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Universidade de Santiago e instituto politécnico de Leiria

Departamento de Ciências Económicas e Empresariais


Mestrado em Gestão de Recursos Humanos

Trabalho Individual

DIREITO A SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO


DIREITO AO REPOUSO DIÁRIO, SEMANAL E ANUAL (FERIAS)

Modulo: Direito no Trabalho


Prof. Doutor: Paulo Ramirez
Mestranda: Esandra Fernandes

Agosto de 2017
Índice

1. Introdução ............................................................................................................................ 3

2. Referencial Teórico ............................................................................................................. 4

2.1. História do Direito do Trabalho ................................................................................ 4


2.2. Conceitos ...................................................................................................................... 5
2.3. Saúde, higiene e segurança no trabalho .................................................................... 6
2.3.1. Principais objetivos da Higiene do Trabalho ........................................................ 6
2.3.2. As principais causas de acidentes do trabalho ...................................................... 6
2.4. Leis relacionados a saúde, higiene e segurança no trabalho ................................... 8
2.5. O direito ao descanso como direito natural .............................................................. 9
2.6. Secção IV Do direito ao repouso .............................................................................. 10
2.6.1. Subsecção I Do direito a férias ............................................................................ 10
2.6.2. Descanso semanal ............................................................................................... 13
2.6.3. Descanso Diário .................................................................................................. 14
2.7. Importância dos Recursos Humano e o direito no trabalho.................................. 15
3. Conclusão ........................................................................................................................... 16

4. Referências bibliográficas................................................................................................. 16

5. Anexo 1 .............................................................................................................................. 18

Cabo Verde ................................................................................................................................ 18

Caracterização sociodemográfica da população Cabo Vendeana .................................... 18

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1. Introdução

Nos dias atuais cresce a importância do Direito do Trabalho, diante das imensas
modificações que ocorrem nas relações entre capital e trabalho, sobretudo como
resultado da globalização económica. É, portanto, fundamental conhecer as tendências
do Direito do Trabalho no mundo e em Cabo Verde.

Os recursos humanos e a sua utilização pelas organizações, são estudados no decorrer


da evolução da economia industrial, o que acabou desenvolvendo a gestão de pessoas e
consequentemente os estudos relativos ao bem-estar social dos colaboradores e a busca
de um ambiente propício de trabalho, buscando diminuir riscos e ausência dos
trabalhadores nas organizações (Teixeira et al 2005).

Relativamente ao direito a repouso diário, semanal e anual, correspondeu a uma das


mais antigas reivindicações da classe operária durante o séc. XIX, e ainda hoje
representa uma das mais importantes matérias no estudo do Direito do Trabalho.

Atualmente com os avanços tecnológicos, os profissionais estão frequentemente


expostos a acidentes de trabalho e para sua segurança é necessário adequar as
instalações do ambiente de trabalho e a capacitação técnica desses profissionais.

As organizações devem primar pela melhoria de seus produtos e serviços e, para isto,
carecem da colaboração de seus colaboradores, os quais precisam sentir-se motivados e
com condições seguras e agradáveis de trabalho para que possam contribuir para o bom
desenvolvimento, rendimento e satisfação dos clientes.

De acordo com o I Relatório Nacional De Direitos Humanos (2010), o direito à saúde é


um dos principais direitos de natureza social carecedora de prestações públicas que se
encontram previstos na ordem internacional ou interna de Cabo Verde.

Procura- se com este trabalho individual, intitulado o direito a saúde, higiene e


segurança no trabalho; o direito ao repouso diário, semanal e férias, conhecer o código
laboral e o seu cumprimento em Cabo Verde.

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2. Referencial Teórico
2.1.História do Direito do Trabalho

Antigamente o homem produzia para atender às suas próprias necessidades. Ele


desconhecia o conceito de mercadoria e o mundo do trabalho não comportava, em
situação de normalidade, a estrutura hierárquica que mais tarde viria a predominar nas
relações de trabalho. Depois a algum tempo surgiu a troca que posteriormente ganhou
alguma complexidade até que se iniciou um processo de conversão do valor de uso em
valor de troca e, mais adiante, pelo valor que correspondia ao lucro, vale dizer, o ganho
do empresário que precisava existir para justificar o seu investimento na
produção(Carvalho, 2011).

