneo. Cada que exerçam influência na compra.
segmento pode constituir um mercado > Quantidades consumidas: diferentes
potencialmente distinto, e por isso se re- níveis de quantidade consumida indicam
comenda que a empresa desenvolva um diferentes necessidades por parte dos
marketing-mix (4Ps) específico e adap- consumidores
tado a cada segmento. Cabe à empresa > Situações específicas ou eventos: é
decidir se se quer dirigir à totalidade do situacional. Tem a ver com necessidades
mercado ou concentrar-se num ou mais específicas e pontuais (ex. casamentos,
segmentos do seu mercado de referên- baptizados, comunhões…)
cia. > Hábitos de utilização: aqui analisa-se
o modo de utilização do produto:
Para se alcançarem esses subconjuntos Quando usa? Porque usa? Frequência de

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a empresa pode usar uma série de cri- uso; usa por gosto ou necessidade.
térios que variam consoante o produto,
país, empresa, podendo ainda combinar-

18 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 19


4 – Critérios de atitude psicológica em 4 – Factores Situacionais Cada empresa decidirá quais os critérios cia face ao mercado em questão; capa-
relação ao produto > Urgência (necessidade de serviço ur- que deve considerar num processo de cidade de se poder facilmente medir,
gente ou não); segmentação B2B para definir o tipo de de forma a se dimensionar o segmento,
Estes critérios focalizam-se em algo in- > Aplicação específica (aplicação espe- cliente que pretende abordar. verificar a pertinência do critério e para
tangível, mas que vai provocar a compra. cifica que a empresa vai dar ao produto. que se possam analisar detalhadamente
É o benefício que cada consumidor retira Estou a lídar directamente com fábrica, Ficam aqui exemplos dos critérios de as características de cada segmento; e o
da utilização do produto. O mesmo produ- agente, armazenista? Decisão a este ní- segmentação B2B e B2C que qualquer seu valor operativo, ou seja a capacidade
to pode ser comprado por pessoas dife- vel – directo ou indirecto); empresa pode trabalhar. A questão reside que detêm para passarem informação que
rentes que tenham atitudes psicológicas > Tamanho de encomenda (encomenda agora na sua escolha. No entanto, deve-se ajude o gestor de marketing a adaptar as
diferentes. Por exemplo, uma máquina mínima). ter sempre em atenção: a sua pertinên- suas políticas de marketing.
fotográfica pode ser utilizada por ama-
dores para recordar momentos ou por ar- 5 – Características Pessoais
tistas para criar arte ou por profissionais > Motivação do comprador;
para fazer fotografia de moda. > Relação comprador-vendedor (relação
profissional, de amizade, cordial, confli-
B2B – Business-to-Business tuosa);
> Percepção do risco (carácter inovador
São 5 as classes de critérios de segmen- e de abertura a novas experiências por
tação que podem ser usados neste ambi- parte do comprador).
ente.
Naturalmente, que nem sempre é pos-
1 – Variáveis Macro sível ou faz sentido fazer o trabalho de
> Tipo de indústria/ sector de actividade; segmentação tão detalhado e usando to-
> Dimensão da empresa; das as classes de critérios mencionadas.
> Localização.

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2 – Variáveis Operacionais
>Tecnologia;
> Cliente que já usou/ cliente que nunca
usou;
> Capacidades do cliente (operacionais,
técnicas e financeiras).

3 – Abordagens de compra
> Organização do centro de decisão (em-
presas que tomam decisões rápidas ou
mais lentas);
> Politicas de compra (frequência; nível
burocrático);
> Critérios de compra (critérios para to-
mar decisões de compra, por exemplo:
local de fabrico).

20 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP


Análise SWOT e PESTA

SWOT à empresa e que esta não pode controlar. É Assim, os Pontos Fortes detectados são a Assim, a empresa deverá estar perma-
importante que a empresa faça a identifi- vantagem competitiva da empresa, aquilo nentemente atenta a tudo o que se passa
A análise SWOT é uma ferramenta de mar- cação destes factores para se preparar de que a diferencia dos seus concorrentes lá fora. O empresário e sua equipa devem
keting usada para avaliar uma empresa e a forma a poder reforçar os Pontos Fortes, e faz com que os clientes sejam e con- pesquisar e ler regularmente informação
sua relação com o mercado. Esta análise é corrigir e/ou eliminar Pontos Fracos, tinuem a ser clientes. A empresa deverá sobre o mercado e o negócio, que lhes per-
feita numa das primeiras fases do planea- aproveitar Oportunidades e defender-se tomar medidas para manter e reforçar es- mita detectar Oportunidades e aproveitá-
mento e ajuda a empresa a se conhecer das Ameaças. ses Pontos Fortes. las antes dos seus concorrentes.
melhor e se concentrar nas questões fun-
damentais. Consiste num Nesse exercício de reflexão é muito im- Um Ponto Fraco pode ser, por exemplo: Uma Ameaça pode ser, por exemplo:
exercício de reflexão portante que a empresa seja honesta e > não possuir competências de marketing; > um novo concorrente no mercado;
com o objectivo de não tenha vergonha de admitir e listar > ter produtos banais e indiferenciados; > guerras de preços com a concorrência;
identificar e listar os seus Pontos Fracos, pois só assim os > ter reputação negativa no mercado; > lançamento de um produto concorrente;
os principais Pon- poderá corrigir ou eliminar. Muitas em- > ter problemas financeiros ; > sazonalidade de um negócio;
tos Fortes e Pontos presas, durante a análise SWOT, tentam > não possuir colaboradores competentes > uma nova lei ou imposto que prejudica o
Fracos da empresa, ignorar e/ ou esconder as suas próprias ou especializados; nosso produto;
sobretudo em relação Fraquezas e só identificam as Forças que > ter custos altos de produção/operação; > clima excepcionalmente adverso ao
à sua concorrência. possuem, ainda que por vezes o façam > ou qualquer outro aspecto negativo que consumo do nosso produto;
Ambos são factores in- sem querer. No entanto, esta posição não a empresa não domine ou faça mal. > ou qualquer outro aspecto menos posi-
ternos à empresa e por lhes permitirá corrigir e melhorar os pon- tivo que exista lá fora, no mercado e que
ela controláveis, sendo tos menos positivos na empresa. Assim, os Pontos Fracos são o “calcanhar possa dificultar a actividade da empresa.
que os Pontos Fortes de Aquiles” da empresa e que impedem
devem ser potenciados De igual forma, a empresa deve estar o negócio de crescer e se desenvolver. Assim, a empresa deverá tomar medidas
e os Pontos Fracos atenta não só às Oportunidades que pode A empresa deverá tomar medidas para que lhe permitam defender-se das Amea-
devem ser melhora- aproveitar, mas também às Ameaças que combater e corrigir esses Pontos Fracos. ças que possa detectar, para que elas não
dos, atenuados ou possam existir, para preparar a sua defesa tenham um impacto forte no seu negócio e
mesmo eliminados. e não ser surpreendida por esses eventos não lhe causem grande prejuízo.
desagradáveis ou até mesmo perigosos. Uma Oportunidade pode ser, por exem-
A análise SWOT plo: A análise SWOT tem a desvantagem de
consiste tam- Um Ponto Forte poder ser, por exemplo: > um novo mercado em desenvolvimento; ser algo subjectiva, pelo facto de resul-
bém na reflexão, > possuir uma boa força de vendas; > a possibilidade de fazer uma aliança tar de reflexões e opiniões pessoais. Por
identificação e > possuir um produto inovador ou dife- estratégica com um concorrente ou outro isso, deve ser usada apenas como guia de
listagem das rente; parceiro; orientação no planeamento do negócio e
principais > ter uma boa localização da empresa; > abordar novos segmentos de mercado; da abordagem ao mercado.
Oportuni- > ter facilidade de acesso ao crédito; >o desaparecimento de um concorrente
dades e > ser financeiramente forte; num determinado mercado; Para minimizar essa subjectividade, será
Ameaças, > ter boa carteira de clientes; > uma lei que favorece o consumo de um recomendável:
que são > ter equipamentos tecnologicamente produto; > ser realista na identificação das forças e
factores avançados; > o aproveitamento de um novo canal de fraquezas da empresa;
externos > dominar qualquer outro aspecto que distribuição do produto, como a Internet; > tentar distinguir entre onde a empresa
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permita acrescentar valor ao > ou qualquer outro aspecto interessante está hoje e onde prevê que esteja no fu-
seu produto ou serviço. e positivo que a empresa detecte no mer- turo;
cado e possa ajudar o negócio a se desen- > ser conciso e específico evitando am-
volver. biguidades;

