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Aula 05

Direito Eleitoral p/ TRE-PI (Técnico Judiciário - Área Administrativa)

Professor: Ricardo Torques

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
Técnico Judiciário – Área Administrativa
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques

AULA 05
Alistamento Eleitoral
(parte 01)

Sumário
1 - Considerações Iniciais ....................................................................................... 3
2 - Noções Introdutórias ......................................................................................... 3
2.1 - Conceito e natureza jurídica......................................................................... 4
2.2 - Domicílio Eleitoral ....................................................................................... 5
2.3 - Alistamento Eleitoral Obrigatório e Facultativo ............................................... 6
2.4 - Inalistabilidade........................................................................................... 6
2.5 - Situações Específicas .................................................................................. 7
3 - Procedimento de Alistamento ............................................................................. 9
3.1 - Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) ................................................10
3.2 - Operações ................................................................................................12
3.3 - Título Eleitoral ...........................................................................................12
4 - Alistamento Eleitoral Inicial ...............................................................................14
4.1 - Procedimento ............................................................................................15
4.2 - Interrupção do contrato de trabalho para alistamento ....................................22
4.3 - Alistamento eleitoral de pessoas com deficiência ...........................................23
5 - Segunda via....................................................................................................24
6 - Transferência ..................................................................................................26
6.1 - Requisitos para a transferência ...................................................................27
6.2 - Hipóteses em que a transferência é vedada ..................................................29
6.3 - Número da inscrição na transferência ..........................................................30
6.4 - Transferência e situações de duplicidade ou pluralidade .................................32
6.5 - Procedimento de transferência ....................................................................33
7 - Revisão ..........................................................................................................37
8 - Delegados de partido perante alistamento ..........................................................38
9 - Encerramento do alistamento ............................................................................40
10 - Cancelamento e Exclusão ...............................................................................41
11 - Questões ......................................................................................................51
11.1 - Questões sem Comentários .......................................................................51
11.2 – Gabarito.................................................................................................58

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11.3 - Questões com Comentários .......................................................................59


12 - Resumo Final ................................................................................................80
13 - Considerações Finais ......................................................................................94

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Alistamento Eleitoral parte


1 - Considerações Iniciais
O estudo de alistamento eleitoral é fundamental em democracias
representativas. É por intermédio da inscrição eleitoral que os cidadãos
podem escolher seus representantes. O instituto encarregado de definir
quem poderá participar do processo de escolha dos representantes é o
alistamento.
A matéria possui embase legal múltiplo.
O documento base é a Constituição, que estatui regras básicas acerca do
alistamento eleitoral. Estuda-se também o Código Eleitoral que deve ser
analisado com parcimônia, uma vez que parte dos seus dispositivos não são
mais aplicáveis. O principal diploma, todavia, é a Resolução TSE nº
21.538/2003, que dispõe sobre o alistamento e serviços eleitorais mediante
processamento eletrônico de dados, a regularização de situação de eleitor,
a administração e a manutenção do cadastro eleitoral, o sistema de
alistamento eleitoral, a revisão do eleitorado e a fiscalização dos partidos
políticos, entre outros. Temos, por fim, dois diplomas específicos que tratam
de assuntos relacionados ao alistamento, de menor importância, mas que
devem ser estudados: Lei nº 6.996/1982 e Lei nº 7.444/1985.
Assim...

Constituição Federal (art. 14 e 15)


EMBASAMENTO LEGAL DO
ALISTAMENTO

Código Eleitoral (art. 42 ao 81)

Resolução do TSE nº 21.538/2003

Lei nº 6.996/1982

Lei nº 7.444/1985

Inicialmente traremos alguns conceitos constitucionais e, na sequência,


passaremos a estudar os diversos assuntos relacionados ao alistamento.

2 - Noções Introdutórias
Neste primeiro capítulo vamos tratar de alguns conceitos introdutórios do
alistamento. Veremos basicamente os temas constitucionais relevantes
para o estudo desse assunto.

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2.1 - Conceito e natureza jurídica


Por alistamento eleitoral compreende-se o processo realizado para a
aquisição da cidadania. Segundo a doutrina de José Jairo Gomes1:
Entende-se por alistamento eleitoral o procedimento administrativo-eleitoral pelo
qual e qualificam e se inscrevem os eleitores.

Devemos extrair, primeiramente, que o alistamento constitui um ato


administrativo, não jurisdicional, embora seja praticado pelo Juiz Eleitoral.
Trata-se de um ato administrativo de caráter vinculado, significa dizer,
se preenchidos todos os requisitos legais, o Juiz Eleitoral deverá inscrever
o eleitor no cadastro. Não há qualquer margem para discricionariedade
(conveniência e oportunidade).
Ensina a doutrina que, excepcionalmente, o alistamento poderá ser
constituído em ato jurisdicional. Quando houver recurso do alistamento,
seja na hipótese de deferimento ou de indeferimento, haverá o surgimento
do conflito de interesses. Em razão disso, o ato então administrativo, torna-
se jurisdicional.
Logo...

ato administrativo de
regra
caráter vinculado
NATUREZA JURÍDICA
DO ALISTAMENTO
ELEITORAL
excepcionalmente, ato jurisdicional dado o
quando houver recurso conflito de interesses

O conceito de alistamento eleitoral que citamos acima, aproxima-se do


conceito legal. Segundo o Código Eleitoral (CE), alistamento eleitoral é o
ato de “qualificação e inscrição do eleitor”. Assim, uma vez qualificado e
inscrito perante o juiz eleitoral, o eleitor passa a integrar ao corpo de
eleitores, podendo votar.
Nesse contexto, vejamos o art. 42, caput, do CE:
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.

Assim...

qualificação inscrição ALISTAMENTO

O estudo do alistamento eleitoral remete, inicialmente, à análise do


domicílio eleitoral, das hipóteses de alistamento (obrigatório e facultativo)
e inalistabilidade.

1
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora
Atlas S/A, 2014, p. 131.

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2.2 - Domicílio Eleitoral


Para fins eleitorais, o domicílio é o local onde o cidadão deve se alistar
e o local onde poderá candidatar-se a cargos eletivos. isso porque
entre as condições de elegibilidade está o domicílio eleitoral na circunscrição
por, pelo menos, um ano.
Nesse contexto, prevê o art. 42, parágrafo único, do CE:
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de
residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma,
considerar-se-á domicílio qualquer delas.

O dispositivo acima é importante, pois permite ao eleitor escolher entre


vários domicílios que possua em qual deles pretende alistar-se.
O conceito de domicílio eleitoral é mais flexível comparado às regras que
definem o domicílio civil. Em Direito Civil, domicílio é compreendido como o
local em que a pessoa natural estabelece sua residência com ânimo
definitivo. Aqui em Direito Eleitoral o domicílio será o local de residência
ou moradia do alistando.
É o que extraímos, por exemplo, do art. 4º, § único, da Lei nº 6.996/1984,
cuja redação é quase idêntica ao do CE:
Parágrafo único. Para efeito de inscrição, domicílio eleitoral é o lugar de residência
ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-
se-á domicílio qualquer delas.

Além da regra acima, a jurisprudência do TSE2 flexibiliza, ainda mais, o


conceito de domicílio. Segundo o órgão judicial, para comprovação do
domicílio eleitoral é suficiente a demonstração de vínculos políticos,
sociais ou comunitários, afetivos, patrimoniais ou de negócios. Há,
inclusive, entendimento do TSE no sentido de deferir o alistamento de
eleitor no local em que a pessoa concorreu como candidato e obteve a maior
parte dos votos3.
De todo modo, ainda que a pessoa tenha os vínculos acima em vários locais
diferentes, deverá escolher apenas um, sob pena de cancelamento dos
demais registros por pluralidade de inscrições, conforme estudaremos.

DOMICÍLIO
ELEITORAL

Poderá ser, à escolha do interessado,


Lugar de residência ou moradia do qualquer dos lugares onde mantenha
requerente. vínculos políticos, sociais, afetivos,
patrimoniais ou de negócios.

2
REspe nº 8.551/2014 e AgR/AL nº 7.286/2013 entre outros.
3
Respe nº 16.397/2001.

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2.3 - Alistamento Eleitoral Obrigatório e Facultativo


A Constituição Federal estabelece que o alistamento e o voto serão
obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativo para os analfabetos,
maiores de 70 anos e pessoas entre 16 e 18 anos de idade.
Vejamos:
§ 1º O alistamento eleitoral E o voto são:
I - OBRIGATÓRIOS para os maiores de dezoito anos;
II - FACULTATIVOS para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Em forma de esquema, temos:

maiores de 18
obrigatório
anos

ALISTAMENTO
analfabetos
ELEITORAL

adolescentes
facultativo entre 16 e 18
anos

maiores de 70

2.4 - Inalistabilidade
São duas as situações apontadas por nossa legislação constitucional.
Vejamos o que disciplina o art. 14, §2º, da CF:
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos.

Além do estrangeiro e do conscrito, não poderão se alistar como eleitores


aqueles que estiverem com os direitos políticos suspensos. Trata-se de uma
conclusão lógica.
Assim:

estrangeiro

INALISTÁVEIS conscrito

sem direitos políticos ou com os direitos


políticos suspensos

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Vimos o conceito e destacamos as principais regras relativas ao alistamento


presentes em nossa CF. São informações importantes para o desenrolar dos
temas seguintes.

2.5 - Situações Específicas


Este tópico é muito relevante para fins de prova, pois trataremos de
situações específicas relativas ao alistamento. Vimos nos tópicos acima os
assuntos gerais, aqui analisaremos aspectos particulares, que são
frequentes em prova.

Alistamento por menor de 16 em ano eleitoral


Vimos que o menor entre 16 e 18 anos de idade possui o alistamento e voto
facultativos. Em razão de tal regra há uma situação específica disciplinada
na Resolução TSE nº 21.538/2003, que franqueia a inscrição eleitoral do
menor aos quinze anos de idade, desde que complete 16 anos antes
do pleito.
Art. 14. É FACULTADO o alistamento, no ano em que se realizarem eleições,
do menor que completar 16 anos até a data do pleito, inclusive.

Essa regra existe, pois, de acordo com o art. 91 da Lei das Eleições,
“nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será
recebido dentro dos 150 dias anteriores à data das eleições.
Vejamos:
Art. 91. NENHUM requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência
será recebido dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição.

Aqui devemos ter máxima atenção para não cair em pegadinhas de prova.
A regra acima disciplina que para a inscrição eleitoral (leia-se alistamento
inicial) e transferência de inscrição, o eleitor deverá comparecer à Justiça
Eleitoral até 151 dias antes do pleito. Isso porque nos 150 dias anteriores
às eleições, não será recebido nenhum requerimento de alistamento ou
transferência.
Vejamos os prazos que serão aplicáveis as Eleições de 2016 com exemplo.
O primeiro turno das eleições ocorrerá em
02.10.2016. Desse modo, se contarmos 150 dias,
chegaremos até o dia 06.05.2016. Portanto, o dia
05.05.2016 – que é o 151º dia antes das eleições – será o último dia para
o interessado comparecer perante o Cartório Eleitoral para efetuar a
inscrição ou transferência.
Considerando o exemplo acima, se o adolescente completar 15 anos entre
o dia 05.05.2016 e 02.10.2016 poderá efetuar a inscrição eleitoral ainda
que esteja com 15 anos. É uma forma de se assegurar o direito de participar
das eleições.
Nesse contexto, prevê o §1º:

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§ 1º O alistamento de que trata o caput poderá ser solicitado até o


encerramento do prazo fixado para requerimento de inscrição eleitoral ou
transferência.

Para finalizar, vejamos a regra constante do §2º do art. 14:


§ 2º O título emitido nas condições deste artigo SOMENTE surtirá efeitos com o
implemento da idade de 16 anos.

A regra acima explicita que o título eleitoral emitido aos 15 anos terá os
efeitos diferidos para o momento em que o adolescente atingir 16 anos de
idade. Temos efetivamente uma regra suspensiva. Somente com o
atingimento dos 16 anos a inscrição eleitoral produzirá plenos efeitos e o
jovem poderá exercer a cidadania.

Não aplicação de multa ao brasileiro nato que alistar-se até os 19 anos


e ao naturalizado que se alistar até um ano após adquirida a
nacionalidade
Só pela extensão do título acima nos assustamos, mas
vocês verão que são duas regras simples.
Vejamos, inicialmente, a redação do art. 15:
Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado
que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira
incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.
Parágrafo único. NÃO SE APLICARÁ A PENA ao não-alistado que requerer
sua inscrição eleitoral até o centésimo qüinquagésimo primeiro dia anterior
à eleição subseqüente à data em que completar 19 anos.

 ALISTAMENTO ATÉ OS 19 ANOS


O maior de 18 anos é obrigado a alistar-se e a votar! Essa é a regra geral
descrita na Constituição. Contudo, a aplicação de multa para aquele que
não se alistar ocorrerá apenas com atingimento dos 19 anos.
Assim, o sujeito que não se alistar até os 19 anos de idade sofrerá
multa a ser aplicada pelo Juiz Eleitoral.
Para compreender o parágrafo único acima vamos retomar a situação das
Eleições de 2016. Vimos que o alistamento deverá ser efetuado até o dia
06.05.2016. Após essa data, o cadastro eleitoral permanecerá fechado.
Assim, se completar 19 anos em 2016 deverá requerer a inscrição eleitoral
até o 151º dia antes das eleições. Ou seja, se o sujeito completar 19 anos
em fevereiro de 2016 poderá requerer sem a imposição de multa a inscrição
eleitoral no último dia do prazo, ou seja, no dia 06.05.2016. Por outro lado,
se o jovem completar 19 anos em setembro também deverá se alistar até
dia 06.05.2016, sob pena de multa.
 ALISTAMENTO DO NATURALIZADO
Em relação àquele que adquirir a nacionalidade brasileira está previsto o
prazo de um ano para alistamento eleitoral. Passado o período de um ano,
se não se alistar, sofrerá imposição de multa.

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Do mesmo modo, se o período de um ano vencer em ano eleitoral, deve-se


observar o prazo do fechamento do cadastro eleitoral.
Assim, se o prazo de um ano vencer em fevereiro de 2016, o naturalizado
poderá alistar-se, sem aplicação de multa, até o dia 06.05.2016. Se, por
outro lado, vencer em setembro de 2016, deverá alistar-se até o dia
06.05.2016.
São regras que parecem complicadas, mas com um pouco de atenção
podemos compreendê-las bem. Sigamos!

Alistamento do alfabetizado
Vimos que o alistamento e o voto do analfabeto são facultativos. Caso
superada a condição de analfabetismo, o alistamento e voto tornam-se
obrigatórios. Nesse contexto, vejamos o art. 16 da Resolução TSE nº
21.538/2003:
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo (Constituição Federal, art.
14, § 1º, II, a).
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá requerer sua inscrição
eleitoral, não ficando sujeito à multa prevista no art. 15 (Código Eleitoral, art. 8º).

Do dispositivo acima, ganha destaque o parágrafo único que esclarece que


a multa não será aplicada a quem se alfabetizar. Essa regra existe
porque é difícil delimitar objetivamente o marco temporal no qual o
indivíduo deixou de ser analfabeto. Como não há marco objetivo, torna-se
inviável a aplicação de penalidade de multa sob pena de injustiça.

3 - Procedimento de Alistamento
Atualmente, o alistamento é realizado mediante processamento eletrônico,
disciplinado pela Lei nº 7.444/1985. Adicionalmente, além das regras
constantes do Código Eleitoral, o procedimento do alistamento observa a
Resolução TSE nº 21.538/2003. A Resolução foi editada no sentido de
adaptar as normas já existentes num documento único, criando um
procedimento uniforme para facilitar o alistamento, administração e
controle do cadastro eleitoral.
Vejamos o que dispõe o art. 1º da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 1º O alistamento eleitoral, mediante processamento eletrônico de dados,
implantado nos termos da Lei nº 7.444/85, será efetuado, em todo o território
nacional, na conformidade do referido diploma legal e desta resolução.
Parágrafo único. Os tribunais regionais eleitorais adotarão o sistema de alistamento
desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Logo...

PROCEDIMENTO DO •processamento eletrônico


ALISTAMENTO •uniforme em todo o território nacional

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3.1 - Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE)


O requerimento padrão a ser utilizado para o alistamento eleitoral é
denominado de Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), consistente
em um formulário no tamanho de uma folha onde haverá vários campos
para lançar as informações do alistando.
É o que disciplina o art. 2º e 3º da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 2º O requerimento de alistamento eleitoral (RAE) (anexo I) servirá como
documento de entrada de dados e será processado eletronicamente.
Parágrafo único. O sistema de alistamento de que trata o parágrafo único do art. 1º
conterá os campos correspondentes ao formulário RAE, de modo a viabilizar a
impressão do requerimento, com as informações pertinentes, para
apreciação do juiz eleitoral.
Art. 3º Para preenchimento do RAE, devem ser observados os procedimentos
especificados nesta resolução e nas orientações pertinentes.

O RAE constitui um formulário, no qual todas as informações necessárias


à apreciação do pedido de alistamento deverão estar dispostas.
Vejamos, na página seguinte, um exemplo de RAE. Embora o sistema atual
seja eletrônico, é relevante para que tenhamos uma noção das informações
que são lançadas.

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 RAE

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3.2 - Operações
O sistema de cadastro eleitoral é informado por uma série de operações,
cada uma delas registra uma situação específica em relação ao alistamento
eleitoral. Vejamos as operações que nos interessam:

OPERAÇÃO 1 OPERAÇÃO 3 OPERAÇÃO 5 OPERAÇÃO 7


ALISTAMENTO TRANSFERÊNCIA REVISÃO SEGUNDA VIA

Não acreditamos que as provas voltem a exigir do candidato a memorização


do número das operações, entretanto, como tal assunto infelizmente já foi
exigido em prova, memorizem se possível.
 A OPERAÇÃO 1 (ALISTAMENTO) - será utilizada, segundo o art. 4º da
Resolução TSE nº 21.538/2003, em três hipóteses:
1. Requerimento inicial de inscrição eleitoral.
2. Quando se apresentar perante a justiça e não for identificada inscrição
em nenhuma zona eleitoral (do país ou exterior).
3. Quando o interessado se apresentar e for encontrada inscrição
cancelada por determinação de autoridade judicial.
 A OPERAÇÃO 3 (TRANSFERÊNCIA) - como o nome indica - será
utilizada para alterar o domicílio eleitoral constante do cadastro,
ainda que haja eventual correção de informações.
 A OPERAÇÃO 5 (REVISÃO) - será utilizada pelo eleitor que necessitar
alterar o local de votação dentro do mesmo município, com ou sem
alteração da zona eleitoral; para retificar dados pessoais; e para
regularizar a situação de inscrição cancelada.
 A OPERAÇÃO 7 – SEGUNDA VIA será utilizada quando o eleitor,
devidamente inscrito e em situação regular, requerer a segunda via
do título eleitoral, sem qualquer alteração. Vale dizer, se houver
qualquer alteração dos dados será utilizada a opção transferência ou revisão
e não a de segunda via.

3.3 - Título Eleitoral


Ainda em relação aos aspectos procedimentais do alistamento, tanto a
Resolução como o Código Eleitoral tratam do título eleitoral. Como o Código
é antigo, não são aplicadas as regras do art. 46, aplicando-se a Resolução
do Alistamento.
O título é o documento que atesta o alistamento eleitoral,
habilitando o cidadão a exercer o direito de voto.

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FRENTE VERSO

Sobre o assunto, o art. 12, da Resolução TSE nº 21.538/2003, disciplina:


Art. 12. Os tribunais regionais eleitorais farão distribuir, observada a seqüência
numérica fornecida pela Secretaria de Informática, às zonas eleitorais da respectiva
circunscrição, séries de números de inscrição eleitoral, a serem utilizados na forma
deste artigo.
Parágrafo único. O número de inscrição compor-se-á de até 12 algarismos, por
unidade da Federação, assim discriminados:
a) os oito primeiros algarismos serão seqüenciados, desprezando-se, na
emissão, os zeros à esquerda;
b) os dois algarismos seguintes serão representativos da unidade da
Federação de origem da inscrição, conforme códigos constantes da seguinte tabela:

01 São Paulo 11 Maranhão 20 Distrito Federal


02 Minas Gerais 12 Paraíba 21 Sergipe
03 Rio de Janeiro 13 Pará 22 Amazonas
04 Rio Grande do Sul 14 Espírito Santo 23 Rondônia
05 Bahia 15 Piauí 24 Acre
06 Paraná 16 Rio Grande do Norte 25 Amapá
07 Ceará 17 Alagoas 26 Roraima
08 Pernambuco 18 Mato Grosso 27 Tocantins
09 Santa Catarina 19 Mato Grosso do Sul 28 Exterior (ZZ)
10 Goiás

c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados


com base no módulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o número seqüencial e o
último sobre o código da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador.

Para compreender a numeração do título, vejamos um exemplo:

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Nos interessa a primeira parte, ou seja, o número do título, qual seja:

0014501203 03 38

número em sequência unidade da federação, no caso o RJ dígito verificador

Tranquilo, né?

4 - Alistamento Eleitoral Inicial


A OPERAÇÃO 1 (ALISTAMENTO) - será utilizada, segundo o art. 4º da
Resolução TSE nº 21.538/2003, em três hipóteses:

Requerimento inicial de
inscrição eleitoral.

hipóteses
Quando se apresentar perante
a justiça e não for identificada
OPERAÇÃO 1 - inscrição em nenhuma zona
ALISTAMENTO eleitoral (do país ou exterior).

