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1.1.palhetada 20 minutos
Essa é a pergunta que proponho aos estudantes de música, com fim profissionalizante e
com finalidade amadora (resultante de amar), uma pergunta para si.
Normalmente a resposta mostra a devoção que temos pela música. O amor que vem de
longuíssima data. A paixão e o encantamento por quem domina um instrumento
musical. Para quem faz da música arte. Ou para quem vive a vida em música.
Estudamos por que gostamos, correto? E se gostamos por que não nos organizamos?
Bom.
Eu estudo música todo tempo que estou acordado. Nem sempre com as mãos no
instrumento, ou compondo, ou arranjando, e produzindo. Estudo música ouvindo-a no
carro em todo tempo que lá estou. Analiso auditivamente a música, procuro solfejar
linhas melódicas com ouvido interno ativando a memória musical. E para então ao ouvir
qualquer música responder certas questões:
Qual métrica?
Qual a tonalidade?
Qual a forma?
Houve introdução?
Possui solo?
Quais instrumentos compõe o arranjo?
Feito. Respondida as questões: nova música e esclareço as mesmas perguntas. Claro que
nem sempre acerto, mas a todo momento desafio meu ouvido. No começo até anotava
para conferir com mais calma, no entanto, hoje procuro mais analisar no momento e
confiar nessa evolução.
E quanto ao instrumento?
Muitos alunos que iniciam a prática musical organizam mal seus estudos. Alguns
demoraram a recuperar o que foi aprendido em aula. Por exemplo, tiveram a aula na
segunda-feira, e apenas no sábado vão estudar. Muito se perde. Muito mesmo!
Outros procuram somente um dia por semana e estudam o máximo possível. Mas a
prática de um instrumento deve ser diária. Claro que podemos falhar um ou dois dias
naturalmente, o que será bom para corroborar nossas sinapses. Só que para o aluno
iniciante o preparo fisiológico será obtido apenas na repetição. Hoje dez minutos,
amanhã quinze, e depois vinte minutos, quarenta a seguir.
Se você pretende e pode estudar mais tempo, deve-se construir o período aumentando
progressivamente até atingir o objetivo almejado. E mesmo quando chegar ao tempo
máximo que possui intercale 50 minutos de estudo com 10 minutos de intervalo.
Reinicie repetindo esse padrão pelas horas que tiver disponível dia-a-dia.
Mão direita em dez minutos, e depois escalas em dez minutos, arpejos em mais dez
minutos, acordes em dez minutos, repertório em dez minutos. Interrompo e inicio
ampliando o tempo de repertório e diminuindo o tempo dos demais tópicos.
Sonoridade. Novo repertório. Até atingir o limite na agenda que hoje possuo,
atualmente três horas por dia, cinco vezes por semana de prática de instrumento.
E vale ressaltar que dia-a-dia acrescento um novo desafio a prática musical que pode ser
em andamento, em movimento, ou em leitura.
Como estão seus estudos?
clocks
Se você pensa que caiu no site errado, acalme-se! A minha confissão acima tem tudo a
ver com o título do texto. A pergunta ali se origina na ansiedade para aprender logo um
novo assunto e poder “aproveitá-lo” de fato, afinal, ao decidir me inscrever no curso de
Economia, obviamente eu estava sendo motivado pelo interesse na “Economia”
propriamente dita (entender as reportagens sobre o tema, analisar propostas de
políticos para a área, conseguir ler indicadores oficiais como PIB, saldo comercial, etc.), e
não nos “cursos de Economia”. Ninguém vai atrás de aulas de violão para curtir aulas de
violão em si. O objetivo é sempre tocar violão (ou “falar francês”, “desenhar”, “dançar”).
Daí vem a necessidade de saber logo quanto tempo teremos de nos dedicar ao “estudo
do violão”, visto como uma barreira inevitável, para chegarmos ao grande objetivo: tocar
violão bem. Por isso, antes de falarmos sobre a quantidade de horas necessárias, um
breve comentário sobre a forma como enxergamos o estudo.
Estudar é inevitável. Não se avança em música sem prática constante! Logo, se você
enxergar o estudo apenas como um mal necessário, saiba que esse tempo de prática
será um estorvo do qual seu inconsciente fará de tudo para fugir, ainda que você esteja
conscientemente convencido da necessidade de “enfrentá-lo”. É aqui que começa a
procrastinação, enrolação, desculpas como “preciso organizar meus lápis de cor antes de
praticar” e assim vai…
Por outro lado, se você encarar os momentos de prática como algo prazeroso, é provável
que você passe a adiar outras atividades para poder passar mais tempo com o violão.