O mesmo autor relata sobre os fatores económicos, sociais e políticos que deflagraram o
surgimento do direito do trabalho como ramo específico do direito privado. Pode ser
referido como fator económico o advento do trabalho humano, alheio, produtivo e livre
mas subordinado que caracterizou o emprego industrial; o fator social mais relevante
terá sido a concentração urbana que propiciou a organização das profissões e viabilizou
assim os movimentos obreiros reivindicatórios; os fatores políticos a serem ressaltados
são decerto a liberdade de exercer qualquer profissão ou mesmo do sistema corporativo,
bem assim as ações coletivas que se desencadearam a partir do ambiente de empresa e
geraram não apenas a normatização das condições de trabalho sem a colaboração do
Estado, mas também o modelo de democracia social que se contraporia à solução de
força preconizada por Marx para a conquista de uma sociedade menos desigual. Cabe
destrinçar cada um desses fatos determinantes para o nascimento e consolidação do
direito laboral.

Segundo Cicco (1997), a evolução das questões relacionadas à saúde e segurança


ocupacional data da revolução industrial, onde a preocupação fundamental era a
reparação de danos à saúde física do trabalhador. As ações, atitudes ou medidas de
prevenção começaram em 1926, através dos estudos de H. W. Heinrich verificando os
custos com as seguradoras para reparar os danos decorrentes de acidentes e doenças do
trabalho. Em 1966 Frank Bird Jr. propôs o controle de danos, considerando o enfoque
para a saúde e segurança a partir da ideia de que a empresa deveria se preocupar não
somente com os danos aos trabalhadores, mas também com os danos às instalações, aos
equipamentos e a seus bens em geral.

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2.2. Conceitos

Direito do trabalho é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre


empregados e empregadores, são os direitos resultantes da condição jurídica dos
trabalhadores (Wikipédia, 2017).

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a


ausência de doenças (OMS).

A higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas preventivas


relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais (Wikipédia, 2014).

Higiene no trabalho – higiene do trabalho como a ciência e arte que se dedica ao


reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais (químicos, físicos,
biológicos e ergonômicos) presentes nos locais de trabalho. É o reconhecimento,
avaliação e controlo de fatores ambientais gerados no ou pelo trabalho e que podem
causar doença, alteração na saúde e bem-estar ou conforto significativos e ineficiência
entre os/as trabalhadores/as ou entre os/as cidadãos/ãs da comunidade envolvente
(Peixoto e Ferreira, 2012).

Segurança no trabalho é o conjunto de medidas tomadas com o objetivo de prevenir


acidentes. Segurança do trabalho é um conjunto de medidas que visam minimizar os
acidentes de trabalho, bem como proteger a integridade e capacidade de trabalho do
trabalhador.

Intervalo de Descanso – é a duração não inferior a 1 hora, nem superior a 2, de modo a


que os trabalhadores não prestem mais de 5 horas de trabalho consecutivo.

Férias do ponto de vista etimológico, a palavra feria procede do latín (feria, feriae;
utiliza-se principalmente em plural: feriae, feriarum).É o período de descanso anual, que
deve ser concedido ao empregado após o exercício de atividades por um ano, ou seja,
por um período de 12 meses (Oromendíaet, al.;2013).

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2.3. Saúde, higiene e segurança no trabalho

A higiene e segurança do trabalho estão relacionadas a um conjunto de leis, normas,


procedimentos técnicos e educacionais que visam à proteção de integridade física e
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos à saúde, inerentes as tarefas do cargo e
ao ambiente onde são executadas (Eggers e Goebel, 2005).

