Sunteți pe pagina 1din 90

A RELAÇÃO ENTRE TRANSPORTE E TURISMO: O CASO DO RIO DE JANEIRO

Daniele Cabral Gonçalves

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS


PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM
ENGENHARIA DE TRANSPORTES.

Aprovada por:

_______________________________________________
Prof. Ronaldo Balassiano, Ph.D.

_______________________________________________
Prof. Marcio Peixoto de Sequeira Santos, Ph.D.

_______________________________________________
Prof. Respício Antônio do Espírito Santo Junior, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL.


ABRIL DE 2008
GONÇALVES, DANIELE CABRAL
A relação entre transporte e turismo: o caso
do Rio de Janeiro [Rio de Janeiro] 2008
XII, 78 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia de Transportes, 2008)
Dissertação - Universidade Federal do Rio
de Janeiro, COPPE.
1. Planejamento de Transporte
2. Transporte turístico
3. Turismo
I. COPPE/UFRJ II. Título ( série )

ii
Dedicatória

Dedico esse trabalho aos meus pais, ao meu marido e à minha família.

iii
Agradecimento

Mesmo sendo perigoso confiar na minha memória, faço questão de agradecer,


nominalmente, as pessoas que de alguma forma me ajudaram nesse trabalho e em toda
minha trajetória até aqui:

À Deus, pela vida.

Aos meus pais Ronaldo e Maria Alice, pelo amor incondicional e pela paciência.

Ao meu marido Francisco, por ser simplesmente você.

À minha irmã Richele, por ser um exemplo.

Aos meus irmãos Gisele e Frederico, e aos meus cunhados Cláudio e Rodrigo pela
força nos momentos que precisei.

Ao meu orientador Ronaldo Balassiano, pela objetiva orientação.

Ao tio Willian Aquino, por ser o maior incentivador do meu trabalho.

Às Estefânia e Carolzinha, amigas para sempre.

Ao André Maia, pela revisão deste trabalho.

Aos amigos Manuel, Max, Mara, Karioca, Regina e a todos os colegas de turma que
me ajudaram na difícil tarefa de entender a engenharia.

Aos professores Rômulo e Marcio Peixoto pela ajuda quando da ausência do meu
orientador no Brasil.

Ao professor Paulo César por me ensinar estatística.

Aos funcionários, do Lampet, André, da secretaria Helena e Alberto e todos os outros


funcionários e seguranças do bloco H que sempre estavam prontos a ajudar.

iv
À Beatriz e aos funcionários da Rodoviária Novo Rio que me atenderam, muito bem,
nas inúmeras visitas para realização do questionário.

À INFRAERO, pela autorização para a realização da pesquisa no Aeroporto Tom Jobim


– Galeão.

Ao CNPQ pelo incentivo financeiro ao meu trabalho.

E aos de quem me esqueci e aos anônimos que também contribuíram com este trabalho.

v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

A RELAÇÃO ENTRE TRANSPORTE E TURISMO: O CASO DO RIO DE JANEIRO

Daniele Cabral Gonçalves


Abril/2008

Orientador: Ronaldo Balassiano

Programa: Engenharia de Transporte

Independentemente da existência de atrativos em uma cidade, deve-se analisar o


setor de turismo, como integrante do setor econômico. É importante que cada turista que
visite a cidade, possa desfrutar das opções turísticas existentes, com conforto,
segurança, e, sobretudo, com percepção de que os serviços a eles ofertados atendem
adequadamente suas necessidades.

Entre esses serviços, o setor de transportes, talvez seja, ao lado do setor


hoteleiro, um dos principais setores, uma vez que para ter turismo necessita-se de
hospedagem e transporte.

O objetivo deste trabalho foi analisar a influência do transporte público na


preferência do turista nacional na escolha do ponto turístico a ser visitado na cidade do
Rio de Janeiro. A utilização de questionários visando identificar a influência do sistema de
transportes públicos na acessibilidade e escolha dos pontos turísticos identificados na cidade
foi realizada na Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Tom Jobim os locais de entrada de
turistas na cidade de maior concentração.

Foram entrevistados, no total, 400 turistas no Aeroporto Tom Jobim e na Rodoviária


Novo Rio, sendo essas entrevistas feitas nas áreas de embarque.

Pretendeu-se desenvolver um trabalho teórico refletindo a realidade carioca que seja


capaz de auxiliar no processo de Planejamento de Transportes, aumentando a qualidade de
vida nas cidades.

vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

THE RELATIONSHIP BETWEEN TRANSPORT AND TOURISM: THE CASE OF


RIO DE JANEIRO

Daniele Cabral Gonçalves


April/2008

Advisor: Ronaldo Balassiano

Program: Transportation Engineering

Regardless of the existence of attractive in a city, you should analyze the sector
of tourism, as part of the economic sector. It is important that each tourist that visits the
city can enjoy the tourist existing options, with comfort, security, and above all with the
perception that they offered services to adequately meet their needs.

Among these services, the transport sector, it may be next to the hospitality
industry, a major industry since tourism needs to take is lodging and transportation.

The objective of this study was to analyze the influence of public transport in
preference of domestic tourists in choosing the point tourist to be visited in the city of
Rio de Janeiro. The use of questionnaires to identify the influence of the public
transport system in the accessibility and choice of sights identified in the city was held
at Rodoviária Novo Rio and Tom Jobim Airport places of entry of tourists in the city of
greater concentration.

We interviewed a total, 400 tourists in the Tom Jobim Airport in Rodoviária


Novo Rio, and these interviews made in the areas of shipment.

Bi it self develop a theoretical work reflecting the reality that Rio is able to assist
in the process of planning for Transport, increasing the quality of life in cities.

vii
SUMÁRIO

Lista de Figuras ..............................................................................................................x


Lista de Gráficos.............................................................................................................xi
Lista de Tabelas.............................................................................................................xii

1. Introdução .................................................................................................................1
1.1. Objetivos .............................................................................................................1
1.1.1. Objetivo principal .....................................................................................1
1.1.2. Objetivos Secundários ..............................................................................1
1.2. Relevância ...........................................................................................................3
1.3. Metodologia do trabalho .....................................................................................4
1.4. Estrutura do trabalho ...........................................................................................4
2. Revisão de Literatura ...............................................................................................6
2.1. Perfil do Turismo .................................................................................................8
2.1.1. O Consumidor ...........................................................................................8
2.2. A oferta turística ................................................................................................11
2.2.1. Produto turístico ......................................................................................11
2.3. Demanda Turística ............................................................................................11
3. O Turismo no contexto nacional ...........................................................................13
3.1. O turismo no Rio de Janeiro ..............................................................................14
4. Transporte Turístico ..............................................................................................18
4.1. Transporte Turístico especializado ....................................................................19
4.1.1. Transporte Rodoviário ............................................................................20
4.1.1.1. Locadoras de veículo ...................................................................20
4.1.1.2. Veículos recreacionais .................................................................20
4.1.1.3. Empresas de ônibus de fretamento ..............................................21
4.1.1.4. Outros veículos de fretamentos ...................................................21
4.1.2. Transporte Ferroviário ............................................................................22
4.1.2.1. Trens turísticos ............................................................................22
4.1.2.2. Os bondes ....................................................................................23
4.1.3. Transporte Aquaviário ............................................................................23
4.1.3.1. Cruzeiros marítimos ....................................................................23
4.1.3.2. Turismo fluvial ............................................................................23

viii
4.1.4. Transporte Aéreo .....................................................................................23
4.1.4.1. Vôos charter ................................................................................23
4.1.4.2. Vôos panorâmicos .......................................................................23
4.1.4.3. Vôos comerciais ..........................................................................24
4.2. Transporte turístico não especializado ..............................................................24
5. Transporte e Turismo no Rio de Janeiro .............................................................25
5.1. Formulação da pesquisa e composição da amostra ...........................................25
5.2. Definição da População .....................................................................................25
5.3. Instrumento de Coleta de Dados .......................................................................27
5.3.1. Coleta de dados .......................................................................................27
5.4. Escolha do Local de Pesquisa ...........................................................................27
5.5. Estratégia Analítica Aplicada ............................................................................28
5.5.1. Codificação .............................................................................................28
5.5.2. Tabulação ................................................................................................28
5.5.3. Cruzamentos de dados ............................................................................28
6. Resultado da Pesquisa ............................................................................................29
6.1. Apresentação .....................................................................................................29
6.2. Perfil do entrevistado .........................................................................................29
6.2.1. Dados em relação ao sexo do entrevistado .............................................29
6.2.2. Dados em relação ao modo de transporte utilizado pelo entrevistado para
chegar à cidade ...........................................................................................35
6.2.3. Dados em relação à renda familiar do entrevistado ................................40
6.2.4. Dados em relação à escolaridade do entrevistado ...................................43
6.2.5. Dados em relação à idade do entrevistado ............................................. 48
7. Conclusões e Recomendações ................................................................................53
8. Referências ..............................................................................................................58
9. Anexos ......................................................................................................................70

ix
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Classificação de viajantes segundo a Organização Mundial do Turismo (2006)

Figura 2 – Subdivisão de visitantes segundo a OMT (2006)

Figura 3 – Frente do questionário

Figura 4 – Verso do questionário

x
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. - Porcentagem de entrevistados em relação ao sexo

Gráfico 2. – Porcentagem de entrevistados por tipo de hospedagem em relação ao sexo

Gráfico 3. – Entrevistados por bairro de hospedagem em relação ao sexo

Gráfico 4. – Porcentagem de entrevistados por meio de hospedagem em relação ao modo de transporte


utilizado para chegar à cidade

Gráfico 5. – Percentual de entrevistados por bairro de hospedagem em relação ao meio de transporte


utilizado para chegar à cidade

Gráfico 6. – Percentual de entrevistados por renda familiar

Gráfico 7. – Porcentagem de entrevistados por meio de hospedagem em relação à renda familiar

Gráfico 8. – Porcentagem de entrevistados por bairro de hospedagem, por categoria, em relação à renda
familiar, excluindo as regiões da Barra da Tijuca e Zona Sul

Gráfico 9. - Respostas positivas a respeito da qualidade do transporte público em relação à renda familiar

Gráfico 10. – Entrevistados em relação à Escolaridade

Gráfico 11. – Porcentagem de entrevistados com Ensino Fundamental por bairro de hospedagem

Gráfico 12. – Entrevistados em relação à idade

Gráfico 13. – Porcentagem de viagens ao Cristo Redentor, Pão de Açúcar e Praia de Copacabana por
idade

Gráfico 14. – Comportamento dos números de entrevistados quanto ao transporte público utilizado por
idade.

Gráfico 15. – Porcentagem da utilização do transporte alternativo por idade

Gráfico 16. – Porcentagem de aceitação na opinião dos entrevistados quanto ao transporte público
utilizado por idade

xi
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Porcentagem de viagens aos atrativos turísticos em relação ao sexo do entrevistado

Tabela 2 – Porcentagem de viagens em transporte público em relação ao sexo do entrevistado

Tabela 3 – Porcentagem de respostas positivas a respeito do transporte público em relação ao sexo do


entrevistado

Tabela 4 – Média geométrica das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em relação ao
sexo do entrevistado

Tabela 5 – Porcentagem de viagens aos atrativos turísticos em relação à forma de chegada à cidade

Tabela 6 – Porcentagem de respostas positivas a respeito do transporte público em relação à forma de


chegada à cidade

Tabela 7 – Média geométrica das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em relação à
forma de chegada à cidade

Tabela 8 – Média geométrica das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em relação à
renda familiar

Tabela 9 – Viagens aos atrativos turísticos por nível de escolaridade

Tabela 10 – Porcentagem de afirmações sobre a facilidade em chegar ao atrativo turístico por


escolaridade.

Tabela 11 – Porcentagem de respostas positivas a respeito da qualidade do transporte público em relação


à escolaridade

Tabela 12 - Média geométrica das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em relação à
escolaridade

Tabela 13 – Médias das notas dadas pelos entrevistados sobre o transporte público por idade

xii
1 INTRODUÇÃO

O Turismo como uma atividade sócio-econômica potente representa um papel


fundamental no contexto do desenvolvimento de países pobres e ricos. Está presente
com intensidade nos cinco continentes e movimenta mais de 700 milhões de pessoas por
ano, isso sem contemplar o turismo doméstico, possuidor de uma representatividade
significativa no aquecimento da atividade turística.

Segundo a OMT, Organização Mundial do Turismo do total de viagens turísticas


realizadas em 2007, a participação da América do Sul foi de 2,2%, e a do Brasil, apenas
0,6%. Em 2007, o turismo representou para o Brasil a entrada de US$ 4,953 bilhões
mesmo assim não foi o suficiente para cobrir a despesa cambial turística que gerou um
déficit de US$ 3,258 bilhões (Ministério do Turismo, 2008).

A atividade turística engloba setores da hotelaria, de transporte de passageiros, de


esporte, de lazer, de repouso, de congressos, de exposições, de arte, de brindes,
artesanato e um vasto elenco de ofertas, ligado direta ou indiretamente, às viagens
individuais ou em grupo.

A modernização e disseminação da comunicação eletrônica, o alargamento e o


barateamento das ofertas de transporte são fenômenos que multiplicam por todas as
regiões, ampliando as bases do setor e colocando-o como o segmento que mais cresce
no mundo (OLIVEIRA, 2005).

No Brasil, a adequação operacional e a qualidade do transporte ainda são grandes


desafios de seus gerenciadores. A maioria das políticas de desenvolvimento e os
próprios investimentos nacionais e regionais, ainda estão voltados à boa circulação dos
automóveis particulares e veículos de carga. Somente em casos isolados são
identificadas tentativas de priorizar o transporte coletivo, buscando democratizar a
mobilidade e a acessibilidade urbana de forma planejada.

O uso do transporte público pelos turistas é crescente no mundo em face da


modernização dos equipamentos, maior rapidez, flexibilidade nas escolhas dos passeios
e preços mais acessíveis (Ministério do Turismo, 2008).

1
O Município do Rio de Janeiro atualmente dispõe de 440 linhas regulares de ônibus,
450 de serviços, 2 de metrô, (sendo que existe um serviço que o metrô presta a seus
clientes adicionando itinerários às linhas existentes), aproximadamente 30.000 táxis e 3
linhas de barca operando na ligação entre o Rio de Janeiro e Cocotá, Paquetá e Niterói.
(FETRANSPOR, 2008)

Neste contexto, o estudo que se segue analisará a influência do transporte público na


escolha de locomoção e acessibilidade do turista ao visitar a cidade do Rio de Janeiro.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo principal:

Analisar a relação existente entre a adequação operacional de transporte público e a


visita a atrativos turísticos na cidade do Rio de Janeiro.

1.1.2 Objetivos Secundários

Identificar os modos de transporte público que mais contribuem para a acessibilidade do


turista aos atrativos turísticos da cidade.

Analisar o comportamento do turista na cidade do Rio de Janeiro, identificando a


influência do transporte público na preferência do turista na escolha do ponto turístico a
ser visitado.

Identificar as dificuldades de locomoção dos mesmos para os atrativos turísticos,


utilizando a oferta de transporte público existente.

Identificar possíveis intervenções que promovam uma maior utilização do transporte


público pelo turista que visita a cidade do Rio de Janeiro.

Contribuir para previsões mais realistas e, conseqüentemente, para um planejamento


mais eficiente da visita a atrativos turísticos na cidade do Rio de Janeiro.

2
1.2 Relevância

A atividade de turismo não pode acontecer sem o transporte. No entanto, apesar da sua
notável importância, poucas são as referências bibliográficas que tratam exclusivamente
sobre transporte e turismo.

