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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS.

Processo nº: 133120-14.2010.809.0051 (201001331200)

BRUNO CARLOS BATISTA, já qualificado nos autos, movido pelo


MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, inconformado com a decisão das
fls.___, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável
sentença condenatória, conforme fls.___, interpor tempestivamente o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

com fundamento no artigo 593, I, do Código de Processo Penal;


requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte
contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão
processados e provido o presente recurso.

Nestes termos, pede deferimento.

Goiânia, 22 de junho de 2011


Lívia de Siqueira Martins
OAB/GO ________
RAZÕES DA APELAÇÃO

Recorrente: Bruno Carlos Batista


Recorrido: Ministério Público do Estado de Goiás
Processo nº: 133120-14.2010.809.0051 (201001331200)

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Colenda Câmara
Ínclitos Desembargadores

1 - Dos Fatos

Bruno está sendo acusado por ter cometido o crime previsto no art.155, § 4º,
II, c/c art. 14, ambos do Código Penal, pois teria praticado o crime de furto
privilegiado, na forma tentada.
O juiz da 10ª Vara Criminal de Goiânia, Estado de Goiás, recebeu a
denúncia e mandou citar o réu para responder por escrito as acusações, as quais
foram realizadas por defensor nomeado.
Designada a audiência de instrução e julgamento, o acusado e as
testemunhas foram ouvidas, os quais corroboraram os fatos alegados na denúncia.
Ao término da instrução probatória, apesar da atipicidade da conduta imputada,
baseada no princípio da insignificância e da intervenção mínima, não ficou
configurada a lesividade ou ofensividade ao patrimônio da vítima, mesmo assim,
Bruno foi condenado a 01 ano e 08 meses de reclusão, substituindo a pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos.

2 – Das Preliminares

Preliminarmente, cumprir destacar, que o fato imputado ao apelante não


caracteriza potencialidade lesiva, na medida que se restringe a uma pretensa
tentativa de furto, encontrando-se, pois, amparo no princípio da insignificância,
regulamentado pelo Direito Penal mínimo, o qual descaracteriza o delito em tela,
ante a ausência de tipicidade.
Portanto, inescusável a absolvição sumária, com fundamento no artigo 397,
III, Código de Processo Penal.
Assim, diante da situação fática dos autos sopesa-se para que seja acatada
a tese da irrelevância material da conduta, visto que a res furtiva é valor ínfimo; o
denunciado é réu primário, conforme já demonstrado nos autos; não há relato que
demonstre consequências danosas à vítima decorrentes da conduta do acusado;
inexistiu violência na conduta; o patrimônio da vítima não foi afetado com pretensa
subtração do bem.
Desse modo, o comportamento do acusado afasta o tipo penal imputado.
Sendo cabível, portanto, o reconhecimento do princípio da insignificância no caso
em tela.

3 – Do Mérito

Nessa esteira, cumpre esclarecer ao douto julgador que as circunstâncias


descritas certamente remetem à aplicação do princípio da insignificância.
É sabido que esse princípio tem ampla aceitação e reconhecimento na
doutrina e pelos Tribunais. Tal preceito legal é causa de exclusão da tipicidade,
enfatizado pelos princípios da lesividade e intervenção mínima.
Considerando que o crime de furto mediante escalada deixa vestígios, é
imprescindível a realização de perícia, entretanto não restou comprovado nos autos
a efetivação da mesma. Conforme narra nos autos, a cena do crime foi desfeita,
impossibilitando a realização da perícia técnica.
Por outro lado, deve-se atentar para o fato do apelante se declarar
dependente de substâncias entorpecentes, por esta razão não merece ser acatada a
sua declaração no que tange a forma como adentrou no domicilio, sendo que, no dia
do ocorrido o acusado se encontrava sob efeito de drogas (crack), não podendo,
portanto, afirmar com total convicção a verdadeira realidade dos fatos, pois o uso de
crack causa alucinação. Assim, não há que se falar em crime de furto qualificado
mediante escalada, pois nos depoimentos do acusado, ora afirma ter pulado o muro,
ora ter utilizado “tábuas”, restando demonstrada a falta de clareza no meio
empregado para adentrar a residência.
Cumpre esclarecer ainda, que em sendo a conduta do agente não amparada
pelo princípio da insignificância e o princípio da absolvição sumária, que não se
espera, requer-se, de pronto a desclassificação da conduta para furto privilegiado,
por se tratar de coisa de pequeno valor e o réu ser primário, em conformidade com o
art. 155, § 2º, Código Penal.
Nesse sentido, entendendo o Tribunal pela manutenção da condenação, é
possível, ainda, doutos julgadores, a desclassificação da conduta para furto
privilegiado, sendo imperiosa a realização de novo processo dosimétrico da pena.

4 - Dos Pedidos

Diante de todo o exposto, requer:

Seja o presente recurso conhecido e provido, sendo reformada a r. Sentença


de fls__, com a consequente absolvição sumária do réu, fundamentada no artigo
386, III, Código de Processo Penal, visto não constituir o fato infração penal.
Apenas por cautela, não sendo acolhido o pedido de absolvição, o que não
se espera, requer-se ao douto julgador que seja decretada a desclassificação da
conduta para furto privilegiado, conforme previsão no art. 155, § 2º, Código Penal.
Por fim, estabelecida a desclassificação da conduta, requer-se novo cálculo
dosimétrico da pena.

Termos em que, pede deferimento.

Goiânia, 22 de junho de 2011


Lívia de Siqueira Martins
OAB/GO ________

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