Parte dos acidentes de trabalho acontece por causa da má integração entre o homem, a
tarefa e o seu ambiente de trabalho. Portanto, é fundamental uma boa adequação do
ambiente para a execução das tarefas, o seguimento das normas de segurança e o
planeamento das instalações onde serão desenvolvidos os trabalhos e sua organização,
pois além de agilizar os serviços, tem como objetivo evitar riscos para os trabalhadores,
fomentando a necessidade da higiene e segurança no trabalho.

2.3.1. Principais objetivos da Higiene do Trabalho

 Eliminar ou minimizar os fatores que propiciam o surgimento das doenças


profissionais.

 Reduzir os efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho.

 Prevenir o agravamento de doenças, lesões ou deficiências apresentadas pelos


empregados.

 Favorecer a execução da Produtividade.

(Souza et al., 2012).

2.3.2. As principais causas de acidentes do trabalho

Comportamentos disfuncionais, como desatenção, esquecimento, negligência e


imprudência.

 Uso de ferramentas inadequadas por estarem mais próximas,


 A limpeza de máquinas em movimento por preguiça de desligá-las,
 A operação sem um equipamento de proteção.

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Características degradadas do ambiente de trabalho, como a presença de agentes
potencialmente causadores de acidentes, equipamentos mal projetados ou em precário
estado de conservação ou layout (arranjo físico) mal definido.

 Proteção mecânica inadequada;


 Condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio,
corroído, fraturado, de qualidade inferior, etc.), escadas, pisos, tubulações;
 Projeto ou construções inseguras;
 Processos, operações ou disposições perigosas(empilhamento, armazenagem,
passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria,
etc.)
 Iluminação inadequada;
 Ventilação inadequada ou incorreta;

(Idem)

De acordo com o B.O, publicado a 3 de Fevereiro de 2016, o Código Laboral Cabo


Vendeano, aprovado pelo Decreto-legislativo n 5/2007, de 16 Outubro, teve como
mérito indiscutível a unificação e sistematização de um conjunto de diplomas avulsos
disciplinadores da relação laboral. Posteriormente foi alterado pelo Decreto-legislativo n
5/2010, de 16 de Junho, que teve como objetivo melhorar alguns aspetos relativos a
salvaguarda das legitimas expetativas dos trabalhadores cujo as relações laborais
tiveram o seu inicio antes da entrada em vigor o regime de aquisição da personalidade
jurídica das associações sindicais e sobre a publicação e entrada em vigar das
convicções coletivas de trabalho e acordos de adesão, bem como da alteração do regime
de ferias dos marítimos.

A nova revisão tem com objetivo proporcionar aos trabalhadores, principais


destinatários da legislação laboral, um mercado de trabalho com mais oportunidade e
maior diversidade.Pretende se possibilitar maior dinamismo as empresas, permitindo
lhes enfrentar, de forma eficaz, os novos desafios económicos que enfrentam na
presente conjuntura mundial de grande dificuldades e incertezas.

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2.4. Leis relacionados a saúde, higiene e segurança no trabalho

Artigo 136º- Medidas de higiene e segurança

Incumbe à entidade empregadora assegurar as condições de higiene e segurança no


trabalho, cumprindo e fazendo cumprir as normas legais e regulamentares aplicáveis e
as instruções gerais emanadas das entidades competentes.

Artigo 137º -Capacitação para o cumprimento

No quadro das responsabilidades que lhe são cometidas em matéria de higiene e


segurança no trabalho, o empregador deve desenvolver uma ação de formação
permanente junto do trabalhador no sentido de capacitá-lo para a observância e o
cumprimento das regras aplicáveis.

Artigo 138º- Exames médicos

A Direcção-Geral do Trabalho pode determinar que a ocupação de trabalhadores em


trabalhos que comportem riscos especiais para a saúde fique subordinada a exames
médicos com a periodicidade que a mesma determinar.

Artigo 139º- Regulamentação

O Governo define, por diploma especial, ouvidos os empregadores e as organizações


sindicais competentes, as normas de higiene e segurança aplicáveis aos diversos
sectores de atividades.