A cidade do Rio de Janeiro é conhecida por muitos como “Cidade Maravilhosa”, e


possui atrativos com fama internacional. Segundo a pesquisa do Ministério do Turismo
(2008), em 2007, o desembarque de pessoas, levando em consideração somente os
aeroportos da cidade, Tom Jobim (Galeão), Jacarepaguá e o Santos Dumont, foi de
13.647.659 indivíduos sendo 11.469.430 em vôos nacionais e 2.178.229 em vôos
internacionais, 12,34% do número de desembarques no Brasil que foram num total de
110.604.289 indivíduos. (Ministério do Turismo, 2008)

O número de indivíduos que desembarcam através da Rodoviária Novo Rio, em 2007,


foi na totalidade de 6.173.199 sendo 10.497 (0,17%) procedentes de viagens
internacionais, 2.865.318 (46,42%) procedentes dos outros estados da federação e
3.297.384 (53,41%) procedentes do interior do estado do Rio de Janeiro. (SOCICAM,
2008).

Mesmo sendo uma cidade muito visitada e visada pelos turistas tanto estrangeiros como
nacionais, o transporte público carioca não possui capacidade para atendê-los. Dentre os
problemas relacionados pelos turistas, em 41,8% dos casos o transporte foi mencionado.
No caso dos turistas estrangeiros é pior. O transporte não possui meios que facilitem a
visita do turista, como por exemplo, ônibus, onde os condutores não falam outro idioma,
dificultando o auxilio aos turistas (UNIVERCIDADE, 2005).

Pretende-se com o presente trabalho analisar o comportamento do turista na cidade do


Rio de Janeiro, identificando a influência do transporte público na preferência do turista
na escolha do ponto turístico a ser visitado.

Acredita-se que com a aplicação de questionários com os turistas nacionais possa ser
possível identificar as dificuldades de locomoção dos mesmos para os atrativos
turísticos, utilizando a oferta de transporte público existente.

3
Objetiva-se ainda contribuir para previsões mais realistas e, conseqüentemente, para um
planejamento mais eficiente da visita a atrativos turísticos na cidade do Rio de Janeiro.

1.3 Metodologia do trabalho

A metodologia está fundamentada em uma pesquisa, com base na aplicação de


questionários, visando identificar a influência do sistema de transportes públicos na
acessibilidade do turista e sua escolha dos atrativos visitados.

Inicialmente foi realizada uma detalhada pesquisa bibliográfica visando explicar os


conceitos de turismo, transporte turístico e outros conceitos que nortearão a dissertação.

Em seguida são identificados os tipos e atrativos turísticos existentes da cidade do Rio


de Janeiro.

A análise da oferta de transporte público na cidade do Rio de Janeiro também é


contemplada na pesquisa.

1.4 Estrutura do trabalho

Neste primeiro capítulo, encontra-se o delineamento do tema desta dissertação, a partir


da apresentação dos objetivos centrais do trabalho. Esta etapa tem grande importância
por ser a principal determinante dos rumos a serem tomados nas discussões que serão
apresentadas ao longo do texto. Ainda neste capítulo, foram discutidos alguns fatores
que justificam a relevância do estudo, dentro do contexto apresentado. A partir de então
foi descrita a metodologia utilizada para a realização dos estudos.

O segundo capítulo corresponde ao levantamento do conhecimento disponível na


literatura sobre o tema central da dissertação e sobre assuntos correlatos julgados
relevantes. A revisão da literatura tem uma contribuição decisiva para um trabalho desta
natureza, uma vez que explica o estado da arte no tema desenvolvido.

A primeira parte da revisão concentra-se em levantar os diversos conceitos existentes a


respeito do turismo, apresentando cronologicamente os pensamentos a respeito da
origem e forma de entender o termo, aborda também o que seria o entendimento sobre

4
os termos turista, visitante e excursionista. Adicionalmente a revisão de literatura
aborda os conceitos de oferta e demanda turística.

O terceiro capítulo apresenta uma análise do turismo no contexto nacional, traçando o


perfil do setor no Brasil. Também é feito um paralelo com outras realidades mundiais e
por fim é desenvolvida uma análise do turismo municipal.

No quarto capítulo estão identificados os conceitos básicos do que é transporte turístico


juntamente com uma discussão sobre transporte turístico especializado e não
especializado, apresentando também uma subclassificação modal dos dois tipos de
transporte turístico. O capítulo descreve ainda a realidade brasileira a respeito desse tipo
de transporte e posteriormente apresenta um panorama desse transporte na cidade do
Rio de Janeiro.

O quinto capítulo descreve a metodologia adotada na estruturação da pesquisa e na


análise dos dados coletados. São destacadas a amostra utilizada, o questionário aplicado,
bem como as limitações do método.

No sexto capítulo, é desenvolvida uma análise aprofundada dos dados coletados e os


resultados obtidos com a pesquisa. São destacados o perfil do entrevistado e a relação
desse perfil (gênero, renda familiar, grau de escolaridade, modo de transporte de
chegada à cidade e idade) com a atividade de turismo no Rio de Janeiro.

O sétimo capítulo apresenta as principais conclusões do trabalho e as recomendações


para estudos futuros.

5
2 CONCEITUAÇÃO DE TURISMO

Ao contrário do que acontece com a definição de Viagem, ato de ir a outro lugar


relativamente afastado, que costuma abranger uma grande quantidade de atividades, o
Turismo é definido de maneira bastante direta. Deve-se destacar que os termos turista e
visitante serão usados neste texto com o mesmo sentido. Para Glücksmann e Benscheidt
(1929) o turismo é:

“...a ocupação de espaço por pessoas que aluem à determinada localidade, onde não
possuem residência fixa” (in ANDRADE, 2001)

Apesar de simples, o conceito incorpora a natureza complexa das questões envolvidas.


Um pouco mais completa é a percepção de Morgenroth (1929) que define como:

“... trafego de pessoas que, temporariamente, afastam-se, de seu local fixo de


residência para deter-se em outra localidade, com o objetivo de satisfazer desejos de
natureza diversa, unicamente como consumidores de bens econômicos e culturais”

As mais diversas noções de turismo apresentam alguns elementos comuns ou


relativamente diferentes entre elas, a saber, a viagem ou deslocamento, a permanência
fora do domicílio, a temporalidade e o objetivo do turismo.

A primeira, refere-se ao deslocamento de pessoas e está implícito na noção de turismo.

O turismo, utilizado pelo língua portuguesa, é originário da palavra inglesa tour. Para

Andrade (2001) a matriz do radical tour é o latim, através do substantivo tornus, do

verbo tornare, cujo significado é “giro, volta, viagem ou movimento de sair e retornar

ao local de partida”.

Estritamente ligado à viagem, o elemento de permanência fora da própria residência


habitual é parte integrante do conceito de turismo. A duração dessa permanência é uma
das variáveis principais na caracterização e classificação do fluxo de pessoas (BENI,
2001).

6
O que parece lugar comum são as referências temporais, ou seja, o fato de que o turismo
é feito por certo período de tempo. Quando esse tempo é muito longo passa a ser
considerado emigração. (BURKART e MEDLIK, 1981; RUSCHMANN, 2002;
BELTRÃO, 1999).

Em alguns casos os autores são específicos quanto ao tempo em que o turista deverá
ficar longe de sua residência para caracterizar turismo, 24 horas no mínimo (LAGE,
2000) e 1 ano no máximo (ANDRADE, 2001; OMT, 2007).

Outro fator que é muito evidenciado nos conceitos de turismo é a motivação pelo qual o
turista, ou visitante, está se deslocando de sua residência. O lazer foi o fator mais
utilizado para explicar essa motivação pela viagem. (MORGENROTH, 1929;
HUNZIKER e KRAPF; 1942; JACHINOSKI, 1975; BURKART e MEDLIK, 1981;
ARAÚJO, 1987).

Na década de 1990, o conceito de turismo foi agregando valores, tornando-se menos


estereotipado como “viagem somente de lazer”, sendo considerado por Sessa (1993)
uma:

“...atividade industrial real porque nele (turismo) existe um processo de transformação


de matérias-primas para a elaboração de produtos que são comercializados e
consumidos no mercado”

O termo indústria passa a ser utilizado a partir de então para caracterizar o turismo
sendo até hoje utilizado pelos pesquisadores. (RUSCHMANN, 1997; BELTRÃO, 1999;
LICKORISH, 2000; EMBRATUR, 2006; OMT, 2006).

Não se tem a pretensão de abordar neste capítulo todos os assuntos contidos neste tema.
Serão tratados aqui os aspectos relevantes para atender os objetivos propostos. Desta
forma, conforme destacado anteriormente, foram levantados na literatura os vários
conceitos para que se possa entender a indústria do turismo, seus produtos e seus
consumidores, de forma mais fundamentada.

7
2.1 O Perfil do Turismo

Ao tratar-se de turismo, um dos grandes desafios é identificar seu consumidor, o


produto ofertado e a demanda por esse produto. O objetivo destas decisões será
chamado, neste trabalho, de “perfil do turismo”, título desta seção, onde serão
abordados os diferentes tipos de produtos turísticos, sua demanda e seus consumidores.

Com o objetivo de organizar essa abordagem, serão discutidos a seguir, em três grandes
itens: (1) o consumidor, (2) a oferta turística e (3) a demanda turística.

A próxima seção discutirá a caracterização do consumidor do turismo, ou seja, o turista.


Nas seguintes, serão discutidos o serviço turístico, sua oferta e sua demanda.

2.1.1 O Consumidor

Os viajantes são consumidores dos serviços turísticos, quaisquer que sejam suas
motivações. Mas segundo a OMT, Organização Mundial de Turismo (2006) existem
dois tipos de viajantes, como representado abaixo, os que são incluídos nas estatísticas
turísticas, os visitantes e os não incluídos.

8
Figura 3 – Classificação de viajantes segundo a Organização Mundial do Turismo (2006)

Legenda

1 - Que permanecem na área de trânsito do aeroporto ou do porto. Quando o trânsito


comporta uma estadia, o indivíduo é incluído nas estatísticas dos visitantes.

2 - Quando se deslocam do país de origem para o país onde estão colocados e


inversamente (inclui as domésticas e as pessoas a cargo que os acompanham);

Já os visitantes também possuem classificações diferentes dependendo do tempo em que


essa viagem é realizada. Sendo esses subdivididos em turistas e excursionistas, como
podemos ver na figura 2:

9
Figura 4 – Subdivisão de visitantes segundo a OMT (2006)

Legenda

3 - Residentes no mesmo país.

4 - Tripulantes dos navios ou aviões estrangeiros em reparação ou fazendo escala no país e que utilizam
os meios de alojamento do país

5 - Classificados normalmente como excursionistas.

6 - Visitantes que chegam e partem no mesmo dia;

Excursionistas são considerados os indivíduos que não pernoitam no local visitado


(BENI, 2001; IGNARRA, 2003; RODRIGUES, 2003; EMBRATUR, 2006; OMT,
2006).

A definição de turista não tem sido tarefa fácil em virtude da dificuldade em enquadrar
no mesmo conceito realidades, por vezes, muito distintas, mas com pontos comuns
inseparáveis e gerando fenômenos semelhantes, mas nem sempre produzindo resultados
iguais.

Turista, na conceituação tradicional, é aquele que viaja com o objetivo de recreação.


(ANDRADE, 2001; CASTROGIOVANNI, 2001; AZEVEDO, 2002; BRAMWELL,
2002; BOYER, 2003;).

10
Atualmente o objetivo da viagem não é considerado para a classificação de um turista,
sendo, segundo a ONU, Organização das Nações Unidas (2006):

“...é todo o visitante temporário que permanece no local visitado mais de 24 horas”

Para um melhor entendimento, neste trabalho estaremos utilizando o termo turista para
nomear os visitantes, sendo eles temporários ou não.

2.2 A oferta turística

Em economia, oferta corresponde à quantidade de bens ou serviços colocados à


disposição dos consumidores, num determinado setor de atividade produtiva.

A oferta turística é representada pelo conjunto de atrações naturais e artificiais, assim


como pelos serviços de uma cidade ou país que atraem pessoas. Existem dois tipos de
ofertas, a natural (praias, lagos, florestas, montanhas, etc) e a artificial (museus, casas,
monumentos, parques, etc). (BENI, 2001; DENCKER, 1998; WAINBEIRG, 2001;
AZEVEDO, 2002; BARRETTO, 2003;).

Completam a oferta a infra-estrutura básica da localidade (água, luz, segurança,


hospitais, transporte) e a infra-estrutura básica de turismo (sistemas de hospedagens,
alimentação e guias) (BENI, 2001; CAMPOS, 2006)

2.2.1 Produto turístico

Produto turístico é o conjunto de prestações materiais e imateriais, que se oferecem com


o propósito de satisfazer os desejos e as expectativas do turista. (TABARES, 1991;
BOULLÓN, 1999; IGNARRA; 2003)

2.3 A Demanda Turística

Citadas por vários autores, o conceito de demanda é originário na economia.


Conceitualmente, ao se mencionar demanda turística refere-se ao comportamento do
agente econômico consumidor dos produtos turísticos e, no caso, deve expressar a
quantidade do bem ou serviço turístico que esses consumidores desejam adquirir por um

11
dado preço, em um determinado período de tempo. (LAGE e MILONE, 2003;
CAMPOS, 2006)

É constituída pelo número de pessoas que viajam ou desejam viajar e que usam os
serviços turísticos num local que não o seu local de residência ou local de trabalho.

A demanda turística pode ser efetiva (indivíduos propensos a viajar, percentual de


pessoas que atualmente fazem turismo), potencial (inclui todos os que desejam viajar no
futuro, mas não o fazem por razões várias como falta de condições econômicas) e
diferida (inclui todos aqueles que não viajam por falta de oportunidade). (BRAGA,
1998; YOUELL, 2002; BAHL, 2004; BAPTISTA, 2005; DIAS, 2005; CARVALHO,
2006).

É importante salientar que as demandas potenciais e diferidas podem tornar-se efetivas a


qualquer momento.

O objetivo deste capítulo foi apresentar, de forma sucinta, os aspectos levantados na


literatura a respeito do tema, formando, assim as bases para a construção do
questionário da pesquisa.

No capítulo que se segue pretende-se contextualizar a realidade brasileira e carioca com


o que já foi explicitado até então, mostrando os números do turismo e as políticas
adotadas para o desenvolvimento do mesmo.

12
3 O TURISMO NO CONTEXTO NACIONAL

O objetivo do capítulo que se segue é mostrar como o turismo é planejado e organizado


no âmbito nacional e municipal, mostrando os números que comprovam isso e fazendo
um paralelo com outras realidades. Não se pretende fazer uma análise detalhada do
turismo no mundo por não ser o objetivo do trabalho.

Nos últimos anos o turismo se destaca como um dos setores socioeconômicos mais
significativos do mundo, incluindo as viagens de negócios, visitas a amigos e familiares,
viagens por motivações de estudos, religião, saúde, eventos esportivos, conferências e
exposições, além das tradicionais viagens de férias e lazer. Esse quadro é extremamente
positivo para a geração de trabalho e renda, em função da potencial capacidade de
criação de empregos e ocupações da atividade.

Os dados estatísticos em relação ao turismo no Brasil ainda são, de modo geral,


divulgados com bastante atraso, não havendo tempo hábil para a tomada de decisões por
parte dos governos (municipais, estaduais e federal) e muitas dessas informações não
estão disponíveis. Em muitas outras, não se tem a credibilidade necessária. Algumas
projeções são feitas com base em estatísticas obtidas há 5 ou 10 anos, épocas totalmente
diversas das atuais.

Tendo em vista a carência de informações em algumas unidades da Federação, ou


mesmo o atraso na divulgação desses resultados, estimam-se, precariamente, valores
para a composição de inúmeras séries temporais.

Desta forma, os governantes têm, muitas vezes, uma massa incompleta e irreal de
dados, inadequados como subsídios para a tomada de qualquer decisão, pois,
certamente, não surtirão o efeito desejado. Fato análogo ocorre nos setores privado e
acadêmico, e, não raro, diversas pesquisas englobam premissas que inferem a
conclusões que não condizem com a realidade atual. Em virtude da carência dessas
informações, muitas decisões são tomadas sem fundamentos.