22 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 23


> fazer comparações entre a empresa e os A envolvente de marketing da empresa Factores Económicos > Os nossos concorrentes têm tecnologia
concorrentes mais directos; inclui: igual, melhor ou pior que a nossa?
> fazer uma análise SWOT curta e sim- O ambiente interno (o interior da em- Devem também ser pensados e conside- > A tecnologia permite maior rapidez e
ples, evitando complexidades e desen- presa); rados aspectos de ordem económica que eficácia na distribuição e promoção dos
volvimentos detalhados. > recursos humanos, materiais e finan- possam influenciar o negócio no curto e nossos produtos?
ceiros. longo prazo, tais como: > Em geral o impacto das novas tecnolo-
O resultado da análise deverá ser regis- > Taxas de juro; gias no negócio da empresa é particular-
tado em tópicos breves numa tabela com O micro-ambiente (o exterior próximo da > O nível de inflação e taxa de emprego; mente positivo, negativo ou indiferente?
a seguinte forma: empresa): > As previsões do PIB per capita no longo
> clientes, agentes, distribuidores, for- prazo; Factores Ambientais
necedores, concorrência. > Nível de acesso ao crédito;
Pontos Fortes Pontos Fracos
> Outros factores económicos que pos- O clima e a consciência ecológica das
> > O macro-ambiente (o exterior um pouco sam ser relevantes para o negócio da em- populações são factores que podem in-
> > mais distante da empresa): presa, entre outros…. fluenciar de forma significativa o negócio
Oportunidades Ameaças > factores politico-legais, económicos, so- da empresa e a adesão aos seus produ-
> > cio-culturais, tecnológicos e ambientais. Factores Sócio-culturais tos. Convém ponderar questões como as
> > seguintes:
A análise PESTA concentra-se no macro- Os factores sociais e culturais variam > O clima predominante afecta de alguma
ambiente. consoante os países e os negócios. Alguns forma o consumo do produto e o negócio
Por fim, quando todos os factores re- dos factores que devem ser ponderados em geral?;
levantes forem identificados, devem ser Vejamos em detalhe esses factores exter- são os seguintes: > Existe uma consciência ecológica en-
transformados em objectivos de mar- nos: > Qual a religião dominante? raizada no mercado?;
keting. Este é o verdadeiro propósito da > Que atitude têm os consumidores pe- > O produto é “amigo do ambiente” ou
Análise SWOT, ou seja, definir que medi- Factores Politico-Legais rante produtos estrangeiros? pode ser modificado nesse sentido?;
das tomar para: > Os estilos de vida das populações têm > Faz sentido desenvolver produtos com
Se a estrutura política e legal tem forte influência no consumo do nosso produto? componentes ecológicas para conquistar
> reforçar os pontos fortes; influência sobre a regulamentação do > O nosso produto é dirigido a homens, a mais facilmente uma posição no mercado
> corrigir ou eliminar os pontos fracos; negócio e/ou sobre o poder de compra mulheres, jovens, crianças ou é indiferen- e conseguir diferenciar-se da concorrên-
> aproveitar as oportunidades; dos consumidores, dever-se-ão ponderar ciado? cia?
> defender-se das ameaças. questões como: > Qual a esperança média de vida das
> O ambiente político é estável? populações? As populações mais idosas Os factores acima descritos devem ser
PESTA > As políticas governamentais podem in- em geral vivem desafogadamente? contínua e criativamente observados e ex-
fluenciar as leis que regulam ou tributam > As populações em geral são sensíveis a plorados de forma a retirar o máximo de
Depois de efectuada a Análise SWOT é o negócio? produtos ecológicos? informação possível do mercado.
muito importante que a empresa reflicta e > Existem posições do governo sobre ética
pondere também sobre o ambiente que a nos negócios? Factores Tecnológicos
rodeia. Aliás, a análise dos factores exter- > Quais são as políticas económicas do
nos que poderão ter impacto no negócio governo? As tecnologias e o seu desenvolvimento
da empresa, deve ser feita continuamente > O governo tem opinião sobre questões podem ser uma vantagem competitiva
e considerada em todos os aspectos do culturais e religiosas? importante. Os seguintes aspectos, entre
planeamento. > O negócio é afectado por acordos co- outros, devem ser pensados:
merciais internacionais? (UE, NAFTA, > A tecnologia permite baixar os custos de
ASEAN, MERCOSUL, entre outros). produção e manter ou aumentar a quali-
dade dos produtos?

24 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 25


Comportamentos de consumo

Qualquer empresa está dependente do seu maior capital, o cliente (consumidor). De


uma forma geral, o comportamento do consumidor pode ser explicado tendo em con-
sideração 3 abordagens distintas:

> ao nível das necessidades e motivações;


> ao nível das atitudes;
> ao nível das características do indivíduo.