Artigo 140º -Controle e fiscalização

Compete aos serviços da Inspecção-Geral do Trabalho exercer o controle e a


fiscalização do cumprimento das normas de higiene e segurança, nos termos da
legislação aplicável, sem prejuízo da competência de fiscalização legalmente atribuída a
outros serviços públicos.

(I SÉRIE- Nº 37 B.O, 2007).

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“Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive à
limitação razoável das horas de trabalho e a férias
remuneradas periódicas” (NAÇÕES UNIDAS, 1948 apud
Cardoso, 2015).

2.5. O direito ao descanso como direito natural

Todo ser vivente manifesta, de forma natural, sua predisposição ao descanso. Constata
se que nenhum animal pode ser sujeitado a uma atividade contínua e prolongada sem
que isso o leve a algum tipo de fadiga ou stress. Como mecanismo natural de defesa,
reagirá buscando seu direito de recompor suas energias. Assim, o descanso, além de
prevenir a fadiga, é para o homem direito de proteção à vida e elemento de inserção
social; é elemento essencial de seu legítimo direito de viver livremente, de acordo com
seu projeto de vida. O descanso, nesse sentido, visa a proteger o ser humano em sua
plenitude para seu pleno desenvolvimento como ser social. Por isso, protege sua vida,
sua saúde, seu projeto de vida e suas relações (Cardoso, 2015).

De acordo com o mesmo autor a evolução social fez com que o apelo religioso cedesse
espaço, no campo normativo, para erigir um novo fundamento para justificação do
repouso semanal, notadamente após a Revolução Industrial: o biológico, o social e o
económico. O biológico, com o objetivo de eliminar a fadiga física; o social, para
propiciar melhor convívio familiar, além de outras atividades recreativas; e o
económico, para equilibrar o desemprego e aumentar a produção.

Os períodos de descanso, no sentido amplo, conceituam-se como lapsos temporais


regulares, remunerados ou não, situados intra ou intermódulos diários, semanais ou
anuais do período de labor, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e
sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e
implementação de suas energias ou de sua inserção familiar, comunitária e política
(Delgado, 2003).

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2.6. Secção IV Do direito ao repouso

2.6.1. Subsecção I Do direito a férias

Artigo 52º- Período de férias

1.Os trabalhadores contratados por tempo indeterminado têm direito, por cada ano de
serviço prestado, a um período de férias de 22 dias úteis.

2. Aplica-se igualmente aos trabalhadores contratados por tempo determinado desde que
a duração do contrato, inicialmente estabelecido ou resultante de renovação, não seja
inferior a um ano.

3. Nos contratos com prazo inferior a um ano os trabalhadores têm direito a um período
de férias proporcional à duração do contrato.

Artigo 53º- Vencimento do direito a férias

1. Nos contratos por tempo indeterminado, o período de férias vence-se no dia 1 de


Janeiro de cada ano.
2. Nos contratos por tempo determinado que excedam um ano de duração é
aplicável o disposto no nº l.
3. Nos contratos com prazo inferior a um ano, o direito a férias vence-se depois de
decorrido metade do referido prazo.
4. Em caso de contrato por tempo indeterminado, se a admissão ocorrer no
primeiro semestre, o trabalhador tem direito a 7 dias úteis de férias a serem
gozados no referido ano, em data a acordar com o empregador.

Artigo 54º- Irrenunciabilidade e indisponibilidade do direito a férias

1. Ressalvadas as exceções previstas neste Código, o direito a férias é irrenunciável e o


seu gozo efetivo não pode ser substituído por remuneração suplementar ou qualquer
outra vantagem, ainda que o trabalhador dê o seu consentimento.

2. No entanto, o trabalhador pode substituir até metade do período de férias a que tiver
direito em abono pecuniário no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes, mediante acordo do empregador.

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Artigo 55º -Retribuição durante as férias

1. A retribuição a que o trabalhador tem direito durante o período de férias não


pode ser inferior à que perceberia se estivesse efetivamente em serviço.

