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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE RECIFE

NOME, brasileira, advogada, inscrita na OAB-XXX sob o nº..., com endereço profissional em...., onde
recebe as comunicações profissionais, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal cumulado com os artigos 647, 648,I, e 654 do
Código de Processo Penal impetrar ordem de HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE MEDIDA
LIMINAR em favor de Janilson da Silva, nacionalidade, estado civil, motorista de ônibus, inscrito no
Cadastro Nacional de Pessoas Físicas sob o nº e Registro Geral nº, residente e domiciliado em... contra ato
do Ilustríssimo Delegado de Polícia ........ pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

I – DOS FATOS

Em.... foi deflagrada greve da categoria de motoristas e cobradores de ônibus da Região


metropolitana do Recife a fim de reivindicar melhores condições salariais, dentre os quais, o paciente.

A greve foi declarada ilegal em .... pelo Tribunal Regional do Trabalho.

Ocorre que, na data de hoje, pelo período da manhã, o paciente foi detido e conduzido à Delegacia
de Plantão de Santo Amaro por um Policial Militar, sob a alegação de que houve desobediência à ordem
legal emitida por ele emitida. Supostamente, conforme afirma o Policial Militar, o paciente haveria
estacionado o ônibus de forma a bloquear uma via pública, impedindo a tráfego de outros veículos e,
ordenado para que retirasse o coletivo do local, o paciente teria reiteradamente sua ordem.

Todavia, o paciente alega que, na realidade, o veículo automotor foi estacionado junto ao meio-
fio, portanto, não houve bloqueio da via pública. E, enquanto conclamava outros motoristas que por ali
transitavam a aderir ao movimento grevista foi interpelado pela autoridade policial, recebendo de imediato
voz de prisão.

O Delegado, no presente autoridade coatora, constatou por intermédio de imagens de câmeras do


sistema de segurança pública que, de fato, o paciente não impediu o fluxo normal de veículos, vez que não
houve bloqueio da via. Contudo, ainda assim, lavou o Termo de prisão em flagrante com fulcro na prática
dos delitos previstos nos artigos 330 e 201 do Código Penal.

II – DO DIREITO: O EXERÍCIO DO DIREITO DE GREVE COMO DIREITO HUMANO

O movimento grevista surge como decorrência do regime de trabalho assalariado, fruto da


Revolução Industrial. Se em um primeiro momento foi arduamente combatido, o desenvolvimento do
direito do trabalho tratou por normatizá-lo como direito social. Com efeito, as constituições de um número
considerável de países solapam o direito de greve como direito fundamental, a exemplo da Espanha, França,
Itália e Portugal.

Por sua vez, ao tratar dos direitos humanos Flávia Piovesan indica que compõem um instrumento
imprescindível no resgate e promoção da dignidade humana, caracterizados por sua universalidade e
indivisibilidade. No dizer da autora1:

[...] Universalidade porque clama pela extensão universal dos direitos


humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o requisito único para a

1
PIOVESAN, Flávia. Cadernos de Direito Constitucional: Direitos Humanos e o Direito Constitucional
Internacional. Escola Da Magistratura Do Tribunal Regional Federal Da 4ª Região, 2006. Disponível em: <
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/flaviapiovesan/piovesan_dh_direito_constitucional.pdf>.
titularidade de direitos, considerando o ser humano como um ser
essencialmente moral, dotado de unicidade existencial e dignidade.
Indivisibilidade porque a garantia dos direitos civis e políticos é condição para
a observância dos direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa [...]Os
direitos humanos compõem, assim, uma unidade indivisível, interdependente
e inter-relacionada, capaz de conjugar o catálogo de direitos civis e políticos
ao catálogo de direitos sociais, econômicos e culturais.

Desta forma, partindo do pressuposto de que os direitos humanos são marcados pela
universalidade, pode-se elencar basicamente dois requisitos que os distinguem: (a) titularidade inerente ao
ser humano e (b) reconhecimento universal.

Ora, torna-se fácil perceber que o movimento de normatização do direito de greve, enquanto
Direito Fundamental dos trabalhadores, ensejou seu reconhecimento a um nível global enquanto direito
social.

Ademais, o exercício do direito de greve possibilita a melhora das condições sociais do


trabalhador, a significar um instrumento de concretização da dignidade do homem que labora.
Indiscutivelmente, trata-se de direito fundamental.