Quando o interessado se
apresentar e for encontrada
inscrição cancelada por
determinação de autoridade
judicial.

A primeira hipótese de utilização da Operação 1 ocorre quando o eleitor


comparece ao Cartório Eleitoral para efetuar a inscrição pela primeira vez.
A segunda hipótese também se assemelha ao comparecimento inicial.
Nesse caso, o eleitor acredita ter inscrição eleitoral, mas não é identificada
uma inscrição eletrônica. Tais situações ocorreram na migração do sistema
manual para o eletrônico.
A terceira hipótese de utilização da Operação 1 ocorrerá quando o
interessado comparecer ao cartório eleitoral e constar do sistema que a
inscrição foi cancelada por determinação judicial. Em tais casos será
necessário alistar novamente o eleitor.
Vejamos o que determina o art. 4º da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 4º Deve ser consignada OPERAÇÃO 1 – ALISTAMENTO quando o alistando
requerer inscrição e quando em seu nome não for identificada inscrição em
nenhuma zona eleitoral do país ou exterior, ou a única inscrição localizada
estiver cancelada por determinação de autoridade judiciária (FASE 450).

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4.1 - Procedimento
O procedimento do alistamento é burocrático, passa por uma série de fases
e de exigências, as quais devemos estudar com atenção. Essa matéria é
disciplinada tanto no Código Eleitoral como na Resolução TSE nº
21.538/2003, cujas principais regras passamos a estudar.
O interessado deverá comparecer em cartório eleitoral para proceder ao
preenchimento do requerimento, conforme disciplina o art. 43 do Código
Eleitoral:
Art. 43. O alistando apresentará em Cartório ou local previamente designado,
requerimento em fórmula que obedecerá ao modelo aprovado pelo Tribunal
Superior.

O requerimento acima explicitado é o requerimento de alistamento eleitoral


(RAE). O RAE será preenchido pelo servidor, que após completar os campos
do formulário ou lançá-lo no sistema entregará o documento ao alistando
para conferência.
Vejamos o art. 9º:
Art. 9º No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o servidor da Justiça
Eleitoral preencherá o RAE ou digitará as informações no sistema de acordo
com os dados constantes do documento apresentado pelo eleitor, complementados
com suas informações pessoais, de conformidade com as exigências do
processamento de dados, destas instruções e das orientações específicas.
§ 1º O RAE deverá ser preenchido ou digitado e impresso na presença do
requerente.
§ 2º No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua
preferência sobre local de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral.
§ 3º Para os fins o § 2º deste artigo, será colocada à disposição, no cartório ou posto
de alistamento, a relação de todos os locais de votação da zona, com os respectivos
endereços.
§ 4º A assinatura do requerimento ou a aposição da impressão digital do
polegar será feita na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que deverá atestar,
de imediato, a satisfação dessa exigência.

Ainda quanto a esse dispositivo é importante ressaltar que o eleitor poderá


indicar o local de preferência para exercício do voto.
Além do preenchimento da RAE exige-se a apresentação de uma série de
documentos. O rol desses documentos é disciplinado no art. 44 do Código
Eleitoral. Esse dispositivo, contudo, não é aplicável em parte devido ao
processamento eletrônico do alistamento. Desse modo, aplica-se o art. 5º,
§2º, da Lei nº 7.444/1985. Vejamos o dispositivo:
§ 2º - O requerimento de inscrição será instruído com um dos seguintes
DOCUMENTOS:
I - carteira de identidade, expedida por órgão oficial competente;
II - certificado de quitação do serviço militar;
III - carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício
profissional;
IV - certidão de idade, extraída do Registro Civil;

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V - instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade


mínima de 18 (dezoito) anos e do qual constem, também, os demais
elementos necessários à sua qualificação;
VI - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originaria ou
adquirida, do requerente.

Em alguns concursos, notamos questões que exigem o conhecimento do


art. 13 da Resolução TSE nº 21.538/2003, que é muito semelhante ao
dispositivo acima, vejamos:
Art. 13. Para o alistamento, o requerente apresentará um dos seguintes
DOCUMENTOS do qual se infira a nacionalidade brasileira (Lei nº 7.444/85, art. 5º,
§ 2º):
a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal,
controladores do exercício profissional;
b) certificado de quitação do serviço militar;
c) certidão de nascimento ou casamento, extraída do Registro Civil;
d) instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade
mínima de 16 anos e do qual constem, também, os demais elementos
necessários à sua qualificação.
Parágrafo único. A apresentação do documento a que se refere a alínea b é
obrigatória para maiores de 18 anos, do sexo masculino.

Desse modo, o alistando deverá comparecer com um dos documentos


abaixo arrolados:
 Carteira de identidade ou carteira profissional.

 Certificado de quitação do serviço militar.

 Certidão de nascimento ou casamento.

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Em relação às certidões de nascimento ou de casamento, o CE reforça que


a expedição de tais documentos deverá ser gratuita quando se destinar ao
alistamento. É o que se extrai do art. 47, caput, do CE:
Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao
alistamento eleitoral, serão fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos
pedidos apresentados em Cartório pelos alistandos ou Delegados de partido.
§ 1º Os Cartórios de registro civil farão, ainda, gratuitamente, o registro de
nascimento, visando ao fornecimento de certidão aos alistandos, desde que provem
carência de recursos, ou aos Delegados de partido, para fins eleitorais.
§ 2º Em cada Cartório de registro civil haverá um livro especial, aberto e rubricado
pelo Juiz Eleitoral, onde o cidadão, ou o Delegado de partido deixará expresso
o pedido de certidão para fins eleitorais, datando-o.
§ 3º O Escrivão, dentro de quinze dias da data do pedido, concederá a
certidão, ou justificará, perante o Juiz Eleitoral, por que deixa de fazê-lo.
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o Escrivão às penas do art. 293
[crime de perturbação ou impedimento do alistamento].

Tachamos a expressão “desde que provem a carência de recursos” porque


não mais aplicável. A presente norma deve ser interpretada em consonância
com o que prevê a CF a respeito da matéria, bem como com a Lei nº
9.265/1996, que dispõe sobre a gratuidade dos atos necessários ao
exercício da cidadania.
Segundo a nossa CF:
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

O voto é ato importante de exercício de cidadania, logo nada mais lógico


que a previsão constante do art. 1º da referida lei, posto que garante o
fornecimento gratuito das certidões para apresentação junto à Justiça
Eleitoral:

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Art. 1º São gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, assim


considerados:
I - os que capacitam o cidadão ao exercício da soberania popular, a que se reporta o
art. 14 da Constituição; (...).

Desse modo, podemos afirmar que NÃO é necessário a prova da


carência de recursos para fornecimento de certidões para o
alistamento eleitoral, uma vez que é um direito assegurado a todos.
Sigamos com os demais documentos que podem ser apresentados para o
alistamento.
 Instrumento público do qual conste a idade mínima de 16 anos e
demais elementos necessários ao alistamento.
Essa última hipótese é aberta e, em razão disso, vários documentos como
a Carteira Nacional de Habilitação e o Passaporte têm sido questionados
como documentos hábeis ao alistamento.
Há determinação do TSE no sentido de que tanto o passaporte como a CNH
não sejam utilizados como documentos válidos para os procedimentos de
alistamento eleitoral, uma vez que não possuíam a informação quanto à
filiação.
Contudo, consta do site da Polícia Federal que os passaportes expedidos a
partir de 2015 terão novamente a filiação4. O entendimento anterior do TSE
deverá ser superado.
De toda forma, esse é um assunto controvertido e não deverá ser abordado
em prova, sob pena de causar dúvida e, portanto, ser passível de anulação.
Para a prova...

carteira de identidade
DOCUMENTOS HÁBEIS PARA
O ALISTAMENTO

carteira profissional

certificado de quitação do serviço militar

certidão de nascimento ou casamento

instrumento público do qual conste a idade mínima de 16 anos e


demais elementos necessários ao alistamento

4
Conforme http://www.dpf.gov.br/agencia/noticias/2014/11/nova-versao-do-passaporte-
garantira-mais-agilidade-no-controle-migratorio, acesso em 15.08.2015.

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Vejamos, na sequência, o art. 10 da Resolução TSE nº 21.538/2003, que


traz meras regras de procedimento do servidor.
Art. 10. Antes de submeter o pedido a despacho do juiz eleitoral, o servidor
providenciará o preenchimento ou a digitação no sistema dos espaços que lhe são
reservados no RAE.
Parágrafo único. Para efeito de preenchimento do requerimento ou de digitação no
sistema, será mantida em cada zona eleitoral relação de servidores, identificados
pelo número do título eleitoral, habilitados a praticar os atos reservados ao cartório.

Caso o título não seja emitido imediatamente, ao alistando será fornecido


um número de protocolo da solicitação para posterior retirada. É o que
prevê o art. 11 da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 11. Atribuído número de inscrição, o servidor, após assinar o formulário,
destacará o protocolo de solicitação, numerado de idêntica forma, e o entregará ao
requerente, caso a emissão do título não seja imediata.

Assim, preenchido o RAE pelo servidor, assinado pelo eleitor e apresentados


os documentos, em tese, essa documentação será submetida ao Juiz
Eleitoral para análise. Falamos “em tese” porque há orientação para
impressão da assinatura do Juiz, caso o requerimento seja apresentado
corretamente e a documentação esteja patentemente regular.
De toda forma, para fins de prova devemos considerar a redação do art. 45
do CE. Vejamos o dispositivo:
Art. 45. O Escrivão, o funcionário ou o Preparador recebendo a fórmula e
documentos determinará que o alistando date e assine a petição e em ato contínuo
atestará terem sido a data e a assinatura lançados na sua presença; em seguida,
tomará a assinatura do requerente na folha individual de votação e nas duas vias do
título eleitoral, dando recibo da petição e do documento.
§ 1º O requerimento será submetido ao despacho do Juiz nas 48 (QUARENTA
E OITO) HORAS seguintes.
§ 2º Poderá o Juiz se tiver dúvida quanto à identidade do requerente ou sobre
qualquer outro requisito para o alistamento, converter o julgamento em diligência
para que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for necessário, compareça
pessoalmente à sua presença.
§ 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade que possa ser sanada, fixará
o Juiz para isso prazo razoável.
§ 4º Deferido o pedido, no PRAZO DE CINCO DIAS, o título e o documento que
instruiu o pedido serão entregues pelo Juiz, Escrivão, funcionário ou Preparador.
A entrega far-se-á ao próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem o eleitor autorizar
por escrito o recebimento, cancelando-se o título cuja assinatura não for idêntica à
do requerimento de inscrição e à do recibo.
§ 5º A restituição de qualquer documento não poderá ser feita antes de despachado
o pedido de alistamento pelo Juiz Eleitoral.
§ 6º QUINZENALMENTE o Juiz Eleitoral fará publicar pela imprensa, onde houver,
ou por editais, a lista dos pedidos de inscrição, mencionando os deferidos, os
indeferidos e os convertidos em diligência, contando-se dessa publicação o prazo
para os recursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição caberá recurso
interposto pelo alistando e do que o deferir poderá recorrer qualquer Delegado de
partido.

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§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão julgados pelo Tribunal


Regional Eleitoral dentro de 5 (CINCO) DIAS.
§ 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, ou logo que seja desprovido
o recurso em instância superior, o Juiz inutilizará a folha individual de
votação assinada pelo requerente, a qual ficará fazendo parte integrante do processo
e não poderá, em qualquer tempo, ser substituída, nem dele retirada, sob pena de
incorrer o responsável nas sanções previstas no art. 293.
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório devolverá ao requerente,
mediante recibo, as fotografias e o documento com que houver instruído o seu
requerimento.
§ 11. O título eleitoral e a folha individual de votação somente serão assinados pelo
Juiz Eleitoral depois de preenchidos pelo Cartório e de deferido o pedido, sob as penas
do artigo 293.
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da ficha do eleitor, após a
expedição do seu título.

Assim, devemos ter em mente que o requerimento com a documentação


será apresentado ao juiz nas 48 horas seguintes. O Juiz Eleitoral
poderá requer alguma diligência para sanar eventuais dúvidas acerca da
identidade do requerente. Quando houver determinação de diligência,
competirá aos servidores providenciarem o que for requerido, inclusive
intimando o interessado a comparecer na Justiça Eleitoral.
Após o deferimento, abra-se prazo de 5 dias para entrega do título ao
eleitor, que assinará o recebimento do documento eleitoral retirado.
É importante, ainda, a regra de que o Juiz Eleitoral divulgará a cada 15
dias, a lista de pedidos de inscrição. Essa publicação é importante, pois
determina o marco para interposição de eventuais recursos, em face das
decisões acerca dos requerimentos efetuados.
Desse modo, se o juiz eleitoral indeferir o requerimento de alistamento de
determinada pessoa, a partir de tal publicação ela terá o prazo de 5 dias
para apresentar o recurso. Do mesmo modo, conforme dispõe a Lei nº
6.996/1982, os delegados de partidos também poderão apresentar
recurso contra a lista apresentada, contudo, para eles, o prazo será de
10 dias.
É o que dispõe o art. 17 da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 17. Despachado o requerimento de inscrição pelo juiz eleitoral e processado
pelo cartório, o setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral responsável pelos
serviços de processamento eletrônico de dados enviará ao cartório eleitoral, que as
colocará à disposição dos partidos políticos, relações de inscrições incluídas
no cadastro, com os respectivos endereços.
§ 1º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso
interposto pelo alistando no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá
recorrer qualquer delegado de partido político no prazo de dez dias, contados
da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer
nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham
sido exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos não as
consultem (Lei nº 6.996/1982, art. 7º).
§ 2º O cartório eleitoral providenciará, para o fim do disposto no § 1º, relações
contendo os pedidos indeferidos.

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Após o processamento das inscrições elas deverão ser disponibilizadas aos


partidos políticos com a indicação do nome, inscrição e endereço do
alistado. A finalidade dessa divulgação é permitir que os partidos políticos
impugnem eventuais inscrições deferidas irregularmente.
Notem, ainda, que o prazo dos partidos, para recorrer do deferimento do
alistamento será de 10 dias a contar da disponibilização das informações,
que ocorrerão nos dias 01 e 15 de cada mais (ou no dia útil seguinte).
Em caso de indeferimento o recurso será passível de ser apresentado pelo
próprio eleitor, no prazo de cinco dias.
Como vimos, o alistamento constitui um procedimento administrativo.
Contudo, excepcionalmente, poderá se tornar um processo judicial. Na
hipótese dos §§ do art. 17 há a formação de conflito de interesses, com a
transformação do processo administrativo em judicial.
Assim...

prazo de 10
dias (a contar
cabe recurso
da
do deferimento pelo partido
disponibilização
político
RECURSO - dias 01 e 15
CONTRA de cada mês)
DECISÃO DE
ALISTAMENTO
do cabe recurso no prazo de 5
indeferimento pelo interessado dias

Apresentado o recurso, terá o TRE respectivo o PRAZO DE 5 DIAS para


julgá-lo.
O CE prevê, ainda, crime específico se for assinado o título ou a lista
eletrônica de eleitores antes de analisada RAE e deferido o pedido. Trata-
se do crime de perturbação ou impedimento do alistamento, que
gera pena de detenção ou pagamento de dias-multa.
Para finalizar, vejamos uma linha do tempo que sintetiza o
procedimento por completo:

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Quinzenalmente é
Alistando comparece divulgada a lista dos
5 dias para entrega
à JE com os pedidos de inscrição
do documento.
documentos. (dias 01 e 15 de cada
mês).

Indeferido, abre-se
Deferido, o título será prazo de 5 dias para
Servidor preenche a o eleitor e, no caso
assinado e o eleitor
RAE e alistando a de deferimento, de
constará na lista de
assina 10 dias para delegado
eleitores.
de partido
impugnarem.

A RAE é apresentada
Efetuam-se eventuais O recurso será
ao juiz as 48 horas
diligências. analisado no prazo de
seguintes.
5 dias pelo TRE.

4.2 - Interrupção do contrato de trabalho para alistamento


O art. 48 do CE prevê que o empregador será obrigado a liberar o
empregado por até dois dias para alistamento eleitoral. Vejamos:
Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48 (quarenta e oito) horas
de antecedência, poderá deixar de comparecer ao serviço, SEM PREJUÍZO DO
SALÁRIO e por TEMPO NÃO EXCEDENTE A 2 (DOIS) DIAS, para o fim de se
alistar eleitor ou requerer transferência.

O art. 48 traz outra regra importante, que é a obrigatoriedade de o


empregador possibilitar ao empregado o afastamento do trabalho para
alistamento. Essa hipótese de interrupção do contrato de trabalho deve
observar as seguintes regras:

INTERRUPÇÃO DO CONTRATO PARA ALISTAMENTO

•comunicação prévia do empregador com 48 horas de antecedência;


•afastamento por, no máximo, 2 dias.
•o empregado continua recebendo salário nos dias em que estiver
afastado.

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4.3 - Alistamento eleitoral de pessoas com deficiência


Os arts. 49 e 50 tratam do alistamento com
utilização do Braille. O Sistema Braille é método de
leitura para aqueles que são cegos. Há na Justiça
Eleitoral todo um aparato desenvolvido para permitir
o exercício da cidadania de pessoas com deficiência,
inclusive atribuindo ao Juiz Eleitoral a competência
para providenciar meios para que a Justiça Eleitoral vá até estabelecimentos
de proteção aos cegos para efetivar a inscrição eleitoral. Desse modo, tais
pessoas poderão alistar-se eleitores valendo-se do referido sistema.
Ademais, segundo dispõe o CE, os cegos devem ser alocados na mesma
seção eleitoral para fins de organização e acessibilidade no dia o pleito.
Vejamos os dispositivos:
Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema Braille, que reunirem as demais
condições de alistamento, podem qualificar-se mediante o preenchimento da
fórmula impressa e a aposição do nome com as letras do referido alfabeto.
§ 1º De forma idêntica serão assinadas a folha individual de votação e as vias do
título.
§ 2º Esses atos serão feitos na presença também de funcionários de estabelecimento
especializado de amparo e proteção de cegos, conhecedor do sistema Braille, que
subscreverá, com o Escrivão ou funcionário designado, a seguinte declaração a ser
lançada no modelo de requerimento: "Atestamos que a presente fórmula bem como
a folha individual de votação e vias do título foram subscritas pelo próprio, em nossa
presença".
Art. 50. O Juiz Eleitoral providenciará para que se proceda ao alistamento nas
próprias sedes dos estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando
previamente, dia e hora para tal fim, podendo se inscrever na Zona Eleitoral
correspondente todos os cegos do Município.
§ 1º Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser localizados em uma
mesma Seção da respectiva Zona.
§ 2º Se no alistamento realizado pela forma prevista nos artigos anteriores, o número
de eleitores não alcançar o mínimo exigido, este se completará com a inclusão de
outros, ainda que não sejam cegos.
Art. 51. Revogado.

Em síntese, de acordo com a doutrina, tanto a gratuidade das certidões,


como o afastamento do trabalho e a utilização do Sistema Braille são
considerados meios facilitadores do alistamento.
Logo...

•Gratuidade de certidões de nascimento e de casamento


para fins de alistamento eleitoral.
•Afastamento do trabalho, com remuneração, por até 2
MEIOS
dias para alistamento, desde que comunicado o
FACILITADORES
empregador com 48 horas de antecedência.
DO ALISTAMENTO
•Utilização do Sistema Braille para alistamento de
eleitores, com possibilidade de descolamento da Justiça
Eleitoral até as unidade de proteção aos cegos.

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5 - Segunda via
O tratamento para a emissão de segunda via é disciplinado tanto no CE,
como na Resolução TSE nº 21.538/2003. Para o procedimento de segunda
via será utilizada a OPERAÇÃO 7 – SEGUNDA VIA, DESDE QUE não haja
nenhuma alteração dos dados constantes do cadastro.
Vejamos o art. 7º da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 7º Deve ser consignada OPERAÇÃO 7 – SEGUNDA VIA quando o eleitor estiver
inscrito e em situação regular na zona por ele procurada e desejar APENAS a
segunda via do seu título eleitoral, SEM NENHUMA ALTERAÇÃO.

Assim...

•estiver devidamente inscrito


A OPERAÇÃO 7 - •com situação regular
SEGUNDA VIA - SERÁ
UTILIZADA SE O ELEITOR •não houver qualquer alteração nos dados
•apenas requerer novo título eleitoral

Assim, se preenchidos os requisitos acima e o eleitor tiver perdido ou


extraviado o título eleitoral poderá requerer a segunda via. Vejamos o art.
52 do CE:
Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao Juiz do
seu domicílio eleitoral, ATÉ 10 (DEZ) DIAS ANTES DA ELEIÇÃO, que lhe expeça
segunda via.
§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em Cartório, pessoalmente, pelo
eleitor, instruído o requerimento, no caso de inutilização ou dilaceração, com a
primeira via do título.
§ 2º No caso de perda ou extravio do título, o Juiz, após receber o requerimento de
segunda via, fará publicar, pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela imprensa, onde houver,
ou por editais, a notícia do extravio ou perda e do requerimento de segunda via,
deferindo o pedido, findo este prazo, se não houver impugnação.

Conforme vimos, a Justiça Eleitoral não poderá alistar nem transferir


eleitores durante os 150 dias que antecedem o pleito. Já em relação à
emissão de segunda via, como se trata de um procedimento simples, prevê
o CE que o interessado poderá comparecer à Justiça Eleitoral para requerê-
la, desde que não o faça nos 10 dias que antecedem o pleito.
Existem dois procedimentos:
 Se o eleitor inutilizou ou dilacerou o título deverá apresentar o que
restou do documento.