Artigo 56º -Gozo de férias

1. As férias devem ser gozadas no prazo de um ano a contar do seu vencimento.

2. As férias podem ser gozadas em dois períodos interpolados, mediante acordo das
partes.

3. As férias podem ser acumuladas até ao máximo de 44 dias úteis, mediante acordo
entre as partes ou quando a aplicação da regra estabelecido no nº l causar grave prejuízo
à empresa ou ao trabalhador e desde que, no primeiro caso, este dê o seu acordo.

Artigo 57º- Férias coletivas

1. Sempre que o interesse do funcionamento da empresa o justifique, o empregador


pode conceder férias coletivas aos trabalhadores encerrando, total ou parcialmente, o
estabelecimento, durante o período de férias.

2. Os trabalhadores com direito a férias por um período superior ao tempo de


encerramento da empresa, por férias coletivas dos demais trabalhadores, podem optar
pelo pagamento da retribuição correspondente às férias não gozadas ou por gozar os
dias de férias remanescentes em data a acordar com o empregador.

Artigo 58º -Marcação do período de férias

1. A marcação do período de férias deve ser feita por mútuo acordo entre o empregador
e o trabalhador.

2. Na falta de acordo, compete à entidade empregadora elaborar o mapa de férias,


ouvidos os delegados sindicais e, na falta destes, ouvido o trabalhador.

Obs: Até 31 de Janeiro de cada ano devem indicar o período do ano em que preferem
gozar férias.

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Artigo 59º -Alteração do período de férias

1. O período de férias fixado nos termos do artigo anterior é inalterável, salvo por
razões atendíveis ligadas ao trabalhador ou por exigência imperiosa de funcionamento
da empresa, observando-se, em qualquer dos casos, o disposto nos números seguintes.

2. As alterações ou interrupções dos períodos de férias estão sujeitas a comunicação,


autorização e afixação nos mesmos termos aplicáveis à marcação de férias.

3. A alteração ou a interrupção do período de férias por imperiosa urgência de


funcionamento da empresa constitui o empregador na obrigação de indemnizar o
trabalhador pelos prejuízos materiais e morais comprovadamente sofridos pelo
trabalhador em razão da alteração ou interrupção.

Artigo 60º -Efeitos nas férias de suspensão do contrato de trabalho por


impedimento prolongado

1. No ano de suspensão do contrato de trabalho por impedimento prolongado respeitante


ao trabalhador, se se verificar a impossibilidade total do gozo do direito a férias já
vencidas, o trabalhador tem direito à retribuição correspondente ao período de férias não
gozado.

2. No ano de cessação do impedimento prolongado, o trabalhador tem direito ao período


de férias que nesse ano teria vencido se estivesse ininterruptamente ao serviço, desde
que tenha prestado três meses completos de serviço após a cessação de impedimento.

Artigo 61º Doença no período de férias

1.As férias interrompem-se por doença do trabalhador com incapacidade para o trabalho
superior a 5 dias, comprovada mediante atestado médico, desde que o empregador seja
informado do facto dentro de 5 dias seguintes, prosseguindo o respetivo gozo após o
termo da situação de doença, nos termos em que as partes acordarem, ou, na falta de
acordo, logo após a cessação do impedimento.

2.Aplica-se à parte final do número anterior o disposto no nº 2 do artigo 59º.

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Artigo 62º Retribuição de férias por cessação de contrato

1. Cessando o contrato de trabalho por qualquer forma o trabalhador tem direito à


retribuição correspondente às férias já vencidas e não gozadas. 2. O trabalhador
tem ainda direito a receber a retribuição correspondente a um período de férias
proporcional ao tempo de serviço prestado no ano da cessação do contrato. 3. Os
períodos de férias vencidos e não gozados contam-se sempre para efeitos de
antiguidade.