Seguidamente, poderemos ver como cada uma destas abordagens actua ao nível do
comportamento de consumo.

1. As necessidades e motivações

Todo o indivíduo tem necessidades físicas e psíquicas. Tendo em consideração essa


afirmação, Abraham Maslow, reconhecido psicólogo Americano de ascendência Rus-
sa, hierarquizou as necessidades humanas numa pirâmide, que ficou conhecida como
Pirâmide de Maslow. Na sua lógica de pensamento, as necessidades não satisfeitas
são as que explicam o comportamento dos indivíduos, orientando-os para tudo o que
os pode satisfazer.

Desafios mais complexos, trabalho criativo, autono-


Auto mia, participação nas decisões.
realização

Ser gostado, reconhecimento, promoções,


Auto estima responsabilidade por resultados.

Bom clima, respeito, aceitação, inter-


acção com os colegas, superiores
Afecto social e clientes.
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Amparo legal, orientação pre-


cisa, segurança no trabalho,
Segurança estabilidade, remuneração.

Alimentação, mora-
dia, conforto físico,
Fisiológicas descanso, lazer.

#1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 27


Já no que se refere às motivações, pode sua posição social e de comunicar a sua 2. Interesse gos, vizinhos, colegas de trabalho, gru-
dizer-se que são estímulos ou desejos que personalidade. São um meio de ele se pos religiosos, pares em associações e
impelem o indivíduo a praticar algo. Po- apresentar aos outros e de mostrar a ima- O consumidor sente-se motivado a pro- colectividades, assim como o papel que
dem ser primárias ou secundárias. gem que tem de si próprio. curar informações sobre o novo produto/ o consumidor tem na sociedade e o seu
serviço; status, influenciam os comportamentos
2. As atitudes Estilos de Vida de compra.
3. Avaliação
São modos de pensar ou de sentir em São padrões de vida dos indivíduos ex- Factores pessoais
relação a um objectivo. São tendências ou pressos por actividades, interesses e O consumidor entra na fase de ponderar A idade, profissão, circunstâncias
predisposições do indivíduo para avaliar opiniões. se deverá experimentar o novo produto/ económicas, estilo de vida, personalidade
um objecto e reagir perante ele. São cren- São correntes socio-culturais que agru- serviço; e a imagem que o consumidor tem de si
ças, sentimentos e tendências para agir. pam tipos de consumidores com compor- próprio são factores de ordem pessoal
tamentos estereotipados que terão tam- 4. Experimentação que também determinam as decisões de
As atitudes apresentam 3 componentes: bém reflexo no consumo. compra.
Atitudes cognitivas: Crenças (Atenção > Os estudos dos estilos de vida nor- O consumidor experimenta o novo produto
Conhecimento); malmente são agrupados segundo os para poder melhor avaliar o seu valor; Factores psicológicos
Atitudes afectivas: Sentimentos seguintes critérios: A motivação, percepção, aprendizagem,
(Avaliação > Preferência); 5. Adopção / Rejeição crenças e atitudes são factores psicológi-
Atitudes comportamentais: Tendências > identificação pessoal (idade, sexo, cos que influenciam os comportamentos
para agir (Convicção > Compra). rendimento, profissão); O consumidor decide usar regularmente o de compra.
> comportamentos; novo produto ou então rejeita-o.
3. As características dos indivíduos > atitudes; No que toca ao comportamento do con-
> motivações e aspirações; Para que melhor compreendamos como sumidor, interessa destacar que num
As próprias características dos indivíduos > sensações e emoções. funciona a mente dos consumidores, é processo de compra, existe um factor de
também afectam o seu comportamento, importante dizer que é razoavelmente grande importância para o consumidor – o
como sejam: De uma forma geral, estas são as 3 abor- comum o consumidor decidir terminar o valor que ele atribui ao produto.
dagens que influenciam o comportamento processo em qualquer uma das 5 fases e
Personalidade do consumidor e às quais deve ser dada não o concluir. Definição de valor do ponto de vista do
Comporta tudo aquilo que diferencia os in- especial atenção. cliente
divíduos na forma de reagir a uma mesma No entanto, existem 4 factores determi-
situação: Numa fase posterior, para o cliente poten- nantes no comportamento de compra: É a diferença entre o valor total para o cli-
> de forma calma ou nervosa; cial se tornar consumidor regular de um > Factores Culturais; ente e o custo total para o cliente.
> tímida ou audaciosa; produto/ serviço, existe todo um processo > Factores Sociais;
> hesitante ou segura. mental o que leva a tomar conhecimento > Factores Pessoais: O valor total é o conjunto de benefícios
desses novos produtos/ serviços, os ex- > Factores Psicológicos. que o cliente espera obter com o consumo
E de acordo com a sua personalidade e perimentar e depois decidir se adopta ou de um produto ou serviço.
atitude perante os outros, os indivíduos rejeita. A este processo dá-se o nome de Factores culturais
podem ainda ser: positivos, agressivos, adopção e apresenta 5 etapas: Valores, princípios, percepções, nacionali- O custo total é o conjunto de custos que
desligados… dade, religião, região geográfica e classe os consumidores esperam incorrer para
1. Consciencialização social são factores muito importantes na avaliar, obter, utilizar e descartar um
Imagem de si próprio construção das decisões de compra. produto ou serviço.
O consumidor toma conhecimento do
Certos comportamentos de consumo novo produto, mas não tem informação Factores sociais
revelam um meio do indivíduo exprimir a sobre ele; Grupos de referência como família, ami-

28 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 29


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As fases do processo de compra Um Produto pode ser um Bem Tangível,


um Serviço ou uma Ideia, ou ainda com-
O processo começa sempre com uma ne- binações dessas coisas.
cessidade:
> Fisiológica; Um atributo é uma característica física
> Psicológica; ou psicológica de um produto, uma ca-
> Sociológica. racterística tangível ou intangível, carac-
terística essa que, pelo facto de existir,
E normalmente as necessidades humanas satisfaz uma ou várias necessidades dos
são uma combinação complexa dos 3 ti- consumidores.
pos acima mencionados.
O preço, a cor, o design, o tamanho, são
Por exemplo, quando compramos um ca- atributos de uma aparelhagem de som,
saco o nosso comportamento pode ser mas a qualidade do som, o status e prestí-
motivado pela satisfação da necessidade gio que a marca confere ao seu dono, tam-
física de nos abrigarmos do frio e simulta- bém são atributos que o cliente considera
neamente pela necessidade sociológica no momento da compra.
de estarmos na moda e parecermos bem
vestidos aos olhos dos outros. Resumindo:

tado de Insatisfação Consciente, ela pode Depois de uma empresa seleccionar o


Necessidades Necessidades Necessidades
ser : tolerável ou intolerável. segmento de mercado que quer abordar,
fisiológicas: psicológicas: sociológicas:
é importante perceber quais os atributos
As acções de marketing devem ser exerci- que os consumidores desse segmento
> Alimentação; > Auto estima; > Aceitação;
das sobre o consumidor para que ele ache valorizam nesse tipo de produto, estudar
> Descanso: > Novidade; > Pertença;
a necessidade intolerável e sinta vontade e perceber o comportamento de consumo
> Abrigo e > Excitação; > PoderStatus.
de a satisfazer. dessas pessoas e adaptar o produto aos
conforto; > Protecção do Ego;
gostos e necessidades desses consumi-
> Estímulo > Consistência Cognitiva
Para que o consumidor escolha um produ- dores, consoante a sua personalidade, o
dos sentidos; (comprar produtos que reflectem nossa
to, é fundamental que ele tenha os atribu- seu estilo de vida, as suas características
> Procriação. personalidade e com os quais nos identifi-
tos que satisfazem as suas necessidades. geográficas, demográficas, psicográficas,
camos).
Sem esses atributos que o consumidor entre outras e preparar acções de marke-
valoriza, as acções de marketing serão ting para convencer o cliente a preferir o
pouco ou nada eficazes. seu produto em vez do da concorrência.
As necessidades dos consumidores po-
dem estar em 3 estados diferentes: Satisfação
O que são os atributos de um produto?
necessidades estão satisfeitas.
Insatisfação consciente
Convém esclarecer que na perspectiva de
necessidades não estão satisfeitas e a O objectivo da actividade de marketing é
marketing, um Produto pode ser uma de 3
pessoa tem consciência disso; o de fazer com que as necessidades dos
coisas ou combinações de 2 ou 3 dessas
consumidores passem sempre ao estado
coisas.
Insatisfação inconsciente de insatisfação consciente.
necessidades não estão satisfeitas e o
consumidor não tem consciência disso; Quando uma necessidade está nesse es-

30 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 31


Marketing Mix

Vimos já que Marketing é a actividade que Price (Preço) - é o preço pelo qual a em- Produto Preço e pelo qual está disposto a
nos ajuda a estudar, analisar e trabalhar presa vende esse produto. pagar.
correctamente o mercado para mais facil- Nível de qualidade | Ca- Nível de preços | Política
mente conseguirmos sucessos. Place (Distribuição) - é o lugar onde esse racterísticas físicas e fun- de Descontos | Condições O preço não deve ser
produto é vendido e a forma como a em- cionais | Marca | Design de Crédito | Condições de apenas uma expressão
Como podemos conseguir esses objec- presa faz chegar o produto até ao seu cli- | Embalagem | Linhas de Pagamento matemática. Deve ser o
tivos? ente. produtos | Ciclo de Vida equilíbrio de percepção
do Produto | Serviços as- O preço é a quantidade de entre o valor que o cliente
Não existem fórmulas mágicas que per- Promotion (Promoção) - é a forma como sociados ao bem tangível. dinheiro ou espécie que atribui, percebe ou retira
mitam garantir o sucesso nos negócios. a empresa comunica ao mercado esse se troca pela propriedade do produto e aquilo que
No entanto, existem tácticas e técnicas de produto e o promove junto dos potenciais Cada um destes aspec- de um produto ou serviço. o cliente está disposto a
marketing que ajudam a planear de forma clientes. tos do Produto deve ser Mas o preço é mais do que pagar.
mais eficaz a abordagem da empresa ao PRODUTO PREÇO pensado pela empresa de isso. Preço é VALOR.
mercado. forma a se adequarem aos Distribuição
gostos e necessidades dos É essencialmente o valor
O maior ou menor sucesso dependerá clientes/consumidores percebido pelo cliente Canal de Distribuição ade-
depois da empresa, do mercado que vai existentes no mer- para um determi- quado | Logística de Dis-
abordar, da conjuntura existente e tam- MERCADO cado. nado produto. É o tribuição | Estratégias de
bém da capacidade de cada empresa em valor que o cliente Distribuição.
saber utilizar e aplicar de forma correcta atribui ao produto
e eficaz essas ferramentas de marketing. A variável distribuição
consiste na escolha dos
DISTRIBUIÇÃO PROMOÇÃO
A principal técnica de marketing con- locais onde o produto será
siste em trabalhar correctamente as 4 Os profissionais de marketing da empresa vendido e essa decisão
variáveis do Marketing-Mix e em con- deverão ir ao mercado, falar com clientes, pode ser tomada com base
seguir adequá-las ao mercado que se observar consumidores, analisar concor- em 3 estratégias distintas,
pretende abordar, fazendo com que essas rência e sua oferta e tentar perceber o a saber:
variáveis estejam em permanente inte- que o mercado quer e precisa em termos A distribuição intensiva
racção e sintonia com o mercado. de produto, de preço, de canais de distri- coloca o produto à venda
buição e de promoção ou comunicação. na maior quantidade pos-
As 4 variáveis do Marketing-mix são Depois, deverão voltar para a empresa e sível de pontos de distri-
conhecidas como os 4 Ps: desenvolver ou adequar essas 4 variáveis, buição.
> Product; com base em toda a informação recolhida,
> Price; de forma a se diferenciarem da concor- A distribuição exclusiva
> Place; rência e prepararem uma oferta que o coloca o produto em pou-
> Promotion. mercado valorize e esteja disposto a com- cos pontos de venda selec-
prar. cionados com o objectivo
Product (Produto) - é um bem, ideia ou de controlar a cadeia de
serviço que a empresa vende. Seguidamente, vamos analisar cada uma distribuição.
das variáveis do marketing-mix através
dos seus pontos-chave:

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32 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 33
A distribuição selectiva coloca o produ- Promoção Que estratégia de promoção utilizar? Segundo este autor, os 4 Ps fazem sen-
to num único canal de distribuição estan- Push (de produto) ou Pull (de mercado)? tido, mas são claramente uma abordagem
do presente de forma intensa nesse canal. Mix promocional | Meios acima e abaixo da do ponto de vista da empresa fornecedora.
linha a utilizar | Estratégia de promoção Push significa promover o produto nos A empresa deve desenvolver produtos,
A variável distribuição envolve ainda to- Push ou Pull | Mensagens Publicitárias | distribuidores e apoiá-los na sua pro- deve apresentar preços, escolher canais
dos os processos logísticos para fazer Avaliação de resultados. moção junto dos clientes deles. de distribuição e planear campanhas de
chegar o produto desde o fornecedor ou promoção.
fabricante até ao consumidor final, como Esta variável do Marketing-Mix consiste Pull significa promover o produto ou a
por exemplo: procedimentos de armaze- em definir e trabalhar a política de co- marca junto do consumidor final fazendo Nesta nova perspectiva, o mercado, não
nagem e gestão de stocks, processamento municação do produto ao mercado. Para com que ele pressione os distribuidores a quer os 4 Ps mas sim os 4 As.
e preparação de encomendas, transportes poder vender mais e melhor o seu produ- comprarem na origem. Ou seja, aquilo que os clientes querem é
de mercadorias, sistemas de informação, to, a empresa tem de comunicar que pos- ANSWERS (Respostas) e não Produtos.
entre outros. sui esse produto e o promover junto dos A adopção de uma ou de outra, por parte O que os clientes querem é AFFORD-
potenciais clientes. da empresa, dependerá também da estra- ABILITY (Possibilidade de comprar) e
O grande objectivo da Distribuição é o de tégia de distribuição que for decidida. não Preço. Aquilo que os clientes querem
ter o produto certo, no local certo, no mo- Existem 2 grandes tipos de Promoção do é AVAILABILITY (Disponibilidade e Con-
mento certo, ao menor custo possível. produto e da própria empresa. Actualmente, Dr. Jagdish Sheth, professor veniência) e não Canais de Distribuição. O
indiano da Emory University em Atlanta, que os clientes querem é AWARENESS
Trata-se de uma variável importante do A Promoção Acima da Linha que en- EUA, apresenta uma nova interpretação (Notoriedade da marca e/ou da empresa)
Marketing-Mix porque põe o produto em volve toda a comunicação visível nos que vem complementar o modelo inicial. e não Promoção.
contacto com o cliente. É difícil de tra- meios de grande alcance como a tele-
balhar e deve ser bem pensada, pois en- visão, imprensa ou rádio.
volve terceiros, com interesses diferentes
PLACE
dos da empresa. Por esse motivo muitas A Promoção Abaixo da Linha que inclui
vezes se decide investir nos seus próprios toda a comunicação que não é utilizada
canais e controlar a Distribuição dos seus pelos meios de grande alcance, como
produtos. material de ponto de venda, internet, pro- AVAILABILITY
moções entre outros.

PRODUCT ANSWER AFFORDABILITY PRICE

> Publicidade > Publicity Acima da linha AWARENESS


TÉCNICAS DE
COMUNICAÇÃO
> Promoção > Merchandising Abaixo da linha
Adaptação do modelo do
Dr. Jagdish Sheth Emory
> Relações Públicas > Força de Vendas University Atlanta - EUA PROMOTION

> Marketinhg Directo > Patrocínio e Mecenato


As duas abordagens acima referidas
> Internet apresentam uma óptica mais abrangente
e transversal a toda a problemática do mix
de marketing.

34 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 35


A marca e o posicionamento

A marca é um elemento fundamental que indicações num espaço mínimo. A marca pode ser vista forma correcta e verdadei- tais como, sugerirem os
diferencia empresas, produtos e serviços. também como uma de- ramente acrescente valor benefícios e qualidades
A sua importância num mercado cada vez A marca cria valor económico tanto para claração de propriedade, ao negócio da empresa. do produto, serem fáceis
mais competitivo, dinâmico e exigente, é quem a detém como para quem con- um instrumento legal, tal de pronunciar, reconhecer
inquestionável. some. É um capital da empresa mas re- como a patente ou o copy- Alguns dos factores chave e lembrar, serem incon-
quer trabalho. Não basta ter uma marca, right. de sucesso a ter em aten- fundíveis e não apresen-
Uma marca pode ser um nome, um logóti- é necessário dar-lhe uma determinada Um factor importante na ção, são: tarem significados ou co-
po ou a sua combinação. Serve para iden- personalidade, geri-la, deixá-la crescer, implementação de uma notações negativas. Uma
tificar produtos ou serviços e os diferen- adaptá-la às necessidades do mercado e marca é o investimento > Legibilidade, faci- marca é, na sua essência,
ciar perante a concorrência. Quando a sua trabalhá-la para que seja uma mais-valia necessário para a explorar, lidade de pronunciar e a forma de identificar uma
imagem é rica pode transmitir numerosas constante para as empresas. para que se desenvolva de memorizar, tendo em empresa ou um produ-
conta as diferentes lín- tor, quer seja através de
guas dos países pas- um nome, tratando-se de
síveis de lançamento de uma marca comercial,
produtos; quer de um logótipo ou
de qualquer outro sím-
> Capacidade evoca- bolo. “O estabelecimento
dora, ou seja, capacida- de uma marca é a arte e
de da marca trazer a si a essência do marketing”
uma característica fun- Kotler (2000, p. 426), ou
damental do produto, seja, é uma forma da em-
favorecendo assim a presa transmitir uma série
memorização e aceita- específica de atributos,
ção; benefícios e serviços aos
consumidores.
> Capacidade distintiva
manifestada pela origi- A marca pode adquirir seis
nalidade níveis de significado:

> Possibilidade de ser 1. Atributos que uma


declinável em sub-mar- marca consegue trazer à
cas; mente do consumidor;

> Disponibilidade de re- 2. Benefícios que se


gisto e utilização. revelam na tradução dos
atributos, tanto ao nível
funcional como emocional;
Reforçando esta ideia, os
melhores nomes de mar- 3. Os valores da empresa
cas devem considerar que são transmitidos pela
várias características, marca;

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36 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 37


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4. A marca como elemento representativo > Quando se relaciona com o conjunto de


