Sunteți pe pagina 1din 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

ALLISSON VIEIRA GONÇALVES

Trabalho apresentado à disciplina Políticas


Educacionais, do oitavo período do curso de
Ciências Sociais, ministrado na Universidade
Federal de Alfenas, como parte das avaliações
semestrais.

Profa Daniela Schiabel


Estudante: Allisson Vieira Gonçalves

ALFENAS-MG
2017
Introdução – o conceito de política e sua importância para a profissão docente

A relação entre a educação formal e a participação política remonta a democracia


clássica, especificamente dos gregos. Nesse sentido, pensar política não se refere somente a
aspectos burocráticos, mas da vida em sociedade e da participação na sociedade. O próprio
termo em grego significa cidade e vida civil. Assim, os cidadãos gregos tinham um acesso a
educação para poder viver em comunidade, nesse caso, na Polis. Essa forma de pensar será
recuperada pelos filósofos contratualistas e outros pensadores modernos, como Gramsci, que
irão trabalhar com a relação entre a sociedade e o Estado e a formulação das chamadas
políticas públicas, e, inseridas nelas, as políticas educacionais (ARAÚJO, ALMEIDA, 2010).

As políticas educacionais, como parte das demandas do estado, são parte de um jogo
de interesses político e econômico e devem ser compreendidas levando em conta relações
sociais e históricas. O professor é um importante agente que precisa se posicionar frente às
mudanças nas políticas educacionais, afinal, ele esta inserido em um grupo que é afetado
diretamente pelo Estado. O conhecimento dessas políticas é fundamental também para que as
escolhas de estratégias pedagógicas e para o entendimento de formas de educação, sendo a
escolarização padrão uma delas. As mudanças que são decididas no âmbito político afetam a
vida docente, mas também a vida dos estudantes, assim, a decisão sobre o material didático,
os recursos para atividades dentro e fora da escola, necessitam de um conhecimento das
políticas educacionais.

Resenha

HORTA, J.S.B. Direito à educação e obrigatoriedade escolar. Cadernos de Pesquisa,


São Paulo, n. 104, p. 5-34, jul. 1998.

Como Horta explicita, seu artigo se divide em duas partes, uma que trata de discussões
e pontos que tem relação com o direito a educação como um dos direitos sociais da cidadania,
outra que aborda como foi o desenvolvimento de concepções de obrigatoriedade escolar e de
direito a educação na história da educação brasileira, e, ao final, busca lançar algumas
reflexões sobre essa questão na contemporaneidade.

Na perspectiva histórica, a educação só adentrou os direitos humanos, tais como


liberdade, igualdade etc. muito tardiamente. O autor aponta como esse processo foi “lento
ambíguo e contraditório”, pois, no século XVII, uma das principais preocupações dos
intelectuais e dos chamados filósofos jusnaturalistas, eram a liberdade em relação a
instituições como Igrejas e Estados opressores. Seria no século XVIII, com o aparecimento de
três elementos (burguesia, filosofia racionalista e Estado nacional), que o acesso à instrução
ou educação como direito de todos e dever do Estado. A instrução primária obrigatória e a
“escola primário obrigatória, gratuita e laica”, começou a se tornar realidade em países como
França, Prússia e Inglaterra.

De acordo com Horta, após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um aumento da


democratização do ensino e duração da escolaridade obrigatória, o que culminaria no Artigo
26 da Declaração dos Direitos Humanos em 1948, que trata da do direito a educação como
algo gratuito e obrigatório. Isso foi recolocado no Princípio 7 da Declaração dos Direitos da
Criança em 1959, na qual as crianças teriam esse direito ao menos nas series elementares (p.
7). O autor também chama a atenção para como os direitos sociais são mais difíceis de serem
observados do que os direitos de liberdade, por isso o direito a educação se torna mais viável
quando é associado a um direito público subjetivo (que seria uma medida defendida por
juristas no Brasil na década de 30). No caso dos direitos de liberdade, o Estado teria que ter
seus poderes diminuídos, e, no caso dos direitos sociais, deveria existir um aumentos na
influência e poder do Estado.

Dentre as perspectivas sobre políticas de Estado, o autor cita a de Paul Singer, que
propõe que elas estariam fundadas em duas oposições, a saber, a “civil democrática” que
associa a obrigatoriedade da educação com uma função do Estado e a “produtivista” que foca
na demanda, que coloca a obrigatoriedade e o dever como funções secundárias (p. 9). No caso
da política civil democrática, a mesma exigiria a participação da sociedade civil por meio da
cobrança dos direitos associados as necessidades públicas. Segundo o autor, o direito a
educação esta relacionado a obrigatoriedade escolar, assim, como aponta Huberman, apesar
desse direito estar no mesmo nível que outros direitos básicos como alimentação, habitação
etc., não pode haver escolha por parte dos sujeitos. Dessa forma, a inserção da educação nos
direitos sociais foi conjuntamente uma “conquista e uma concessão, um direito e uma
obrigação” (p. 10).