Artigo 63º- Violação do direito a férias

1. O trabalhador a quem não for facultado o exercício do direito a férias fora dos
casos previstos neste Código comunica o facto à Direcção-Geral do Trabalho,
que ordena o efetivo gozo, no período fixado no mapa de férias ou, na falta ou
impossibilidade deste, no período desejado pelo trabalhador.

2. Sem prejuízo do disposto no nº 1, o empregador que obstar a que o trabalhador


goze, no todo ou em parte, as férias a que tem direito, fica sujeita a multa
correspondente ao triplo da retribuição relativa ao período em falta.

(I SÉRIE- Nº 37 B.O, 2007)

2.6.2. Descanso semanal

Artigo 64º -Período de descanso semanal

O período obrigatório de descanso semanal é de 24 horas e o seu gozo coincide, em


regra, com o domingo. Pode igualmente deixar de coincidir com o período fixado no
número um o descanso semanal:

a)Dos trabalhadores necessários para assegurar a continuidade de serviços que não


possam ser interrompidos;

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b)Do pessoal dos serviços de limpeza ou encarregado de outros trabalhos preparatórios
e complementares que devam necessariamente ser efetuados no dia de descanso dos
restantes trabalhadores;

c) Dos guardas e porteiros;

d) Dos trabalhadores sujeitos ao regime de turnos;

Artigo 65º -Trabalho prestado em período de descanso semanal

1. Não é permitido trabalhar no dia destinado ao descanso semanal obrigatório, exceto


quando circunstâncias de força maior o justifique.

2. Quando o trabalhador tenha prestado trabalho no período de descanso obrigatório,


este é transferido para um dos 3 dias seguintes, sem prejuízo da remuneração a que o
trabalhador tiver direito por prestação de trabalho em dia destinado ao descanso.

(I SÉRIE- Nº 37 B.O, 2007)

2.6.3. Descanso Diário

Artigo 149º-Período normal de trabalho – limites

1. O período normal de trabalho não pode ser superior a oito horas por dia e
quarenta e quatro horas por semana.

2. Nas transações, operações e serviços que não possam ser transferidos para o dia
seguinte o empregador deve criar condições de atendimento ao público por
forma a garantir que o trabalhador não cumpra para além do período normal do
trabalho.

3. Os dias de ausência por doença, bem como os dias de licença por maternidade
são considerados com base no correspondente período normal de trabalho.

4. Os dispostos nos nº s 1 e 2 não e aplicável aos trabalhadores que ocupem o


corgo de administração e de direção ou com poder de decisão autónomo que
estejam isentos do horário de trabalho (I SÉRIE- Nº 37 B.O, 2007 & I SÉRIE
Nº 6 B.O 2016).

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2.7.Importância dos Recursos Humano e o direito no trabalho

Antigamente as empresas se preocupavam apenas com a produção, o homem era apenas


um mero coadjuvante no processo produtivo. As condições precárias de trabalho, as
longas jornadas diárias e os frequentes acidentes faziam parte da vida dos trabalhadores
e eram vistos com naturalidade por quem trabalhava.Com o passar dos anos, o trabalho
foi ocupando a maior parte do tempo do ser humano, o que antes era apenas para suprir
as necessidades básicas de subsistência, passou a ser, principalmente depois da
revolução industrial, o ponto central da vida do trabalhador (Pontes, 2008).

É assim importante não descurar o papel administrativo dos Recursos Humanos em


prole de um relevo mais estratégico. A responsabilidade por tarefas como
processamento salarial, controlo de absentismo, controlo de férias, acidentes de trabalho
pagamentos ao estado entre outros pode transparecer um trabalho mais rotineiro e
menos requintado, mas de importância inquestionável (Gomes et al., 2008 apud Moita,
2013).

Por outro lado, área de Recursos Humanos tem a capacidade para participar na definição
estratégica da organização, gerir talentos, gerir desempenhos, criar políticas de
desenvolvimento e de melhoria de processos, criar claramente um vetor com peso na
participação do caminho e dos objetivos organizacionais (Moita, 2013).