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 Se o eleitor perdeu ou extraviou o título deverá informar isso à Justiça


Eleitoral, que publicará edital para dar publicidade ao ato pelo prazo
de 5 dias. Passado esse prazo sem notícia do título ou impugnações,
a Justiça Eleitoral expede a nova via.
Semelhante regra consta da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 19. No caso de perda ou extravio do título, bem assim de sua inutilização
ou dilaceração, o eleitor deverá requerer pessoalmente ao juiz de seu
domicílio eleitoral que lhe expeça segunda via.
§ 1º Na hipótese de inutilização ou dilaceração, o requerimento será instruído
com a primeira via do título.
§ 2º Em qualquer hipótese, no pedido de segunda via, o eleitor deverá apor a
assinatura ou a impressão digital do polegar, se não souber assinar, na presença do
servidor da Justiça Eleitoral, que deverá atestar a satisfação dessa exigência, após
comprovada a identidade do eleitor.

Vejamos, na sequência o art. 53 do CE:


Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá requerer a
segunda via ao Juiz da Zona em que se encontrar, esclarecendo se vai recebê-
la na sua Zona ou na em que requereu.
§ 1º O requerimento, acompanhado de um novo título assinado pelo eleitor na
presença do Escrivão ou de funcionário designado e de uma fotografia, será
encaminhado ao Juiz da Zona do eleitor.
§ 2º Antes de processar o pedido, na forma prevista no artigo anterior, o Juiz
determinará que se confira a assinatura constante do novo título com a da folha
individual de votação ou do requerimento de inscrição.
§ 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao Juiz da Zona que remeteu o
requerimento, caso o eleitor haja solicitado essa providência, ou ficará em Cartório
aguardando que o interessado o procure.
§ 4º O pedido de segunda via formulado nos termos deste artigo só poderá
ser recebido até 60 (sessenta) dias antes do pleito.

O art. 53 possibilita ao interessado requerer a segunda via fora do domicílio,


no local onde se encontrar. Em tal situação, deverá esclarecer, ao efetuar
o pedido, se retirará o título de eleitor onde está ou se retirará o título na
zona eleitoral do seu domicílio.
Antes de prosseguirmos devemos fazer uma
importante diferenciação presente no nosso CE.
Vimos que o requerimento poderá ser efetuado até
10 dias antes do pleito. Entretanto, a Justiça Eleitoral terá até a véspera do
dia das eleições para entregar a segunda via ao interessado, conforme
disciplina o art. 69, parágrafo único, do CE.
Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor até a véspera
do pleito.

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REQUERIMENTO DE 2ª VIA

requerimento na própria Zona requerimento fora do domicílio


Eleitoral eleitoral

deverá ser requerido até 10 deverá ser requerido prazo de


dias antes das eleições 60 dias antes das eleições

Essa diferença de prazo para requerer envolve a logística da Justiça


Eleitoral, na medida em que os pedidos efetuados fora do domicílio
demandam mais tempo para serem processados. Em ambos os casos, a
Justiça Eleitoral entregará o título ao interessado até a véspera das Eleições.
Para finalizar, devemos saber que para a expedição da segunda via será
cobrada uma taxa, que será calculada em UFIRs e recolhida por intermédio
de Guia de Recolhimento da União (GRU), de modo que o art. 54 do CE não
é aplicável em sua totalidade.
Finalizamos, portanto, a disciplina relativa à segunda via.

6 - Transferência
A transferência será realizada pela OPERAÇÃO 3 – TRANSFERÊNCIA sendo
utilizada somente se houver mudança de domicílio. Nesse contexto,
vejamos o art. 5º, caput, da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 5º Deve ser consignada OPERAÇÃO 3 – TRANSFERÊNCIA sempre que o eleitor
desejar alterar seu domicílio E for encontrado em seu nome número de
inscrição em qualquer município ou zona, unidade da Federação ou país, em
conjunto ou não com eventual retificação de dados.

É importante perceber que se o interessado comparecer à Justiça e


mencionar que deseja alterar o domicílio eleitoral, contudo, não for
identificada inscrição eleitoral, será utilizada a OPERAÇÃO 1 –
ALISTAMENTO. A transferência somente será utilizada caso haja
inscrição no cadastro eleitoral.
Ademais, a mudança de domicílio significa necessariamente a mudança
de município. Caso haja mudança de endereço dentro do mesmo
município não terá ocorrido mudança de domicílio propriamente. Em
situações como essa haverá apenas a atualização do cadastro eleitoral.
Desse modo, a alteração de zona eleitoral dentro do mesmo município não
acarreta transferência, já que não há alteração do domicílio eleitoral.

MUDANÇA DE DOCIMÍCIO = MUDANÇA DE MUNICÍPIO

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Na transferência o interessado permanecerá com o mesmo número de


inscrição.
Nesse sentido está a disciplina do art. 55, caput, do CE:
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao Juiz do novo
domicílio sua transferência, juntando o título anterior.

6.1 - Requisitos para a transferência


Nos §§ do art. 55, do CE, bem como no art. 18 da Resolução TSE nº
21.538/2003, são disciplinadas as exigências relativas à transferência.
Vamos tratar desses dispositivos de forma complementar por razões
didáticas.
Primeiramente vejamos a literalidade dos dispositivos:
 art. 55, §§ 1º e 2º, do CE:
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:
I – entrada do requerimento no Cartório Eleitoral do novo domicílio até 100
(cem) dias [151 DIAS] antes da data da eleição;
II – transcorrência de pelo menos 1 (UM) ANO da inscrição primitiva;
III – residência mínima de 3 (TRÊS) MESES no novo domicílio, atestada pela
autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.
§ 2º O disposto nos incisos II e III do parágrafo anterior NÃO se aplica quando se
tratar de transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar,
autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou
transferência.

 art. 18 da Resolução TSE nº 21.538/2003:


Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes
exigências:
I – recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no PRAZO
ESTABELECIDO PELA LEGISLAÇÃO VIGENTE;
II – transcurso de, PELO MENOS, UM ANO do alistamento ou da última
transferência;
III – residência mínima de TRÊS MESES NO NOVO DOMICÍLIO, declarada, sob
as penas da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º);
IV – prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
§ 1º O disposto nos incisos II e III NÃO SE APLICA à transferência de título
eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua
família, por motivo de remoção ou transferência (Lei nº 6.996/82, art. 8º, parágrafo
único).
§ 2º Ao requerer a transferência, o eleitor entregará ao servidor do cartório o título
eleitoral e a prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
§ 3º NÃO comprovada a condição de eleitor ou a quitação para com a Justiça
Eleitoral, o juiz eleitoral arbitrará, desde logo, o valor da multa a ser paga.
§ 4º Despachado o requerimento de transferência pelo juiz eleitoral e processado
pelo cartório, o setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral responsável pelos
serviços de processamento de dados enviará ao cartório eleitoral, que as colocará à

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disposição dos partidos políticos, relações de inscrições atualizadas no


cadastro, com os respectivos endereços.
§ 5º Do despacho que indeferir o requerimento de transferência, caberá recurso
interposto pelo eleitor no PRAZO DE CINCO DIAS e, do que o deferir, poderá
recorrer qualquer delegado de partido político no PRAZO DE DEZ DIAS, contados
da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer
nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham
sido exibidas ao requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos não as
consultem (Lei nº 6.996/82, art. 8º).
§ 6º O cartório eleitoral providenciará, para o fim do disposto no § 5º, relações
contendo os pedidos indeferidos.

Dos artigos acima citados devemos extrair que:


 O interessado deverá apresentar o título originário para requerer a
transferência.
 O requerimento deverá ser efetuado até o 151º dia antes das
eleições. Isso porque o art. 91, caput, da Lei das Eleições, prevê que o
alistamento e a transferência não poderão ser feitos nos 150 dias que
antecedem o pleito eleitoral.
Desse modo, como nos 150 dias que antecedem o pleito o cadastro eleitoral
permanece fechado, o eleitor deverá comparecer até o 151º antes das
eleições para efetuar a transferência.
 Exige-se para a transferência o transcurso de pelo menos 1 ano da
inscrição definitiva.
 Exige-se, ainda, a comprovação de residência mínima de 3 meses no
novo domicílio.
O CE prevê que o interessado deverá apresentar prova do novo domicílio
por atestado da autoridade policial ou por outro documento “convincente”.
Contudo, atualmente, segundo prevê a Lei nº 6.996/1982, é suficiente a
declaração do novo domicílio, sob as penas da lei. Vejamos:
Art. 8º A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes
exigências: (...)
III – residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, declarada, sob as penas
da lei, pelo próprio eleitor. (...)

Por fim, é importante registrar que há uma regra


específica para os servidores públicos que tenham
sido REMOVIDOS ou TRANSFERIDOS. Para eles
NÃO se aplica a exigência de 3 meses de
domicílio no novo endereço muito menos a regra de 1 ano de
alistamento ou da última para a transferência.

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3 meses de
domicílio
REGRA ESPECÍICA - não precisa
SERVIDORES comprovar, se for
PÚBLICOS (e removido ou
membros da família) transferido: 1 ano do
alistamento ou
última transferência

É comum surgir a dúvida se a alteração do domicílio em face de nomeação


em concurso público entra na regra específica. Atenção, o §1º do art. 18
da Resolução TSE nº 21.538/2003 fala apenas em transferência e em
remoção. Desse modo, da leitura do dispositivo, devemos concluir que a
NOMEAÇÃO NÃO EXCEPCIONA A REGRA de comprovação do domicílio
no prazo de três meses. Cuidem com questões literais de prova!
Desse modo, em relação aos requisitos, são essenciais as seguintes
informações:

Requerimento até o 151º dia antes das


eleições.

Decurso do prazo de 1 ano desde a


última transferência.
TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO
ELEITORAL Pelo mesmo 3 meses de residência no
novo domicílio (exceto servidores
removidos ou transferidos)

Quitação com a Justiça Eleitoral.

6.2 - Hipóteses em que a transferência é vedada


A Resolução do TSE nº 21.538/2003, no art. 4º, §2º, prevê hipóteses em
que a transferência da inscrição não será permitida:
§ 2º É VEDADA a transferência de número de inscrição envolvida em
coincidência, suspensa, cancelada automaticamente pelo sistema quando
envolver situação de perda e suspensão de direitos políticos, cancelada por perda
de direitos políticos (FASE 329) e por decisão de autoridade judiciária (FASE
450).

Você pode estar se perguntando: o que são as FASE 329, FASE 450,
FASE 019 etc. previstas dos dispositivos acima? Não há maiores
preocupações com esses números para fins de prova. Devemos, entretanto,
saber que o FASE são Formulários de Atualização da Situação do Eleitor.
Assim, VEDA-SE a transferência do número nas hipóteses de inscrição
coincidente ou suspensa, cancelamento por suspensão ou perda dos
direitos políticos ou por decisão de autoridade judiciária.

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Vejamos:

 Verifica-se que há uma outra inscrição eleitoral com os


INSCRIÇÃO mesmos dados, com possibilidade de haja duplicidade ou
COINCIDENTE OU pluralidade de inscrições para o mesmo eleitor. Se isso ocorrer,
SUSPENSA antes de determinar a transferência, será necessário depurar o
sistema e excluir as inscrições a mais.

 Estuda-se no art. 15, da CF, diversas hipóteses de perda ou


suspensão dos direitos políticos (cancelamento da naturalização
CANCELAMENTO POR
por sentença transitada em julgado, incapacidade civil absoluta,
SUSPENSÃO OU PERDA
condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
DOS DIREITOS
seus efeitos, recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
POLÍTICOS
prestação alternativa e improbidade administrativa). Nesses
casos não será permitida a transferência da inscrição eleitoral.

DECISÃO DE  Se houver decisão do Juiz Eleitoral proibindo a transferência,


AUTORIDADE a decisão judicial deverá ser respeitada.
JUDICIÁRIA

6.3 - Número da inscrição na transferência


Quanto ao número do título, em regra, o eleitor permanecerá com o número
originário. Vejamos nesse sentido o art. 5º, §1º, da Resolução TSE nº
21.538/2003:
§ 1º Na hipótese do caput, o eleitor permanecerá com o número originário da
inscrição e deverá ser, obrigatoriamente, consignada no campo próprio a sigla da UF
anterior.

Prevê a Resolução, ainda, que o número do título poderá ser


REUTILIZADO em algumas situações para outra inscrição em caso de
cancelamento. São situações nas quais o anterior ocupante não terá mais
como restabelecer a inscrição. Dessa forma, passa-se a numeração para
outros eleitores.
Vejamos o §3º do art. 5º da Resolução:
§ 3º Será admitida transferência com reutilização do número de inscrição
cancelada pelos códigos FASE 019 – falecimento, 027 – duplicidade/pluralidade, 035
– deixou de votar em três eleições consecutivas e 469 – revisão de eleitorado, desde
que comprovada a inexistência de outra inscrição liberada, não liberada,
regular ou suspensa para o eleitor.

São, portanto, quatro situações:


 FALECIMENTO. Se eleitor faleceu não usará mais o número, de forma que
poderá ser atribuído a outro eleitor.
 DUPLICIDADE/PLURALIDADE. Quando for identificada na mesma pessoa
duas ou mais inscrições eleitorais, elas serão canceladas e o eleitor
permanecerá com apenas uma única inscrição. Os números das demais
inscrições poderão ser usados por outros eleitores.
 DEIXAR DE VOTAR POR TRÊS ELEIÇÕES CONSECUTIVAS. Quem deixa de votar
consecutivamente por três vezes terá a inscrição eleitoral cancelada e, em
razão disso, perderá o número. Caso, futuramente, deseje regularizar a

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situação perante a Justiça Eleitoral, deverá pagar as multas previstas e


receberá novo número de inscrição.
 REVISÃO DE ELEITORADO. Em algumas situações, como na hipótese de
fraude, é possível que seja determinada a revisão do eleitorado. Em tais
hipóteses os eleitores devem comparecer à Justiça Eleitoral para comprovar
que existem e que estão regulares com a Justiça.
Quem não comparecer terá a inscrição cancelada. A
título de curiosidade, o procedimento em razão do
cadastro biométrico, é uma espécie de revisão.
Nos municípios convocados, quem não comparecer para realização do
cadastro biométrico terá o título eleitoral cancelado.
Portanto:

SERÁ REUTILIZADO O NÚMERO DA


INSCRIÇÃO SE O CANCELAMENTO
DECORRER DE

deixar de votar
duplicidade/plurali revisão de
falecimento por 3 eleições
dade eleitorado.
consecutivas

Sintetizando as regras relativas à Operação 3 e a utilização do número da


inscrição anterior, temos:

será utilizado o mesmo


EM REGRA, o registro
em caso de transferência

de inscrição coincidente
veda-se a transferência
do registro cancelado em razão de
QUANTO AO NÚMERO suspensão ou perda dos
DO TÍTULO... direitos políticos

do falecido

daquele que possuir


duplicidade/pluralidade
reutiliza-se o número
registro
daquele que deixar de
votar por 3 eleições

dos cancelados em razão


da revisão de eleitorado.

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6.4 - Transferência e situações de duplicidade ou pluralidade


De acordo com o art. 5º, §4º, da Resolução TSE nº 21.538/2003, caso o
eleitor compareça à Justiça Eleitoral para realizar a transferência e seja
identificada mais de uma inscrição cancelada há uma ordem para o
cancelamento e transferência. Vejamos:
§ 4º Existindo mais de uma inscrição cancelada para o eleitor no cadastro, nas
condições previstas no § 3º, deverá ser promovida, preferencialmente, a
transferência daquela:
I – que tenha sido utilizada para o exercício do voto no último pleito;
II – que seja mais antiga.

Por exemplo, o sujeito comparece no Cartório Eleitoral para transferir o


título de outro domicílio e lá são identificadas duas inscrições para a mesma
pessoa. Em tais situações há uma ordem para que seja cancelada uma delas
e a outra seja transferida.
Primeiramente, haverá a transferência da inscrição
que foi utilizada para votar nas últimas eleições. Já
a outra inscrição será cancelada.
O raciocínio aqui é tranquilo. A inscrição utilizada
para o exercício do voto deverá permanecer porque
retrata o histórico de participação do eleitor nas
eleições.
Contudo, caso nenhuma das inscrições tenha sido utilizada para votar nas
últimas eleições, transfere-se a mais antiga e cancela-se, assim, a inscrição
mais recente.
O raciocínio dessa segunda hipótese é a de manter o cadastro mais recente,
porque mais atualizado.
Assim...
ORDEM DE CANCELAMENTO DE
INSCRIÇÕES DÚPLICES OU
PLÚRIMAS EM CASO DE
TRANSFERÊNCIA

1º - Transfere-se a inscrição utilizada


para votar e cancela-se a outra.

2º - Se nunca usadas para votar,


transfere-se a inscrição mais antiga e
cancela-se a mais recente.

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6.5 - Procedimento de transferência


No que atine ao procedimento é importante tomar nota das possibilidades
de recurso ou impugnação, em caso de indeferimento ou deferimento,
respectivamente.
Na hipótese de indeferimento da transferência, está previsto que o eleitor
poderá recorrer da decisão no prazo de 5 dias.
Já na hipótese de deferimento da transferência, delegado de partido
poderá apresentar impugnação no prazo de 10 dias, que serão contados
da data em que as listas de transferência forem publicadas. Segundo a
Resolução, tais listagem de transferência são divulgadas aos partidos
políticos sempre no 1º e no 15º dia do mês.
Para fixarmos...

•pelo eleitor
•em caso de indeferimento
•prazo de 5 dias, a contar da ciência da decisão
RECURSO

•pelo delegado de partido


•em caso de deferimento
•prazo de 10 dias a contados da publicação da lista (1º e 15º dia de
IMPUGNAÇÃO cada mês)

Vimos que o interessado deverá entregar o título quando do


pedido de transferência, mas e se ele houver perdido ou
extraviado o título anterior e mesmo assim quiser transferir o
registro?
Ele poderá fazê-lo, nos termos do art. 56.
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título anterior declarado esse fato na
petição de transferência, o Juiz do novo domicílio, como ato preliminar, requisitará,
por telegrama, a confirmação do alegado à Zona Eleitoral onde o requerente se
achava inscrito.
§ 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (CINCO) DIAS, responderá por
ofício ou telegrama, esclarecendo se o interessado é realmente eleitor, se a inscrição
está em vigor, e, ainda, qual o número e a data da inscrição respectiva.

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§ 2º A informação mencionada no parágrafo anterior, suprirá a falta do título


extraviado, ou perdido, para o efeito da transferência, devendo fazer parte integrante
do processo.

No pedido de transferência, o cidadão declarará que perdeu o documento,


registrando o domicílio anterior. O Juiz do domicílio pretendido pelo eleitor
solicitará informações à Zona Eleitoral do domicílio antigo. Este deverá, no
prazo de 5 dias, esclarecer se, de fato, o cidadão consta do cadastro daquela
localidade como eleitor. De posse dessa informação, o juiz do novo domicílio
procederá à transferência e emitirá o novo título.
Tudo certo até aqui?
Como você estão percebendo, o nosso estudo de Alistamento é uma “colcha
de retalhos”, por vezes aplicamos o CE, por vezes, as Leis nº 6996/1982 e
nº 7.444/1985 e, por vezes, ainda, a Resolução TSE nº 21.538/2003. Isso
dificulta nosso estudo.
Agora prestem atenção!
O art. 57 do CE disciplina o procedimento de
publicação e impugnação da transferência. Vimos
acima essas regras. Logo, NÃO APLICAMOS NA
PRÁTICA o art. 57, mas o art. 18, da Resolução
TSE nº 21.538/2003 já estudado acima, que tem
fundamento na Lei nº 6.996/1982, notadamente no art. 7º, §2º.
Ainda assim, citaremos esse dispositivo para eventual cobrança literal em
prova. Embora passíveis de recursos, são comuns questões “segundo o
Código Eleitoral”... Portanto, atenção!
Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral será imediatamente
publicado na imprensa oficial na capital, e em Cartório nas demais localidades,
podendo os interessados impugná-lo no prazo de DEZ DIAS.
§ 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo, o pedido deverá ser desde
logo decidido, devendo o despacho do Juiz ser publicado pela mesma forma.
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo de 3 (TRÊS)
DIAS, o eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a mesma negada, ou qualquer
Delegado de partido, quando o pedido for deferido.
§ 3º Dentro de 5 (CINCO) DIAS, o Tribunal Regional Eleitoral decidirá do
recurso interposto nos termos do parágrafo anterior.
§ 4º Só será expedido o novo título decorridos os prazos previstos neste artigo
e respectivos parágrafos.

De acordo com o art. 57, o requerimento de transferência será publicado


na imprensa para viabilizar a impugnação, especialmente caso exista
alguma divergência ou dupla inscrição eleitoral.
Da publicação, confere-se o prazo de 10 dias para os interessados
impugnarem a transferência.
Da impugnação, o juiz eleitoral decidirá, competindo à parte interessada,
se pretender, recorrer ao TRE no prazo de 3 dias.
O Tribunal terá o prazo de 5 dias para julgar o recurso à impugnação.

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Somente após todo esse trâmite haverá a expedição do título com o registro
transferido.
Em forma de linha do tempo, temos...

O requerimento de transferência será Após esse trâmite o novo título será


imediatamente publicada. fornecido.

Os interessados terão 10 dias para


O TRE decidirá no prazo de 5 dias.
impugnar a transferência.

O Juiz decidirá e sua decisão será Os interessados terão 3 dias para


publicada imediatamente. recorrer ao TRE.