Como resultado, você avançará mais rapidamente.
Para que o estudo seja assim, antes de mais nada ele precisa ser eficaz e construído para
ser interessante, e aí o papel do seu professor é importante: ele irá organizar o que você
deve estudar para que você se mantenha motivado. Estudar simultaneamente teoria e
prática, músicas com exigências diferentes, de estilos e períodos diferentes, técnicas
distintas, enfim, tudo isso é importante na hora de motivá-lo a passar mais tempo
praticando.
Definir metas de curto e médio prazo também é algo que pode tirar você da
procrastinação, já que a sensação de progresso fica mais concreta (não há nada mais
legal do que ver uma tabela de estudos com todas as tarefas “marcadas” como
cumpridas).
Aqui está escrevendo alguém que sofreu muito com a procrastinação ao longo da vida,
então, acreditem, existe solução para ela!
Voltando ao tema, são inevitáveis as perguntas a seguir, logo nas primeiras aulas:
“Quantas horas devo estudar de violão por dia para aprender a tocar bem?”, “Quanto
tempo devo me dedicar ao violão para conseguir tocar as primeiras músicas?”, e outras
variações desses questionamentos.
O tempo de prática no começo do aprendizado não deve ser muito longo, por duas
razões básicas:
Com a música não é diferente! Às vezes, uma peça curta e de fácil execução pode
demandar dias para ser aprendida direto da partitura, caso o estudante esteja
aprendendo a ler essa forma de notação, pois cada movimento “consumado” ao violão
irá demandar uma série de identificações e análises de símbolos e indicações no papel –
estudar nesse ritmo é cansativo, e em 20 min é provável que você não tenha mais
energia e foco para prosseguir.
Prevenção de lesões e desgase físico: o aluno iniciante precisa acostumar aos poucos sua
musculatura para a prática do instrumento. Não é saudável, nas primeiras semanas,
passar horas e horas numa postura a que você não está acostumado, ainda mais
realizando uma atividade nova e exigente como tocar um instrumento. Em alguns casos,
é possível até desenvolver uma lesão séria se houver exagero – não brinque com sua
saúde!
Recomendações práticas
Por isso, o que eu recomendo no início é que o aluno dedique-se por volta de 30 a 40
minutos diários ao instrumento, no máximo. Obviamente, exercícios de teoria, solfejo,
rítmica e outros do tipo podem e devem ser acrescidos a esses minutos, já que eles não
causam lesões! Ainda assim, deve-se observar a primeira limitação comentado
anteriormente: não sufocar o aluno iniciante com exercícios. Se a ambição do aluno for
comedida, 15 ou 25 minutos podem proporcionar a evolução desejada num ritmo
razoável.
Para crianças, o tempo de dedicação é ainda menor, já que estas costumam dispersar e
perder o foco com mais facilidade e num tempo mais curto. Como não há sentido na
prática que não é feita com atenção, não há necessidade de uma criança passar horas
com o instrumento – e, acredite, há pais que obrigam crianças a isso, o que é um
enorme equívoco também em outros aspectos!
Caso a empolgação seja grande no aluno, e este queira praticar 1h ou mais por dia, é
importante dividir o tempo em mais de uma sessão de estudos. Nem mesmo músicos
profissionais deveriam passar mais que 1h praticando sem intervalos, quanto mais
alguém que está se adaptando a essa atividade – tanto por questões físicas, quanto por
questões mentais (é difícil manter a atenção durante tanto tempo).
Neste caso, se o aluno separar bem as sessões de estudos, ele pode praticar até mesmo
1h30 por dia, em sessões do tipo”30 min. pela manhã, 30 min. de tarde e 30 min. à
noite”.
Conforme o aluno for se sentindo mais confortável com o estudo, sem sentir cansaço
(físico e mental), o tempo de dedicação diário pode chegar até mesmo a 6h, 8h…tudo
depende do objetivo e limite de cada um. Você quer ser um profissional, tocar por
diversão, incentivar seus filhos a estudar música? Esse é o fator que vai definir o tempo
ideal.
Pessoalmente, meu limite de prática com o violão foi de 6h/dia (em várias sessões bem
espaçadas), durante alguns meses, tirando pequenas folgas – dias em que não praticava
nada. Mais do que isso eu simplesmente não conseguia fazer, por conta mais do
esgotamento mental que do físico. Ao se estudar violão com foco total, o ouvido (e por
consequência o cérebro) fica num estado de atenção constante, pois o músico avalia a
qualidade sonora, o volume das notas, a precisão rítmica, a intenção das frases, a
produção de ruídos indesejáveis…imagine fazer tudo isso durante 6h por dia! É muito
desgastante.