Portanto constata-se que é de extrema importância ter um departamento de Gestão de


Recursos Humanos numa organização e o mesmo deve fazer prevalecer os direitos dos
colaboradores.

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3. Conclusão

Em suma é necessário fazer uma reflexão, sobre a origem do trabalho humano para
demonstrar que de sua evolução decorre a necessidade do descanso como direito
natural, e que essa mesma evolução o desprende de sua origem etimológica para alçá-lo
como elemento da dignidade humana.

A evolução dos processos de trabalho e dos meios de produção modificaram,


gradativamente, a forma de adoecer dos trabalhadores. Entretanto, muitas doenças
agora evidenciadas estão relacionadas com a forma de organização do trabalho,
sobrecarga, pressões de chefia por produção, demissões causadas por modificações
sucessivas do processo de trabalho e da sua forma de execução.

Há relatos sobre o dumping social no âmbito do direito do trabalho o mesmo ocorre,


quando o empregador não respeita, o que lhe é estabelecido em lei, em especial as
condições sociais do chamado patamar mínimo civilizatório, que são os direitos básicos
do trabalhador. Dumping social gera grandes danos à sociedade como um todo, tendo o
desrespeito aos direitos mínimos do trabalho.

As leis laborais devem ser respeitadas, visando sempre obedecer ao patamar mínimo
civilizatório de cada ser humano. Enfim foi gratificante trabalhar esses dois temas (o
direito ao repouso diário, semanal e anual e o direito a saúde, higiene e segurança no
trabalho), poder aprofundar o conhecimento sobre os temas tratados.

4. Referências bibliográficas

1. Cardoso, A.J. O direito ao descanso como direito fundamental e como elemento


de proteção ao direito existencial e ao meio ambiente do trabalho. RIL Brasília a.
52 n. 207 jul./set. 2015 p. 7-26. Disponível
em:www.pge.sc.gov.br/index.php/institucional/.../file
2. Carreira, A. (2000), Cabo Verde. Formação e Extinção de uma Sociedade
Escravocrata (1460-1878), 3ª edição, Praia, Instituto de Promoção Cultural.
3. Cicco, F. Sistema de gestão da saúde e segurança no trabalho: uma proposta
inovadora, Revista Proteção, n. 68, encarte especial, 1997.

16
4. Delgado, M.G. Jornada de trabalho e descansos trabalhistas. 3. ed. São Paulo:
LTr, 2003. p. 117
5. I SÉRIE- Nº 37 SUP.« B.O »DA REPÚBLICA DE CABO VERDE-16 DE
OUTUBRO DE 2007.
6. I SÉRIE- Nº 6 «B.O» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE-3 DE FEVEREIRO
DE 2016.
7. (Legislação Cabo Verdiana Para o Sector Da Saúde, 2010)
8. Ministério da Qualificação e Emprego – Estudo-Diagnóstico sobre o Mercado de
Emprego em Cabo Verde, 2008. Disponível em
https://www.governo.cv/documents/estudo_sobre_mercado_de_emprego.pdf
9. Moita; R. M. C. 2013. A Gestão De Recursos Humanos E O Desempenho
Individual: Mediação Pelo Compromisso Afectivo. Dissertação (Mestre em
Gestão dos Recursos Humanos). Universidade Europeia. Laureate International
Universities
10. Oromendía, R. A.; Martínez.M A.; Crespo. G.D; Historia, definición y
legislación de las ferias comerciales.AJEE, XLVI (2013) 449-466/ISSN 1133-
3677. Disponível em:https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4183934.pdf
11. Peixoto,H. N.; Ferreira, S.LHigiene OcupacionalI.© Colégio Técnico Industrial
de Santa Maria, 2012. Disponível
emestudio01.proj.ufsm.br/cadernos.../higiene_ocupacional_1.pdf
12. Pontes, C. M. (2008). O novo papel da liderança nas organizações. Fortaleza:
Universidade Estadual Vale do Acaraú. Disponível em: portais.tjce.jus.br/esmec/wp-
content/uploads/2014/12/Célia-Maria-Pontes.pdf
13. Souza, A.R. Principais Objetivos da Higiene e Segurança no Trabalho. Curso de
Ciências Contábeis (Coordenador) - UniFOA. Disponível em:
www.riosulnet.globo.com/web/conteudo/7_289054.asp
14. Teixeira, G. M.; Bastos N.C. P. S.; Oliveira, G. A. Gestão Estratégica de Pessoas.
Rio de Janeiro: FGV, 2005