Sigamos!
Art. 58. Expedido o novo título o Juiz comunicará a transferência ao Tribunal
Regional competente, no prazo de 10 (dez) dias, enviando-lhe o título eleitoral, se
houver, ou documento a que se refere o § 1º do artigo 56.
§ 1º Na mesma data comunicará ao Juiz da Zona de origem a concessão da
transferência e requisitará a folha individual de votação [lista eletrônica de eleitores].
§ 2º Na nova folha individual de votação [lista eletrônica de eleitores] ficará
consignado, na coluna destinada a anotações, que a inscrição foi obtida por
transferência, e, de acordo com os elementos constantes do título primitivo, qual o
último pleito em que o eleitor transferido votou. Essa anotação constará, também,
de seu título.
§ 3º O processo de transferência só será arquivado após o recebimento
da folha individual de votação [lista eletrônica de eleitores] da Zona de origem,
que dele ficará constando, devidamente inutilizada, mediante aposição de carimbo a
tinta vermelha.
§ 4º No caso de transferência de Município ou Distrito dentro da mesma Zona,
deferido o pedido, o Juiz determinará a transposição da folha individual de
votação [lista eletrônica de eleitores] para a pasta correspondente ao novo
domicílio, a anotação de mudança no título eleitoral e comunicará ao Tribunal
Regional para a necessária averbação na ficha do eleitor.

Expedido o novo título eleitoral, o Juiz deverá:


 informar ao TRE, no prazo de 10 dias, encaminhando o título antigo
ou, em caso de extravio ou perda, a resposta emitida pelo Juiz
Eleitoral do domicílio anterior do eleitor; e
 comunicar ao Juiz da Zona Eleitoral de origem, na mesma data.
A transferência constará da ficha eletrônica de eleitores, para eventual
consulta, e o processo de transferência será arquivado.
Ao chegar a comunicação da transferência ao Juiz do registro anterior,
deverão ser tomadas uma série de providências, quais sejam:
Art. 59. Na Zona de origem, recebida do Juiz do novo domicílio a comunicação de
transferência, o Juiz tomará as seguintes providências:

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I – determinará o cancelamento da inscrição do transferido e a remessa dentro de


três dias, da folha individual de votação ao Juiz requisitante;
II – ordenará a retirada do fichário da segunda parte do título;
III – comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a que estiver subordinado,
que fará a devida anotação na ficha de seus arquivos;
IV – se o eleitor havia assinado ficha de registro de partido, comunicará ao Juiz do
novo domicílio e, ainda, ao Tribunal Regional, se a transferência foi concedida para
outro Estado.

Em síntese...

NO CASO DE TRANSFERÊNCIA, PROVIDÊNCIAS A SEREM


TOMADAS PELO JUIZ ELEITORAL DE ORIGEM:

•Cancelamento da inscrição.
•Retirada do fichário da segunda parte do título.
•Comunicar ao TRE o cancelamento.
•Se houver mudança de Estado, deverá ser comunicado o Juiz Eleitoral
caso o eleitor esteja filiado a partido político.

Evidentemente que o eleitor somente poderá exercer o direito ao voto no


novo domicílio após a transferência. É o que prevê o art. 60:
Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no novo domicílio eleitoral em eleição
suplementar à que tiver sido realizada antes de sua transferência.

Para finalizarmos esse tópico, vejamos o art. 61, que dispõe que a
transferência somente será efetivada, caso o cidadão esteja quite com
a Justiça Eleitoral. Se houver algum débito ou multa pendente, estes
deverão ser quitados para a expedição do novo título eleitoral.
Art. 61. SOMENTE será concedida transferência ao eleitor que estiver quite
com a Justiça Eleitoral.
§ 1º Se o requerente não instruir o pedido de transferência com o título anterior, o
Juiz do novo domicílio, ao solicitar informação ao da Zona de origem, indagará se o
eleitor está quite com a Justiça Eleitoral, ou não o estando, qual a importância da
multa imposta e não paga.
§ 2º Instruído o pedido com o título, e verificado que o eleitor não votou em eleição
anterior, o Juiz do novo domicílio solicitará informações sobre o valor da multa
arbitrada na Zona de origem, salvo se o eleitor não quiser aguardar a resposta,
hipótese em que pagará o máximo previsto.
§ 3º O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses dos parágrafos anteriores,
será comunicado ao Juízo de origem para as necessárias anotações.

Quanto à multa, segundo o CE, o Juiz Eleitoral de origem é quem fixará o


valor da penalidade, a não ser que o eleitor aceite pagar o valor máximo da
multa. Se o eleitor não aceitar pagar o máximo da multa deverá aguardar
a reposta do Juiz Eleitoral de origem.
Em que pese tal regra, é importante mencionar que a Resolução TSE nº
21.538/2003 prevê que a multa será arbitrada pelo Juiz da Zona
Eleitoral para onde o eleitor for transferido. Vejamos o que dispõe o
art. 18, §3º.

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§ 3º Não comprovada a condição de eleitor ou a quitação para com a Justiça Eleitoral,


o juiz eleitoral arbitrará, desde logo, o valor da multa a ser paga.

Desse modo, se a questão não fizer distinção, quanto à multa, a resposta a


ser marcada será a que determina que a multa será fixada pelo juiz onde
comparecer o eleitor para a transferência. De todo modo, destacamos a
importância de se saber a literalidade do CE para fins de prova.

•a transferência ocorrerá caso o eleitor esteja quite com a


Justiça Eleitoral;
•CE: se houver multa, o Juiz Eleitoral fixará o valor pelo
LEMBRE-SE... máximo, exceto se houver requerimento do eleitor para
que seja fixada pelo Juiz de Origem.
•RESOLUÇÃO TSE Nº 21.538/2003: se houver multa o Juiz
do local onde comparecer o eleitor arbitrária o valor.

Finalizamos, assim, a parte relativa à transferência.


Quanto aos arts. 62 a 65 do CE eles tratavam dos preparadores, figura
inexistente na Justiça Eleitoral atualmente, em razão da revogação
expressa pela Lei nº 8.868/1994.

7 - Revisão
A OPERAÇÃO 5 (REVISÃO) - será utilizada pelo eleitor que necessitar
alterar o local de votação dentro do mesmo município, com ou sem
alteração da zona eleitoral; para retificar dados pessoais; e para
regularizar a situação de inscrição cancelada.
Vejamos:

•alteração do local de votação dentro do mesmo município


OPERAÇÃO 5 - (com ou sem alteração da zona eleitoral)
REVISÃO •retificação de dados pessoais
•regularização da situação de inscrição cancelada

Vimos que a opção de transferência será utilizada para alteração de


domicílio. Quando houver apenas a alteração do local de votação, utiliza-se
a Operação 5.
Assim, comparando as operações que já estudadas, temos:

MUDANÇA DE DOMICÍLIO? •OPERAÇÃO 3 - TRANSFERÊNCIA

MUDANÇA DE ZONA
•OPERAÇÃO 5 - REVISÃO
ELEITORAL?

MUDANÇA DE LOCAL DE
•OPERAÇÃO 5 - REVISÃO
VOTAÇÃO?

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Vejamos, na sequência, a literalidade do art. 6º:


Art. 6º Deve ser consignada OPERAÇÃO 5 – REVISÃO quando o eleitor necessitar
alterar local de votação no mesmo município, ainda que haja mudança de zona
eleitoral, retificar dados pessoais ou regularizar situação de inscrição
cancelada nas mesmas condições previstas para a transferência a que se refere o §
3º do art. 5º.

Por fim, vejamos o art. 8º, segundo o qual tanto no caso de revisão como
no caso de solicitação de segunda via a expedição é automática, mantendo-
se a data de domicílio do eleitor.
Art. 8º Nas hipóteses de REVISÃO ou de SEGUNDA VIA, o título eleitoral será
expedido automaticamente e a data de domicílio do eleitor não será alterada.

Logo...

EXPEDIÇÃO AUTOMÁTICA e MANTÉM A DATA DO DOMICÍLIO

revisão segunda via

Com isso nós finalizamos mais um tópico da aula. Vimos os aspectos


procedimentais relativos aos atos do alistamento, transferência, revisão e
emissão de segunda via. Essas informações devem ser estudadas com
atenção, uma vez que no desempenho das funções perante a Justiça
Eleitoral vocês estarão em constante contato com tais atividades.

8 - Delegados de partido perante alistamento


Os procedimentos que envolvem o alistamento eleitoral são acompanhados
pelos partidos políticos para conferir maior legitimidade ao processo
eleitoral. Em razão disso prevê o CE a possibilidade de os partidos políticos
nomearem delegados para acompanhar os procedimentos.
Os partidos políticos poderão manter dois delegados junto ao TRIBUNAL
REGIONAL ELEITORAL e até três em cada ZONA ELEITORAL. É o que
dispõe o art. 66, §§ 1º ao 4º do CE e o art. 28 da Resolução TSE nº
21.538/2003.
 CE:
§ 1º Perante o Juízo Eleitoral, cada partido poderá nomear 3 (três) Delegados.
§ 2º Perante os Preparadores [perante o Tribunal], cada partido poderá nomear
até 2 (dois) Delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos.
§ 3º Os Delegados a que se refere este artigo serão registrados perante os Juízes
Eleitorais, a requerimento do Presidente do Diretório Municipal.
§ 4º O Delegado credenciado junto ao Tribunal Regional Eleitoral poderá representar
o partido junto a qualquer Juízo ou Preparador do Estado, assim como o Delegado
credenciado perante o Tribunal Superior Eleitoral poderá representar o partido
perante qualquer Tribunal Regional, Juízo ou Preparador.

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 Resolução TSE nº 21.538/2003:


Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão manter até dois
delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral e até três delegados em cada
zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais
de um delegado de cada partido.
§ 1º Na zona eleitoral, os delegados serão credenciados pelo juiz eleitoral.
§ 2º Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral poderão representar o
partido, na circunscrição, perante qualquer juízo eleitoral.

Os arts. 66, e incisos, do CE e o 27 da Resolução TSE nº 21.538/2003


tratam das funções que esses delegados poderão exercer. Para facilitar
nossos estudos, vejamos inicialmente ambos os dispositivos e, em seguida,
um quadro para auxiliar na memorização.
 CE:
Art. 66. É lícito aos partidos políticos, por seus Delegados:
I – acompanhar os processos de inscrição;
II – promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa
do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida;
III – examinar, sem perturbação do serviço e em presença dos servidores
designados, os documentos relativos ao alistamento eleitoral, podendo deles tirar
cópias ou fotocópias.

 Resolução TSE nº 21.538/2003:


Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, poderão:
I – acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e
quaisquer outros, até mesmo emissão e entrega de títulos eleitorais, previstos nesta
resolução;
II – requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa
do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida;
III – examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos servidores
designados, os documentos relativos aos pedidos de alistamento, transferência,
revisão, segunda via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer, de forma
fundamentada, cópia, sem ônus para a Justiça Eleitoral.
Parágrafo único. Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de
inscrição deverá ser comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que observará o
procedimento estabelecido nos arts. 77 a 80 do Código Eleitoral.

É importante memorizar o número de delgados perante as Zonas Eleitoral


e perante o TRE respectivo, bem como suas atribuições, para tanto, tome
nota!

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DELEGADOS DE
PARTIDOS

número atribuições

3 Zona
2 TRE Examinar os
Eleitoral Acompanhar os
documentos
procedimentos e Requerer a
relativos aos
alistamento exclusão de
pedidos de
(inscrição, registro do
alistamento,
transferência, cadastro.
transferência,
revisão, 2ª via)
revisão e 2º via.

9 - Encerramento do alistamento
Conforme dissemos várias vezes – e não custa continuar repetindo – o
cadastro eleitoral PARA ALISTAMENTO E TRANSFERÊNCIA
permanece fechado nos 150 dias que antecedem as eleições. É
justamente disso que trata o encerramento do alistamento.
Art. 67. NENHUM requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será
recebido dentro dos 100 (cem) dias [150 dias] anteriores à data da eleição.

Vejamos o art. 68 do CE.


Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze) horas do 69º
(sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o Juiz Eleitoral declarará encerrada a
inscrição de eleitores na respectiva Zona e proclamará o número dos inscritos até às
18 (dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará incontinênti ao Tribunal
Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital, imediatamente afixado no
lugar próprio do Juízo e divulgado pela imprensa, onde houver, declarando nele o
nome do último eleitor inscrito e o número do respectivo título, fornecendo aos
Diretórios Municipais dos partidos cópia autêntica desse edital.
§ 1º Na mesma data será encerrada a transferência de eleitores, devendo
constar do telegrama do Juiz Eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital e da
cópia deste fornecida aos Diretórios Municipais dos partidos e da publicação da
imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos processos de transferência
estejam definitivamente ultimados e o número dos respectivos títulos eleitorais.
§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via, proferido
após esgotado o prazo legal, sujeita o Juiz Eleitoral às penas do art. 291.

O art. 68 constitui um instrumento criado para conferir legitimidade ao


cadastro eleitoral. Assim, o encerramento do período de alistamento
eleitoral é marcado pela realização de uma audiência pública. Sabe-se que
o alistamento e a transferência somente poderão ser efetuados até 151ª
antes das eleições, por força do art. 91. Esse dispositivo justifica, portanto,

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a parte inicial tachada do §1º5. Para fins de prova, entretanto, devemos


memorizar que com a ocorrência da audiência pública, vedam-se alterações
no cadastro eleitoral, dado o encerramento do alistamento.
O cadastro eleitoral somente poderá ser reaberto, com a conclusão
dos trabalhos pela junta eleitoral. Ou seja, com o encerramento das
eleições.
O art. 69 do CE fixa que as Zonas Eleitorais deverão
entregar os títulos eleitorais no prazo de 30 dias
antes das eleições. Esse prazo, embora previsto
expressamente, não deverá constar da prova, posto que com o
procedimento atual, de processamento eletrônico, o título, em regra, é
emitido na hora. A título de curiosidade, registre-se que a Justiça Eleitoral
vale-se do Sistema ELO, que integra os cadastros eleitorais automatizando
a prestação dos serviços.
Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de inscrição ou de transferência
serão entregues até 30 (TRINTA) DIAS antes da eleição.
Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor até a véspera do pleito.

Finalizado o período eleitoral, a rotina de alistamento retorna ao normal,


como prevê o art. 70:
Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada Zona logo que estejam concluídos os
trabalhos da sua Junta Eleitoral.

10 - Cancelamento e Exclusão
Neste capítulo vamos tratar do cancelamento e da exclusão da inscrição
eleitoral. O assunto é disciplinado no Código Eleitoral, entre os arts. 71 e
81.
De modo didático podemos diferenciar ambas as hipóteses do seguinte
modo:

CANCELAMENTO EXCLUSÃO

Na hipótese de cancelamento, a Na hipótese de exclusão, a


inscrição permanecerá inativa inscrição será expurgada do
no cadastro. sistema eleitoral.

Poderá o interessado requerer Poderá o interessado requerer


novo alistamento, caso em que novo alistamento, caso em que
restaurará o mesmo número receberá novo número de
de inscrição inscrição.

A legislação eleitoral não é clara ao diferenciar as hipóteses que ensejam o


cancelamento das hipóteses que ensejam a exclusão. O critério

5
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 12ª edição, rev., atual. e ampl. 12ª edição,
São Paulo: Editora Método, 2015, p. 134.

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predominante – cite-se como exemplo Francisco Dirceu Barros6 e Rodrigo


Martiniano7 – na doutrina atual é o de que o cancelamento é uma
hipótese temporária, no qual a inscrição permanecerá inativa, ao passo
que a exclusão é definitiva, sem a possibilidade de retorno à situação
anterior.
Assim:

CANCELAMENTO temporário

EXCLUSÃO definitivo

Há, entretanto, um entendimento interessante, adotado por José Jairo


Gomes8, que tenta conciliar a confusão de termos feitos na legislação.
Segundo o autor, é desnecessária a distinção entre cancelamento e
exclusão. O cancelamento levará à exclusão do cadastro. Ademais, o
próprio autor critica classificação entre cancelamento/exclusão. Entende
que seria importante falar, em determinadas situações, em mera suspensão
da eficácia do alistamento, tal como ocorre nas hipóteses de suspensão dos
direitos políticos. Por exemplo, no período que o eleitor permanecer em
cumprimento de sentença penal condenatória os direitos políticos
permanecem suspensos e, em face disso, a eficácia do alistamento eleitoral
permanecerá suspensa. Com término dos efeitos da sentença penal,
restabelece-se o alistamento. Desnecessário, portanto se falar em
cancelamento em tais casos.
Em que pese esse raciocínio, que é mais aprofundado, para fins de provas
objetivas devemos nos ater à literalidade da legislação.
O CE é atécnico nesse sentido, pois utiliza os termos indistintamente.
Embora nós façamos a “correção” do CE quando ele mencionar exclusão,
para a nossa prova devemos adotar os termos “cancelamento” e “exclusão”
como sinônimos, a não ser que a questão indique tal diferenciação.
Nesse contexto, possui relevância o art. 47, §3º, da Resolução TSE nº
21.538/2003, que define exclusão do seguinte modo:
§ 3º Após o transcurso de seis anos, contados do processamento do código FASE
próprio, as inscrições canceladas serão excluídas do cadastro.

Do dispositivo extrai-se que a exclusão do cadastro ocorrerá após 6


ano do cancelamento da inscrição eleitoral.

6
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 12ª edição, rev., atual. e ampl. 12ª edição,
São Paulo: Editora Método, 2015, p. 158.
7
MARTINIANO, Rodrigo e LINS, Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev.,
atual., e ampl. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p. 110.
8
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 12ª edição, rev., atual. e ampl., São Paulo: Editora
Atlas S/A, 2014, p. 144/145.

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Ocorrerá após 6 anos do


EXCLUSÃO cancelamento da inscrição
eleitoral.

Todas as demais situações que veremos adiante, portanto, referem-se,


SEGUNDO A LITERALIDADE DA RESOLUÇÃO TSE Nº 21.538/2003,
ao cancelamento do título eleitoral.
O art. 71 do CE arrola as diversas hipóteses de cancelamento.
Art. 71. São causas de cancelamento:
I – a infração dos arts. 5º e 42 [inalistabilidade e falta de domicílio];
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição;
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretará a
exclusão do eleitor [cancelamento da inscrição], que poderá ser promovida ex
officio, a requerimento de Delegado de partido ou de qualquer eleitor.
§ 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos privado temporária
ou definitivamente dos direitos políticos, a autoridade que impuser essa pena
providenciará para que o fato seja comunicado ao Juiz Eleitoral ou ao Tribunal
Regional da circunscrição em que residir o réu.
§ 3º Os oficiais de registro civil, sob as penas do art. 293, enviarão, até o dia 15
(quinze) de cada mês, ao Juiz Eleitoral da Zona em que oficiarem, comunicação dos
óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, para cancelamento das
inscrições.
§ 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma
Zona ou Município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização de correição
e, provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará a revisão do
eleitorado, obedecidas as instruções do Tribunal Superior e as recomendações que,
subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições
correspondentes aos títulos que não forem apresentados à revisão.

Vamos analisar as hipóteses do art. 71 em separado.


 A primeira hipótese refere-se aos casos de inalistabilidade, matéria
revisada no início desta aula.

estrangeiro

conscrito
INALISTÁVEIS
apátrida

sem ou com os direitos políticos


suspensos

Se o sujeito for inalistável haverá o cancelamento da inscrição eleitoral.

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 Quanto ao domicílio eleitoral, caso não demonstrado pelo interessado


vínculo de natureza profissional, patrimonial, afetiva ou política,
sem possuir uma residência fixa, será procedido o cancelamento da
inscrição.
 As hipóteses de suspensão e perda dos direitos também implicam no
cancelamento da inscrição eleitoral.
 O falecimento é hipótese de cancelamento. Nesse caso, duas
informações são relevantes
Primeira, o CE estabelece a atribuição específica aos oficiais de
registro civil de informar mensalmente os óbitos ocorrido para fins de
cancelamento dos títulos eleitorais. Assim, até o DIA 15 DE CADA
MÊS os oficiais devem remeter à Justiça Eleitoral a relação de
falecidos para cancelamento do cadastro.
Segunda, há previsão específica no art. 79 do CE, referindo os casos
de falecimento notórios. Por exemplo, a queda do avião em 2014
no qual estava o presidenciável Eduardo Campos. Em tais situações,
o CE dispensa a comunicação pelo oficial do registro civil para que
haja o cancelamento da inscrição eleitoral.
Para arrematar, vejamos o dispositivo:
Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de caso notório,
serão dispensadas as formalidades previstas nos nos II e III do artigo 77.

 Em relação à quarta hipótese – deixar de votar em


três eleições consecutivas – é importante deixar claro
que além de deixar de votar o eleitor deverá
deixar de justificar no prazo de 6 meses, bem
como não poderá ter ido nos anos anteriores
para regularizar a situação eleitoral.
Essas hipóteses de cancelamento são fundamentais e devem ser
memorizadas para a prova!