Não desperdice seu tempo: passar horas corridas com o violão em punho sem a devida
atenção ao que se está estudando é simplesmente auto-engano.Sua capacidade como
violonista não funciona na base do taxímetro, aumentando à medida em que você gasta
mais tempo tocando. Tocar violão em frente à televisão, ouvindo música (acredite, já
ouvi isso!) ou navegando na internet não pode ser considerado tempo de estudo,
porque estudar demanda atenção e foco. Mesmo aquelas vezes em que você fica toda
hora sendo interrompido para atender telefone, almoçar ou brincar com o cachorro
deveriam receber outro nome que não “estudo”, pois o constante “desligar” da atenção
prejudica o desenvolvimento de uma atividade que é, antes de tudo, intelectual. É muito
mais interessante estudar 20 minutos com foco total do que 2h fingindo que estuda
enquanto vê televisão.
É muito mais eficaz para a evolução como instrumentista a prática rotineira, constante,
de preferência diária, do que concentrar o estudo em longas sessões em poucos dias da
semana. Isso se deve à forma como nosso cérebro se relaciona com o estudo e
aprendizado.
Após aprender algo novo, começa um fenômeno DESESPERADOR, ao qual todos estão
acostumados, chamado de esquecimento! Na verdade, somos um pouco ingratos com
esse processo, pois é graças a ele que seu cérebro se livra de informações inúteis, como
o que você comeu no almoço do dia 05/06/2004. Ou seja, tudo aquilo que seu cérebro
não considera importante é descartado aos poucos. Para evitar que aquela música nova
entre nessa “lista de dispensa” da memória de curto prazo, é preciso estudar a mesma
coisa constantemente, como forma de “provar” ao seu cérebro que aquilo é relevante e
deve ser levado para a memória de longo prazo. Você irá notar que no primeiro dia, será
necessário um tempo X para assimilar a música. No dia seguinte, você já não lembra
bem o que aprendeu, mas com um tempo menor que X você irá chegar ao mesmo
patamar em que parou no dia anterior, e ainda irá um pouco mais longe. E assim por
diante.
Também por isso é necessário fazer revisões constantes dos aspectos estudados, sempre
como estratégia para lidar com esse aliado incompreendido chamado “esquecimento”.
Fazendo isso, chegará o momento em que você poderá tocar aquela música apenas uma
vez por semana, ou menos, e ainda assim recordá-la.
Por outro lado, se você deixa para estudar em apenas um dia da semana, mesmo que
você consiga aprender muito bem algo naquele momento, o fenômeno descrito no
parágrafo anterior será fatal, pois o processo de esquecimento irá atuar ao longo de
todos os outros dias sem prática, fazendo você perder muito do conhecimento adquirido
nessa longa (e improdutiva) sessão de estudo.
Os aspectos motores envolvidos no aprendizado de um instrumento também
demandam prática constante, e você já deve ter observado isso ao longo da sua vida:
quanto tempo de prática foi necessário para você aprender a escrever? Não me refiro
aqui às questões intelectuais envolvidas no processo, e sim ao aspecto motor envolvido.
Eu tive de preencher infindáveis páginas de cadernos de caligrafia para adquirir essa
habilidade – não dá para esperar que executar bem um instrumento exija menos
esforço, certo?
Se você tiver dúvidas, precisar de ajuda ou quiser questionar/criticar alguma das ideias
apresentadas aqui, o espaço dos comentários é o local!
Nos outros textos do site, que você encontra AQUI, há mais dicas sobre violão e música
em geral. Não deixe de assinar a newsletter abaixo: você receberá diretamente no e-mail
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Quanto é o suficiente?
Alguns dos grandes artistas do século XX compartilharam seus pensamentos sobre essas
questões. Eu me lembro de ler uma entrevista com Rubinstein há alguns anos na qual
ele dizia que ninguém deve praticar mais do que quatro horas por dia, explicando que se
você precisa praticar mais de quatro horas, você provavelmente não estaria praticando
da maneira correta.
Heifetz também indicava que ele nunca acreditou em praticar demais e que prática
excessiva é “tão ruim quanto praticar pouco”. Ele alegou praticar uma média nunca
maior de três horas por dia e que não praticava nada nos domingos. E sabe, isso não é
uma má ideia – um de meus professores, Donald Weilerstein, uma vez sugeriu que eu
estabelecesse um período de 24 horas em cada semana no qual eu não podia pegar meu
instrumento.
Prática desatenta
Você já ouviu alguém praticando? Você já se ouviu praticando? Grave você estudando
por uma hora, dê um passeio pelas salas de estudo na escola e ouça seus colegas
estudando, ou peça aos seus alunos para fingirem que estão em casa e observe-os
praticando durante uma aula. O que você perceberá?