O desempenho do setor de turismo vem se destacando na economia brasileira,


apresentando resultados superiores se comparado a outros setores tradicionais.

13
Dados do Banco Central revelam recorde histórico dos gastos de turistas estrangeiros
em visita ao Brasil, em 2006: US$ 4,3 bilhões (11,78% a mais do que os US$ 3,9
bilhões auferidos em 2005, até então a melhor marca da série iniciada em 1969). A
receita obtida em 2006 foi 116,02% maior do que a de 2002 (US$ 2 bilhões), o primeiro
ano dessa seqüência positiva, seguindo-se: US$ 2,5 bilhões, em 2003, e US$ 3,2
bilhões, em 2004. Os resultados alcançados em 2006 representam uma conquista,
principalmente, em virtude da valorização do câmbio, dos problemas enfrentados nos
aeroportos e da crise financeira e operacional da Varig, esta última responsável pela
desistência estimada de cerca de 400 mil turistas estrangeiros ao País. (EMBRATUR,
2007)

Os dados econômicos internacionais mostram uma forte relação entre o ambiente


econômico e o crescimento do turismo, em todo o mundo. O crescimento do PIB
potencializa o crescimento do turismo. No período de 1975 a 2004 o turismo cresceu a
um ritmo médio de 4,4% anual, enquanto o crescimento econômico mundial médio,
medido pelo PIB, foi de 3,5% ao ano. (OMT, 2005).

O mercado das viagens internacionais representou em 2004, em torno de 30% do total


das trocas internacionais de serviços comerciais, constituindo um dos seus maiores
componentes. (OMT, 2005).

Para concluir, ressalta-se que o setor de turismo no Brasil começa a atingir a maturidade
econômica, com a ampliação da participação no mercado internacional e um
crescimento setorial acima das taxas de crescimento geral da economia.

3.1 O turismo no Rio de Janeiro

O Brasil enfrenta diversos desafios para que possa se estabelecer como um grande
destino turístico. Enquanto aqueles que conhecem o Brasil sabem que oferece uma
imensa variedade de atrações, para o resto do mundo, o país se resume basicamente ao
Rio de Janeiro, segundo pesquisa da OMT (2006).

O Rio de Janeiro é a cidade mais visada do Brasil. A maioria dos turistas visita o Rio
(RIOTUR, 2008), Foz do Iguaçu e, possivelmente, Amazônia. O destinos no Nordeste,
principalmente a Bahia, estão se tornando mais conhecidos em alguns mercados,

14
especialmente na França e em Portugal, mas as outras regiões do Brasil continuam
sendo desconhecidas para a maioria dos turistas estrangeiros.

Enquanto o Rio é o grande trunfo do Brasil, por outro lado, o destino sofre de uma
reputação negativa com relação à violência e à criminalidade. E a imagem negativa e os
danos causados por essas imagens ao turismo não desapareceram.

Em relação ao transporte, segundo a RioTur (2008), deve-se prestar a atenção às opções


de transporte aéreo entre o Rio e o resto do Brasil.

Apesar de o turismo exercer importante papel na economia da cidade do Rio de Janeiro,


em termos de emprego, geração de renda, formação bruta de capital e criação de
pequenos negócios, os agentes econômicos ressentem-se da falta de uma base de
informações confiável sobre o tema. Desta forma, o melhor conhecimento da economia
do turismo carioca é essencial para os agentes envolvidos: governos, empresas e opinião
pública.

Na cidade do Rio de Janeiro, a participação do total de desembarques de passageiros de


vôos internacionais em relação ao total de desembarques no país alcançou o elevado
percentual de 30,9% em 1994, declinando na segunda metade dos anos 90, até atingir
21,2% em 1999. Elevou-se novamente a 23,9% no ano 2000 e declinou
progressivamente até 2004 (para um mínimo de 18,7%). (Embratur, 2008)

Ressalta-se que o aeroporto do Galeão atualmente tem perdido diversos vôos para o
aeroporto de Guarulhos-SP. É importante também salientar que o número de
desembarques contabiliza a entrada de brasileiros e estrangeiros.

Como parte da estratégia para modificar esse cenário, os vôos domésticos foram
transferidos do aeroporto Santos Dumont para o aeroporto do Galeão, de forma a
facilitar as conexões utilizadas pelos passageiros que se destinam a outras cidades do
Brasil.

Com relação às estimativas do número de turistas nacionais, as maiores concentrações


de emissivo se situam na região Sudeste (49,3%), sendo que São Paulo responde,
sozinho, por 27,5%, mais do que o dobro do interior Rio de Janeiro (12,5%), mais do
que o triplo de Minas Gerais (8,4%). Entre mais de 5.500 municípios brasileiros, apenas

15
as cidades de São Paulo (4,5%) e do Rio de Janeiro (3,1%) representam quase 8% do
turismo receptivo interno do país. (Embratur, 2008)

O estudo da Embratur (2006) também revela que entre os 30 municípios receptivos do


turismo interno brasileiro, o estado do Rio de Janeiro é o segundo lugar no ranking atrás
somente do estado de São Paulo, com três referências (Rio de Janeiro, Cabo Frio e
Angra dos Reis).

Quanto à origem dos visitantes, verifica-se que os principais emissores para o Rio de
Janeiro estão localizados na própria região demonstrando a importância das viagens de
curta distância.

Observa se que para cidade do Rio de Janeiro, o próprio estado contribui com 8,7%, e a
região Sudeste, com 47,0% dos turistas. Na segmentação de turistas com renda maior do
que 15 salários mínimos, as principais cidades visitadas são: São Paulo (7,23%) seguida
pelo Rio de Janeiro (5,03%).(Embratur, 2006)

A taxa de ocupação média anual hoteleira na cidade do Rio de Janeiro, segundo


pesquisa ABIH-RJ/Fecomércio, decresceu ao longo do período de 2000/2003 (de 70%
para cerca de 61%). Em 2004, tal taxa teve um ligeiro aumento para 62%, com destaque
para os hotéis 4 estrelas, com 67,26%; e 5 estrelas, com 61,89%.

De acordo com a ABIH-RJ/Fecomércio, em 2004, cerca de 1.909.000 de turistas que


visitaram a cidade do Rio de Janeiro utilizaram meios de hospedagem. O percentual de
hóspedes internacionais aumentou de 34%, no ano de 2000, para 47%, em 2004,
enquanto que o de hóspedes brasileiros declinou de 66% para 53%.

A importância do turismo numa economia depende, basicamente, de suas pré-condições


naturais e econômicas: existência do atrativo turístico, infra-estrutura urbana,
equipamentos turísticos e acessibilidade ao mercado consumidor, característica do
município emissor / receptor etc, e, em função das alternativas possíveis, o papel
reservado a esse setor em sua estratégia de desenvolvimento econômico.

As análises efetuadas revelam que o turismo no Rio de Janeiro deve ser considerado um
setor de fundamental importância para a dinâmica econômica do município. Outro fator

16
a ser destacado é quanto à formulação de políticas públicas voltadas para a obtenção de
desenvolvimento sustentável da atividade turística.

Para isso, é necessária especial preocupação, além das questões econômicas, com os
problemas sociais, culturais e ambientais que a dinâmica de um grande centro urbano
pode trazer, inviabilizando a indústria de turismo no futuro.

Este capítulo teve como objetivo uma análise sucinta a respeito do turismo no contexto
nacional. Para que se possa fazer um recorte que nos leva ao objetivo principal do
trabalho serão apresentadas no capítulo seguinte uma introdução à conceituação de
transporte turístico e uma breve análise da realidade brasileira e municipal.

17
4 TRANSPORTE TURÍSTICO

Este capítulo tem por objetivo caracterizar transporte turístico, seus diferentes modais e
fazer uma breve análise da realidade brasileira e municipal a respeito do assunto.

Fazer turismo está relacionado com estar em outro lugar, sair do seu local habitual e, em
conseqüência disso, está relacionado com a relação entre transporte e turismo. O
transporte é responsável não apenas por movimentar fisicamente a demanda turística
para as regiões de oferta, mas também pelo transporte dos turistas quando estes chegam
à destinação. (COOPER, 2001)

Como forma de definir a atividade de transporte turística pode-se entender como:

“...a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado
destino (e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si (primários e
secundários) ou que faz com que os visitantes se desloquem dentro de um mesmo
destino primário ou secundário”. (Palhares, 2002)

Destino primário é o primeiro local fora do espaço habitual de convívio do indivíduo; os


secundários são destinos posteriores, seria a continuação de uma viagem quando o
individuo não faz a rota casa – destino primário – casa.

Em alguns casos a própria atividade de transporte é a experiência de turismo, como os


cruzeiros, trens panorâmicos, passeios de carro, bondes, entre outros.

Os transportes turísticos serão divididos, em especializados e não especializados.

O transporte turístico especializado é constituído por equipamentos de diversos modais


que, de acordo com uma regulamentação específica, realiza transporte de passageiros
relacionados com excursões, passeios locais, traslados, e também transportes especiais.

O transporte turístico não especializado é constituído por todos os equipamentos de


transporte regular, público ou privado, que necessariamente não possuem o objetivo
principal de turismo.

18
A próxima seção fará uma breve caracterização do transporte turístico especializado e
também discutirá a realidade deste tipo de transporte no âmbito mundial, nacional e
municipal. Na seção seguinte, será discutido o transporte não especializado.

4.1 Transporte Turístico Especializado

Como mencionado acima, o transporte turístico especializado é o constituído por


equipamentos que são regulamentados com o objetivo exclusivo para o turismo.

As regulamentações dependem da lei de cada país, estado ou município, sendo


condizente com a realidade do local.

No Brasil, as atividades de transporte turístico são regulamentadas pelo Decreto nº


87.348/82, de 29 de junho de 1982, pela Resolução Normativa nº 32, de 21 de maio de
1998, e também pela Deliberação Normativa nº 246, de 03 de outubro de 1988, ambas
do Conselho Nacional de Turismo, do Ministério da Indústria e do Comércio.
(EMBRATUR, 2007). Segundo a primeira, em seu artigo 4°:

“...Consideram-se serviços de transporte turístico de superfície os prestados nas


seguintes modalidades:

I - transporte para excursões: o realizado no âmbito municipal, interestadual ou


internacional, para o atendimento de excursões organizadas por Agências de Turismo;

II - transporte para passeio local: o realizado para visita aos locais de interesse
turístico de um município ou de suas vizinhanças, organizado por Agências de Turismo;

III - transporte para traslado: o realizado entre as estações terminais de embarque e


desembarque de passageiros, os meios de hospedagem e os locais onde se realizem
eventos turísticos, como parte de serviços respectivos organizados por Agências de
Turismo;

IV - transporte especial: o ajustado diretamente pelo usuário com a transportadora


turística.”

O transporte turístico especializado é formado de equipamentos dos quatro meios de


transporte existentes: rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário.

19
A seguir serão apresentadas as especificações de cada meio de transporte relacionado ao
transporte turístico especializado. Será feita uma breve conceituação sobre o tema e
posteriormente serão apresentados números que demonstram a realidade do transporte
atualmente.

4.1.1 Transporte Rodoviário

a) Locadoras de veículo

A locação de automóveis consiste em um indivíduo dispor por algumas horas ou dias de


um automóvel, por certo preço estipulado. Em alguns casos pode haver restrições como
de quilometragem.

Surgiu no Brasil na década de 50, motivado pelo então presidente JK a fins de


incentivar a indústria de automóvel. Atualmente o setor conta com o faturamento, no
Brasil de 3,17 bilhões de reais para uma frota de 250.204 veículos espalhados em 1.952
empresas. (ABLA, 2006). O Estado do Rio de Janeiro conta com 128 empresas com
uma frota de 22.936 veículos.

b) Veículos recreacionais

Os veículos recreacionais ou RV (recreation vehicle) são veículos que foram projetados


somente para o lazer. Segundo as páginas virtuais dos fabricantes dos mesmos podem
ser:

ƒ Trailers (é uma casa montada em uma estrutura de metal com um ou mais eixos
próximos, não possui propulsão própria sendo necessário um veículo para
rebocar),
ƒ Motor-homes (trailers montados sobre o chassi de um ônibus ou caminhão,
motor a diesel, com infra-estrutura de uma casa. É auto-suficiente, pois tem
caixa d’água que alimenta o veículo com uma bomba ligada à bateria),
ƒ Campers (são módulos com recursos internos de trailer acoplado à caçamba de
caminhonete),
ƒ Safari (modelo de motor home fabricado no chassi de Kombi, motor à gasolina
ou álcool, com infra-estrutura de casa menos luxuosa)

20
ƒ Carretas barraca (barracas embutidas em pequenas carretas sendo possível ser
rebocadas por veículos de passeio e caminhonetes)
ƒ Truck homes (trailers com todas as características de um trailer rebocável
rodoviário comum é fixado e adaptado a um caminhão sem caçamba ou
carroceria, não possui comunicação entre a cabine do veículo e a parte habitável)

Atualmente o Brasil conta com 5 fabricantes de veículos recreacionais, representando


um mercado de 2 a 4% do mercado de produtos para campismo. A tributação que incide
nesse tipo de veículo chega a 47%, não havendo financiamento ao consumidor. Ao
contrario com que ocorre em outros paises (ACAMP, 2007). Outro problema com esse
tipo de veículo é a limitação quanto a condução do mesmo sendo feita por indivíduos
com carteira de habilitação modelo E (CBT, 2006).

A frota de motor homes hoje no Brasil está estimada em 3.000 veículos. Nos EUA é de
1,7 milhões e na Europa de 900 mil. No exterior os trailers têm muita aceitação
constituindo uma frota de 3,4 milhões nos EUA e 3,7 milhões em 8 países europeus.
(ACAMP, 2007)

c) Empresas de ônibus de fretamento

É destinado à condução de grupo definido de pessoas, com contrato específico, sem


cobrança individual de passagens, não tendo caráter de serviço aberto ao público.
Divide-se em duas modalidades (BENI, 2001):

ƒ Fretamento Contínuo (serviço de transporte de passageiros prestado a pessoa


jurídica, mediante contrato escrito, para determinado número de viagens,
destinado ao transporte de usuários definidos. Envolve o transporte para
indústrias, shopping centers, executivos, escolas, universitários, zona rural entre
outros)
ƒ Fretamento Eventual (serviço prestado a um cliente ou a um grupo de pessoas,
mediante contrato escrito para uma viagem com finalidade específica ou
turística. Podemos destacar o transporte para excursões e viagens de turismo,
traslados entre aeroportos e hotéis, city tours, eventos, passeios culturais e muito
mais.)

d) Outros veículos de fretamentos

21
Atualmente além dos ônibus de fretamento eventual e contínuo, são utilizados também
para esse propósito veículos de menor porte como os utilitários (van, kombi, sprinter,
entre outras marcas).

Em locais aonde a paisagem é o produto turístico como Rio de Janeiro e algumas


cidades da África, utilizam-se veículos do modelo jeep, para, por exemplo, fazer um
safári nas savanas africanas ou um city tour nas comunidades de baixa renda carioca.

4.1.2 - Transporte Ferroviário

a) Trens turísticos

São trens que não mais fazem serviço regular de transporte de passageiros sendo
utilizados para passeios turísticos. Em alguns casos é o próprio atrativo turístico.