Inalistabilidade

Ausência de Domicílio Eleitoral

CAUSAS DE
Suspensão/perda dos Direitos Políticos
CANCELAMENTO

Pluralidade de Inscrição

Falecimento do eleitor

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O CE, no art. 71, §1º, não usou da melhor técnica na medida em que as
hipóteses acima são de cancelamento, não de
exclusão.
O importante desse dispositivo é saber quem são os
legitimados para requerer o cancelamento:
1. Juiz Eleitoral, de ofício (ex officio);
2. Requerimento do Delegado de Partido; e
3. Requerimento pelo eleitor.
O § 4º trata da denúncia por fraude no alistamento. Tal denúncia será
analisada e poderá implicar em correição. Averiguada a hipótese de fraude
em proporção comprometedora do cadastro, será determinada a revisão do
eleitorado.
O art. 72 determina que enquanto não for definitiva a decisão acerca
do cancelamento ou exclusão da inscrição, o eleitor poderá
continuar votando regularmente. Isso é importante posto que o
procedimento exige fases, impugnações e recursos de modo que somente
restará inviabilizado o voto quando a decisão da Justiça Eleitoral for
definitiva.
Em face do caput desse dispositivo, estabelece-se que cancelada a inscrição
o voto somente será anulado numa situação bastante específica: apenas
se somados, os votos de eleitores cuja inscrição foi cancelada forem
suficientes para alterar o resultado. Isso justificaria uma nova
reclassificação dos candidatos.
Interessante, não?
Vejamos a literalidade do dispositivo:
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar
validamente.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido interpostos
recursos das decisões que as deferiram, DESDE QUE tais recursos venham a ser
providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos os votos
SE o seu número for suficiente para alterar qualquer representação
partidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio majoritário.

Como o cancelamento ou a exclusão de inscrição eleitoral são realizados


por intermédio de um procedimento, é necessária a defesa daquele que
sofrerá as consequências. Tendo isso em mente vejamos quem poderá fazer
a defesa:
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro eleitor
ou por Delegado de partido.

Assim:

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DEFESA DAQUELE QUE TERÁ A


INSCRIÇÃO CANCELADA

Delegado de
Próprio interessado Outro eleitor
Partido

Tanto no dispositivo como no esquema nos referimos apenas ao


cancelamento. Em que pese a literalidade, tal defesa será empreendida
também nas hipóteses de exclusão.
O art. 74, por sua vez, trata da possibilidade de o Juiz Eleitoral iniciar o
procedimento de exclusão do eleitor do cadastro eleitoral, desde que tenha
conhecimento de alguma das hipóteses que estudamos acima.
Art. 74. A exclusão será mandada processar ex officio pelo Juiz Eleitoral, sempre que
tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento.

O art. 75 trata de uma hipótese interessante: o batimento ou


cruzamento de dados constantes do cadastro eleitoral. Atualmente,
esse batimento é realizado pelo TSE por intermédio de processamento
eletrônico. Se o TRE efetuar tal batimento e perceber a duplicidade ou
pluralidade de inscrições para uma mesma pessoa deverá comunicar
o Juiz Eleitoral competente para que inicie o processo de cancelamento.
O que é importante desse dispositivo, em verdade, é compreender a regra
para o cancelamento. Nos seus incisos o dispositivo estabelece uma ordem
de parâmetros a serem observados para o cancelamento. Frise-se: ESSES
PARÂMETROS DEVEM SER OBSERVADOS EM ORDEM.
Contudo, devemos ir com calma, pois a legislação eleitoral é fragmentada
nesse aspecto. Temos para além do art. 75, dois dispositivos na Resolução
TSE nº 21.538/2003, que tratam da mesma coisa.
Vamos com calma e vejamos inicialmente o art. 5º, §4º, da Resolução TSE
nº 21.538/2003:
§ 4º Existindo mais de uma inscrição cancelada para o eleitor no cadastro, nas
condições previstas no § 3º, deverá ser promovida, preferencialmente, a
transferência daquela:
I – que tenha sido utilizada para o exercício do voto no último pleito;
II – que seja mais antiga.

O dispositivo acima determina qual das inscrições eleitorais deverá ser


transferida caso conste no sistema mais de uma inscrição para a mesma
pessoa (duplicidade ou pluralidade). Assim, teríamos a seguinte ordem:
Se identificada duas ou mais inscrições para a mesma pessoa.
1º - cancela-se a inscrição não utilizada para votar (e
transfere-se a outra)
2º - cancela-se a inscrição mais recente (e transfere-se a
mais antiga).

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Até aí tudo bem!


Contudo, o art. 75, do CE, disciplina:
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento através de seu fichário, da
inscrição do mesmo eleitor em mais de uma Zona sob sua jurisdição, comunicará o
fato ao Juiz competente para o cancelamento, que de preferência deverá recair:
I – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
II – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última
eleição;
IV – na mais antiga.

O art. 75, embora com uma redação antiga, disciplina a ordem de


cancelamento de inscrições dúplices ou plúrimas.
De acordo com o referido dispositivo será observada a seguinte ordem de
cancelamento:
1º - cancela-se a inscrição que não corresponda ao domicílio
eleitoral
2º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido entregue ao
eleitor
3º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido utilizado para
votar
4º cancela-se a mais antiga
São criadas três hipóteses e a quarta aparentemente contraria o seguinte
critério previsto na Resolução TSE nº 21.538/2003.
Para ajudar, o art. 40 da Resolução TSE nº 21.538/2003 disciplina
novamente o assunto, da seguinte maneira:
Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou mais
inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o cancelamento
de uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair:
I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;
II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
IV – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última
eleição;
V – na mais antiga.

Do dispositivo temos:
1º - cancela-se a inscrição mais recente
2º - cancela-se a inscrição que não corresponda ao domicílio
eleitoral
3º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido entregue ao
eleitor

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4º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido utilizado para


votar
5º cancela-se a mais antiga
Como vocês podem perceber a primeira hipótese reforça o art. 5º, §4º, que
citamos acima e encerra a celeuma quando à diferença de tratamento com
o art. 75, do CE.
Assim, primeiramente deve-se cancelar a inscrição eleitoral mais recente
que tenha sido realidade contrariamente à legislação do alistamento.
Caso não seja identificada irregularidade com a inscrição eleitoral mais
recente, devemos aplicar os critérios do art. 75 do CE. Assim, cancela-se a
inscrição que não corresponder com o domicílio eleitoral. Se ambas as
inscrições forem do mesmo domicílio, deverá ser cancelada a inscrição que
eventualmente não tenha sido entregue ao eleitor. Se ambas as inscrições
já tiverem sido entregue, será cancelada a inscrição que não tenha sido
utilizado para votar. Aqui a ideia é de se preservar a higidez do cadastro.
Procura-se manter a inscrição que conter o maior número de informações
relativas ao eleitor. Se na remota hipótese de nenhuma delas terem sido
utilizadas para o voto, cancela-se a inscrição eleitoral mais antiga.
Ufa!
É um assunto relativamente complexo e, com muita probabilidade, as
bancas não saberão explicar essa temática em prova. Provavelmente, a
questão exigirá a literalidade dos dispositivos, sem aprofundamento. Dessa
forma, sugerimos que vocêprocurem lembrar da literalidade de cada um
dos dispositivos.
De toda forma a ordem a ser aplicada em prova é a do art. 40 da Resolução
TSE nº 21.538/2003, que fica esquematizada do seguinte modo:
SEJA HÁ HIPÓTESE DE IDENTIFICAÇÃO PELO SERVIDOR NA
TRANSFERÊNCIA, SEJA PELO PROCEDIMENTO DE BATIMENTO COM
IDENTIFICAÇÃO DE INSCRIÇÕES DUPLAS OU PLÚMIRAS A ORDEM A SER
OBSERVADA É A SEGUINTE:

1º - CANCELA-SE A INSCRIÇÃO MAIS RECENTE

2º - CANCELA-SE A INSCRIÇÃO QUE NÃO CORRESPONDA AO DOMICÍLIO


ELEITORAL

3º - CANCELA-SE AQUELA CUJO TÍTULO NÃO TENHA SIDO ENTREGUE AO


ELEITOR

4º - CANCELA-SE AQUELA CUJO TÍTULO NÃO TENHA SIDO UTILIZADO PARA


VOTAR

5º CANCELA-SE A MAIS ANTIGA

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Os arts. 76 a 78 do CE tratam do processo de cancelamento, conforme


afirmamos existir. Vejamos inicialmente um resumo do procedimento, após
traremos os dispositivos para leitura!
Notificada a irregularidade será instaurado o
procedimento. O Juiz determinará a autuação do
processo com os documentos necessários.
Em seguida será publicado edital pelo prazo de 10 dias
para ciência dos interessados, que poderão, nos 5 dias seguintes, impugnar
o processo.
Nos 5 a 10 dias seguintes haverá a instrução probatória, onde os
interessados trarão ao processo provas comprovando o cancelamento ou
provando a idoneidade da inscrição.
Finalmente, o processo será remetido ao juiz eleitoral, que decidirá no prazo
de 5 dias.
A decisão favorável ao cancelamento implicará:
 Retirada do eleitor o cadastro eletrônico de eleitores com registro da
ocorrência que será anexado ao processo de cancelamento;
 Registro da ocorrência em livro próprio;
 Exclusão da inscrição de fichários e lista de eleitores;
 Anotação dos claros nas pastas de votação (ocorre eletronicamente);
e
 Comunicação do TRE para anotações próprias.
Vejamos, agora, os dispositivos!
Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de exclusão [cancelamento da
inscrição] será comunicada por escrito e por iniciativa de qualquer interessado ao
Juiz Eleitoral, que observará o PROCESSO estabelecido no artigo seguinte.
Art. 77. O Juiz Eleitoral processará a exclusão pela forma seguinte:
I – mandará autuar a petição ou representação com os documentos que a
instruírem;
II – fará publicar edital com prazo de 10 (DEZ) DIAS para ciência dos
interessados, que poderão contestar dentro de 5 (cinco) dias;
III – concederá dilação probatória de 5 (CINCO) A 10 (DEZ) DIAS, se
requerida;
IV – decidirá no prazo de 5 (CINCO) DIAS.
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o Cartório tomará as
seguintes providências:
I – retirará, da respectiva pasta, a folha de votação, registrará a ocorrência no local
próprio para anotações e juntá-la-á ao processo de cancelamento;
II – registrará a ocorrência na coluna de observações do livro de inscrição;
III – excluirá dos fichários as respectivas fichas, colecionando-as à parte;
IV – anotará, de forma sistemática, os claros abertos na pasta de votação para o
oportuno preenchimento dos mesmos;

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V – comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional para anotação no seu fichário.

O art. 79, do CE, já foi analisado acima, na hipótese de cancelamento por


falecimento.
O art. 80, por sua vez, disciplina a possibilidade de recurso a ser
apresentado ao TRE no prazo de 3 dias.
Art. 80. Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso no prazo de 3 (três) dias, para
o Tribunal Regional, interposto pelo excluendo ou por Delegado de partido.

Vejamos, por fim, uma linha do tempo do processo de cancelamento:


Notificada a
irregularidade
será instaurado o
Edital pelo prazo
procedimento. O
de 10 dias para Impugnação no
Juiz determinará
ciência dos prazo de 5 dias.
a autuação do
interessados.
processo com os
documentos
necessários.

Nos 5 a 10 dias
Decisão no Juiz
Reucrso ao TRE no seguintes haverá a
Eleitoral no prazo
prazo de 3 dias. instrução
de 5 dias.
probatória.

Por fim, como dissemos, cessada a causa do cancelamento, poderá o eleitor


requerer novamente a inscrição eleitoral!
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado requerer
novamente a sua qualificação e inscrição.

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11 - Questões
A bateria de questões desta aula será composta de:

Distribuição das Questões

14
13

AULA 05
Noções Introdutórias Procedimento de Alistamento
Transferência, 2º Via e Revisão Del., Encer. e Cancelamento

Serão, portanto, 37 questões de assertivas ou alternativas, todas de provas


anteriores do CESPE ou inéditas. As questões foram separadas de acordo
com a importância da matéria para a prova.

Em relação aos assuntos estudados na aula de hoje, destacam-se os


seguintes assuntos:
 Transferência;
 Cancelamento e Exclusão;

11.1 - Questões sem Comentários


Noções Introdutórias
Questão 01 – CESPE/TJ-RJ – Juiz – 2014 – questão adaptada
Julgue o item a seguir.
A capacidade eleitoral ativa consiste nos direitos políticos do cidadão de votar e ser
votado.

Questão 02 – CESPE/TJ-RJ – Juiz – 2014 – questão adaptada


Julgue o item a seguir.
São aplicáveis aos indígenas integrados, reconhecidos nos termos da legislação
especial, as exigências impostas para o alistamento eleitoral.

Questão 03 – CESPE/TJ-SP – Juiz – 2013 – questão adaptada

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Quanto ao alistamento eleitoral, julgue o item abaixo.


Podem alistar-se como eleitores os militares de carreira.

Questão 04 – CESPE/TJ-PR – Juiz – 2013 – questão adaptada


Sobre o tema de alistamento eleitoral, assinale o item a seguir.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e
facultativo para os analfabetos, maiores de setenta anos e para os maiores de
dezesseis anos e menores de dezoito anos.

Questão 05 – CESPE/TRE-MS - Programador de computador - 2013


Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003 e na legislação eleitoral pertinente,
assinale a opção correta.
a) O pedido de justificação do eleitor que deixar de votar pode ser formulado na zona
eleitoral em que ele se encontrar, a qual providenciará sua remessa ao juízo
competente.
b) Um cidadão que tiver sido alfabetizado aos trinta anos de idade poderá requerer
seu alistamento eleitoral, desde que pague multa, no ato da inscrição, imposta pelo
juiz eleitoral em razão de seu alistamento tardio.
c) As informações constantes do cadastro eleitoral são sigilosas, não podendo ser
acessadas por instituições públicas ou privadas.
d) Toda e qualquer fraude, mesmo em proporção insignificante, acarreta a necessária
revisão do eleitorado pela respectiva junta eleitoral.

Questão 06 – CESPE/TRE-MS Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2013
Com relação a alistamento eleitoral, assinale a opção correta.
a) Proíbe-se o alistamento de menor que não tenha dezesseis anos de idade
completos na data de requerimento de inscrição eleitoral.
b) Ao brasileiro nato que deixar de se alistar até os dezenove anos de idade ou de
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior
à eleição subsequente à data em que completar dezenove anos de idade será aplicada
multa, cobrada no momento da entrega do título eleitoral.
c) Para efeito de transferência de domicílio eleitoral do eleitor, a residência mínima
de três meses no novo domicílio eleitoral deve ser cabalmente comprovada pelo
interessado por meio de comprovante de residência.
d) No caso de dilaceração de título eleitoral, o requerimento da segunda via deverá
ser instruído com o título danificado.

Questão 07 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013 – questão


adaptada
Com relação a alistamento eleitoral, julgue o item a seguir.
Proíbe-se o alistamento de menor que não tenha dezesseis anos de idade completos
na data de requerimento de inscrição eleitoral.

Questão 08 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário - 2015


Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da
inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
Técnico Judiciário – Área Administrativa
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques

Alistamento eleitoral é o ato jurídico pelo qual a pessoa natural adquire, perante a
justiça eleitoral, capacidade eleitoral ativa e passa a integrar o corpo de eleitores de
determinada zona e seção eleitoral.

Procedimento de Alistamento
Questão 09 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão
adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
Os requerimentos de inscrição eleitoral ou de transferência do título de eleitor só
podem ser recebidos até cem dias antes da data da eleição.

Questão 10 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013 – questão


adaptada
Com relação a alistamento eleitoral, julgue o item a seguir.
Cabe ao alistando preencher o requerimento de alistamento eleitoral no cartório
eleitoral ou no posto de alistamento, e ao servidor da justiça eleitoral apenas digitar
posteriormente esse requerimento.

Transferência, Segunda Via e Revisão


Questão 11 – CESPE/TRE-MS - Analista Judiciário - Área Judiciária
- 2013
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, assinale a opção
correta no que se refere a alistamento eleitoral.
a) A segunda via do título de eleitor deve ser solicitada até trinta dias antes da
eleição, podendo ser entregue ao solicitante até dez dias antes do pleito.
b) O despacho de pedido de inscrição eleitoral, transferência ou segunda via proferido
pelo juiz eleitoral após o prazo legal estabelecido é crime para o qual é prevista pena
de reclusão e multa.
c) A exclusão de eleitor não pode ser promovida de ofício pelo magistrado.
d) No caso de exclusão de eleitor, a defesa deve ser feita por advogado constituído.

Questão 12 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
A segunda via do título de eleitor deve ser solicitada até trinta dias antes da eleição,
podendo ser entregue ao solicitante até dez dias antes do pleito.

Questão 13 – CESPE/TRE-MS - Programador de computador - 2013


Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, assinale a opção correta a respeito
da transferência do eleitor.
a) A transferência do eleitor independe de estar ele quite com a justiça eleitoral.
b) O despacho que indefere o pedido de transferência do eleitor é irrecorrível.

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
Técnico Judiciário – Área Administrativa
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques

c) O pedido de transferência do eleitor é feito no cartório de seu antigo domicílio


eleitoral, a quem cabe oficiar ao cartório do domicílio atual do eleitor para que se
efetive a transferência requerida.
d) Para a transferência do eleitor, exige-se que ele resida há pelo menos três meses
no novo domicílio, fato declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

Questão 14 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
O despacho de pedido de inscrição eleitoral, transferência ou segunda via proferido
pelo juiz eleitoral após o prazo legal estabelecido é crime para o qual é prevista pena
de reclusão e multa.

Questão 15 – CESPE/TRE-MS - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2013
Assinale a opção correta acerca de restabelecimento de inscrição cancelada por
equívoco, formulário de atualização da situação do eleitor, título eleitoral, acesso às
informações constantes do cadastro e restrição de direitos políticos.
a) Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da
emissão do título será a do deferimento pelo juiz.
b) Segundo a Resolução TSE n.º 21.538/2003, somente é admitido o
restabelecimento, mediante comando de código específico, de inscrição cancelada
em virtude de comando equivocado dos códigos atribuídos a falecimento, decisão
judicial e revisão do eleitorado.
c) Os juízes eleitorais podem, no âmbito de suas jurisdições, autorizar a divulgação
a interessados de dados disponíveis em meio magnético sobre profissão e
escolaridade dos eleitores, desde que sem ônus para a justiça eleitoral.
d) A comunicação ao Tribunal Superior Eleitoral da outorga a um brasileiro do gozo
dos direitos políticos em Portugal impede a suspensão, para esse indivíduo, desses
mesmos direitos no Brasil.

Questão 16 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
A transferência do eleitor independe de estar ele quite com a justiça eleitoral.

Questão 17 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
Para a transferência do eleitor, exige-se que ele resida há pelo menos três meses no
novo domicílio, fato declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

Questão 18 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
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À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item


abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
O despacho de pedido de inscrição eleitoral, transferência ou segunda via proferido
pelo juiz eleitoral após o prazo legal estabelecido é crime para o qual é prevista pena
de reclusão e multa.

Questão 19 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
O despacho que indefere o pedido de transferência do eleitor é irrecorrível.

Questão 20 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
O pedido de transferência do eleitor é feito no cartório de seu antigo domicílio
eleitoral, a quem cabe oficiar ao cartório do domicílio atual do eleitor para que se
efetive a transferência requerida.

Questão 21 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013 – questão


adaptada
Com relação a alistamento eleitoral, julgue o item a seguir.
No caso de dilaceração de título eleitoral, o requerimento da segunda via deverá ser
instruído com o título danificado.

Questão 22 – Inédita – 2014


A legislação eleitoral disciplina uma série de regras relativamente à transferência do
título eleitoral. Com base nesse assunto julgue a assertiva abaixo:
Para requerimento de transferência do título eleitoral exige-se de todos os eleitores
3 meses de domicílio no novo endereço.

Questão 23 – Inédita – 2014


A respeito das regras relativas à transferência do registro eleitoral, julgue o item
abaixo:
A apresentação do requerimento para a transferência (RAE) deverá ser apresentado
até 151º dia antes das eleições, exigindo-se o decurso de 1 ano desde a última
transferência, 3 meses no novo domicílio e quitação junto à Justiça Eleitoral.

Delegados, Encerramento e Cancelamento


Questão 24 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão
adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
A exclusão de eleitor não pode ser promovida de ofício pelo magistrado.

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
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Questão 25 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
No caso de exclusão de eleitor, a defesa deve ser feita por advogado constituído.

Questão 26 – CESPE/TJ-ES – Juiz - 2012


Acerca de alistamento eleitoral, transferência, delegados partidários perante o
alistamento, cancelamento e exclusão de eleitor, revisão e correição eleitorais,
assinale a opção correta.
a) Sempre que tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento da
inscrição, o juiz eleitoral determinará de ofício a exclusão do eleitor, dispensando-se
instauração de processo específico.
b) Para que o TSE determine de ofício a revisão ou correição das zonas eleitorais,
basta que o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em curso seja 10%
superior ao do ano anterior; ou que o eleitorado seja superior ao dobro da população
entre dez e quinze anos, somada à de idade superior a setenta anos, do território do
município; ou, ainda, que o eleitorado seja superior a 55% da população projetada
para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o município.
c) Para a transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico,
ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência, não se exigem
o transcurso de um ano do alistamento ou da última transferência nem a residência
mínima de três meses no novo domicílio.
d) Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido
dentro dos cento e oitenta dias anteriores à data da eleição, período considerado de
suspensão do alistamento.

Questão 27 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


Com base no disposto no Código Eleitoral (Lei n.º 4.737/1965) acerca do
cancelamento e da exclusão do alistamento eleitoral, julgue os itens a seguir.
Ressalvada a hipótese de falecimento, a partir da instauração do processo de
exclusão, o eleitor, preventivamente, já não poderá votar. Busca-se, com isso, evitar
que seja computado como válido voto passível de ser anulado posteriormente no
caso de sentença final que determine a exclusão do referido eleitor.

Questão 28 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


Com base no disposto no Código Eleitoral (Lei n.º 4.737/1965) acerca do
cancelamento e da exclusão do alistamento eleitoral, julgue os itens a seguir.
No processo de exclusão de alistamento eleitoral, a defesa pode ser realizada pelo
próprio interessado, por outro eleitor ou, ainda, por delegado de partido.