Perceberá que a maioria das pessoas praticam de forma desatenta, seja fazendo meras
repetições (“praticar essa passagem 10 vezes” ou “praticar essa peça por 30 minutos”)
ou praticando no piloto automático (quando nós tocamos a peça até que escutemos
algo que não gostamos, então paramos, repetimos a passagem até que ela soe melhor e
continuamos a tocar até que ouçamos uma outra coisa com a qual não estamos
satisfeitos e repitamos o processo).
Por que? Por um lado, pouquíssimo aprendizado produtivo ocorre quando praticamos
desse jeito. É assim que nós acabamos por praticar uma peça por horas, dias, semanas e
ainda não sentimos que melhoramos tanto. E até pior, você está na verdade cavando seu
próprio buraco praticando desse jeito, porque o que esse modelo de prática faz é
reforçar hábitos e erros indesejáveis, literalmente aumentando a chance de você
estragar tudo mais consistentemente no futuro. A prática desatenta torna mais difícil
corrigir esses hábitos no futuro – você está efetivamente adicionando uma quantidade
de tempo de prática futura que você precisará para eliminar esses maus hábitos e
tendências. Uma vez eu trabalhei com um professor de saxofone que gostava de lembrar
aos seus alunos que “Prática não leva à perfeição, prática torna permanente”.
2. Isso torna você menos confiante
Além do mais, praticar desse jeito na verdade prejudica sua confiança, porque existe
uma parte de você que percebe que você não sabe realmente como produzir
consistentemente os resultados que você está procurando. Mesmo que você estabeleça
uma taxa de sucesso razoavelmente alta na maioria das passagens através da prática
desatenta, que você descubra que consegue acertar 3 ou 4 de cada 5 tentativas, sua
confiança não crescerá muito. A confiança real no palco vem de: a) ser capaz de acertar
10 a cada 10 tentativas, b) saber que isso não é uma coincidência, mas que você sabe
fazer da forma correta sob demanda, principalmente porque c) você sabe precisamente
o porquê de você ter acertado ou errado, isso é, você sabe exatamente o que precisa
fazer de um ponto de vista técnico para tocar a passagem perfeitamente todas as vezes.
(Nota do tradutor: sobre esse assunto, recomendo outro texto do mesmo autor,
traduzido em Duas coisas que especialistas fazem de forma diferente quando praticam.)
Você pode não ser capaz de tocar perfeitamente todas as vezes no início, mas é para isso
que serve a repetição – para reforçar hábitos corretos até que eles fiquem mais fortes
que hábitos ruins. É um pouco como tentar fazer um bonito jardim. Ao invés de lutar
numa batalha sem fim contra as ervas-daninhas, seu tempo será melhor gasto tentando
cultivar a grama para que ela com o passar do tempo expulse as ervas-daninhas.
3. É entediante e chato
Praticar desatentamente é como se fosse um afazer doméstico. A música pode ser uma
das únicas atividades baseadas em habilidade nas quais as metas da prática são medidas
em unidades de tempo. Nós todos já tivemos professores que nos disseram para ir para
casa e praticar uma certa passagem X vezes, ou praticar X horas, certo? O que nós
realmente precisamos são metas mais específicas – como praticar essa passagem até
que ela soe _____, ou praticar essa passagem até que você descubra como fazê-la soar
_____.
Afinal, não importa realmente quanto tempo nós gastemos praticando alguma coisa,
mas apenas que nós saibamos como produzir os resultados que queremos e possamos
fazê-los consistentemente, sob demanda.
Prática deliberada
Então o que é prática deliberada, ou prática atenta? Prática deliberada é uma atividade
sistemática e altamente estruturada, que é, por falta de uma palavra melhor, científica.
Ao invés da tentativa e erro desatenta, é um processo ativo e profundo de
experimentação com metas claras e hipóteses. O violinista Paul Kantor uma vez disse
que a sala de estudos deve ser como um laboratório, onde se pode experimentar ideias
diferentes, tanto musicais quanto técnicas, para ver que combinação de ingredientes
produzem o resultado que você está buscando.
Prática deliberada envolve monitorar sua própria performance (em tempo real, mas
também via gravações), continuamente procurando novas maneiras de melhorar. Isso
significa realmente ouvir o que acontece, para que você possa se dizer exatamente o que
deu errado. Por exemplo, a primeira nota foi desafinada? Muito forte? Muito macia?
Muito áspera? Muito curta? Muito longa?