De acordo com o texto, a obrigatoriedade da educação no contexto brasileiro


perpassou várias etapas, sendo inicialmente instituída pela Constituição Imperial de 1824, no
que se refere a gratuidade da instrução primária para todos os cidadãos (relação entre
educação e cidadania). Daí em diante, vários marcos vão reforçar essa primeira etapa (1827;
1834; 1835; 1854; 1874; 1879), sendo a gratuidade e a criação de escolas de primeiras letras
em todos os lugares mais populosos, a observação da freqüência e sujeição a multas e
penalidades do contrário. A idade também se tornou um fator importante, assim, a
obrigatoriedade foi estabelecida (com base nos moldes europeus) dos sete aos quatorze anos
(existindo variações entre meninos e meninas). Vários debates ocorreram com relação a
obrigatoriedade, pois, alguns defendiam que apesar de ser um direito que permitiria o
desenvolvimento do sujeito como um cidadão da nação brasileira, o acesso não poderia ser
para todos. A associação entre obrigatoriedade e gratuidade foi parte da discussão no sentido
de que esta obrigatoriedade seria tanto um direito individual quanto coletivo, realizado pela
instrução popular.

Segundo Horta, no contexto da primeira República, o ano de 1980 marcou a


instauração do direito à instrução primária gratuita para todos, como princípio federativo, o
que ficou conhecido como Reforma Benjamin Constant. Ela também estabelecia a separação
das escolas públicas em duas categorias: escolas primárias de 1° grau e escolas primárias de
2° grau. Entretanto, o problema da expansão desse direito fez com que o ensino primário não
fosse considerado uma tarefa pública não obrigatória, com exceção de alguns estados
brasileiros, que constituíram suas próprias reformas educacionais. Assim, ate 1930, a
obrigatoriedade se viu entre esses embates, sendo efetuada em alguns Estados e como um
foco ainda distante da União. As constituições posteriores iriam transformar essa realidade e
estabelecer esse direito.

O autor aponta no texto como na Constituição de 1934 tornou esse direito legal. Em
1922 o chamado Manifesto dos Pioneiros colocará como pauta a “laicidade, gratuidade,
obrigatoriedade e coeducação”, além de defender a obrigatoriedade da educação primária,
expandindo-a até os dezoito anos (educação secundária). Um importante elemento foi também
que o atendimento do direito a educação não pode ser simplesmente uma ação do Estado,
cabendo ação individual contra o mesmo no caso do não atendimento a educação (p. 17). Já
na Constituição de 1946, reaparece a discussão da educação como dever do Estado,
entretanto, não como um dever do estado para com o individuo, mas do indivíduo perante o
Estado. O foco incide sobre a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário (quatro anos) e
para além desse nível quando for comprovada falta ou insuficiência de recursos. A Lei de
diretrizes e bases de 1961 vai incorporar o direto a educação, obrigatoriedade escolar e
extensão da escolaridade obrigatória (lar e na escola, passível de restrições aos pais se não for
cumprida).
Após 1964, continua Horta, a discussão se dividiu em duas instancias: a legislação
(educadores) e o planejamento da educação (tecnocratas). Os primeiros defendiam o direito a
educação pode ser conseguido pela lei e teria como objetivo formar um bom cidadão;
enquanto os segundos que somente por meio de planejamento e seria uma forma de se ter
acesso ao mercado de trabalho como mão-de-obra qualificada; mas ambos defendiam a
obrigatoriedade do ensino primário. Aparece também a articulação do primário com o ginásio.
Aqui também que vai aparecer pela primeira vez em texto constitucional a afirmação da
educação como dever do Estado. A Constituição de 1988 vai recuperar e, consagrará no artigo
28, o direito a educação como um direito público subjetivo, além da possibilidade de
ferramentas jurídicas para assegurar o seu cumprimento. Nesse mesmo período, entra a
questão do Estatuto da Criança e do Adolescente que penaliza o não oferecimento ou oferta
irregular do ensino obrigatório, assim como o Código penal brasileiro considera que a não
matricula constitui “crime de abandono intelectual”.

Conclusão:

A compreensão do processo sociohistórico associado ao desenvolvimento das atuais


políticas educacionais (seja no âmbito estrangeiro ou nacional), perpassa o entendimento da
política e dos Estados. Esses últimos, como fronteiras que circunscrevem grupos ou
sociedades, determinam a convivência desses sujeitos por meio política. O conceito de
política, entendido de diferentes formas, mas tendo como base uma forma de participação de
todos, foi sendo cada vez mais burocratizado e se tornou distante da população em geral na
contemporaneidade. Entretanto, como futuro docente é de fundamental importância o
conhecimento das políticas estatais voltadas para a educação. Dessa forma, uma disciplina
que trata dessas discussões, permite uma habilitação para tal.

Como futuro professor, percebo que uma compreensão desse processo e dos
desdobramentos das diferentes mudanças ocorridas, me habilita a acessar informações nos
bancos de dados do Ministério da Educação, além de dialogar com colegas e outros
profissionais da escola para contornar problemas e demandar recursos. Pude compreender que
a escola, como a conhecemos, passou por muitas mudanças e por mais que muitas vezes o
estado veja o estudante como um número ou estatística, as lutas e processos políticos que
levaram a gratuidade e obrigatoriedade do ensino fundamental e médio, devem ser estudadas
e consideradas para se pensar o que melhorou e o que precisa ser melhorado na escola por
meio da ação política de professores e profissionais da educação.
Referências bibliográficas:

ARAÚJO, Denise Silva, ALMEIDA, Maria Zeneide C. M. Políticas educacionais: refletindo


sobre seus significados. Revista de Educação Educativa, PUC: Goiás, v. 13, n. 1, 2010.

S-ar putea să vă placă și