da cultura de uma empresa; percepções, cognitivas e afectivas, que os
consumidores possuem a respeito de uma Para que se possa pro-
5. A marca como portador de uma certa marca – ceder a uma boa gestão
personalidade; a imagem da da marca, é necessário e
marca. indispensável definir a sua
6. A marca remete para um tipo de con- identidade. Esta revela-se
sumidor que compra ou utiliza o produto. A força da através de um conjunto de
marca sinais, de mensagens, de
Os valores, cultura e personalidade, são produtos que são origina-
responsáveis pela definição da essência Este conceito, dos por um único emissor,
da marca (Kotler, 2000). refere-se ao que se diferencia perante
grau de fixa- as restantes. Neste sen-
O capital da marca ção ou de fi- tido, a identidade da marca
delidade dos facilita uma orientação e
Após vários anos, onde se avaliava o consumidores um significado, podendo
capital das empresas em função dos seus relativamente a sua definição ser deter-
imóveis e terrenos, e mais tarde em fun- a uma marca. minada, considerando os
ção dos seus activos materiais, máquinas factores que lhe são ca-
e fábricas, concluiu-se que o principal Existem cinco racterísticos, e que a
activo de uma empresa é constituído pelas tipos de indica- diferenciam das restan-
suas marcas. Em muitos casos o con- dores da força tes, permitindo-lhe estabi-
sumidor compra a marca e não apenas o de uma marca: lidade a longo prazo. Num
produto. A marca é a sua referência. > Taxa de fidelidade no ponto de vista estratégico,
> Fraca sensibilidade ao preço: quando tempo: refere-se ao grau A identidade da marca a identidade da marca está
O capital da marca expressa o poder que há uma subida dos preços, uma marca de probabilidade do con- relacionada com o pro-
esta pode adquirir, que é naturalmente forte resiste melhor a essa subida do que sumidor repetir a aquisição O significado de identidade jecto, com o conceito, e é
variável, e está relacionado, entre outros as concorrentes; da mesma marca na oca- da marca pode ser trans- a forma como os gestores
factores, com aspectos como notorie- sião de compra seguinte; portado, de um modo figu- de marketing desejam que
dade, reputação, qualidade percepcionada > Diferencial de preço aceitável: ca- rativo, para a realidade, a marca seja percebida.
e valor bolsista. pacidade de uma marca forte em fazer o > Medidas de atitude quando comparado com
mercado aceitar um preço de venda supe- positiva: certos indica- a identidade de cada in- Tendo em conta o para-
Uma marca poderá ser vista da seguinte rior ao da concorrência; dores de atitude podem, divíduo. Cada pessoa tem lelismo inicialmente apre-
forma: também, ser reveladores uma identidade própria, sentado, a marca pode
> Quando visto como um activo num ba- > Taxa de exclusividade da marca: rela- da força de uma marca, que constitui um bilhete de também traçar o seu
lanço, que é passível de ser vendido – o ciona-se com a atitude dos consumidores, tais como, grau de fami- identidade que a identifica bilhete de identidade e
valor da marca; em reservarem a uma marca, um deter- liaridade, grau de estima, como única. Nas marcas a consequentemente a sua
minado grau de aquisição numa categoria grau de preferência, taxa identidade funciona de ma- identidade, bastando para
> Quando relacionado com o diferencial de produto, evitando a compra de diversas de intenção de compra, en- neira semelhante. isso, responder a quatro
de preço que o consumidor se disponibi- marcas da mesma categoria; tre outros. questões essenciais:
liza a pagar – a força da marca;

38 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 39


O que faz a sua diferença? O que faz a sua Posicionamento Independentemente do número de atribu- Independentemente do tipo de posicio-
permanência? tos promovidos, o posicionamento pode namento que possa ser escolhido, ainda
O que faz o seu valor? O posicionamento é o lugar que uma mar- ser descrito através de três pontos: o existe uma outra análise a fazer, já que po-
O que faz o seu reconhecimento? ca quer ocupar na mente dos consumi- público-alvo, a categoria de produto e a dem ser considerados, o posicionamento
dores e a ideia pela qual quer ser conhe- mais-valia da marca (atributo). pretendido e o posicionamento alcançado.
Se a estratégia da marca for bem de- cida e lembrada. Assim, pode-se concluir que a formulação
lineada, vão ser estes os factores, que Podem ser descritos diferentes tipos de de um posicionamento tem de resumir a
conduzirão a marca para o seu aspecto O desenvolvimento de um posicionamento posicionamento que, embora alternativos, identidade da marca e ser comunicado a
formal e exterior, ou seja, para a sua abor- é necessário para qualquer marca, sendo não se excluem mutuamente: um público-alvo específico, tendo sempre
dagem gráfica. que se deve assumir como diferente, ten- em consideração uma vantagem, tangível
do em conta a sua oferta de mercado. > Posicionamento pelos benefícios – ou não, sobre a concorrência.
A identidade da marca assume-se como a baseia-se na associação de uma marca
linha orientadora de toda a comunicação, O posicionamento de uma marca pode a um benefício ou atributo esperado pelo Tendo em conta tudo o que foi referido
sendo que a sua correcta definição leva ocorrer segundo duas circunstâncias: consumidor e ignorado pela concorrência, anteriormente, de uma forma natural,
a uma gestão mais eficiente e eficaz da criando um novo segmento de mercado; pode-se constatar que o posicionamento
marca. 1. Quando se trata de uma marca nova, o assume um papel bastante importante na
O conceito de identidade resulta, por seu posicionamento será efectuado ape- > Posicionamento pelo preço/ quali- estratégia global de marketing da empre-
um lado, da crescente necessidade de nas de acordo com as necessidades do dade – a marca é promovida através da sa. Mas isto não quer dizer que um posicio-
comunicar, e por outro, das pressões a público-alvo; associação do preço à qualidade; namento seja interminável. Por mais forte
que a marca está sujeita, em termos de 2. Quando se trata de uma marca já exis- e sólido que seja um posicionamento, não
concorrência, nomeadamente através tente, o seu posicionamento decorre da > Posicionamento pelo tipo de uso – a é suficiente para durar eternamente. As-
de produtos/serviços de características análise dos concorrentes, no sentido de posição da marca pode ser mais facil- sim, as empresas têm necessidade de
muito próximas. Por seu lado, a diversifi- determinar uma solução diferenciada. mente comunicada através da associação reposicionarem as suas marcas, embora
cação da oferta também contribui para a do seu produto ao uso correspondente; esta decisão deva ser bem ponderada,
construção da identidade da marca, pois Assim sendo, resulta na criação de uma tendo em conta que é difícil alterar as per-
produtos novos estão, constantemente a proposta de valor adequada ao mercado > Posicionamento pelo tipo de utiliza- cepções dos consumidores relativamente
penetrar em mercados novos com novos razão pela qual o produto/serviço é adqui- dor – a marca é posicionada no segmento a uma marca, principalmente quando a
alvos. rido pelos consumidores. alvo recorrendo a pessoas com as quais comunicação no passado foi um sucesso.
esses consumidores se identifiquem; Quando existe essa necessidade, e para
Desta forma, a identidade de uma marca Neste sentido, a empresa deve ter em que o novo posicionamento seja aceitável
vai facultar a diferenciação, tendo em atenção a quantidade de atributos que > Posicionamento pela categoria de e credível, é importante que a sua rela-
conta a oferta na qual ela se insere. O promove junto dos seus consumidores-al- produto – a marca é posicionada porque ção com o anterior seja lógica e natural, e
conhecimento mais profundo, permite vo. Pode-se promover apenas um atributo atinge um estatuto predominante na ca- que a alteração se efectue de uma forma
também, efectuar, com rigor, uma análise específico, ou aumentar a fasquia, utili- tegoria de produto em que se enquadra; gradual.
das pretensões e potencialidades futuras zando dois ou três atributos, sendo que
de uma marca. esta situação se pode tornar arriscada. O > Posicionamento simbólico – o posicio-
aumento do número de afirmações rela- namento da marca acontece recorrendo a
tivamente às marcas pode originar, para símbolos culturais;
a empresa, o risco de perder tanto o seu
posicionamento, como a sua própria credi- > Posicionamento pela concorrência –
bilidade. o aspecto recorrente do posicionamento é
a referência explícita à concorrência (Cas-
tro, 2002, p. 175-183).