No Brasil existem 15 trens turísticos, sendo eles (ABOTTC, 2007):

• Estrada de Ferro Campos do Jordão

• Estrada de Ferro Oeste de Minas

• Maria Fumaça SESC Mineiro Grussaí

• Serra Verde Express

• Trem da Serra da Mantiqueira

• Trem da Serra do Mar

• Trem das Águas

• Trem das Termas

• Trem do Contestado

• Trem do Corcovado

• Trem do Forró

• Trem do Vinho

• Trem dos Imigrantes

22
• Trem Estrada Real

• Viação Férrea Campinas Jaguariúna

b) Os bondes

Diferentemente dos trens turísticos, os bondes podem fazer transporte regular de


passageiros, mas na sua maioria é utilizado por turistas por se tratar de um tipo de
transporte não mais utilizado no Brasil, sendo atualmente os em funcionamento: Bonde
de Santa Teresa, Bonde dos Imigrantes, Bondes Monte Serrat.

4.1.3 - Transporte Aquaviário

a) Cruzeiros marítimos são viagens de curtos ou longos prazos feitas em grandes


embarcações (navios) preparadas para receberem visitantes com infra-estrutura, em
alguns casos, comparada a hotéis cinco estrelas. Atualmente as temporadas de cruzeiros
no Brasil se estendem de outubro a abril, existem hoje nas costas brasileiras 13
embarcações com esse propósito (Central de Cruzeiros, 2007)

b) Turismo fluvial são viagens feitas em pequenas e médias embarcações, com pernoite
ou não, pelos rios navegáveis. A rede hidrográfica brasileira é constituída por rios
navegados em corrente livre e por hidrovias geradas pela canalização de trechos de rios,
além de extensos lagos isolados, criados pela construção de barragens para fins
exclusivos de geração hidrelétrica. Alguns dos rios da Amazônia e do Centro-Oeste
foram melhorados pela dragagem de seus baixios, mas a maioria dos rios navegáveis
destas regiões são naturais. Nas regiões Sudeste e Sul, vários rios foram canalizados, o
que permitiu o aumento da capacidade de tráfego dessas hidrovias e da confiabilidade
do transporte fluvial (Ambiente Brasil, 2007)

4.1.4 - Transporte Aéreo

a) Vôos charter, também conhecidos como vôos fretados são vôos onde agências de
turismo, as operadoras, compram todos os lugares do avião e repassam aos clientes.

b) Vôos panorâmicos são city tours feitos por via de pequenas aeronaves. Na cidade do
Rio de Janeiro os vôos panorâmicos são feitos por helicópteros, em sua maioria.

23
c) Vôos comerciais onde o propósito do passageiro é o turismo.

4.2 - Transporte turístico não especializado

Como já mencionado o transporte turístico não especializado constitui de toda malha de


transporte publico ou privada que não tem o objetivo principal para o turismo.

O transporte não especializado em turismo de forma terrestre é constituído pelo


transporte rodoviário (ônibus, vans, taxi, etc.) e pelo transporte ferroviário (metrô,
bonde, trens intermunicipais). O transporte aquaviário é constituído por barcas e o
transporte aéreo por vôos comerciais (onde o passageiro não tem o propósito do
turismo) e helicópteros.

Em alguns casos o transporte prevalece sobre o próprio destino turístico, e em muitas


vezes influi na escola do local a ser visitado, inclusive.

O transporte turístico não especializado também é classificado em terrestre (rodoviário e


ferroviário), aquaviário e aéreo.

No capítulo que se segue será apresentado o transporte turístico no Rio de Janeiro,


mediante a apresentação da pesquisa realizada para caracterização desta dissertação.

24
5 TRANSPORTE E TURISMO NO RIO DE JANEIRO

Este capítulo tem por objetivo apresentar a metodologia aplicada ao trabalho apontando
a tipologia da pesquisa, a definição da população, o calculo da amostra, o instrumento
de coleta de dados, localização da pesquisa e a estratégia de análise dos dados.

5.1 – Formulação da pesquisa e composição da amostra

Para atender aos objetivos deste trabalho, optou-se pelo método de pesquisa qualitativa
e tipologia de estudo de caso.

A vantagem mais marcante dessa estratégia, o estudo de caso, repousa na possibilidade


de aprofundamento que oferece, pois os recursos se vêem concentrados no caso visado,
não estando o estudo submetido às restrições ligadas à comparação do caso com outros
casos.

5.2 Definição da População

De modo a viabilizar o alcance do objetivo deste estudo, ou seja, analisar a influência


do transporte público na preferência do turista na escolha do ponto turístico a ser
visitado, optou-se por uma pesquisa, determinando-se, a priori, os sujeitos sociais para
serem os informantes.

No caso específico, o universo em estudo foi constituído pelos locais de chegada e saída
da cidade do Rio de Janeiro, e hotéis da cidade, e como sujeitos-tipos, foram escolhidos
os turistas.

Sujeitos-tipo são “aqueles que representam as características típicas de todos os


integrantes que pertencem a cada uma das partes da população” (RICHARDSON,
1999).

Os órgãos fomentadores do turismo na cidade do Rio de Janeiro, questionados sobre o


número de turistas e excursionistas que visitam a cidade, não possuem dados suficientes
para comprovar a distinção entre as duas categorias.

25
Para melhor entendimento, neste trabalho não se faz distinção nas duas categorias,
empregando o termo “turista” para todos os visitantes, temporários ou não.

Os turistas podem ser identificados segundo dois aspectos: modo de transporte utilizado
para chegar à cidade e meio de hospedagem.

Atualmente, não há no Rio de Janeiro, uma pesquisa que identifique o número real de
turistas em relação ao número de passageiros desembarcados nos diversos locais de
entrada na cidade.

Segundo o Anuário Estatístico da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio


de Janeiro, em 2007, estimou-se 2 milhões de turistas tenham visitado o Rio de Janeiro,
sendo 54,93% provenientes de outras localidades do Brasil e o restante de outros países.

Baseando no número acima, com o total de 2.000.000 turistas que visitaram a cidade do
Rio de Janeiro em 2007, considerando que 54,93% são turistas nacionais (objeto deste
estudo), a população a ser pesquisada é de 1.098.600. Sabe-se que este número não
condiz com a realidade, pois existem indivíduos que se hospedam em casa de parentes e
amigos, não sendo contabilizados em estatísticas oficiais do turismo.

Não será necessário o calculo de amostra, pois se trata de uma pesquisa qualitativa.

Para a aplicação dos questionários foi escolhido os locais de maior desembarque de


turistas na cidade do Rio de Janeiro, sendo distribuídos números iguais de questionários
em cada local. Foi escolhido o valor de 200 para cada local, Rodoviária Novo Rio e
Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

A seleção dos entrevistados foi aleatória, levando em consideração algumas


particularidades dos locais pesquisados, tais como:

ƒ Na Rodoviária Novo Rio a pesquisa foi realizada na área de embarque com


indivíduos que aguardavam a partida nos locais não restritos do terminal
(segundo andar, perto dos restaurantes). Os dias pesquisados foram as sextas
feiras, nos períodos da manhã e tarde, pois segundo os funcionários do terminal
esses dias são os que existem mais embarques.

26
ƒ No Aeroporto Tom Jobim a pesquisa foi realizada nas áreas comuns do terminal
Nacional com indivíduos que aguardavam o embarque. Os dias pesquisados
foram em dias alternados da semana, nos períodos da manhã e tarde, pois não há
particularidades quando aos dias com mais embarques.

5.3 Instrumento de Coleta de Dados

O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário estruturado, utilizando-


se a técnica de entrevistas diretas pessoais com perguntas fechadas e abertas.

5.3.1 Coleta de dados

ƒ Pesquisadores: A coleta de dados foi realizada pela própria pesquisadora nos


meses de julho a setembro de 2007.
ƒ Pré-teste: Foi realizada uma primeira fase com 10 turistas com o objetivo de
adequar as questões ao turista.
ƒ Revisão da pesquisa: Na segunda etapa, as variáveis sugeridas foram
incorporadas às da dissertação e o questionário foi aperfeiçoado.

5.4 Escolha do Local de Pesquisa

A escolha dos locais de pesquisa foi, levando em consideração no modo de transporte,


os locais com maior fluxo de passageiros em 2006 e nos hotéis, os estabelecimentos do
bairro de maior numero dos mesmos.

Não foi considerado o Porto, pois a temporada de cruzeiros é entre dezembro e março,
ficando fora do período dedicado às pesquisas.

Em relação à entrada de passageiros por automóveis não foi possível o


dimensionamento da população por não existirem estatísticas a respeito. Deste modo
esta modalidade de transporte também não foi considerada.

Os locais escolhidos foram:

27
• Rodoviária Novo Rio

• Aeroporto Internacional Tom Jobim

5.5 Estratégia Analítica Aplicada

5.5.1 Codificação

Com o objetivo categorizar os dados, estes foram codificados pelo registro escrito das
respostas, com a participação da pesquisadora. Sendo feita uma revisão de códigos antes
da tabulação dos dados. No anexo 01 encontra-se a codificação completa dos dados.

5.5.2 Tabulação

A tabulação trabalhou com dois tipos de dados: das questões fechadas e abertas.

ƒ Tabulação das questões fechadas.


ƒ Tabulação das questões abertas: As questões abertas foram tabuladas mediante o
processo de categorização. Inicialmente foi feita a abertura dos questionários,
elaborando a transcrição literal das respostas e buscando os “temas” (categorias)
que surgem dessas respostas. Esse procedimento procurou verificar as
similaridades e diferenças entre as respostas, para maior riqueza de análise.
Após a análise, foram definidas categorias de respostas computando-se a
freqüência relativa de cada categoria.

5.5.3 Correlação entre dados

Foram correlacionados todas as variáveis do perfil do turista, com as demais variáveis


do questionário. Os resultados desse cruzamento de dados se apresentam no próximo
capítulo e em seguida as conclusões e recomendações sugeridas.

28
6 ANÁLISE DA PESQUISA COM BASE NA APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS

6.1 Apresentação

Neste capítulo apresentam-se os principais resultados das análises dos diversos


levantamentos realizados, conforme descritos no capítulo anterior.

6.2 Perfil do entrevistado

Para melhor entendimento dos resultados foram criados 5 grandes grupos de dados
mesmo sendo cada grupo constituído pela combinação de uma variável do perfil do
entrevistado e as demais variáveis do questionário, a saber: (a) dados em relação ao
gênero do entrevistado; (b) dados em relação ao modo de transporte utilizado pelo
entrevistado para chegar à cidade; (c) dados em relação à renda do entrevistado; (d)
dados em relação à escolaridade do entrevistado; e (e) dados em relação à faixa etária.

6.2.1 – Dados em relação ao gênero do entrevistado

Neste primeiro grupo foi criada uma série de tabelas confrontando o quesito “gênero”
com os dados de hospedagem, bairro de hospedagem, atrativo turístico visitado, uso do
transporte público, opinião sobre o transporte utilizado, acessibilidade ao local visitado,
informações sobre o transporte a ser utilizado e a nota de opinião a respeito do
transporte público da cidade do Rio de Janeiro.

Para a categoria “gênero”, os indivíduos foram divididos em “masculino” e “feminino”


conforme os números apresentados abaixo:

29
47% Masculino
Feminino
53%

Gráfico 1. - Porcentagem de entrevistados em relação ao gênero

Aos serem divididos por gênero, os questionários dos indivíduos entrevistados foram
confrontados, primeiramente, com o meio de hospedagem em que utilizaram ao chegar
à cidade do Rio de Janeiro.

Para essa questão, as respostas foram divididas em “hotel”, “casa de parente ou amigo”,
“albergue” e “outro”. A opção “outro” englobava os indivíduos que não pernoitaram na
cidade, ou seja, não se hospedaram, dando continuidade à viagem menos de 24 horas de
sua chegada ao Rio de Janeiro.

Segundo os números, apresentados abaixo, podemos observar que a hospedagem em


hotéis e em casa de parentes ou amigos são equivalentes. Mas o que se pode perceber
nestes números é que a hospedagem em casa de parentes ou amigos encontra-se em
número elevado, chegando a 39,2% na categoria masculina e 40,7% na feminina, sendo
um número a serem observados já que segundo a Riotur os números de turistas que
chegam à cidade do Rio de Janeiro são calculados através de estatísticas em hotéis e
albergues, não contanto com esse tipo de hospedagem.

Gráfico 2. – Porcentagem de entrevistados por tipo de hospedagem em relação ao gênero

30
Pode-se entender que segundo o órgão de gestão de turismo na cidade do Rio de
Janeiro, a RioTur, esses indivíduos não são considerados turistas, pois não se
hospedaram em hotéis, 40% no número total de entrevistados, sendo um número
considerável a ser considerado quando se trata do planejamento turístico de uma cidade.

Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis as regiões conhecidas como Zona


Sul e Barra da Tijuca são as que recebem maior número de turistas por alguns motivos
tais como maior número de hotéis e albergues, maior acessibilidade aos pontos
turísticos, maior atendimento às regiões pelos meios de transportes públicos,
principalmente a Zona Sul.

Os dados referentes ao bairro onde o indivíduo ficou hospedado foram divididos,


segundo a regionalização dos bairros proposta pelo Plano Estratégico da Cidade do Rio
de Janeiro, da Prefeitura Municipal, em 12 categorias mais uma identificada como
“cidades vizinhas”, conforme anexo.

Gráfico 3. – Entrevistados por bairro de hospedagem em relação ao gênero

Como se pode perceber, a pesquisa confirma os dados da ABIH mostrando a Zona Sul e
a Barra da Tijuca como regiões de maior número de turistas.

A cidade do Rio de Janeiro possui atualmente, registrados na Riotur, 59 atrativos


considerados turísticos entre monumentos, praias, igrejas, bairros e locais culturais,
conforme anexo. Foram adicionados a essa lista alguns locais citados pelos
entrevistados, a saber, Clube de Regatas do Flamengo (Gávea), Arena Multiuso (Arena
Pan-americana), Estádio João Havelange (Engenhão) e Parque Aquático Maria Lenk

31
(Parque Aquático Pan-americano). Dos pontos turísticos registrados somente 29 foram
citados pelos turistas.

Para melhor entender os resultados da pesquisa, usaremos o termo “viagens” para


qualificar a visita ao atrativo turístico com origem desconhecida e destino conhecido.

As viagens citadas são em número de 1.121 sendo que 45,3% foram feitas por homens e
54,7% feita por mulheres.

Como se era de esperar os locais mais conhecidos na cidade como o Cristo Redentor e o
Pão de Açúcar foram os locais que receberam mais visitantes. Foram 20,87% das
viagens feitas pelos homens e 19,41% das viagens feitas pelas mulheres.

Já o Pão de Açúcar recebeu 16,14% das viagens feitas pelos homens e 16,64% das
viagens feitas pelas mulheres. Os outros atrativos citados estão relacionados na tabela
abaixo, com as porcentagens das viagens realizadas:

Tabela 14 – Porcentagem de viagens aos atrativos turísticos em relação ao gênero


do entrevistado

Gênero (em porcentagem)


Atrativo Turístico
Masculino Feminino
Arena Pan-americana 0,20 0,65
Arpoador 0,20 0,65
Aterro do Flamengo 1,18 1,14
Catedral Metropolitana 0,98 1,31
Centro Cultural Banco do Brasil 0,98 1,31
Centro Cultural Light 0,79 1,63
Copacabana Palace 0,39 0,16
Cristo Redentor 20,87 19,41
Engenhão 0,79 0,16
Enseada de Botafogo 0,79 1,63
Floresta da Tijuca 2,56 2,77
Forte de Copacabana 0,79 0,33
Gávea 0,59 1,63
Igreja da Candelária 1,57 1,63
Igreja de Nossa Senhora da Penha 3,74 3,10
Ipanema 4,53 4,57
Jardim Botânico 3,35 2,61

32
Lagoa Rodrigo de Freitas 1,38 1,14
Lapa 6,10 6,04
Maracanã 4,72 5,22
Museu Histórico Nacional 4,92 4,57
Palácio do Catete 1,77 0,49
Pão de Açúcar 16,14 16,64
Parque Aquático Pan 1,38 1,79
Praia de Copacabana 11,42 11,91
Praia do Leblon 3,15 2,94
Quinta da Boa Vista 1,18 0,98
Santa Teresa 3,15 3,10
Teatro Municipal 0,39 0,49

Para acessar esses atrativos turísticos, 93,1% dos homens admitiram que tiveram
facilidade para se encaminhar ao local, enquanto 92,06% das mulheres tiveram a mesma
resposta positiva. Diferentemente do acesso às informações disponibilizadas para que os
visitantes chegassem ao local pretendido.