Digamos que a nota estava desafinada e muito longa, sem muito ataque no início. Bom,
quão desafinada ela estava? Pouco? Muito? Quão longa era a nota que você queria ter
tocado? Quanto mais de ataque você queria?
OK, a nota estava um pouco desafinada para cima, um pouquinho longa demais e
precisava de um ataque muito mais claro para que estivesse consistente com a
articulação e dinâmica marcadas. Então, por que a nota estava desafinada? O que você
fez? O que você precisa para ter certeza que a nota saia perfeitamente afinada todas as
vezes? Como você garante que a duração seja justamente a que você quer que seja, e
como você consegue consistentemente um ataque limpo e claro para começar a nota,
para que ela comece no caráter certo?
Agora vamos imaginar que você gravou tudo isso e pode ouvir como essa última
tentativa soou. Essa combinação de ingredientes te deu o resultado desejado? Em
outras palavras, essa combinação de ingredientes transmitem o caráter ou clima que
você quer comunicar ao ouvinte tão efetivamente quanto você pensou que ela iria?
Poucos músicos usam seu tempo para parar, analisar o que deu errado, por que isso
aconteceu e como eles podem corrigir o erro permanentemente.
Mantenha sessões de estudo limitadas a uma duração que permita você estar focado.
Elas podem durar de 10 a 20 minutos para alunos mais novos e entre 45 e 60 minutos
para alunos mais velhos.
2. Momento
Saiba os momentos durante o dia que você tende a ter a maior energia. Pode ser a
primeira coisa da manhã, logo depois do almoço etc. Tente fazer sua prática durante
esses períodos naturalmente produtivos, pois esses são os momentos nos quais você
será capaz de focar e pensar mais claramente.
3. Metas
Tente usar um caderno de prática. Mantenha-se ciente das suas metas de estudo e o que
você descobre nas suas sessões de estudo. A chave é entrar na “zona” onde praticar é
estar constantemente buscando ter clareza de intenção. Em outras palavras, ter uma
ideia clara do som que você quer produzir, ou fraseado particular que você gostaria de
tentar, ou articulação específica que você gostaria de ser capaz de executar
constantemente.
Às vezes se uma passagem em particular não está saindo do jeito que nós queremos, só
significa que nós precisamos praticar mais. Entretanto, também há vezes que nós não
precisamos trabalhar de forma mais árdua, mas sim de uma estratégia ou técnica
diferente.
Ao invés de ser teimoso e manter uma estratégia ou técnica que não estava funcionando
para mim, eu me forcei a parar de praticar toda essa seção. Eu tentei pensar em
diferentes soluções para o problema por uns dias e assim que elas me ocorriam, eu as
escrevia. Quando eu senti que eu cheguei em soluções promissoras, eu comecei a
experimentar. Eventualmente eu descobri uma solução na qual eu trabalhei durante
cerca de uma semana e quando eu toquei o capricho para meu professor, ele me
perguntou sobre como eu fiz as notas falarem tão claramente!
Analise o problema (o que está causando ela soar do jeito que está?)
Identifique possíveis soluções (o que eu posso mudar para fazê-la soar mais do jeito que
eu quero?)
Teste as possíveis soluções para selecionar a mais efetiva (que mudança parece
funcionar melhor?)
UPDATE: Você acha que isso só se relaciona à música clássica? Fãs do jazz, vejam só esse
post sobre praticar eficientemente escrito pelo aclamado violinista de jazz Christian
Howes para uma prestativa perspectiva e dicas sobre estudar jazz. Engraçado, nós
fizemos o método Suzuki juntos quando crianças em Columbus, Ohio.
UPDATE 2: Descobri esse interessante post sobre prática deliberada escrito por um
jovem e astuto violoncelista da Northwestern University.
Foco
Praticar e praticar.
Confira a tabela com dicas para estudo de um período de 3 horas por dia.
Assunto Sugerido
Período Sugerido
Aquecimento
10 Minutos
Exercícios Técnicos
20 Minutos
Intervalos e Tríades
20 Minutos
Acordes
20 Minutos
Descanso 10 Minutos
Escalas
20 Minutos
Arpejos
20 Minutos
Leitura Musical
20 Minutos
Repertório
20 Minutos
Improvisação
20 Minutos
OBS: Lembre-se de sempre fazer uma pausa a cada 30 minutos, para não forçar suas
mãos, afinal elas são seu instrumento de trabalho e devem ser muito bem cuidadas
A tabela acima é apenas uma dica de programação de estudo, serve apenas para você
ter uma base de como se organizar com seus estudos, o ideal é você montar sua própria
programação de acordo com seus conhecimentos e suas necessidades.