Questão 29 – CESPE/TRE-RJ – Técnico Judiciário – 2012


Acerca do alistamento eleitoral, julgue os próximos itens.
Caso seja detectada a existência, nos registros de determinado tribunal regional
eleitoral, de inscrição de um mesmo eleitor em mais de uma zona eleitoral sob sua
jurisdição, o fato deverá ser comunicado ao juiz competente para que se proceda ao
cancelamento de uma das inscrições.

Questão 30 – CESPE/TRE-RJ – Técnico Judiciário – 2012

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Acerca do alistamento eleitoral, julgue os próximos itens.


Cessada a causa do cancelamento, o eleitor estará automaticamente qualificado a
votar.

Questão 31 – CESPE/TRE-ES – Analista Judiciário – 2011


Com referência ao alistamento eleitoral, julgue os itens a seguir
No caso de algum cidadão maior de dezoito anos ser privado temporária ou
definitivamente dos direitos políticos, a autoridade responsável pela imputação da
pena deve providenciar a comunicação do fato ao juiz eleitoral ou ao TRE da
circunscrição em que o delito tenha sido praticado.

Questão 32 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário - 2015


Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da
inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.
Os institutos do cancelamento e de exclusão de eleitores não se complementam: não
há entre eles relação de causa e consequência.

Questão 33 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário - 2015


Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da
inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.
As únicas hipóteses de cancelamento da inscrição e a consequente exclusão do eleitor
do cadastro nacional são: suspensão dos direitos políticos, falecimento do eleitor,
pluralidade de inscrições e o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições
consecutivas.

Questão 34 – Inédita – 2014


Relativamente aos delegados de partidos políticos, que atuarão junto aos
procedimentos de alistamento eleitoral, julgue o item seguinte:
Cada partido poderá credenciar 2 delegados junto às Zonas Eleitorais e 3 perante o
TRE.

Questão 35 – Inédita – 2014


No que diz respeito às hipóteses de cancelamento e de exclusão da inscrição do
cadastro eleitoral, vejamos a seguinte situação-problema.
Maria Clara, desacreditada com o atual sistema político brasileiro, deixou de votar
durante as eleições de 2006 a 2012, não compareceu às urnas também em 2014.
Contudo, em razão dos resultados e da atual conjuntura político-econômica do Brasil
decidiu que exercerá novamente seu direito ao voto. Diante disso, compareceu à
Justiça Eleitoral para regularizar a situação da sua inscrição eleitoral.
Desse modo, considerando que em todos os anos eleitorais desde 2006 houve 2º
turno, julgue o item que segue:
A servidora da Justiça Eleitoral a informou que sua inscrição eleitoral encontra-se
cancelada.

Questão 36 – Inédita – 2014


No que diz respeito às hipóteses de cancelamento e de exclusão da inscrição do
cadastro eleitoral, vejamos a seguinte situação-problema.

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Maria Clara, desacreditada com o atual sistema político brasileiro, deixou de votar
durante as eleições de 2006 a 2012, não compareceu às urnas também em 2014.
Contudo, em razão dos resultados e da atual conjuntura político-econômica do Brasil
decidiu que exercerá novamente seu direito ao voto. Diante disso, compareceu à
Justiça Eleitoral para regularizar a situação da sua inscrição eleitoral.
Desse modo, julgue o item que segue:
Maria Clara foi corretamente informada de que receberá novo número de título
eleitoral.

Questão 37 – Inédita - 2014


No que diz respeito às hipóteses de cancelamento e exclusão da inscrição eleitoral,
julgue o item abaixo:
A partir da instauração do processo de cancelamento o eleitor não poderá mais votar
dada a possibilidade de alterar ilegitimamente o resultado das eleições.

11.2 Gabarito
Questão 01 – INCORRETA Questão 02 – CORRETA

Questão 03 – CORRETA Questão 04 – CORRETA

Questão 05 – A Questão 06 – D

Questão 07 - INCORRETA Questão 08 – CORRETA

Questão 09 - INCORRETA Questão 10 – INCORRETA

Questão 11 – B Questão 12 – INCORRETA

Questão 13 –D Questão 14 – CORRETA

Questão 15 – B Questão 16 – INCORRETA

Questão 17 – CORRETA Questão 18 – CORRETA

Questão 19 – INCORRETA Questão 20 – INCORRETA

Questão 21 – CORRETA Questão 22 – INCORRETA

Questão 23 – CORRETA Questão 24 – INCORRETA

Questão 25 – INCORRETA Questão 26 – CORRETA

Questão 27 – INCORRETA Questão 28 – CORRETA

Questão 29 – CORRETA Questão 30 – INCORRETA

Questão 31 – INCORRETA Questão 32 – INCORRETA

Questão 33 – INCORRETA Questão 34 – INCORRETA

Questão 35 – INCORRETA Questão 36 – CORRETA

Questão 37 – INCORRETA

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11.3 - Questões com Comentários


Noções Introdutórias
Questão 01 – CESPE/TJ-RJ – Juiz – 2014 – questão adaptada
Julgue o item a seguir.
A capacidade eleitoral ativa consiste nos direitos políticos do cidadão de votar e ser
votado.

Comentários
A assertiva está incorreta. A capacidade eleitoral se divide em ativa e
passiva. A capacidade eleitoral ativa garante a qualidade de eleitor, ou seja,
o direito de votar. Já a capacidade eleitoral passiva é a aptidão para ser
votado.

Questão 02 – CESPE/TJ-RJ – Juiz – 2014 – questão adaptada


Julgue o item a seguir.
São aplicáveis aos indígenas integrados, reconhecidos nos termos da legislação
especial, as exigências impostas para o alistamento eleitoral.

Comentários
A assertiva está correta. Os índios podem ser considerados, tendo em vista
sua integração com a sociedade, como isolados, em via de integração ou
integrados. Os índios integrados possuem plena capacidade eleitoral, desde
que se alistem conforme exige a lei.

Questão 03 – CESPE/TJ-SP – Juiz – 2013 – questão adaptada


Quanto ao alistamento eleitoral, julgue o item abaixo.
Podem alistar-se como eleitores os militares de carreira.

Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o texto constitucional, somente
os militares conscritos, ou seja, aqueles que estão em serviço militar
obrigatório, são inalistáveis. Os demais militares são plenamente alistáveis.

Questão 04 – CESPE/TJ-PR – Juiz – 2013 – questão adaptada


Sobre o tema de alistamento eleitoral, assinale o item a seguir.
O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e
facultativo para os analfabetos, maiores de setenta anos e para os maiores de
dezesseis anos e menores de dezoito anos.

Comentários
A assertiva está correta. Conforme vimos em aula, o alistamento e voto
são obrigatórios para aqueles que tiverem entre 18 e 70 anos. Em relação
aos maiores de 70, jovens entre 16 e 18, bem como os analfabetos o
alistamento e o voto serão facultativos.

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Questão 05 – CESPE/TRE-MS - Programador de computador - 2013


Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003 e na legislação eleitoral pertinente,
assinale a opção correta.
a) O pedido de justificação do eleitor que deixar de votar pode ser formulado na zona
eleitoral em que ele se encontrar, a qual providenciará sua remessa ao juízo
competente.
b) Um cidadão que tiver sido alfabetizado aos trinta anos de idade poderá requerer
seu alistamento eleitoral, desde que pague multa, no ato da inscrição, imposta pelo
juiz eleitoral em razão de seu alistamento tardio.
c) As informações constantes do cadastro eleitoral são sigilosas, não podendo ser
acessadas por instituições públicas ou privadas.
d) Toda e qualquer fraude, mesmo em proporção insignificante, acarreta a necessária
revisão do eleitorado pela respectiva junta eleitoral.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas da Resolução nº 21.538/2003, que são
abordadas nas alternativas.
A primeira alternativa envolve o art. 80, §2º. O pedido de justificação deve
ser dirigido ao juiz da zona eleitoral de inscrição, contudo, se o eleitor
estiver em outro local, poderá formular o pedido na zona eleitoral em que
se encontrar. Tal pedido deverá ser remetido ao juízo legalmente
competente.
§ 2º O pedido de justificação será sempre dirigido ao juiz eleitoral da zona de
inscrição, podendo ser formulado na zona eleitoral em que se encontrar o eleitor, a
qual providenciará sua remessa ao juízo competente.

Desse modo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.


A alternativa B está incorreta, uma vez que a Resolução isenta o
alfabetizado de multa no ato de inscrição.
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo.
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá requerer sua inscrição
eleitoral, não ficando sujeito à multa prevista no art. 15.

A alternativa C também está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 29:


Art. 29. As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às
instituições públicas e privadas e às pessoas físicas, nos termos desta
resolução.

Logo, se preenchidos os requisitos legais, os dados constantes do cadastro


eleitoral poderão ser acessados.
A alternativa D está incorreta em razão do que prevê o art. 58:
Art. 58. Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma
zona ou município, o Tribunal Regional Eleitoral poderá determinar a realização de
correição e, provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará,
comunicando a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, a revisão do eleitorado,
obedecidas as instruções contidas nesta resolução e as recomendações que
subsidiariamente baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições
correspondentes aos títulos que não forem apresentados à revisão.

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Veremos esse dispositivo com mais calma na próxima aula. Contudo, desde
logo devemos memorizar que a revisão do eleitoral por fraude deve ser
significativa a ponto de comprometer o resultado das eleições.

Questão 06 – CESPE/TRE-MS Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2013
Com relação a alistamento eleitoral, assinale a opção correta.
a) Proíbe-se o alistamento de menor que não tenha dezesseis anos de idade
completos na data de requerimento de inscrição eleitoral.
b) Ao brasileiro nato que deixar de se alistar até os dezenove anos de idade ou de
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior
à eleição subsequente à data em que completar dezenove anos de idade será aplicada
multa, cobrada no momento da entrega do título eleitoral.
c) Para efeito de transferência de domicílio eleitoral do eleitor, a residência mínima
de três meses no novo domicílio eleitoral deve ser cabalmente comprovada pelo
interessado por meio de comprovante de residência.
d) No caso de dilaceração de título eleitoral, o requerimento da segunda via deverá
ser instruído com o título danificado.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta. O período a ser considerado para fins de
alistamento é a data do pleito. Como dissemos, o menor de 15 anos poderá
se alistar, desde que complete 16 anos até a data das eleições. É o que
dispõe o art. 14, caput, da Resolução:
Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem eleições, do menor
que completar 16 anos até a data do pleito, inclusive.

A alternativa B está incorreta. Trata-se de uma pegadinha feita pelo


examinador. Vejamos o dispositivo da qual ela foi extraída:
Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não
se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em
multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

Portanto, a multa, no caso em tela, será exigida no ato da inscrição e não


no momento da entrega do título eleitoral.
A alternativa C está igualmente incorreta. Para fins de transferência do
domicílio será exigida residência mínima de três meses no novo domicílio
eleitoral. De todo modo, a aferição de tal requisito não se dará
exclusivamente mediante apresentação de comprovante de residência.
É importante mencionar que o domicílio eleitoral é amplo e poderá ser
comprovado de diversas formas a critério do juiz eleitoral. Ademais, aceita-
se, inclusive, conforme dispõe o art. 18 da Resolução que o eleitor poderá
declarar a residência sob as penas da lei.
Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes
exigências: (...)

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III – residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas
da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º);

A alternativa D é a correta e gabarito da questão, posto que exige a


literalidade do art. 19:
Art. 19. No caso de perda ou extravio do título, bem assim de sua inutilização ou
dilaceração, o eleitor deverá requerer pessoalmente ao juiz de seu domicílio eleitoral
que lhe expeça segunda via.
§ 1º Na hipótese de inutilização ou dilaceração, o requerimento será instruído com a
primeira via do título.

Questão 07 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013 – questão


adaptada
Com relação a alistamento eleitoral, julgue o item a seguir.
Proíbe-se o alistamento de menor que não tenha dezesseis anos de idade completos
na data de requerimento de inscrição eleitoral.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois a aferição da idade mínima é realizada na
data do pleito e não na data do requerimento da inscrição eleitoral.

Questão 08 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário - 2015


Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da
inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.
Alistamento eleitoral é o ato jurídico pelo qual a pessoa natural adquire, perante a
justiça eleitoral, capacidade eleitoral ativa e passa a integrar o corpo de eleitores de
determinada zona e seção eleitoral.

Comentários
Está correta a assertiva. Essa é uma das assertivas mais difíceis da nossa
bateria.
Ato jurídico é o fato jurídico humano. É o ato praticado pelo homem que
possui repercussão e importância para o direito, podendo ser lícito ou
ilícito.
Logo, podemos afirmar que o alistamento eleitoral é um ato jurídico,
embora não seja, em regra, um ato jurisdicional.
Notem:
ato jurídico ≠ ato jurisdicional
Um ato jurisdicional, em termos gerais, constitui a manifestação do
magistrado em um determinado processo que implica em decisão, ou seja,
com conteúdo deliberativo.

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
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O alistamento por sua vez é definido como um procedimento administrativo.


É o que nos ensina a doutrina de José Jairo Gomes9:
Entende-se por alistamento o procedimento administrativo-eleitoral pelo qual se
qualificam e se inscrevem os eleitores.

Embora o juiz analise o pedido de inscrição de determinado eleitor ele


apenas atestará que foram observados os requisitos exigidos na legislação
eleitoral para a inscrição do interessado no cadastro eleitoral.
Excepcionalmente, discorre a doutrina que o alistamento poderá se tornar
– além de um ato jurídico – um ato jurisdicional. Isso ocorrerá na hipótese
de indeferimento do alistamento e interposição de recurso pelo alistando.
Em caso de pronunciamento favorável que determine a inscrição, o
alistamento será um ato jurisdicional.

Se você teve dificuldades nas QUESTÕES 01 A 08 retome o estudo do


CAPÍTULO 2 desta aula.

Procedimento de Alistamento
Questão 09 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão
adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
Os requerimentos de inscrição eleitoral ou de transferência do título de eleitor só
podem ser recebidos até cem dias antes da data da eleição.

Comentários
A assertiva está incorreta, devido a alteração processada pela lei 9.504. O
prazo era de 100 dias antes das eleições para que nenhum requerimento
de inscrição ou cancelamento eleitoral fosse recebido, todavia, agora o
prazo previsto no artigo 91, da Lei 9.504, é de 150 dias antes da eleição.
Vejamos o artigo alterador.
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido
dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição.

Questão 10 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013 – questão


adaptada
Com relação a alistamento eleitoral, julgue o item a seguir.
Cabe ao alistando preencher o requerimento de alistamento eleitoral no cartório
eleitoral ou no posto de alistamento, e ao servidor da justiça eleitoral apenas digitar
posteriormente esse requerimento.

9
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual e ampl., São Paulo: Editora
Atlas S/A, 2014, p. 131.

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Comentário
A assertiva está incorreta. O art. 9º, da Resolução nº 21.538 trata desse
procedimento. Como expressa a letra de lei, caberá ao servidor e não ao
alistando o preenchimento do RAE. O servidor preenche e digitaliza o
requerimento.
Art. 9º No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o servidor da Justiça
Eleitoral preencherá o RAE ou digitará as informações no sistema de acordo
com os dados constantes do documento apresentado pelo eleitor, complementados
com suas informações pessoais, de conformidade com as exigências do
processamento de dados, destas instruções e das orientações específicas.
§ 1º O RAE deverá ser preenchido ou digitado e impresso na presença do
requerente.
§ 2º No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua
preferência sobre local de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral.
§ 3º Para os fins o § 2º deste artigo, será colocada à disposição, no cartório ou posto
de alistamento, a relação de todos os locais de votação da zona, com os respectivos
endereços.
§ 4º A assinatura do requerimento ou a aposição da impressão digital do polegar será
feita na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que deverá atestar, de imediato, a
satisfação dessa exigência.

Se você teve dificuldades nas QUESTÕES 09 A 10 retome o estudo do


CAPÍTULO 3 desta aula.

Transferência, Segunda Via e Revisão


Questão 11 – CESPE/TRE-MS - Analista Judiciário - Área Judiciária
- 2013
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, assinale a opção
correta no que se refere a alistamento eleitoral.
a) A segunda via do título de eleitor deve ser solicitada até trinta dias antes da
eleição, podendo ser entregue ao solicitante até dez dias antes do pleito.
b) O despacho de pedido de inscrição eleitoral, transferência ou segunda via proferido
pelo juiz eleitoral após o prazo legal estabelecido é crime para o qual é prevista pena
de reclusão e multa.
c) A exclusão de eleitor não pode ser promovida de ofício pelo magistrado.
d) No caso de exclusão de eleitor, a defesa deve ser feita por advogado constituído.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta. Segundo o CE, em caso de extravio ou
perda, a solicitação de 2º via deverá ser efetuada até 10 dias antes do
pleito, e não até 30 dias antes do pleito conforme menciona a alternativa.

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Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu
domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda
via.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que


dispõe o art. 68, §2º, do CE:
§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via, proferido
após esgotado o prazo legal, sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.

Vejamos, em sequência, a tipificação do art. 291, do CE:


Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena -Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Desse modo, os dispositivos citados trazem uma possibilidade de imputação


penal ao juiz eleitoral que não atender tempestivamente às solicitações de
inscrição, transferência ou segunda via efetuadas dentro do prazo previsto
na legislação eleitoral.
A alternativa C está igualmente incorreta, uma vez que o art. 71, §1º,
do CE prevê que verificadas algumas das causas de cancelamento do
título, o juiz eleitoral poderá agir de ofício. Memorizem essa informação,
pois é muito cobrada em prova.
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretará a
exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio , a requerimento de delegado
de partido ou de qualquer eleitor.

Apenas para fixamos, vejamos quais são as hipóteses de cancelamento


previstas:
 a infração dos arts. 5º e 42 (inalistáveis e não demonstração do
domicílio eleitoral);
 a suspensão ou perda dos direitos políticos;
 a pluralidade de inscrição;
 o falecimento do eleitor;
 deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.
A alternativa D está incorreta porque não há previsão expressa de que a
defesa deverá ser efetuada por advogado constituído. De acordo com o art.
73, do CE, pelo contrário, há previsão de que a defesa poderá ser feita pelo
interessado, por outro eleitor ou por delegado de partido.
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro
eleitor ou por delegado de partido.

Questão 12 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
A segunda via do título de eleitor deve ser solicitada até trinta dias antes da eleição,
podendo ser entregue ao solicitante até dez dias antes do pleito.

Comentários

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A assertiva está incorreta por apresentar o prazo errado para


requerimento da segunda via do título de eleitor. Vejamos o artigo 52, do
CE.
Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu
domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda via.

Assim, a segunda via pode ser requerida até 10 dias antes das eleições e
não 30 como diz a questão.

Questão 13 – CESPE/TRE-MS - Programador de computador - 2013


Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, assinale a opção correta a respeito
da transferência do eleitor.
a) A transferência do eleitor independe de estar ele quite com a justiça eleitoral.
b) O despacho que indefere o pedido de transferência do eleitor é irrecorrível.
c) O pedido de transferência do eleitor é feito no cartório de seu antigo domicílio
eleitoral, a quem cabe oficiar ao cartório do domicílio atual do eleitor para que se
efetive a transferência requerida.
d) Para a transferência do eleitor, exige-se que ele resida há pelo menos três meses
no novo domicílio, fato declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

Comentários
Outra ótima questão para repassarmos pontos importantes da Resolução
TSE nº 21.538/2003. Vamos lá!
As alternativas A e C estão incorretas, posto que o que dispõe o art. 18.
Por outro lado, o mesmo dispositivo justifica a alternativa D, que está
correta:
Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se satisfeitas as seguintes
exigências:
I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo
estabelecido pela legislação vigente;
II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;
III - residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da
lei, pelo próprio eleitor;
IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral.

Assim:
a) A transferência do eleitor independe de estar ele quite com a justiça eleitoral.
c) O pedido de transferência do eleitor é feito no cartório de seu antigo domicílio
eleitoral, a quem cabe oficiar ao cartório do domicílio atual do eleitor para que se
efetive a transferência requerida.
e) A transferência do eleitor será admitida até três vezes em um mesmo ano.

Por fim, a alternativa B está incorreta em razão do que disciplina o §6º do


art. 18:
§ 5º Do despacho que indeferir o requerimento de transferência, caberá recurso
interposto pelo eleitor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá recorrer
qualquer delegado de partido político no prazo de dez dias, contados da colocação da

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respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15
de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao
requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem.

Como se extrai do dispositivo acima citado, é possível o recurso no prazo


de 5 dias.

Questão 14 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
O despacho de pedido de inscrição eleitoral, transferência ou segunda via proferido
pelo juiz eleitoral após o prazo legal estabelecido é crime para o qual é prevista pena
de reclusão e multa.

Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista que é exatamente o que prevê o
art. 68, §2º. O crime citado é cometido pelo juiz ao efetuar a inscrição
eleitoral de forma fraudulenta.
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze) horas do 69
(sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o juiz eleitoral declarará encerrada a
inscrição de eleitores na respectiva zona e proclamará o número dos inscritos até as
18 (dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará incontinente ao Tribunal
Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital, imediatamente afixado no
lugar próprio do juízo e divulgado pela imprensa, onde houver, declarando nele o
nome do último eleitor inscrito e o número do respectivo título, fornecendo aos
diretórios municipais dos partidos cópia autêntica desse edital.
§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via, proferido
após esgotado o prazo legal, sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.

Vejamos também qual o crime previsto no art. 291.


Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Questão 15 – CESPE/TRE-MS - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - 2013
Assinale a opção correta acerca de restabelecimento de inscrição cancelada por
equívoco, formulário de atualização da situação do eleitor, título eleitoral, acesso às
informações constantes do cadastro e restrição de direitos políticos.
a) Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da
emissão do título será a do deferimento pelo juiz.
b) Segundo a Resolução TSE n.º 21.538/2003, somente é admitido o
restabelecimento, mediante comando de código específico, de inscrição cancelada
em virtude de comando equivocado dos códigos atribuídos a falecimento, decisão
judicial e revisão do eleitorado.
c) Os juízes eleitorais podem, no âmbito de suas jurisdições, autorizar a divulgação
a interessados de dados disponíveis em meio magnético sobre profissão e
escolaridade dos eleitores, desde que sem ônus para a justiça eleitoral.

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d) A comunicação ao Tribunal Superior Eleitoral da outorga a um brasileiro do gozo


dos direitos políticos em Portugal impede a suspensão, para esse indivíduo, desses
mesmos direitos no Brasil.

Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta, posto que a data que será colocada no título
será do preenchimento do requerimento e não a data do deferimento do
pedido pelo juiz, conforme se extrai do art. 23, §2º, da Resolução TSE nº
21.538/2003:
§ 2º Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da
emissão do título será a de preenchimento do requerimento.

A alternativa B está correta. A alternativa envolve o restabelecimento de


inscrição por equívoco. De acordo com o art. 20, será admitido o
restabelecimento do título cancelado por equívoco.
Art. 20. Será admitido o restabelecimento, mediante comando do código FASE 361,
de inscrição cancelada em virtude de comando equivocado dos códigos FASE 019,
450 e 469.

Não se preocupem em memorizar esses códigos.


A alternativa C está incorreta, posto que informações de caráter
personalizado não poderão ser divulgadas pelo juiz eleitoral como prevê o
art. 29. Nesse contexto, informações como profissão e escolaridade dos
eleitores são informações que não podem ser divulgadas.
Art. 29. As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às
instituições públicas e privadas e às pessoas físicas, nos termos desta resolução.
§ 1º Em resguardo da privacidade do cidadão, não se fornecerão informações de
caráter personalizado constantes do cadastro eleitoral.
§ 2º Consideram-se, para os efeitos deste artigo, como informações personalizadas,
relações de eleitores acompanhadas de dados pessoais (filiação, data de nascimento,
profissão, estado civil, escolaridade, telefone e endereço).

A alternativa D está incorreta. Pelo contrário do que dispõe o art. 17 da


Resolução TSE nº 21.538/2003, caso sejam outorgados direitos políticos ao
brasileiro em Portugal, os direitos políticos no Brasil ficarão suspensos.
O subsídio dessa questão consta do art. 17 do nº 3.927/2001, que
internalizou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a
República Federativa do Brasil e a República Portuguesa:
Artigo 17
O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil
só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de
requerimento à autoridade competente. A igualdade quanto aos direitos políticos não
abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de
direitos equivalentes. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na
suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade.

Questão 16 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
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Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
A transferência do eleitor independe de estar ele quite com a justiça eleitoral.

Comentários
A assertiva está incorreta. O eleitor deve estar em dia com suas obrigações
eleitorais para que possa transferir seu título de eleitor para outro domicílio
eleitoral. É o que prevê o artigo 61, do CE.
Art. 61. Somente será concedida transferência ao eleitor que estiver quite com a
Justiça Eleitoral.

Questão 17 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
Para a transferência do eleitor, exige-se que ele resida há pelo menos três meses no
novo domicílio, fato declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

Comentários
A assertiva está correta. A comprovação de residência em novo domicílio
por pelo menos 03 meses é uma das exigências legais para transferência
do título de eleitor, a qual está prevista no art. 55, §1º, III.
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo
domicílio sua transferência, juntando o título anterior.
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade
policial ou provada por outros meios convincentes.

Questão 18 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
O despacho de pedido de inscrição eleitoral, transferência ou segunda via proferido
pelo juiz eleitoral após o prazo legal estabelecido é crime para o qual é prevista pena
de reclusão e multa.

Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista que é exatamente o que prevê o
art. 68, §2º.
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze) horas do 69
(sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o juiz eleitoral declarará encerrada a
inscrição de eleitores na respectiva zona e proclamará o número dos inscritos até as
18 (dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará incontinente ao Tribunal
Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital, imediatamente afixado no
lugar próprio do juízo e divulgado pela imprensa, onde houver, declarando nele o
nome do último eleitor inscrito e o número do respectivo título, fornecendo aos
diretórios municipais dos partidos cópia autêntica desse edital.

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§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via, proferido


após esgotado o prazo legal, sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.

Vejamos também qual o crime previsto no art. 291.


Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Questão 19 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
O despacho que indefere o pedido de transferência do eleitor é irrecorrível.

Comentário
A assertiva está incorreta, tendo em vista que é possível o recurso contra
o despacho de indeferimento do pedido de transferência do título de eleitor.
De acordo com o art. 57, § 3º, o recurso será cabível frente ao TRE
competente e deverá ser realizado no prazo de 03 dias.
Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral será imediatamente
publicado na imprensa oficial na Capital, e em cartório nas demais localidades,
podendo os interessados impugná-lo no prazo de dez dias. (Redação dada pela Lei
nº 4.961, de 1966)
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, o
eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a mesma negada, ou qualquer delegado
de partido, quando o pedido for deferido.

Questão 20 – CESPE/TRE-MS – Programador de Computador – 2013


– questão adaptada
Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003, julgue o item a seguir a respeito
da transferência do eleitor.
O pedido de transferência do eleitor é feito no cartório de seu antigo domicílio
eleitoral, a quem cabe oficiar ao cartório do domicílio atual do eleitor para que se
efetive a transferência requerida.

Comentários
A assertiva está incorreta, posto que o pedido de transferência do título
de eleitor deve ser realizado perante o juízo do novo domicílio. Não faria
sentido requerer a transferência do domicílio antigo, pois o eleitor não mais
reside naquele local.
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo
domicílio sua transferência, juntando o título anterior.

Questão 21 – CESPE/TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013 – questão


adaptada
Com relação a alistamento eleitoral, julgue o item a seguir.
No caso de dilaceração de título eleitoral, o requerimento da segunda via deverá ser
instruído com o título danificado.

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Comentários
A assertiva está correta pelo que prescreve o art. 52, § 1º.
Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu
domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda via.
§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em cartório, pessoalmente, pelo
eleitor, instruído o requerimento, no caso de inutilização ou dilaceração, com a
primeira via do título.

Questão 22 – Inédita – 2014


A legislação eleitoral disciplina uma série de regras relativamente à transferência do
título eleitoral. Com base nesse assunto julgue a assertiva abaixo:
Para requerimento de transferência do título eleitoral exige-se de todos os eleitores
3 meses de domicílio no novo endereço.

Comentários
A questão contempla uma pegadinha maldosa.
O art. 55, §2º, disciplina regra específica para os servidores públicos
que tenham sido removidos ou transferidos. Para ele NÃO se aplica a
exigência de 3 meses de domicílio no novo endereço.
Logo, a assertiva está incorreta.

Questão 23 – Inédita – 2014


A respeito das regras relativas à transferência do registro eleitoral, julgue o item
abaixo:
A apresentação do requerimento para a transferência (RAE) deverá ser apresentado
até 151º dia antes das eleições, exigindo-se o decurso de 1 ano desde a última
transferência, 3 meses no novo domicílio e quitação junto à Justiça Eleitoral.

Comentários
Justamente isso, na realidade, fizemos essa questão para que vocês
revisem e fixem bem essas informações. Vide, portanto, o quadro de aula:

Requerimento até o 151º dia antes das


eleições.

Decurso do prazo de 1 anos desde a


última transferência.
TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO
ELEITORAL Pelo mesmo 3 meses de residência no
novo domicílio (exceto servidores
removidos ou transferidos)

Quitação com a Justiça Eleitoral.

Desse modo, está correta assertiva.

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Se você teve dificuldades nas QUESTÕES 11 A 23 retome o estudo dos


CAPÍTULOS 4, 5, 6 E 7 desta aula.

Delegados, Encerramento e Cancelamento


Questão 24 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão
adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
A exclusão de eleitor não pode ser promovida de ofício pelo magistrado.

Comentários
A assertiva está incorreta. O art. 71 trata das causas de cancelamento do
título de eleitor e o § 1º prevê que é possível o cancelamento de ofício,
vejamos:
Art. 71. São causas de cancelamento:
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretará a
exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio, a requerimento de delegado
de partido ou de qualquer eleitor.

No mesmo sentido está a previsão do art. 74.


Art. 74. A exclusão será mandada processar "ex officio" pelo juiz eleitoral, sempre
que tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento.

Questão 25 – CESPE/TRE-MS – Analista Judiciário – 2013 – questão


adaptada
À luz da legislação de regência e da Resolução/TSE/21.538/2003, julgue o item
abaixo no que se refere a alistamento eleitoral.
No caso de exclusão de eleitor, a defesa deve ser feita por advogado constituído.

Comentário
A assertiva está incorreta, pois a defesa da exclusão da pessoa como
eleitor pode ser feita pelo interessado, outro eleitor ou delegado do partido.
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro
eleitor ou por delegado de partido.

Questão 26 – CESPE/TJ-ES – Juiz - 2012


Acerca de alistamento eleitoral, transferência, delegados partidários perante o
alistamento, cancelamento e exclusão de eleitor, revisão e correição eleitorais,
assinale a opção correta.
a) Sempre que tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento da
inscrição, o juiz eleitoral determinará de ofício a exclusão do eleitor, dispensando-se
instauração de processo específico.
b) Para que o TSE determine de ofício a revisão ou correição das zonas eleitorais,
basta que o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em curso seja 10%

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superior ao do ano anterior; ou que o eleitorado seja superior ao dobro da população


entre dez e quinze anos, somada à de idade superior a setenta anos, do território do
município; ou, ainda, que o eleitorado seja superior a 55% da população projetada
para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o município.
c) Para a transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico,
ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência, não se exigem
o transcurso de um ano do alistamento ou da última transferência nem a residência
mínima de três meses no novo domicílio.
d) Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido
dentro dos cento e oitenta dias anteriores à data da eleição, período considerado de
suspensão do alistamento.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Embora seja possível a atuação de ofício do
juiz eleitoral, ele deverá instaurar o procedimento específico, conforme
disciplina o art. 74, do CE:
Art. 74. A exclusão será mandada processar ex officio pelo juiz eleitoral, sempre que
tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento.

A alternativa B está incorreta em razão do que dispõe o art. 58, §1º, da


Resolução TSE nº 21.538/2003:
§1º O Tribunal Superior Eleitoral determinará, de ofício, a revisão ou correição das
zonas eleitorais sempre que: o total de transferências de eleitores ocorridas no ano
em curso seja dez por cento superior ao do ano anterior; o eleitorado for superior ao
dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de idade superior a setenta
anos do território daquele município; o eleitorado for superior a sessenta e cinco por
cento da população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, posto que reproduz


o art. 18, §1º, da Resolução, já citada nos comentários.
A alternativa D está incorreta, posto que o prazo será de 150 dias e não
de 180, conforme o art. 91 da Lei das Eleições:
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido
dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da eleição.

Questão 27 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


Com base no disposto no Código Eleitoral (Lei n.º 4.737/1965) acerca do
cancelamento e da exclusão do alistamento eleitoral, julgue os itens a seguir.
Ressalvada a hipótese de falecimento, a partir da instauração do processo de
exclusão, o eleitor, preventivamente, já não poderá votar. Busca-se, com isso, evitar
que seja computado como válido voto passível de ser anulado posteriormente no
caso de sentença final que determine a exclusão do referido eleitor.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois não há hipótese de afastamento preventivo
do direito de votar. De fato, é o exato contrário, o eleitor poderá votar até
sua exclusão definitiva. Vejamos o que prescreve o art. 72, do CE.
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar validamente.

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DIREITO ELEITORAL PARA O TRE/PI
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Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido interpostos


recursos das decisões que as deferiram, desde que tais recursos venham a ser
providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos os votos se o seu
número fôr suficiente para alterar qualquer representação partidária ou classificação
de candidato eleito pelo princípio maioritário.

Questão 28 – CESPE/TRE-RJ – Analista Judiciário – 2012


Com base no disposto no Código Eleitoral (Lei n.º 4.737/1965) acerca do
cancelamento e da exclusão do alistamento eleitoral, julgue os itens a seguir.
No processo de exclusão de alistamento eleitoral, a defesa pode ser realizada pelo
próprio interessado, por outro eleitor ou, ainda, por delegado de partido.

Comentários
A assertiva está correta, com base no art. 73 do CE.
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro
eleitor ou por delegado de partido.

Vamos relembrar o esquema sobre esse assunto.

DEFESA DAQUELE QUE TERÁ A


INSCRIÇÃO CANCELADA

Delegado de
Próprio interessado Outro eleitor
Partido

Questão 29 – CESPE/TRE-RJ – Técnico Judiciário – 2012


Acerca do alistamento eleitoral, julgue os próximos itens.
Caso seja detectada a existência, nos registros de determinado tribunal regional
eleitoral, de inscrição de um mesmo eleitor em mais de uma zona eleitoral sob sua
jurisdição, o fato deverá ser comunicado ao juiz competente para que se proceda ao
cancelamento de uma das inscrições.

Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista a ordem de cancelamento trazida
no art. 75, do CE.
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento através de seu fichário, da
inscrição do mesmo eleitor em mais de uma zona sob sua jurisdição, comunicará o
fato ao juiz competente para o cancelamento, que de preferência deverá
recair:
I - na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
II - naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
III - naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última
eleição;
IV - na mais antiga.

Vejamos o esquema sobre o assunto.

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1º - inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral.

2ª - Inscrição cujo título não haja sido entregue ao


eleitor.

3ª - Inscrição cujo título não haja sido utilizado para o


exercício do voto na última eleição.

4ª - Inscrição mais antiga.

Questão 30 – CESPE/TRE-RJ – Técnico Judiciário – 2012


Acerca do alistamento eleitoral, julgue os próximos itens.
Cessada a causa do cancelamento, o eleitor estará automaticamente qualificado a
votar.

Comentários
A assertiva está incorreta, pois o eleitor deverá requerer nova inscrição e
qualificação. É o que estabelece o art. 81, do CE.
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado requerer novamente
a sua qualificação e inscrição.

Questão 31 – CESPE/TRE-ES – Analista Judiciário – 2011


Com referência ao alistamento eleitoral, julgue os itens a seguir
No caso de algum cidadão maior de dezoito anos ser privado temporária ou
definitivamente dos direitos políticos, a autoridade responsável pela imputação da
pena deve providenciar a comunicação do fato ao juiz eleitoral ou ao TRE da
circunscrição em que o delito tenha sido praticado.

Comentários
A assertiva está incorreta. O erro da assertiva está no final, quando diz
que a autoridade que impuser a pena deverá fazer a comunicação do eleitor
na circunscrição em que o delito foi praticado. Na verdade, essa
comunicação deve ser realizada na circunscrição em que residir o réu, de
acordo com o § 2º, do art. 71, do CE.
§ 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos privado temporária
ou definitivamente dos direitos políticos, a autoridade que impuser essa pena
providenciará para que o fato seja comunicado ao juiz eleitoral ou ao Tribunal
Regional da circunscrição em que residir o réu.

Questão 32 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário - 2015

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Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da


inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.
Os institutos do cancelamento e de exclusão de eleitores não se complementam: não
há entre eles relação de causa e consequência.

Comentários
Está incorreta a assertiva. Há diferenças substanciais entre o
cancelamento e a exclusão inscrições eleitorais, vejamos:

CANCELAMENTO EXCLUSÃO

Na hipótese de cancelamento, a Na hipótese de exclusão, a


inscrição permanecerá inativa inscrição será expurgada do
no cadastro. sistema eleitoral.

Poderá o interessado requerer Poderá o interessado requerer


novo alistamento, caso em que novo alistamento, caso em que
restaurará o mesmo número receberá novo número de
de inscrição inscrição.

Em que pese as diferenças acima, a exclusão do cadastro eleitoral


ocorrerá após 6 anos do cancelamento da inscrição eleitoral,
denotando a correlação entre ambos.

Ocorrerá após seis anos do


EXCLUSÃO cancelamento da inscrição
eleitoral.

Questão 33 – CESPE/TRE-GO – Analista Judiciário - 2015


Julgue os itens seguintes, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da
inscrição eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.
As únicas hipóteses de cancelamento da inscrição e a consequente exclusão do eleitor
do cadastro nacional são: suspensão dos direitos políticos, falecimento do eleitor,
pluralidade de inscrições e o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições
consecutivas.

Comentários
Está incorreta a assertiva. As hipóteses de cancelamento da inscrição
eleitoral estão expressas no art. 71, da Resolução TSE nº 21.538/2003:
Art. 71. São causas de cancelamento:
I – a infração dos arts. 5º e 42 [inalistabilidade e falta de domicílio];
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição;
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.

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Notem que a assertiva deixou de fora a hipótese de inafastabilidade e de


falta do domicílio, o que por si só tornaria a assertiva incorreta, uma vez
que ela menciona: “as únicas hipóteses”. Paralelamente, equivoca-se ao
mencionar que ocorrida a hipótese de cancelamento há consequentemente
a exclusão do eleitor do cadastro eleitoral. A exclusão opera-se apenas com
o decurso de seis anos do cancelamento da inscrição.

Questão 34 – Inédita – 2014


Relativamente aos delegados de partidos políticos, que atuarão junto aos
procedimentos de alistamento eleitoral, julgue o item seguinte:
Cada partido poderá credenciar 2 delegados junto às Zonas Eleitorais e 3 perante o
TRE.

Comentários
A questão é maldosa e inverte as informações, posto que os partidos
políticos poderão manter dois delegados junto ao TRIBUNAL REGIONAL
ELEITORAL e de até três em cada ZONA ELEITORAL, conforme
dispositivos abaixo:
 art. 66, §§1º e 2º, do CE:
§ 1º Perante o Juízo Eleitoral, cada partido poderá nomear 3 (três) Delegados.
§ 2º Perante os Preparadores [perante a Zona Eleitoral], cada partido poderá
nomear até 2 (dois) Delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos.

 art. 28, caput, da Resolução TSE nº 21.538/2003:


Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão manter até dois
delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral e até três delegados em cada
zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais
de um delegado de cada partido.

Logo, a assertiva está incorreta.

Questão 35 – Inédita – 2014


No que diz respeito às hipóteses de cancelamento e de exclusão da inscrição do
cadastro eleitoral, vejamos a seguinte situação-problema.
Maria Clara, desacreditada com o atual sistema político brasileiro, deixou de votar
durante as eleições de 2006 a 2012, não compareceu às urnas também em 2014.
Contudo, em razão dos resultados e da atual conjuntura político-econômica do Brasil
decidiu que exercerá novamente seu direito ao voto. Diante disso, compareceu à
Justiça Eleitoral para regularizar a situação da sua inscrição eleitoral.
Desse modo, considerando que em todos os anos eleitorais desde 2006 houve 2º
turno, julgue o item que segue:
A servidora da Justiça Eleitoral a informou que sua inscrição eleitoral encontra-se
cancelada.

Comentários
Assim, vejamos uma linha do tempo:

2006 2007 2008 2009

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não votou no primeiro novamente não votou 1ª ano do


e no segundo turno. no primeiro e no cancelamento
segundo turno,
caracterizando, assim,
o cancelamento da
inscrição logo após o
primeiro turno, que
ocorreu em
05.10.2008

2010 2011 2012 2013

2º ano do 3º ano do 4º ano do 5º ano do


cancelamento cancelamento cancelamento cancelamento

2014 2015 2016 2018

6º ano do
cancelamento

Como Maria Clara deixou de votar pela terceira vez consecutiva em


05.10.2008. Em 06.10.2014 teremos o decurso dos 6 anos e, portanto, a
inscrição restará excluída.
Vejamos o que prevê o art. 47 da Resolução TSE nº 21.5038/2003,
fundamento da questão:
§ 3º Após o transcurso de seis anos, contados do processamento do código FASE
próprio, as inscrições canceladas serão excluídas do cadastro.

Lembre-se:

EXLUSÃO DO TÍTULO Transcurso de 6 anos


ELEITORAL do cancelamento.

Logo, a assertiva está incorreta.

Questão 36 – Inédita – 2014


No que diz respeito às hipóteses de cancelamento e de exclusão da inscrição do
cadastro eleitoral, vejamos a seguinte situação-problema.
Maria Clara, desacreditada com o atual sistema político brasileiro, deixou de votar
durante as eleições de 2006 a 2012, não compareceu às urnas também em 2014.
Contudo, em razão dos resultados e da atual conjuntura político-econômica do Brasil
decidiu que exercerá novamente seu direito ao voto. Diante disso, compareceu à
Justiça Eleitoral para regularizar a situação da sua inscrição eleitoral.
Desse modo, julgue o item que segue:
Maria Clara foi corretamente informada de que receberá novo número de título
eleitoral.

Comentários
Conforme vimos ao longo da aula, no caso de exclusão, dado o decurso do
prazo maior que seis anos, com a inscrição excluída, deverá requerer novo
alistamento hipótese em que receberá novo número de inscrição eleitoral.

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Logo a assertiva está correta.

Questão 37 – Inédita - 2014


No que diz respeito às hipóteses de cancelamento e exclusão da inscrição eleitoral,
julgue o item abaixo:
A partir da instauração do processo de cancelamento o eleitor não poderá mais votar
dada a possibilidade de alterar ilegitimamente o resultado das eleições.