Neste caso somente 38,17% dos homens responderam ao questionário afirmando que
possuíam informações de como chegar ao atrativo e 43,93% das mulheres. Em 95% dos
casos, os entrevistados de ambos os gêneros admitiram pedir informações a transeuntes,
sendo que os outros 5% ficaram divididos entre fiscais de empresas que estavam nos
pontos de ônibus, seguranças do metrô, motoristas de ônibus, policiais e atendentes de
bancas de jornal.

O transporte público foi utilizado por 63,75% dos entrevistados, sendo que nas viagens
realizadas pelos homens o uso foi de 63,44% e pelas mulheres 64,02%.

Para entender esse confronto de informações, os tipos de viagens foram divididos em


categorias criadas com a codificação do questionário ser apresentado aos entrevistados.
Foram criadas nove categorias, a saber, metrô; ônibus; ônibus e metrô; táxi; táxi, metrô
e ônibus; trem, ônibus e bonde; ônibus e van; van, conforme tabela abaixo:

Tabela 15 – Porcentagem de viagens em transporte público em relação ao gênero


do entrevistado

33
Gênero (em porcentagem)
Uso do Transporte Público
Masculino Feminino
Metrô 7,63 9,49
Ônibus 40,68 37,23
Ônibus e Metrô 27,97 29,20
Táxi 5,08 5,11
Táxi, Metrô e Ônibus 5,93 3,65
Trem, Ônibus e Bonde 5,08 4,38
Ônibus e Van 3,39 5,84
Van 4,24 5,11

Como se pode notar pelos os números acima, as viagens feitas somente de ônibus e
ônibus e metrô significaram 67,53% do total, confirmando os dados do Plano Diretor de
Transporte Urbano da Região Metropolitana do Rio de Janeiro onde este cita os dois
modos de transportes como os modos motorizados que possuem maiores números de
adeptos, em relação ao moradores locais, 61% do total de viagens, sendo 57% de
viagens feitas por ônibus e 4% feitas por metrô (PDTU, 2004).

Foi questionado ao turista aspectos sobre a qualidade do transporte por ele utilizado,
sendo essa qualidade dividida em oito categorias, a saber, confiabilidade, segurança,
acessibilidade, gentileza do funcionário, rapidez, pontualidade, informação positiva
dada pelo funcionário e conforto.

As respostas positivas foram levadas em consideração sendo depois revertidas em


porcentagem em relação ao total de opiniões de cada item, conforme tabela abaixo:

Tabela 16 – Porcentagem de respostas positivas a respeito do transporte público


em relação ao gênero do entrevistado

Gênero (em porcentagem)


Opinião sobre Transporte
Masculino Feminino

Confiabilidade 74,4 80,28


Segurança 55,2 54,93
Acessibilidade 95,2 95,77
Gentileza do Funcionário 68 76,06
Rapidez 44,8 46,48
Pontualidade 68,8 67,61
Informação do Funcionário 78,4 83,80

34
Conforto 55,2 54,93

Após o questionamento em relação à afirmação ou negação dos itens acima o indivíduo


era solicitado a dar uma nota de 0 a10 ao transporte por ele utilizado; sendo 0 a menor
nota e 10 a maior. Para melhor visualização foi feita a média das notas, conforme
apresentado abaixo:

Tabela 17 – Média das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em
relação ao gênero do entrevistado

Gênero
Média das notas de opinião
Masculino Feminino

Trem 8 3,3
Bonde 6,72 7,2
Metrô 8,77 8,6
Ônibus 6,07 5,8
Táxi 7,18 8

6.2.2 Dados em relação ao modo de transporte utilizado pelo entrevistado

para chegar à cidade

No grupo de dados 02, foi também criada uma série de tabelas confrontando o quesito
“meio de transporte” com os diversos dados já apresentados anteriormente.

Os meios de transportes utilizados por turistas para chegar ao Rio de Janeiro como
mencionados no capitulo 04 são rodoviário, aéreo e marítimo.

Nesta pesquisa foram levados em consideração os modos rodoviário e aéreo, sendo os


locais de entrevistas realizados na Rodoviária Novo Rio e Aeroporto Internacional Tom
Jobim (Galeão) respectivamente. A escolha desses locais, como também mencionado
anteriormente, é devido ao grande número de passageiros que desembarcam na cidade

35
através deles. O meio de transporte marítimo não foi considerado por se tratar de um
tipo de transporte turístico com restrição de época (somente de dezembro a março)

Em relação ao meio de hospedagem que os turistas utilizaram na cidade, como já se


sabe, esse foi dividido em quatro categorias. O que se pode perceber com essa pesquisa
é que a maioria, 52,5% dos entrevistados que utilizaram o transporte aéreo se
hospedaram em hotel sendo que, coincidentemente, o mesmo número foi identificado
nos entrevistados que utilizaram o transporte rodoviário e que se hospedaram em casa
de parente ou amigos, conforme gráfico abaixo:

Gráfico 4. – Porcentagem de entrevistados por meio de hospedagem em relação ao modo de


transporte utilizado para chegar à cidade

Outro fator a destacar é o tipo de hospedagem identificado como “outro”. Podemos


perceber que todos os entrevistados que admitiram não terem pernoitado na cidade
chegaram à mesma por via rodoviária. Não há uma explicação comprovada, mas o fato
é de que muitos indivíduos de cidades do interior do estado ou até mesmo de estados
limítrofes utilizam desse tipo de conduta para turismo de compras e principalmente de
saúde (turismo que tem como principal objetivo do indivíduo não é a visita à cidade e
sim quando este precisa de tratamento que não possui em sua cidade de residência).

Em relação aos bairros em que esses indivíduos estiveram hospedados, faz-se lembrar
da regionalização dos mesmos, para os entrevistados do meio de transporte aéreo,
ficaram divididos em duas regiões somente, a saber, Zona Sul e Barra da Tijuca, 73% e
27% respectivamente. Já os usuários do transporte rodoviário ficaram divididos entre

36
todas as treze regiões sendo que a Zona Sul, Zona Norte e Tijuca/Vila Izabel foram as
que receberam mais os turistas, seguidas por Centro e Leopoldina, como podemos ver
no gráfico abaixo:

Gráfico 5. – Percentual de entrevistados por bairro de hospedagem em relação ao meio de


transporte utilizado para chegar à cidade

Ao contrario da via aérea, a Barra da Tijuca não se encontra como uma das regiões que
mais receberam turistas, ficando com somente 4,5% do total de hospedes.

Mesmo concentrados em duas regiões do Rio de Janeiro, os visitantes que chegaram por
via aérea 568 viagens para os diversos pontos turísticos citados na entrevista. Mesmo
que um número considerável 40,5% não possuía informações de como chegar ao local
pretendido, considerando que mesmo com essa falta de informações, 96,5% admitiu ter
havido facilidade em encontrar o local utilizando de contato com transeuntes para
saberem a direção e o sentido corretos (89%).

Das 552 viagens realizadas pelos visitantes que chegaram via rodoviária 37,15% foram
para o Corcovado (Cristo Redentor) e o Pão de Açúcar, já os outros 62,85% ficou
dividido entre os outros locais citados, conforme tabela abaixo:

37
Tabela 18 – Porcentagem de viagens aos atrativos turísticos em relação à forma de
chegada à cidade

Forma de chegada à cidade


Atrativo Turístico (em porcentagem)
Via aérea Via rodoviária
Arena Pan-americana 0,35 0,54
Arpoador 0,35 0,54
Aterro do Flamengo 1,06 1,27
Catedral Metropolitana 1,23 1,09
Centro Cultural Banco do Brasil 1,23 1,09
Centro Cultural Light 0,88 1,09
Copacabana Palace 0,35 0,54
Cristo Redentor 20,42 19,75
Engenhão 0,35 0,54
Enseada de Botafogo 1,41 1,09
Floresta da Tijuca 2,64 2,72
Forte de Copacabana 0,35 0,72
Gávea 1,06 1,27
Igreja da Candelária 1,41 1,81
Igreja de Nossa Senhora da Penha 3,35 3,44
Ipanema 4,93 4,17
Jardim Botânico 2,99 2,90
Lagoa Rodrigo de Freitas 1,23 1,27
Lapa 5,81 6,34
Maracanã 5,46 4,53
Museu Histórico Nacional 4,93 4,53
Palácio do Catete 1,06 1,09
Pão de Açúcar 16,73 16,12
Parque aquático Pan 1,76 1,45
Praia de Copacabana 11,44 11,96
Praia do Leblon 2,99 3,08
Quinta da Boa Vista 1,06 1,09
Santa Teresa 2,82 3,44
Teatro Municipal 0,35 0,54

Os visitantes que chegaram por via rodoviária admitiram terem mais dificuldades de
chegar ao local, mesmo tendo mais informações. Segundo a pesquisa 42% dos
entrevistados disseram possuírem informações anteriores à viagem sobre como chegar
aos atrativos, mesmo assim somente 88,5% admitiram facilidade ao acessar o local.

38
Para os outros 11,5% dos entrevistados, a maior dificuldade foi o número de
transbordos feitos para chegar ao local e as longas viagens (não é possível ter uma
dimensão sobre o que é longo para o indivíduo).

Analisando agora o tipo de transporte público utilizado por cada categoria de


entrevistado, pode-se perceber que em ambos os casos, aproximadamente 48,5% dos
entrevistados, utilizaram metrô e ônibus, separadamente ou integrados. Aos serem
questionados quanto à qualidade dos transportes, podemos perceber também uma
coerência de opiniões, como podemos perceber na tabela abaixo:

Tabela 19 – Porcentagem de respostas positivas a respeito do transporte público


em relação à forma de chegada à cidade

Forma de chegada à cidade


(em porcentagem)
Opinião sobre Transporte
Via aérea Via rodoviária

Confiabilidade 77,4 77,6


Segurança 54,9 55,2
Acessibilidade 95,5 95,5
Gentileza do Funcionário 72,2 72,4
Rapidez 45,9 45,5
Pontualidade 68,4 67,9
Informação do Funcionário 81,2 81,3
Conforto 54,9 55,2

Com relação à média das notas que deram aos transportes públicos utilizados por eles,
observa-se que o item “trem” não foi qualificado pelos entrevistados que chegou por via
aérea, o mesmo ocorre com o item “táxi” para os de via rodoviária, conforme tabela
abaixo:

39
Tabela 20 – Média das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em
relação à forma de chegada à cidade

Forma de chegada à cidade


Média das notas de opinião
Via aérea Via rodoviária

Trem - 4,1
Bonde 6,9 7,0
Metrô 8,9 8,5
Ônibus 5,8 6,1
Táxi 7,4 -

6.2.3 Dados em relação à renda do entrevistado

No grupo de dados 03, foi criada uma série de tabelas confrontando o quesito “renda
familiar” com as demais variáveis do questionário.

A renda familiar foi dividida baseando em critério próprio da pesquisadora, pois o os


órgãos de pesquisa no Brasil usam a classificação por classes, sendo as 4 categorias: ≤
1.000, 1.001 a 3.000, 3.001 a 5.000 e ≥ 5.001, conforme o gráfico abaixo:

7% ≤ 1.000
18% 37% 1.001 a 3.000
3.001 a 5.000
≥ 5.001
38%

Gráfico 6. – Percentual de entrevistados por renda familiar

É importante observar que 75% dos entrevistados ganham menos de 3.000 sendo
possível a interferência deste dado nos resultados da pesquisa.

40
Em relação ao meio de hospedagem, como se percebe no gráfico abaixo, as diferenças
entre as duas primeiras categorias são mínimas sendo consideradas tecnicamente iguais.

18
16
14
12 ≤ 1.000
10 1.001 a 3.000
8
3.001 a 5.000
6
4 ≥ 5.001
2
0
Hotel Casa de Parente Albergue Outro

Gráfico 7. – Porcentagem de entrevistados por meio de hospedagem em relação à renda familiar

Ainda em relação á hospedagem, comparando os dados de renda com os de bairro em


que o entrevistado ficou hospedado, pode-se observar que, não contando com a Barra da
Tijuca e Zona Sul, pois são os maiores receptores de turistas, conforme o gráfico
abaixo:

Zona Norte

Tijuca/Vila Izabel

Leopoldina

Jacarepaguá

Iraja
≥ 5.001
Ilha do Governador 3.001 a 5.000
Grande Meier 1.001 a 3.000
≤ 1.000
Cidades Vizinhas

Centro

Campo Grande

Bangu

0 5 10 15 20 25

Gráfico 8. – Porcentagem de entrevistados por bairro de hospedagem, por categoria, em relação à


renda familiar, excluindo as regiões da Barra da Tijuca e Zona Sul

41
Para entrevistados que tem ganhos familiares a partir de 5.001 reais, estes se
concentram em sua maioria na região de Centro, por se tratar de uma região muito
propensa a turismo de negócio, e a Irajá, não tendo explicação para este caso.

Na categoria entre 3.001 e 5.000 reais houve uma equivalencia quanto aos dados,
ficando os entrevistados praticamente divididos entre os bairros de Tijuca / Vila Isabel,
Leopoldina, Jacarepaguá, Centro, Campo Grande e nas cidades vizinhas ao Rio de
Janeiro. Já a categoria 1.001 a 3.000 reais recebeu nitidamente a maioria dos
entrevistados nos bairros da Zona Norte e Tijuca / Vila Isabel, enquanto a ultima
categoria ficou entre Centro, Jacarepaguá e Leopoldina.

Ao confrontar esses dados com os das viagens aos atrativos turísticos, vemos que,
excluindo os 3 pontos mais votados, Pão de Açúcar, Cristo Redentor e Praia de
Copacabana, os pontos mais visitados em todas as categorias foram os que estão nas
mediações das regiões Norte e Central da cidade, onde os entrevistados ficaram
hospedados, como o Estádio do Maracanã e o bairro da Lapa.

Em relação ao uso do transporte público para o deslocamento para os atrativos


turísticos, ao contrário do que se acreditava, os entrevistados com maior renda familiar
foram os que utilizaram mais o transporte público. Percebeu-se, com a pesquisa, que a
categoria que mais utilizou do serviço foi a de “3.001 a 5.000 reais”, seguida pela “≥
5.001” com 77,1% e 67,9% respectivamente.

Agora analisando o tipo de transporte público utilizado por cada categoria de


entrevistado, como mencionado no item acima, a maioria utilizou o ônibus e o metrô
para o deslocamento, ainda ao serem questionados sobre a qualidade do transporte
percebe-se o grau de exigência dos indivíduos com ganhos maiores, como visto no
gráfico abaixo, refletindo nas notas dadas a estes serviços, como se vê mais adiante na
tabela 8.

42
100
90
80
70
60
50
40 ≤ 1.000
30 1.001 a 3.000
20 3.001 a 5.000
10 ≥ 5.001
0

ez
de

e
e

ça

o
o
o

ad
ad

rt
ri
ri

id
an

da


fo
id
lid

ap
ur

ili

on
io
io

al
bi

R
ib
g

nc
tu
nc

C
fia

Se

ss

Fu
Fu
ce

Po
on

do
do
C

ão
a
ez


til

rm
en

fo
G

In

Gráfico 9. - Respostas positivas a respeito da qualidade do transporte público em relação à renda


familiar

Tabela 21 – Média das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em
relação à renda familiar

Média das notas de opinião


Renda Familiar
Trem Bonde Metrô Ônibus
≤ 1.000 4,12 6,88 8,56 6,11
1.001 a 3.000 - 7,36 8,58 5,69
3.001 a 5.000 - 6,79 9,10 5,68
≥ 5.001 - 6,65 8,76 6,85

6.2.4 Dados em relação à escolaridade do entrevistado

No grupo de dados 04, foi criada uma série de tabelas confrontando o quesito
“escolaridade” com as demais variáveis do questionário.