40 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 41


Plano de Marketing
O que é e para que serve?

Um Plano de Marketing é um documento, Etapa 1- Analisar a Situação Actual In-


normalmente em formato de relatório, terna e Externa (Diagnóstico)
que deverá ser feito uma vez por ano
pela empresa, descrevendo com detalhe Esta etapa representa a fase exploratória
as decisões estratégicas (o que fazer) do plano de marketing em que a empresa
e as decisões de execução (como fa- deve efectuar um diagnóstico da sua si-
zer) em relação: tuação actual, tanto da própria organiza-
ção como de tudo que a rodeia.
> ao lançamento e/ou à venda de um
produto; Envolvente externa da empresa
> à implantação de uma marca;
> à actividade de uma empresa; > As leis e as normas;
> ao funcionamento de um departamento > Politica;
ou de uma unidade de negócio. > Desenvolvimento actual da tecnologia;
> As condições económicas;
O Plano de Marketing é fundamental para > Aspectos sócio-culturais;
ajudar o empresário a melhor organizar > Tendências da procura;
o seu negócio. Ajuda o empresário, as > Disponibilidade de meios;
suas equipas, enfim, toda a empresa a > Interesses dos diversos intervenientes
concentrar-se nos processos de negócio, no negócio;
ou seja, naquilo que querem conseguir e > Acções da Concorrência no mercado.
na forma como o pretendem fazer. Por
esse motivo, o Plano de Marketing deverá Envolvente interna - Factores tais
ser equilibrado, rigoroso, razoavelmente como os recursos e a experiência da
detalhado e abrangente mas também su- empresa
ficientemente conciso para que possa ser
lido e consultado, tantas vezes quantas as > Temos os recursos materiais, humanos
necessárias, durante o ano, por todas as e financeiros suficientes e adequados?
pessoas com responsabilidades na em- > A nossa empresa está bem organizada
presa ou fora dela. e localizada? Que infra-estruturas temos?
> Que pessoas? Temos dinheiro? Temos
Há muitas maneiras de estruturar planos crédito?
de marketing no detalhe, mas generica- > Os nossos produtos estão bem adapta-
mente todas elas procuram trabalhar as dos ao mercado? A nossa marca (se hou-
seguintes 5 etapas: ver)?
> Os nossos sistemas de informação fun-
1. ANÁLISES cionam bem e dão respostas?
2. OBJECTIVOS > A nossa organização formal é eficaz?
3. ESTRATÉGIAS > Quais são os nosso pontos fortes? E os
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4. TÁCTICAS nossos pontos fracos?


5. CONTROLOS > Como podemos melhorar os primeiros e
corrigir os segundos?

#1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 43


É importante que estas análises sejam A empresa tem de ter também o cuidado Etapa 3 – Decidir as estratégias de O posicionamento já foi explicado com de-
efectuadas de forma isenta. de que os objectivos sejam: quantitativos marketing talhe no capítulo anterior.
e qualitativos.
A Análise SWOT e a Análise PESTA são As estratégias de marketing fundamen- Convém ainda recordar, que esta estra-
ferramentas para diagnóstico interno e Os objectivos quantitativos estão normal- tais que qualquer empresa deve decidir tégia de marketing tem por objectivo
externo já apresentadas em capítulo an- mente relacionados com o desempenho e trabalhar são a segmentação do mer- identificar e diferenciar a marca e deverá
terior. da empresa em termos de rentabilidade, cado e o posicionamento da marca ou da ser por isso mesmo simples, pertinente,
quota de mercado, vendas, entre outros. própria empresa. credível e original.
Etapa 2 – Definir Objectivos de Marke-
ting Os objectivos qualitativos são normal- Qual o segmento de clientes que quere- Etapa 4 – Desenvolver as tácticas de
mente relacionados com: imagem da mos conquistar? E como o abordaremos? Marketing
Os objectivos de marketing devem ser um empresa ou da marca, posicionamento, Como nos devemos posicionar junto
conjunto razoavelmente equilibrado de notoriedade, reconhecimento, nível de desse segmento? Nesta etapa, a empresa deve converter a
indicadores estratégicos, operacionais e satisfação dos clientes, entre outros. Porquê este segmento e não outro sua estratégia num Mix de Marketing, ou
financeiros. qualquer? seja, nos famosos 4 Ps que constituem as
Em qualquer dos casos, a definição dos tácticas de marketing.
Um objectivo estratégico está relacio- objectivos deve obedecer à regra SMART: Segmentação
nado, por exemplo, com o lançamento de Pense no Marketing-mix a adoptar. É como
um novo produto, de uma marca, a aber- Esta etapa consiste em descrever qual o fazer um bolo. Você tem ovos, açúcar,
tura de uma filial, a internacionalização perfil dos clientes que se pretende con- manteiga e farinha. Se alterar a quanti-
do negócio, uma parceria, enfim algo que Seja específico acerca quistar e é um exercício que ajudará a em- dade de cada um ingrediente, influenciará
Specific do que pretende con-
permita a boa execução da estratégia da presa a concentrar-se no que é realmente o tipo de bolo que vai obter. Se quiser que
seguir
empresa. importante. fique mais doce, adicione-lhe açúcar!
Defina e quantifique ob-
Um objectivo operacional refere-se, Measurable jectivos que possam ser O mercado é composto por uma grande
à própria operação da empresa, ao seu mensuráveis diversidade de públicos com diferentes
dia-a-dia, por exemplo, aos volumes de necessidades, hábitos, gostos e até exi-
vendas e de facturação, à reorganização Pense bem se não está gências, sendo praticamente impossível
de fábricas ou armazéns, à redução de Achievable a exagerar… defina ob- a uma empresa conseguir satisfazer em
ineficiências, de taxas de defeito ou re- jectivos ao seu alcance. simultâneo e por inteiro. Será então ne-
clamações, entre outras acções da opera- cessário que se defina o segmento ou seg-
ção quotidiana da empresa. Tem os recursos ne- mentos de mercado que a empresa pode
cessários para con-
servir bem.
seguir o objectivo?
Um objectivo financeiro tem natural- Realistic
(pessoas, dinheiro,
mente a ver com operações de investi- máquinas, materiais, Posicionamento
mento, de endividamento, da sua recu- tempo,…)
peração e seu pagamento, entre outras Esta é uma fase fundamental em qualquer
acções relacionadas com a gestão finan- Defina quando pretende estratégia de marketing e implica que a
Timed atingir o objectivo (Num
ceira do negócio. empresa conheça bem os consumidores
mês? Em 6 meses?)
e as necessidades deles, mas também os
seus concorrentes.