Comentários
Sobre a matéria, vejamos o art. 72.
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar validamente.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido interpostos
recursos das decisões que as deferiram, DESDE QUE tais recursos venham a ser
providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos os votos SE o seu
número for suficiente para alterar qualquer representação partidária ou classificação
de candidato eleito pelo princípio majoritário.

Logo, a assertiva está incorreta, uma vez que somente após decisão a
respeito do processo de cancelamento é que o eleitor não poderá mais
exercer o direito ao voto.

Se você teve dificuldades nas QUESTÕES 24 A 37 retome o estudo dos


CAPÍTULOS 8, 9 E 10 desta aula.

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12 - Resumo Final
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo
dos principais aspectos estudados ao longo da aula.
Nossa sugestão é a de que esse resumo seja estudado
sempre previamente ao início da aula seguinte, como
forma de “refrescar” a memória. Além disso, segundo a
organização de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos
é fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem
dificuldade em compreender alguma informação, não
deixem de retornar à aula.
 Noções Introdutórias
 Conceito e natureza jurídica
Por alistamento eleitoral compreende-se o processo realizado para a
aquisição da cidadania.

ato administrativo de
regra
caráter vinculado
NATUREZA JURÍDICA
DO ALISTAMENTO
ELEITORAL
excepcionalmente, ato jurisdicional dado o
quando houver recurso conflito de interesses

Assim...

qualificação inscrição ALISTAMENTO

 Domicílio Eleitoral
Para fins eleitorais, o domicílio é o local onde o cidadão deve se alistar
e o local onde poderá candidatar-se a cargos eletivos.

DOMICÍLIO
ELEITORAL

Poderá ser, à escolha do interessado,


Lugar de residência ou moradia do qualquer dos lugares onde mantenha
requerente. vínculos políticos, sociais, afetivos,
patrimoniais ou de negócios.

 Alistamento Eleitoral Obrigatório e Facultativo

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maiores de 18
obrigatório
anos

ALISTAMENTO
analfabetos
ELEITORAL

adolescentes
facultativo entre 16 e 18
anos

maiores de 70

 Inalistabilidade

estrangeiro

INALISTÁVEIS conscrito

sem direitos políticos ou com os direitos


políticos suspensos

 Situações Específicas
 Alistamento por menor de 16 em ano eleitoral
Vimos que o menor entre 16 e 18 anos de idade possui o alistamento e voto
facultativos. Contudo, a Resolução TSE nº 21.538/2003 franqueia a
inscrição eleitoral do menor aos quinze anos de idade, desde que
complete 16 anos antes do pleito.
Essa regra existe, pois, de acordo com o art. 91 da Lei das Eleições,
“nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será
recebido dentro dos 150 dias anteriores à data das eleições.
O título eleitoral emitido aos 15 anos terá os efeitos diferidos para o
momento em que o adolescente atingir 16 anos de idade. Temos
efetivamente uma regra suspensiva. Somente com o atingimento dos 16
anos a inscrição eleitoral produzirá plenos efeitos e o jovem poderá exercer
a cidadania.
 Não aplicação de multa ao brasileiro nato que alistar-se até os 19 anos e
ao naturalizado que se alistar até um ano após adquirida a nacionalidade
ALISTAMENTO ATÉ OS 19 ANOS
O maior de 18 anos é obrigado a alistar-se e a votar! Essa é a regra geral
descrita na Constituição. Contudo, a aplicação de multa para aquele que
não se alistar ocorrerá apenas com atingimento dos 19 anos.
Assim, o sujeito que não se alistar até os 19 anos de idade sofrerá
multa a ser aplicada pelo Juiz Eleitoral.
ALISTAMENTO DO NATURALIZADO

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Em relação àquele que adquirir a nacionalidade brasileira está previsto o


prazo de um ano para alistamento eleitoral. Passado o período de um ano,
se não se alistar, sofrerá imposição de multa.
Do mesmo modo, se o período de um ano vencer em ano eleitoral, deve-se
observar o prazo do fechamento do cadastro eleitoral.
 Alistamento do alfabetizado
Vimos que o alistamento e o voto do analfabeto são facultativos. Caso
superada a condição de analfabetismo, o alistamento e voto tornam-se
obrigatórios. A multa não será aplicada a quem se alfabetizar.
 Procedimento de Alistamento

PROCEDIMENTO DO •processamento eletrônico


ALISTAMENTO •uniforme em todo o território nacional

 Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE)


O requerimento padrão a ser utilizado para o alistamento eleitoral é
denominado de Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), consistente
em um formulário no tamanho de uma folha onde haverá vários campos
para lançar as informações do alistando.
 Operações
O sistema de cadastro eleitoral é informado por uma série de operações,
cada uma delas registra uma situação específica em relação ao alistamento
eleitoral. Vejamos as operações que nos interessam:

OPERAÇÃO 1 OPERAÇÃO 3 OPERAÇÃO 5 OPERAÇÃO 7


ALISTAMENTO TRANSFERÊNCIA REVISÃO SEGUNDA VIA

 Título Eleitoral
O título é o documento que atesta o alistamento eleitoral,
habilitando o cidadão a exercer o direito de voto.
Para compreender a numeração do título, vejamos um exemplo:

Nos interessa a primeira parte, ou seja, o número do título, qual seja:

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0014501203 03 38

número em sequência unidade da federação, no caso o RJ dígito verificador

 Alistamento Eleitoral Inicial

Requerimento inicial de
inscrição eleitoral.

hipóteses
Quando se apresentar perante
a justiça e não for identificada
OPERAÇÃO 1 - inscrição em nenhuma zona
ALISTAMENTO eleitoral (do país ou exterior).

Quando o interessado se
apresentar e for encontrada
inscrição cancelada por
determinação de autoridade
judicial.

 Procedimento
O interessado deverá comparecer em cartório eleitoral para proceder ao
preenchimento do requerimento.
O RAE será preenchido pelo servidor, que após completar os campos do
formulário ou lançá-lo no sistema entregará o documento ao alistando para
conferência.
O eleitor poderá indicar o local de preferência para exercício do voto.
Além do preenchimento da RAE exige-se a apresentação de uma série de
documentos.

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carteira de identidade

DOCUMENTOS HÁBEIS PARA O carteira profissional


ALISTAMENTO

certificado de quitação do serviço militar

certidão de nascimento ou casamento

instrumento público do qual conste a idade


mínima de 16 anos e demais elementos
necessários ao alistamento

prazo de 10
dias (a contar
cabe recurso
da
do deferimento pelo partido
disponibilização
político
RECURSO - dias 01 e 15
CONTRA de cada mês)
DECISÃO DE
ALISTAMENTO
do cabe recurso no prazo de 5
indeferimento pelo interessado dias

Apresentado o recurso, terá o TRE respectivo o PRAZO DE 5 DIAS para


julgá-lo.
Para finalizar, vejamos uma linha do tempo que sintetiza o
procedimento por completo:

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Quinzenalmente é
Alistando comparece divulgada a lista dos
5 dias para entrega
à JE com os pedidos de inscrição
do documento.
documentos. (dias 01 e 15 de cada
mês).

Indeferido, abre-se
Deferido, o título será prazo de 5 dias para
Servidor preenche a o eleitor e, no caso
assinado e o eleitor
RAE e alistando a de deferimento, de
constará na lista de
assina 10 dias para delegado
eleitores.
de partido
impugnarem.

A RAE é apresentada
Efetuam-se eventuais O recurso será
ao juiz as 48 horas
diligências. analisado no prazo de
seguintes.
5 dias pelo TRE.

 Interrupção do contrato de trabalho para alistamento

INTERRUPÇÃO DO CONTRATO PARA ALISTAMENTO

•comunicação prévia do empregador com 48 horas de antecedência;


•afastamento por, no máximo, 2 dias.
•o empregado continua recebendo salário nos dias em que estiver
afastado.

 Alistamento eleitoral de pessoas com deficiência


Os arts. 49 e 50 tratam do alistamento com utilização do Braille. O Sistema
Braille é método de leitura para aqueles que são cegos. Há na Justiça
Eleitoral todo um aparato desenvolvido para permitir o exercício da
cidadania de pessoas com deficiência, inclusive atribuindo ao Juiz Eleitoral
a competência para providenciar meios para que a Justiça Eleitoral vá até
estabelecimentos de proteção aos cegos para efetivar a inscrição eleitoral.
Desse modo, tais pessoas poderão alistar-se eleitores valendo-se do
referido sistema.

•Gratuidade de certidões de nascimento e de casamento


para fins de alistamento eleitoral.
•Afastamento do trabalho, com remuneração, por até 2
MEIOS
dias para alistamento, desde que comunicado o
FACILITADORES
empregador com 48 horas de antecedência.
DO ALISTAMENTO
•Utilização do Sistema Braille para alistamento de
eleitores, com possibilidade de descolamento da Justiça
Eleitoral até as unidade de proteção aos cegos.

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 SEGUNDA VIA

•estiver devidamente inscrito


A OPERAÇÃO 7 - •com situação regular
SEGUNDA VIA - SERÁ
UTILIZADA SE O ELEITOR •não houver qualquer alteração nos dados
•apenas requerer novo título eleitoral

 Preenchidos os requisitos acima e o eleitor tiver perdido ou extraviado o


título eleitoral poderá requerer a segunda via.
 Dois procedimentos:
 Se o eleitor inutilizou ou dilacerou o título deverá apresentar o que
restou do documento.
 Se o eleitor perdeu ou extraviou o título deverá informar isso à Justiça
Eleitoral, que publicará edital para dar publicidade ao ato pelo prazo
de 5 dias. Passado esse prazo sem notícia do título ou impugnações,
a Justiça Eleitoral expede a nova via.

REQUERIMENTO DE 2ª VIA

requerimento na própria Zona requerimento fora do domicílio


Eleitoral eleitoral

deverá ser requerido até 10 deverá ser requerido prazo de


dias antes das eleições 60 dias antes das eleições

 TRANSFERÊNCIA
 A transferência será utilizada somente se houver mudança de
domicílio.

MUDANÇA DE DOCIMÍCIO = MUDANÇA DE MUNICÍPIO

 A transferência somente será utilizada caso haja inscrição no


cadastro eleitoral.
 Na transferência o interessado permanecerá com o mesmo número
de inscrição.

Requisitos para a transferência


 O interessado deverá apresentar o título originário para requerer a
transferência.
 O requerimento deverá ser efetuado até o 151º dia antes das
eleições.

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 Exige-se para a transferência o transcurso de pelo menos 1 ano da


inscrição definitiva.
 Exige-se, ainda, a comprovação de residência mínima de 3 meses no
novo domicílio.
 Embora o CE preveja que o interessado deverá apresentar prova do
novo domicílio por atestado da autoridade policial ou por outro documento
“convincente”, é suficiente a declaração do novo domicílio, sob as
penas da lei.
 Há uma regra específica para os servidores públicos que tenham sido
REMOVIDOS ou TRANSFERIDOS. Para eles NÃO se aplica a exigência
de 3 meses de domicílio no novo endereço muito menos a regra de
1 ano de alistamento ou da última para a transferência.

3 meses de
domicílio
REGRA ESPECÍICA - não precisa
SERVIDORES comprovar, se for
PÚBLICOS (e removido ou
membros da família) transferido: 1 ano do
alistamento ou
última transferência

Requerimento até o 151º dia antes das


eleições.

Decurso do prazo de 1 ano desde a


última transferência.
TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO
ELEITORAL Pelo mesmo 3 meses de residência no
novo domicílio (exceto servidores
removidos ou transferidos)

Quitação com a Justiça Eleitoral.

Hipóteses em que a transferência é vedada

inscrição coincidente ou suspensa

VEDA-SE A
TRANSFERÊNCIA DO cancelamento por suspensão ou
NÚMERO NAS perda dos direitos políticos
HIPÓTESES DE:

decisão de autoridade judiciária.

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Número da inscrição na transferência


 Quanto ao número do título, em regra, o eleitor permanecerá com o
número originário. Prevê a Resolução, todavia, que o número do título
poderá ser REUTILIZADO em algumas situações para outra inscrição em
caso de cancelamento.

SERÁ REUTILIZADO O NÚMERO DA


INSCRIÇÃO SE O CANCELAMENTO
DECORRER DE

deixar de votar
duplicidade/plurali revisão de
falecimento por 3 eleições
dade eleitorado.
consecutivas

 Síntese:

será utilizado o mesmo


EM REGRA, o registro
em caso de transferência

de inscrição coincidente
veda-se a transferência
do registro cancelado em razão de
QUANTO AO NÚMERO suspensão ou perda dos
DO TÍTULO... direitos políticos

do falecido

daquele que possuir


duplicidade/pluralidade
reutiliza-se o número
registro
daquele que deixar de
votar por 3 eleições

dos cancelados em razão


da revisão de eleitorado.

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Transferência e situações de duplicidade ou pluralidade


ORDEM DE CANCELAMENTO DE
INSCRIÇÕES DÚPLICES OU
PLÚRIMAS EM CASO DE
TRANSFERÊNCIA

1º - Transfere-se a inscrição utilizada


para votar e cancela-se a outra.

2º - Se nunca usadas para votar,


transfere-se a inscrição mais recente e
cancela-se a mais antiga.

Procedimento de transferência
 Recurso ou impugnação, em caso de indeferimento ou deferimento,
respectivamente.

•pelo eleitor
•em caso de indeferimento
•prazo de 5 dias, a contar da ciência da decisão
RECURSO

•pelo delegado de partido


•em caso de deferimento
•prazo de 10 dias a contados da publicação da lista (1º e 15º dia de
IMPUGNAÇÃO cada mês)

 Expedido o novo título eleitoral, o Juiz deverá:


 informar ao TRE, no prazo de 10 dias, encaminhando o título antigo
ou, em caso de extravio ou perda, a resposta emitida pelo Juiz
Eleitoral do domicílio anterior do eleitor; e
 comunicar ao Juiz da Zona Eleitoral de origem, na mesma data.
 A transferência constará da ficha eletrônica de eleitores, para eventual
consulta, e o processo de transferência será arquivado.

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NO CASO DE TRANSFERÊNCIA, PROVIDÊNCIAS A SEREM


TOMADAS PELO JUIZ ELEITORAL DE ORIGEM:

•Cancelamento da inscrição.
•Retirada do fichário da segunda parte do título.
•Comunicar ao TRE o cancelamento.
•Se houver mudança de Estado, deverá ser comunicado o Juiz Eleitoral
caso o eleitor esteja filiado a partido político.

•a transferência ocorrerá caso o eleitor esteja quite com a


Justiça Eleitoral;
•CE: se houver multa, o Juiz Eleitoral fixará o valor pelo
LEMBRE-SE... máximo, exceto se houver requerimento do eleitor para
que seja fixada pelo Juiz de Origem.
•RESOLUÇÃO TSE Nº 21.538/2003: se houver multa o Juiz
do local onde comparecer o eleitor arbitrária o valor.

 REVISÃO

•alteração do local de votação dentro do mesmo município


OPERAÇÃO 5 - (com ou sem alteração da zona eleitoral)
REVISÃO •retificação de dados pessoais
•regularização da situação de inscrição cancelada

 Comparando as operações que já estudadas, temos:

MUDANÇA DE DOMICÍLIO? •OPERAÇÃO 3 - TRANSFERÊNCIA

MUDANÇA DE ZONA
•OPERAÇÃO 5 - REVISÃO
ELEITORAL?

MUDANÇA DE LOCAL DE
•OPERAÇÃO 5 - REVISÃO
VOTAÇÃO?

 Síntese:

EXPEDIÇÃO AUTOMÁTICA e MANTÉM A DATA DO DOMICÍLIO

revisão segunda via

 Delegados de partido perante alistamento


Os partidos políticos poderão manter dois delegados junto ao TRIBUNAL
REGIONAL ELEITORAL e até três em cada ZONA ELEITORAL.

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DELEGADOS DE
PARTIDOS

número atribuições

3 Zona
2 TRE Examinar os
Eleitoral Acompanhar os
documentos
procedimentos e Requerer a
relativos aos
alistamento exclusão de
pedidos de
(inscrição, registro do
alistamento,
transferência, cadastro.
transferência,
revisão, 2ª via)
revisão e 2º via.

 Encerramento do alistamento
O cadastro eleitoral PARA ALISTAMENTO E TRANSFERÊNCIA
permanece fechado nos 150 dias que antecedem as eleições. É
justamente disso que trata o encerramento do alistamento.
O encerramento do período de alistamento eleitoral é marcado pela
realização de uma audiência pública. Com a ocorrência da audiência pública,
vedam-se alterações no cadastro eleitoral, dado o encerramento do
alistamento.
O cadastro eleitoral somente poderá ser reaberto, com a conclusão
dos trabalhos pela junta eleitoral. Ou seja, com o encerramento das
eleições.
 Cancelamento e Exclusão

CANCELAMENTO EXCLUSÃO

Na hipótese de cancelamento, a Na hipótese de exclusão, a


inscrição permanecerá inativa inscrição será expurgada do
no cadastro. sistema eleitoral.

Poderá o interessado requerer Poderá o interessado requerer


novo alistamento, caso em que novo alistamento, caso em que
restaurará o mesmo número receberá novo número de
de inscrição inscrição.

Assim:

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CANCELAMENTO temporário

EXCLUSÃO definitivo

Ocorrerá após 6 anos do


EXCLUSÃO cancelamento da inscrição
eleitoral.

O art. 71 do CE arrola as diversas hipóteses de cancelamento.

Inalistabilidade

Ausência de Domicílio Eleitoral

CAUSAS DE
Suspensão/perda dos Direitos Políticos
CANCELAMENTO

Pluralidade de Inscrição

Falecimento do eleitor

O importante é saber quem são os legitimados para requerer o


cancelamento:
4. Juiz Eleitoral, de ofício (ex officio);
5. Requerimento do Delegado de Partido; e
6. Requerimento pelo eleitor.
Enquanto não for definitiva a decisão acerca do cancelamento ou
exclusão da inscrição, o eleitor poderá continuar votando
regularmente.
Cancelada a inscrição o voto somente será anulado numa situação bastante
específica: apenas se somados, os votos de eleitores cuja inscrição
foi cancelada forem suficientes para alterar o resultado.
Como o cancelamento ou a exclusão de inscrição eleitoral são realizados
por intermédio de um procedimento, é necessária a defesa daquele que
sofrerá as consequências.

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DEFESA DAQUELE QUE TERÁ A


INSCRIÇÃO CANCELADA

Delegado de
Próprio interessado Outro eleitor
Partido

Há a possibilidade de o Juiz Eleitoral iniciar o procedimento de exclusão do


eleitor do cadastro eleitoral, desde que tenha conhecimento de alguma das
hipóteses que estudamos acima.
O batimento ou cruzamento de dados constantes do cadastro
eleitoral atualmente é realizado pelo TSE por intermédio de
processamento eletrônico. Se o TRE efetuar tal batimento e perceber a
duplicidade ou pluralidade de inscrições para uma mesma pessoa
deverá comunicar o Juiz Eleitoral competente para que inicie o processo de
cancelamento.
O que é importante desse dispositivo, em verdade, é compreender a regra
para o cancelamento. Nos seus incisos o dispositivo estabelece uma ordem
de parâmetros a serem observados para o cancelamento. Frise-se: ESSES
PARÂMETROS DEVEM SER OBSERVADOS EM ORDEM.

1º - inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral.

2ª - Inscrição cujo título não haja sido entregue ao


eleitor.

3ª - Inscrição cujo título não haja sido utilizado para o


exercício do voto na última eleição.

4ª - Inscrição mais antiga.

 Procedimento de cancelamento
Notificada a irregularidade será instaurado o procedimento. O Juiz
determinará a autuação do processo com os documentos necessários.
Em seguida será publicado edital pelo prazo de 10 dias para ciência dos
interessados, que poderão, nos 5 dias seguintes, impugnar o processo.
Nos 5 a 10 dias seguintes haverá a instrução probatória, onde os
interessados trarão ao processo provas comprovando o cancelamento ou
provando a idoneidade da inscrição.
Finalmente, o processo será remetido ao juiz eleitoral, que decidirá no prazo
de 5 dias.

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A decisão favorável ao cancelamento implicará:


 Retirada do eleitor o cadastro eletrônico de eleitores com registro da
ocorrência que será anexado ao processo de cancelamento;
 Registro da ocorrência em livro próprio;
 Exclusão da inscrição de fichários e lista de eleitores;
 Anotação dos claros nas pastas de votação (ocorre eletronicamente);
e
 Comunicação do TRE para anotações próprias.
Vejamos, por fim, uma linha do tempo do processo de cancelamento:
Notificada a
irregularidade
será instaurado o
Edital pelo prazo
procedimento. O
de 10 dias para Impugnação no
Juiz determinará
ciência dos prazo de 5 dias.
a autuação do
interessados.
processo com os
documentos
necessários.

Nos 5 a 10 dias
Decisão no Juiz
Reucrso ao TRE no seguintes haverá a
Eleitoral no prazo
prazo de 3 dias. instrução
de 5 dias.
probatória.

Por fim, como dissemos, cessada a causa do cancelamento, poderá o eleitor


requerer novamente a inscrição eleitoral!

13 - Considerações Finais
Concluímos a aula de hoje. Foi uma aula extensa, mas muito importante,
pois o alistamento eleitoral representa o dia a dia do cargo pleiteado.
Na próxima aula daremos continuidade ao estudo de Alistamento Eleitoral.
Até lá.
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
https://www.facebook.com/ricardo.s.torques

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