Para este item foi utilizada a categorização do MEC (Ministério da Educação e Cultura)
quanto à divisão do ensino no Brasil, a saber, Ensino Fundamental, Ensino Médio,
Técnico, Superior, Pós-Graduação. Todos os entrevistados foram instruídos a

43
escolherem a categoria que mais se encaixavam baseando no grau de educação recebido
de maneira completa. A categoria pós-graduação não faz distinção entre lato senso e
strictu senso, sendo somente exigido, como mencionado, que o entrevistado tenha a
feito de maneira completa, conforme números apresentados abaixo no gráfico.

19% 3%

36% Ensino Fundamental


Ensino Médio
Técnico
Superior
41% 1% Pós Graduação

Gráfico 10. – Entrevistados em relação à Escolaridade

Pecerbe-se ao analisar o gráfico acima mesmo sendo a maioria, 41%, de indivíduos com
nível superior completo, não se pode afirmar que o turista que visita o Rio de Janeiro
tem como perfil educacional este nível de escolaridade, já que 36% dos entrevistados
afirmaram possuir Ensino Médio completo, o que inclui nesta categoria indivíduos com
nível superior incompleto, necessitando pois de uma pesquisa mais detalhada no assunto
para criar o perfil educacional do turista.

Para entender a mobilidade do turista analisa-se o destino e a origem do mesmo. Quanto


a origem pode-se perceber que, os bairros de maior receptividade são os da Zona Sul e
Barra da Tijuca e a região onde os atrativos que foram mais citados é a Zona Sul.

Para os entrevistados com Ensino Fundamental, somente 5 regiões foram receptivas dos
mesmo, conforme o gráfico abaixo:

8% Bangu
17% Barra da Tijuca
42%
Jacarepaguá
Tijuca/Vila Izabel
8%
Zona Sul
25%

Gráfico 11. – Porcentagem de entrevistados com Ensino Fundamental por bairro de hospedagem

44
Não se pode concluir sobre o assunto a partir desta pesquisa sobre escolaridade a nível
fundamental, necessitando uma posterior pesquisa mais detalhada.

Nos entrevistados do Ensino Médio, todas as regiões foram citadas com ênfase na Zona
Sul, Barra da Tijuca e Leopoldina.

Já os entrevistados do nível técnico as regiões citadas foram Barra da Tijuca,


Jacarepaguá, Tijuca / Vila Isabel (1 citação em cada) e Zona Sul (duas citações).

O nível superior conta com entrevistados em todas as regiões da cidade com ênfaze na
Barra da Tijuca e Zona Norte, e conta com 51,53% dos entrevistados na Zona Sul.

Ainda sobre os bairros de hospedagem, no nível de pós-graduação a citação é também


em todas as regiões com especial percepção em relação aos números da Tijuca / Vila
Isabel.

Analisando o destino das viagens dos entrevistados, pode-se perceber também


particularidades em relação a cada nível de escolaridade. Os atrativos Cristo Redentor,
Pão de Açúcar e Praia de Copacabana tiveram grande número de citações em todos os
níveis de escolaridade. Conforme a tabela abaixo:

Tabela 22 – Viagens aos atrativos turísticos por nível de escolaridade

Escolaridade
Atrativo Turístico
E. Fundamental E. Médio Técnico Superior Pós Graduação
Arena Panamericana 0 1 0 1 3
Arpoador 0 2 1 1 1
Aterro do Flamengo 1 5 0 5 2
Catedral Metropolitana 0 4 1 6 2
C. C. Banco do Brasil 0 4 1 6 2
Centro Cultural Light 2 8 1 1 2
Copacabana Palace 1 1 0 2 1
Cristo Redentor 4 83 3 90 45
Engenhão 0 2 0 3 0
Enseada de Botafogo 2 8 1 1 2
Floresta da Tijuca 1 12 0 14 3
Forte de Copacabana 0 4 0 1 1
Gávea 1 4 0 7 1
Igreja da Candelária 1 7 0 8 2

45
Tabela 9 – continuação

Igreja de N. S. da Penha 1 12 0 16 9
Ipanema 2 21 2 15 11
Jardim Botânico 2 15 1 9 6
Lagoa Rodrigo de Freitas 0 8 0 2 4
Lapa 2 25 1 25 15
Maracanã 2 24 2 18 10
Museu Histórico Nacional 1 16 1 28 7
Palácio do Catete 0 4 0 6 2
Pão de Açúcar 5 59 3 78 39
Parque aquático Pan 1 9 0 7 1
Praia de Copacabana 4 49 3 46 29
Praia do Leblon 0 13 1 16 4
Quinta da Boa Vista 0 8 0 3 1
Santa Teresa 0 12 0 18 5
Teatro Municipal 0 2 0 3 0

Sobre as informações necessárias para chegar a esses atrativos, os entrevistados,


aproximadamente 41% admitiu tê-las, mesmo que a afirmação sobre a facilidade em
chegar neste ponto foi alta, conforme tabela abaixo:

Tabela 23 – Porcentagem de afirmações sobre a facilidade em chegar ao atrativo


turístico por escolaridade.

Escolaridade Acessibilidade
Ensino Fundamental 83,33
Ensino Médio 93,71
Técnico 80
Superior 93,25
Pós Graduação 90,91

Agora, em relação ao tipo de transporte utilizado para fazer as viagens aos atrativos
turísticos como nos outros itens o ônibus e o metrô são os mais citados, em todos os
níveis de escolaridade, e sua qualidade foi bastante questionada quanto rapidez,
segurança e conforto, como tabela abaixo:

46
Tabela 24 – Porcentagem de respostas positivas a respeito da qualidade do
transporte público em relação à escolaridade

Escolaridade
Opinião sobre transporte Ensino
Ensino Médio Técnico Superior Pós Graduação
Fundamental
Confiabilidade 87,5 76,67 100 75,22 80,77
Segurança 75 57,78 50 53,10 51,92
Acessibilidade 87,5 95,56 100 96,46 94,23
Gentileza do Funcionário 62,5 75,56 100 69,03 73,08
Rapidez 75 47,78 50 40,71 48,08
Pontualidade 100 67,78 50 65,49 71,15
Informação do Funcionário 87,5 85,56 100 77,88 78,85
Conforto 62,5 58,89 50 52,21 53,85

Esta rigidez nas afirmações se refletiram nas notas dadas pelos entrevistados mostradas
em seguida.

Tabela 25 - Média das notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos em
relação à escolaridade

Média das notas de opinião


Escolaridade
Trem Bonde Metrô Ônibus Táxi
Ensino Fundamental 0 6,9 8,28 6,04 7,48
Ensino Médio 3,63 7,27 8,62 5,74 8,24
Técnico 0 6,32 7,11 6,48 5,92
Superior 6 7,06 8,75 6,3 7
Pós Graduação 0 6,5 8,9 5,61 0

Pode-se perceber que os entrevistados de nível técnico forma os mais rígidos em sua
avaliação, enquanto os de nível superior os mais flexíveis.

47
6.2.5 Dados em relação à idade do entrevistado

No grupo de dados 05, foi criada uma série de tabelas confrontando o quesito “idade”
com as demais variáveis do questionário.

Neste item foi utilizada a categorização do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística) com adaptações. Os entrevistados menores de 19 anos foram agrupados em
um único grupo e os maiores de 65, idem, conforme gráfico abaixo:

< 19 anos
20 a 24 anos
8% 3% 8%
7% 25 a 29 anos
20% 30 a 34 anos
7%
35 a 39 anos
40 a 44 anos
7% 45 a 49 anos
12%
8% 50 a 54 anos
7% 13%
55 a 59 anos
60 a 64 anos
> 65 anos

Gráfico 12. – Entrevistados em relação à idade

Quanto á hospedagem dos entrevistados, observou-se que a procura por albergue foi na
sua maioria (88,33%) nitidamente feita por jovens na idade entre 20 e 34 anos sendo sua
maioria 41,67% de jovens de 20 a 24 anos, idade considerada de publico alvo para os
empresarios na área (Associação Brasileira de Albergues da Juventude, 2007).

Ainda sobre hospedagem, as regiões citadas pelos entrevistados como origem das
viagens para os atrativos turisticos foram todas citadas de maneira homogênia, com
exceção da Barra da Tijuca e Zona Sul.

Quanto ao destino das viagens percebeu-se que até mesmo em atrativos turisticos mais
citados houve uma concentração nas idades jovens em detrimento às idades mais
avançadas. Esse fenômeno pode ser visto no gráfico abaixo com os atrativos Cristo

48
Redentor, Pão de Açúcar e Praia de Copacabana, onde são mostradas as porcentagens
das viagens realizadas para esses atrativos.

35

30

25

20 Cristo Redentor
Praia de Copacabana
15 Pão de Açúcar
10

os
os

os

os

os

os

os

os

os

os
an
an

an

an

an

an

an

an

an

an
65
49
24

29

34

39

44

54

59

64
>
a

a
a

a
50
20

25

30

35

40

45

55

60

Gráfico 13. – Porcentagem de viagens ao Cristo Redentor, Pão de Açúcar e Praia de Copacabana
por idade

Os atrativos religiosos possuem uma constancia em relação à distribuição de viagens


por idade, enquanto os atrativos “a céu aberto” como Praia do Leblon, Lagoa Rodrigo
de Freitas, Jardim Botânico, enseada de Botafogo e Aterro do flamengo, a concentração
de viagens de pessoas com idades mais avançada é maior. O mesmo aconteceu com os
atrativos culturais. Já os atrativos esportivos contam com uma regularidade quanto às
viagens.

Agora, em relação ao transporte público utilizado para a realização dessas viagens


44,3% das foram realizadas por entrevistados entre 20 e 34 anos, sendo que os de 20 a
24 anos em maior número 19% do total de entrevistados.

Como pode perceber no gráfico abaixo, o ônibus e o metrô foram os mais citados sendo
utilizados com mais incencidade pelos indivíduos mais novos.

49
5
4
3 Metrô
2 Ônibus
1
0
os

os
os

os

os

s
o

an
an

an

an

an

an

an

an

an

an

an

65
19

54
24

29

34

39

44

49

59

64
<

>
a

a
20

25

30

35

40

45

50

55

60
Gráfico 14. – Comportamento dos números de entrevistados quanto ao transporte público utilizado
por idade.

Ao contrário do que se percebe quanto ao transporte alternativo onde o público que mais
utilizou-os foram os de maior idade, questionados sobre o porque de trancitarem pela
cidade em transporte alternativo, mesmo que em algumas idades não se paga passagem,
os indivíduos responderam que na maioria das vezes esse tipo de transporte é mais
rápido, mais seguro quanto a roubo e tem maior periodicidade, mesmo que a segurança
do tipo de transporte, por ser clandestino, por contar com motoristas inesperientes na
sua maioria, possa ser grande. Conforme grafico abaixo:

1,2
1
0,8
0,6 Transporte Alternativo
0,4
0,2
0
os

os
s

os

s
os

os

s
o

an
an

an

an

an

an

an

an

an

an

an
65
19

54

59
24

29

34

39

44

49

64
<

>
a

a
a

45

50

55
20

25

30

35

40

60

Gráfico 15. – Porcentagem da utilização do transporte alternativo por idade

Ainda sobre o transporte público, a opinião sobre a qualidade do mesmo os itens


segurança, rapidez e conforto sofreram a maior rigidez, sendo o item rapidez o de menor
aceitação. Para entender o que seria essa rigidez, propõe-se a criação no gráfico abaixo,
onde se mostra os dados dos itens mencionados, de uma linha de referência com a
média de aceitação de todos os itens da pesquisa, chamada de média geral, refletindo

50
nas notas dadas pelos entrevistados aos transportes públicos, mostradas logo em
seguida:

80
70
60
S egurança
50
Rapidez
40
Conforto
30
Média Geral
20
10
0
os

os
os

os

os

os

os

os

os

os

os
an

an
an

an
an

an

an

an

an

an

an
65
19

24

44

49
29

34

39

54

59

64
a

>
<
20

25

30

35

40

45

50

55

60

Gráfico 16. – Porcentagem de aceitação na opinião dos entrevistados quanto ao transporte público
utilizado por idade

De todos os itens pesquisados somente “acessibilidade” ficou acima da média em todas


as idades. Sendo que sua média ficou em 95,5% de aceitação. Com a pesquisa pode
perceber também o alto grau de exigência dos entrevistados de 55 a 59 anos que dos 8
itens relacionados no questionário, 5 ficaram abaixo da média geral, sendo a faixa etária
de maior rigidez nas respostas.

Pode-se comprovar o que foi dito sobre a aceitação do item acessibilidade com o
questionamento da facilidade em chegar ao atrativo turístico, onde 91,07% dos
entrevistados afirmam esta facilidade mesmo com somente 42,3% dos mesmos
admitindo terem informações prévias de como chegar ao local pretendido. Deste
montante, os mais informados foram os da faixa etária de maiores de 65 anos (61,54%)
e os menos informados os da faixa etária de 45 a 49 anos (24,14%).

Quanto as notas dadas pelos entrevistados ao transporte público, a média ficou em


7,09% sendo o de maior média o metrô com 8,75% e o de menor média o trem com
4,75%, conforme pode ser visto na tabela abaixo:

51
Tabela 26 – Médias das notas dadas pelos entrevistados sobre o transporte público
por idade

Média das notas de opinião


Idade
Trem Bonde Metrô Ônibus Táxi
< 19 anos - 7,27 8,94 5,83 8,00
20 a 24 anos 3,00 7,20 8,06 6,38 6,32
25 a 29 anos 2,00 7,74 8,99 5,61 7,00
30 a 34 anos 8,00 6,97 8,75 6,60 -
35 a 39 anos - 6,59 8,27 5,50 7,00
40 a 44 anos - 5,72 8,50 5,60 7,00
45 a 49 anos - 6,60 8,83 5,22 8,00
50 a 54 anos - 8,65 8,97 6,46 9,00
55 a 59 anos - 8,24 8,98 5,95 -
60 a 64 anos - 6,13 8,99 5,43 8,00
> 65 anos 6,00 7,65 8,97 6,12 -

Pode-se concluir, com a pesquisa apresentada neste capítulo que o transporte no Rio de
Janeiro não influencia na escolha do mesmo em visitar um ponto turístico. Como se
pode perceber, os atrativos turísticos mais conhecidos pelo publico, Pão de Açúcar,
Praia de Copacabana e Cristo Redentor, mesmo que, o primeiro e o ultimo, sejam de
difícil acesso, não foi um impedimento para que os turistas acessassem-nos.

No capítulo que se segue será apresentada as conclusões do trabalho e as


recomendações necessárias para estudos futuros no assunto.

52
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Esta pesquisa foi desenvolvida a partir da identificação das carências de estudos sobre
transporte turístico. Seu objetivo principal foi fazer uma análise dos transportes
turísticos atualmente utilizados e os que não são considerados turísticos
estatisticamente, mas utilizados pelos visitantes. Este estudo tem, portanto, um caráter
amplo, uma vez que se propõe a analisar a relação do transporte com o turismo.

Para isto, a pesquisa buscou num levantamento abrangente da literatura as bases para a
formulação de um questionário buscando captar informações sobre a relação que os
turistas têm com o transporte, principalmente o transporte público. A partir dos 400
questionários respondidos, foi possível descrever a utilização do transporte público
pelos turistas que visitaram a cidade do Rio de Janeiro, destacando os de maior e os de
menor popularidade.