44 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 45


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Produto Preço

> Nível de qualidade; > Que estratégias de fixação de preços?


> Características físicas e funcionais; > Que Política de Descontos?
> Marca; > Que Condições de Crédito?
> Design; > Que método de Pagamento?
> Embalagem;
> Linhas e gamas de produtos;
> Ciclo de Vida do Produto;
> Serviços associados ao produto.

Place / Distribuição Promoção

> Onde vai vender o seu produto? > Vai usar estratégias Pull ou Push?
> Qual o Canal de Distribuição adequado? > Quais são os objectivos da comuni-
> Vai vender directamente ao retalho? cação?
> Ou através de Agentes ou de Distri- > O que vai comunicar? Quais as van-
buidores? tagens?
> Que Logística de Distribuição é ne- > Para quem? Onde está?
cessária? > Que meios vai utilizar para comunicar
> Qual a estratégia de Distribuição ade- eficazmente com o seu público-alvo?
quada?

Etapa 5 – Adoptar Indicadores de Con- > Entre vários outros indicadores.


trolo No final de um plano de marketing deve
escrever-se um pequeno resumo do plano
Não existe planeamento sem controlo, o que deve ser colocado no início do docu-
controlo é fundamental. Durante a exe- mento. Este Sumário Executivo serve so-
cução do plano é provável que as acções bretudo para dar uma ideia sobre o con-
nem sempre decorram conforme inicial- teúdo do plano, sem obrigar à sua leitura
mente programado. Surgirão desvios que integral.
importa controlar e corrigir. A empresa
deverá preparar e adoptar uma série de Toda a informação de apoio deve aparecer
indicadores que lhe permita efectuar um num Anexo no final do plano.
controlo eficaz de:
Convém recordar que um plano de mar-
> Custos de funcionamento do negócio; keting deverá ser submetido à apreciação
> Orçamentos mensais; da administração/gerência da empresa e
> Níveis de vendas e situações de cobran- só entrará em vigor depois da sua aprova-
ças; ção.
> Quotas de mercado;

46 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP


Desmistificação

O Marketing não é publicidade

Depois de tudo o que foi apresentado ante-


riormente, percebe-se que marketing não
é publicidade. A publicidade é apenas uma
das ferramentas que pode ser utilizada pela
empresa na sua política de promoção ou co-
municação. No entanto, esta associação foi
ganhando força pelo facto da publicidade ser
a face mais visível de todo o trabalho de mar-
keting que uma empresa desenvolve.
© James Steidl - Fotolia.com

O Marketing não é vendas

Qual a principal diferença entre Marketing e


vendas?

Vender é a arte de sabermos chegar junto do


cliente e conquistá-lo.
Marketing é a arte de fazer com que o cliente
venha ao nosso encontro.

Basicamente, marketing é estratégia e a


venda é acção. Ambas devem andar de mãos
dadas, pois completam-se e fazem-se falta
mutuamente.

A actividade de marketing, quando bem feita,


prepara o terreno para a equipa de vendas
poder conseguir resultados mais rapida-
mente e de melhor qualidade.

Ambas as equipas devem trabalhar em con-


junto para se ajudarem mutuamente e para
que a empresa possa somar sucessos.

48 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 49


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Conclusão

Parece ficar claro que a função do Marke- facilmente se apercebe das


ting nas empresas, independentemente mudanças que foram aconte-
da sua dimensão, do tipo de negócio e cendo nos últimos anos no
mesmo da existência ou não de marca, mercado, no que toca ao
apresenta um papel muito importante produto e ao preço, a for-
nas organizações com visão de negócio mas de vender e distribuir,
porque as ajuda a concentrarem atenções de comunicar de divulgar
no mercado e perceber o que devem de- esses produtos e ainda
senvolver, produzir e vender. no que toca às neces-
sidades dos clientes. Bibliografia
Marketing não é só um departamento, é
sobretudo uma forma de gestão perma- Estes fenómenos
nentemente preocupada com o cliente permitem perce-
Helfer, J. P. e Orsoni, J.
e interessada em desenvolver e adaptar ber melhor todo
(1996). Marketing. Lisboa,
produtos para melhor o servir. É impor- este universo do
Edições Silabo.
tante que todos na empresa, indepen- marketing.
dentemente da sua função, entendam
Kotler, P. (2000). Administração
esta perspectiva e assumam a sua quota
de Marketing: Edição do Novo Milé-
parte de responsabilidade nesse contexto.
nio. São Paulo, Prentice Hall.

Se a empresa não tiver recursos huma-


Lambin, J. J. (2000). Marketing Estra-
nos capazes e suficientes para trabalhar
tégico. Lisboa, McGraw-Hill.
estas questões, é importante que recorra
a serviços de especialistas que ajudem a
Castro, J. P. (2002). Comunicação de Mar-
perceber melhor o marketing e a construir
keting. Lisboa, Edições Sílabo.
o seu negócio com uma visão diferente, fo-
cada nas necessidades dos clientes.
Cardoso, P. R. (2000). Estratégia Criativa Pu-
blicitária: Fundamentos e Métodos. Porto, Edi-
O marketing não é um custo, mas sim um
ções Universidade Fernando Pessoa.
investimento que o ajuda a direccionar
mais eficazmente as suas decisões.
Coelho, Castro e Correia, Vítor (1998). Manual de In-
trodução ao Marketing, Ed. Prefácio.
Este guia pretende mostrar-lhe a acti-
vidade de marketing no seu todo e
HAGUE, Paul N. e JACKSON, Peter (1990). Como Fazer
a importância que ela assume nas
Estudos de Mercado. Mem Martins, Edições Cetop.
empresas, desmistificando desta
forma, ideias pré-concebidas que
Marketing Teacher. [Em linha]. Disponível em:
dificultem a sua evolução.
http://www.marketingteacher.com

Um empresário com experiên-


Know This?.com. [Em linha]. Disponível em:
cia na fileira do calçado,
http://www.knowthis.com/principles-of-marketing-tutorials/how-
to-write-a-marketing-plan/

50 #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP #1 Marketing Guia do Empresário . CTCP 51

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