Sites:

15. WIKIPÉDIA, enciclopédia Livre. Higiene Ocupacional - Conceitos. Disponível


em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Higiene_do_trabalho . Ano 2014.
16. WIKIPÉDIA, enciclopédia Livre.Direito do trabalho– Conceitos. Disponível
em:https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_trabalho

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5. Anexo 1

Cabo Verde

Cabo Verde é um pequeno país insular, formado por dez ilhas, nove das quais habitadas,
situam-se a cerca de 455 km da costa ocidental africana. As ilhas, divididas em dois
grupos: Barlavento no norte e Sotavento no Sul, são diferenciadas em termos de
superfície, condições climatéricas, geográficas e, como a consequência de todos estes
fatores, em número de habitantes e na situação sócio-económica (Carreira, 2000).

Em 2008, Cabo Verde saiu do grupo dos Países menos avançados e integrou o grupo
dos Países de Desenvolvimento Médio. Atualmente Cabo Verde ocupa o 138º lugar,
com o índice de desenvolvimento humano estimado em 0,568 e com o crescimento
durante a última década de 0,75%. Um pouco antes, no mesmo ano de 2008, o país
concluiu o processo de adesão à Organização Mundial de Comércio (OMC). “Cabo
Verde foi o primeiro país africano e o terceiro ainda na qualidade de País Menos
Avançado a aderir à Organização Mundial do Comércio pela via negocial”, tirando
desta adesão várias vantagens, entre as quais: expansão do ambiente de negócios,
criação de um ambiente de negócios seguro e estável, acesso aos mercados de bens e
serviços dos 152 membros da OMC, com maior segurança e com regras iguais para
todos, a liberalização do mercado (Idem).

Caracterização sociodemográfica da população Cabo Vendeana

De acordo com o Estudo-Diagnóstico sobre o Mercado de Emprego em Cabo Verde


(2008), a evolução da população residente é determinada pelas condições de
sobrevivência e pela forte tradição migratória. Na segunda metade do século XX a
população cresceu de forma regular, atingindo 434.625 em 2000, ou seja, mais do que
duplicou (2,8 vezes), nível esse que resulta de um crescimento médio anual de 2,2% no
decurso dessas cinco décadas.

A população de Cabo Verde deverá, segundo as perspetivas demográficas, crescer em


média 1,8% no período 2000 – 2020 e atingir 577.924 em 2015, dos quais 281.345
indivíduos serão do sexo masculino e 296.579 indivíduos do sexo feminino.

A população cabo-verdiana é muito jovem e maioritariamente feminina. Como atestam


os dados do QUIBB 2006, cerca de 60 em cada 100 indivíduos têm menos de 25 anos e

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encontra-se mais jovens nomeio rural (61%) do que no meio urbano (57%). As
mulheres constituem cerca de 51% da população residente. A população
economicamente ativa é dos 15-64 anos.

A nível nacional, cerca de 40% dos ocupados são trabalhadores não qualificados. A
grande maioria da mão-de-obra com maior nível de qualificação, ou seja, dos
trabalhadores que exercem profissões mais qualificadas, está em Santiago, São Vicente
e Sal.

Os empregados pobres (29%) são, sobretudo, indivíduos que trabalham no sector


primário, caracterizado pela precariedade dos empregos e por baixos salários.

A fiscalização do direito ao exercício do trabalho em condições de segurança e de


higiene e com respeito dos direitos laborais é da competência da Inspecção Geral do
Trabalho, com recurso para os Tribunais.

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