Embora este estudo não tenha o propósito prescritivo, o levantamento amplo da


literatura e o subseqüente mapeamento da mobilidade turística no Rio de Janeiro,
permitem a sugestão de alguns pontos, constituindo uma agenda a ser considerada pelos
órgãos de fomento de turismo e empresas prestadoras de serviços de transporte como
forma de organizar melhor o turismo.

O Transporte e o turismo estão interligados, pois no conceito básico do turismo, para


realizá-lo, a premissa básica é o deslocamento e se há deslocamento, há o transporte.

A indústria do turismo vem crescendo a cada ano como conseqüência da necessidade


dos indivíduos em conhecer novos lugares e culturas, fazendo com que paises
sobrevivam da atividade turística. O Brasil, por sua vez, ainda não atingiu o esperado
em relação ao turismo, mesmo que esta atividade tenha apresentado um crescimento
maior que o PIB nacional entre os anos de 1975 e 2004, superando recorde de receita
em 2006.

O Rio de Janeiro atualmente é a segunda cidade mais visitada do Brasil, ficando atrás
apenas de São Paulo, apesar de apresentar diversos problemas nos deslocamentos de
turistas dentro do município, conforme mostram pesquisas realizadas por universidades

53
particulares da cidade, onde mais de 40% dos turistas estão insatisfeitos com o
transporte público ofertado.

De acordo com pesquisa realizada, os órgãos públicos de fomento do turismo (Riotur,


Turisrio e Embratur) desconhecem o número de turistas existentes na cidade do Rio de
Janeiro, contando somente com os casos de indivíduos que se hospedam em meios
oficiais de hospedagem (como hotéis, albergues, entre outros). Os indivíduos que
hospedam em casa de parentes, que no caso da pesquisa foram mais de 50% dos
entrevistados, não estão nas estatísticas, sendo necessária uma pesquisa mais
aprofundada sobre esses indivíduos e uma política de turismo voltada principalmente
para estes, pois são, na percepção da pesquisa, os que mais se utilizam do transporte
público para se locomover pela cidade.

A pesquisa forneceu uma descrição abrangente da mobilidade turística na cidade do Rio


de Janeiro. Estas indicações servem como base para a formação de uma visão ampla do
estado atual do turismo e do transporte da cidade. Pode-se dizer que o transporte na
cidade do Rio de Janeiro tem influência quanto à mobilidade do turista, mas não o
impede de deslocar-se para o atrativo pretendido. Foi observado que os turistas que
visitam a cidade hospedam-se normalmente em regiões onde o atrativo turístico se
encontra em maior número, fazendo com que o transporte seja somente um
complemento a sua viagem e não um condutor de sua escolha.

Constatou-se ainda nas entrevistas com os turistas que as informações necessárias para
que eles chegassem aos locais pretendidos foram insuficientes, gerando dificuldades no
deslocamento até o atrativo turístico pretendido.

A atuação da Embratur concentra-se na promoção, no marketing e apoio à


comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior.
Enquanto a Turisrio tem como objetivo a promoção do turismo e das atividades
correlatas, em consonância com a política de desenvolvimento econômico e social do
Estado e o Plano Diretor de Turismo. Entre suas atribuições figuram propostas para a
formulação da política de estímulo ao desenvolvimento do turismo no Estado do Rio de
Janeiro, identificar, selecionar e divulgar seus produtos turísticos, bem como as
oportunidades para investimentos no setor, além de prestar assistência técnica aos
municípios e empresários.

54
Já a Riotur tem como objetivo principal a captação de fluxos turísticos, dos mercados
nacional e internacional, para a cidade do Rio de Janeiro, gerando o ingresso de divisas,
de dinheiro novo, o aumento da oferta de empregos e da arrecadação de impostos,
fortalecendo a economia da cidade. Para alcançar esse objetivo, a Riotur executa um
plano de ação, o qual inclui a mais variadas ações de marketing que visam promover,
institucionalmente, a venda do destino turístico Rio, no Brasil e no exterior.

Estes órgãos possuem um papel fundamental na divulgação dos atrativos turísticos, mas
não disponibilizam no portal eletrônico e nos guias as informações sobre o transporte
público existente na cidade. Tanto a Turisrio, quanto a Riotur disponibilizam telefones
que auxiliam na obtenção de quaisquer informações.

A FETRASNPOR (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do


Rio de Janeiro) atualmente está implantando um portal eletrônico que será conhecido
como “Vá de ônibus”, onde constarão a maioria dos pontos turísticos da cidade do Rio
de Janeiro com as respectivas rotas de ônibus. No entanto, o portal não possui todas as
alternativas de transporte público para os turistas, ficando aquém de suas necessidades.
Seria necessário um programa como este, mas que evidenciasse todos os transportes
públicos, deixando a critério do turista a escolha do modo a ser utilizado.

Quando um turista vem à cidade pela primeira vez, na sua maioria, ele visita o
Corcovado, Pão de Açúcar e Copacabana, sendo estes os atrativos mais citados na
pesquisa. Não há uma divulgação maciça dos outros atrativos, de acordo com a pesquisa
realizada, dos 59 atrativos cadastrados pela Riotur, somente 26 foram citados pelos
turistas. Também foram citados três locais do Pan Americano e um clube de Futebol,
não cadastrados como locais turísticos da cidade.

Com a realização da pesquisa foi possível identificar os modos de transporte público


que mais contribuem para a acessibilidade do turista aos atrativos turísticos da cidade,
sendo o metrô e o ônibus mais utilizados, condizendo com o uso do transporte público
por passageiros não turistas, sendo esses dois modos os mais utilizados no Rio de
Janeiro.

Quando questionados sobre a qualidade do serviço de transporte público, os turistas


atribuíram à rapidez e à segurança maior rejeição, sendo que as mulheres foram as mais

55
rígidas nas observações, principalmente no trem e no ônibus, onde possui maior risco
quanto à integridade física.

Foi possível contribuir para previsões mais realistas do transporte turístico da cidade do
Rio de Janeiro e, conseqüentemente, para um planejamento mais eficiente da visita a
atrativos turísticos.

Com isto, pode-se concluir que o estudo atingiu os objetivos propostos e que deverá
cooperar com a formação das bases para a construção futura de um conhecimento
formal sobre este tema que seja aderente à realidade do turismo brasileiro.

Sugestões para os órgãos de turismo no âmbito federal, estadual e municipal:

Criação de um portal eletrônico onde os turistas poderiam verificar as alternativas de


viagem de um ponto a outro, com a possibilidade de consultar o melhor meio de
transporte público, com a opção de menor distância e a de menor custo, visando, desta
forma, uma maior utilização do transporte público pelo turista e inibindo o transporte
particular. Este portal seguiria o modelo utilizado pela Fetranspor, entretanto com
informações de todos os meios de transporte público disponíveis no município.

Recomendações para estudos futuros:

• Dada a amplitude de aspectos abordados nesta pesquisa, diversas oportunidades


de estudos posteriores se configuram. Aqui serão oferecidas algumas sugestões
de tema.
• Um primeiro estudo que parece muito eminente a partir deste é a repetição do
mesmo em uma base periódica, de forma a viabilizar o acompanhamento da
evolução da mobilidade turística na cidade do Rio de Janeiro.
• Outros vários estudos podem ser realizados com vistas a aprofundar alguns
aspectos aqui abordados. Por exemplo, podem-se realizar pesquisas focadas em
apenas um ponto turístico da cidade, ou apenas buscando um maior
detalhamento da mobilidade turística em um único meio de transporte, por
exemplo, o ônibus.

56
• Analisar a relação existente entre a adequação operacional de transporte público
e a visita a atrativos turísticos na cidade do Rio de Janeiro.
• Por fim, podem ainda realizar pesquisas com turistas estrangeiros, comparando a
prática de utilização de transporte público para o turismo com os países de
origem dos mesmos.

57
8 REFERÊNCIAS

ABAJ (2007). Perfil dos alberguistas.

ABIH. (2001) Perfil do turista estrangeiro visitante do Brasil e das principais

cidades.

ABIH-RJ (2008) Relatório dos hotéis do Rio de Janeiro.

ABIH-RJ/Fecomércio (2004)

ABLA (2006). Relatório sobre locadoras de automóveis.

ABOTTC (2007). Relação de Trens turísticos no Brasil.

ABRESI (1996). Indústria do turismo no Brasil: perfil e tendências. Brasília: [s.n.].

ACAMP (2007). Relatório de movimentação de campistas.

ACERENZA, Miguel Angel (2002). Administracion del turismo: planificacion y

direccion. México: Trillas.

AGUIRRE BELTRÁN, Blanca (1999). Servicios turísticos. 3. ed. Madrid: SGEL.

Ambiente Brasil (2007). Relação de rios navegáveis brasileiros.

ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos e dimensões. 8. ed. São Paulo:

Ática.

58
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis (Org.) (2000). Turismo: segmentação de

mercado. 2. ed. São Paulo: Futura.

ARAÚJO (1987). Ética e qualidade no Turismo do Brasil. Rio de Janeiro: Atlas

ARRILLAGA, José Ignácio de (1976). Introdução ao Estudo do Turismo. Rio de

Janeiro: Rio.

AZEVEDO (2002). Turismo: o desafio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Futura.

BAHL (2004). Turismo: enfoques práticos e teóricos. São Paulo: Roca.

BAPTISTA (2005) Turismo: Gestão Estratégica. São Paulo: Verbo

BAPTISTA, Mário (1990). O Turismo na Economia: Uma Abordagem Técnica,

Econômica, Social e Cultural. Portugal: Printer Portuguesa Ltda.

BARRETTO, Margarita (1991). Planejamento e organização em turismo. Campinas:

Papirus.

BARRETTO, Margarita (2000). Turismo e legado cultural. Campinas: Papirus.

BARRETTO, Margarita (2003). Turismo, políticas públicas e relações

internacionais. São Paulo: Papirus.

BELTRÃO (1999). Turismo: A indústria do século XXI. Osasco: Novo Século.

BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 5. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2001

59
BENNETT, Marion M (2002). Travel trade and transport: An introduction. Tourism

and Hospitality Research; Dezembro.

BERMAN, Marshall (1986). Tudo que é sólido desmancha no ar: A Aventura da

Modernidade. Companhia das Letras: São Paulo.

BLANCO, Manuel Ramírez (1981). Teoria Geral de Turismo. México: Diana S.A.

BLANCO, Manuel Ramírez, MARQUÉS, Miguel Torruco (1987). Servicios

Turísticos. La Oferta Turísticas y Sus Principales Componentes. México: Diana.

BONALD, Olímpio (1984). Planejamento e Organização do Turismo: Conceitos

Básicos. 2ª ed. Recife: Fundação Antônia dos Santos Aranches – Fasa.

BOTTON, Alain de (2003). A arte de viajar. Rio de Janeiro: Rocco.

BOULLON, Roberto C.(1999). Municípios turísticos. México: Trillas.

BOYER, Marc (2003). A História do Turismo de Massa. Bauru: EDUSC.

BRAGA (2006). Planejamento Turístico: teoria e prática. São Paulo: Campus

BRAMWELL, Bill (2002). Selecionando instrumentos de política para o turismo

sustentado. In: THEOBALD, William F. (Org.) Turismo Global. Traduzido por: Anna

Maria Capovilla; Maria Cristina Guimarães Cupertino; João Ricardo Barros Penteado.

2. ed. São Paulo: Editora SENAC, 2002.

BURKART e MEDLIK (1981) In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo:

fundamentos e dimensões. São Paulo:Ática.

60
CAMPOS (2006). Dicionário de Administração e turismo. São Paulo: Ciência

Moderna

CÁRDENAS TABARES, Fabio (1986). Producto turístico: aplicacion de la

estadistica y del muestro para su diseno. 2. ed. México: Trillas.

CARVALHO (2005). Introdução à economia do Turismo. Rio de Janeiro: Saraiva

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (2001). Turismo e ordenação no espaço urbano.

In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; GASTAL, Susana (Org.). Turismo Urbano.

São Paulo: Contexto.

CBT (2006). Código Brasileiro de Trânsito.

CENTRAL DE CRUZEIROS (2007). Relatório sobre cruzeiros marítimos.

COMPANHIA DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (1972). Turismo:

legislação básica. Rio de Janeiro.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO (2001). Turismo pelo Brasil. Rio

de Janeiro.

COOPER, Chris et al (2001). Turismo: princípios e prática. Porto Alegre: Bookman.

COSTA, Sergio Franciso (2003). ABC do Turismo: Estatística aplicada ao turismo,

Transportes e City Tour. Aleph: São Paulo, 2003

CUNHA, Licínio (2001). Introdução ao Turismo, Editorial Verbo, Lisboa – São

Paulo.

61
DAMATTA, Roberto (2000). Relativizando: uma introdução à antropologia social.

Rio de Janeiro: Rocco.

DENCKER, Ada de Freitas Maneti (1998). Métodos e técnicas de pesquisa em

turismo. São Paulo: Futura.

DI RONA, Ronaldo (2002). Transportes no turismo. Barueri: Manole.

DIAS, Reinaldo (2003). Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do

turismo no Brasil: atualizado com o Plano Nacional de Turismo (2003/2007) de 29-

4-2003. São Paulo: Atlas.

EMBRATUR (1992). Conceitos Turísticos. Departamento de Estudos Econômicos.

Divisão de Economia do Turismo.

EMBRATUR (2006). Movimento de passageiros, segundo os transportes

rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário, no Município do Rio de Janeiro.

EMBRATUR (2006). Perfil do visitante doméstico - Rio de Janeiro.

EMBRATUR (2008). Relatório anual de embarques e desembarques em aeroportos

brasileiros.

ENZENSBERGER, Hans Magnus (1985). Uma Teoria do Turismo e Turismo

Revolucionário. IN: Com raiva e paciência: ensaios sobre literatura, política e

colonialismo. Paz e Terra: Rio de Janeiro.

FERGUSON, C. E (1976). Microeconomia. Rio de Janeiro.

62
FERREIRA, Fernando Luiz Vieira (1975). Dicionário brasileiro de turismo. Rio de

Janeiro: Colorama.

FETRANSPOR (2008) Relatório de linhas de ônibus, Disponível em

www.fetranspor.com.br; acessado em fevereiro de 2008.

FRIDGEN, Joseph D. (1990) Dimensions of Tourism, Educational Institute of the

American Hotel & Motel Association, Michigan.

FURTADO, Laura Isabel (2000). Introdução ao turismo no Brasil. Rio de Janeiro:

Infobook.

FUSTER, Luis Fernando (1971). Teoría y Técnica del Turismo. Mundo Científico.

Madrid: Nacional.

GASTAL, Susana (2007). Turismo: políticas públicas e cidadania. Aleph.

GLÜCKSMANN e BENSCHEIDT (1929). In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo:

fundamentos e dimensões. São Paulo:Ática.

HALL, Derek R (1999). Conceptualising tourism transport: inequality and externality

issues. Journal of Transport Geography 7, pp 181 a 188.

HALL, Michael C (2001). Planejamento Turístico, políticas, processos e

relacionamentos. São Paulo: Contexto.

HUNZIKER e KRAPF (1942) In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos

e dimensões. São Paulo:Ática.

IBGE (2008). Metodologia de pesquisa.

63
IGNÁCIO DE ARRILAGA, José (1976). Introdução ao estudo do turismo: turismo e

sociedade. Rio de Janeiro: Ed. Rio.

IGNARRA, Luis Renato (2003). Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira.

INFRAERO (2006). Desembarque de passageiros de vôos internacionais no Rio de

Janeiro, por regularidade do vôo e média mensal de passageiros.

INFRAERO (2006). Desembarque mensal de passageiros em vôos nacionais no

aeroporto Santos Dumont (RJ), por tipo de vôo.

IRVING, Marta de Azevedo (2002). Turismo: o desafio da sustentabilidade. São

Paulo: Futura.

JACHINOSKI (1975). In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos e

dimensões. São Paulo:Ática.