III – O DIREITO DE GREVE ENQUANTO DIREITO FUNDAMENTAL NA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL DE 1988

A Carta Constitucional destaca-se por ser extremamente garantista, constando em seu bojo um
enorme elenco de direitos alavancados ao status de verdadeiras garantias individuais. Antes, contudo, é
necessário ressaltar que logo em seus primeiros artigos aduziu o lesgislador constitucional que:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

[...]

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

[...]

Não satisfeito, enunciou ainda que:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

[...]

A compreensão é importante, como logo se demonstrará. Ressalte-se, portanto, que longe de ter por
fundamentos, dentre outros, a cidadania, dignidade da pessoa humana e valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
constituindo princípios norteadores da interpretação das demais normais constitucionais e infraconstitucionais, o
legislador constituinte preocupou-se em elencar os objetivos primordiais da República Federativa do Brasil, os quais
demandarão um esforço conjunto dos Poderes no sentido de concretizá-los.

Logo à frente, após discriminar, não exaustivamente, um catálogo de direitos fundamentais que incluem
garantias individuais e sociais, o artigo 5º, §2º prevê:

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes


do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

A previsão já seria suficiente para se admitir a existência do direito de greve, enquanto direito fundamental.
Mas o legislador constituinte, não satisfeito, optou por enuncia-lo em todos os seus termos no artigo 9º, afeto ao
Capítulo dos Direitos Sociais:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

Por conseguinte, não restam dúvidas de que, efetivamente, a greve foi reconhecida como direito social
fundamental do homem trabalhador.

IV – DA REGULAMENTAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL DO DIREITO DE GREVE – LEI Nº 7.783,


DE 28 DE JUNHO DE 1989.

O diploma normativo, como bem esclarece “dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades
essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências.” E, logo em seu
artigo primeiro, enuncia o que já reiteradamente tem-se afirmado: a greve é um direito do homem trabalhador,
ressalvando, todavia, que o exercício legítimo da referida garantia deve ater-se aos parâmetros estipulados pela lei.

Com efeito, o próprio legislador estipulou o que se compreende por legítimo exercício do direito de greve,
logo em seu artigo 2º:

Artigo 2º - Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a
suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de
serviços a empregador.

Desta forma, desde que realizado mediante meios pacíficos e de forma temporária a greve será legítima, ainda
que implique na suspensão total ou parcial da prestação de serviços ao empregador.

Ademais, também restaram definidos no diploma garantias (instrumentos) tendentes a possibilitar o pleno
exercício deste direito, sem os quais a grava, enquanto direito e movimento, findaria por inutilizada enquanto
mecanismo de realização do seu fim último, dignificação das condições de trabalho. Deste modo, constituem direitos
do trabalhador:

Artigo 6º - São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:

I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a


aderirem à greve;

II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.

§ 1º - Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão


violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.

§ 3º - As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir


o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.

Salto aos olhos a disposição contida no inciso I do artigo 6º da Lei nº 7783/89, justamente por ser reconduzida
perfeitamente ao caso em comento. Ora, se, pacificamente, podem os trabalhadores utilizarem-se de meios para
persuadir outras colegas de profissão a aderir ao movimento grevista questiona-se, então, se o paciente não estaria
apenas exercendo um direito que, em primeiro, lhe foi constitucionalmente atribuído e, segundo, consta expressamente
de previsão legal? A resposta é indubitavelmente positiva.

E torna-se ainda mais afirmativa quando considerado que a estratégia empregada pelo paciente não violou as
disposições contidas nos parágrafos primeiro e terceiro, de modo a se dar dentro dos limites legais.

Há serviços que pela sua essencialidade devem ser manutenidos durante a paralisação temporária das
atividades, de modo que a autorização legal de suspensão total não se lhes aplica. Assim, dispõe o diploma legal que:

Artigo 10 - São considerados serviços ou atividades essenciais:

[...]

V - transporte coletivo;

Artigo 11 - Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os


trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação
dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

É necessário considerar que se o paciente buscava maior adesão ao movimento é certo que não houve
interrupção do serviço de prestação de transporte público. Secundariamente, a tentativa de angariar forças ao
movimento não revela intenção de interromper o serviço essencial, assim fosse o comando normativo do artigo 6º, I,
da referida lei deveria ter sido expressamente ressalvado quanto aos serviços essenciais e, não o sendo, há que se
entender aplicável.

Por fim, um último ponto: a lei de greve aduz expressamente que a responsabilidade por eventuais ilícitos
será apurada conforme a lei penal, ou seja, consoante suas regras e princípios.