JURAN, J. M. , GRYNO, M. F (1991). Controle da Qualidade: Conceitos, Políticas e

Filosofia da Qualidade. São Paulo, vol.1.

KHADAROO, Jameel e SEETANAH, Boopen (2007) Transport infrastructure and

tourism development. Annals of Tourism Research,Volume 34, Issue 4, 2007, Pág.

1021-1032

KHADAROO, Jameel e SEETANAH, Boopen (2007). The role of transport

infrastructure in international tourism development: A gravity model approach.

Tourism Management, In Press, Corrected Proof.

LAGE (2000). Turismo: Teoria e prática. São Paulo: Altas

64
LAGE, Beatriz Helena, MILONE, Paulo César (2003). Economia do Turismo. São

Paulo: Papirus.

LEW, Alan (2006). Modeling Tourism Movements: A Local Destination Analysis.

Annals of Tourism Research, Vol. 33, No. 2, pp. 403–423.

LICKORISH, Leonard J; JENKINS, Carson L (2000). Introdução ao turismo.

Tradução Fabíola Vasconcelos. Rio de Janeiro: Campus.

LIM, Christine (1997). Review of International Tourism Demand Models. Annals of

Tourism Research, Vol. 24, No. 4, pp. 835-849.

LOPES, Ataide Rodrigues (1994). ABC do turismo: noções básicas. Brasília: Linha.

MEC (2008). Metodologia de pesquisa.

MINISTÉRIO DO TURISMO (2008). Disponível em:

<http://institucional.turismo.gov.br>. Acesso em: fevereiro de 2008.

MOCHON, F.; TROSTER, R. L (1944). Introdução à Economia. São Paulo. Makron

Books.

MOESCH, Marutschka (2000). A Produção do Saber Turístico. São Paulo: Contexto.

MOLETTA, Vânia Florentino; GARCIA, Raslaine Kovalczuk O (2000).

Comercializando um destino turístico. Porto Alegre: SEBRAE.

MORGENROTH (1929) In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos e

dimensões. São Paulo:Ática.

65
NOVAES, A. G. , CARVALHO, M. C (1994). Market Share Modelling of Invercity

Bus Travel in Brazil. 7 Th International Conference on Travel Behaviour. Chile, jun..

OLIVEIRA (2005). Turismo e desenvolvimento. São Paulo: Altas

OMT (2003). Turismo Internacional: uma perspectiva global. 2ª Ed. Porto Alegre:

Bookmann.

OMT (2005). Estatística do Turismo. Disponível em: <http://www.world-tourism.org>

Acesso em: abril de 2006.

OMT (2006) Estatística do Turismo. Disponível em: <http://www.world-tourism.org>

Acesso em: maio de 2007.

OMT (2007). Recommendations on tourism statistics. Disponível em:

<http://www.world-tourism.org> Acesso em: janeiro de 2008.

ONU (2006). Disponível em: <http://www.un.org > Acesso em: janeiro de 2008.

PAGE, Stephen J (1999). Transport and Tourism, Bookman: London.

PALHARES, Guilherme Lohmann (2002). Transportes turísticos. São Paulo: Aleph.

PAOLILLO, André Milton; REJOWSKI, Miriam (2002). Transportes. São Paulo:

Aleph.

PASSO, C.R.M; NOGAMI, O (1998). Princípio de Economia.São Paulo, Ed. Pioneira.

PDTU (2004). Plano Diretor de Transporte Urbano.

66
PEETERS, Paul; SZIMBA, Eckhard and DUIJNISVELD, Marco. Major environmental

impacts of European tourist transport. Journal of Transport Geography,Volume 15,

Issue 2, 2007, Pág. 83-93

PELIZZER, Hilário A (1989). Uma Introdução Técnica do Turismo - Transportes.

Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios.

PETROCCHI, Mário (1999).Turismo: Planejamento e Gestão .São Paulo : Futura.

PETROCCHI, Mário (2001). Gestão de Pólos Turísticos. Editora Futura: São Paulo.

PINHO, D.B. e M.A.S. VASCONCELLOS (1988). Manual de Economia. São Paulo,

Saraiva.

PIRES, Mário Jorge (2001). Lazer e turismo cultural. São Paulo: Manole.

PONTERIO VITALE, Sérgio (2000). Metodologia en el turismo. México: Trillas.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO (2003). Rio de Janeiro - Porta

de entrada do turismo brasileiro. Rio Estudos, n° 110. Coleção Estudos da Cidade.

Julho.

RABAHY, Wilson Abrahão (1990). Planejamento do turismo: estudos econômicos e

fundamentos econométricos. São Paulo: Loyola.

REJOWSKI, Mirian (2000). Turismo e pesquisa científica: pensamento

internacional X situação brasileira. 4. ed. Campinas: Papirus.

REJOWSKI, Mirian (2002). Turismo no Percurso do Tempo. São Paulo: Aleph.

67
RICHARDSON (1999). In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos e

dimensões. São Paulo:Ática.

RIOTUR (2008). Disponível em: <http://www.riodejaneiro-turismo.com.br/> Acesso

em: janeiro de 2008.

RIPOLL, Graciela (1999). Turismo popular: inversiones rentables. México: Trillas.

RODRIGUES, A. B. (2003) Turismo. Desenvolvimento local. São Paulo: Hucitec.

RUSCHMANN, Doris Van De Meene (2002). Turismo e planejamento sustentável.

São Paulo: Papirus.

SÂMARA e BARROS (1997). In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos

e dimensões. São Paulo:Ática.

SAMUELSON, P.A. e W.D. NORDHAUS (1993). Economia. São Paulo, McGraw-

Hill.

SCHIEFELBUSCH, Martin; et all. Transport and tourism: roadmap to integrated

planning developing and assessing integrated travel chains. Journal of Transport

Geography,Volume 15, Issue 2, 2007, Pág. 94-103

SESSA (1993). In ANDRADE, J. V. de (2001). Turismo: fundamentos e dimensões.

São Paulo:Ática.

SOCICAM (2008). Relatório de movimentação de passageiros.

STEFANI, Ernesto Daniel (1982). Ensaio sobre o lazer. Veritas. Porto Alegre, n. 105,

mar.

68
TAVARES (2002). City tour: coleção ABC do turismo. Rio de Janeiro: Aleph.

THEOBALD, W. (2001) Turismo global. São Paulo: Editora SENAC.

TORRE, Francisco de la (1995). Transportacion acuatica en el turismo. México:

Trillas.

TORRE, Francisco de la (2000). Sistemas de transportacion turística. México:

Trillas.

TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi (1993). Turismo e Qualidade. Tendências

Contemporâneas. São Paulo: Papirus.

UNIVERCIDADE (2005). Perfil do turista na cidade do Rio de Janeiro. Rio de

Janeiro.

UNIVERCIDADE (2006). Pesquisa sobre os impactos do turismo na população de

Copacabana. Rio de Janeiro.

URRY, J (1999). O olhar do turista. Lazer e viagens nas sociedades

contemporâneas. 2ª ed., São Paulo: Studio Nobel : SESC.

VALLS, J (2006). Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Rio de Janeiro:

FGV.

VELHO, Gilberto; CASTRO, Eduardo Viveiros (1978). O Conceito de Cultura e o

Estudo das Sociedades Complexas. In: Revista Artefato, Ano 1, nº. 1, p. 4-9.

VIERA, Elenara Viera de; CÂNDIDO, Índio (2000). Glossário técnico: gastronômico,

hoteleiro e turístico. Caxias do Sul: EDUCS.

69
WAINBEIRG, Jacques (2001). Cidades como sites de excitação turística. In:

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos e GASTAL, Susana (Org.). Turismo Urbano.

São Paulo: Contexto.

WONNACOTT, P. e R. WONNACOTT (1994). Economia. São Paulo, Makron Books.

YÁZIGI, Eduardo; CARLOS, Ana Fani Alessandri; CRUZ, Rita de Cássia Ariza da

(Org.) (1999). Turismo: espaço, paisagem e cultura. 2. ed. São Paulo: Hucitec.

YOUELL (2002). Turismo uma introdução. Rio de Janeiro: Cotexto.

70
ANEXOS

Codificação do questionário

ƒ Local de entrevista:

1 – Rodoviária Novo Rio


2 – Aeroporto Internacional Tom Jobim - Galeão

ƒ Tipo de hospedagem

1 - hotel
2 - casa de parente ou amigo
3 - albergue
4 - outro

ƒ Bairro de Hospedagem

1. Abolição 18. Cachambi


2. Acari 19. Cacuia
3. Água Santa 20. Caju
4. Aldeia Campista 21. Camorim
5. Alto da Boa Vista 22. Campinho
6. Andaraí 23. Campo Grande
7. Anil 24. Cascadura
8. Bancários 25. Catete
9. Bangu 26. Catumbi
10. Barra da Tijuca 27. Cavalcante
11. Barra de Guaratiba 28. Cidade de Deus
12. Base Aérea dos Afonsos 29. Cidade Nova
13. Benfica 30. Cidade Universitária
14. Bento Ribeiro 31. Cocotá
15. Bonsucesso 32. Coelho Neto
16. Botafogo 33. Colégio
17. Brás de Pina 34. Comari

71
35. Complexo da Maré 69. Inhaúma
36. Complexo do Alemão 70. Inhoaíba
37. Copacabana 71. Ipanema
38. Cordovil 72. Irajá
39. Cosme Velho 73. Itanhangá (desambiguação)
40. Cosmos 74. Jacaré
41. Costa Barros 75. Jacarepaguá
42. Curicica 76. Jardim América
43. Del Castilho 77. Jardim Botânico
44. Deodoro 78. Jardim Carioca
45. Encantado 79. Jardim Guanabara
46. Engenheiro Leal 80. Jardim Sulacap
47. Engenho da Rainha 81. Joá
48. Engenho de Dentro 82. Lagoa
49. Engenho Novo 83. Lapa
50. Estácio 84. Laranjeiras
51. Fazenda da Bica 85. Largo do Machado
52. Flamengo 86. Leblon
53. Freguesia (Ilha do Governador) 87. Leme
54. Freguesia (Jacarepaguá) 88. Lins de Vasconcelos
55. Galeão 89. Madureira
56. Gamboa 90. Magalhães Bastos
57. Gardênia Azul 91. Mallet
58. Gávea 92. Mangueira
59. Gericinó 93. Manguinhos
60. Glória 94. Maracanã
61. Grajaú 95. Marechal Hermes
62. Grumari 96. Maria da Graça
63. Guarabú 97. Méier
64. Guaratiba 98. Moneró
65. Higienópolis 99. Morro da Providência
66. Honório Gurgel 100. Morro do Borel
67. Humaitá 101. Oswaldo Cruz
68. Ilha do Fundão 102. Paciência

72
103. Padre Miguel 135. São Cristóvão
104. Paquetá 136. São Francisco Xavier
105. Parada de Lucas 137. Saúde
106. Parque Anchieta 138. Senador Camará
107. Pechincha 139. Senador Vasconcelos
108. Pedra de Guaratiba 140. Sepetiba
109. Peixoto 141. Tanque
110. Penha 142. Taquara
111. Penha Circular 143. Tauá
112. Piedade 144. Tijuca
113. Pilares 145. Todos os Santos
114. Pitangueiras 146. Tomás Coelho
115. Portuguesa 147. Tubiacanga
116. Praça da Bandeira 148. Turiaçu
117. Praça Seca 149. Urca
118. Praia da Bandeira 150. Usina (bairro)
119. Quintino Bocaiúva 151. Vargem Grande
120. Ramos 152. Vargem Pequena
121. Realengo 153. Vasco da Gama (bairro)
122. Recreio dos Bandeirantes 154. Vaz Lobo
123. Região Central 155. Vicente de Carvalho
124. Riachuelo 156. Vidigal
125. Ribeira 157. Vila Cosmos
126. Rio Comprido 158. Vila da Penha
127. Rio das Pedras 159. Vila Isabel
128. Rocha 160. Vila Kennedy
129. Rocinha 161. Vila Militar
130. Santa Cruz 162. Vila Valqueire
131. Santa Teresa 163. Village
132. Santíssimo 164. Vista Alegre
133. Santo Cristo 165. Zumbi
134. São Conrado

73
ƒ Atrativos turísticos

1. Arpoador 30. Monumento aos Pracinhas


2. Aterro do Flamengo 31. Mosteiro de São Bento
3. Catedral Metropolitana 32. Museu Casa do Pontal
4. Centro Cultural Banco do Brasil 33. Museu da Chácara do Céu
5. Centro Cultural Light 34. Museu de Arte Moderna
6. Confeitaria Colombo 35. Museu do Primeiro Reinado
7. Copacabana Palace 36. Museu Histórico Nacional
8. Cristo Redentor 37. Museu Internacional de Arte
9. Enseada de Botafogo Naïf
10. Feira de São Cristóvão 38. Natureza
11. Floresta da Tijuca 39. Palácio do Catete
12. Fortaleza de São João/ Forte de 40. Pão de Açúcar
São José 41. Parque Guinle
13. Forte de Copacabana 42. Ponte Rio Niterói
14. Gafieira Estudantina 43. Praça Quinze de Novembro
15. Guaratiba 44. Praia da Barra da Tijuca
16. Ig Nª Sª da Glória do Outeiro 45. Praia da Joatinga
17. Igreja da Candelária 46. Praia de Copacabana
18. Igreja de Nossa Senhora da 47. Praia do Diabo
Penha 48. Praia do Pepê
19. Igreja Nª Sª de Bonsucesso 49. Praia do Pepino
20. Ilha de Paquetá 50. Quinta da Boa Vista
21. Ilha Fiscal 51. Santa Teresa
22. Ipanema 52. Sítio Roberto Burle Marx
23. Jardim Botânico 53. Theatro Municipal
24. Jockey Club 54. Trem do Corcovado
25. Lagoa Rodrigo de Freitas 55. Zona Oeste
26. Lapa 56. Vila Panamericana
27. Maracanã 57. Arena Pan
28. Marina da Glória 58. Parque aquático Pan
29. Mirante Dois Irmãos 59. Engenhão

74
ƒ Transporte utilizado

2 – não utilizou transporte público


3 – ônibus
4 – metrô
5 – trem
6 – bonde
7 – taxi

ƒ Opinião a respeito do transporte público

1. Confiável - 1 sim 2 não


2. Seguro - 1 sim 2 não
3. Acesso fácil - 1 sim 2 não
4. Os funcionários são gentis - 1 sim 2 não
5. Rápido - 1 sim 2 não
6. Horários atendem a sua necessidade de deslocamento - 1 sim 2 não
7. Os funcionários lhe deram informação - 1 sim 2 não
8. Confortáveis - 1 sim 2 não

ƒ Acessibilidade

1 - sim
2 – não

ƒ Informações

1 - sim
2 – não

ƒ Gênero:

1 - masculino
2 - feminino

75
ƒ Faixa de renda familiar:

1 - ≤ 1.000
2 – 1.001 a 3.000
3 – 3.001 a 5.000
4 - ≥ 5.001

ƒ Grau de instrução:

1 - primário
2 – secundário
3 - técnico
4 - superior
5 - pós-graduação

Origem (cidade / estado):

1 – capital
2 – interior
1. Acre 17. Pernambuco
2. Alagoas 18. Piauí
3. Amapá 19. Rio de Janeiro
4. Amazonas 20. Rio Grande do Norte
5. Bahia 21. Rio Grande do Sul
6. Ceará 22. Rondônia
7. Distrito Federal 23. Roraima
8. Espírito Santo 24. São Paulo
9. Goiás 25. Sergipe
10. Maranhão 26. Sta. Catarina
11. Mato Grosso 27. Tocantins
12. Mato Grosso do Sul
13. Minas Gerais
14. Pará
15. Paraíba
16. Paraná

76
Questionário

Figura 3 – Frente do questionário

77
Figura 4 – Verso do questionário

78

S-ar putea să vă placă și