V – DA INEXISTÊNCIA DA PRÁTICA DE CRIME

Finalmente, ante as considerações expostas, passa-se a tratar dos aspectos penais do presente caso.

Cabe uma breve explanação acerca do conceito analítico de crime. Com efeito, entende-se por crime a
conduta dotada dos seguintes elementos: tipicidade, ilicitude e culpabilidade.

A tipicidade longe de significar o mero processo mecânico de subsunção do fato à norma, pode ser
decomposta nas espécies formal e material; a primeira diz respeito ao simples enquadramento do fato da vida na
disposição abstrata e genérica contida no diploma penalista, por sua vez, a material está a significar a existência de
efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma proibitiva. Desta feita, a conduta será típica quando além de
subsumir-se com perfeição ao tipo legal (tipicidade formal) tenha ameaçado ou violado o bem jurídico que a norma
visa salvaguardar (tipicidade material).

Em relação a ilicitude há que se dizer que revela a contrariedade da conduta com o ordenamento jurídico
como um todo e é aferida mediante um processo de presunção: toda conduta típica presume-se antijurídica (ilícita) até
que seja demonstrada a existência de uma das causas de exclusão da ilicitude.

Por fim, a culpabilidade é, grosso modo, o juízo de reprovação que recai sobre o autor da conduta.

V.I – DA ATIPICIDADE DA CONDUTA: DESOBEDIÊNCIA (ARTIGO 330 DO CÓDIGO PENAL)

O delito de desobediência é previsto no artigo 330 do Código Penal, in verbis:

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Trata-se de crime comum, portanto passível de ser praticado por qualquer pessoa. O tipo legal pressupõe,
todavia, dois elementos sem os quais não se aperfeiçoa: (a) que a ordem seja legal, ou seja, não há crime diante de
ordem formal (do ponto e vista de quem a emite, por exemplo) ou materialmente (conteúdo) ilegal e (b) emitida por
funcionário público.

Como dito, supostamente na data de hoje, o paciente teria desobedecido a ordem emanada pela autoridade
policial militar de retirar o veículo de transporte coletivo de passageiros do local em que havia sido estacionado e que,
em tese, bloqueava a via pública. Ocorre que é possível verificar por meio de imagens fornecidas de câmeras do sistema
de segurança pública que não se verificou a situação narrada pelo policial militar: na realidade, como já havia sido
informado pelo paciente ao Delegado responsável pela lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, o veículo foi
estacionado junto ao meio-fio de forma que em momento algum houve o bloqueio da via pública.

A partir dessa constatação, duas conclusões são inevitáveis: (a) houve o falseamento da verdade por parte do
funcionário público, no intuito de incriminar injustamente o paciente e (b) a ordem é ilegal! Como visto, o artigo 6º, I,
da Lei de greve prevê como direito do trabalhador grevista o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir os
colegas a aderir ao movimento.

Nesse sentido, a conduta não é típica. Em primeiro lugar, porque sequer há como provar que houve ordem da
autoridade policial vez que o fato por ela alegado não se verificou. Secundariamente, ainda que houvesse ordem e ela
fosse emitida no sentido de determinar que o paciente cessasse a atividade de aliciamento de outros trabalhadores, seria
ilegal, pois, como visto, trata-se de direito que estava sendo corretamente exercido, dentro dos parâmetros legais.

Portanto, não se observa prática do ilícito previsto no artigo 330 do Código Penal, quer porque não há prova
da ordem, existindo, em contrapartida, prova de que a autoridade policial procedeu de má fé, falseando uma situação
que jamais se verificou, quer porque, se assim existisse, seria manifestamente ilegal, tendente a tolher o exercício de
legitimo direito conferido ao trabalhador.

V.II – DA ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA: PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE


INTERESSE COLETIVO (ARTIGO 201 DO CÓDIGO PENAL)

O artigo 201 do Código Penal estabelece:


Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a


interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

É necessário esclarecer que o tipo deve ser interpretado em consonância como que dispõe a Constituição
Federal de 1988, especificamente em seu artigo 9º que, como foi visto, assegura o exercício do direito de greve.
Ademais, de modo equivalente, sua correta compreensão também está atrelada ao disposto na Lei de greve.

Desta forma, deve-se ater que o tipo legal já não mais se aplica ao exercício de greve em atividades não
essenciais e, quanto a estas, apenas e tão somente na medida em que existir abuso. Explica-se: não há crime no exercício
do direito de greve, quer se trate de atividades não essenciais quer se trate dessas últimas. Todavia, em razão da
possibilidade de abuso do direito, em relação aos serviços essenciais, poderá surgir o tipo legal. Enfim, repita-se: apenas
quando há abuso, se não houve abuso o exercício do direito de greve é legitimo, inclusive em relação aos serviços
essenciais a comunidade, como o transporte coletivo.

A abusividade do direito foi definida linhas acima, pela Lei de greve, e resulta da inobservância de seus
dispositivos. Especificamente no tocante aos serviços essenciais, sempre que não se garantir o mínimo exigido por lei.

A imprescindibilidade dessa interpretação, em consonância com a carta constitucional e o diploma legal, se


dá em razão de que o Código Penal data de 1944, período na história brasileira em que se vivia a ditadura varguista, de
modo a ser interessante controlar de modo estrito os movimentos sociais que por ventura se mostrassem contrários ao
governo. Obviamente, com o advento da nova Constituição instaurou-se um novo Estado, de feitio democrático e atento
aos direitos humanos, que tratou de constitucionalizar em direitos fundamentais. Assim, embora o Código Penal tenha
sido recepcionado pela nova carta, deve ser lido e interpretado com ressalvas e atenção, de modo a não transportar para
o tempo presente uma filosofia e contexto que não mais se lhe aplicam.

Por conseguinte, o fato de estar o paciente clamando por adesão ao movimento grevista não configura, por si
só, crime. Em não havendo abuso, vez que o serviço não foi interrompido (se o fosse, que estaria o paciente a fazer nas
ruas, conclamando maior participação de seus colegas?) não há que se falar no delito do artigo 201 do Código Penal.

V.III – DA APLICABILIDADE DO PRINCPIO DA INSIGNIFICANCIA

Caso o douto magistrado não entenda aplicável a tese sustentada no tópico anterior, é de se entender a
incidência do princípio da insignificância para afastar a tipicidade do artigo 201 do CP.

O Princípio da Insignificância enseja o reconhecimento da atipicidade material da conduta, de modo a


inexistir lesão ao bem jurídico. No entanto, para que possa ser reconhecido, devem ser preenchidos os seguintes
requisitos:

(a) a mínima ofensividade da conduta do agente;

(b) a nenhuma periculosidade social da ação;

(c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada;

Ora, a conduta do agente não é ofensiva nem tampouco reprovável, vez que se trata do exercício de direito
legitimo. Ademais, não se revela socialmente perigosa, pois se trata de movimento que busca angariar melhores
condições de trabalho e, por fim, não há que se falar em lesão jurídica, nem mesmo inexpressível, pois o serviço não
foi interrompido.

Portanto, não há óbices ao reconhecimento de plano na espécie, a fim de ter por atípica a conduta do paciente
em conclamar a adesão ao movimento grevista.

VI – DA MEDIDA LIMINAR

A concessão de medida liminar revela-se em situações nas quais são aferíveis, de plano, o fumus boni iuris e
o periculum in mora.

Com efeito, o direito do paciente de tão claro, é constitucionalmente assegurado (artigo 9º CF/88) bem como
por diploma infraconstitucional (artigo 1º, 6º, I, da Lei de greve). Ademais, com restou demonstrado, não houve
desobediência, consoante pode ser verificado nas imagens das câmeras de segurança pública.
De outra mão, o periculum in mora é latente no presente habeas corpus! Ora, não há como admitir que um
cidadão, em pleno exercício de suas garantias individuais, seja injustamente recolhido em prisão por ter praticado
direito que é seu! Quão nociva se mostra a atitude, em tempos de Estado Democrático de Direito, conduta, esta, do
Delegado que se mostra anacrônica: pertence ao tempo errado, estando afeita aos tempos ditadoriais em que são negadas
as garantias individuais dos cidadãos.

Pois, é plenamente cabivel a medida liminar a determina a imediata soltura do paciente.

VII – PEDIDOS

Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, de que é vítima o paciente, vem requerer que, após
solicitadas as informações à autoridade coatora, seja concedida a ordem impetrada, conforme artigos 647 e 648, inciso
I do Código de Processo Penal, decretando-se o trancamento do inquérito policial, em face da flagrante e patente
ausência de justa causa bem como o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao paciente, expedindo incontinenti
o alvará de soltura em favor do paciente.

Termos em que pede deferimento.

Local, data.

Advogada, OAB nº

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